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David Hockney
Fragmentos do tempo na imagem
UNICAMP
Campinas
Fevereiro/2009
Carla Mitsy Fernandes Fujii
David Hockney
Fragmentos do tempo na imagem
UNICAMP
Campinas
Fevereiro/2009
O que acontece quando o enquadramento
são os fragmentos de imagens,
fotografias em lentidão de luz
que envolve o branco?
Alik Wunder
RESUMO
ABSTRACT
The present text has in its principal thematic the British artist
David Hockney, his joiners and a brief consideration of the (dis)use of
Polaroids.
HocKney that are as stimulate creative ways to expand the
capacity of the photographic environment through discursive
approach of the explicit over time.
Sumário
1. Introdução………………………………………………………………………………………01
2. Imagens fragmentadas..........................................................02
3. Linha do tempo....................................................................08
4. Considerações finais..............................................................15
5. Referências Bibliográficas......................................................16
6. Anexo Iconográfico...............................................................17
1
1. Introdução
“A fotografia é a visão de uma realidade
reinterpretada, escolhida muitas vezes a
partir de sonhos pouco duráveis.
Insuficiente tentativa de explicar, mas
que faz pensar.”
Luís Humberto
2. Imagens fragmentadas
“Por sua natureza fragmentária, a
fotografia permite-nos a reavaliação de
uma realidade, pela recuperação de
valores perdidos na invisibilidade do
convívio cotidiano.”
Luís Humberto
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CICERO, Antonio. “Sobre Pearblossom Hwy.” in: MAMMÌ, Lorenzo. ; Schwarcz, Lilia Moritz.(orgs) 8
X fotografia: ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
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antes insuspeitadas. O uso da fotografia Polaroid, com a capacidade
de auto revelação instantânea, entusiasmou-o de tal forma que se
dedica durante alguns anos à exploração do método trabalhando
composições de fotografias desse tipo.
O ritual era simples: apontava-se a objetiva, disparava-se
apontando o botão e o filme, acompanhado por um arco ruidoso, saía
como uma língua preta das tripas da câmera. Depois vinham os
sessenta segundos de espera, que por vezes pareciam eternos, nos
quais parecia brotar do nada a imagem que a Polaroid havia captado.
A Polaroid inventou a primeira técnica que dispensava o quarto
escuro, oferecendo uma imagem imediata e totalmente documental.
Hoje a breve espera pelo brotar da imagem de uma Polaroid é um
momento que se perderá no tempo.2 Hockney conseguiu com a
câmera instantânea um diálogo com a sua própria poética.
David Hockney, um artista, que contesta os limites do médium
fotográfico, sempre utilizou a fotografia como auxiliar para sua
memória no exercício da pintura. Apenas bem mais adiante, ao
comparar as exigências do tipo de olhar requerido para a pintura
assim como para a fotografia, percebeu-se insatisfeito com o fato de
a fotografia fixar a cada vez apenas um instante e a partir de um
único ponto de vista; como consequência o fotógrafo se vê,
contrariamente ao que acontece com o pintor, restrito ao
enquadramento.
“Numa posição intermediária entre o efeito
cinematográfico (elipse do tempo) e o efeito cronotópico
(raccord do tempo), vamos encontrar a técnica dos
agregados (joiners) desenvolvida pelo artista britânico
David Hockney. Transportando ao domínio da fotografia
o método cubista de representação da
tridimensionalidade do espaço, Hockney fragmenta seus
motivos numa série de detalhes inseridos em pequenos
quadriláteros e depois os justapõe através de técnicas
de colagem fotográfica, reconstituindo a figura. Ocorre
que na tomada de cada fragmento, o fotógrafo muda o
ponto de vista, fazendo com que a figura resulte
fissurada e decomposta, de modo a materializar a visão
2
No ano de 2008 a empresa Polaroid anunciou o fim da foto instantânea, devido ao “darwinismo
tecnológico”, ou seja, o sucesso das fotografias digitais.
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múltipla de um olho em movimento. De certa forma,
Hockney procura representar o processo mesmo de
visão, na sua acepção ontológica: diferentemente da
forma como a câmera fotográfica vê o mundo, nós
vemos tudo nítido no campo visual, mas não ao mesmo
tempo.”3
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MACHADO, Arlindo. “Anamorfoses Cronotópicas ou a Quarta Dimensão da Imagem” in Imagem-
Máquina. Editora 34.
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CICERO, Antonio. “Sobre Pearblossom Hwy.” in: MAMMÌ, Lorenzo. ; Schwarcz, Lilia Moritz.(orgs) 8
X fotografia: ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
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algo daquela dimensão mnemônica e imaginativa que
estão na base da concepção bergsoniana do tempo
como descontinuidade.”5
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MACHADO, Arlindo. “Anamorfoses Cronotópicas ou a Quarta Dimensão da Imagem” in Imagem-
Máquina. Editora 34.
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CICERO, Antonio. “Sobre Pearblossom Hwy.” in: MAMMÌ, Lorenzo. ; Schwarcz, Lilia Moritz.(orgs) 8
X fotografia: ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
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imagem que nossos olhos registraram. Como esta obra foi realizada a
partir de polaroids, havia em cada fragmento de imagem uma
moldura branca que incomodava de certa forma o artista.
“Para evitar as associações indesejáveis do gradeado da
polaróide que Hockney começou a usar ou uma câmera
35 mm ou uma Pentax 110, bem mais portátil. Passou a
fotografar também espaços abertos imensos, como o
Grand Canyon.”7
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CICERO, Antonio. “Sobre Pearblossom Hwy.” in: MAMMÌ, Lorenzo.; Schwarcz, Lilia Moritz.(orgs) 8
X fotografia: ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
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às mesmas convenções de representação bidimensional do espaço da
pintura renascentista e ser por isso incapaz de significar o movimento
e o tempo, a impressora laser a cores, o fax, o écran do computador,
a imagem fotográfica digitalizada passaram a fazer parte dos seus
processos de investigação sobre a criação e a reprodução mecânica
das imagens. Foram essas experiências que Hockney conseguiu
captar, de certo modo, em seus experimentos fragmentados,
multifacetados, fotográficos.
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3. Linha do tempo
“Olhar é ao mesmo tempo, sair de si e
trazer o mundo para dentro de si.”
Marilena Chauí
5. Referências Bibliográficas
Site consultado:
www.hockneypictures.com
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6. Anexo Iconográfico