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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSOTC N.o 01904/05

Objeto: Prestação de Contas Anuais


Relator: Auditor Renato Sérgio Santiago Melo
Responsáveis: Dra. Maria do Socorro Diniz e outras

EMENTA: MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL - PRESTAÇÃO DE


CONTAS ANUAIS - GESTORES DE FUNDO ESPECIAL -
ORDENADORES DE DESPESAS - APRECIAÇÃO DA MATÉRIA PARA
FINS DE JULGAMENTO - ATRIBUIÇÃO DEFINIDA NO ART. 71,
INCISO II, DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DA PARAÍBA, E NO
ART. 1°, INCISO I, DA LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N.o 18/93 -
Não envio de relatório detalhado da administração dos recursos -
Ausência de registro da depreciação de bens móveis decorrente da
não conclusão do inventário físico dos bens - Carência de assinaturas
nos termos de responsabilidade de guarda de bens - Fracionamento
de despesas - Transgressão a dispositivos de natureza constitucional,
infraconstitucional e regulamentar - Ausência de danos ao Erário -
Falhas formais - Eivas remanescentes que, no presente caso, não
comprometem totalmente o equilíbrio das contas. Julgamento regular
com ressalvas. Recomendações. Arquivamento dos autos.

Vistos, relatados e discutidos os autos da prestação de contas das gestoras, no exercício


financeiro de 2004, dos recursos do Fundo Especial do Ministério Público do Estado da
Paraíba - FEMP, Dras. Maria do Socorro Diniz, Amarília Sales de Farias e Cristiana Ferreira M.
C. de Vasconcelos, acordam, por unanimidade, os Conselheiros integrantes do TRIBUNAL DE
CONTAS DO ESTADO DA PARAÍBA, em sessão plenária realizada nesta data, com a
declaração de impedimento do Conselheiro Antônio Nominando Diniz Filho, na conformidade
da proposta de decisão do relator a seguir, em:

1) JULGAR REGULAR COM RESSALVASa referida prestação de contas.

2) FAZER RECOMENDAÇÕES no sentido de que os atuais gestores do Fundo Especial do


Ministério Público do Estado da Paraíba - FEMP não repitam as máculas apontadas no
relatório da unidade técnica deste Tribunal e observem sempre os preceitos constitucionais,
legais e regulamentares pertinentes.

3) DETERMINAR o arquivamento dos autos.

Presente ao julgamento o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas


Publique-se, registre-se e intime-se.
TCE - Plenário Ministro João Agripino

João Pessoa, (, I de de 2007


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Representante do Ministério Público Especial ..j-
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSOTC N.o 01904/05

Tratam os autos do presente processo da análise da prestação de contas das gestoras, no


exercício financeiro de 2004, dos recursos do Fundo Especial do Ministério Público do Estado
da Paraíba - FEMP, Dras. Maria do Socorro Diniz, Amarília Sales de Farias e Cristiana Ferreira
M. C. de Vasconcelos, apresentada a este ego Tribunal em 31 de março de 2005, mediante o
Ofício GPGJ-DIFIN-0038/2005.

Os peritos da Divisão de Contas do Governo do Estado I - DICOG I, com base nos


documentos insertos nos autos, emitiram o relatório inicial de fls. 210/217, constatando,
sumariamente, que: a) a prestação de contas foi apresentada no prazo legal; b) a Lei
Estadual n.o 5.808, de 21 de novembro de 1991, e a Resolução n.O 04, de 09 de janeiro de
1992, instituiu e regulamentou, respectivamente, o fundo; e c) o seu objetivo é prover
recursos para o atendimento de despesas eventuais e o aparelhamento do Ministério Público.

Quanto aos aspectos orçamentários, financeiros e patrimoniais, verificou que: a) o balanço


orçamentário evidenciou uma receita efetivamente arrecadada no montante de
R$ 136.047,56 e uma despesa realizada na soma de R$ 132.548,50; b) o balanço financeiro
demonstrou a mobilização de recursos da ordem de R$ 170.094,22; e c) o balanço
patrimonial revela a inexistência de bens imóveis.

No que diz respeito aos aspectos operacionais, constataram os técnicos da DICOG I que os
recursos foram totalmente aplicados na aquisição de material permanente com o objetivo de
aparelhar o Ministério Público Estadual.

Ao final, a unidade de instrução destacou as seguintes irregularidades: a) ausência de


relatório detalhado das atividades desenvolvidas, contendo as informações de caráter
técnico-operacional e econômico-financeiro, bem como o Anexo 16 - Demonstrativo da
Dívida Fundada; b) não registro da depreciação dos bens móveis no grupo "Independentes
da Execução Orçamentária"; c) não conclusão dos trabalhos da comissão instituída pela
Portaria n.? 1.611/05, com vistas à avaliação da depreciação dos bens e respectiva
desincorporação do valor relativo aos inservíveis e obsoletos do balanço patrimonial;
d) ausência de assinatura do servidor responsável em alguns termos de responsabilidade de
guarda de bens; e e) fracionamento de despesas.

