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Crime Continuado
(Doutrina e Jurisprudência)
2a. ed.
2023
São Paulo, Brasil
O Autor
Crime Continuado
(Doutrina e Jurisprudência)
2a. ed.
2023
São Paulo, Brasil
Exórdio
(1) Cf. José Frederico Marques, Curso de Direito Penal, 1956, vol. II, p. 354;
Editora Saraiva; São Paulo.
10
Com efeito:
O Autor
Ementário Forense
(Votos que, em matéria criminal, proferiu o Desembargador
Carlos Biasotti, do Tribunal de Justiça do Estado de São
Paulo. Veja a íntegra dos votos no Portal do Tribunal de
Justiça: www.tjsp.jus.br).
• Crime Continuado
(art. 71 do Cód. Penal)
Voto nº 4249
Voto nº 12.177
– O autor de estupro (art. 213 do Cód. Penal), crime da classe dos hediondos,
deve cumprir sua pena sob o regime inicial fechado, por força do preceito do
art. 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90.
Voto nº 11.034
Voto nº 1464
Voto nº 1140
Voto nº 249
Apelação Criminal no 1.046.623/0
Voto nº 313
Voto nº 440
Voto nº 594
– Para a realização do tipo do art. 158 do Cód. Penal, não faz ao caso eventual
obtenção da vantagem indevida, a qual já pertence para seu exaurimento. “O
crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da vantagem indevida”
(Súmula nº 96 do STJ).
– A figura da continuidade delitiva, prevista no art. 71 do Cód. Penal,
pressupõe as “mesmas relações e oportunidades, ou a utilização de ocasiões nascidas
da primitiva situação”, sua pedra-de-toque (cf. Damásio E. de Jesus, Código
Penal Anotado, 5a. ed., p. 198).
– O regime prisional fechado é o que unicamente convém ao autor de crime
de suma gravidade, como o de extorsão, o qual, do mesmo passo que produz
funda comoção no organismo social, revela extrema vileza de caráter em
quem o pratica.
17
Voto nº 647
Voto nº 36
Voto nº 5508
Voto nº 7294
Voto nº 882
Voto nº 1077
Voto nº 1838
Voto nº 3670
Voto nº 3744
Voto nº 2064
Voto nº 2147
Voto nº 2271
Voto nº 2243
Voto nº 2659
Voto nº 3452
Voto nº 218
Voto nº 2031
Voto nº 4685
Voto nº 10.524
Voto nº 11.414
– Embora viciado em drogas, não tem jus o réu à redução de penas do parág.
único do art. 26 do Cód. Penal, se o laudo médico-legal o considerou
absolutamente imputável.
– A confissão judicial do réu tem valor absoluto como meio de prova;
pela presunção de sua autenticidade, pode autorizar a edição de decreto
condenatório.
– Crimes da mesma espécie, o roubo e a extorsão, quando praticados nas
circunstâncias do art. 71 do Cód. Penal, configuram continuidade delitiva,
não concurso material de infrações. É desse número, portanto, o caso de
delinquentes que, após consumar o roubo, “forçam a vítima a acompanhá-los
à caixa eletrônica para sacar o dinheiro” (cf. Rev. Tribs., vol. 765, p. 572;
rel. Min. Luiz Vicente Cernicchiaro).
– O regime prisional fechado é o que justamente convém ao condenado pela
prática de roubo, ainda que primário e de bons antecedentes. A natureza do
crime (que a sociedade ostensivamente aborrece) e a índole de quem o
comete (infensa aos padrões éticos normais) são as que o recomendam.
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Voto nº 11.533
Voto nº 12.184
Voto nº 10.524
Voto nº 11.399
Voto nº 11.697
– É lícito ao juiz, “em virtude do postulado de que jura novit curia, dar ao fato
definição jurídica diversa da que constar da queixa ou denúncia, ainda que, em
consequência, tenha de aplicar pena mais grave (Cód. Proc. Penal, art. 383)” (José
Frederico Marques, Elementos de Direito Processual Penal, 1a. ed., vol. III,
p. 50).
