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ucação e Pssicologia

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OÉTIICA POR
P RTUGGUESA
 Adeliinda A. Canndeias1 
Ana Brrígida F. Feerreira2 

INTRODU
N UÇÃO

Neste  trabaalho,  fazend do  contemmplar  a  criiação  escriita,  mas  uutilizando  como 
c
proddutos  obserrváveis  algguns  excerttos  de  auto ores  que,  na 
n sua  pro odução  literrária, 
delin
neiam tessiituras acerrca da sua p própria criiação. Inten ntaremos u uma abordaagem 
interrna,  fulcrall,  cognitivaa/criativa,  de  um  auttor  que,  noo  próprio  aacto  de  criação 
(logoo,  no  próóprio  texto o  criado,  metalinguiisticamentee),  se  con nfronta  co om  a 
edificação  escrrita  que  fazz  erigir,  mais  do  quee  partir  parra  um  estu
udo  basead do  na 
críticca legitimadora da artte literária3. 

1
 Depaartamento de P Psicologia ‐ Un niversidade de Évora 
2 Biblioteca de Cultu
uras Estrangeirras 
3
 A respeito desta leegitimação, Csikszentmihaly yi criou uma co oncepção sistéémico‐triádica  que vai ao en ncontro 
do  percurso  da  criaação  e  seus  co
omponentes  in d caminhada  criativa:  o  ca
ndissociáveis  da  ampo,  o  âmbiito  e  o 
indivííduo.  O  camppo  é  todo  o  conjunto 
c de  coonceptualizaçõ ões  padronizad das  orientado oras  /  directrizes  do 
percurso  do  indivídduo,  o  que,  noo  caso  da  literratura,  será  a  estipulada  porr  uma  crítica  literária  canónica;  o 
âmbitto é o círculo  de indivíduos  avaliadores /  legitimadoress de um determ minado produ uto, a fim de o  tornar 
apto  para 
p a  entradaa  no  campo,  i.e.,  os  agentess  de  aceitação  ou  recusa  dee  um  produto  criativo,  denttro  dos 
CANDEIAS,  A.  &  Ferreira,  A.  (2007)  Uma  abordagem  cognitivo‐criativa  à  análise  da 
criação  literária  a  partir  de  fragmentos  metaliterários,  de  arte  poética,  em  alguns 
escritores  portugueses.  In,  V.  Trindade,  N.  Trindade  &  A.A.  Candeias  (Orgs.).  A 
Unicidade do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora. 
 

Numa  construção  ensaística  dialógica  entre  a  criação  do  escritor  hic  et  hoc, 
entrosaremos  os  estudos  acerca  do  domínio  cognitivo‐criativo,  criando  um 
constructo de análise produto‐teoria‐produto, a fim de aferirmos, ou, mais do que 
isso, levantarmos questões prementes no âmbito dos trâmites cognitivos, quer os 
que levam à criação, quer os que enchem a psique dos autores no exacto momento 
da  produção  literária,  sobretudo  quando  deixam  transparecer  uma  certa 
consciência de momento criativo, de motivo criativo e/ou de factor de criação, 
naqueles  tempo  e  espaço  específicos.  Neste  domínio,  faremos  especial  uso  das 
teorias do fluxo de Csikszentmihalyi, por acharmos serem deveras pertinentes no 
decurso  das  leituras  atentas  dos  excertos  poéticos  dos  escritores,  uma  vez  que 
estes possuem a consciência deste fluir de imagens, ideias e visões supra‐reais que 
os  enlevam  naturalmente  para  um  nível  supra‐humano,  senão  deificado,  pelo 
menos de plenitude criativa, de êxtase produtor. 

A  concepção  cognitivo­criativa  –  análise  da  criação  literária  a  partir  de 


fragmentos metaliterários, de arte poética, em alguns escritores portugueses  
­ Esta  
Espécie de crime que é escrever uma frase que seja  
uma pessoa magnificada. 
Uma frase cosida ao fôlego, ou um relâmpago  
estancado  
nos espelhos. 
[ROSA, 2001] 

