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SEMINÁRIO NACIONAL
Manhuaçu/MG
10 a 12 de Novembro de 2008
ÍNDICE
I - Apresentação .................................................................................................................................................................................... 5
II - Mesa de Abertura: Saudação dos representantes das Organizações ....................................................................... 6
III - MESA 1: DESAFIOS DA AGRICULTURA FAMILIAR NA COMERCIALIZAÇÃO DE CAFÉ CONFORME
EXIGÊNCIAS DOS MERCADOS, NACIONAL E INTERNACIONAL. ...................................................................................... 9
A) Sérgio Parreiras Pereira – Pesquisador do Instituto Agronômico IAC/SP – CBP&D/Café ........................ 9
B) Frederico de Almeida Daher – Superintendente do CETCAF ............................................................................. 11
C) Sjoerd Panhuysen – Tropical Commodity Coalition ............................................................................................... 13
D) Registros do Debate/Esclarecimentos:........................................................................................................................ 14
IV - MESA 2 – DESAFIOS NA ORGANIZAÇÃO DA PRODUÇÃO E BENEFICIAMENTO DE CAFÉS DA
AGRICULTURA FAMILIAR CONFORME AS DEMANDAS DOS MERCADOS ................................................................ 16
A) Marcos Moulin Teixeira – CETCAF/ES ......................................................................................................................... 16
B) Pieter Sijbrandij – Instituto Primeiro Plano .............................................................................................................. 18
1. Perguntas: ......................................................................................................................................................................... 18
2. Desafios:............................................................................................................................................................................. 18
3. Sonhos: ............................................................................................................................................................................... 19
C) Sérgio Parreiras Pereira – Pesquisador do Instituto Agronômico IAC/SP –CBP&D/Café ...................... 20
D) Debate e Esclarecimentos: ................................................................................................................................................ 21
V - MESA 3 – ALTERNATIVAS DE PRODUÇÃO E INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS PARA O BENEFICIAMENTO
DE CAFÉS DA AGRICULTURA FAMILIAR................................................................................................................................. 22
A) Valter Coffani – EMATER/FETAEP/PR ........................................................................................................................ 22
B) José Antônio Lani – INCAPER/ES ................................................................................................................................... 23
C) Rodrigo Moraes Haun - FETAG/BA ............................................................................................................................... 25
D) Debate e Esclarecimentos: ................................................................................................................................................ 26
VI. APRESENTAÇÃO DE EXPERIÊNCIA DE ORGANIZAÇÃO NA CAFEICULTURA ................................................... 27
A) Experiência 1 – COOFAMINAS (Julia Reis Torres – Presidente) ....................................................................... 27
VII - MESA 4 – PROPOSTAS DE POLÍTICA PÚBLICA ESPECÍFICA PARA A AGRICULTURA FAMILIAR NA
PRODUÇÃO, BENEFICIAMENTO E COMERCIALIZAÇÃO DE CAFÉ ................................................................................ 29
A) Vanderley Chilese - FETAEMG (Zona da Mata): ....................................................................................................... 29
B) Apresentação Elias David de Souza - FETAESP........................................................................................................ 30
C) Cilésio Abel Demoner - EMATER/PR ............................................................................................................................ 31
1. Caracterização da Cafeicultura no Estado do Paraná: .................................................................................... 31
2. O Plano de Revitalização da Cafeicultura - Objetivos: .................................................................................... 31
3. Programas do Estado do Paraná para a Cafeicultura: .................................................................................... 32
4. Concursos de “CAFÉ QUALIDADE PARANÁ”: ..................................................................................................... 32
5. Comentários e esclarecimentos: .............................................................................................................................. 32
VIII – PLANO DE METAS E AÇÕES PARA AGRICULTURA FAMILIAR NA CAFEICULTURA ................................. 34
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A) ORIENTAÇÃO PARA OS TRABALHOS EM GRUPOS:................................................................................................ 34
B) EIXOS E INDICATIVOS DE COMO FAZER (extraído dos debates e acúmulos anteriores): ..................... 34
1. GRUPO PRODUÇÃO: Como aumentar a renda da Agricultura Familiar na produção?...................... 34
2. GRUPO COMERCIALIZAÇÃO: Como as políticas públicas devem contribuir para o aumento da
renda na Agricultura Familiar? .......................................................................................................................................... 34
3. GRUPO POLITICAS PÚBLICAS: Como as políticas públicas devem contribuir para o aumento da
renda na Agricultura Familiar? .......................................................................................................................................... 34
C) RESULTADO DOS TRABALHOS DOS GRUPOS:.......................................................................................................... 35
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LISTA DE SIGLAS
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MEMÓRIA DO “SEMINÁRIO NACIONAL SOBRE CAFÉS DA AGRICULTURA FAMILIAR:
DESAFIOS NA PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE CAFÉS”
Manhuaçu/MG - 10 a 12 de Novembro de 2008
I - Apresentação
O “Seminário Nacional sobre Cafés da Agricultura Familiar” foi um evento realizado pela
Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) e Federações Estaduais de
Trabalhadores na Agricultura (FETAGs) dos Estados BA, ES, MG, MT, PR e SP, com o apoio da Tropical
Commodity Coalition - TCC (ex Coalizão do Café da Holanda) e Aliança Nacional do Café (ANC-Brasil),
com o objetivo de:
Identificar os grandes desafios que a agricultura familiar tem na produção,
beneficiamento e comercialização de cafés nos mercados nacional e internacional.
