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ANO III – NO 18 – fevereiro/março 2009

Rede de
prosperidade
Arranjo Produtivo de Bichos de Pelúcia de Tabatinga gera
efeitos em cadeia, estimula empresas de outros setores, cria
emprego e renda e aumenta a arrecadação municipal
Conexão 

Mulheres de Negócios: Vencedoras do prêmio relatam suas histórias


 Conexão
PALAVRA DO PRESIDENTE

Pela preservação do emprego


e da renda
N a primeira metade da década de 1990, tive a
honra de presidir o Conselho Deliberativo do
Sebrae-SP, em uma conjuntura bastante diferente
de Arranjos Produtivos Locais e incubadoras,
ajudamos a revitalizar o comércio varejista de
vários pontos do estado e levamos inovação para
da que se apresenta neste biênio 2009/2010, que milhares de pequenos produtores rurais.  Tudo
traz enormes desafios não apenas para a institui- isso de forma presencial e virtual.  O portal da
ção, mas também para o Brasil e para o mundo. entidade na internet atingiu a marca de 20 milhões
Naquela época, ao final do século 20, nosso maior de downloads.
problema era a inflação crônica, finalmente debe- Diante desse cenário, o compromisso que as-
lada pelo Plano Real. Hoje, no início do século 21, sumimos para este biênio, que coincide com o
as atenções e as energias do país estão canalizadas auge da crise financeira internacional, é manter a
para o esforço de manutenção do nível de empre- qualidade e expan-
go e renda, que, após quatro anos de consistente dir a quantidade

Luiz Prado/Luz
melhoria, dá preocupantes sinais de retrocesso, em de atendimentos
razão de estarmos vivendo a mais grave crise já en- que se estendem
frentada pelo moderno capitalismo globalizado. do artesão aos ex-
Temos certeza de que o país está pronto para portadores de alta
superar mais este desafio. Nas duas últimas dé- tecnologia. Isso sig-
cadas o Brasil mudou, e para melhor. Como um nifica desenvolver
dos agentes dessa mudança, o Sebrae-SP também novas metodolo-
evoluiu, tornando-se um fator decisivo para gias, produtos e ca-
ajudar a reduzir as assustadoras taxas de morta- nais de acesso para
lidade que no passado assombravam as micro e os atuais e futuros
pequenas empresas. empreendedores.
Como resultado da harmonia entre as entida- Significa também
Abram Szajman, Presidente do
des membros do nosso Conselho Deliberativo, da ser um agente pro- Conselho Deliberativo do Sebrae-SP,
sintonia com o Sebrae Nacional e da capilaridade positor de políticas da Fecomercio e do sistema
proporcionada por uma rede de parceiros – que públicas que aju- Sesc/Senac
inclui representantes de todos os setores produ- dem a desburocrati-
tivos, universidades, institutos de educação e zar e desobstruir os canais de financiamento, que
tecnologia, governo estadual e suas secretarias, permitam ampliar a competitividade e reduzir a
prefeituras e câmaras de vereadores dos 654 mu- distância entre os empreendimentos de pequeno
nicípios paulistas –, o Sebrae-SP expandiu suas porte e as inovações que em velocidade vertiginosa
ações de orientação e capacitação para centenas revolucionam as relações de mercado.
de milhares de MPEs. Apenas nos últimos dois Este é o compromisso que renovamos com
anos, apoiamos empresas instaladas nas dezenas os nossos clientes e parceiros: vamos trabalhar
incansavelmente pela consolidação das micro e
pequenas empresas como principais agentes de
Nas duas últimas décadas o Brasil geração de emprego e renda. É nossa contribuição
para superar o enorme desafio que desponta para
mudou, e para melhor os próximos dois anos.
Conexão 
Serviço de Apoio
às Micro e Pequenas
Empresas do Estado
de São Paulo

Conselho Deliberativo do Sebrae-SP


Federação do Comércio do Estado de São Paulo – Fecomercio
Abram Szajman – Presidente
5 Mensagem da Diretoria

Luludi/Luz
Micro e pequenas empresas
Associação Comercial de São Paulo
Alencar Burti reúnem condições para criar os
Associação Nacional de PD&E das Empresas Inovadoras – Anpei empregos de que o país precisa
Celso Antonio Barbosa
Banco Nossa Caixa S.A.
Jorge Luiz Ávila da Silva
6 Notas
Escritórios Regionais de Ourinhos e
Federação da Agricultura do Estado de São Paulo – Faesp
Fábio de Salles Meirelles – Presidente Votuporanga ganham novas sedes
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – Fiesp
Paulo Antonio Skaf
16 Todos ganham 10 Posse
Fundação Parque de Alta Tecnologia de São Carlos – Parqtec Abram Szajman, novo presidente do
Sylvio Goulart Rosa Júnior APL de Bichos de Pelúcia
Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT de Tabatinga e Câmara Conselho Deliberativo do Sebrae-SP,
João Fernando Gomes de Oliveira Setorial geram benefícios em anuncia metas para superar a crise
Secretaria de Estado de Desenvolvimento cadeia e mudam o perfil de
Alberto Goldman
desenvolvimento do município 12 Fibra feminina
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae
Luiz Otávio Gomes
Os relatos exemplares das seis
Sindicato dos Bancos do Estado de São Paulo – Sindibancos
vencedoras da etapa paulista do
Wilson Roberto Levorato Prêmio Sebrae Mulher de Negócios
Superintendência Estadual da Caixa Econômica Federal – Caixa
Augusto Bandeiras Vargas 23 Turismo
Superintendência Estadual do Banco do Brasil – BB
Valmir Pedro Rossi
Aldeia da etnia terena faz parte
Diretoria
dos circuitos turísticos criados para
Diretor-superintendente estimular a geração de renda e
Ricardo Luiz Tortorella
emprego em duas regiões paulistas
Diretores Operacionais
José Milton Dallari Soares
Paulo Eduardo Stabile de Arruda 26 Agricultura orgânica
Produtores rurais do Sudoeste
Paulista unem-se em associações
Redação para conquistar nichos de mercado
Gerente de Comunicação: Davi Machado
Editora responsável: Eliane Santos (MTb 21.146)
30 Associativismo
Ricardo Lima/Luz

Redação: Alice Castanheira, Beatriz Vieira, Cinthia de Paula,


Daniela Pita e Marcelle Carvalho Projeto de Acesso a Mercados dá
Apoio: Natalia Silva de Macedo, Silmara Neves e Valéria Capitani
Fotografia: Arnaldo J. Oliveira fôlego às indústrias do setor de
Produção alumínio de Ferraz de Vasconcelos
CDN Comunicação Corporativa
Diretor: Gerson Penha
Editor-executivo: Ricardo Marques da Silva
Apoio: Sandra Motta
32 Pesquisa
Editor de arte: Renato Yakabe Micro e pequenas empresas fazem
Editora de fotografia: Luludi uso cada vez mais intensivo dos
Reportagem: Beth Matias, Miriam Bizarro, Natália Viana,
Sandra Motta e Telma Regina Alves recursos de informática
Fotografia: Agência Luz (Andrei Bonamin, Denise Guimarães,
Epitácio Pessoa, Luludi, Luiz Prado, Marcelo Soares, Milton
Mansilha, Ricardo Lima Rubens Cardia e Vinícius Fonseca)
Produção: Raeliza Fernandes
Revisão: Felice Morabito
Periodicidade: bimestral
Impressão: Gráfica Arvato
Tiragem: 20 mil exemplares
Cartas para: Comunicação Social – Rua Vergueiro, 1.117, 8o andar,
Paraíso, São Paulo, SP, CEP 01504-001, fax (11) 3177-4685
E-mail: ascom@sebraesp.com.br Foto da capa:
 Visite
Conexãonosso portal: www.sebraesp.com.br Milton Mansilha/Luz
MENSAGEM DA DIRETORIA

Expandir na crise
E m tempos de crise econômica mundial, tem ficado cada dia mais comum nos deparar-
mos com notícias sobre numerosas e crescentes listas de trabalhadores sendo demitidos
e com um problema social, que ainda não havia sido controlado – o desemprego –, ganhando
força e ares de desesperança. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a
crise colocou um ponto final num ciclo de queda de desemprego na América Latina que
durou cinco anos consecutivos até 2008. Segundo analistas da entidade, estima-se que
essa interrupção gere 2,4 milhões de desempregados nos próximos 24 meses.
Diante desse quadro preocupante, é chegada a hora de debater propostas para reduzir
ou evitar o crescimento do desemprego. Sem sombra de dúvida, uma das alternativas mais
viáveis é o incentivo aos pequenos negócios, engrenagens fundamentais para alavancar o
crescimento econômico do país.
Somente no estado de São Paulo são mais de 1,5 milhão de micro
e pequenas empresas, e cada uma delas emprega, em média, três
Este é o momento pessoas. Com o estímulo adequado para que cada um desses esta-
belecimentos crie mais um posto de trabalho, já teríamos resolvido
de mudar a postura boa parte do problema de emprego da América Latina.
Faz-se necessário e urgente um esforço coletivo da sociedade
em relação ao para desenhar um ambiente propício ao desenvolvimento. Para

empreendedorismo gerar empregos, é preciso alinhar todas as ferramentas de políticas


públicas na mesma direção, investir no segmento, priorizar a edu-
cação, desburocratizar processos e melhorar o ambiente para que
o empresário consiga prosperar nesse mar de incertezas.
O estado de São Paulo deu um bom exemplo nessa direção. Só no primeiro semestre de
2009, o Banco do Povo Paulista anunciou a liberação de R$ 80 milhões para microcrédito
– mais do que tudo que foi aplicado em 2008 –, para fomentar os microempreendimentos
e gerar empregos. As micro e pequenas empresas deverão ser beneficiadas também com
recursos de R$ 1 bilhão de crédito disponibilizados pela Agência Estadual de Desenvol-
vimento, benefício ao qual os emprendedores devem ficar atentos para usufruir.
Outra sinalização positiva é a implantação do MEI (Micro-Empreendedor Individual),
prevista para julho deste ano, que deve permitir a formalização de boa parte dos mais de
3 milhões de informais na economia paulista.
Estamos diante de uma oportunidade única. Mais do que remediar a situação, este é
um momento de mudar a postura em relação ao empreendedorismo. São possíveis ações
que vão desde a redução da burocracia enfrentada pelos empresários, como a criação de
Salas do Empreendedor nos municípios e a implantação da Lei Geral Municipal, até a
adoção de cadeiras de empreendedorismo nas escolas e universidades, para formar uma
geração protagonista de sua história e mais bem preparada para enfrentar uma sociedade
em crise, carente de líderes.
Essa receita, embora simples, pode gerar grandes transformações. Por mais complexo que
seja o momento que vivemos, vale a pena construir um Brasil mais forte e soberano.

A Diretoria
Conexão 
Por Beatriz Vieira, com a equipe da
Assessoria de Comunicação do Sebrae-SP

Atendimento de ponta
Os Escritórios Regionais do Sebrae-SP em Ourinhos e do Sebrae-SP, gerência e demais parceiros da entidade e
Votuporanga ganharam novas sedes, no fim de 2008, já espaços destinados às práticas de cursos e palestras.
construídas de acordo com o novo conceito de atendi- Em Votuporanga, a nova sede tem 472 m2 construídos,
mento da entidade – atuação na ponta, bem próxima ao com três salas de treinamento, sala de reuniões, sala
empreendedor. As novas unidades passam a ser referência de webconferência e uma área de trabalho comum,
para todas as sedes dos Escritórios Regionais em São Paulo. separada por divisórias baixas, que permite maior inte-
“Estamos promovendo uma uniformização estadual, e gração entre os setores internos do Escritório Regional
cada vez mais queremos que o cliente se sinta bem re- – atendimento ao cliente, desenvolvimento de projetos
cebido”, afirma Paulo Arruda, diretor técnico da entidade. e administrativo-financeiro.
Estruturalmente, as novas unidades estão bem diferentes. A sede de Ourinhos foi inaugurada durante as come-
Logo na entrada, foram instalados balcões de atendi- morações dos dez anos de atuação do escritório na região.
e
mento para orientação individual e a recepção. Há salas Com 500 m2, o imóvel conta com três amplas salas para a
o
de reuniões destinadas aos trabalhos do corpo técnico capacitação de empreendedores, palestras e seminários.
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Fotos Sebrae-SP
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Milton Dallari, diretor administrativo-financeiro do Sebrae-SP (acima),e Paulo Arruda, diretor técnico: sedes refletem o novo conceito de atendimento

Incentivo à formalização Entre outras mudanças aprovadas, estão as novas


A Lei Complementar 128, sancionada pelo presidente regras do Simples Nacional, que passaram a vigorar em
Luiz Inácio Lula da Silva em 19 de dezembro de 2008, 1o de janeiro deste ano e ampliaram os segmentos que
promete mudar o dia-a-dia de milhares de empreen­ podem aderir ao sistema tributário simplificado. Foram
dedores. Foram realizados os seguintes ajustes à Lei reenquadradas em tabelas mais benéficas do ponto de
Geral da Micro e Pequena Empresa, reivindicados pelo vista tributário atividades como escritórios de serviços
segmento: entrada de novas atividades no Simples contábeis, serviços de vigilância, limpeza e conservação.
Nacional e criação de nova personalidade jurídica, o Em relação ao ICMS, a nova lei permite resolver questões
Micro-Empreendedor Individual (MEI), entre outras como a cobrança do diferencial entre alíquota interna e
alterações. A figura do MEI, que vigora a partir de 1o de interestadual, uniformização das regras da substituição
julho de 2009, deve beneficiar mais de 10 milhões de tributária em todos os estados e da retenção do ISS
empreendedores no país. Podem se inscrever como MEI pelos municípios. Além disso, a lei dá autonomia para
empreendedores como vendedores ambulantes, costu- estados e municípios concederem incentivos tributá-
reiras, sapateiros e artesãos com receita bruta anual de rios às micro e pequenas empresas sem depender do
até R$ 36 mil e que optarem pelo Simples Nacional. Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).