AS ACTIVIDADES DE FLUXO OU UMA FRASE COSIDA AO


FÔLEGO

Apanhando a ponta da epígrafe de um trecho poético de Ramos Rosa, partimos 
para a exploração do que nos deixam entrever os poetas acerca da sua criação, na 
própria  criação.  Escrever,  em  frases,  acerca  de  frases,  é  a  introspecção  íntima  do 
momento  criador,  num  registo  discursivo  que,  em  literatura,  denominamos 
metalinguística.  No  âmbito  da  psicologia,  para  o  estudo  da  criatividade  existem 
dois condicionantes incontornáveis que não podemos, de forma alguma, descurar: 
a  inspiração  (ou  insight,  ou  flow),  e  o  contexto  histórico‐sócio‐cultural  e  /  ou  de 
corrente  artístico‐literária,  também  conhecido  por  zeigeist,  que  pode,  como 
aferiremos infra, impulsionar ou travar a criação.  

Aquilo  a  que  Csikszentmihalyi  chama  actividades  de  fluxo  [2002]  pode  muito 
bem ir ao encontro do que Ramos Rosa verbaliza, no excerto do poema supra, em 
Uma frase cosida ao fôlego, ou um relâmpago / estancado / nos espelhos, i.e., flashes 
que, embora ordenados, fluem para a fruição última de quem escreve e de quem lê. 

parâmetros  estipulados;  o  indivíduo  é,  naturalmente,  o  agente  criador  do  produto,  ou  seja,  o  detentor‐
produtor da criatividade observável. 

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CANDEIAS,  A.  &  Ferreira,  A.  (2007)  Uma  abordagem  cognitivo‐criativa  à  análise  da 
criação  literária  a  partir  de  fragmentos  metaliterários,  de  arte  poética,  em  alguns 
escritores  portugueses.  In,  V.  Trindade,  N.  Trindade  &  A.A.  Candeias  (Orgs.).  A 
Unicidade do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora. 

Indo  ainda  ao  encontro  do  investigador  húngaro,  o  percurso  criativo  pelo  fluxo 
proporciona  e  /  ou  busca  o  extra‐quotidiano,  o  extra‐banal,  o  novo,  o  original. 
Segundo  afirma,  Nos  nossos  estudos  verificámos  que  todas  as  actividades  de  fluxo, 
independentemente  de  envolverem  competição,  acaso  ou  qualquer  outra  dimensão 
da  experiência,  tinham  em  comum  o  facto  de  proporcionarem  uma  sensação  de 
descoberta,  um  sentimento  criativo  de  transporte  para  uma  nova  realidade. 
Impeliam a pessoa para níveis mais altos de desempenho e levavam a estados 
de  consciência  nunca  antes  sonhados.  Em  suma,  transformavam  o  eu 
tornando­o mais complexo4 [2002, 110]. 

CRIATIVIDADE OU METACRIATIVIDADE
Apesar  de  haver  inúmeras  importantes  e  proveitosas  aproximações  à 
compreensão  do  que  é  a  criatividade,  os  estudos  no  domínio  do  conhecimento 
cognitivo‐criativo  baseiam‐se  muito  mais  nos  processos  e  estruturas  cognitivos, 
que  ficam  ainda  aquém  do  pensamento  criativo  [FINKE,  SMITH,  WARD,  1995]. 
Então partimos para a grande questão: O que é a criatividade? O que define um ser 
criativo?  

Desde  a  nossa  infância,  desde  o  mais  elementar  que  a  vida  nos  proporciona, 
Chacun de nous, en jetant un coup d’oeil rétrospectif sur son histoire, constatera que 
sa personnalité d’enfant, quoique indivisible, réunissait en elle des personnes diverses 
(…).  Mais  les  personnalités  qui  s’entrepénètrent  deviennent  incompatibles  en 
grandissant, et, comme chacun de nous ne vit qu’une seule vie, force lui est de faire un 
choix.  Nous  choisissons  en  réalité  sans  cesse,  et  sans  cesse  aussi  nous  abandonnons 
beaucoup  de  choses  [BERGSON,  1996).  A  partir  destes  elementos  basilares  na 
constituição do ser na sua consciência / inteligência cognitiva, cada sujeito partirá 
para  uma  evolução  particular  de  conceitos  elementares  para  os  transformar  em 
criações únicas, originais, muitas vezes até constituindo espécies de hybris sociais, 
pondo em causa a norma, o dogma e o próprio conceito de verdade. 