Identificar as exigências atuais e tendências do mercado, para os cafés certificados
(orgânico, agroecológico) e cafés especiais (gourmet, etc);
Apresentar e discutir os pontos relevantes, positivos e negativos, da certificação de cafés
e da produção e comercialização de cafés especiais como forma de agregar valor ao produto e
melhorar a renda para os agricultores familiares;
Apresentar e discutir formas alternativas de produção e manejo de cafés e as inovações
tecnológicas no beneficiamento e comércio de cafés da Agricultura Familiar;
Elaborar propostas para políticas específicas para a produção, beneficiamento e
comercialização de cafés da Agricultura Familiar, tomando por base as recomendações apresentadas
na publicação Café Sustentável e Responsável, e as decorrentes deste Seminário; e,
Construir um Plano de Metas e Ações para a Aliança Nacional do Café (ANC), que aponte
para um trabalho conjunto da CONTAG e FETAGs com organizações parceiras, com o propósito de
implementar políticas específicas para a agricultura familiar com a perspectiva de melhorar as
condições de produção e de vida dos cafeicultores familiares.
Este seminário dá seqüência ao trabalho iniciado pela ANC em 2002, com a colaboração
da Coalizão do Café da Holanda, e tendo por base as propostas e desafios apontados pela ANC para
um Café Sustentável e Responsável, apresentadas e publicadas em setembro de 2007 no Seminário
sobre Responsabilidade Social Empresarial na Produção e Comercialização de Cafés.
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II - Mesa de Abertura: Saudação dos representantes das Organizações
1. Armindo Augusto dos Santos (Diretor de Política Agrícola da Federação dos Trabalhadores na
Agricultura do Estado de Minas Gerais - FETAEMG) – Agradece a indicação da CONTAG e
FETAGs para realização do evento em Minas Gerais e fala da importância da Agricultura
Familiar na Cafeicultura Mineira e no Brasil, citando demais Estados presentes (PR, SP, ES, BA
e ES) e lamentando a ausência do Estado de Rondônia.
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3. Paulo – Emater/MG – Técnico que atua na região de Manhuaçu/MG fez as honras da casa em
nome do Governo do Estado, recepcionou a todos dizendo estar muito contente pela
oportunidade de participar do evento pelo alto nível dos temas da programação. Por
conseqüência, apontou como expectativa possíveis resultados e encaminhamentos de grande
validade para o desenvolvimento da Agricultura Familiar, em especial, sobre melhorias da
Assistência Técnica e Extensão Rural;
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6. Antoninho Rovaris (Secretário de Política Agrícola da CONTAG) – Fala da necessidade de
avançar e qualificar o processo produtivo na cafeicultura, que passa pela Agricultura Familiar
no tocante à diferenciação e qualidade de produtos com valor agregado em todos os
momentos do processo produtivo. A cadeia da cafeicultura precisa ser vista pela Agricultura
Familiar como uma oportunidade de inserção qualificada aos mercados, o que poderá trazer
um diferencial com ações solidárias, com equidade e melhoria das condições de vida. Para
chegarmos a este nível é necessário que a qualidade seja o diferencial para o mercado. A
identificação pela origem do produto, com uma marca específica da Agricultura Familiar e a
rastreabilidade do produto devem ser vistas com atenção especial, pois a participação
diferenciada da Agricultura Familiar no processo produtivo, de beneficiamento,
transformação e comercialização da produção na cadeia produtiva do café depende
basicamente destes dois quesitos. Antoninho lembra os importantes trabalhos desenvolvidos
com assalariados rurais na cadeia do café, tendo proporcionado avanços importantes, em
especial com relação ao ambiente de trabalho, renda e capacitação para enfrentar os desafios
da tecnologia de produção e qualificação nas negociações coletivas.
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III - MESA 1: DESAFIOS DA AGRICULTURA FAMILIAR NA COMERCIALIZAÇÃO DE CAFÉ
CONFORME EXIGÊNCIAS DOS MERCADOS, NACIONAL E INTERNACIONAL.
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e) Aponta os altos custos de produção como o principal ponto de estrangulamento da Agricultura
Familiar, decisivo para uma renda sustentável; Apresenta dados da Sociedade Rural Brasileira que
demonstram que de 1994 a 2008 todos os insumos e serviços ligados à produção de café
apresentaram aumento em torno de 500%, e o café esse aumento foi da ordem de 20%.
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g) Olhando para o futuro questiona: Onde se localiza o café da Agricultura Familiar? Onde se está e
onde se quer chegar? É a Produção Orgânica uma possibilidade característica e possível na
agricultura familiar? Como inserir os cafeicultores Brasileiros no Comércio Justo e Solidário? Como
agregar valor à produção familiar?
h) Desafios: Identificação da participação qualificada da AF no Brasil: como saber a efetividade da
participação da Agricultura Familiar na cadeia do café? Como valorizar o produto e atores da
cafeicultura familiar brasileira?
i) Propostas: Ter um Plano de Metas e Ações para orientar os trabalhos no setor.
Iniciou sua exposição fazendo menção e elogios ao palestrante anterior, Dr. Sérgio,
focando a perda de renda nas várias etapas da cadeia do café, sendo que apenas 8% do valor da
produção da cafeicultura do mundo ficam com os países produtores. Dizendo ser esta uma relação
injusta, apontou este como o principal desafio à Agricultura Familiar que precisa tomar providências
urgentes para mudar esta relação.