 Conexão
Novas parcerias no Vale do Ribeira
Deixar para trás a imagem de região mais pobre do
estado de São Paulo: essa é a proposta de desenvolvi-
mento territorial apresentada pelo Sebrae-SP em 17 de
dezembro a prefeitos eleitos, vereadores, presidentes e
representantes das associações de produtores, sindica-
tos rurais, associações comerciais, entidades públicas e
de pesquisa e produtores dos 15 municípios da região
do Vale do Ribeira durante o I Encontro de Fortaleci-
mento de Parcerias.
O evento, promovido pela entidade com apoio do
Rotary Club de Registro, reuniu cerca de 100 pessoas.
Foram anunciados os planos da entidade para o Vale
do Ribeira em 2009, entre os quais o fortalecimento das
cadeias produtivas do agronegócio, em especial o apoio
à pesca de captura e à cultura do palmito; a elaboração
de projeto de desenvolvimento do turismo regional e
do artesanato; e ações estruturantes nos segmentos
do comércio e da indústria.

Turismo mais forte


Seminários reúnem para Prefeitos Eleitos, organiza-
Autoridades de Espírito Santo do Pinhal e
prefeitos eleitos do pelo Sebrae-SP em Presi-
Caconde, juntamente com o Escritório Re-
Para discutir a importância da dente Prudente (dias 10 e 11
gional do Sebrae-SP em São João da Boa
micro e pequena empresa na de novembro) e Cabreúva (20
Vista, assinaram, no dia 9 de dezembro, um
economia dos municípios e a e 21 de dezembro).
acordo para incrementar as ações para o
necessidade de elaborar pro- Os seminários, com duração
Programa de Desenvolvimento do Turismo,
gramas para facilitar a abertura de dois dias, buscam promover
Cultura e Artesanato (PDTCA) do Sebrae-SP.
de negócios, duas turmas de 30 a atualização conceitual e prá-
O acordo envolveu importantes parceiros do
prefeitos eleitos das regiões de tica em políticas públicas mu-
Sebrae-SP na região, como prefeituras, asso-
Presidente Prudente e Soroca- nicipais de apoio aos peque-
ciações comerciais, empresários e lideranças
ba participaram dos Seminários nos negócios, fortalecimento
comunitárias que formam o Comitê Gestor.
de Políticas Públicas Municipais da rede de prefeitos empreen-
A intenção é unir esses segmentos e alavancar
dedores e integração
as iniciativas nas áreas de cultura, turismo e
com as equipes do
artesanato.
Sebrae-SP.
Espírito Santo do Pinhal tem um grande
Ainda neste primei-
e conhecido potencial histórico e cultural,
ro semestre deverão
no recebimento de turistas para a prática de
ser realizados outros
esportes de aventura e no meio rural, como
três eventos seme-
as fazendas antigas de produção de café. Uma
lhantes em Taubaté,
estância climática por sua temperatura ame-
na região central do
na, Caconde conta com um cenário de beleza
estado e na capital, em
natural ainda não muito explorado e promete
Ricardo Tortorella (à dir.), superintendente do Sebrae-SP datas a definir. ser um novo paraíso do ecoturismo.
Conexão 
Conexão
Itapira abriga a 78a incubadora
Uma parceria entre a prefeitura de São João da Boa
Vista e o Sebrae-SP viabilizou a implantação da 78a
incubadora de empresas do estado, inaugurada em
23 de dezembro. Com mais de 1 mil m2 de área, a
incubadora já abriga oito empresas dos segmentos
de confecção, retífica, informática, serviço de viagem
e injeção de plástico e paletes e cinco associados
dos setores de metalurgia, confecção, agroindústria
e produção de telhas e tijolos modulares.
Ricardo Tortorella, superintendente do Sebrae-SP; Eduardo Fukuyama,
Ana Maria Coelho, gerente da entidade no Alto Tietê, e os diretores O prefeito Antonio Hélio Nicolai disse estar rea­
Milton Dallari e Paulo Arruda, na cerimônia de premiação lizando um sonho da cidade planejado há anos.
“Entendo que a incubadora de Itapira irá transformar
Relato premiado boas ideias em produtos. Os futuros empresários te-
rão, agora, toda a estrutura oferecida pela prefeitura
O relato Arô, buona sera!, que conta o caso de sucesso e pelo Sebrae-SP, a fim de consolidar suas atividades
do dekassegui Roger Kayasima, proprietário da rotis- no galpão e, mais tarde, ganhar o mercado de forma
seria Iris Massas, em Mogi das Cruzes, deu a Eduardo qualificada e totalmente estruturada”, afirmou.
Koji Fukuyama, analista do Sebrae-SP no Alto Tietê, a
segunda colocação no Prêmio Academia de Casos de
Sucesso Sebrae, o que lhe proporcionou a ocupação
da cadeira vitalícia número 8 da Academia do Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. A
entidade edita anualmente uma coletânea de casos
de sucesso, observados e relatados por colaborado-
res do Sistema. No dia 16 de dezembro aconteceu,
em Brasília, o lançamento da coleção Histórias de
Sucesso Sebrae 2008, composta de 27 livros e 55
casos de sucesso.
“Quando retornei do Japão, pouco antes de in-
gressar no Sebrae-SP, prometi para mim mesmo que
um dia ajudaria de alguma forma os meus amigos
dekasseguis, que carecem de orientações em todos
os sentidos, principalmente de ordem financeira” ,
explicou Koji. O prefeito Antonio Nicolai e o diretor administrativo-financeiro do
Sebrae-SP, Milton Dallari, descerram a placa de inauguração da incubadora

Café certificado comerciais que refletem preocupação com bem-estar


Um grupo de 27 produtores de café da Associação social, econômico e ambiental dos pequenos produtores.
Giocondo Bassetto, que conta com 61 associados, Desde 2007, os participantes do Projeto de Agronegócios
conquistou a certificação Fair Trade (Comércio Justo), da Cadeia do Café, denominado “Do campo a xícara”,
por meio da parceria com Sebrae-SP em Botucatu, que aderiram às regras e requisitos de padrão internacional
proporcionou subsídios em tecnologia e disponibilizou que permeiam a relação entre comprador e fornecedor,
recursos orçamentários, financeiros e orientações técni- na gestão da cadeia produtiva e comercial, referentes a
cas e metodológicas. Fair Trade é um conjunto de práticas meio ambiente, normas trabalhistas e legislação.
 Conexão
Artefatos de Pequenas na 36a Couromoda
cimento
O Sebrae-SP, em parce-
ria com a Associação
Brasileira de Cimento
Portland (ABCP), realizou
nos dias 9 e 10 de de-
zembro, em Campinas e
Jundiaí, o 1o Encontro da
Indústria de Artefatos de
Cimento da Região Su- O Sebrae-SP apoiou a participação de seram seus produtos em três estandes.
deste Paulista. O objetivo um grupo de 53 empresários de Franca O grupo mostrou-se satisfeito com os
foi reunir donos de micro e Birigui na 36a edição da Couromoda resultados. “Fechamos negócios com
e pequenas empresas – Feira Internacional de Calçados, Ar- lojistas do Brasil e do exterior”, afirma Tâ-
para participar de um tigos Esportivos e Artefatos de Couro, nia Cristina Alves Silva, 41, proprietária da
programa a ser implan- realizada entre 12 e 15 de janeiro no Pathway, de Franca. Segundo Cássio Mu-
tado na região destinado Anhembi, na capital. Maior evento do rilo Betine, coordenador da Incubadora
exclusivamente ao setor. setor da América Latina, a feira abriu a de Birigui, o resultado foi além da expec-
O Programa de Desen- temporada de negócios no setor e atraiu tativa: “No balanço das seis empresas,
volvimento Empresarial a atenção de lojistas e distribuidores de comercializamos 35 mil pares”. Em 2008,
para Empresas de Arte- todo o Brasil, além de importadores de o investimento no evento gerou bom
fatos de Cimento tem mais de 70 países. As empresas apoia- retorno. Para cada R$ 1 investido, houve
como meta transmitir das pelo Sebrae-SP – 32 de Franca, 15 retorno financeiro médio de R$ 9,08 por
aos fabricantes o co- integrantes do Arranjo Produtivo Local empresa de Franca e de R$ 6,38 para as
nhecimento nas áreas e seis da Incubadora de Birigui – expu- de Birigui, durante a feira.
gerencial e técnica das
duas entidades, trazendo
para as empresas um Conteúdo para e informação a esse
conjunto de ações estru- lan houses público formado, na
turadas que leve ao au- Durante a segunda edi- maioria das vezes, por
mento de produtividade, ção brasileira do Cam- quem está se defi-
lucratividade, competi- pus Party, foi lançado o nindo na questão do
tividade e qualidade de projeto Conexão Cultura, trabalho”, disse Paulo
seus produtos. Além de da Fundação Padre An- Arruda, diretor técnico
cursos de gestão empre- chieta, em parceria com do Sebrae-SP. A etapa
sarial, que vão oferecer o Sebrae-SP e outras inicial prevê a partici-
ferramentas para dimi- instituições. O objetivo pação de mil lan houses da Digital, há, no Brasil, 90 mil
nuição do desperdício é oferecer conteúdo de Grande São Paulo. lan houses, a maioria na
e aumento dos lucros, o qualidade aos usuários Os conteúdos foram informalidade. O Sebrae
programa prevê acom- de lan houses de todo o formatados a partir do participou do Campus
panhamento individual Brasil, por meio de uma mapeamento do perfil dos Party com sete ativida-
em que especialistas vão barra de ferramentas frequentadores. Segundo des nas áreas de inclusão
detectar eventuais falhas instalada nos micros. dados da Associação Brasi- digital e na orientação a
em cada processo. “Vamos levar formação leira de Centros de Inclusão novos empresários.

Conexão  Conexão 
Conexão
nova diretoria

Poder de reação
Abram Szajman Abram Szajman, novo presidente
assume a presidência do Conselho Deliberativo:
do Conselho “As micro e pequenas empresas
são criativas e ágeis”
Deliberativo do
Sebrae-SP convicto
de que as micro e
pequenas empresas
têm capacidade para
superar a crise

E ntre as metas do Sebrae-SP


para os próximos dois anos,
segundo o novo presidente do
Conselho Deliberativo, Abram
Szajman, estão a busca de me-
didas que permitam às micro e
pequenas empresas desfrutar de
justiça fiscal e ter mais acesso ao
Luiz Prado/Luz

crédito. “Vamos procurar aten-


der ao segmento da maneira mais
eficiente possível, adaptados a
situações que o mundo moderno

Balanço e metas
exige em relação a tecnologia,
gerenciamento e financiamento
e em todas as áreas necessárias
para que as empresas tenham Fortalecer e integrar as cadeias produtivas (APLs) e 79 incubadoras, estas últimas
uma vida mais longa e mais fácil. em todos os segmentos, contribuir para envolvendo 1.356 empreendimentos, que
Faremos pressão sobre a área a redução da mortalidade das micro e proporcionam cerca de 7 mil empregos
governamental, para mostrar que pequenas empresas, apoiar os pequenos diretos. O portal da entidade na internet
é a partir do crescimento dos empreendimentos e ajudar a promover fez a diferença na área de comunicação:
pequenos negócios que chega- o desenvolvimento socioeconômico no informações e ações de orientação em-
remos aos grandes empresários estado de São Paulo: estas foram metas presarial foram disponibilizadas de forma
do futuro”, destacou. importantes do Sebrae-SP no biênio 2007- acessível ao público, com registro de mais
Szajman assumiu a presidên- 2008, com sensíveis e objetivos avanços. de 20 milhões de downloads no período.
cia do Conselho Deliberativo Nesses dois anos, foram registrados No âmbito do Sistema Agroindustrial
em 13 de janeiro, para um man- mais de 300 mil atendimentos, cerca de Integrado (SAI), principal ferramenta de
dato que compreende o biênio 240 mil empreendedores capacitados atuação do Sebrae-SP na cadeia de agro-
2009/2010. A cerimônia também em gestão e ações de apoio a empre- negócios, a metodologia foi atualizada em
deu posse à diretoria composta sas de 23 Arranjos Produtivos Locais 2008, para dar prioridade ao atendimento
pelo diretor-superintendente
10 Conexão
Ricardo Tortorella, o diretor ad-
ministrativo-financeiro Milton
Dallari e o diretor técnico Paulo
Arruda, todos reeleitos.
Szajman sucedeu a Fábio de
Salles Meirelles, que preside o
Sistema Faesp-Senar-AR/SP.
Eleito por unanimidade, em
12 de dezembro, Szajman, que
também preside a Federação
do Comércio do Estado de São
Paulo (Fecomercio), retorna ao
Sebrae-SP depois de 14 anos,
em sua terceira passagem como
Reunião realizada em 13 de janeiro, na sede do Sebrae-SP,