Na  literatura,  um  dos  conceitos  cúmplices  de  quem  explora  os  corpora  é  o  da 
inspiração, como se se tratasse de um sopro divino, ou de um momento de clímax 
quase  transcendente.  Mas  O  poeta  sabe  que  um  dia  uma  sombra  cairá  sobre  a 
página / sem nenhuma nesga branca onde possa escrever uma palavra [ROSA, 2001] 
ou que Agora as mãos regressam, folheiam / os desenhos e espalham a confusão / e a 
arritmia.  o  autor  foi  ver  o  tempo  /  que  faz  lá  fora.  ou  medir  o  sono  do  lago.  ou  / 
hesita entre um verso / e outro verso. [GUSMÃO, 1996]. Apesar de aparentemente 
contraditórios às teorias do fluxo de Csikszentmihalyi, pela noção de desnorte que 
o  poeta  deixa  transparecer,  num  verbalizado  vazio  de  inspiração  ou  motivos  de 
composição  poética,  o  facto  é  que  é  precisamente  essa  consciência  que  os 
versos  trazem  a  lume,  a  razão  pela  qual  a  complexidade  da  fluência 

4 Sublinhado nosso. 

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CANDEIAS,  A.  &  Ferreira,  A.  (2007)  Uma  abordagem  cognitivo‐criativa  à  análise  da 
criação  literária  a  partir  de  fragmentos  metaliterários,  de  arte  poética,  em  alguns 
escritores  portugueses.  In,  V.  Trindade,  N.  Trindade  &  A.A.  Candeias  (Orgs.).  A 
Unicidade do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora. 
 

cognitivo­conscienciosa aumenta como resultado das experiências de fluxo5, 
i.e.,  embora  aparentemente  apossados  de  uma  frustração  do  branco  da  página,  é 
pela negação de uma arte poética ou de inspiração que ela própria nasce, como o 
fénix das cinzas.  

Embora  Mandler  [1995]  afirme  que  o  original,  o  novo,  possa  ser  tanto 
deliberado quanto não intencional, essas criações aplicam‐se, segundo acrescenta, 
ao  quotidiano  e,  sobretudo,  à  infância,  na  qual  criamos  naturalmente  e 
inconscientemente  termos  novos  aplicados  a  conceitos  já  conhecidos.  Ora,  no 
âmbito  da  criação  literária,  nada  surge  ao  acaso,  nem  mesmo  a  dolorosa 
consciência  do  “pânico  da  página  em  branco”:  Antigamente  escrevia  poemas 
compridos / Hoje tenho quatro palavras para fazer um poema / São elas: desalento 
prostração  desolação  desânimo  /  E  ainda  me  esquecia  de  uma:  desistência  [BELO, 
1997]. A partir destes versos de aparente nulidade inspiradora e criativa, aferimos 
que é dela que surgiu a produção literária, numa artificial (in)consciência do real 
ficcional  transmitido  a  partir  de  uma  possível  realidade  factual,  vivida, 
conscientemente, no momento da criação.  

MEMÓRIA E PRODUTO CRIATIVO


Tal como o instante criativo, de súbita transposição verbal da cognição do vazio, 
acontece, também, o exercício da busca de preenchimento desse branco ofuscante 
que  é  o  vazio  da  inspiração.  O  passado,  a  memória,  a  experiência  constituem  esse 
fundo  de  irrealidade  que,  semelhante  a  um  feixe  luminoso,  aclara  este  momento  de 
agora, revela como ele é cheio de surpresa, como já se destina à memória e é já essa 
incontrolável  gramática  sonhadora.  (…)  É  com  este  sistema  de  imagens 
fundamentais,  onde  se  vão  enxertando  novas  constelações  de  outros  lucros  da 
experiência,  que  se  enfrentam  as  hipóteses  do  mundo.  [HELDER,  1995]. 
Encontrámos,  num  percurso  de  aproximação  às  palavras  de  Herberto  Helder  nas 
suas considerações literárias acerca da própria produção literária, o que Bergson 
apelida  de  consciência,  mas  a  consciência  de  um  indivíduo,  situado  num 
determinado  momento  espacio‐temporal,  pelo  que,  ao  mesmo  tempo  que  o 
catapulta  para  diante,  o  puxa  para  trás,  para  um  visionamento  retrospectivo, 
função  natural  de  inteligência  e  consciência  distintas  de  sujeito  para  sujeito.  Na 
verdade,  a  nossa  consciência  possui  algo  de  essencial,  fulcral,  o  que, 
simultaneamente  e  consequentemente,  a  fará  afastar  do  já  adquirido,  do  já 
conhecido, produzindo‐se algo novo. [cf. p. 238].  

