PÁGINA 18 ESTADO DE MINAS - SEXTA-FEIRA, 4 DE JULHO DE 2003

GERAIS
gerais.em@uai.com.br

❚ CENTRO-ATLÂNTICA
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Acidente provoca vazamento

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OPERAÇÃO DE EMERGÊNCIA TENTOU

EVITAR DERRAMAMENTO DE ÓLEO DIESEL.
GERENTE DA FERROVIA CULPA VANDALISMO.
DEFESA CIVIL E SECRETARIA DE MEIO
AMBIENTE DE BETIM VÃO INVESTIGAR
CONTAMINAÇÃO DO LENÇOL FREÁTICO
GISLENE ALENCAR Segundo a corporação, o com-
bustível que vazou, por meio de
Uma batida entre dois trens um abertura superior de um dos
por sorte não provocou uma tra- vagões, foi contido com baldes. O
gédia dentro do pátio da Ferrovia córrego Riacho das Areias, próxi-
Centro Atlântica (FCA) em Betim, mo ao local, não corre risco de
na Região Metropolitana de Belo ser atingido, segundo o sargento
Horizonte. Na madrugada de on- Silva. Em nota oficial, a empresa
tem, um vagão plataforma, carre- informou que o acidente não te-
gado com bobinas de aço, bateu ria sido provocado por falha ope-
em uma composição com quatro racional das equipes da ferrovia.
vagões, cada um com 60 mil litros De acordo com o gerente de
de óleo diesel, que manobrava no operações da FCA, Miguel Andra-
pátio e tombou. O acidente ocor- de, o vagão carregado de bobina
reu menos de um mês após o des- estava parado e entrou em movi-
carrilamento em Uberaba, no mento depois de um ato de “van-
Triângulo Mineiro, quando va- dalismo”. Ou seja, alguém teria
gões carregados com mais de 800 invadido o pátio e violado o siste-
toneladas de solventes provoca- ma que o mantinha estacionado.
ram a contaminação de um rio e Os trabalhos de ontem foram
a suspensão do abastecimento de acompanhados por 14 funcio- EMMANUEL PINHEIRO
água da cidade. nários da Defesa Civil e por re- PERIGO
Técnicos da presentantes da Espuma foi usada para esfriar os vagões descarrilados e afastar o risco de explosão. Material inflamável foi retirado com baldes
empresa e ho-
mens do Corpo
BR-381 Secretaria de
Meio Ambiente
de Bombeiros tra-
balharam duran-
te todo o dia para
evitar explosões e
Um caminhão-tanque
carregado com gasóleo
capotou e espalhou a
carga no Km 550 da BR- Defesa
de Betim. Se-
gundo o supe-
rintendente da
Civil,
Empresa com punição recorde
fazer o baldeio da 381,em Itaguara, a 100 Adão Calixto, as A assessoria de comunicação sentação faz parte das exigências ram 250 mil moradores sem das pelo Ibama no Estado. Em
carga. De acordo quilômetros de BH, no duas entidades da FCA informou que na quarta- feitas à empresa para evitar no- água por quase uma semana. 2000, recebeu três autos de in-
com o sargento início da noite de ontem. serão responsá- feira a empresa se reuniu com o vos acidentes e desastres ecoló- O acidente de Betim foi o 23º fração no valor total de R$ 3,55
Daniel da Silva, A substância, usada co- veis por fazer Ibama, em Brasília, e apresentou gicos, como o de Uberaba, no da Ferrovia Centro-Atlântica, milhões pelo lançamento de 100
não havia risco, mo combustível em mo- um levantamen- um projeto do plano de seguran- Triângulo Mineiro. Vagões da desde a retomada do processo de mil litros de óleo diesel e outros
mas, por precau- tores a diesel, é infla- to para detectar ça para a malha ferroviária. Ain- ferrovia carregados com mais de licenciamento corretivo junto ao resíduos na região Leste. Agora,
ção, os vagões fo- mável. O risco de explo- se houve conta- da segundo a assessoria, ontem, 800 toneladas de solventes des- IBAMA, em 2000, que ainda não foi multada em R$ 10,05 milhões