Luludi/Luz
dirigente da entidade – foi pre- empossou os dirigente da entidade para o biênio 2009-2010
sidente do Conselho nos biênios
1992-1993 e 1994-1995. Paulis-
tano, presidente do Conselho de para o segmento: “Acho que a pequenas empresas são criativas
Administração do Grupo VR, do crise financeira internacional e ágeis e conseguirão sobre-
Centro do Comércio do Estado significa, sobretudo, redução de pujar as dificuldades”, previu.
de São Paulo e dos Conselhos crédito e atinge principalmente
Regionais do Sesc e do Senac, as grandes empresas. Mas trata- Avanços significativos – Fábio
Szajman ocupa ainda a 1ª vice- se de um momento passageiro. Meirelles também acredita que
presidência da Confederação Acredito que já no segundo não há por que temer um cenário
Nacional do Comércio e transmi- semestre deste ano teremos adverso na economia: “Nós, do
tiu uma mensagem de otimismo uma normalização. As micro e Sebrae-SP, estamos preparados
para continuar avançando de for-
ma sólida, combatendo sempre a
coletivo e à evolução das competências de à capacitação de empresários do setor, mortalidade das empresas”, afir-
grupos. Destacaram-se ações na cadeia do desenvolvimento de produtos, sensibili- mou. Meirelles destacou como
leite, nas incubadoras de agronegócios e zação e envolvimento das comunidades. uma das grandes conquistas da
em fruticultura, apicultura, ovinocultura e Também são desafios para 2009-2010, entidade, ao longo dos últimos
produção de cachaça, entre outros projetos. segundo Szajman, ampliar a competitivi- anos, justamente a queda da
O biênio 2007/2008 foi marcado ainda pelo dade das empresas, conhecer a fundo o mortalidade no segmento. “Não
incentivo à aprovação e à adaptação da Lei tamanho da crise e definir como o Brasil e tivemos nenhum problema grave
Geral das Micro e Pequenas Empresas, por o estado de São Paulo podem se preparar no biênio 2007-2008, apenas as
meio da promoção de 29 debates em 127 para absorvê-la, ampliar os investimentos dificuldades naturais de uma en-
municípios, fomento à educação e à cultura voltados ao desenvolvimento de novas tidade que quer avançar. Houve
empreendedora, incentivo à inovação e metodologias, produtos e canais de acesso um esforço conjunto, amparado
registro de pelo menos 50 empresas bene- aos empreendedores e investir na moder- pelo Conselho Deliberativo, e
ficiadas com recursos e financiamento para nização da entidade e no aperfeiçoamento esse foi o ponto alto que nos
desenvolver e implantar novas tecnologias. dos colaboradores, com projetos dedica- levou aos melhores resultados”,
Trinta e três projetos foram desenvolvidos dos à desburocratização e à aproximação acrescentou o ex-presidente.
no período pela Área de Negócios em entre os pequenos empreendimentos e às
Turismo, Cultura e Artesanato, visando inovações que ocorrem no mundo. Por Sandra Motta
Colaborou: Eliane Santos

Conexão 11
mulher de negócios

Jeito feminino
de empreender
Vencedoras da etapa paulista do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios
mostram que vale a pena perseverar e acreditar nos sonhos

O universo empresarial e as organizações


do terceiro setor têm pontos comuns,
especialmente em períodos de conjuntura eco-
da edição paulista do Prêmio Sebrae Mulher
de Negócios 2008.
O prêmio tem o objetivo de reforçar o papel
nômica negativa: sempre é preciso muito jogo de destaque da mulher no empreendedorismo
de cintura, perseverança, instinto e espírito em- nacional e inspirar o surgimento de novos ne-
preendedor para dar a volta por cima e superar gócios. Na etapa paulista, inscreveram-se 274
tantos desafios. Munidas dessas características empreendedoras de todos os cantos do estado. 
e estimuladas por coragem e determinação, Destas, 15 foram selecionadas para disputar os
seis mulheres de fibra – Simone, Lenita, Cin- primeiros lugares. Nos relatos que se seguem
tia, Leandra, Giovana e Deli – transformaram ficam claros os motivos pelos quais essas seis
dificuldades em oportunidades, ajudaram a empreendedoras se destacaram. Suas histórias
construir empresas e entidades sólidas, geraram podem ser o estímulo necessário para despertar
empregos e criaram importantes vínculos com a coragem de muita gente, para que arregacem
a sociedade. Com justiça, foram as vencedoras as mangas para o futuro.

Pedras no caminho
“Tenho em mim to- como recepcionista de um hospital de


dos os sonhos do Martinópolis e divulgadora de produtos na
mundo”, disse praça da República, na capital. Logo que
lugar Fernando Pessoa. chegou a São Paulo, o marido foi fazer um
Quem conhece a curso no Canadá. Sozinha, aprendeu a se
trajetória de Simone virar. “Morei na casa de amigos, dormindo
Cristina Costa e Souza, em um colchonete. Peguei muitas vezes o
primeiro lugar no Prêmio Mulher de metrô errado. Saía às 5 horas da manhã
Negócios 2008, categoria Empresa, sabe de São Bernardo do Campo para vender
que ela incorpora em sua vida o verso cursos no centro.” Foi assim, segundo
do poeta português. Filha de um agri- Simone, que aprendeu a negociar.
cultor e de uma dona-de-casa, Simone Terminada a faculdade em Guarulhos,
nasceu no distrito de Teçaindá, a 18 km decidiu lecionar. Deu aulas de português
de Martinópolis, Oeste Paulista. Estudou e depois foi convidada a ensinar inglês.
em escola pública e, com dificuldade, Chegava aí o primeiro grande obstáculo:
cursou a faculdade de Letras. Trabalhou Simone não tinha fluência na língua, mas

12 Conexão
Paixão pelo cooperativismo
“Em vez de correr “Aprendi a costurar e bordar com minha

1º por si só, vamos


correr juntos.”
lugar Foi por acreditar
mãe. Quando me aposentei fiz vários cur-
sos de reciclagem, como pintura em tecido,
macramê, craquelê, découpage, patchwork.
nessa ideia que Os primeiros trabalhos começaram a ser
Lenita Rodrigues vendidos para conhecidos.A primeira
ajudou a criar, há três anos, a tentativa de formar uma cooperativa se
Cooperativa de Produção de Artesãos e frustrou. Três meses depois, as pessoas já Lenita orgulha-se de dizer que a
Artistas Plásticos de Campinas (Cooper haviam desistido: “Começamos novamente cooperativa mudou a vida de algumas
Art Camp). Apaixonou-se pelo coopera- com quatro pessoas. Depois convidamos pessoas: “Tem gente aqui que não
tivismo e virou especialista. Vencedora mais 20”. Em 2005, nascia a Cooper Art conseguia um salário mínimo por mês
do Prêmio na categoria Grupo de Pro- Camp, que atualmente possui 32 asso- e hoje tira até R$ 1.000”. Ela também
dução Formal, Lenita trabalhou duro ciados e um espaço de comercialização. tem uma preocupação especial com a
para juntar pessoas interessadas em Lenita começou como coordenadora e formação das pessoas: “Fazemos parce-
cooperativismo, depois de militar por tornou-se presidente. “Temos uma linda rias com universidades, principalmente
43 anos no magistério em Brasília e loja com nove ambientes bem decorados, nas áreas de educação e psicologia, e
em Campinas. Em 2003, aposentou-se. em um casarão ao lado do Centro de os artesãos participam de palestras do
“Foi uma fase maravilhosa da minha Convivência de Campinas, que abriga um Sebrae-SP”. A ex-professora diz que
vida. Não vi o tempo passar.” Com a centro de arte e cultura. Não há funcioná- seu maior sonho é que o valor social
aposentadoria, Lenita conseguiu tempo rios. Trabalhamos de segunda a domingo do cooperativismo seja reconhecido:
para exercer uma atividade que apren- e os artesãos se revezam para atender os “Nosso trabalho precisa ser valorizado
deu desde criança: o artesanato. clientes, vendendo mais de 3 mil itens.” e ter apoio governamental”.

decidiu encarar o desafio. Estudava à noite “Minha família me chamou de louca.


em casa para poder ensinar de dia. Pro- Os parentes desaparecerem com medo de
curou um curso de inglês, mas logo ficou um pedido de empréstimo.” A empresária
grávida e desistiu. Com as aulas, comprou voltou para a casa dos pais, com marido
apartamento e carro, tudo financiado. Mas e dois filhos. “Abri a escola em novem-
o marido foi demitido da empresa em que bro de 2001 e fui atrás dos alunos.” Em
trabalhava, logo após o nascimento do março de 2002, abriu a escola, com
segundo filho. “O que eu ganhava não 319 matrículas, e hoje tem 700 alunos.
dava para pagar as prestações. Bateu o Segundo Simone, sua escola tem como
desespero.” Conversando com um fran- diferenciais transparência no atendimento
queado da rede de escolas de inglês CNA, e a visão de futuro. “Quero sempre estar um
Simone se interessou: “Iniciei os contatos passo à frente da concorrência. Lançamos
com a franqueadora. Havia possibilidade um transporte para quem não tem tempo
de montar uma unidade em Presidente de levar os filhos para a aula, e a concor-
Prudente. Fiquei três meses estudando e rência já copiou”, diverte-se. Simone deu
amadurecendo a ideia. O valor inicial para bolsas de estudos a alunos carentes:“As
abrir a franquia veio da venda do aparta- pessoas precisam acreditar. De cada
mento e do refinanciamento do carro. experiência eu tiro algo proveitoso”.

Conexão 13
mulher de negócios

Pioneira em fotos digitais No meio do percurso, com a chegada


do processo digital, precisou reaprender
Na lente de uma câ- a fotografar. Especializou-se em São

2º mera, Cintia Du-


arte, segundo lu-
lugar gar no Prêmio Mu-
Paulo e levou para Lençóis o mundo
digital e os produtos personalizados. O
negócio cresceu, e as exigências tam-
lher de Negócios, bém. Chegou à conclusão de que faltava
categoria Empresa, fez uma boa loja de fotografias na cidade.
sua trajetória empreendedora. Com orientação do Sebrae-SP, encon-
Mas o começo foi difícil. Abandonou uma trou um ponto e conseguiu financiamen-
carreira promissora em uma farmácia to do Banco do Povo para abrir a Cintia
em Lençóis Paulista para se dedicar Fotografias, em 2005. “Paguei feliz da
integralmente à fotografia. O marido deu vida cada prestação.” Hoje emprega
apoio relativo: “Ele me perguntou se eu oito funcionários e vários autônomos.
conseguiria ter o mesmo rendimento da Contabiliza uma média de seis eventos
farmácia. Garanti que iria ganhar mais”. por mês, mas faz questão ainda de
Cintia montou um estúdio improvisado atender todos os noivos pessoalmente.
em uma casa na periferia de Lençóis. “Sei que hoje o meu grande diferencial é
Dedicou-se a pesquisar novos produtos a qualidade, tanto no atendimento como
e fornecedores e atraiu clientes. no produto oferecido”, afirma.

Ajuda que veio do lixo


Leandra Barboza ria mudar”. Na Acamart, começou como

2º Vila Boas traba-


lha desde os 13
lugar anos. Foi domés-
separadora, na esteira de reciclagem. Aos
poucos foi se destacando como líder, até
chegar à presidência. Hoje, os 13 coope-
tica, tem apenas a rados reciclam mensalmente 25 toneladas
6 série, mas atual-
a
de material, vendido a uma empresa de
mente preside a Associação Presidente Prudente.
de Catadores de Materiais Recicláveis “Agora eu tenho segurança. Nunca fui
de Martinópolis (Acamart). O trabalho registrada nem pagava INSS. Agora conse-
de Leandra foi reconhecido pelo júri do gui comprar um carro. A associação é tudo
Sebrae, que concedeu a ela o segundo na vida de quem trabalha aqui.” Leandra se
lugar no Prêmio Mulher de Negócios, esforça para que a Acamart cresça e mais
categoria Grupo de Produção Formal. pessoas possam ser incluídas. “Agora eu
A oportunidade de trabalhar como não preciso mais ser ajudada, e sim aju-
cooperada mudou a vida de Leandra. dar.” Como mulher e cidadã, ela diz estar
Pobre e sem condições de dar à filha realizada: “Meu marido me admira, e sei
de 9 anos o que ela precisava, Leandra que o nosso trabalho está contribuindo
se deprimia: “Tudo o que eu tinha era para as próximas gerações. Sem recicla-
doado, roupas, móveis, tudo. Eu que- gem, não haverá futuro para o planeta”.

14 Conexão
Uma forasteira em Brotas
Giovana Guedes Uma inovação diferenciou a agência:


Barbieri, terceiro os passeios com os turistas eram foto-
lugar no Prêmio, grafados: “Ninguém na cidade havia tido
lugar na categoria Em- essa ideia”. A empresa não parou mais de
presa, tinha 21 inovar, oferecendo pacotes para deficientes
anos quando largou e pessoas da terceira idade. A mãe e a
a faculdade para entrar em irmã deixaram o negócio um ano depois,
uma empreitada ousada: com a mãe e e Giovana se viu sozinha. Trabalhando de
dois irmãos, mudou-se de São Paulo segunda a segunda, dez horas por dia,
para Brotas e ajudou a família a montar ficou à beira de um estresse. Brigou e
uma agência de turismo de aventura. O perdeu bons funcionários, mas contornou
primeiro desafio: vencer a concorrên- a situação e montou uma das melhores
cia. Ela conta que foi uma das últimas equipes de Brotas. São 15 funcionários
agências a se estabelecer em Brotas: “Os registrados e mais 100 autônomos.
concorrentes diziam que logo viraríamos A Ecoação cresceu muito, e hoje possui
um restaurante. Éramos os forasteiros”. dois ônibus e dois microônibus. Atende
Em três meses, a Ecoação já era respei- por mês mais de 2 mil turistas de todo o
tada pela própria concorrência. Brasil e alguns estrangeiros.

