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Você Aprovado - Direito da Criança e do Adolescente (ECA) em questões de concursos públicos e da OAB comentadas
Você Aprovado - Direito da Criança e do Adolescente (ECA) em questões de concursos públicos e da OAB comentadas
Você Aprovado - Direito da Criança e do Adolescente (ECA) em questões de concursos públicos e da OAB comentadas
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Você Aprovado - Direito da Criança e do Adolescente (ECA) em questões de concursos públicos e da OAB comentadas

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Esta obra analisa de forma minuciosa, item por item, mais de 270 questões de concursos públicos e do Exame de Ordem da OAB, relativas às matérias Direito da Criança e do Adolescente ou Estatuto da Criança e do Adolescente e Lei do Sinase. O autor, professor do curso Gran Cursos Online, tem larga experiência na elaboração de cursos preparatórios para concursos públicos. É Defensor Público do Distrito Federal com atuação na área da Infância e Juventude. Para composição do livro, utilizou a mesma metodologia de sucesso já usada nos cursos que ministra, com abordagem clara e objetiva da matéria, explicando todos os detalhes das questões. O objetivo é analisar as questões com a profundidade necessária para que a leitora e o leitor possam entender bem matéria, adquirindo base e conhecimento para a aprovação na prova, que é o objetivo primordial do livro. Cada pessoa tem seu tempo e sua própria história, traçada de acordo com a próprias experiências de vida. Tenha certeza de que a aprovação virá mais cedo ou mais tarde, apenas sendo necessário perseverar no objetivo!

Sobre o autor: Márcio Pinho de Carvalho é defensor público do Distrito Federal, lotado no Núcleo de Execução de Medidas Socioeducativas desde 2010, ex-procurador federal da AGU com atuação na Agência Nacional de Transportes Aquaviários e na Fundação Universidade de Brasília, ex-oficial de justiça do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. Bacharel em Direito pela Universidade de Brasília – UnB, especialista em Direito Constitucional Aplicado à Gestão Pública pela Faculdade NDA. Aprovado nos seguintes concursos públicos: Advogado do Serviço Federal de Processamento de Dados - Serpro, na 4a colocação; Advogado da Companhia Energética de Brasília - CEB, na 25a colocação; Analista Judiciário área judiciária do TJDFT; Analista Judiciário do STJ; Analista Judiciário área judiciária do TRF 1a Região; Analista Processual do Ministério Público da União. Professor presencial e palestrante da Escola de Assistência Jurídica da Defensoria Pública do Distrito Federal - EASJUR/DF, professor do curso preparatório para concursos públicos Gran Cursos Online, professor presencial e online de cursos preparatórios para concursos públicos em Brasília/DF. Autor do livro Execução de Medidas Socioeducativas, Editora Processo, 2020, 2a Edição.

instagram: marciopinhoprofessor

LanguagePortuguês
Release dateMay 23, 2021
ISBN9786500232332
Você Aprovado - Direito da Criança e do Adolescente (ECA) em questões de concursos públicos e da OAB comentadas
Author

Márcio Carvalho, Sr

Márcio Pinho de Carvalho é defensor público do Distrito Federal, lotado no Núcleo de Execução de Medidas Socioeducativas desde 2010, ex-procurador federal da AGU com atuação na Agência Nacional de Transportes Aquaviários e na Fundação Universidade de Brasília, ex-oficial de justiça do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. Bacharel em Direito pela Universidade de Brasília – UnB, especialista em Direito Constitucional Aplicado à Gestão Pública pela Faculdade NDA. Aprovado nos seguintes concursos públicos: Advogado do Serviço Federal de Processamento de Dados - Serpro, na 4a colocação; Advogado da Companhia Energética de Brasília - CEB, na 25a colocação; Analista Judiciário área judiciária do TJDFT; Analista Judiciário do STJ; Analista Judiciário área judiciária do TRF 1a Região; Analista Processual do Ministério Público da União. Professor presencial e palestrante da Escola de Assistência Jurídica da Defensoria Pública do Distrito Federal - EASJUR/DF, professor do curso preparatório para concursos públicos Gran Cursos Online, professor presencial e online de cursos preparatórios para concursos públicos em Brasília/DF. Autor do livro Execução de Medidas Socioeducativas, Editora Processo, 2020, 2a Edição.

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    Você Aprovado - Direito da Criança e do Adolescente (ECA) em questões de concursos públicos e da OAB comentadas - Márcio Carvalho, Sr

    → BANCA CESPE – JUIZ(A) DE DIREITO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ – 2019 – QUESTÃO 26. A atual doutrina da proteção integral, que rege o direito da criança e do adolescente, reconhece crianças e adolescentes como

    (A) objetos de proteção do Estado e de medidas judiciais, mas que devem ser responsabilizados pela própria situação de irregularidade.

    (B) sujeitos de direito, devendo o Estado, a família e a sociedade lhes assegurar direitos fundamentais.

    (C) objetos de proteção do Estado e de medidas judiciais, sendo o Estado o principal responsável por lhes assegurar direitos.

    (D) sujeitos de direito que devem ser responsabilizados pela própria situação de irregularidade.

    GABARITO OFICIAL: B.

    CONSIDERAÇÕES DO PROFESSOR MÁRCIO PINHO:

    Assertiva A: errada. A assertiva está incorreta porque, com a doutrina da proteção integral, crianças e adolescentes deixaram de ser objetos e passaram a ser sujeitos de direitos, conforme art. 227, da Constituição Federal:

    Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

    Além disso, ao contrário do disposto na assertiva, não pode haver responsabilização pela própria situação de irregularidade, mas apenas pelo cometimento de atos infracionais, conforme art. 112, do ECA:

    "Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas:

    I - advertência;

    II - obrigação de reparar o dano;

    III - prestação de serviços à comunidade;

    IV - liberdade assistida;

    V - inserção em regime de semi-liberdade;

    VI - internação em estabelecimento educacional;

    VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.

    § 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da infração.

    § 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação de trabalho forçado.

    § 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental receberão tratamento individual e especializado, em local adequado às suas condições."

    Assertiva B: certa. A assertiva está correta, porque o grande marco da doutrina da proteção integral foi passar a considerar crianças e adolescentes como sujeitos de direitos. O art. 227, da Constituição Federal, prevê vários direitos fundamentais que devem ser assegurados à criança e ao adolescente, por todos, ou seja, pela família, pela sociedade e pelo Estado.

    Assertiva C: errada. A assertiva está errada, porque crianças e adolescentes, com a doutrina da proteção integral, não são objetos da proteção do Estado, mas sim sujeitos de direitos. Além disso, o Estado não é o principal responsável por lhes assegurar os direitos fundamentais, mas sim, conforme previsão do art. 227, da Constituição Federal, todos devem assegurar os direitos fundamentais de crianças e adolescentes.