5  Cf.  esquema  ilustrativo  dos  índices  de  ansiedade  /  tédio,  atravessados  transversalmente  por  esse  canal  de 

fluxo,  que  vão  progredindo  ou  regredindo  à  medida  que  os  índices  de  perícia  /  desafio  sobem 
(CSIKSZENTMIHALYI, 2002, p. 111). 

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CANDEIAS,  A.  &  Ferreira,  A.  (2007)  Uma  abordagem  cognitivo‐criativa  à  análise  da 
criação  literária  a  partir  de  fragmentos  metaliterários,  de  arte  poética,  em  alguns 
escritores  portugueses.  In,  V.  Trindade,  N.  Trindade  &  A.A.  Candeias  (Orgs.).  A 
Unicidade do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora. 

Contudo,  a  esta  memória  está  sempre  inerente  a  imaginação6,  ou  seja,  o 


conjunto  de  imagens  mnemónicas  que  se  entrosam  com  outras  inovadoras,  que 
atribuem uma nova ordem, um novo constructo de pensamento cognitivo‐criativo; 
aliás,  memories  are  not  passively  recorded  and  replayed  in  their  original  form; 
rather, they are reconstructed from fragments of knowledge, with the reconstruction 
following  a  plan,  such  as  a  schema  or  a  script  [SMITH,  1995].  Ainda  no  artigo  de 
Smtih,  se  atentarmos  ao  esquema  da  página  137,  daremos  conta  da  associação 
faseada  e  consequente  do  pensamento  mnemónico:  associada  a  uma  primeira 
palavra  (que  preferimos  chamar  ideia  ou  imagem),  surgem  outras  em  cadeia, 
interligadas  por  movimentos  de  associação  semântica,  imagética,  referencial  e 
mnemonicamente encadeadas.  

Ao encontro destas ideias da evolução das imagens e/ou conceitos gravados na 
memória, Bachelard [1989] acrescenta que a transubjectividade da imagem exige 
uma  compreensão  que  ultrapassa,  sobremaneira,  o  campo  de  qualquer 
objectividade. Só a fenomenologia – isto é, consideração do início da imagem numa 
consciência individual – pode ajudar­nos a reconstituir a subjectividade das imagens 
e a medir a amplitude, a força, o sentido da transubjectividade da imagem. A partir 
destes  desenvolvimentos  de  uma  ideia/imagem/palavra  primordial,  o  indivíduo 
criativo  parte  para  a  ramificação  em  direcção  ao  novo,  ao  original,  ao  que  o 
estimula e que faz expressar pelo modo como vê o constructo de imagens vividas 
em simultâneo com as idealizadas (imaginadas).  

Manuel  Gusmão  [1996]  parece  dar  conta  dessa  transmutação  da  imagem 
primeira  nas  subsequentes  (cf.  Smith,  supra)  e  do  percurso  que,  embora  dúbio, 
poderá  desenhar  nos  meandros  da  criação,  desta  feita  literária:  Em  algum 
momento  te  reclinas  e  por  dentro  do  livro/olhas  em  frente  para  a  música  fora  do 
livro: é como se // visses a hora da noite e os fragmentos de uma alegria./Estaria já 
então escrevendo com a mão mental? como/vibram aqui as figuras acesas? Em que 
tempo,  para  que  futuro  //  se  movem?  Os  raios  dos  dedos  põem  a  girar  a  hélice: 
chamas,/chamas fazem a imagem. Ao longo deste excerto, o poeta/criador debate‐
se mentalmente com a consciência de um devir que flúi a partir de fragmentos de 
uma alegria, ou seja, de um passado que advém em flashes que acendem e apagam, 
sem a linearidade de um filme; com eles, o poeta avança para um simultâneo físico‐
mental, em que os dedos que discorrem pelas páginas acompanham o momento de 
concentração cognitiva em determinadas imagens, imagens essas serão postas em 
transfiguração  passado‐futuro,  i.e.,  são  verbalizadas,  dedilhadas  para  o  produto 
que será essa mescla do momento criativo entre a memória, a inspiração presente, 
e  a  inclinação  em  direcção  ao  leitor  (logo,  a  um  novo  momento  (re)criativo, 
posterior  à  criação  do  produtor),  daí  que  o  tempo  deixe  de  ser  contável,  para  se 
tornar  um  concentrado  centrífugo,  pel’  Os  raios  dos  dedos  [que]  põem  a  girar  a 
hélice,  a  imagem,  e,  consequentemente,  o  produto  cognitivo‐criativo,  que,  neste 