Afirmou haver nos últimos 44 anos uma crescente demanda mundial por cafés e aponta
um favorecimento para o Brasil, que poderá expandir sua produção para mais de 50 milhões de sacas
ao ano. Em sua reflexão tomou por base a produção mundial de 2007, de 124 milhões de sacas,
quando o Brasil produziu apenas 33 milhões de sacas. Afirmou que estamos perdendo mercado, pois
a demanda está praticamente empatada com a produção. Mostrou projeções de um consumo
mundial de 124 milhões de sacas e uma produção de 134 milhões de sacas, com uma reserva de
apenas 7 milhões de sacas;
Mostrou, também, que das 120 milhões de sacas consumidas atualmente, os países
consumidores demandam 87 milhões e os países produtores 33 milhões, e que o Brasil é o maior país
produtor-consumidor, ficando com a metade do consumo destes países.
Reforçando as informações do palestrante que o antecedeu, o Dr. Frederico mostrou a
importância de compreender o que realmente ocorre com os mercados. A valorização do Real não
significou valorização das relações comerciais, isto é, houve inflação em Dólar. A interferência dos
Fundos (Ex.: Fundos de Pensão), que compram nos mercados somente para especular, é um
problema que levou o mundo à catastrófica crise econômica. No mercado da cafeicultura não foi
diferente. Comprou-se e vendeu-se sem relação com os estoques, por pura especulação. Exemplo
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maior de especulação se deu com a maior economia do mundo – os EUA, com a chamada “bolha
especulativa” causando enormes prejuízos por todo o mundo, obrigando governos a recorrerem aos
recursos públicos para amenizar a crise ainda ameaçadora.
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C) Sjoerd Panhuysen – Tropical Commodity Coalition
a) Coalizão do Café – ação iniciada em 2002 com objetivo de discutir os procedimentos de produção
e comercialização de cafés sustentáveis.
b) Fala da existência de quatro ou cinco grandes empresas que atuam no mundo, e o papel da
Coalizão no sentido de procurar estas empresas para construir caminhos mais sustentáveis com
relação aos mercados. Apresentou o quanto de seu mercado essas empresas destinam a cafés
sustentáveis, como pode ser observado na figura abaixo:
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c) Comentou os cinco principais esquemas de comercialização, comentando sobre a missão, História,
Produtores: Fairtrade, comentando sobre os tipos diferentes de mercados e da ação da Coalizão
na Holanda que possibilitou que entre 2000 e 2006 ampliasse de 2,9% para 27% o consumo de
cafés certificados;
d) Apresenta a participação das grandes empresas nos diferentes tipos de mercados certificados e
sustentáveis;
e) Mostrou que há uma rede mundial de lobistas internacionais atuando diretamente desde a
produção, beneficiamento e consumo.
D) Registros do Debate/Esclarecimentos:
a) Sobre qualidade e sustentabilidade na Cafeicultura Familiar, a mesa informa que o café tem
que ter qualidade para concorrer nos mercados certificados, reafirmando que só haverá café
certificado se as práticas forem realmente sustentáveis, e isso deve ser mensurável. Por si só, a
certificação é fundamental;
b) Sobre Custos de Produção e Qualidade, disse que não se pode pensar somente em custeio e sim
em investimentos de curto, médio e longo prazo, que articule os processos de produção na
unidade familiar;
c) Produção e Mercados: Sobre como aumentar a participação do Brasil no mercado internacional
sem comprometer a renda, a mesa responde que há tecnologias disponibilizadas e suficientes
para produzir cafés compatíveis com as exigências dos mercados internacionais. O que se
necessita é disponibilizar estas ferramentas e mudar a lógica do consumo interno, que não
estimula a produção de cafés com qualidade superior ou com atributos sócio-ambientais;
d) Participação dos altos custos dos fertilizantes e oscilação do dólar nos preços pagos com
prejuízos para agricultores familiares. A mesa informa que além da especulação dos mercados há
uma limitação das fontes de certos recursos naturais, a exemplo da fonte potássio (K) e que
custa muito ao Brasil. O mesmo ocorre com os nitrogenados (N), que demandam alta tecnologia
para sua produção. Entretanto, a mesa indica a possibilidade de outras práticas e tratos culturais
que podem minimizar o uso destes fertilizantes solúveis, com uma melhor utilização dos resíduos
das propriedades e aumento da eficiência da aplicação destes fertilizantes com análise química e
de fertilidade dos solos;
e) Sobre a capacidade da Agricultura Familiar para atender a demanda de qualidade dos
mercados: para a mesa, esta é uma função especial das organizações que devem proporcionar a
capacitação de seus quadros dirigentes, nos níveis de gestão da organização, bem como na
capacitação permanente dos sócios em relação à produção com qualidade. Cita várias fontes de
recursos financeiros e tecnológicos disponibilizados para este fim. A mesa aponta, ainda, que há
uma grande debilidade das organizações de agricultores/as familiares, sendo este o principal
motivo da dificuldade de avançar com relação a uma inserção mais qualificada nos mercados;
f) Sobre a renda na agricultura familiar e sua relação com o assalariamento na cafeicultura: como
produzir com renda e fazer qualidade? A mesa concorda que para uma produção sustentável é
necessário produzir e manter uma relação profissional com os trabalhadores contratados.
Comenta-se que, muito embora, na colheita se pague acima do Salário Mínimo é comum não se
encontrar mão-de-obra qualificada e nem disponível para os trabalhos na lavoura cafeeira. A
mesa concorda que esta é uma relação que precisa maior atenção - ‘é necessário pensar formas
de contratação que ampare os dois lados’. Antoninho Rovaris comenta a legislação que trata da
Contratação de Curto Prazo na Agricultura (Lei 11.710/08), ainda a ser regulamentada. Sobre o
tema, Dr. Frederico Daher diz que é preciso ter atenção com relação à renda na cadeia produtiva.