    Assertiva D: errada. Crianças e adolescentes são sujeitos de direitos sim, mas, ao contrário do dito na assertiva, não podem ser responsabilizados pela própria situação de irregularidade, mas apenas podem ser responsabilizados pelo cometimento de atos infracionais.

    → BANCA UFMT – DEFENSOR(A) PÚBLICO(A) DO ESTADO DE MATO GROSSO - 2016 – QUESTÃO 92. Sobre a evolução histórica do direito da criança e do adolescente, assinale a afirmativa correta.

    (A) Antes da doutrina da proteção integral, inexistia preocupação em manter vínculos familiares, até porque a família ou a falta dela era considerada a causa da situação regular.

    (B) Na doutrina da proteção integral, descentralizou-se a atuação, materializando-a na esfera municipal pela participação direta da comunidade por meio do Conselho Municipal de Direitos e do Conselho Tutelar.

    (C) A doutrina da situação irregular limitava-se basicamente ao tratamento jurídico dispensado ao menor carente, ao menor abandonado e às políticas públicas.

    (D) Na vigência do Código de Menores, havia a distinção entre criança e adolescente, embora majoritariamente adotava-se apenas a denominação menor.

    (E) Além do judiciário, com a doutrina da proteção integral, novos atores entram em cena, como a comunidade local, a família e a Defensoria Pública como um grande agente garantidor de toda a rede, fiscalizando seu funcionamento, exigindo resultados, assegurando o respeito prioritário aos direitos fundamentais infanto-juvenis.

    GABARITO OFICIAL: B.

    CONSIDERAÇÕES DO PROFESSOR MÁRCIO PINHO:

    Assertiva A: errada. Diferentemente do disposto na assertiva, a falta da família era causa de situação irregular e não regular.

    Assertiva B: certa. A assertiva está correta, porque as diretrizes da política de atendimento de municipalização e criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da criança e do adolescente estão previstas no art. 88, incs. I e II, do ECA. O Conselho Tutelar é órgão municipal, conforme previsão do art. 132, do ECA.

    Assertiva C: errada. A assertiva está incorreta porque, segundo os doutrinadores do Direito da Criança e do Adolescente, a doutrina da situação irregular não se preocupava com as políticas públicas. Deixava de atuar na prevenção e garantia de direitos violados, atuando apenas na consequência, preocupando-se apenas com os menores em situação irregular, que pudessem oferecer algum risco ou perigo para a sociedade.

    Assertiva D: errada. Ao contrário do disposto na assertiva, o código de menores não diferenciava expressamente as idades de crianças e adolescentes, como ocorre atualmente no Estatuto da Criança e do Adolescente.

    Assertiva E: errada. A assertiva está incorreta, porque o ECA, no art. 4º, traz os termos família, comunidade, sociedade em geral e poder público, com dever de assegurar a efetivação dos direitos fundamentais de crianças e adolescentes. Não cita expressamente a Defensoria Pública, mas sim a sociedade em geral e o poder público. O art. 95, do ECA, não prevê a Defensoria Pública como órgão fiscalizador da rede de entidades de atendimento, mas prevê fiscalização do Ministério Público e dos Conselhos Tutelares.

    → BANCA FCC – DEFENSOR(A) PÚBLICO(A) DO ESTADO DE SÃO PAULO – 2013 – QUESTÃO 60. Analisando-se os paradigmas legislativos em matéria de infância e juventude, pode-se afirmar que antes da edição do Código de Mello Mattos, em 1927, vigorava o modelo:

    (A) higienista.

    (B) da situação irregular.

    (C) penal indiferenciado.

    (D) da proteção integral.

    (E) da institucionalização para a proteção.

    GABARITO OFICIAL: C.

    CONSIDERAÇÕES DO PROFESSOR MÁRCIO PINHO:

    Assertiva A: errada. A assertiva está incorreta, porque não vigorava o modelo higienista antes do Código Mello Mattos, mas sim o modelo penal indiferenciado, caracterizado por haver preocupação com as crianças apenas no caso de cometerem ilícitos penais. Quando cometiam crimes, as crianças eram punidas como adultos e ficavam em estabelecimentos de punição misturadas aos adultos. As etapas do desenvolvimento dos Direitos da Criança e do Adolescente, comumente estudas, são a etapa penal indiferenciada, a etapa tutelar ou da situação irregular e, finalmente, a etapa da proteção integral, não havendo referência sobre uma etapa higienista.

    Assertiva B: errada. Diferentemente do disposto na assertiva, a doutrina da situação irregular foi inaugurada pelo Código Mello Mattos e não vigorava antes de sua edição. Essa doutrina surgiu em razão da indignação decorrente da situação de colocação de crianças em instituições de punição juntamente com adultos. Partia-se do pressuposto que tanto crianças autoras de atos infracionais, quanto aquelas que estavam sofrendo violações de direitos fundamentais (vítimas de maus tratos ou abandonadas, por exemplo), estavam na mesma situação, ou seja, em situação irregular. Essas crianças eram encaminhadas para as mesmas instituições, as FEBEM´s – Fundação do Bem-Estar do Menor, independentemente de terem ou não cometido atos infracionais. Não havia divisão clara entre medidas de proteção e medidas socioeducativas. As crianças eram consideradas meros objetos de direitos.

    Assertiva C: certa. A afirmativa está correta porque, segundo os doutrinadores do Direito da Criança e do Adolescente, o período tutelar ou da situação irregular teve como marco de início no Brasil o código Mello Mattos, de 1927, pois foi o primeiro código de menores do Brasil.

    Assertiva D: errada. Diferentemente do disposto na assertiva, a doutrina da proteção integral foi inaugurada pela Constituição Federal de 1988. Seu principal marco foi passar a considerar crianças e adolescentes como sujeitos de direitos, conforme art. 227, da Constituição Federal.

    Assertiva D: errada. A assertiva está incorreta, porque os doutrinadores da evolução histórica do Direito da Criança e do Adolescente não citam uma etapa denominada de doutrina de institucionalização para correção. Em relação ao desenvolvimento dos Direitos da Criança e do Adolescente, comumente são estudadas a etapa penal indiferenciada, a etapa tutelar ou da situação irregular e, finalmente, a etapa da proteção integral.

    → BANCA FMP – PROMOTOR(A) DE JUSTIÇA DO ESTADO DE RONDÔNIA - 2017 – QUESTÃO 88. A legislação brasileira, no que se refere ao tratamento dispensado à criança e ao adolescente, passou por diferentes períodos, marcados, cada um, por concepções distintas. A partir disso, é CORRETO afirmar:

    (A) No período que antecedeu a Constituição Federal de 1988, a legislação garantia à criança e ao adolescente direitos fundamentais, embasados no princípio do melhor interesse.

