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FUNCHAL
KDI~&oM) AUTOR
1834
Cam6es e a Madeira
Trabalhos históricos do autor :
Camões e a Madeira
NO PRELO:
A Mocese do Funchal-(Subsídios para a sua história)
-
EM P R E P A R A Ç Á O :
A Antiga Escola ~ 6 d i c o - ~ i r d r ~ do
i c aFunchal-(Monografia histórica)
A MADEIRA
FUNCHAL
EDIÇAO DO AUTOR
1934
COMPOSTO E IMPRESSO N A S OFICINAS
DO .DIARIO DA MADEIRAY, AVENIDA
no DR. ANTONIO JOSÉ DE ALMEIDA
FUNCHAL
AD VERTÊNCIA PRELIMINAR
I- I
4: verso :!ais télebie por nome que por lama.-É um dos ver-
sos de mais difícil interpretação da estrofe que estamos
analisando e talvez ainda de todo o poema. Ha três sé-
culos que vem sendo objecto de aturado estudo por
parte de distintos homens de letras e 'continua a oferecer
a critica mais esclarecida fundas divergencias de inter-
pretação, segundo o criterio individual de cada comen-
tador. Esse verso estará porvenhira incorrecto, conforme
16 CAMÕES E A MADEIRA
modo >> (11- 101); esforço e animo >> (111-75); <<reinoe esta-
do. 011-4); <<força,esforço e animo. (VI-60); <<obrase
feitos. (VII-2); .jugo e lei>>(~111-57);<<propositoe von-
t a d e ~(IX- 1) ; etc.
ora é a estas parelhas de vocábulos que pertence o
.nome e fama., de que o poeta usa mais de uma vez:
>
Ás musas agradeça o nosso Gama
O muito amor da patria, que as obriga
A dar aos seus na lira nome e fama
(V-99)
i
Que louvor imortal sempre mereça
(Elegia Depois que Magalhães)
6.0 verso :Og lhe avaniajaai doanlas #nos ama.-A rápida apre-
ens%odo sentido deste verso náo oferece qualquer difi-
culdade. As ilhas e cidades, que veem enumeradas no
Mimo verso desta estancia, eram da particular predilec-
qáo da deusa Venus, mas não excediam a Madeira nas
suas belezas naturais ou em outros notáveis predicados,
de que aliás o poeta tiáo nos faz menção especial. Cons-
tituem essas palavras um dos mais altos louvores tribu-
tados a esta ilha, podendo Camaes ser considerado como
o verdadeiro percursor dos que teem cantado e enalte-
cido as maravilhas da Perola do Oceano, como já acima
ficou referido.
Iv
Nos ~Lnsíadas~
figuram dois madeirenses ?
Embora veladamente, teria sido intenção de Camões
o referir-se a duas personagens suas contemporâneas,
que então gozavam de grande prestigio e influencia nas
altas esferas do poder? Pela leitura que fizemos dos
estudos de diversos comentadores e também do próprio
texto do poema, vemos que essas verdadeiras ou hipoté-
ticas referencias se encontram principalmente nos versos
das estâncias 84." e 85." do canto VI1, 54." e 55."-VIII,
27.",28.", 92.", 93." e 94."-IX, 119.", 152.' e 153."-X..
Transcreveremos algumas dessas passagens.
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Nenhum ambicioso que quizesse
Subir a grandes cargos, cantarei,
So por poder com torpes exercicios
Usar mais largamente de seus vicios ;
(VII-84)
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Nem, Camenas, tambem cuideis que cante
Quem, com habito honesto e grave, veio,
Por contentar o Rei, no oficio novo,
A despir e roubar o pobre povo I
(Vn-a)
Oh! Quanto deve o Rei que bem governa
De olhar que os conselheiros ou privados
De consciencia e de virtude interna
E de sincero amor sejam dotados !
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Vê que esses que frequentam os reais
Paços, por verdadeira e sã doutrina
Vendem adulação, que mal consente
Mondar-se o novo t r i g ~florescente.
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Por isso, ó vós que as famas estimaiq
Se quizerdes no mundo ser tAmanho,
Despertii jd do sono do ócio ignavo
Que o Animo, de livre, faz escravo.
NOS e ~ u FIGURAM
~ I ~ DOIS
~ MADElRENSES
~ ~ s ? 32
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Tomai conselhos só de experimentados,
Que viram largos anos, largos meses,
Que, posto que em scientes muito cabe,
Mais em particular o experto sabe.
(X-152)
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Máo se aprende, Senhor, na fantasia,
Sonhando, imaginando ou estudando,
Senão vendo, tratando e pelejando.
(X-153)
...............
I Comenthtios e interpretações dos aLusíadas* 7