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Psiquiatria:
Crueldade, Tortura,
Eugenia e Dano Cerebral
Spirit: Por que você acha "obsceno" que tais vozes foram
omitidas das histórias que você pesquisou?
Whitaker: Porque é como fazê-los não serem pessoas. Eles
não contam. Sua experiência não conta. Nós sabemos
quando você fizer algo semelhante para alguém, isto é um
ato obsceno, se isso foi feito para judeus ou escravos ou
qualquer pessoa oprimida. Nós viemos a entender que negar
experiência de alguém, negar isto, é uma coisa obscena a
ser feita. E ainda assim, para grupos como esse, como
sociedade, nós ainda não permitimos que eles falem por si
mesmos.
Pense sobre quem fala atualmente sobre doença mental
neste país. Raramente alguém denominado de mentalmente
doente fala por isso. Quando eles fazem um artigo no jornal
que será uma citação da NAMI [Aliança Nacional para
Doentes Mentais] com o ponto de vista da família, ou então
lá estarão as companhias farmacêuticas ou os médicos. Mas
com que freqüência você realmente consegue o ponto de
vista do paciente? É com muito pouca freqüência.
Isso foi uma das coisas que eu resolvi fazer, examinar a
história oficial através da história, porém contando o que os
pacientes por si mesmos estão dizendo sobre tais terapias. E
que seja permitido examinar, numa perspectiva histórica,
qual grupo parece ser mais preciso, mais verdadeiro - em
outras palavras, qual a história se sustentará com o passar
do tempo. Por exemplo, se você lembrar-se dos pacientes
submetidos ao eletro-choque nos anos 1940 que tiveram que
ser arrastados para fora da mesa. Bem, naquele momento,
claro, a história foi de que era isto seria bom para eles,
certo? Mas o que nós sabemos hoje? Nós sabemos que isso
foi tão abusivo quanto o inferno. Foi horrível.
Spirit: Você entende que deve ser por isso que os estudos
da OMS mostraram que os pacientes nos Estados Unidos são
mais propensos à uma esquizofrenia de longo curso em
relação aos pacientes de países pobres onde não estão
sendo prescritos neurolépticos pelo resto da vida dessas
pessoas?
Whitaker: Penso que seguramente essa é resposta correta.
O que acontece, no curso natural daqueles diagnosticados
com esquizofrenia, numa boa porcentagem, se não tratados
com as drogas, é que eles melhoram ou se recuperam.
Durante o estudo da OMS, só 16 por cento de pacientes em
países subdesenvolvidos são mantidos sob uso de drogas,
ainda assim eles tiveram aproximadamente 65 por cento na
categoria dos melhores resultados. Até em nossos próprios
estudos, se você reportasse aos tempos quando eram
tentadas alternativas sem o uso de medicamentos, você
veria mais de 50 por cento de bons resultados em follow-ups
de dois anos a de três anos.
Se você examinar para o espectro natural das pessoas
diagnosticadas com esquizofrenia ou desordem esquizo-
afetiva, e se você não os tratasse com drogas, algo ao redor
de pelo menos 50 por cento, após um período de seis meses
a um ano, se recuperaria e continuaria com suas vidas. Mas
o que acontece uma vez que você os põe sob estas drogas, e
os mantém sob essas drogas, você os empurra para uma
cronicidade vitalícia! Eu acredito que existe acachapante
evidência que mostra que é isto que realmente acontece. É
por isso que a Organização de Saúde Mundial encontrou esta
diferença nos resultados - crônicos nos Estados Unidos
contra muitas pessoas que se recuperam nos países mais
pobres.
AGUARDE:
"Drogas Psiquiátricas: Um Assalto à
Condição Humana."
Nas próximas semanas nesse site!
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Fonte:
http://www.umaoutravisao.com.br/madinamerica.htm
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