    (B) Com a vigência da Constituição Federal de 1988, do Estatuto da Criança e do Adolescente e da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança, todos aqueles que não atingiram os dezoito anos passam a ser considerados sujeitos de direitos, prioridade absoluta e pessoas em fase especial de desenvolvimento.

    (C) A doutrina da situação irregular vigorou até a entrada em vigor do Estatuto da Criança e do Adolescente.

    (D) A partir do Código Penal de 1890, a idade da responsabilidade penal vem fixada em dezoito anos.

    (E) A Declaração dos Direitos da Criança é o primeiro documento internacional com força cogente para os países firmatários.

    GABARITO OFICIAL: B.

    CONSIDERAÇÕES DO PROFESSOR MÁRCIO PINHO:

    Assertiva A: errada. A assertiva está errada porque, antes da Constituição de 1988, as crianças não eram consideradas sujeitos de direitos fundamentais, mas sim meros objetos de direitos. O princípio do melhor interesse ainda não regia o Direito da Criança e do Adolescente. O principal marco da doutrina da proteção integral, inaugurada pela Constituição Federal de 1988, foi alçar crianças e adolescentes à condição de sujeitos de direitos e firmar os princípios da prioridade absoluta, interesse superior ou melhor interesse e condição peculiar de pessoas em desenvolvimento.

    Assertiva B: certa. A assertiva está correta, porque o grande marco da doutrina da proteção integral foi dar às crianças e adolescentes a condição de sujeitos de direitos. Além disso, os princípios da prioridade absoluta e da condição peculiar de pessoa em desenvolvimento são marcos da doutrina da proteção integral.

    Assertiva C: errada. A assertiva está incorreta porque, segundo os doutrinadores do Direito da Criança e do adolescente, a doutrina da situação irregular vigorou até a promulgação da Constituição de 1988, que inaugurou a doutrina da proteção integral, tendo como marco principal seu art. 227, e não até a entrada em vigor do ECA, que é de 1990.

    Assertiva D: errada. Diferentemente do disposto na assertiva, o Código Penal de 1890 não fixava a idade de responsabilidade penal em 18 anos, mas sim estabelecia o critério do discernimento aos indivíduos maiores de 9 anos e menores de 15 anos.

    Assertiva E: errada. A afirmativa está incorreta, porque a Declaração dos Direitos da Criança, de 1959, não tinha força cogente, mas meras recomendações.

    → BANCA UFG – DEFENSOR(A) PÚBLICO(A) DO ESTADO DE GOIÁS - 2014 – QUESTÃO 61. Um conjunto articulado de ações por parte do Estado e da sociedade, desde a concepção de políticas públicas até a realização de programas locais de atendimento implementados por entidades governamentais e não governamentais, é corolário dos princípios estabelecidos no texto da Constituição Federal de 1988. Nesse contexto,

    (A) a criança e o adolescente são objetos do direito e alvos da doutrina jurídica de proteção do menor em situação irregular, nos casos de abandono, prática de infração penal, desvio de conduta, falta de assistência, entre outros.

    (B) a doutrina da proteção integral originada através da Convenção dos Direitos da Criança aprovada pela ONU, ratificada no Brasil pela Lei Federal n. 728, de 14 de setembro de 1990, reafirma-se na doutrina do menor em situação irregular.

    (C) a Lei n. 8.069/1990 é instrumento de controle social da infância e do adolescente, vítimas de omissões da família, da sociedade e do Estado em seus direitos básicos, dirigindo-se primariamente ao conflito instalado.

    (D) a lei abrange uma gama variada de disciplinas voltadas à proteção dos direitos da criança e do adolescente, com a responsabilidade solidariamente distribuída entre a família, a sociedade e o Estado.

    (E) a proteção dos direitos da criança e do adolescente é do Estado, que assume primariamente a responsabilidade, tendo como princípio a adoção do menor em situação irregular.

    GABARITO OFICIAL: D.

    CONSIDERAÇÕES DO PROFESSOR MÁRCIO PINHO:

    Assertiva A: errada. A assertiva está errada, porque crianças e adolescentes são alvo da doutrina da proteção integral e sujeitos de direitos.

    Assertiva B: errada. A afirmativa está incorreta, porque a Convenção dos Direitos da Criança não reafirmou a doutrina do menor em situação irregular, mas sim trouxe a doutrina da proteção integral. Além disso, não foi ratificada pela Lei Federal n. 728, mas sim pelo Decreto nº 99.710/90.

    Assertiva C: errada. A assertiva está errada, porque o ECA é instrumento de garantia de direitos e dirige-se prioritariamente à prevenção e não ao conflito instalado.

    Assertiva D: certa. A assertiva está correta, porque o ECA, em seu art. 1º, afirma que esta lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente. Além disso, ao longo do texto do Estatuto, há previsão de várias garantias e formas de garantir e prevenir a violação dos direitos fundamentais das crianças e dos adolescentes. O art. 4º, do ECA, prevê que a responsabilidade pela efetivação dos direitos fundamentais é de todos, ou seja, da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Estado.

    Assertiva E: errada. A assertiva está incorreta, porque o Estado não assume primariamente a responsabilidade de proteção dos direitos da criança e do adolescente, mas essa responsabilidade é de todos, de forma solidária, conforme previsões do art. 4º, do ECA e do art. 227, da Constituição Federal. Além disso, não existe o princípio da adoção do menor em situação irregular.

    → BANCA VUNESP – JUIZ(A) DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL - 2015 – QUESTÃO 33. Com relação à retrospectiva e evolução histórica do tratamento jurídico destinado à criança e ao adolescente no ordenamento pátrio, é correto afirmar que

    (A) na fase da absoluta indiferença, não havia leis voltadas aos direitos e deveres de crianças e adolescentes.

    (B) na fase da proteção integral, regida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, as leis se limitam ao reconhecimento de direitos e garantias de crianças e adolescentes, sem intersecção com o direito amplo à infância, porque direito social, amparado pelo artigo 6º da Constituição Federal.

    (C) a fase da mera imputação criminal não se insere na evolução histórica do tratamento jurídico concedido à criança e ao adolescente no ordenamento jurídico pátrio porque extraída do direito comparado.

    (D) na fase da mera imputação criminal, regida pelas Ordenações Afonsinas e Filipinas, pelo Código Criminal do Império, de 1830, e pelo Código Penal, de 1890, as leis se limitavam à responsabilização criminal de maiores de 16 (dezesseis) anos por prática de ato equiparado a crime. (E) na fase tutelar, regida pelo Código Mello Mattos, de 1927, e Código de Menores, de 1979, as leis se limitavam à colocação de crianças e adolescentes, em situação de risco, em família substituta, pelo instituto da tutela.

    GABARITO OFICIAL: A.