PRETO
ram resfriados são provocou o isola- minação do len- o Ibama levou o plano para o Mi- carrilaram, contaminaram o rio foi concluído. A ferrovia é dona pelo maior desastre da história
com espuma. mento do local. çol freático. nistério Público Federal. A apre- que abastece a cidade e deixa- das maiores punições já aplica- de Uberaba.

❚ BARRAGENS ❚ RATOS / CASO EM MONTE SANTO DE MINAS, REGIÃO SUDOESTE, REVELA NOVA ÁREA DE INCIDÊNCIA DA DOENÇA

Controle feito
por satélites
A Fundação Estadual de
Meio Ambiente (Feam) fará uma
varredura em todo Estado, até o
final do ano, por meio de um sis-
tema de satélites – capaz de
identificar até a marca de um
Saúde confirma mais uma morte por hantavirose
LUCIANA MELO
Mais um óbito em Minas
Gerais foi confirmado por han-
tavirose, doença infectoconta-
giosa transmitida pelo rato sil-
vestre. A morte ocorreu no mu-
nicípio de Monte Santo de Mi-
de Zoonoses da Secretaria de
Estado da Saúde, Mariana
Gontijo, neste ano, a letalidade
aumentou, porque algumas ci-
dades, como São Gotardo,
apresentaram casos pela pri-
meira vez.
O sudoeste também é consi-
tes confirmadas em seis meses
de 2003.
Além da produção do pro-
tocolo para tratamento de fe-
bres hemorrágicas, a Secreta-
ria de Estado da Saúde estru-
‘‘COMO A DOENÇA
turou uma equipe treinada no
Instituto Adolfo Lutz, de São
Paulo, para controlar a doença
no Estado. Essa equipe fará o
controle e a vigilância ecológica
da doença. “Quando há um ca-
so suspeito, os técnicos são
deslocados para o local e ini-
AMARELO
MAGENTA
mos a desratização porque en-
contramos uma casa com alto
índice de infestação dos ratos,
mas não é uma prática que va-
mos incentivar aos gestores da
saúde no município”, alega.
Em agosto, uma equipe do
Instituto Adolfo Lutz fará tra-
CYAN

carro que está em movimento
numa estrada -, para localizar
onde estão e quais são as barra-
gens de rejeitos industriais e mi-
nerais que não se cadastraram
junto ao órgão. As empresas –
em atividade ou não – poderão
pagar multa, que varia entre R$
3 mil a R$ 21 mil, já que não en-
viaram dados para a Feam du-
rante o prazo de cadastro, que
terminou em 9 de junho.
A grande preocupação do ór-
gão que concede licenças am-
bientais e fiscaliza o meio am-
biente em Minas é com as bar-
ragens de rejeitos abandonadas
nas, a 420 quilômetros de Belo
Horizonte, na região Sudoeste
do Estado. Até o momento, dez
casos foram confirmados, com
sete falecimentos. Quatro casos
estão em investigação, sendo
dois em São Gotardo, no Alto
Paranaíba, um em Uberaba, no
Triângulo Mineiro, e um em
Monte Santo de Minas.
Na avaliação da consultora
da Coordenação de Controle
derado uma nova área de inci-
dência da doença. “Quando a
hantavirose surge em áreas
novas, nem sempre os profis-
sionais estão capacitados para
um diagnóstico precoce. Como
a doença evolui de maneira
muito rápida, se não for detec-
tada logo no início, a letalidade
é bastante alta”. No ano passa-
do foram sete óbitos, total que
já se iguala ao número de mor-
ciam o processo de investiga-
ção e educação em saúde com
EVOLUI DE MANEIRA a população”, informou Maria-
na Gontijo.
MUITO RÁPIDA, SE NÃO A desratização não é reco-
mendada pois expõe as pes-
FOR DETECTADA NO soas ao contato direto com ra-
to, além dos danos ao meio
INÍCIO, A LETALIDADE É ambiente. Esse tipo de ação só
é aceita se for praticada por
BASTANTE ALTA’’ equipe bastante especializada.
■ Mariana Gontijo “Houve uma situação que fize-
❚ SANTA CASA
balho de investigação do tipo
de rato que tem causado han-
tavirose em São Gotardo. Essa
medida possibilitará a desco-
berta do tipo de alimentos e
hábitos do animal. Dessa ma-
neira os trabalhos de preven-
ção podem ser mais direciona-
dos. “Somente os técnicos do
Adolfo Lutz estão aptos a fazer
esse trabalho pois requer alta
biossegurança”.