6
  Do  latim  imago,  ­inis,  o  étimo  imagem  abarca,  já  na  sua  etimologia,  a  dupla  significação  representação  e 
lembrança,  que  irão  confluir  no  percurso  psicológico‐fenomenológico  da  própria  construção  de  um  produto 
criativo. 

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CANDEIAS,  A.  &  Ferreira,  A.  (2007)  Uma  abordagem  cognitivo‐criativa  à  análise  da 
criação  literária  a  partir  de  fragmentos  metaliterários,  de  arte  poética,  em  alguns 
escritores  portugueses.  In,  V.  Trindade,  N.  Trindade  &  A.A.  Candeias  (Orgs.).  A 
Unicidade do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora. 
 

caso,  será  o  da  arte  poética.  Assim,  este  percurso  iniciático  de  imagem/ns 
multiplica‐se  e  metamorfoseia‐se  num  constructo  labiríntico,  numa 
transversalidade  de  momentos  mnemónico‐criativos,  de  súbitas  sequências  (ou 
actividades de fluxo) de insight e memória. 

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CANDEIAS,  A.  &  Ferreira,  A.  (2007)  Uma  abordagem  cognitivo‐criativa  à  análise  da 
criação  literária  a  partir  de  fragmentos  metaliterários,  de  arte  poética,  em  alguns 
escritores  portugueses.  In,  V.  Trindade,  N.  Trindade  &  A.A.  Candeias  (Orgs.).  A 
Unicidade do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora. 

FLUXO COGNITIVO-CRIATIVO (IN)CONSCIENTE


Também  Helder  se  consciencializa  nesse  momento  de  criação  de  constantes 
metáteses  entre  o  passado  e  o  presente,  entre  o  vivido  e  o  novo,  entre  a 
experiência  e  a  inspiração,  entre  a  memória  e  o  flow.  Atentemos:  Inspiro­me  na 
minha  alegria,  na  morte  guardada.  Vivo  sobre  uma  dolorosa  parcimónia,  às  vezes 
uma  dissipação  da  masculinidade,  como  se  tudo  fosse  uma  doença  contraditória. 
Inspiro­me  no  que  é  uma  força  e  também  uma  vulnerabilidade,  diante  da 
lembrança e do esquecimento. Depois é um ritmo, uma libertação. Encho folhas 
de  papel  com  essa  trama  subtil  e  exasperada  feita  de  memória,  a  atentas 
expensas de esquecimento. É o relatório do medo lido ao inverso. [1995]. Além 
da  indubitável  beleza  das  tessituras  verbais  de  Herberto  Helder,  fizemos  notar, 
num  sublinhado  nosso,  a  consciência  da  misciginação  memória‐
insight/flow/inspiração,  sendo  esse,  precisamente  (e  tal  como  nos  restantes 
excertos literários aqui apresentados) o fulcro, o alicerce temático da criação, num 
exercício que chamamos metaliterário, e que, em psicologia, podemos denominar 
fluxo  cognitivo­criativo  (in)consciente.  A  forma  como  nos  sentimos  num  dado 
momento  de  uma  actividade  de  fluxo  é  fortemente  influenciada  pelas  condições 
objectivas;  a  consciência,  contudo,  permanece  livre  para  fazer  a  sua  própria 
avaliação  do  caso  [CSIKSZENTMIHALYI,  2002].  É  este  encontro  de  parâmetros 
cognitivos  –  a  memória  e  a  inspiração  –  que  Rosa  deixa  transparecer  na  sua 
dolorosa  consciência  de  vulnerabilidade,  entre  memória  e  esquecimento,  entre 
arrebatamento, libertação, ritmo criativos, relatório do medo lido ao inverso, i.e., a 
inconsciência desse medo, que levaria à paragem criativa. 