Mulheres protegidas que nunca foi ao centro”. Introduziu o


programa de qualidade e a visão em-
O bairro de America- presarial do negócio, e o núcleo atraiu
nópolis é um dos
3º mais violentos da
lugar capital paulista.
a atenção de designers e arquitetos.
Participam da Aldeia 228 mulheres. Os
trabalhos, a maioria em tecidos, são
Mas isso nunca feitos a partir de resíduos e são vendidos
intimidou a histo- em várias lojas de São Paulo.
riadora Deli Espíndola, Deli já fez muita coisa. Foi responsá-
terceira colocada no Prêmio, na catego- vel pelo primeiro escritório da Brastemp
ria Grupo de Produção Formal, quando em Porto Alegre. Depois, montou uma
começou a trabalhar em 2000 na ONG indústria de assoalho. Trabalhou com
Aldeia do Futuro. Deli é coordenadora assentados, quilombolas, presas do
da Aldeia de Mulheres, responsável Carandiru. No núcleo também enfrenta
pela programação de atividades de desafios. “São mulheres em situação de
fortalecimento das mulheres da comu- risco altíssimo. Mas o meu combustível
nidade. Grande parte das mudanças foi é vê-las produzir e receber o pagamento
introduzida por ela, como as aulas de que faz toda a diferença na vida delas.”
criatividade. Outra ideia foram as saídas
culturais para conhecer a cidade: “Aqui Por Beth Matias
se vive num mundo à parte. Tem gente Colaborou: Cinthia de Paula

Conexão 15
CAPA
APL

Um arranjo que
Produção de bichos de pelúcia e de
enxovais para crianças aquece a economia M oradores, poder público
e empreendedores de Ta­
batinga, a 340 quilômetros da
de Tabatinga e, em quatro anos, triplica a capital paulista, com cerca de
arrecadação municipal 15 mil habitantes, têm se preo­
cupado menos com a crise do

Fotos Milton Mansilha/Luz


que com planos de expansão de
renda e dos negócios. O otimis­
mo se justifica. Foi justamente
enfrentando uma situação difí­
cil, quando, na década de 90,
o cultivo de laranja – principal
atividade econômica do muni­
cípio – entrava em declínio, que
a cidade descobriu uma nova
vocação: a produção de bichos
de pelúcia, aliada à confecção de
kits e enxovais para crianças.
Essa atividade, que segundo
estimativas da prefeitura respon­
de por cerca de 20% da arreca­
dação de ICMS e poderá dobrar a
participação até 2010, tomou cor­
po com a criação de um Arranjo
Produtivo Local (APL) e da Câma­
ra Setorial dos fabricantes, com o
apoio da prefeitura, da Associação
Comercial, Industrial e Agropecuá­
ria de Tabatinga e do Sebrae-SP.
Reunidas num grupo formado
hoje por 23 empresas, essas
fábricas criaram perto de 600
empregos diretos e mais de 2
mil indiretos, trazendo efeitos
positivos para a economia local.
Mais de 40 empreendimentos es­
tão envolvidos hoje na produção
de bichos de pelúcia, de confec­
ções a prestadores de serviços e
produtores de matéria-prima.
16 Conexão
faz a diferença não apenas na melhoria das
Orçamento de Tabatinga saltou empresas, com transbordamento
para a economia do município,
de R$ 8 milhões, em 2005, para mas também na organização efe­
tiva dos empresários em torno de
cerca de R$ 22 milhões, em 2008 uma vocação econômica nova”.
O gerente acrescenta: “Esse
Arrecadação cresce – “De 2005 culadas de ao processo tiveram Arranjo Produtivo é um exemplo
para cá a arrecadação do mu­ crescimento médio, em fatura­ para outros pequenos municí­
nicípio cresceu em torno de mento, de pelo menos 20% ao pios que sobrevivem da agri­
300%, puxada pelos setores de ano. Em postos de trabalho, ele cultura, especialmente quando
bichos de pelúcia e confecção de estima um incremento pautada na monocul­
enxovais. Muitas empresas que médio de 25% ao ano, tura. Fica claro que é
começaram em casa, no fundo considerando apenas possível encontrar ati­
do quintal, estão se formalizando os empregos formais: vidades que permitam
rapidamente e, melhor que isso, “Tabatinga é um caso a criação de empregos
se profissionalizando e ganhan­ raro. Um município mais qualificados, que
do competitividade, com a ajuda com perto de 15 mil
do Sebrae-SP”, afirma José Luiz habitantes em que, em Fábio Bonassi, do Sebrae-SP:
Quarteiro, prefeito reeleito de poucos anos, se tem um empresas tiveram crescimento
Tabatinga. “Nosso orçamento, processo que culmina médio de 20% ao ano
que é modesto, saltou de R$ 8 mi­
lhões em 2005 para perto de R$
22 milhões em 2008, elevando
a referência de renda média per
capita de R$ 571 para R$ 1.571.
A prefeitura tem mais recursos
para investir e melhora o poder
de consumo das famílias, o que
aquece o comércio e a prestação
de serviços”, diz Quarteiro.
Para as empresas, o APL e a
Câmara Setorial significaram
mais faturamento e acesso a
mercados. Segundo o gerente
do Escritório Regional Centro
Paulista do Sebrae-SP, Fábio
Bonassi, considerando um perí­
odo de seis anos de parceria no A partir da esquerda, Antônio Donisete, presidente da Câmara Setorial; o prefeito José Luiz Quarteiro
segmento, as 23 empresas vin­ e Peterson Barleta, presidente da Associação Comercial: parceria afinada, com o apoio do Sebrae-SP
Conexão 17
CAPA
aPL

agregam valor à vida das pessoas


e à economia local”.
Peterson Barleta, presidente
As 23 empresas do APL respondem por 600
da Associação Comercial, estima
que nos últimos três anos houve
empregos diretos e mais de 2 mil indiretos
um incremento de 40% na aber­
tura formal de novas empresas Infantis de Tabatinga (Casepi), de 29 de abril a 3 de maio”, res­
comerciais e de serviços. Ao explica que o foco do segmento salta Donisete.
mesmo tempo, a maior oferta continua sendo a expansão no Cuidar do marketing e da
de empregos no comércio e na mercado interno, embora algu­ própria imagem do município é
indústria ajudou a ampliar as mas fábricas já tenham tentado uma lição que os fabricantes e a
compras a crédito, com redução exportar. Cerca de 60% das administração local aprenderam
de pelo menos 30% na inadim­ vendas das empresas do APL são rapidamente. A prefeitura en­
plência. “Antes da formação para o mercado paulista, e cres­ viou para a Secretaria Estadual
do APL e da Câmara Setorial, cem os pedidos de estados como de Desenvolvimento um proje­
o comércio de Tabatinga era Santa Catarina, Minas Gerais e to da Câmara reivindicando a
mais fraco e havia oferta menor Rio Grande do Sul. “Estamos instalação, ainda neste ano, de
de serviços. Nos últimos anos, buscando novos mercados, e a um totem na forma de urso de
foram abertas três academias e união das empresas nos dá com­ pelúcia na entrada da cidade.
duas funerárias e houve grandes petitividade, qualidade e preços. “Queremos ser conhecidos como
avanços em estabelecimentos Também ganhamos visibilidade, capital nacional não apenas dos
como farmácias, lojas e na área de o que atrai gente de fora para bichos de pelúcia, mas de toda
alimentação”, diz Barleta. comprar diretamente nas lojas da uma linha de produtos infantis”,
Antônio Donisete, presidente cidade e na Feira Tabatinga Baby afirma Donisete.
da Câmara Setorial de Produtos Show, que terá a sétima edição  
Empresas em expansão – O
que não falta em Tabatinga são
histórias de autêntico espírito
empreendedor. Com apenas 27
anos de idade, a empresária Da­
nila Barros de Abreu, nascida e
criada em Tabatinga, comanda
hoje sua própria fábrica de bi­
chos de pelúcia, a Mury Baby,
que emprega 33 pessoas com
carteira assinada e gera mais de
uma dúzia de empregos indi­
retos. Assim como muitas mu­
lheres da região – mais de 80%
da mão-de-obra empregada nas
confecções de Tabatinga é do
sexo feminino –, ela começou em
casa, incentivada pela mãe, que
fazia lembrancinhas para bebês e
Arivaldo Coelho, da Sonho Encantado; Danila Barros de Abreu, da Mury Baby, e Cleusa de Lima, da vendia nas lojas de Ibitinga. “Co­
WU Bichos de Pelúcia: empresários uniram-se em torno de objetivos comuns e comemoram resultados mecei criando alguns modelos
18 Conexão
de almofadas e bichinhos e fui
conquistando clientes em Ibitin­
ga, em 2003. Eu criava o desenho
da peça, cortava e levava para
costurar fora. Logo tive de alugar
espaço para dar conta das enco­
mendas, e já em 2004 formalizei
a empresa. Hoje nós temos perto
de 80 modelos e produzimos em
torno de 10 mil peças por mês.
Dessa produção, cerca de 70%
vai para lojistas e o restante
para atacadistas e o consumi­
dor final”, conta Danila, que no
ano passado conseguiu ampliar
suas vendas em torno de 50%. Máquinas informatizadas da empresa Bem Bordado: financiamento muito bem aproveitado
Ela conta que participa do APL e
da Casepi desde que iniciou suas que não acharia sozinha. Tive nossas marcas. Minha empresa
atividades: “Fiz vários cursos orientação que facilitou a certi­ vai bem e acho que podemos
do Sebrae-SP que foram funda­ ficação de qualidade do Inmetro continuar crescendo”.
mentais, como Fluxo de Caixa e ganhei agilidade para comprar Na outra ponta da história,
e Qualidade Total. Além de ter matérias-primas e negociar com a paraibana Lúsia Inácio Silva
apoio de consultorias na fábrica, fornecedores. E nós todos tam­ também está otimista. Contrata­
também encontrei na união com bém conseguimos divulgar e da pela WU Bichos de Pelúcia,
as outras empresas caminhos expor com muito mais força as onde desenha modelos e ajuda
no corte das peças, ela diz que
está nessa atividade desde os
17 anos e que não falta oferta de
trabalho. Nascida numa família
de 12 irmãos, Lúsia explica que
trabalharam na roça de café.
“Agora todas as seis mulheres
estão trabalhando como costu­
reiras, assim como várias das mi­
nhas cunhadas. Nem todas têm
carteira assinada, como eu. Mas
não falta trabalho que garanta
renda em torno de R$ 600 – sem
ter de deixar a casa ou a criação
dos filhos”, relata.
Cleusa do Valle de Lima, sócia
da WU, conta que a fábrica, aber­
ta em 1996, tem hoje mais de 200
produtos, emprega 31 funcio­
nários diretos e utiliza serviços
Élida e Claudete, sócias da Anjos Baby: solução para a falta de pessoal qualificado e planos arrojados de pelo menos 20 terceirizados.
Conexão 19
CAPA
aPL

Um caso exemplar
gou ao grupo de empresas um
fabricante de móveis infantis.
Em 2007, lembra o gerente
O esforço de reunir empreendedores em O Sebrae-SP já atuava na do Escritório Regional Cen-
torno de uma iniciativa comum não é fácil, região do Centro Paulista e tro Paulista do Sebrae-SP,
mas os resultados compensam. Quem afir- estimulou a qualificação dos Fábio Bonassi, foi assinado
ma é o presidente da Casepi, Antônio Doni- empreendedores, inicialmente ao lado da o primeiro convênio com a Casepi, para
sete, que credita o sucesso a um grupo de prefeitura e da Associação Comercial. Fo- dar continuidade ao desenvolvimento das
empresas pioneiras que abriram o caminho ram promovidos cursos, palestras, consul- empresas e a formalização de um Arranjo
para tornar possível a criação da entidade, torias e missões empresariais e, em 2002, Produtivo Local (APL). Karla Romanini,
em 2006. Tabatinga fica a 25 quilômetros criou-se a feira especializada na comercia- gestora do projeto pelo Sebrae-SP, explica
de Ibitinga, conhecida pela confecção de lização de bichos de pelúcia, que hoje atrai que o papel da entidade tem sido mobilizar
produtos de cama, mesa e banho, e essa compradores de todo o país. Boa parte das recursos para capacitar a indústria local,
proximidade motivou os empresários a empresas também aposta em acessórios, promovendo treinamento da mão-de-obra
explorar o mercado infantil, aproveitando fabricando kits com média de 30 produtos por meio de cursos de corte, costura, mo-
a experiência adquirida na cidade vizinha coordenados para quartos infantis, como delagem e manutenção de máquinas, além
pelas mulheres da cidade que lá traba- colchas, lençóis, protetores de berços, de capacitação tecnológica e gerencial e
lharam nas áreas de costura e bordado. cortinas e almofadas. Também se agre- apoio à comercialização.

Antônio Donisete, também sócio aumentou no mínimo uns 60%”. oficinas de bordado, produtores
da WU, destaca que a orientação Além disso, ele explica que em de enchimento de silicone e for­
do Sebrae-SP foi importante volta da sua indústria estão se necedores de aviamentos. “O de­
para ganhar noções de gestão. desenvolvendo várias outras senvolvimento do APL fomenta
“A gente vem conseguindo me­ empresas, como um polo forne­ a criação de várias atividades
lhorar muito a produtividade. cedor de serviços de informáti­ em toda a cadeia de produção.”
O faturamento, de 2005 para cá, ca, manutenção de máquinas, O empresário e presidente da
Casepi explica que, para trocar
informações e fazer planejamen­
to, as empresas do Arranjo costu­
mam reunir-se mensalmente.
Dono da Confecções Sonho
Encantado, com 38 funcionários
fixos e várias linhas de kits para
quartos de crianças, Arivaldo
de Almeida Coelho diz que
sua empresa começou a operar
em 1995, fazendo travesseiros
infantis e enfeites de lã. “Em
menos de seis meses estávamos
formalizados. Hoje fabricamos
enxovais, kits e acessórios infan­
tis. As vendas cresceram perto
de 50% de 2005 para cá. Mas
isso não teria acontecido sem
Lúsia Inacio Silva, funcionária da WU: seis irmãs e várias cunhadas trabalham na área de confecção a união das nossas empresas e
20 Conexão
o apoio da Casepi, do Sebrae-
SP e da prefeitura”, afirma.
Ele acrescenta: “Informatizei a
empresa e implantei softwares
para controle de gestão. Com
isso conseguimos ter produtos
de qualidade bem melhor, sem
aumentar preços. Isso nos ajuda
a enfrentar a concorrência e vai
facilitar, mais adiante, um cami­
nho para as exportações”.
  