    CONSIDERAÇÕES DO PROFESSOR MÁRCIO PINHO:

    Assertiva A: certa. Conforme disposto na assertiva, segundo os doutrinadores do Direito da Criança e do Adolescente, na fase da absoluta indiferença, a criança não existia no mundo jurídico com tratamento próprio. Era considerada um adulto pequeno, com as mesmas atribuições dos adultos.

    Assertiva B: errada. Diferentemente do disposto na assertiva, na fase da proteção integral, as leis prevêem garantias e formas de atuação de todos (art. 227, da Constituição e art. 4º, do ECA) para efetivação dessas garantias, por meio do sistema de proteção, havendo extensa intersecção com o direito amplo à infância, com previsão de vários direitos fundamentais e políticas públicas para prevenir ou dirimir violações de direitos fundamentais de crianças e de adolescentes.

    Assertiva C: errada. A afirmativa está incorreta, porque a fase da mera imputação criminal existiu, sim, no ordenamento jurídico brasileiro. Seus principais marcos foram os Códigos Penais de 1830 e de 1890.

    Assertiva D: errada. Diferentemente do disposto na assertiva, pelo Código de 1830, a maioridade era alcançada aos 14 anos e usava-se o critério do discernimento para os menores de 14 anos. Pelo Código de 1890, havia o critério do discernimento para maiores de 9 e menores de 15 anos.

    Assertiva E: errada. A afirmativa está incorreta porque, na fase tutelar ou da situação irregular, que teve como marco inicial o Código Mello Mattos, de 1927, as leis não se limitavam à colocação de crianças e adolescentes, em situação de risco, em famílias substitutas, mas sim, colocavam crianças e adolescentes, em situação irregular, nas instituições educacionais de internação chamadas FEBEM´s - Fundações do Bem-Estar do Menor.

    2 . NORMATIVA INTERNACIONAL SOBRE OS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

    → BANCA FCC – DEFENSOR(A) PÚBLICO(A) DO ESTADO DO AMAZONAS – 2018 – QUESTÃO 78. Segundo a Convenção sobre os Direitos da Criança,

    (A) toda criança, desde que sua idade e maturidade lhe permita algum discernimento, tem direito de expressar suas opiniões livremente.

    (B) incumbe aos pais manifestar e representar a opinião e o interesse dos filhos nos assuntos que os afetem, cabendo-lhes, nessa missão, zelar sempre pela prevalência do superior interesse da criança.

    (C) os Estados Partes devem estipular em seus ordenamentos internos uma idade a partir da qual a opinião pessoal e direta da criança poderá ser considerada na decisão sobre assuntos que a afetem.

    (D) os Estados Partes discriminarão, em suas normas internas, as situações em que a opinião da criança será considerada independentemente da opinião de seus pais ou responsável.

    (E) será proporcionada à criança a oportunidade de ser ouvida em todo processo administrativo que a afete, quer diretamente quer por intermédio de um representante ou órgão apropriado.

    GABARITO OFICIAL: E.

    CONSIDERAÇÃOS DO PROFESSOR MÁRCIO PINHO:

    Assertiva A: errada. Diferentemente do disposto na assertiva, a Convenção sobre os Direitos da Criança não usa o termo discernimento. Afirma que as crianças capacitadas para formular seus próprios juízos têm direito de expressar suas opiniões, conforme previsão do art. 12 da Convenção:

    "Artigo 12

    1. Os Estados Partes assegurarão à criança que estiver capacitada a formular seus próprios juízos o direito de expressar suas opiniões livremente sobre todos os assuntos relacionados com a criança, levando-se devidamente em consideração essas opiniões, em função da idade e maturidade da criança.

    2. Com tal propósito, se proporcionará à criança, em particular, a oportunidade de ser ouvida em todo processo judicial ou administrativo que afete a mesma, quer diretamente quer por intermédio de um representante ou órgão apropriado, em conformidade com as regras processuais da legislação nacional."

    Assertiva B: errada. A assertiva está errada, porque as crianças têm o direito de manifestar suas opiniões livremente (art. 12 da Convenção), e não por intermédio dos pais, conforme afirmado erroneamente na assertiva.

    Assertiva C: errada. Diferentemente do disposto na afirmativa, a Convenção sobre os Direitos a Criança não prevê que os Estados parte devem estipular idade para que a opinião da criança seja considerada, mas afirma que a criança tem direito de dar sua opinião, levando-se devidamente em consideração a opinião, em razão da idade e maturidade da criança (art. 12 da Convenção).

    Assertiva D: errada. Diferentemente do disposto na assertiva, não há previsão na Convenção sobre os Direitos da Criança de que os Estados parte devem prever situações em que a opinião da criança será considerada independentemente da opinião dos pais ou responsável.

    Assertiva E: certa. O afirmado na assertiva está correto, conforme art. 12, item 2, da Convenção sobre os Direitos da Criança.

    → BANCA FCC – DEFENSOR(A) PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ – 2017 – QUESTÃO 23. Dentre diversas novidades, o Estatuto da Criança e do Adolescente passou a prever a possibilidade de remissão ao adolescente que viesse a praticar ato infracional. Esta previsão decorreu de compromissos assumidos pelo Brasil no âmbito internacional, havendo expressa recomendação para adoção da remissão

    (A) no Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos.

    (B) na Declaração dos Direitos da Criança − Assembléia das Nações Unidas, 1959.

    (C) nas Regras Mínimas das Nações Unidas para a Administração da Justiça, da Infância e da Juventude − Regras de Beijing.

    (D) nas Diretrizes das Nações Unidas para Prevenção da Delinquência Juvenil − Diretrizes de Riad.

    (E) no Pacto de San José da Costa Rica.

    GABARITO OFICIAL: C.

    CONSIDERAÇÕES DO PROFESSOR MÁRCIO PINHO:

    Assertiva C: certa. A assertiva está correta porque, como afirmado, as Regras de Beijing prevêem a remissão, nos dispositivos do seu art. 11:

    "11. Remissão dos casos

    11.1 Examinar-se-á a possibilidade, quando apropriada, de atender os jovens infratores sem recorrer às autoridades competentes, mencionadas na regra 14.1 adiante, para que os julguem oficialmente.

    11. 2 A polícia, o ministério público e outros organismos Que se ocupem de jovens infratores terão a faculdade de arrolar tais casos sob sua jurisdição, sem necessidade de procedimentos formais, de acordo com critérios estabelecidos com esse propósito nos respectivos sistemas jurídicos e também em harmonia com os princípios contidos nas presentes regras.

    11.3 Toda remissão que signifique encaminhar o jovem a instituições da comunidade ou de outro tipo dependerá do consentimento dele, de seus pais ou tutores; entretanto, a decisão relativa à remissão do caso será submetida ao exame de uma autoridade competente, se assim for solicitado.