–“Não conheço crime mais repugnante, mais merecedor de severa punição do que o
estupro. Ele revela no delinquente a existência dominante dos mais grosseiros e brutais
instintos, a falta absoluta de cavalheirismo, de generosidade, de respeito pela mulher,
que é o sinal distintivo de uma natureza nobre. As consequências do crime são
indeléveis para a vítima” (Os Delitos contra a Honra da Mulher, 1936, p. 135).
– A palavra da vítima de atentado violento ao pudor tem importância
inquestionável na apuração das circunstâncias do fato criminoso e na
identificação de seu autor. Exceto se os elementos de prova dos autos
demonstrarem que a ofendida mentiu, suas palavras servem de carta de
crença e, pois, justificam a edição de decreto condenatório (art. 214 do Cód.
Penal).
– Crimes contra a liberdade sexual, a jurisprudência do Tribunal de Justiça do
Estado de São Paulo tem admitido continuidade delitiva entre estupro e
atentado violento ao pudor, se praticados nas circunstâncias do art. 71 do
Cód. Penal (arts. 213 e 214 do Cód. Penal).
– O crime continuado, instituto nascido da equidade, é uma “fictio juris”
destinada a evitar o cúmulo material de penas (cf. José Frederico Marques,
Curso de Direito Penal, 1956, vol. II, p. 354).
– No crime continuado, mais do que a unidade de ideação, prevalecem os
elementos objetivos referidos no art. 71 do Cód. Penal e a conveniência de
remediar o exagero punitivo, que não corrige o infrator, senão que o revolta e
embrutece, por frustrar-lhe a esperança de realizar, em tempo razoável e
justo, o sonho da liberdade.
32
Voto nº 3498
Voto nº 11.722
–“(…) de modo algum podem ser somadas as penas mínimas de cada delito para o efeito
de excluir, ab initio, a suspensão. (…) Cada crime deve ser considerado isoladamente,
com sua sanção mínima abstrata respectiva” (Ada Pellegrini Grinover et alii,
Juizados Especiais Criminais, 4a. ed., p. 262).
Voto nº 11.921
Voto nº 11.894
Voto nº 12.184
Voto nº 4291
Voto nº 12.317
Voto nº 4000
Voto nº 4155
Voto nº 4171
Voto nº 3432
Voto nº 4507
Voto nº 4685
Voto nº 5414
Voto nº 4814
Voto nº 4851
Voto nº 4724
Voto nº 5163
Voto nº 5206
Voto nº 5264
Voto nº 5504
– Decisão dos jurados não se anula, exceto se proferida contra a evidência dos
autos, pois tem por si a força do preceito constitucional da soberania dos
veredictos do Júri, que lhe assegura a imutabilidade (art. 5º, nº XXXVIII,
alínea c, da Const. Fed.). “Manifestamente contrária à prova dos autos” é somente a
decisão que neles não depara fundamento algum, constituindo por isso
formidável desvio da razão lógica e da realidade processual.
– O crime continuado, instituto nascido da equidade, é uma “fictio juris”
destinada a evitar o cúmulo material de penas (cf. José Frederico Marques,
Curso de Direito Penal, 1956, vol. II, p. 354).
– No crime continuado, mais do que a unidade de ideação, prevalecem os
elementos objetivos referidos no art. 71 do Cód. Penal e a conveniência de
remediar o exagero punitivo, que não corrige o infrator, senão que o revolta e
embrutece, por frustrar-lhe a esperança de realizar, em tempo razoável e
justo, o sonho da liberdade.
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Voto nº 6063
Voto nº 6503
Voto nº 7235
Voto nº 7398
– Sem fazer tábua rasa do instituto da coisa julgada, deve o Juiz entrar no
conhecimento de causa que lhe é submetida, por prevenir (ou conjurar)
possível erro judiciário, o péssimo dos vícios de julgamento.