Benefícios em cadeia – O desen­
volvimento do APL de Tabatinga
se estende a outras atividades,
como mostra Vilda Pipoli, que Área de produção da Confecções Sonho Encantado: 38 funcionários e crescimento anual de 50%
abriu a Bem Bordado, em 2006,
para prestar serviços às con­ está valendo a pena. O maior terceirizadas, a dificuldade foi a
fecções. “Eu tinha um bar, mas objetivo agora é terminar de pa­ falta de pessoal capacitado. “Em
acreditei em uma nova opor­ gar os equipamentos, para então 2001 o Sebrae, em parceria com
tunidade e decidi mudar de pensar em crescer”, afirma. o Senai, promoveu cursos de
ramo e financiar uma máquina Comprar máquinas modernas corte e costura que nos ajudaram
de bordar computadorizada”, também está nos planos das só­ muito. Agora a prefeitura está
relata. O nicho que ela detectou cias Élida e Claudete Bertite, da fazendo cursos de capacitação
era o da demanda das fábricas Anjos Baby. Elas contam que, para costureiras”, diz Élida. As
que contratavam bordadeiras de para começar o negócio, hoje sócias estão animadas: “Vamos
cidades vizinhas. “Nosso esforço com 28 funcionárias diretas e 20 alugar um novo salão, com o do­
bro de área útil, e pretendemos
ter mais equipamentos. É um
sonho que está se realizando”.
Outro exemplo de efeito di­
reto é o do casal Clodoaldo e
Regina Flaitt, donos do único
hotel da cidade. “No início dos
anos 90, começamos a construir
e a montar as instalações, com
20 apartamentos’’, conta Regina.
“Mas, depois que os bichos de
pelúcia começaram a ganhar for­
ça, nosso negócio deslanchou.’’
Ela lembra que começou a rece­
ber hóspedes que vinham fazer
compras na cidade. “Em 2004,
com o avanço de movimento em
torno de 40%, construímos mais
Regina Flaitt, dona do único hotel de Tabatinga: ocupação média de 80% e picos durante a Baby Show oito apartamentos e passamos a
Conexão 21
CAPA
aPL

oferecer refeições. Hoje nossa


ocupação média fica em torno de
80%, com picos durante a feira
Baby Show. Recebemos gente
de vários estados, como Minas
Gerais, Bahia e Santa Catarina.
A cidade com certeza ganhou
com essa nova atividade, não
apenas porque há mais emprego
e dinheiro em circulação, mas
porque passamos a ter mais vi­
sibilidade”, destaca.

Todos se beneficiam – Em Ta­


batinga desde os 11 anos, José
Roberto Coggo abriu, em 1998,
O casal Coggo, do Restaurante Coggo: seria ainda melhor se as lojas abrissem nos fins de semana
um pequeno restaurante, em
que trabalhavam ele, sua mu­ camentos e cosméticos para os los menos outras seis farmácias.
lher, Maria Filomena, e um funcionários de empresas liga­ Mas apostamos no diferencial
único empregado. Logo o mo­ das ao APL. “Meu irmão e sócio de ter convênio com as fábricas,
vimento cresceu, levando o já tem outras cinco farmácias em com descontos diretamente nos
casal a abrir uma churrascaria Ibitinga. Eu o convenci a montar holerites dos funcionários. E deu
com 270 lugares, com sede pró­ essa loja aqui no centro de Ta­ muito certo”, comemora.
pria e seis funcionários fixos. batinga, apesar de muita gente Vandalice conta que inaugu­
Aos domingos, quando a chur­ achar que era loucura, porque a rou a farmácia em junho de 2005
rascaria serve em média 400 cidade é pequena e já havia pe­ e já está formalizando convênios
almoços, chegam a trabalhar no com pelo menos 13 fábricas.
local até 22 pessoas, entre aten­ Começou numa área de aten­
dentes, garçons e cozinheiras. dimento de 90 m2. Sem medo
“Nosso movimento seria bem de crise ou de uma eventual
maior se as lojas do segmento desaceleração da economia, a
abrissem também nos fins de empresária se prepara para abrir,
semana, como acontece em Ibi­ em seis meses, uma unidade de
tinga”, analisa Filomena. “Nosso 400 m2. “A nova loja será maior,
negócio cresceu porque a cidade mais bonita, moderna, com ar-
vem melhorando, não há dúvida. condicionado. Temos segurança
Mas foi também pelo nosso esfor­ para isso, porque não falta em­
ço e trabalho duro”, completa. prego na cidade, principalmente
Já a empresária Vandalice nas fábricas. E os convênios nos
Colombo, sócia da Farmacen­ dão muita força, representando
ter, filiada à rede Multidrogas, perto de 30% da nossa receita”,
garante que nem teria montado afirma, refletindo o bom momen­
a empresa, que é o seu primei­ to de Tabatinga .
ro negócio, se não fosse pelo
estímulo proporcionado pelos Vandalice Colombo, sócia da Farmacenter: Por Sandra Motta
convênios para fornecer medi­ pronta para abrir uma nova loja, bem maior Colaborou: Beatriz Vieira

22 Conexão
roteiros

Júlio César de Moraes, do hotel Terra Parque,


em Pirapozinho: “Sem organização, ninguém
tomava conhecimento dos nossos atrativos”

Fotos Denise Guimarães/Luz


Turismo de resultados
Sebrae-SP e parceiros formatam os circuitos Caminhos do
Centro-Oeste Paulista e Oeste Rios para transformar o turismo
em fonte de renda e emprego em mais duas regiões do estado

O s municípios do Centro-
Oeste Paulista têm muita
história para contar. Bauru, por
zada, com visão empresarial.
Foi por isso que, em 2006, o
Conselho de Desenvolvimento
SP. Segundo Manfrinato, foi mui-
to produtiva a ação da entidade
para constituir os grupos gestores
exemplo, foi um dos maiores en- Econômico Regional (Coder) e organizar o setor: “Conven-
troncamentos ferroviários do co- procurou o Sebrae-SP para pla- cemos o poder público a dar
meço do século 20, uma história nejar o turismo como alternativa respaldo e participar do projeto,
que está preservada no museu para a criação de emprego e ren- que vai movimentar a economia
ferroviário da cidade. A região da. “Até existia algum turismo, e desenvolver a região”.
abriga ainda tesouros como o ações pontuais dispersas, mas E o trabalho não acaba por aí,
belíssimo seminário Santo Antô- queríamos um projeto abrangen- diz Milton Debiasi, gerente do
nio, em Agudos, e quatro aldeias te”, diz Jair Manfrinato, presi- Escritório Regional do Sebrae-SP
indígenas em Avaí. Mas pouca dente do Coder. Nascia assim em Bauru: “O turismo é uma
gente sabe disso. É que a vocação o Circuito Turístico Caminhos primeira iniciativa para que os
turística da região nunca havia do Centro-Oeste Paulista, com o municípios comecem a pensar
sido explorada de forma organi- apoio e a metodologia do Sebrae- em integração regional. Estamos
Conexão 23
roteiros

discutindo propostas, como a divulgação de tudo o que


destinação do lixo no âmbito re- a aldeia oferece. Com a
gional. Depois virão outras linhas parceria, vamos ter saída
de ação, como a agricultura”. para os nossos produtos”,
afirma Júlio Terena, vice-
Mudança de mentalidade – Logo cacique da aldeia Ekeruá,
no início, os técnicos identifica- em Avaí, onde moram 550
ram as potencialidades da região. indígenas. Orientados pelo
Dos 22 municípios que integram Sebrae-SP, resolveram
o Coder, dez possuem atrativos: ampliar a estrutura da
Agudos, Arealva, Avaí, Bauru, aldeia. “Estamos inves-
Duartina, Iacanga, Lençois Pau- tindo em um centro de foi estabelecido um grupo de
lista, Macatuba, Pederneiras e cultura, para expor artesanato, e governança envolvendo poder
Piratininga. Depois, os consulto- vamos abrir uma loja”, diz. público, entidades, iniciativa
res buscaram adesão ao projeto. Segundo Márcio Pacco­la Lan- privada e organizações não-
Hoje já são 222 empreendimen- goni, do Instituto Soma, parceiro governamentais. A seguir, os
tos participantes, e no projeto, a primeira técnicos propuseram ações para
quem aderiu afirma mudança necessária melhorar os empreendimentos.
que vale a pena. “An- é de comportamento: “Trabalhamos a estruturação dos
tes o nosso artesanato “O turismo é uma coi- atrativos, buscando adequá-los
só vendia na Semana sa nova na região, e é para a recepção de turistas”,
do Índio, em abril. preciso que cada ci- explica Isa Maria Francischini,
A gente estava pre- dade se prepare para gestora do projeto pelo Sebrae-
cisando mesmo da receber os visitantes, SP em Bauru. Com mais turistas,
Milton Debiasi, do Sebrae-SP percebendo o poten- virão empregos e oportunida-
de Bauru: turismo é o ponto cial da atividade”. des, dinamizando a economia
de partida para outras ações Para apoiar a tarefa, regional. Além disso, diz Isa, os

Circuito das Águas ganha catálogo


Por meio do projeto Redescobrindo museus. A publicação traz também a his- incluiu ações de melhoria da estrutura e
o Circuito das Águas Paulista, as pre- tória de cada uma das cidades, localização recepção ao turista, formatação de pro-
feituras de Águas de Lindoia, Amparo, e mapas, além de roteiros culturais e es- dutos, capacitação, plano de marketing
Jaguariúna, Lindoia, Monte Alegre do portivos. É a conclusão de um trabalho que e eventos, a fim de aumentar em 30% o
Sul, Pedreira, Serra Negra e Socorro ela- fluxo de turistas, levando os visitantes
boraram, em parceria com o Sebrae-SP, a percorrer todas as cidades e aumentar
uma publicação especial, lançada em 19 em 45% o tempo de permanência. Outro
de dezembro último. objetivo é integrar o roteiro das estâncias
Nas suas 93 páginas, o catálogo hidrominerais com as cidades turísticas
Circuito Turístico das Águas Paulista de Minas Gerais que fazem divisa com
revela a beleza natural da região e as o território paulista. O catálogo será
opções de passeio para os visitantes, entregue a agentes de viagem de São
como fazendas, sítios com alambiques, Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e
áreas para esportes radicais, igrejas e estados do Nordeste.

24 Conexão
Márcio Langoni, do que recebe até 40 mil visitantes região.” Por isso, diz o gerente,
Instituto Soma; Isa no dia do padroeiro, 8 de abril. o desafio é fazer os municípios
Francischini, do Há muitos atrativos também em entenderem que, unindo seus
Sebrae- SP, e José outras cidades, como os balneá- atrativos, os resultados podem
Carlos Cavalcante,
rios de Martinópolis e Rancharia, ser potencializados. A expecta-
gerente ER de
Presidente Prudente: o Morro do Diabo em Teodoro tiva é que até dezembro o fluxo
turismo como Sampaio e o tradicional carna- de turistas aumente 30%.
instrumento para val de clubes em Panorama. Segundo o prefeito de Pre-
dinamizar a economia “A ideia é regionalizar para sidente Epitácio, José Antônio
das duas regiões fortalecer”, diz José Carlos Ca- Furlan, o projeto ajudou muito
valcante, gerente do Sebrae-SP o município: “Mostrou que deve
municípios acabam investindo em Presidente Prudente. “Que- haver um investimento para valo-
em outras áreas, como planeja- remos oferecer uma variedade rizar nossos pontos turísticos, que
mento urbano, revitalização de de atrativos em diferentes mu- enriquecem o roteiro regional”.  
patrimônio e saneamento. “É nicípios, para que os turistas O Sebrae-SP também ofereceu
uma oportunidade de despertar permaneçam mais tempo na consultorias de gestão dos esta-
o poder público para a ideia de belecimentos, além de apoiar a
que os investimentos em turismo criação de produtos que valori-
estimulam setores correlatos.” zem a cultura da região. Nos últi-
mos três anos, o projeto atendeu
Regionalizar para fortalecer – Na mais de 250 empreendimentos,
região de Presidente Prudente, que envolvem 1.250 pessoas.
em parceria com o Sebrae-SP, os Um exemplo é o hotel de lazer
municípios também trabalham, Terra Parque, em Pirapozinho,
desde 2005, para formatar o que desde o início aderiu à idéia
Circuito Turístico Oeste Rios, in- da criação do circuito regional.
tegrado por Presidente Epitácio, “Dependemos do desenvolvi-
Panorama, Pauliceia, Rosana, mento da região para crescer”,
Teodoro Sampaio, Martinópolis, diz o proprietário, Júlio Cesar de
Santo Expedito, Iepê e Rancha- Moraes. Técnicos do Sebrae-SP
ria. O turismo já dá o tom em visitaram o hotel e sugeriram
vários municípios, como Santo mudanças que já surtiram efeito,
Expedito, com 2.200 habitantes, como o crescimento anual de
72%. O hotel também venceu o
Prêmio Superação Empresarial.
Em outubro último o Sebrae-SP
de Presidente Prudente promoveu
a 1ª Mostra do Circuito Turístico
Oeste Rios, para divulgar as atra-
ções do roteiro. Com essas ações,
já surgem novos hotéis e pousa-
das. “Nós aqui tiramos o ‘s’ da
palavra crise”, diz Moraes.