    11.4 Para facilitar a tramitação jurisdicional dos casos de jovens, procurar-se-á proporcionar à comunidade programas tais como orientação e supervisão temporária, restituição e compensação das vítimas."

    Assertivas: A, B, D e E. Nenhuma das outras normativas internacionais citadas nas assertivas têm recomendação expressa para a adoção da remissão.

    → BANCA FCC – DEFENSOR(A) PÚBLICO(A) DO ESTADO DO PARÁ – 2015 – QUESTÃO 56. Sobre a proteção da criança e do adolescente pelas normativas internacionais é CORRETO afirmar que:

    (A) A Declaração Universal dos Direitos da Criança, de 1959, acolheu a doutrina da situação irregular, segundo a qual se encontra em situação irregular a criança que estiver privada de condições essenciais à sua subsistência, saúde e instrução obrigatória.

    (B) Nos termos da Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança, de 1989, criança é todo ser humano com menos de 18 anos de idade, a não ser que, pela legislação aplicável, a maioridade seja alcançada antes.

    (C) Segundo a Convenção sobre os Aspectos Civis do Sequestro Internacional de Crianças, o único legitimado a comunicar a transferência ou retirada de uma criança em violação a um direito de guarda à Autoridade Central do Estado é o próprio guardião legal.

    (D) de acordo com a Convenção Internacional Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional, o reconhecimento de uma adoção internacional, uma vez ultimados os procedimentos previstos, não poderá em hipótese alguma ser recusado pelo Estado signatário da Convenção.

    (E) as Diretrizes de Riad constituem instrumento internacional que contempla as regras mínimas para administração da justiça, da infância e da juventude do âmbito dos Estados-membros da ONU.

    GABARITO OFICIAL: B.

    CONSIDERAÇÕES DO PROFESSOR MÁRCIO PINHO:

    Assertiva A: errada. Diferentemente do disposto na assertiva, a Declaração Universal dos Direitos da Criança não acolheu a doutrina da situação irregular. Ao contrário, procurou trazer proteção e garantia de direitos para todas as crianças, sem distinção de qualquer tipo, devendo todas ser tratadas igualmente. Não prevê instrumentos para crianças em situação irregular, conforme afirmado erroneamente na assertiva.

    Assertiva B: certa. O afirmado na assertiva está correto, conforme art. 1 da Convenção sobre os Direitos da Criança:

    "Artigo 1

    Para efeitos da presente Convenção considera-se como criança todo ser humano com menos de dezoito anos de idade, a não ser que, em conformidade com a lei aplicável à criança, a maioridade seja alcançada antes."

    Assertiva C: errada. A assertiva está incorreta, porque não é somente o titular da guarda que pode fazer a comunicação de transferência ou retirada de criança em violação ao direito de guarda, mas sim qualquer pessoa, instituição ou organismo, segundo a Convenção sobre os Aspectos Civis do Sequestro Internacional de Crianças, em seu art. 8:

    qualquer pessoa, instituição ou organismo que julgue que uma criança tenha sido transferida ou retirada em violação a um direito de guarda pode participar o fato à Autoridade Central do Estado de residência habitual da criança ou à Autoridade Central de qualquer outro Estado Contratante, para que lhe seja prestada assistência para assegurar o retorno da criança.

    Assertiva D: errada. Diferentemente do afirmado na assertiva, segundo a Convenção Internacional Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional, conhecida como Convenção de Haia, de 29 de março de 1993, conforme previsto em seu art. 24, o reconhecimento de uma adoção só poderá ser recusado em um Estado Contratante se a adoção for manifestamente contrária à sua ordem pública, levando em consideração o interesse superior da criança. Dessa forma, há hipótese de recusa da adoção mesmo que ultimados os procedimentos previstos.

    Assertiva E: errada. A assertiva está incorreta, porque as Diretrizes de Riad dispõem sobre diretrizes para prevenção da delinqüência juvenil. As Regras Mínimas de Beijing é que são o instrumento internacional que contempla as regras mínimas para administração da justiça, da infância e da juventude no âmbito dos Estados-membros da ONU.

    → BANCA PRÓPRIA – JUIZ(A) DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO - 2018 - QUESTÃO 100. Cuidando-se dos efeitos civis do sequestro internacional de crianças, de acordo com e nos estritos termos da convenção concluída na cidade de Haia, em 25/10/1980, considere as seguintes assertivas:

    I – Qualquer decisão que, baseada nos termos da Convenção, determine o retorno da criança, não afeta os fundamentos do direito de guarda.

    II – Se restar provado que a criança já está integrada no seu novo meio, por mais de um ano, a autoridade judicial ou administrativa não está obrigada a determinar o seu retorno.

    III – Decisão fundamentada quanto ao direito de guarda pode servir de base para justificar a recusa de retorno da criança, nos termos da Convenção, podendo as autoridades judiciais ou administrativas do Estado requerido levar em consideração os motivos dessa decisão na aplicação da Convenção.

    IV – É lícita a exigência de prestação de caução ou depósito para garantir o pagamento dos custos e despesas relativas aos procedimentos previstos na convenção, podendo o interessado, se o caso, alegar impossibilidade de arcar com tais gastos, caso em que poderá ser eximido de tais pagamentos.

    (A) Todas as assertivas são corretas.

    (B) A assertiva III é a única correta.

    (C) As assertivas I e II são as únicas corretas.

    (D) As assertivas III e IV são as únicas corretas.

    GABARITO OFICIAL: C.

    CONSIDERAÇÕES DO PROFESSOR MÁRCIO PINHO:

    Assertiva I: certa. O disposto na assertiva está correto, conforme art. 19, da Convenção sobre os Aspectos Civis do Seqüestro Internacional de Crianças:

    "Artigo 19

    Qualquer decisão sobre o retorno da criança, tomada nos termos da presente Convenção, não afeta os fundamentos do direito de guarda."

    Assertiva B: certa. O disposto na assertiva está correto, porque, na situação narrada, a autoridade não está obrigada a determinar o retorno da criança, de acordo com o art. 12, 2ª parte, da Convenção sobre os Aspectos Civis do Seqüestro Internacional de Crianças:

    "Artigo 12

    Quando uma criança tiver sido ilicitamente transferida ou retida nos termos do Artigo 3 e tenha decorrido um período de menos de 1 ano entre a data da transferência ou da retenção indevidas e a data do início do processo perante a autoridade judicial ou administrativa do Estado Contratante onde a criança se encontrar, a autoridade respectiva deverá ordenar o retorno imediato da criança.

    A autoridade judicial ou administrativa respectiva, mesmo após expirado o período de 1 ano referido no parágrafo anterior, deverá ordenar o retorno da criança, salvo quando for provado que a criança já se encontra integrada no seu novo meio.