Num curto, mas interessante artigo do crítico Jean Cocteau [1985], este dá‐nos 
conta  de  que  a  ideia  de  inspiração  muitas  vezes  tomada  como  quase  divinal, 
religiosa,  é  errónea  e  falsa.  Na  verdade,  acrescenta  com  veemência  que 
consciousness  must  take  precedence  over  the  unconscious  and  that  it  becomes 
necessary to find the means which permit the unformed work to take form, to render 
it  visible  to  all.  Com  efeito,  é  dentro  dos  parâmetros  do  que  Csikszentmihalyi 
apelida campo, dentro do qual um criativo, por muito arrojado e inovador que seja, 
terá de se movimentar, correndo o risco de, fugindo em demasia aos portões dos 
âmbitos,  ser‐lhe  negada  a  entrada  nos  domínios  do  cânone,  o  que,  na  literatura, 
poderá ir desde a simples publicação até ao galardoar dos trabalhos.  

A POIESIS E AS FONTES/ACTIVIDADES DE FLUXO


7

(…) na maioria das culturas, a arte, o jogo e os rituais consomem provavelmente 
mais tempo e energia do que o trabalho. § Podendo estas actividades servir outros 
fins,  o  facto  de  proporcionarem  desfrute  é  a  razão  principal  da  sua 
sobrevivência.  O  homem  começou  a  decorar  cavernas  há  pelo  menos  trinta  mil 
7
  O  termo  poiesis,  do  verbo  grego  poiein  (fazer,  moldar  com  as  mãos,  forjar),  designa  toda  a  produção 
psicossomática artístico‐literária. 

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CANDEIAS,  A.  &  Ferreira,  A.  (2007)  Uma  abordagem  cognitivo‐criativa  à  análise  da 
criação  literária  a  partir  de  fragmentos  metaliterários,  de  arte  poética,  em  alguns 
escritores  portugueses.  In,  V.  Trindade,  N.  Trindade  &  A.A.  Candeias  (Orgs.).  A 
Unicidade do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora. 
 

anos. Estas pinturas tinham certamente significado religioso e prático. Contudo, é 
provável que a principal razão de ser da arte fosse, no Paleolítico, a mesma que é 
hoje,  isto  é,  uma  fonte  de  fluxo  para  o  pintor  e  para  o  observador. 
[CSIKSZENTMIHALYI,  2002:  113,  sublinhado  nosso].  Esta  componente  da  criação 
artística  não  pode  nunca  ser  descurada,  uma  vez  que  está,  incontornavelmente, 
intrínseca  à  própria  constituição  natural  do  ser  humano,  pela  sua  vertente  de 
desfrute, de deleite, de prazer físico e mental. É contra natura privar um indivíduo 
do  prazer  da  criação  e/ou  da  leitura/contemplação  de  um  belo  livro  ou  de  uma 
peça de arte. Por isso criamos – mesmo que, muitas vezes, sem nos apercebermos – 
todos  os  dias,  desde  o  modo  como  nos  vestimos  até  à  forma  como  nos 
posicionamos  na  nossa  ida  para  o  emprego.  Borges  [2002]  afirma,  numa  sua 
conferência,  algo  que  nos  acicata  pela  aparente  simplicidade,  mas  consciente 
verdade inesgotável: acerca de uma quadra pertencente a um soneto de finais do 
século XIX, de um poeta boliviano considerado menor, Ricardo Jaime Freire, Borges 
afere  simplesmente,  perante  a  sua  plateia,  que  Não  querem  dizer  nada,  não 
pretendem querer dizer nada; mas impõem‐se. Impõem‐se como objecto belo. São 
– pelo menos para mim – inexauríveis. É este deleite gratuito, sem um rebuscado 
porquê, que todo o homem busca no seu dia‐a‐dia, e que todo o indivíduo criativo, 
em especial, vivifica, fecunda, na sua existência.  