Mesmo que o agricultor pague um pouco melhor aos trabalhadores, o valor ainda é baixo e
precisa ser melhorado com a valorização do produto para que a renda da Agricultura Familiar
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não seja comprometida. Comenta a importante participação do em relação ao e
a b a
i l i
c o n o n r á c
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IV - MESA 2 – DESAFIOS NA ORGANIZAÇÃO DA PRODUÇÃO E BENEFICIAMENTO DE
CAFÉS DA AGRICULTURA FAMILIAR CONFORME AS DEMANDAS DOS MERCADOS
Marcos Moulin iniciou a exposição comentando as várias etapas para garantir a qualidade
do produto, desde o preparo das mudas, nos tratos culturais da lavoura, na colheita, no
beneficiamento e armazenamento do produto, descrevendo cada uma destas etapas, conforme
segue:
a) Mudas: a qualidade de uma lavoura é iniciada no preparo das mudas - técnica de produção e
reprodução de mudas – e qualidade genética/agronômica (produtividade, porte, resistência a
doenças e pragas, uniformidade de maturação, etc.). São estes os dois quesitos que vão garantir
uma qualidade superior da planta na produção e resistência;
b) Limpeza: citou a limpeza do produto como essencial à boa aceitação dos mercados – ‘o produto
deve ser levado à mesa do consumidor sem quaisquer resíduos ou objetos que prejudiquem a
qualidade (fertilizante, pêlos de animais, insetos, combustível, adubos...)’. Indicou que para uma
qualidade superior se deve cuidar das máquinas e locais de trabalho para evitar contaminações
com estes tipos de produtos;
c) Colheita: a colheita deve ser feita quando o produto está com mais de 80% dos grãos totalmente
maduros. O café verde quando seco tem aspecto muito ruim, sendo depreciado, configurando
defeitos, o que prejudica em muito a qualidade do produto. O transporte e beneficiamento devem
ocorrer no mesmo dia em que é feita a colheita para evitar fermentações indesejadas;
d) Secagem em Secadores ao fogo direto: comentou sobre o que vem ocorrendo atualmente com a
queima do produto em secadores, sendo este um dos grandes problemas para a qualidade do
café. Além da queima, a exposição do produto à fumaça dos secadores o torna impregnado de
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fumaça. “Há uma prática comum de troca dos termômetros dos secadores sob a alegação que
queimam muito facilmente, sendo substituídos por outros de maior resistência, ou seja, que
permitem temperaturas de até 500 graus Celsius”. Aconselhou a secagem a fogo indireto, sob
temperaturas a 45 Graus Celsius, para conseguir cafés de melhor qualidade, comentando em
seguida sobre os vários tipos de bebida, sendo: estritamente mole; mole; apenas mole; dura;
riada; rio e rio zona.
e) A lavagem e separação dos grãos pré-secagem: a separação dos grãos defeituosos antes da
secagem proporciona maior ganho durante a pilagem e melhora em muito a qualidade do produto
final. Há no mercado separadores de preços acessíveis, móveis com grande utilidade na melhoria
da qualidade do produto beneficiado. Mostrou que há uma grande perda de peso por grãos
verdes (com 50% de grãos verdes se perde 13% do café em peso, maior que um café com 5% de
brocados, onde a perda é de cerca de 1,5%); com 5% de grãos ardidos (causado pela fermentação
indesejada de grãos maduros) perde-se 1,83% em peso; com 5% de grãos pretos (causado pela
fermentação indesejada de grãos verdes) perde-se 2,4% em peso. Com alguns cuidados é possível
evitar até 20% de perdas totais da produção. Um café classificado como Tipo 8, com 360 defeitos a
perda é de aproximadamente 18,62% em peso. Ao considerar a perda de peso, Marcos Moulin
mostrou que 1000 grãos normais pesam 122,5 gramas, enquanto, a mesma quantida de grãos
pretos pesa 64,2 gramas, grãos verdes 97,4 gramas e grãos ardidos 77,8 gramas.
f) Cereja Descascado (CD): Esta é outra técnica que pode valorizar o produto final em cerca de 20%.
Entretanto, é preciso ter cuidados com os resíduos, que devem ter destinação em favor ao meio
ambiente. Águas com resíduos de lavagem de cafés devem ser recicladas, ou reutilizadas para
irrigação de lavouras; também, deve-se respeitar a distância dos rios/córregos (30 m X 5 m de
profundidade);
g) Modalidades de secagem natural: Terreiro de terra batida, suspensos, estufas com coberturas
móveis, cimento, etc.;
h) Qualidades na degustação: O importante é avançar para se obter um café bebida dura ou melhor;
usar da criatividade para gerar novos tipos diferentes de bebidas de café;
i) Sobre a Organização de Agricultores/as Familiares na cafeicultura, Marcos Moulin comentou ser
ela muito frágil. A organização poderia facilitar a compra e venda de produtos conjuntamente,
com vantagens significativas. Disse que além da COABRIEL, no ES, a organização é baixíssima. Este
é um ponto de fundamental importância para o futuro dos cafeicultores, em especial, para acesso
aos mercados mais competitivos.
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B) Pieter Sijbrandij – Instituto Primeiro Plano
P e r g u n t a s :
a) O preço pago compensa o custo? Disse ser essa uma pergunta difícil de ser respondida
porque para o vendedor ele nunca é alto e para o comprador nunca é baixo. O que deve ser
analisado é para saber se está tomando prejuízo ou não. Apresenta
u a u s t u ç ã
q o c o d e p r o d o
D e s a f i o s :
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fundamental de análise e projeções sócio-econômicas da AF. O mesmo deve se dar
oportunizando às mulheres;
c) Avançar na Cadeia Coletivamente: A organização é a mola mestra para avançar na renda da
agricultura familiar, seja no sentido de acesso a tecnologia, uso de equipamentos de
beneficiamentos e acesso aos mercados. Hoje é possível mercados pequenos para produtores
de pequenos volumes com alto valor agregado – pode ser encontrado por meio de internet.