    Quando a autoridade judicial ou administrativa do Estado requerido tiver razões para crer que a criança tenha sido levada para outro Estado, poderá suspender o processo ou rejeitar o pedido para o retomo da criança."

    Assertiva III: errada. A assertiva está errada, porque a decisão relativa à guarda no Estado requerido não pode servir de base para justificar a recusa de retorno da criança, conforme art. 17, da Convenção sobre os Aspectos Civis do Seqüestro Internacional de Crianças:

    "Artigo 17

    O simples fato de que uma decisão relativa à guarda tenha sido tomada ou seja passível de reconhecimento no Estado requerido não poderá servir de base para justificar a recusa de fazer retornar a criança nos termos desta Convenção, mas as autoridades judiciais ou administrativas do Estado requerido poderão levar em consideração os motivos dessa decisão na aplicação da presente Convenção."

    Assertiva IV: errada. A assertiva está incorreta, porque nenhuma caução ou depósito podem ser exigidos para garantir pagamento de custas e despesas, conforme art. 22 da Convenção sobre os Aspectos Civis do Seqüestro Internacional de Crianças:

    "Artigo 22

    Nenhuma caução ou depósito, qualquer que seja a sua denominação, poderá ser imposta para garantir o pagamento de custos e despesas relativas aos processos judiciais ou administrativos previstos na presente Convenção."

    → BANCA FCC – DEFENSOR(A) PÚBLICO(A) DO ESTADO DO MARANHÃO - 2015 - QUESTÃO 93. A respeito da Convenção sobre os aspectos civis do sequestro internacional de crianças, promulgada pelo Decreto Presidencial no 3.413/00, pode-se afirmar que

    (A) A autoridade judicial ou administrativa pode recusar-se a ordenar o retorno da criança se ela, tendo no mínimo oito anos de idade, recusar-se a retornar, revelando maturidade suficiente para que se leve em conta sua opinião sobre o assunto.

    (B) O foro competente, em regra, para apreciação dessas questões é o correspondente ao local de residência atual da criança e onde vem ocorrendo a ação continuada de violação do direito de guarda e de visita. (C) A autoridade judicial ou administrativa, mesmo após expirado o período de um ano e dia de permanência no Estado atual, deverá ordenar o retorno da criança, salvo se houver indícios de que ela já se encontra integrada no seu novo meio.

    (D) É vedado exigir caução ou depósito, qualquer que seja a sua denominação, para garantir o pagamento de custos e despesas relativas aos processos judiciais ou administrativos nela previstos.

    (E) Não se configura o sequestro internacional quando quem viola o direito de guarda é o pai biológico detentor da guarda compartilhada, devendo ser aplicadas outras normas vigentes no país de residência habitual da criança.

    GABARITO OFICIAL: D.

    CONSIDERAÇÕES DO PROFESSOR MÁRCIO PINHO:

    Assertiva A: errada. A assertiva está errada, porque a Convenção sobre os Aspectos Civis do Sequestro Internacional de Crianças não se refere expressamente à idade de 8 anos, mas prevê que a autoridade judicial ou administrativa pode recusar-se a ordenar o retorno da criança se verificar que esta se opõe e já atingiu idade e grau de maturidade tais que seja apropriado levar em consideração sua opinião, conforme art. 13:

    "Artigo 13

    Sem prejuízo das disposições contidas no Artigo anterior, a autoridade judicial ou administrativa do Estado requerido não é obrigada a ordenar o retorno da criança se a pessoa, instituição ou organismo que se oponha a seu retorno provar:

    a) que a pessoa, instituição ou organismo que tinha a seu cuidado a pessoa da criança não exercia efetivamente o direito de guarda na época da transferência ou da retenção, ou que havia consentido ou concordado posteriormente com esta transferência ou retenção; ou

    b) que existe um risco grave de a criança, no seu retorno, ficar sujeita a perigos de ordem física ou psíquica, ou, de qualquer outro modo, ficar numa situação intolerável.

    A autoridade judicial ou administrativa pode também recusar-se a ordenar o retorno da criança se verificar que esta se opõe a ele e que a criança atingiu já idade e grau de maturidade tais que seja apropriado levar em consideração as suas opiniões sobre o assunto.

    Ao apreciar as circunstâncias referidas neste Artigo, as autoridades judiciais ou administrativas deverão tomar em consideração as informações relativas à situação social da criança fornecidas pela Autoridade Central ou por qualquer outra autoridade competente do Estado de residência habitual da criança."

    Assertiva B: errada. A assertiva está errada porque, conforme art. 8, da Convenção sobre os Aspectos Civis do Sequestro Internacional de Crianças, o foro competente para apreciação das questões referentes ao aspecto civil do sequestro internacional de crianças é o de residência habitual da criança, ou o foro de qualquer outro Estado contratante. Abaixo, transcreve-se o art. 8:

    "Artigo 8

    Qualquer pessoa, instituição ou organismo que julgue que uma criança tenha sido transferida ou retirada em violação a um direito de guarda pode participar o fato à Autoridade Central do Estado de residência habitual da criança ou à Autoridade Central de qualquer outro Estado Contratante, para que lhe seja prestada assistência para assegurar o retorno da criança.

    O pedido deve conter:

    a) informação sobre a identidade do requerente, da criança e da pessoa a quem se atribuí a transferência ou a retenção da criança;

    b) caso possível, a data de nascimento da criança;

    c) os motivos em que o requerente se baseia para exigir o retomo da criança;

    d) todas as informações disponíveis relativas à localização da criança e à identidade da pessoa com a qual presumivelmente se encontra a criança.

    O pedido pode ser acompanhado ou complementado por:

    e) cópia autenticada de qualquer decisão ou acordo considerado relevante;

    f) atestado ou declaração emitidos pela Autoridade Central, ou por qualquer outra entidade competente do Estado de residência habitual, ou por uma pessoa qualificada, relativa à legislação desse Estado na matéria;

    g) qualquer outro documento considerado relevante".

    Assertiva C: errada. Diferentemente do disposto na assertiva, a Convenção sobre os Aspectos Civis do Sequestro Internacional de Crianças diz que após esgotado o período de 1 ano entre a data da transferência ou retenção e a data do início do processo, deverá ser ordenado o retorno, salvo se houver prova de que a criança já está integrada no seu novo meio, conforme previsto no art. 12:

    "Artigo 12

    Quando uma criança tiver sido ilicitamente transferida ou retida nos termos do Artigo 3 e tenha decorrido um período de menos de 1 ano entre a data da transferência ou da retenção indevidas e a data do início do processo perante a autoridade judicial ou administrativa do Estado Contratante onde a criança se encontrar, a autoridade respectiva deverá ordenar o retomo imediato da criança.