Devidamente citados, fls. 218/225, os interessados apresentaram defesas, fls. 226/968, onde
o Dr. Antônio de Pádua Torres, inicialmente destacado como gestor do fundo, assevera que
não praticou nenhum ato no exercício analisado, pois sua posse se deu posteriormente às
últimas movimentações financeiras. As demais responsáveis ofertaram justificativas
consignadas, resumidamente, nos seguintes termos: a) quanto à ausência de documentos na
prestação de contas, encaminhando o Anexo 16 faltante, informaram ser de praxe a
apresentação de relatório sucinto sobre as atividades de gestão; b) no tocante ao registro da
depreciação de bens e à conclusão dos trabalhos da comissão, reconheceram as falhas, \
alegando que o número elevado de órgãos da estrutura organizacional do Ministério Público \ )
dificultou a execução das atividades; c) sobre os termos de responsabilidade sem assinaturas,
admitiram as omissões, tratando-as, entretanto, como singela relapsia; e d) em relação ao
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fracionamento de despesas, argumentaram que elas ocorreram antes das licltações-c-.
realizadas, foram precedidas de solicitações e estiveram dentro do valor de mercado. ~~J \".
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Os autos retornaram à unidade técnica, que, ao esquadrinhar a referida peça processual de


defesa, emitiu posicionamento, fls. 971/975, considerando elidida a eiva concernente à
ausência do Anexo 16 e mantendo o seu posicionamento exordial relativamente às demais
irregularidades.

Requerido o pronunciamento do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, este emitiu


parecer, fls. 977/979, pugnando pela regularidade das contas em disceptação, sem prejuízo
da recomendação de estrita observância aos preceitos legais e regulamentares,
especialmente a formalização de termos de responsabilidade do funcionário encarregado da
guarda de bens.

Solicitação de pauta, conforme fls. 980/981 dos autos.

É o relatório.

Compulsando o álbum processual, constata-se que as contas apresentadas pelas gestoras do


Fundo Especial do Ministério Público do Estado da Paraíba - FEMP tornaram evidentes
algumas irregularidades remanescentes. Com efeito, conforme destacado pelos técnicos da
unidade de instrução deste Sinédrio de Contas, verifica-se ab initio a ausência do relatório
detalhado de gestão, inviabilizando, portanto, uma análise operacional da administração dos
recursos do fundo e caracterizando descumprimento ao estabelecido no art. 20, § 1°,
alínea "b", da Resolução TC n.? 07/97, verbum pro verbo:

Art. 20. (omissis)

§ 10 - Cada prestação de contas anual de qualquer dos entes indicados no


caput deste artigo 10 compreenderá, no mínimo, os documentos abaixo
discriminados, todos relativos ao exercício a que se referir a prestação de
contas ou exercício de competência, na ordem abaixo indicada:

a) ( ... )

b) relatório detalhado das atividades desenvolvidas contendo informações de


caráter técnico-operacional e econômico-financeiro do ente; (grifas nossos)

Ademais, é importante ressaltar que, por ocasião de inspeção in foco realizada com o intuito
de subsidiar a instrução da prestação de contas, os inspetores desta Corte também
solicitaram o relatório em comento sem serem atendidos.

Em seguida, observa-se que a não conclusão dos trabalhos da comissão instituída com o
objetivo de efetuar o levantamento do patrimônio mobiliário, bem como do seu grau de
desgaste, culminou na ausência de registro da depreciação dos bens no Demonstrativo das
Variações Patrimoniais, que, por sua vez, deixou de refletir a real situação patrimonial do
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fundo. Esse fato demonstra desconsideração simultânea ao preconizado nos artigos 96 e 104,
da Lei Nacional n.o 4.320/64, in verbis:

Art. 96. O levantamento geral dos bens móveis e imóveis terá por base o
inventário analítico de cada unidade administrativa e os elementos da
escrituração sintética na contabilidade.

( ...)

Art. 104 - A Demonstração das Variações Patrimoniais evidenciará as


alterações verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da
execução orçamentária, e indicará o resultado patrimonial do exercício.

Impende comentar que a ausência de registro da depreciação dos bens móveis ocasionada
pela não finalização do inventário geral dos bens adquiridos com recursos do fundo já figurou
como irregularidade nas análises das prestações de contas relativas aos exercícios de 2002 e
2003, sendo, inclusive, objeto de recomendação nos Acórdãos APL - TC - 330/2003 e
835/2005, respectivamente.