Estes meios poderão proporcionar maior participação da agricultura familiar na renda da
cadeia. É preciso ter uma marca da Agricultura Familiar para os cafés e outros produtos e
enfrentar os desafios de abrir negócios para colocar a produção da agricultura familiar tanto
internamente (Estados não produtores de cafés) com externamente (mercados da China...);
d) Convencer o Governo: É preciso que os governos reconheçam a importância da AF, em
especial o MAPA. A exemplo da construção das plataformas de petróleo, o governo brasileiro
deveria criar mecanismos para ampliar e melhorar as condições de acesso da produção e
consumo internamente, promovendo a aquisição de produtos diretamente de quem produz e
não das grandes empresas. Estas têm melhores condições para atuar nos mercados, o que
não ocorre com a agricultura familiar.
3
S o n h o s :
a) Café da Agricultura Familiar virou uma marca: Disse que é preciso sonhar que em 2012 terá
uma marca e não somente como mercado solidário; Sonhar com uma melhor renda da
população brasileira para que melhore a remuneração do produto café. É preciso que seja
criado o no Brasil. Experiências assim poderão dar impulso aos mercados de cafés
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F r r d e
da AF;
b) Existe uma rede Fair Trade Brasileira: Questiona porque não existe um sistema Fair Trade do
Brasil, dizendo ser uma estratégia fundamental para fazer deslanchar processos de
melhoramento da qualidade do produto internamente. Este sistema depende de um esforço
conjunto de Agricultores Familiares organizados e Governos, em especial com relação à
divulgação de regras claras sobre o produto;
c) Os governos reconhecem a importância da Agricultura Familiar: é preciso consolidar nos
governos Nacional, Estaduais e Municipais ações para consolidar a Agricultura Familiar como
estratégia de desenvolvimento e sustentabilidade.
d) A organização da Agricultura Familiar deu um salto: é preciso avançar em relação à
organização da agricultura familiar.
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Sérgio Parreiras Pereira – Pesquisador do Instituto Agronômico IAC/SP –CBP&D/Café
C )
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D) Debate e Esclarecimentos:
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V - MESA 3 – ALTERNATIVAS DE PRODUÇÃO E INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS PARA O
BENEFICIAMENTO DE CAFÉS DA AGRICULTURA FAMILIAR
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B) José Antônio Lani – INCAPER/ES
a) Importância do Café - São duas as espécies comerciais (Arábica e Canephora) sendo produzidas
em 60 países; a cadeia do café emprega 100 milhões de pessoas, movimentando mais de 91
bilhões de dólares/ano. O quadro mostra, em percentuais, a produção de café no mundo. O Brasil
produz mais de 34%. No Estado do Espírito Santo, 77,5% das propriedades são de base familiar e
o café a principal fonte de renda.
r o
3,06
3,99
4,3
4,44
5,1 12 ,43
9,32
b) Breve panorama da cafeicultura no mundo, Brasil e Espírito Santo: É a principal fonte de renda
da Agricultura de Base Familiar Capixaba;
c) A evolução da ciência e tecnologia - “Caso café no Estado do Espírito Santo”: Cita a baixa
escolaridade como um fator limitante: mais de 72% da população tem ensino fundamental
incompleto. Mesmo influenciado pela nova geração, ainda há certo conservadorismo das famílias
com relação ao acesso a tecnologias e organização. Comenta, ainda, a necessidade de melhorar a
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qualidade no uso de insumos: “Análise e Calagem passam a ser uma prática adotada por cerca de
50% dos agricultores; porém, ainda é baixa a utilização de adubação orgânica”;
d) Novo Pedeag (2007 – 2025): Expectativas do programa para a cafeicultura: Configura como forte
estratégia econômica do Estado, prevendo atingir 22,8 sacas/hectare no e 42, 9 sc/ha no
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. Suas metas são: Atingir produtividade média de 42,9 sacas/ha; Atingir a produção
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aproximada de 13,6 milhões de sacas por ano; Melhoria da qualidade: produzir 2,7 milhões de
sacas por ano de café superior; e, implantar salas de provas em todos os municípios mais
representativos da cultura. Novas Variedades de Robusta: Entre 1985 e 2008 foram criadas 6
importantes variedades de café para facilitar sua introdução nos mais diversos tipos de
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solos, em especial. São elas: Emcapa 8111 – precoce; Emcapa 8121 – intermediária; Emcapa 8131
– tardia; Emcapa 8141 – Robustão Capixaba; Emcaper 8151 – Robusta Tropical; Incaper 8142 –
Conilon Vitória. Jardins Clonais: Atualmente há 190 Jardins Clonais em 50 municípios, o que dá
uma capacidade para renovar 10% do parque cafeeiro por ano (potencial: 80 milhões de
mudas/ano a partir de 2008); Metas para a cafeicultura Capixaba: Dobrar a produtividade média
do ES; Dobrar a produção do ES, para atingir 4 milhões de sacas; Triplicar a produção de cafés
superiores: 1 milhão de sacas/ano; Renovar e/ou revigorar 100% do Parque Cafeeiro usando as
Boas Práticas Agrícolas; e, Melhoria da qualidade por intermédio da ampliação das salas de Provas
e produção de CD. Principais ações: Recomendação de mais 3 novas variedades de ;
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Renovar e/ou revigorar 5% (10.000 ha) por ano; Disponibilização aos viveiristas de 20 t
sementes/ano; Treinamentos: cursos de capacitação para técnicos, viveiristas e produtores;
Ampliar a assistência técnica aos produtores e viveiristas; Implantação e condução de 40 Unidades
Demonstrativas; Ampliar a rede de viveiros; Implantação, acompanhamento de 20 campos de
produção de sementes das variedades recomendadas; e, Publicações sobre as boas práticas
agrícolas; Estabelecimento de um programa mais efetivo de análise de solo e de folha, calagem e
adubação; Incentivar a participação de técnicos e produtores a eventos ligados a cafeicultura de
; Ampliar a pesquisa científica e a ATER; Ampliar o crédito de custeio e investimento;
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verificação ( ); c) 4C; Raniforest e Utz; d) Especiais, Gourmet, Orgânico, Faitrade, PIC e
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i
c o m m o d
r á c
A r á c
C o n o n
b) Produtividade: Oeste, com café irrigado, chega a produzir 55 sacas/ha em média; Conilon, no sul
da Bahia, produz em média 50 sacas/ha. e, contudo a média baiana não ultrapassa 20 sacas/ha.;
c) Colheita: normalmente ocorre quando se tem a maioria dos grãos maduros, o que facilita a
colheita mecânica, utilizada em cerca de 80% das lavouras do Oeste Baiano;
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d) Secagem: grande maioria ainda é feita em terreiros. Mas há propriedades em que o processo de
despolpamento já ocorre quase de forma integral da produção.