ou órfãs. São elas que represen-
tam maior risco para acidentes
ecológicos em Minas Gerais já
que não são monitoradas pelo
dono do estabelecimento, tam-
pouco pelo Estado ou município.
Não se sabe quantas são as
abandonadas. O cadastramento
da Feam foi voluntário e conta-
bilizou apenas as empresas que
estão em atividade, tendo rece-
bido 257 novas inscrições – 177
já tinham cadastro no órgão.
Ontem, durante o Seminário
Nacional de Barragens de Rejei-
to – Segurança e Risco, promo-
vido pelo Ietec, em Belo Hori-
zonte, e que termina hoje, vá-
rios temas correlatos foram dis-
cutidos. Para Jorge Felippe da
Silva Filho, engenheiro e diretor
do Consórcio Mineiro de Enge-
nheiros Consultores, a grande
questão sobre barragens esbar-
ra na pouca conscientização de
empresários sobre o assunto.
“Nós temos tecnologia para
construção e monitoramento
das barragens de rejeito. Só que
muitas vezes, um empreende-
dor compra uma empresa que
tem um passivo ambiental e
simplesmente não sabe o que
fazer com ele”, aponta.
Protesto de funcionários
cobra salário atrasado
Funcionários da Santa
Casa de Belo Horizonte fize-
ram uma manifestação, na
manhã de ontem, cobrando o
pagamento dos salários atra-
sados. Eles estão em greve e
somente os serviços de emer-
gência e urgência da institui-
ção estão funcionando. O
hospital atende, em média,
3,5 mil pessoas por dia, sen-
do que cerca de 40% mora no
interior de Minas Gerais.
Os trabalhadores dizem
que o salário está atrasado
desde maio e reclamam tam-
bém do atraso do pagamen-
to do 13º salário e o não-de-
pósito do FGTS. A categoria
também pede um reajuste
salarial de 38,2%, referente
aos anos de 2001, 2002 e
PAULO FILGUEIRAS
2003. A assessoria da Santa
REAJUSTE Casa diz que depende da li-
Manifestantes usaram faixas e cartazes, na Praça da Liberdade, para reivindicar o pagamento beração de recursos para fa-
zer os pagamentos e diz que
os salários dos funcionários
que recebem até R$ 420 es-
tão em dia. Para os demais,
entretanto, é necessário
mais de R$ 1 milhão.
DISSÍDIO
O Tribunal Regional do
Trabalho julgou o dissídio
coletivo da Federação dos
Empregados em Estabeleci- c
mentos de Serviço de Saúde m
do Estado contra o Sindicato
dos Hospitais, Clínicas e Ca- y
sas de Saúde. Aproximada- k
mente 70 mil trabalhadores
vão receber reajuste de
16,33% retroativo a feverei-
ro, adicional noturno de 50%
e pagamento das horas ex-
tras. A decisão vale para os
empregados do Estado, me-
nos os da capital, que têm
data-base diferente.

CYAN MAGENTA AMARELO PRETO