No tocante aos termos de responsabilidade de bens sem a assinatura do servidor responsável


pela sua guarda, mais do que uma falha formal, representam a ineficiência do controle dos
bens em utilização, não só quanto a sua localização, considerando possíveis movimentações
e transferências, mas também em relação à ocorrência de danos e avarias.

Acerca do fracionamento de despesas, os peritos da Corte evidenciaram que ocorreram


despesas com aquisição de mobiliário e ar condicionados, bem como de computadores e
estabilizadores, no montante de R$ 33.283,50, que não foram contempladas nos dois
procedimentos Iicitatórios realizados com haveres do fundo, na modalidade pregão, com os
mesmos objetos.

Saliente-se que o fracionamento se caracteriza quando se divide o dispêndio para utilizar


modalidade de licitação inferior à recomendada pela legislação para o total da despesa, ou
para efetuar contratação direta. Muitas vezes ocorre pela ausência de planejamento do
quantum que será efetivamente gasto no exercício para execução de determinada obra, ou
para a contratação de determinado serviço ou, ainda, para a compra de determinado
produto.

Assim, o planejamento do período deve observar o princípio da anualidade do orçamento.


Logo, não pode o gestor justificar o parcelamento da despesa com várias aquisições ou
contratações no mesmo exercício, sob modalidade de licitação inferior àquela exigida para o
total da despesa ou contratação direta, quando decorrente da falta de planificação.

Neste sentido, merece realce o entendimento do ego Tribunal de Contas da União - TCU, que
estabilizou seu posicionamento acerca da matéria em análise, consoante deliberações
transcritas a seguir, vejamos:
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Evite a fragmentação de despesas, caracterizada por aquisições freqüentes


dos mesmos produtos ou realização sistemática de serviços da mesma
natureza em processos distintos, cujos valores globais excedam o limite
previsto para dispensa de licitação a que se referem os incisos I e 11 do
art. 24, da Lei 8.666/1993. (TCU, Acórdão 1.386/2005 Plenário, ReI. Ministro
Walton Alencar Rodrigues, DOU 19/09/2005)

Planeje adequadamente as aquisições e/ou contratações a fim de evitar o


fracionamento da despesa, em observância ao art. 23, § 5°, da Lei
nO 8.666/1993 (TCU, Acórdão 740/2004 Plenário, ReI. Ministro Ubiratan
Aguiar, DOU 25/06/2004)

Evite o fracionamento de despesas como mecanismo de fuga à modalidade


de licitação adequada (art. 23, § 5°, da Lei de Licitações) (TCU,
Acórdão 2.528/2003 Primeira Câmara, ReI. Ministro Humberto Guimarães
Souto, DOU 29/10/2003)

Por fim, diante das transgressões a disposições normativas do direito objetivo pátrio e da
conduta implementada pelas gestoras do FEMP, verifica-se a configuração de hipóteses de
incidência da multa de até R$ 2.805,10 - valor atualizado pela Portaria n.? 039/06 do
Tribunal de Contas -, previstas no art. 56, incisos Il, VI e VII, da Lei Complementar Estadual
n.o 18/93 - Lei Orgânica do TCE/PB, verbo ad verbum:

Art. 56 - O Tribunal pode também aplicar multa de até Cr$ 50.000.000,00


(cinqüenta milhões de cruzeiros) aos responsáveis por:

I - (omissis)

11 - infração grave a norma legal ou regulamentar de natureza contábil,


financeira, orçamentária, operacional e patrimonial;

( ...)

VI - sonegação de processo, documento ou informação, em inspeções ou


auditorias realizadas pelo Tribunal;

VII - reincidência no descumprimento de determinação do Tribunal;

Entretanto, as falhas destacadas não comprometeram a regularidade das contas


sub examine, seja pela ausência de danos mensuráveis, seja por não revelarem atos de
improbidade administrativa ou mesmo por não induzirem ao entendimento de malversação
de recursos públicos. Assim, recomenda-se às autoridades responsáveis a estrita obediência
aos ditames legais, sob pena de cominação da multa mencionada em caso de nova
reincidência.

Ex positis, proponho que o TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA PARAÍBA:

1) JULGUE REGULAR COM RESSALVASa referida prestação de contas.


TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSOTC N.o 01904/05

2) FAÇA RECOMENDAÇÕES no sentido de que os atuais gestores do Fundo Especial do


Ministério Público do Estado da Paraíba - FEMP não repitam as máculas apontadas no
relatório da unidade técnica deste Tribunal e observem sempre os preceitos constitucionais,
legais e regulamentares pertinentes.

3) DETERM. 'NE o arquivamento dos autos.


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