D) Debate e Esclarecimentos:
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a produtividade pelo viés ambiental. A adoção de sistemas de produção como cafés sombreados
poderia contribuir para superar este problema? Em resposta, a mesa citou alguns exemplos de
consórcio de café com cedro e seringueiras, além de outras madeiras para constituir sistemas mais
sustentáveis. Outras iniciativas por parte de governos e municípios para promover sistemas de
produção que possibilitem maiores cuidados em relação ao meio ambiente, como programas de
distribuição de mudas para consórcio com café, em especial nativas;
b) Questionado o motivo da Fusão Pesquisa/Ater (INCAPER), se para seu enfraquecimento, a mesa
informou que os resultados são mais positivos do que o esperado. Hoje o INCAPER está avançando
na sua reestruturação para garantir um atendimento de qualidade, em especial sobre informações
em relação à disponibilidade de tecnologias, especialmente, para a agricultura familiar. Informa
que o Plano Estratégico de Desenvolvimento da Agricultura Capixaba (PEDEAG) condensa as
principais referências de ação para o desenvolvimento da Agricultura Familiar Capixaba.
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VI. APRESENTAÇÃO DE EXPERIÊNCIA DE ORGANIZAÇÃO NA CAFEICULTURA
A) Experiência 1 – COOFAMINAS (Julia Reis Torres – Presidente)
27
g) Preocupações: 1) Ambiental: Criação de um viveiro de mudas nativas para doação aos
agricultores, com o objetivo de revitalizar nascentes, inclusive com a participação de outras
empresas; 2) Sustentabilidade: Produto ecologicamente correto, com função social e
economicamente viável;
h) Certificação: Benefícios limitados – Certificação não garante mercado e nem preços. Para o
mercado local, a certificação é indiferente, não compensando para os agricultores familiares. Esta
realidade foi relatada em depoimento sobre a dificuldade de fazer com que o mercado pague pela
qualidade e não pela quantidade;
28
VII - MESA 4 – PROPOSTAS DE POLÍTICA PÚBLICA ESPECÍFICA PARA A AGRICULTURA
FAMILIAR NA PRODUÇÃO, BENEFICIAMENTO E COMERCIALIZAÇÃO DE CAFÉ
29
g) Dados recentes indicam que o aumento crescente da demanda por produtos livres de agrotóxicos
tem impulsionado a agricultura agroecológica e orgânica no Brasil, que privilegia a preservação
ambiental, a biodiversidade, os ciclos biológicos e a qualidade de vida do homem;
h) Sustentabilidade: Produto Ecologicamente correto, socialmente justo e economicamente viável;
i) A situação no Campo: de um lado, cresce a modernização da produção e avanços sociais
localizados, mas ainda há condições precárias de relações sociais e trabalhistas; Falta
conhecimento dos cafeicultores sobre os processos de industrialização, comercialização e acesso
ao mercado; Falta organização na comercialização para ofertar o café em escala conforme a
demanda do mercado; Grande quantidade de café com baixa qualidade; Crédito caro e existência
de dívidas com financiamentos passados elevados; Preço dos insumos em ascensão; Falta de
assistência técnica e capacitação insuficiente. Acesso precário às informações de mercado
(produção, preços, tecnologias, clima, varejo); Faltam pesquisas e geração de tecnologias
adequadas à realidade do agricultor familiar; Inexistência de políticas públicas de subsídios ao
crédito de custeio e investimento, e de preços mínimos de compra por parte do governo;
j) A situação no Campo – Assalariados: Na colheita do café, predomina o contrato informal da mão-
de-obra ou, quando existe, são contratos de curta duração, de 3 a 4 meses; A maioria dos
assalariados não possui registro em carteira de trabalho; As condições de transporte e alojamento
são precárias; A aplicação de produtos químicos tóxicos é feita sem proteção adequada;
k) Desafios: Na dimensão social da sustentabilidade e um dos principais desafios a ser superado pelo
setor cafeeiro. Outros desafios da produção na cafeicultura: altos custos de produção; falta
organização; carência de mão-de-obra qualificada; café de qualidade; agregação de valor; ATER;
subsídios à qualidade da produção. No beneficiamento: falta de infra-estrutura para estocagem e
comercialização; Tributação a cooperativas de produção e crédito da agricultura familiar; acesso
precário às informações de mercado (produção, preços, tecnologias, clima); Discriminação da
mulher e abandono do campo pela juventude.