Mas  para  que  a  criação  tenha  lugar  é  necessário  conjugar  dois  vectores  da 
constituição cognitiva do ser humano em geral, e do sujeito criativo em particular: 
a  inteligência  e  o  instinto.  Bergson  [1996]  tece  alguns  intrincados 
desenvolvimentos  acerca  desta  matéria,  pois  o  conhecimento  formal  da 
inteligência tem uma enorme vantagem sobre o conhecimento material do instinto 
[cf.  p.  152],  uma  vez  que  um  ser  inteligente  traz  em  si  a  inerência  de  procurar 
sempre um modo de se ultrapassar a si próprio. E conclui: La différence que nous 
allons  signaler  entre  l’instinct  et  l’intelligence  est  celle  que  toute  notre  analyse 
tendait à dégager. Nous la formulerions ainsi: Il y a des choses que l’intelligence 
seule  est  capable  de  chercher,  mais  que,  par  elle­même,  elle  ne  trouvera 
jamais.  Ces  choses,  l’instinct  seul  les  trouverait;  mais  il  ne  les  cherchera 
jamais  (152,  sublinhado  do  autor).  É,  com  efeito,  a  inteligência  que  nos  faz 
encontrar aquilo que, num momento primordial, procurámos por instinto; Bergson 
aponta  para  algo  inegável  e  importantíssimo  no  escalonamento  do  percurso 
cognitivo de aquisição de saber. Contudo, não será esse útero iniciático (o instinto) 
o proliferador fulcral, i.e., a semente de toda a criação, que será, depois, fecundada 
pela  inteligência  aliada  a  uma  cognição  criativa?  –  como  este  verso  de  Ruy  Belo, 
miscigenadamente instintivo e pleno de inteligência: a sabedoria da criança é não 
saber que morre. 

É  indubitável  que  tudo  flúi  para  a  consciência,  como  a  de  Herberto  Helder 
[1995]  que  nos  esclarece:  O  sentido  da  literatura,  nos  muitos  que  tenha  ou  não 
tenha, é que ela mantém, purificadas das ameaças da confusão, as linhas de força 
que configuram a equação da consciência e do acto, com suas tensões e facturas, 
suas  ambivalências  e  ambiguidades,  suas  rudes  trajectórias  de  choque  e  fuga.  O 

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CANDEIAS,  A.  &  Ferreira,  A.  (2007)  Uma  abordagem  cognitivo‐criativa  à  análise  da 
criação  literária  a  partir  de  fragmentos  metaliterários,  de  arte  poética,  em  alguns 
escritores  portugueses.  In,  V.  Trindade,  N.  Trindade  &  A.A.  Candeias  (Orgs.).  A 
Unicidade do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora. 

autor  é  o  criador  de  um  símbolo  heróico:  a  sua  própria  vida.  (sublinhado  nosso). 
Mas para isso é preciso que a vida seja aproveitada como e para uma actividade de 
fluxo,  uma  vez  que,  caso  tal  não  aconteça,  pode  dar‐se  Um  dos  paradoxos  mais 
irónicos do nosso tempo [que] é esta grande disponibilidade para o lazer que, de 
algum modo, não consegue traduzir‐se em desfrute. (…) As oportunidades, por si 
só,  não  chegam.  Precisamos  de  habilidade  para  as  aproveitar. 
[CSIKSZENTMIHALYI,  2002:  122].  É  esta  habilidade  /  criatividade  que  um 
indivíduo  criativo  busca  incansavelmente  para  transformar  uma  ideia  e/ou 
imagem  basilar  num  produto  consistente,  que  proporcione  deleite  a  si  próprio, 
num  momento  extático,  e  a  quem  o  contemple  –  Essa  música  que  mínima  e 
interminável / é a escrita por onde a pedra do mundo respira. [GUSMÃO, 2004]. 

O HIBRIDISMO OU A(S) SIMULTANEIDADE(S) DO SER


CRIATIVO

Entre  a  abertura  e  o  fechamento  de  si  próprio,  o  sujeito  criativo  estabelece‐se 


como  um  ser  de  estado  intermédio  entre  a  introspecção/introversão  e  a 
extrospecção/extroversão,  pelo  que  desenvolve  momentos  híbridos  de 
criatividade, ora voltados para o exterior, ora para o interior, ora para o futuro, ora 
para o passado, por vezes mesclados num estado cognitivo de simultâneos, que o 
podem  bloquear  ou  fazê‐lo  irromper  num  êxtase  produtivo  estonteante  e 
maiúsculo.  

Na  literatura,  sobretudo  na  poesia,  os  sujeitos  afiguram‐se‐nos  nesta 


deslinearidade  consentânea  com  o  sujeito  criativo,  logo,  do  momento  louco  e 
localizado  da  criação.  Com  os  gravetos  encalhados  o  vento  desenha  /  na  parede  o 
gráfico  do  teu  sopro Com  as mãos /  perdidas  desfazes  a  imagem  à  espera //  que  a 
parede  se  abra  Será  a  última  /  parede  do  labirinto?  [GUSMÃO,  1996].  Este  ser 
desespartilha‐se das regras rígidas do mundo, como grilhões, e faz desembainhar a 
sua  personalidade  para  algo  híbrido  entre  a  afirmação  e  a  negação,  entre  a 
sensibilidade e a crueldade, entre a dúvida e a certeza apaixonante, entre o prazer 
e a angústia, entre a hybris sócio‐cultural e o tradicionalismo. 