    A autoridade judicial ou administrativa respectiva, mesmo após expirado o período de uma ano referido no parágrafo anterior, deverá ordenar o retorno da criança, salvo quando for provado que a criança já se encontra integrada no seu novo meio.

    Quando a autoridade judicial ou administrativa do Estado requerido tiver razões para crer que a criança tenha sido levada para outro Estado, poderá suspender o processo ou rejeitar o pedido para o retomo da criança."

    Assertiva D: certa. O afirmado na assertiva está de acordo com o art. 22, da Convenção sobre os Aspectos Civis do Sequestro Internacional de Crianças:

    Artigo 22 - Nenhuma caução ou depósito, qualquer que seja a sua denominação, poderá ser imposta para garantir o pagamento de custos e despesas relativas aos processos judiciais ou administrativos previstos na presente Convenção.

    Assertiva E: errada. A afirmativa está errada, porque a Convenção sobre os Aspectos Civis do Sequestro Internacional de Crianças não prevê que não se configura o seqüestro internacional quando quem viola o direito de guarda é o pai biológico, detentor da guarda compartilhada.

    → BANCA FMP – PROMOTOR(A) DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAZONAS - 2015 - QUESTÃO 66. Segundo a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança, é correto afirmar:

    (A) Criança é a pessoa até 12 (doze) anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre 12 (doze) completos e 18 (dezoito) anos de idade incompletos.

    (B) Os Estados Partes devem respeitar o direito da criança separada de um ou de ambos os pais de manter regularmente relações pessoais e contatos diretos com eles, salvo se tal mostrar-se contrário ao superior interesse da criança.

    (C) Não há previsão de a criança e o adolescente serem ouvidos em processos judiciais, matéria regulada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.

    (D) Os Estados Partes reconhecem a importância da função exercida pelos órgãos de comunicação social e asseguram o acesso da criança e do adolescente à informação e aos documentos provenientes de fontes nacionais privadas, em especial aqueles que visam promover o bem-estar social e econômico.

    (E) Os Estados Partes se comprometem a apresentar ao Comitê dos Direitos da Criança, através da Secretaria Geral da ONU, relatórios sobre as medidas adotadas para dar efetividade aos direitos reconhecidos pela Convenção, sobre os progressos realizados nos dois anos subsequentes à data da sua entrada em vigor e, após a apresentação do primeiro relatório, deverão, de dez em dez anos, apresentar novos relatórios.

    GABARITO OFICIAL: B.

    CONSIDERAÇÕES DO PROFESSOR MÁRCIO PINHO:

    Assertiva A: errada. A assertiva está errada, porque transcreveu o art. 2º, do ECA, e não dispositivo da Convenção sobre os Direitos da Criança, a qual não estabelece objetivamente as idades de criança e de adolescente, mas apenas fala em indivíduos menores de 18 anos.

    Assertiva B: certa. O afirmado da assertiva está previsto no art. 9, item 3, da Convenção sobre os Direitos da Criança:

    "Artigo 9

    "1. Os Estados Partes deverão zelar para que a criança não seja separada dos pais contra a vontade dos mesmos, exceto quando, sujeita à revisão judicial, as autoridades competentes determinarem, em conformidade com a lei e os procedimentos legais cabíveis, que tal separação é necessária ao interesse maior da criança. Tal determinação pode ser necessária em casos específicos, por exemplo, nos casos em que a criança sofre maus tratos ou descuido por parte de seus pais ou quando estes vivem separados e uma decisão deve ser tomada a respeito do local da residência da criança.

    2. Caso seja adotado qualquer procedimento em conformidade com o estipulado no parágrafo 1 do presente artigo, todas as partes interessadas terão a oportunidade de participar e de manifestar suas opiniões.

    3. Os Estados Partes respeitarão o direito da criança que esteja separada de um ou de ambos os pais de manter regularmente relações pessoais e contato direto com ambos, a menos que isso seja contrário ao interesse maior da criança.

    4. Quando essa separação ocorrer em virtude de uma medida adotada por um Estado Parte, tal como detenção, prisão, exílio, deportação ou morte (inclusive falecimento decorrente de qualquer causa enquanto a pessoa estiver sob a custódia do Estado) de um dos pais da criança, ou de ambos, ou da própria criança, o Estado Parte, quando solicitado, proporcionará aos pais, à criança ou, se for o caso, a outro familiar, informações básicas a respeito do paradeiro do familiar ou familiares ausentes, a não ser que tal procedimento seja prejudicial ao bem-estar da criança. Os Estados Partes se certificarão, além disso, de que a apresentação de tal petição não acarrete, por si só, conseqüências adversas para a pessoa ou pessoas interessadas."

    Assertiva C: errada. Ao contrário do afirmado na assertiva, há previsão de crianças serem ouvidas em processos judiciais, conforme art. 12, item 2, da Convenção sobre os Direitos da Criança:

    "Artigo 12

    1. Os Estados Partes assegurarão à criança que estiver capacitada a formular seus próprios juízos o direito de expressar suas opiniões livremente sobre todos os assuntos relacionados com a criança, levando-se devidamente em consideração essas opiniões, em função da idade e maturidade da criança.

    2. Com tal propósito, se proporcionará à criança, em particular, a oportunidade de ser ouvida em todo processo judicial ou administrativo que afete a mesma, quer diretamente quer por intermédio de um representante ou órgão apropriado, em conformidade com as regras processuais da legislação nacional."

    Assertiva D: errada. A assertiva está incorreta, porque Convenção sobre os Direitos a Criança, refere-se a bem-estar social, espiritual e moral e saúde física e mental e não bem-estar social e econômico, como afirmado na assertiva. É o disposto no art. 17, da Convenção sobre os Direitos da Criança:

    Os Estados Partes reconhecem a função importante desempenhada pelos meios de comunicação e zelarão para que a criança tenha acesso a informações e materiais procedentes de diversas fontes nacionais e internacionais, especialmente informações e materiais que visem a promover seu bem-estar social, espiritual e moral e sua saúde física e mental.

    Assertiva E: errada. Diferentemente do disposto na afirmativa, os novos relatórios devem ser apresentados de 5 e 5 anos e não de 10 em 10 anos, conforme art. 44, item 1, alínea b da Convenção sobre os Direitos da Criança:

    "Artigo 44

    1. Os Estados Partes se comprometem a apresentar ao comitê, por intermédio do Secretário-Geral das Nações Unidas, relatórios sobre as medidas que tenham adotado com vistas a tornar efetivos os direitos reconhecidos na convenção e sobre os progressos alcançados no desempenho desses direitos:

    a) num prazo de dois anos a partir da data em que entrou em vigor para cada Estado Parte a presente convenção;

    b) a partir de então, a cada cinco anos."