a) A capacidade do Estado de São Paulo na cadeia produtiva do café – Para 2008, o Instituto de
Economia Agrícola (IEA) e a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), prevêem uma
produção de 4 milhões de sacas beneficiadas de 60 quilos;
b) A organização da produção é um grande desafio, pois, historicamente, o cooperativismo deixou
uma herança muito complicada, mais recentemente, a Cooperativa de Garças – Garcafé;
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c) Baixa destinação de recursos públicos à agricultura no Estado de São Paulo - registra-se a
destinação de 0,8% do PIB do Estado. Falta ATER, que funciona somente em nível de escritório,
com baixo nível de acompanhamento efetivo à agricultura familiar, chegando a menos de 15% nos
grandes estados;
d) Demanda: A CONTAG e FETAGs precisam fazer um planejamento para atuar de forma regional
dentro dos próprios Estados, que certamente apresentarão problemas parecidos. Não se pode
ficar apenas no nível das lideranças. É preciso chegar às famílias. Capacitar grupos de 40 a 50
famílias no máximo;
e) Das famílias que receberam crédito fundiário, 98 estão abandonadas. Há uma grande resistência
em participar de eventos de capacitação;
f) É preciso fazer mais propaganda da produção da Agricultura Familiar. Esta ação precisa ser
urgente e grande parte está nas mãos da própria agricultura familiar;
g) É preciso aproximar pesquisadores da agricultura familiar para que haja uma maior aceitação das
inovações tecnológicas.
C a r a c t e r i z a ç ã o d a C a f e i c u l t u r a n o E s t a d o d o P a r a n á :
• Área Total: 105.500 há (374.800 mil pés); Área em Produção: 96.920 há (329.900 mil pés);
Área em Formação: 8.580 há (44.900 mil pés) e Produção estimada: 2,37 a 2,61 milhões sc.
• O sistema adensado de plantio: representa 55% Área com 66% da produção, tendo uma
média 31 sc/ha;
• A cafeicultura é desenvolvida em 13 mil propriedades, abrangendo 210 municípios, sendo
responsável por 70 mil empregos diretos;
• Há 130 Indústrias torrefação, sendo 02 de café solúvel.
2
O P l a n o d e R e v i t a l i z a ç ã o d a C a f e i c u l t u r a - O b j e t i v o s :
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3
P r o g r a m a s d o E s t a d o d o P a r a n á p a r a a C a f e i c u l t u r a :
C o n c u r s o s d e “ C A F A L I D A D E P A R A N Á ” :
C o m e n t á r i o s e e s c l a r e c i m e n t o s :
a) “Pintinho que acompanha pato morre afogado”, com este dizer popular, participante diz que o
MSTTR precisa conhecer melhor o potencial de sua base. Isto é, os Sindicatos precisam de
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dirigentes mais qualificados para responder com rapidez às demandas da Agricultura Familiar
na cafeicultura;
b) O aumento de produtividade precisa ser visto com cautela. Nem sempre maior produção por
área significa maior renda. É preciso verificar qual a receita que fica na agricultura familiar;
c) Sobre a qualidade da mão-de-obra: É preciso verificar a capacidade da agricultura familiar em
ampliar o tamanho da lavoura quando não há capacidade de arcar com uma mão-de-obra
qualificada;
d) Os pacotes repassados pelas vendedoras de adubo e veneno estão comprometendo a renda da
agricultura familiar. É preciso pensar ações estratégicas para garantir melhoria das condições
de vida. Hoje, já se está trocando uma saca de adubo por uma de café;
e) Registro de empreendimento industrial na área do café: Só é possível registrar como
cooperativa ou empresa (microempresa). A emissão de notas, que é obrigatória traz
dificuldade. A atual legislação tem padrões específicos que na maioria das vezes não são
compatíveis com as características e demandas da agricultura familiar;
f) O que é prostituir o PRONAF: É necessária maior atenção em relação aos desvios na aplicação
Pronaf Crédito. O endividamento, na maioria das vezes, é resultado da ineficiência dos projetos,
mas, há muito desvio de finalidade.
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VIII – PLANO DE METAS E AÇÕES PARA AGRICULTURA FAMILIAR NA CAFEICULTURA
Esta última parte do evento foi organizada para que, sob a luz das apresentações e
debates realizados, os participantes pudessem expressar suas opiniões quanto às Metas e Ações
mais prementes que o Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR) e
organizações produtivas da Agricultura Familiar deverão ter em seus planos para os próximos anos.
Para isso, foram resgatadas orientações das Cartas de Salvador e de Belo Horizonte a fim de ampliar
os subsídios aos participantes, distribuídos em três grupos, que tiveram por tarefa apontar sugestões
de Como Fazer e Quem Faz cada uma das ações listadas por Grandes Metas Indicativas, extraídas do
acumulo do grupo no presente evento e em eventos e ações anteriormente realizadas, tendo por
foco principal a Renda Sustentável.
U U Ç Ã
R P O P R O D O : C o m o a u m e n t a r a r e n d a d a A g r i c u l t u r a F a m i l i a r n a p r o d u ç ã o ?
2 G
R P O C O M E R C I A L I Z A O : C o m o a s p o l í t i c a s p ú b l i c a s d e v e m c o n t r i b u i r p a r a o
a u m e n t o d a r e n d a n a A g r i c u l t u r a F a m i l i a r ?