Seja  como  for,  todos  nós  possuímos  algo  de  criativo,  algo  que  alguém  poderá 
eventualmente  considerar  louco,  mas  que  nos  dá  um  enorme  prazer:  o  da 
contemplação  de  uma  obra  feita,  nossa,  mas  sobretudo  o  do  momento  hic  et  hoc 
que  foi  o  clímax  criativo,  de  êxtase,  de  elevação  em  relação  à  imanência  e  à 
efemeridade  das  coisas  pobres  da  vida.  É  esta  nossa  natureza  que  não  podemos 
deixar  de  evocar  no  final  deste  brevíssimo  ensaio  híbrido  entre  literatura  e 
psicologia,  entre  a  teoria  e  os  produtos  de  alguns  escritores  que  versam  sobre  a 
própria  criação,  na  própria  criação  (como  já  afirmámos  supra).  Ex  limine, 
lançamos mais uns versos que deixam transparecer a grande metáfora que é toda a 
arte e toda a criação, num claro‐escuro de superficialidade da matéria observável e 
da essência dos conteúdos intrínsecos: 

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CANDEIAS,  A.  &  Ferreira,  A.  (2007)  Uma  abordagem  cognitivo‐criativa  à  análise  da 
criação  literária  a  partir  de  fragmentos  metaliterários,  de  arte  poética,  em  alguns 
escritores  portugueses.  In,  V.  Trindade,  N.  Trindade  &  A.A.  Candeias  (Orgs.).  A 
Unicidade do Conhecimento. Évora: Universidade de Évora. 
 

Se a palavra dissesse exactamente o que diz 
Nunca atingiria a cintilante transparência 
Que tem a frescura do que é novo e do que é frágil 
         [ROSA, 2001] 

Este trabalho nunca transporá as portas da interrogação ao que de consciência 
cognitiva  tem  um  criativo  literário.  Os  indivíduos  produtores  de  literatura 
oferecem‐nos  metaliteratura,  termo  tão  aparentemente  complexo  como  o  é,  de 
facto, e tão representativo da contiguidade que codifica entre a realidade factual e 
a realidade ficcional, ou, como diria Aristóteles, entre a verdade e a mentira. Mas 
este  é  o  grande  desafio  a  que  nos  propusemos:  o  de  abrirmos  as  portas  à 
interrogação,  mais  do que  darmos  respostas  objectivas e  dogmáticas,  até  porque, 
quando  se  mistura  o  pensamento  do  homem  com  os  seus  momentos  criativos, 
nenhuma  resposta,  por  mais  especialista  que  seja,  poderá  ser  tida  como  verdade 
irrefutável.  

Deste modo, a nossa fruição foi a de mesclarmos alguns pressupostos teóricos 
com produtos observáveis, os quais, mais do que isso, são, eles‐próprios, corpora 
híbridos  de  teoria‐criação  metaficcional.  Deixámo‐nos  confundir  e  encontrar  no 
misto intrínseco que é a criação, o pensamento dessa criação, e o pensamento nessa 
criação, num constructo labiríntico espacio‐temporal de elevado índice cognitivo‐
criativo.  

Sem a pretensão de sermos críticos literários nem especialistas em psicologia, o 
exercício ao qual nos lançámos foi o da consciente tangencialidade entre o real e a 
ficção,  instituída  pelo  produto  criativo  metaliterário.  Foi  esta  ténue  miscigenação 
que  nos  cativou  (e  cativa)  aquando  da  leitura  atenta  de  um  texto  literário,  bem 
como da contemplação de um quadro, ou da audição fruitiva de uma música; são 
momentos de cópula entre várias realidades (a primordial, do momento de criação 
e  anossa;  o  nosso  presente  e  o  nosso  passado  revivido  mnemonicamente) 
evocativas de  universos  vários,  através  de  exercícios  mnemónicos de  assimilação 
re‐criativa. 

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