Por Natália Viana


Júlio Terena (no alto) e o artesanato feito na aldeia Ekeruá, em Avaí: atrações surpreendentes Colaborou: Cinthia de Paula

Conexão 25
agronegócios

Sem medo de crescer


Produtores de orgânicos do Sudoeste Paulista descobrem a força
do associativismo e planejam triplicar o faturamento em 2009

A o mesmo tempo em que


concentra municípios com
Índice de Desenvolvimento Hu-
cenário se transformaram em
oportunidade para os pequenos
produtores rurais locais, que,
mudança de cultura e das rela-
ções com a terra, a partir de um
projeto do Sebrae-SP, em parceria
mano (IDH) abaixo da média, o unidos em associações, hoje vi- com a Cooperativa de Produtores
Sudoeste Paulista é uma região vem uma nova realidade. Orgânicos (Cooperorgâ­nica) e
privilegiada para a agricultura Os novos tempos, caracteriza- prefeituras da região, a fim de
orgânica, com condições cli- dos pela melhoria da qualidade viabilizar a inclusão dos produ-
máticas favoráveis que permi- de vida e da renda familiar de tores no Programa de Aquisição
tem a produção durante o ano pequenos produtores, pela con- de Alimentos da Agricultura Fa-
todo e um ambiente propício quista de mercados e pelo enten- miliar (PAA), do governo fede-
para o cultivo, por conta dos dimento de que o associativismo ral. Destinado a incentivar a agri-
grandes reservas florestais de é um caminho promissor, são cultura familiar, o PAA adquire
Mata Atlântica e mananciais resultado de uma trajetória ini- hortifrutigranjeiros diretamente
preservados. Os contrastes desse ciada há oito anos, envolvendo dos pequenos produtores, por

Fotos Ricardo Lima/Luz

João Firmino Oliveira e Ailton dos Santos, em horta de produtos orgânicos em Itapeva: no início, medo de mudar; agora, colheita farta
26 Conexão
meio da Companhia Nacional
de Abastecimento (Conab), e
repassa os produtos a entidades
filantrópicas.
Em 2000, a agricultura orgâ-
nica era novidade na região. A
semente foi lançada pelo Sebrae-
SP, que já apoiava os produtores
por meio do Sistema Agroindus-
trial Integrado (SAI). Com a cria-
ção da Cooperorgânica, cresceu
a participação do Escritório Re-
gional do Sebrae-SP no Sudoeste
Paulista, que promoveu cursos
de capacitação e disseminou a
cultura do cooperativismo. Em
2001, 180 produtores já estavam
organizados em oito associações
de 12 municípios e iniciaram o
cultivo de orgânicos. Em 2008,
Aroldo Chudek, diretor da Cooperorgânica, e,
com 191 produtores, o fatura-
à esquerda, Ana Lúcia Santiago, do Sebrae-SP:
mento do grupo atingiu R$ 800 trabalho de longo prazo
mil; em 2009, 650 agricultores
projetam faturar R$ 3 milhões. colheita, além de aplicar cursos
Todos os produtos são certifica- de agricultura orgânica. Segun-
dos pelo Instituto Biodinâmico do Marcos Manaf, gerente do
e pelo Instituto de Mercado Or- Escritório Regional do Sebrae-SP
gânico. De acordo com o diretor na região, a partir do trabalho
comercial da Cooperorgânica, de sensibilização e capacitação
Aroldo Chudek, o principal dos grupos o produtor passou a
agir como empresário: “Ele sabe
Municípios integrantes quanto custa plantar e aprendeu
a calcular o preço de venda”.
do projeto
Com os produtores organi-
Angatuba Itapeva zados, foi criada, em 2003, a
Apiaí Itaporanga destino dos orgânicos é a capital Federação dos Agricultores
Barão de Antonina Itararé paulista, e neste ano os produtos Orgânicos do Sudoeste Paulista
Barra do Chapéu Nova Campina serão comercializados no Rio de (Faosp), que, com a orientação
Bom Sucesso Ribeira Janeiro e no Distrito Federal. do Sebrae-SP, assumiu a comer-
Capão Bonito Ribeirão Branco Esse avanço é o resultado mais cialização, ganhou credibilidade
Guapiara Ribeirão Grande visível de um longo e paciente e uma legião de produtores dis-
Itaberá Riversul trabalho. No início desta déca- postos a fazer parte do grupo.
Itaoca Taquarivai da, os consultores do Sebrae-SP
percorreram as propriedades Desafio superado – “Tive medo
dos cooperados e os ajudaram no início”, admite o agricultor
no planejamento, do plantio à João Firmino de Oliveira, de Sal-
Conexão 27
agronegócios

tinho do Coqueiral, em Itapeva,


traduzindo a dúvida da maioria
dos produtores em substituir a
lavoura tradicional pelos orgâ-
nicos. Mas Oliveira enfrentou o
desafio, e os números mostram
o resultado: das cinco caixas de
alface que produzia por semana,
hoje entrega de 60 a 100 caixas.
A plantação cresceu de 736 m2
para mais de 7 mil m2.
Ailton Sudário dos Santos
também aderiu aos orgânicos.
“O preço é melhor, assim como
a saúde do povo e da terra”, diz
o produtor, que quadruplicou
a área de plantio. No embalo
dos vizinhos, o agricultor Odair
Martins Pereira decidiu testar
novos produtos e está apostando os cereais orgânicos estão milho, famílias. No conjunto, os pro-
na melancia orgânica. “Deu mais soja, feijão e arroz. Outro nicho dutores orgânicos do Sudoeste
de 1 mil quilos”, ele conta. conquistado é o de polpa orgâni- receberam R$ 2,5 milhões do
A variedade de produtos ca. As frutas são processadas por PAA, com 2,8 toneladas distri-
contribui para o crescimento e uma agroindústria de Itapeva e buídas a entidades. O gestor do
facilita a entrada dos orgânicos levam a marca Le Naturelle. projeto, Murilo Rodrigues, ex-
nos grandes centros. A Coope- Mesmo com novos mercados, plica: “Hoje, 95% da produção
rorgânica trabalha com moran- a maioria dos produtores ainda é destinada ao PAA, e queremos
go, maracujá, banana, abacaxi, depende do PAA. O programa, inverter essa participação”.
amora, palmito, legumes e ver- de acordo com Chudek, dispo- Para a coordenadora da Car-
duras, além de figo seco, banana nibiliza até R$ 3.500,00 anuais teira de Orgânicos do Sebrae-SP,
desidratada, melado, rapadura, para cada produtor, o que garan- Ana Lúcia Santiago, o PAA é um
açúcar mascavo e geléias. Entre te renda e trabalho para muitas impulso para que os produtores

O que é agricultura orgânica


• O produto orgânico é cultivado sem uso de adubos químicos ou agrotóxicos
• As técnicas de produção ajudam a conservar o solo e a água e a reduzir a poluição
• O orgânico evita problemas de saúde causados pela ingestão de substâncias químicas tóxicas
• Em solos balanceados e fertilizados com adubos naturais, obtêm-se alimentos mais nutritivos
• Protege a qualidade da água e a fertilidade do solo
• O selo de certificação é a garantia do consumidor de estar adquirindo produtos isentos de resíduos tóxicos

28 Conexão
rurais organizem a produção e
visualizem suas propriedades
como negócio. Essa organi-
zação, segundo ela, inclui o
planejamento da produção, o
fornecimento, a periodicidade
de entrega e a padronização: “O
PAA é quase uma escola. A pro-
posta do projeto do Sebrae-SP é
que o programa sirva como uma
alavanca para que os produtores
se organizem e busquem merca-
dos competitivos”. Na avaliação
da coordenadora, a partir do
momento em que o pequeno
produtor tiver um produto com-
petitivo, ele amplia o leque de
possibilidades e pode ter vários
Odair Martins Pereira,de Itapeva: já na primeira safra, 1 tonelada de melancia orgânica
compradores: “Essa é a visão de
futuro do projeto”. tidades assistenciais atendidas, nicos já estão chegando à região:
e, de acordo como secretário de “É uma fase experimental, alter-
Alimentos para 100 mil pessoas Agricultura e Abastecimento nativa, sem danos para a saúde
– O sucesso desse trabalho tam- do município, Cassiano Toffoli e para o meio ambiente e será
bém é fruto do envolvimento dos de Oliveira, a prefeitura faz o um bom ganho para a cidade,
18 municípios da região. As pre- transporte e a classificação dos com geração de renda para o
feituras são responsáveis pela produtos. “Com a capacitação do produtor”.
distribuição dos alimentos que Sebrae-SP, estamos conseguindo Outro foco da coo­pe­rativa é
chegam à mesa de mais de 100 fixar o homem no campo e man- a merenda escolar. A aquisição
mil pessoas atendidas pelo PAA. ter os jovens na propriedade. direta de alimentos para as es-
Itapeva é um exemplo, com qua- Além da geração de trabalho e colas, no âmbito do PAA, já foi
se 17 mil pessoas beneficiadas renda, o dinheiro fica no muni- aprovada pelo Congresso. “Isso
pelos produtos colhidos no dia cípio e o produtor compra aqui vai incentivar o agricultor a pro-
por 40 agricultores. São 28 en- seus insumos. É um benefício duzir mais com preços melhores.
dobrado, com alcan- Serão produtos frescos entregues
ce mais profundo”, diretamente nas escolas”, afirma
acrescenta Oliveira. Aroldo Chudek. “Melhorar a qua-
Em Guapiara, mais lidade da merenda é melhorar o
de 4 mil pessoas são aprendizado do aluno”, com-
diretamente benefi- pleta Francisco Neres de Meira,
ciadas pelo progra- prefeito de Barão de Antonina,
ma. A maior parte cidade em que os alimentos or-
dos alimentos ainda gânicos provenientes do PAA já
é fruto da agricultura chegaram às escolas.
convencional, mas o
Murilo Rodrigues, gestor do projeto pelo Sebrae-SP: prefeito Flávio Lima Por Miriam Bizarro
diversificação das lavouras favorece a conquista de mercados explica que os orgâ- Colaborou: Eliane Santos

Conexão 29
associativismo

Aposta contra a corrente


P ara um grupo de oito empre-
sas do setor de alumínio em
Ferraz de Vasconcelos, Região
Empresas do setor de
alumínio de Ferraz
Os consultores Tânia Macriani
e Ivan Nicolas Dannias, con-
tratados pelo Sebrae-SP para a
Metropolitana de São Paulo de Vasconcelos aplicação do PAM, explicam que
(RMSP), o ano se inicia com uma a iniciativa busca dinamizar as
projetam
expectativa de aumento de ven- empresas e contribuir para o seu
das de 30%. As indústrias fazem crescimento de 30% fortalecimento. “O projeto visa
parte do Núcleo Setorial de Alu- em 2009, como à geração de oportunidades de
mínio de Ferraz de Vasconcelos resultado negócios para micro e pequenas
(NSA) criado no âmbito da Asso- da participação empresas, por meio do incentivo
ciação Comercial e Industrial da à mudança da postura empresa-
cidade. E estão encerrando com
no Projeto de rial”, explica Tânia. Pretende-se,
“chave de ouro” a participação Acesso a Mercados também, estimular o acesso a
no Projeto de Acesso a Merca- novos mercados.
dos (PAM), desenvolvido pelo Na fase inicial do PAM, ex-
Sebrae-SP. Milton Mansilha/Luz plica Ivan Nicolas, é realizada
Tudo começou em fevereiro uma sondagem em cada empre-
de 2007 a partir de uma parceria endimento. “Perguntamos aos
entre o Escritório Regional do empresários se querem ser em-
Sebrae de Mogi das Cruzes e a preendedores capazes de ocupar
Associação Comercial e Indus- posições estratégicas, com visão
trial de Ferraz de Vasconcelos. do futuro do negócio”, diz. Essa
“Nossa cidade já foi um polo mudança comportamental re-
importante do setor de alumínio. flete a principal característica
Com o tempo, muitas empresas do trabalho, segundo Gilberto
fecharam as portas e perdemos Campião, coordenador do pro-
a posição que ocupávamos. É jeto no estado e consultor da
nosso objetivo, agora, voltar a Unidade de Acesso ao Mercado
um lugar de destaque no seg-
Fotos Milton Mansilha/Luz

mento, e avançamos muito nessa


direção nos últimos dois anos”, municipal, explica Kerchner.
comemora Vanderley Kerchner, “Para nós foi uma experiência
presidente da Associação. muito rica trabalhar com um
Ele diz que, como resultado setor industrial já estruturado”,
da melhoria do desempenho das afirma Ana Maria Magni Coelho,
empresas do setor de alumínio, gerente do Escritório Regional
bem como de outras instaladas do Sebrae-SP em Mogi das Cru-
na cidade, o número de postos zes. “Nossa maior satisfação
de trabalho registrou um cresci- foi ver que aconteceu uma real Na foto maior, Vanderlei Kerchner, presidente
mento de 341% nos últimos dois transformação em praticamente da Associação Comercial e Industrial; acima, o
anos. Também houve um au- todas as empresas que participa- coordenador Gilberto Campião e a consultora
mento expressivo no orçamento ram do programa”, acrescenta. Tania Macriani: trabalho conjunto rendeu frutos
30 Conexão
Fotos Marcelo Soares/Luz