R P O P O L I T I C A S P Ú B L I C A S : C o m o a s p o l í t i c a s p ú b l i c a s d e v e m c o n t r i b u i r p a r a o
a u m e n t o d a r e n d a n a A g r i c u l t u r a F a m i l i a r ?
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CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES NA AGRICULTURA - CONTAG
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GRUPO PRODUÇÃO (II) - COMO AUMENTAR A RENDA DA AGR. FAMILIAR POR MEIO DA COMERCIALIZAÇÃO?
O QUE FAZER? COMO FAZER? QUEM FAZ?
a) Conquistar e manter canais de a) Comercializar o produto torrado e moído no mercado a) e b) Cooperativa e Associação com apoio das
comercialização de café cru ou local (feiras); entidades sindicais locais;
torrado; e, b) Parceria com Conab, garantia de melhor preço;
c) Identificar e desenvolver novos c) Pesquisa de identificação de mercado e c) Escolas Técnicas Agrícolas, Universidades, IDEC, em
mercados. comercialização de acordo com a demanda; convênio com Cooperativas, Associações e STTRs;
d) Difundir experiências exitosas entre o conjunto d) Intercâmbio entre os pares. Criar um Centro de
produtor; inteligência do café na Contag para intercâmbio virtual
(mais rápido/prático e mais barato);
e) Promover e estimular participação de concursos de e) Entidades Sindicais;
qualidade.
b) Obter informação e a) os cafés que não se enquadram no padrão mínimo de a) Cooperativas e Associações;
capacitação para comercialização. qualidade serão comercializados sem o "selo"(definição
de linhas/faixas de padrão);
b) Capacitação sobre classificação e degustação do b) Movimento Sindical (criação de fundo para
próprio café (interface com políticas públicas). capacitação).
d) Desenvolver uma identidade a) Criação de Selo (nacional) e marca (local) da agricultura a) Ecojus, MTE e MDA, por intermédio da Contag;
própria do café da Agricultura familiar; b), c) e d)Criação de um grupo de Entidades
Familiar. b) Assegurar qualidade (livre de resíduos), para estabelecedoras do padrão de qualidade: Órgãos
comecializar e depois de comercializado (interface com estaduais de Assistência Técnica/Sebrae/STTRs/
política pública e produção); Federações/Contag/Cooperativas/Associações/Centro de
c) criação de órgão para fazer o "bland" (padrão) conilon comércio de café/Senar/Secretarias de Agricultura.
- arábica da associação (município/ micorregião/região)
para excluir atravessadores.
d) Desenvolver estratégia para padrão mínimo de
qualidade.
e) Marketing da Agriculura Familiar e) Recurso do Funcafé (CDPC) (IDEC) - Contag fazer um
evento para discutir o Marketing com especialistas no
assunto, com STTRs, Cooperativas, associações e
Agricultores.
APOIO: SÉRGIO E PIETER
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GRUPO PRODUÇÃO (III) - COMO AS POLÍTICAS PÚBLICAS DEVEM CONTRIBUIR PARA O AUMENTO DA RENDA NA AF?
O QUE FAZER? COMO FAZER? QUEM FAZ?
a) Garantir a participação da a) Retomar a participação como ouvinte no CDPC, até obtermos assento definitivo. CONTAG
Agricultura Familiar com b) Formalizar solicitação de assento com voz e voto no CDPC. CONTAG
qualidade no CDPC? c) Incluir a proposta na pauta do Grito da Terra Brasil, articulando e pressionar o Coletivo de Política Agrícola da
ministro da agricultura e o presidente da República para que na revisão da Contag
estrutura do conselho inclua o MSTTR, caso seja preciso.
d) Nomear representantes com capacidade política e técnica para uma intervenção CONTAG e FETAGs
qualificada (CONTAG e Federações envolvidas)
e) Constituir um grupo de trabalho com assessoria capacitada com conhecimento CONTAG e FETAGs
do funcionamento do CDPC, do contexto da cafeicultura em âmbito nacional e
internacional, para auxiliar os representantes do CDPC.
f) Apresentar propostas específicas a serem incluídas no CDPC, tais como: crédito, Representantes eleitos com o
assistência técnica, transferência de tecnologia, beneficamento, apoio técnico
comercialização, etc).
g) Buscar informação, discutir a agenda e apresentar posição política sobre os Representantes eleitos com o
temas (Representantes eleitos com o apoio técnico) apoio técnico
h) Reuniões periódicas para avaliação e correção de rumos. (CONTAG e CONTAG e FETAGs
Federações envolvidas com o apoio de organizações parceiras)
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uma política setorial;
e) Promover um amplo debate nos estados produtores de café com o objetivo de Contag e MDA
construir propostas para uma política setorial no MDA.
d) O MSTTR deve articular as a) Planejamento de metas e ações para implementação das políticas cafeeiras para Federações e sindicatos
políticas públicas para a a AF e sua divulgação;
Agricultura Familiar na cadeia b) Sistematizar o conjunto de políticas existentes para o café da AF e sua Federações e sindicatos
do café? divulgação e orientação em linguagem adequada para promover o acesso dos
beneficiários (Federações e sindicatos);
c) Maior interação e gestão do MSTTR no planejamento, implementação e Federações e sindicatos
monitoramento das políticas públicas para a cafeicultura da AF (Contag,
Federações e sindicatos);
d) Qualificação dos dirigentes sindicais para a construção e implementação de CONTAG, Federações e
políticas públicas (capacidade de conhecimento, proposição, legislação e sindicatos
execução) - Contag, Federações e sindicatos.
APOIO: MARCO CICERO E LUIZ FACCO
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