–“Errar é humano, e seria crueldade exigir do juiz que acertasse sempre. O erro é um
pressuposto da organização judiciária que, por isso mesmo, instituiu sobre a instância
do julgamento a instância da revisão” (Milton Campos; apud João Martins de
Oliveira, Revisão Criminal, 1a. Ed., p. 63).
– Não é contrária à evidência dos autos decisão condenatória apoiada em
laudo pericial e nas palavras de testemunhas presenciais idôneas, antes se
reputa bem fundamentada, pois tem por si prova excelente (art. 621, nº I, do
Cód. Proc. Penal).
–“Evidência é o brilho da verdade que arrebata a adesão do espírito, logo à primeira
vista” (Hélio Tornaghi, Curso de Processo Penal, 1980, vol. II, p. 360).
– Segundo a comum doutrina de graves autores, não há continuidade delitiva
(art. 71 do Cód. Penal), mas simples reiteração criminosa, se os crimes
subsequentes não estão ligados aos anteriores por vínculo ideológico.
–“A simples habitualidade delituosa descaracteriza a noção legal do chamado crime
continuado” (STF; HC nº 68.626; rel. Min. Célio Borja; DJU 1.11.91,
p. 15.569).
– Isto de unificação de penas reclama do Magistrado especial prudência e
discernimento, não venha a premiar, com redução drástica e temerária, a
duração de penas de criminosos empedernidos.
– Na revisão criminal, é do peticionário o ônus da prova da erronia ou
injustiça da sentença condenatória, como impõe a exegese do art. 156 do Cód.
Proc. Penal.
50
Voto nº 7570
Voto nº 7931
Voto nº 8535
– Que melhor prova contra o réu que sua confissão? Donde o aforismo: “Nulla
est maior probatio quam proprio ore confessio” (o que, tirado a vernáculo,
significa: não há prova maior do que a confissão de boca própria).
– No caso de roubo, tem a palavra da vítima extraordinária importância para
comprovar-lhe a materialidade e a autoria: parte precípua no evento
criminoso, é a que está em melhores condições de, à luz da verdade sabida,
reclamar a punição unicamente do culpado.
– A crítica irrogada ao testemunho policial com o intuito de desmerecê-lo
constitui solene despropósito, pois toda a pessoa pode ser testemunha (art.
202 do Cód. Proc. Penal) e aquela que, depondo sob juramento, falta à verdade
incorre nas penas da lei, donde a inépcia do raciocínio apriorístico de que o
policial vem a Juízo para mentir.
– O crime continuado, instituto nascido da equidade, é uma “fictio juris”
destinada a evitar o cúmulo material de penas (cf. José Frederico Marques,
Curso de Direito Penal, 1956, vol. II, p. 354).
– No crime continuado, mais do que a unidade de ideação, prevalecem os
elementos objetivos referidos no art. 71 do Cód. Penal e a conveniência de
remediar o exagero punitivo, que não corrige o infrator, senão que o revolta e
embrutece, por frustrar-lhe a esperança de realizar, em tempo razoável e
justo, o sonho da liberdade.
–“A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo
do mínimo legal” (Súmula nº 231 do STJ).
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Voto nº 10.045
Voto nº 10.244
1
T RIBUNAL DE J USTIÇA DO ESTADO DE S ÃO PAULO
Voto nº 6063
Relator
Sorteado
É o relatório.
Por outra parte, isto de não ter sido requisitado o réu para
assistir à inquirição de testemunha fora da terra não implica
nulidade do processo. A diretriz não é menos que do Excelso
Pretório:
A propósito:
Ora:
Ainda:
2
T RIBUNAL DE J USTIÇA DO ESTADO DE S ÃO PAULO
Voto nº 12.184
Relator
Sorteado
É o relatório.
E nesta questão, agitada pelo réu em seu apelo (fl. 258), não
se deteve deveras o acórdão, como lhe competia; é força, pois,
tratar do ponto “ex professo”.