    → BANCA FCC – DEFENSOR(A) PÚBLICO(A) DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – 2016 – QUESTÃO 62. A Convenção sobre os Aspectos Civis do Sequestro Internacional de Crianças trata, prioritariamente, de situações como a de

    (A) reparação de danos morais e materiais a crianças e adolescentes vítimas de quadrilha especializada em tráfico internacional de pessoas.

    (B) uma criança que vive no Brasil, sob guarda judicial da tia e vai visitar o pai no exterior, oportunidade em que o pai retém a criança e não permite seu retorno ao Brasil.

    (C) um adolescente que viaja ao exterior, com autorização dos pais, para realizar intercâmbio educacional e decide não voltar ao país.

    (D) assegurar a devolução de criança ou adolescente que foi deixado pelos pais com amigos, em país estrangeiro, sem regularização da guarda. (E) outorga excepcional de nacionalidade ou direito de permanência a criança estrangeira que resida há mais de cinco anos em país para o qual foi levada contra sua vontade.

    GABARITO OFICIAL: B.

    CONSIDERAÇÕES DO PROFESSOR MÁRCIO PINHO:

    Assertiva A: errada. Diferentemente do disposto na assertiva, a reparação de danos morais não está prevista expressamente como um dos objetivos da Convenção sobre os Aspectos Civis do Sequestro Internacional de Crianças.

    Assertiva B: certa. A situação narrada na assertiva enquadra-se no objetivo da Convenção de assegurar o retorno da criança ilicitamente retida indevidamente em outro país. A Convenção sobre os Aspectos Civis do Sequestro Internacional de Crianças tem por objetivos assegurar o retorno imediato de crianças ilicitamente transferidas para qualquer Estado Contratante ou nele retidas indevidamente e fazer respeitar de maneira efetiva nos outros Estados Contratantes os direitos de guarda e de visita existentes num Estado Contratante, conforme previsto em seu art. 1º, alíneas a e b.

    Assertiva C: errada. Na situação descrita na assertiva, o adolescente não está sendo mantido indevidamente no exterior por outra pessoa, mas decidiu ficar lá voluntariamente. Assim, a situação não se enquadra nas previstas na Convenção.

    Assertiva D: errada. A assertiva está incorreta, porque a Convenção não incide na situação narrada na assertiva, pois, na circunstância narrada, a criança não está sendo retida no exterior contra a vontade dos titulares da guarda (pais).

    Assertiva E: errada. A assertiva está errada, porque a situação nela narrada não é tratada pela Convenção sobre os Aspectos Civis do Sequestro Internacional de Crianças.

    → BANCA FCC – DEFENSOR(A) PÚBLICO(A) DO ESTADO DA BAHIA – 2016 – QUESTÃO 78. Dentre os princípios fundamentais enunciados nas Diretrizes das Nações Unidas para Prevenção da Delinquência Juvenil (Princípios Orientadores de Riad) consta, expressamente, a ideia de que

    (A) considerando o consenso criminológico de que a delinquência juvenil está diretamente associada aos estilos parentais autoritário, permissivo ou negligente, é tarefa primordial dos estados, em colaboração com meios de comunicação, incentivar os pais no aprimoramento de suas técnicas de criação e educação dos filhos.

    (B) o comportamento desajustado dos jovens aos valores e normas da sociedade são, com frequência, parte do processo de amadurecimento e tendem a desaparecer, espontaneamente, na maioria das pessoas, quando chegam à maturidade.

    (C) os estados devem criar instâncias especializadas de intervenção, de modo a garantir que, quando o adolescente transgrida uma norma de natureza penal, os organismos mais formais de controle social sejam acionados como primeira alternativa.

    (D) embora desencadeados por fatores ambientais desfavoráveis, grande parte dos delitos praticados por adolescentes são resultantes de quadros psicopatológicos, cujo tratamento precoce é fundamental para uma política preventiva bem sucedida.

    (E) devem ser oferecidas a crianças, adolescentes e jovens, sempre que possível, oportunidades lícitas de geração de renda, garantindo-lhes acesso ao trabalho protegido, não penoso e que não prejudique a frequência e o aproveitamento escolar.

    GABARITO OFICIAL: B.

    CONSIDERAÇÕES DO PROFESSOR MÁRCIO PINHO:

    Assertiva A: errada. O afirmado na assertiva não está previsto em nenhum momento no texto das Diretrizes das Nações Unidas para Prevenção da Delinquência Juvenil.

    Assertiva B: certa. O afirmado na assertiva está previsto na parte dos Princípios Fundamentais, item 4, letra e, das Diretrizes das Nações Unidas para Prevenção da Delinquência Juvenil:

    "4. É necessário que se reconheça a importância da aplicação de políticas e medidas progressistas de prevenção da delinqüência que evitem criminalizar e penalizar a criança por uma conduta que não cause grandes prejuízos ao seu desenvolvimento e que nem prejudique os demais. Essas políticas e medidas deverão conter o seguinte:

    a) criação de meios que permitam satisfazer às diversas necessidades dos jovens e que sirvam de marco de apoio para velar pelo desenvolvimento pessoal de todos os jovens, particularmente daqueles que estejam patentemente em perigo ou em situação de insegurança social e que necessitem um cuidado e uma proteção especiais.

    b) critérios e métodos especializadas para a prevenção da delinqüência, baseados nas leis, nos processos, nas instituições, nas instalações e uma rede de prestação de serviços, cuja finalidade seja a de reduzir os motivos, a necessidade e as oportunidades de cometer infrações ou as condições que as propiciem.

    c) uma intervenção oficial cuja principal finalidade seja a de velar pelo interesse geral do jovem e que se inspire na justiça e na eqüidade.

    d) proteção do bem-estar, do desenvolvimento, dos direitos e dos interesses dos jovens.

    e) reconhecimento do fato de que o comportamento dos jovens que não se ajustam aos valores e normas gerais da sociedade são, com freqüência, parte do processo de amadurecimento e que tendem a desaparecer, espontaneamente, na maioria das pessoas, quando chegam à maturidade, e

    f)consciência de que, segundo a opinião dominante dos especialistas, classificar um jovem de extraviado, delinqüente ou pré-delinqüente geralmente favorece o desenvolvimento de pautas permanentes de comportamento indesejado."

    Assertiva C: errada. O afirmado na assertiva não está previsto em nenhum momento no texto das Diretrizes das Nações Unidas para Prevenção da Delinquência Juvenil.

    Assertiva D: errada. O afirmado na assertiva não está previsto em nenhum momento no texto das Diretrizes das Nações Unidas para Prevenção da Delinquência Juvenil.

    Assertiva E: errada. O afirmado na assertiva não está previsto em nenhum momento no texto das Diretrizes das Nações Unidas para Prevenção da Delinquência Juvenil.

    → BANCA – UFMT – DEFENSOR(A) PÚBLICO(A) DO ESTADO DE MATO

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