Áureo do Carmo (acima), da Aluferraz, e Jorge Caetano, da Poty: participação no PAM resultou em vendas em dobro e aumento na rentabilidade

do Sebrae-SP: “O PAM é uma presa”, afirma Áureo os produtos em su-

Nelson Almeida/Luz
consultoria de intervenção. Pro- do Carmo, dono da permercados e lojas.
curamos trabalhar a autoestima Aluferraz. Segundo “Minha rentabilidade
dos participantes e incentiva- o empresário, regis- aumentou e zerei os
mos uma mudança de atitude. A traram-se aumento risco”, afirma.
iniciativa deixa um legado, uma significativo na efi- Na Unicicle Indús-
semente que continua a dar fru- ciência do processo tria e Comércio de
tos mesmo depois da conclusão produtivo e avanço Peças para Bicicletas,
do trabalho”. no relacionamento o prazo de entrega
com funcionários, for- de pedidos caiu pela
Ana Maria Magni Coelho, do
Mudança para valer – O plano necedores e clientes. Sebrae-SP: transformação metade, segundo o
de ação contemplou de 20 a 40 A Aluferraz, graças real nas empresas proprietário, Marcos
ações que deveriam ser adotadas às mudanças, obteve Antonio dos Santos.
pelas empresas, entre as quais crescimento de 213% nas ven- “Estamos mais organizados, os
mudança no layout de fábrica, das em 2008. processos foram informatizados
capacitação, planejamento, con- O PAM também beneficiou e temos noção exata da nossa ca-
trole dos processos de produção, Jorge Caetano Bambino, pro- pacidade de produção e vendas.
marketing e gestão de pessoas. prietário da Poty, fabricante de Os clientes estão mais satisfeitos
“Cumpri 96% das medidas panelas de alumínio, com sete e o faturamento cresceu 10%.”
necessárias para melhorar o funcionários. “O programa abre Em conjunto, as oito empresas
desempenho da minha em- a mente para novos produtos que participaram do PPAM au-
e mercados e para mentaram as vendas em R$ 16,5
alternativas que não milhões em dois anos e inves-
enxergávamos an- tiram cerca de R$ 5 milhões. A
Marcos Antonio dos Santos, tes”. Ele conta que, área física de produção do grupo
da Unicicle: prazo de entrega no seu caso, uma das foi ampliada em 20% e houve
caiu pela metade principais mudanças um aumento de 12% no número
foi na área de comer- total de funcionários. A menor
cialização. Antes, empresa entre as participantes
trabalhava com ven- teve um aumento de 18% e a
das diretas ao consu- maior teve um incremento de
midor. Hoje, mantém 213% à receita de vendas.
parceria com uma
empresa do Núcleo Por Telma Regina Alves
que comercializa Colaboraram: Eliane Santos e Fátima Gamalo
Conexão 31
pesquisa

Chegou para ficar


A utilização de tecnologias
como computador, internet Estudo do Sebrae-
“Quem não utiliza computador,
hoje, ou está em segmentos mui-
e telefone celular registrou forte SP revela que 75% to especiais ou em atividades
avanço nas micro e pequenas das MPEs já utilizam de subsistência”, afirma Moniz.
empresas brasileiras nos últimos “O computador e a internet são
dez anos. Um estudo realizado
o computador ferramentas de que as empresas
pelo Observatório das Micro e como ferramenta necessitam para gerenciar suas
Pequenas Empresas (MPEs) do de negócios, o que atividades, numa velocidade
Sebrae-SP entre abril e maio de representa uma que garanta sua sobrevivência e
2008 mostra que, em uma déca- competitividade”, destaca.
expansão de 370%
da, cresceu 370% o número de Atento a essa tendência, o em-
empresas de pequeno porte que em dez anos preendedor acaba de apresentar
têm pelo menos um computa- ao mercado um software que alia
dor. O porcentual de negócios ICS Mipe, pequena empresa de gestão de vendas e marketing e
com esse equipamento saltou informática de Santos, no litoral deve lançar ainda no primeiro
de 16% para 75%, o que signi- paulista, que está no mercado há trimestre deste ano um programa
fica que 3,9 milhões de MPEs dois anos e vem se beneficiando de gestão integrada. O acesso
ingressaram num mundo em que diretamente da expansão do será pela internet, em sistema
a informática ajuda a melhorar a setor. A ICS Mipe desenvolve de locação, sem necessidade
eficiência do empreendimento. soluções de informática especí- de aquisição do produto. “Ele
Os dados do estudo do Ob- ficas para os negócios de micro permitirá integrar todo o pro-
servatório são corroborados por e pequeno porte, e sua carteira cesso de gestão de um pequeno
José Moniz, diretor-executivo da de clientes não para de crescer. negócio, de campanhas promo-
Marcelo Soares/Luz

À esquerda, José Moniz,


da ICS Mipe: “Só não
utiliza computador
quem está em atividade
de subsistência”

32 Conexão
cionais a operações de compra em atividades administrativas,
e venda, por meio de loja física agora controlam estoques e o
ou virtual”, explica Moniz. movimento financeiro. Isso per-
Pedro João Gonçalves, econo- mite eliminar ineficiências. Os
mista do Observatório, destaca estoques podem ser mantidos no
ainda que 91% das MPEs já mínimo necessário, reduzindo a

Milton Mansilha/Luz
usam celular e 71% acessam a necessidade de capital de giro’’,
internet na gestão de suas ativi- analisa. “Por outro lado, o forte
dades. “O acesso à rede cresceu crescimento do uso de internet
muito, pois era de apenas 7% Marco Aurélio Bedê, coordenador do estudo: mostra que os empresários vêm
em 1998. Mas a maioria ainda empresas se tornam mais competitivas se instrumentalizando cada vez
utiliza essa ferramenta para tare- mais na busca de informações
fas básicas, como comunicação ço ainda maior de eficiência, sobre concorrentes diretos, for-
por e-mail (64%), pesquisa de como aquisição de softwares necedores, mercados e novida-
preços de fornecedores (53%) e ou aplicativos para gestão in- des. O celular, por sua vez, é
serviços de bancos (49%). Ape- tegrada do negócio. Apenas ferramenta poderosa no contato
nas 20% possuem site próprio e 2% usam o computador para imediato dos empreen­dedores
14% avançam para usos que de- controle financeiro da empresa. com seus clientes, áreas opera-
vem ganhar força nos próximos A pesquisa indica também que cionais e colaboradores.”
anos, como o comércio eletrôni- mais da metade dos consulta- Bedê destaca ainda que, por
co”, explica. Gonçalves lembra dos pretende investir até R$ 4 celular ou internet, é possível
que a utilização de celular não mil na informatização de suas saber os preços de mercado,
apenas ultrapassa o de compu- empresas em 2009 (54%), dos identificar rapidamente novos
tador e internet como também quais pelo menos 44% devem fornecedores, receber e atender
avançou significativamente priorizar investimento em com- pedidos online, realizar ope-
no período analisado (42% putadores e 33% em software. rações financeiras imediatas e
em 1998), enquanto o uso de conseguir certidões negativas
internet ficou dez vezes maior. Mais competitividade – Marco de débitos para participar de li-
Em relação aos computadores, Aurélio Bedê, economista do citações e pregões eletrônicos.
Gonçalves diz que há muito Observatório das MPEs e coor­ “A desvantagem para o empre-
espaço para que as empresas denador do estudo, ressalta sário é, às vezes, não saber o
aprimorem a utilização. Isso que o crescimento do uso de que fazer com tanta informa-
porque, se em média 59% já os informática e celulares indica ção. Além do conhecimento em
utilizam para cadastro de clien- que os empreen­dedores estão gestão empresarial, será funda-
tes e 42% para fazer controle de ampliando a busca por competi- mental a capacidade de separar
estoques, apenas 34% exploram tividade. “Os computadores, que as informações importantes
aplicações que gerariam avan- antes eram utilizados apenas das indispensáveis. E aí saem
favorecidos os empreendedores
com maior tino para sua ativi-
O forte crescimento do uso de internet dade e para a administração de
negócios”, conclui o economis-
mostra que os empresários vêm se ta do Sebrae-SP.

instrumentalizando cada vez mais na Por Sandra Motta

busca de informações e eficiência Colaboraram: Cinthia de Paula


e Eliane Santos

Conexão 33
ESCRITÓRIOS REGIONAIS DO SEBRAE-SP

Capital Leste Interior do estado Franca São João da Boa Vista


Gerente: Nilton de Castro Barbosa Araçatuba Gerente: Iroa da Costa Nogueira Lima Gerente: Paulo Sérgio Cereda
Rua Monte Serrat, 427 – Tatuapé Gerente: Ricardo Espinosa Covelo Rua Ângelo Pedro, 2.337 – São José Rua Getúlio Vargas, 507 – Centro
CEP 03312-000 Rua Cussy de Almeida Júnior, 1.167 CEP 14403-416 – Tel. (16) 3723- CEP 13870-100
Tel./fax (11) 2225-2177 Higienópolis 4188 – Fax (16) 3723-4483 Tel. (19) 3622-3166
CEP 16010-400 Fax (19) 3622-3209
Capital Norte Tel. (18) 3622-4426 Guaratinguetá
Gerente: Mário Valsechi Fax (18) 3622-2116 Gerente: Augusto dos Reis Ferreira São José do Rio Preto
Rua Dr. Olavo Egídio, 690 – Santana Rua Duque de Caxias, 100 – Centro Gerente: Arthur Eugenio Furtado
CEP 02037-001 Baixada Santista CEP 12501-030 Achoa
Tel. (11) 2976-2988 Gerente: Silvana Pompermayer Tel. (12) 3132-6777 Rua Dr. Presciliano Pinto, 3.184
Fax (11) 2950-7992 Av. Ana Costa, 418 – Gonzaga Fax (12) 3132-2740 Jardim Alto Rio Preto – Tel. (17)
Santos – CEP 11060-002 3222-2777 – Fax (17) 3222-2999
Capital Oeste Tel. (13) 3289-5818 Marília
Gerente: Fernando Chinaglia Gerente: Fabio Ravazi Gerlach São José dos Campos
Anunciação Barretos Av. Sampaio Vidal, 45 – Barbosa Gerente: Marimar Guidorzi de Paula
Rua Pio XI, 675 – Lapa – CEP Gerente: Evandro Morales Saturi CEP 17501-441 Rua Santa Clara, 690 – Vila Adyanna
05060-000 – Tel. (11) 3832-5210 Av. Treze, 767 – Centro Tel. (14) 3422-5111 CEP 12243-630
CEP 14780-270 Tel. (12) 3922-2977
Capital Sul Tel./fax (17) 3323-2899 Ourinhos Fax (12) 3922-9165
Gerente: Luis Rogério Muniz Gerente: Wilson Nishimura
Av. Adolfo Pinheiro, 712 – Santo Bauru Rua dos Expedicionários, 651 Sorocaba
Amaro – CEP 04734-001 Gerente: Milton Aparecido Debiasi Centro – CEP 19900-041 Gerente: Carlos Alberto de Freitas
Tel./fax (11) 5522-0500 Av. Duque de Caxias, 20-20 – Vila Tel./fax (14) 3326-4413 Rua Cesário Mota, 60 – Centro
Cárdia – CEP 17011-066 – Tel. (14) CEP 18035-200
Grande ABC 3234-1499 – Fax (14) 3234-2012 Piracicaba Tel. (15) 3224-4342
Gerente: Josephina Irene Cardelli Gerente: Antonio Carlos de Aguiar Fax (15) 3224-4435
­Rua Cel. Fernando Prestes, 47 Botucatu Ribeiro
Centro – Santo André – CEP 09020- Gerente: Luiz Carlos Donda Av. Independência, 527 – Centro Sudeste Paulista
110 – Tel. (11) 4990-1911 Rua Dr. Cardoso de Almeida, 2.015 CEP 13419-160 – Tel. (19) 3434- Gerente: Vlamir Sartori
Lavapés – CEP 18602-130 0600 – Fax (19) 3434-0880 Av. Andrade Neves, 1.811 – Jardim
Guarulhos Tel./fax (14) 3815-9020 Chapadão – Tel. (19) 3243-0277
Gerente: Cristiane Rebelato Presidente Prudente Fax (19) 3242-6997 – Campinas
Av. Esperança, 176 – Centro – CEP Centro Paulista Gerente: José Carlos Cavalcante Rua Suíça, 149 – Jardim Cica – CEP
07095-005 Gerente: Fábio Ângelo Bonassi Rua Major Felício Tarabay, 408 – 13206-792 – Tel. (11) 4587-3540
Tel./fax (11) 2440-1009 Av. Espanha, 284 – Centro – CEP Centro – CEP 19010-051 – Tel. (18) Fax (11) 4587-3554 – Jundiaí
14801-130 – Tel. (16) 3332-3590 3222-6891 – Fax (11) 3221-0377
Alto Tietê Fax (16) 3332-3566 – Araraquara Sudoeste Paulista
Gerente: Ana Maria Magni Coelho Rua Quinze de Novembro, 1.677 Ribeirão Preto Gerente: Marco Aurélio Manaf
Av. Francisco Ferreira Lopes, 345 Centro – CEP 13560-240 – Gerente: Rodrigo Matos do Carmo Rua Ariovaldo de Queiroz Marques,
Vila Lavínia – CEP 08735-200 Tel. (16) 3372-9503 – São Carlos Rua Inácio Luiz Pinto, 280 – Alto da 100 – Centro – CEP 18400-560
Tel. (11) 4722-8244 Boa Vista – CEP 14025-680 Tel. (15) 3522-4444 – Fax (15)
Fax (11) 4722-9108 Tel. (16) 3621-4050 3522-4120 – Itapeva
Mogi das Cruzes
Votuporanga
Franca
Vale do Ribeira
Osasco Barretos Gerente: Daniel de Almeida
Gerente: Mauro Quereza Janeiro Filho Araçatuba São José do Rua José Antonio de Campos, 297
Rio Preto Ribeirão Preto
Rua Primitiva Vianco, 640 Centro – CEP 11900-000
São João da Boa Vista
Centro – CEP 06016-004 Tel. (13) 3821-7111
Tel./fax (11) 3682-7100 Presidente CENTRO
PAULISTA
Prudente
Marília Bauru Votuporanga
Piracicaba
Botucatu SUDESTE
Guaratinguetá Gerente: Marcos José Amâncio
Ourinhos
PAULISTA São José dos Campos Av. Wilson de Souza Foz, 5.137
Guarulhos
Sorocaba Capital
Osasco ALTO TIETÊ
– Vila Residencial Esther
CEP 15502-052
SUDOESTE PAULISTA GRANDE
ABC Tel. (17) 3421-8366
BAIXADA
SANTISTA Fax (17) 3421-5353
VALE DO
RIBEIRA
34 Conexão
PAEs (Postos Sebrae de Atendimento ao Empreendedor)

Adamantina – Alameda Fernão Dias, 396 Fernandópolis – Av. Primo Angelucci, 135 Centro Limeira – Rua Prefeito Dr. Alberto Ferreira, 179 Ribeirão Preto – Av. Dom Pedro I, 642
Tel. (18) 3521-1831, ramal 3133 – Tel. (17) 3465-3555  Centro – Tel. (19) 3404-9838 Ipiranga – Tel. (16) 3514-9667

Altinópolis – Rua Barão do Rio Branco, 238 Ferraz de Vasconcelos – Rua Bruno Altafin, 26 Lins – Rua XV de Novembro, 130 – Centro Rio Claro – Rua Três, 1.428 – Centro
Centro – Tel. (16) 3665-2885 Centro – Tel. (11) 4675-4407 Tel. (14) 3522-1085 Tel. (19) 3526-5058

Apiaí, Barra do Chapéu, Itaoca, Itapi­rapuã Paulista, Franco da Rocha – Rua Corifeu de Azevedo Macatuba – Rua 9 de Julho, 1.356 Salesópolis – Rua Pedro Rodrigues de Camargo,
Ribeira – Rua Leopoldo Leme Verneck, 268 Marques, 63 – Centro – Tel. (11) 4811-3282 59 – Centro – Tel. (11) 4696-3412
Centro – Tel. (14) 3298-2264
Centro – Tel. (15) 3552-2765 – Apiaí Salto – Rua Nove de Julho, 403 – Centro
Garça – Rua Cel. Joaquim Piza, 186 – Centro Martinópolis – Praça Getúlio Vargas, s/n Tel. (11) 4029-7999
Arujá – Av. Antônio Afonso de Lima, 670, Tel. (14) 3406-2488 Antiga Fepasa – Centro – Tel. (18) 3275-4661
sala 6 – Centro – Tel. (11) 4653-3521 Santa Bárbara d’Oeste – Rua Riachuelo, 739
Guaíra – Rua Oito, 500 – Centro Matão – Rua Cesário Mota, 1.290 – Centro Centro – Tel. (19) 3499-1012
Assis – Rua Antônio Zuardi, 970 – Vila Cambuí Tel. (17) 3332-5138/0241 Tel. (16) 3382-4004
Tel. (18) 3302-4406 Santa Cruz do Rio Pardo – Praça Deputado
Holambra – Av. Tulipas, 103 – Centro Miguelópolis – Avenida Rodolfo Jorge, 555 Leônidas Camarinha, 316 – Centro
Avaré – Rua Rio de Janeiro, 1.640 – Braz 1 Tel. (19) 3802-2020 Centro – Tel. (16) 3835-6644 Tel. (14) 3332-5909
Tel. (14) 3733-1366
Hortolândia – Rua Luis Camilo de Camargo, 470 Mirassol – Rua Sete de Setembro, 1.855 Fundos Santa Fé do Sul – Av. Grandes Lagos, 141
Bariri – Rua Campos Sales, 582 – Centro – 1o andar – Remanso Campineiro – Centro – Tel. (17) 3242-3135 Distrito Industrial II –
Tel. (14) 3662-9400 Tel. (19) 3897-9999 Tel. (17) 3641-2063
Monte Aprazível – Rua Duque de Caxias, 520 Santa Isabel – Av. da República, 297 – Centro
Birigüi - Rua Santos Dumont, 223 – Centro Ibitinga – Rua Quintino Bocaiúva, 498 – Centro Centro – Tel. (17) 3275-3844
Tel. (18) 3641-5053 Tels. (16) 3342-7194 e 3342-7198 Tel. (11) 4656-1000
Nhandeara – Rua Antonio Belchior da Silveira, Santana de Parnaíba – Av. Tenente Meques,
Biritiba Mirim – Rua João José Igarapava – Av. Maciel, 460 – 919 – Centro – Tel. (17) 3472-1230
Guimarães, 125 – Centro – Tel. (11) 4692-2568 5.405 – Tel. (11) 4156-4524
Tel. (16) 3172-1709
Novo Horizonte – Rua Jornalista Paulo Falzeta, 1 Santa Rosa de Viterbo – Praça Antônio de Souza
Bom Jesus dos Perdões – Rua João Franco de Ilhabela – Praça Vereador José Leite dos Passos, Figueira, s/n – Centro – Tel. (16) 3954-8866
Vila Paty – Tel. (17) 3542-7701
Camargo, 495 – Centro – Tel. (11) 4891-1541 14 – B. Velha – Tels. (12) 3896-2440/1091
Olímpia – Praça Rui Barbosa, 117 A – Centro Santo Antonio de Posse – Rua Iarsa Hensse de
Borborema – Rua Joaquim Martins Carvalho, Ilha Solteira – Rua Rio Tapajós, 185 – Zona Norte Moraes, 137 – Centro –
Tel. (17) 3279-7390
940 – Centro – Tel. (16) 3266-2148 – Tel. (18) 3742-4918 Tel. (19) 3896-3646
Orlândia – Rua Dez, 340 – Centro
Bragança Paulista – Av. Antonio Pires Pimentel, Indaiatuba – Av, Eng. Fábio Roberto Barnabé, São Caetano do Sul – Rua Major Carlos Del
653 – Centro – Tel. (11) 4481-9100 Tel. (16) 3826-3935
2.800 Jd. Esplanada II – Tel. (19) 3834-9272 Prete, 651 – Centro – Setor – Secretaria de
Desenvolvimento Econômico – Tel. (11) 4226-3414
Buri – Rua Expedicionário Antonio Caetano de Osvaldo Cruz – Av. Presidente Roosevelt, 220
Itanhaém – Av. Presidente Vargas, 757
Souza Filho, 37 – Centro –Tels. (15) 3546-1737 /1759 Centro – Tels. (13) 3426-2000 e 3289-5818 Centro – Tel. (18) 3529-1212 São José do Rio Pardo – Praça Quinze de
Novembro, 37 – Centro – Tel. (19) 3681-5050
Itapetininga – Rua Campos Sales, 230 – Centro Palmares Paulista – Rua XV de Novembro, 385
Cachoeira Paulista – Rua São Sebastião, 191
Centro – Tel. (12) 3101-2365 Tel. (15) 3272-9218/ 9210 – Centro – Tel. (17) 3587-1176 São Paulo (Itaquera) – Rua Gregório Ramalho,
12, 1o andar – Tel. (11) 6944-5099
Caieiras – Av. Professor Carvalho Pinto, 290 Itápolis – Av. Pres. Valentim Gentil, 355 Paraguaçu Paulista – Rua Sete de Setembro, 771
Tel. (18) 3361-6899 São Roque – Rua Rui Barbosa, 693 – Centro
Centro – Tels. (11) 4442-3256/4314 Centro – Tels. (16) 3262-8839/8838
Tel. (11) 4784-1383
Capão Bonito – Cel. Ernestino, 550 Itapecerica da Serra – Rua Treze de Maio, 100 Paranapanema – Rua Francisco Alves de
Almeida, 605 – Centro São Sebastião da Grama – Praça Pedro Capelo,
Centro – Tel. (15) 3542-4053 Centro – Tel. (11) 4668-2455 100 – Jd. São Domingos – Tel. (19) 3646-9702
Tels. (14) 3713-1066/1160
Capivari – Rua Padre Fabiano, 560 – Centro Itaquaquecetuba – Rua Valinhos, 52 – Monte Serra Negra – Rua Paulina, 27 – Centro
Tel. (19) 3491-3649 Belo – Tel. (11) 4642-2121 Paulínia – Av. Pres. Getúlio Vargas, 527 – Nova Tels. (19) 3842-2341 e 3892-5455
Paulínia – Tel. (19) 3874-9976
Caraguatatuba – Rua Siqueira Campos, 44 Itararé – Rua Sete de Setembro, 412 – Centro Sertãozinho – Av. Marg. João Olésio Marques,
Centro – Tel. (12) 3897-8198 / 8155 Tels. (15) 3532-1162/2065 Pedreira – Rua Siqueira Campos, 111 – Centro 3.563 – Centro Empresarial Zanini – 3o andar
Tels.: (19) 3893-1247/7736 Av. Afonso Trigo, 1.588 – Jd. 5 de Dezembro
Cardoso – Rua Deputado Castro de Carvalho, Itariri – Av. Nossa Senhora do Monte Tels. (16) 3945-5422/1080
1.550 – Centro – Tel. (17) 3453-1391 Serrat, s/n – Centro – Tel. (13) 3418-7300 Penápolis – Rua Ramalho Franco, 340 – Centro
Tel. (18) 3652-1918 Sumaré – Rua Antônio Jorge Chebab, 1.212
Catanduva – Rua São Paulo, 777 Itatiba – Rua Coronel Camilo Pires, 225 Centro – Tel. (19) 3873-8701
Higienópolis – Tel. (17) 3531-5313 Centro –Tel. (11) 4534-7896 Peruíbe – Rua Riachuelo, 40 – Estação
Centro – Tel. (13) 3453-5610 Taboão da Serra – Rua Pedro Borba, 259
Cerqueira César – Rua José Joaquim Esteves, Itu – Rua do Patrocínio, 419 – Centro Jardim Maria Rosa –
quiosque 4 – Centro – Tel. (14) 3714-4266 Tels. (11) 4023-6104 e 4023-5267 Piedade – Praça da Bandeira, 81 – Tel. (15) 3244-3071 Tels. (11) 4701-0407
Tambaú – Rua José Lepri, 41 – Centro
Conchal – Rua São Paulo, 431 – Centro Ituverava – Rua Cel. José Nunes da Silva, 277 Pindamonhangaba – Rua Albuquerque Lins, 138
Tel. (19) 3673-9201
Tel. (19) 3866-2552, ramal 24 Centro – Tel. (16) 3830-8908 – Centro – Tels. (12) 3643-1518/3644-1700
Tanabi – Rua Capitão Daniel da Cunha Moraes,
Conchas – Praça Tiradentes, 106 – Centro Jaboticabal – Esplanada do Lago, s/n – Vila Serra Piraju – Rua Treze de Maio, 500 – Centro 388 – Centro – Tel. (17) 3272-1336
Tel. (14) 3845-3083 – Tel. (16) 3209-3322 Tels. (14) 3351-1846 e 3351-3542
Taquaritinga – Rua Visconde do Rio Branco, 485
Cravinhos – Rua Dr. José Eduardo Vieira Palma, Jacareí – Rua Alfredo Schurig, 283 – Centro Pirassununga – Rua Galício Del Nero, 51 Centro – Tel. (16) 3252-2811
52 – Centro – Tel. (16) 3951-7351 Tel. (12) 3952-7362 Paço Municipal – Centro – Tel. (19) 3565-1541
Taquarituba – Av. Cel. João Quintino, 68
Cruzeiro – Rua Capitão Neco, 118 – Centro Jaguariúna – Rua Cândido Bueno, 843, Poá – Rua Pedro Américo, 12 – Centro Centro – Tels. (14) 3762-1995 / 1811 / 2024
Tel. (12) 3141-1107 salas 6 e 7 – Centro – Tel. (19) 3867-1477 Tel. (11) 4638-1980
Tarumã – Rua das Orquídeas, 353,
Cubatão – Rua Padre Nivaldo Vicente dos Jales – Avenida Francisco Jales, 3.097 Pompéia – Av. Expedicionário de 1o andar – Tel. (18) 3329-1193
Santos, 41 1 – Centro – Tel. (13) 3372-2525 Centro – Tel. (17) 3632-6776 Pompéia, 217 – Tel. (14) 3452-2825
Tatuí – Rua XV de Novembro, 491
Descalvado – Rua José Quirino Ribeiro, 55 Jardinópolis – Rua Dr. Artur Costacurta, 550 Porto Feliz – Rua Ademar de Barros, 340 1o andar – Centro – Tel. (15) 3305-4832
Jardim Belém – Tel. (19) 3583-1325 Área Industrial – Tel. (16) 3663-7906 Centro – Tel. (15) 3261-9047 Taubaté – R. Armando de Sales Oliveira, 457
Centro – Tel. (12) 3621-5223
Diadema – Rua Turmalinas, 108 - Jardim Donini José Bonifácio – Rua Domingos Fernandes Porto Ferreira – Rua Dona Balbina, 923
– Tel. (11) 4053-5400 Alonso, 133 – Centro Centro – Tel. (19) 3589-2376 Tupã – Av. Tapuias, 907 – sala 5– Centro
Tels. (17) 3265-9604/9605 Tel. (14) 3441- 3887
Dracena – Rua Brasil, 1.420 - Centro – Tel. (18) Presidente Epitácio – Rua Paraná, 262 – Centro
3822-4493 Laranjal Paulista – Praça Armando de Sales Tel. (18) 3281-1710 Ubatuba – Rua Dr. Esteves da Silva, 51 – Centro
Oliveira, 114 – Centro – Tel. (15) 3283-4282 Tel. (12) 3834-1445
Embu – Rua Siqueira Campos, 100 – Centro Queluz – Rua Prudente de Moraes, 158
Tel. (11) 4241-7305 Leme – Av. Carlo Bonfanti, 106 – Tel. (19) 3573-7108 Urupês – Rua Barão do Rio Branco, 704
Centro – Tel. (12) 3147-1772 Centro – Tels. (17) 3552-1568 e 3552-2199
Fartura – Rua Barão do Rio Branco, 436 Lençóis Paulista – Rua Cel. Joaquim Gabriel, Rancharia – Av. Dom Pedro II, 484 – Centro Valinhos – Av. Invernada, 595 – Vera Cruz
Vila Velha – Tel. (14) 3382-1792 11, 2o andar – Centro – Tel. (14) 3264-3955  Tel. (18) 3265-3133 Tels. (19) 3829-4019 e 3512-4944
Conexão 35

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