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UNIÃO DINÂMICA DE FACULDADES CATARATAS


CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL COM HABILITAÇÃO EM
PUBLICIDADE E PROPAGANDA

ESTUDO SOBRE AS APLICAÇÕES DOS BLOGS COMO


FERRAMENTA PARA PUBLICIDADE E PROPAGANDA

ANTÔNIO ANDRÉ SINKOS

Foz do Iguaçu
2008
2

UNIÃO DINÂMICA DE FACULDADES CATARATAS


CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL COM HABILITAÇÃO EM
PUBLICIDADE E PROPAGANDA

ANTÔNIO ANDRÉ SINKOS

Trabalho de Conclusão de Curso,


apresentado à banca examinadora da
Faculdade União Dinâmica Cataratas - UDC,
como requisito parcial para obtenção do
grau de Bacharel em Publicidade e
Propaganda.

Coordenadora: Daniele Echardt

Orientadora: MARIA ISABEL TELES

Foz do Iguaçu
2008
3

TERMO DE APROVAÇÃO

UNIÃO DINÂMICA DE FACULDADES CATARATAS

ESTUDO SOBRE AS APLICAÇÕES DOS BLOGS COMO


FERRAMENTA PARA PUBLICIDADE E PROPAGANDA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO PARA OBTENÇÃO DO


GRAU DE BACHAREL EM PUBLICIDADE E PROPAGANDA

_________________
Antônio André Sinkos

______________________________________________
Orientadora: Profª. Maria Isabel Teles

_______________________________________________
Nota final

Banca Examinadora

_______________________________________________
Orientadora: Profª. Maria Isabel Teles

_______________________________________________
Orientador: Profª. Luiz Sérgio Cardona Nery

Foz do Iguaçu, 2 de dezembro de 2008


4

Existem diversas pessoas que me auxiliaram a tornar este trabalho possível.


Não importa a ordem, todos têm importância e representaram muito durante minha
vida acadêmica e futura carreira profissional.
Antes de tudo, um agradecimento especial a toda minha família, que tem me
apoiado incondicionalmente durante todo este processo.
Agradeço meu pai e minha mãe, pois reconheço que sem eles, seu trabalho
diário, dedicação, broncas e esforços, sempre enfatizando a ética, moral e,
principalmente, a educação como pilares de formação de caráter nada disso seria
possível.
Agradeço minhas irmãs, pois sem sua ajuda, paciência e motivação, eu não
estaria aqui.
Agradeço todos os colegas e verdadeiros amigos que fiz durante a faculdade.
Juntos, em quatro anos, construímos diversas histórias, diversos momentos únicos,
que jamais serão esquecidos.
Agradeço especialmente minha amiga Priscila Abrantes, que devido às
afinidades, madrugadas em claro, dedicação e muito esforço, tem me auxiliado
durante esses quatro anos, especialmente agora neste momento de TCC.
Agradeço a professora MABEL, desde o início da faculdade um exemplo de
profissional ético, sempre me inspirando a melhorar e nunca esquecendo seu papel
de educadora. Levarei seu exemplo para minha vida. Para mim importa que esta
professora saiba que me deixou honrado ao aceitar ser minha orientadora neste
trabalho.
Agradeço aos demais professores e coordenadores, que com muita paciência
e muitos trabalhos me instigaram a sempre melhorar.
Agradeço aos amigos, Ariel Gajardo e Gisele Trierweiler que, mesmo
morando longe, foram de grande inspiração e referência para este TCC.
Agradeço a todos da Agência TRAFOR (Juliane, Guedes, Flávia, Dimas,
Andrea, Yuri, Natália, Susana, Carolinu, Rose, Sebastian) que me aceitaram como
estagiário, acreditaram no meu potencial e me prepararam para o futuro. Obrigado.
Agradeço a todos os blogueiros da BlogLista que responderam ao
questionário e que me proporcionaram uma grande satisfação. Em especial a Daniel
Mafinski Biz que acreditou no meu projeto e permitiu que a pesquisa fosse realizada.
Agradeço ao Fábio Cipriani, autor do livro Blog Corporativo que foi a peça
influenciadora e motivadora para este trabalho.
Agradeço à amiga Gisélle Razera que com muita paciência revisou este
trabalho.
Agradeço a amiga Caroliny Musolino, que durante estes seis últimos meses
foi exemplo e incentivadora para a conclusão deste trabalho, além de revisá-lo com
muita paciência, dedicação abrindo mão de seu tempo. Obrigado
Agradeço a todos os blogueiros que têm algo a dizer.
5

“Estamos nos afogando em informação,


mas famintos por conhecimento”
John Naisbit
6

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 01 – HIERARQUIA DE INFORMAÇÕES .......................................................................................37


FIGURA 02 – GRÁFICO DA CAUDA LONGA ...............................................................................................42
FIGURA 03 – POST PRESIDENTE CLARO....................................................................................................62
FIGURA 04 – RESPOSTA AO COMERNTÁRIO.............................................................................................62
FIGURA 05 - FORMATOS DE BANNER..........................................................................................................71
FIGURA 06 - POST VISTO NO PROGRAMA AGREGADOR GOOGLE READER..................................72
FIGURA 07 - O MESMO POST NO BLOG BRAINSTORM#9......................................................................73
FIGURA 08 - DIVULGAÇÃO DA PESQUISA ATRAVÉS DA BLOGLISTA ...............................................88
FIGURA 09 - DIVULGAÇÃO DA PESQUISA ATRAVÉS DA BLOGLISTA ...............................................89
FIGURA 10 – PESQUISA DO SITE MARKETER .........................................................................................95

FIGURA 01 – HIERARQUIA DE INFORMAÇÕES .......................................................................................37


FIGURA 02 – GRÁFICO DA CAUDA LONGA ...............................................................................................42
FIGURA 03 – POST PRESIDENTE CLARO....................................................................................................62
FIGURA 04 – RESPOSTA AO COMERNTÁRIO.............................................................................................62
FIGURA 05 - FORMATOS DE BANNER..........................................................................................................71
FIGURA 06 - POST VISTO NO PROGRAMA AGREGADOR GOOGLE READER..................................72
FIGURA 07 - O MESMO POST NO BLOG BRAINSTORM#9......................................................................73
FIGURA 08 - DIVULGAÇÃO DA PESQUISA ATRAVÉS DA BLOGLISTA ...............................................88
FIGURA 09 - DIVULGAÇÃO DA PESQUISA ATRAVÉS DA BLOGLISTA ...............................................89
FIGURA 10 – PESQUISA DO SITE MARKETER .........................................................................................95
7

LISTA DE GRÁFICOS E TABELAS

TABELA 01- RISCOS DE QUEM DEVE SER O BLOGUEIRO ...................................................................67


TABELA 02 – CUSTO E BENEFÍCIO .............................................................................................................78
TABELA 03 - RETORNO BLOG TECNISA EM..............................................................................................79
TABELA 04 - O QUE OS BLOGS REPRESENTAM?.....................................................................................83
TABELA 05 - DEDICAÇÃO À LEITURA DE BLOGS....................................................................................83
TABELA 06 - MOTIVAÇÃO À LEITURA DOS BLOGS................................................................................84
TABELA 07 - BLOGS E COMENTÁRIOS........................................................................................................84
TABELA 08 - ATUALIZAÇÃO...........................................................................................................................85
TABELA 09 - INFLUÊNCIA DOS LEITORES.................................................................................................85
TABELA 10 - PUBLICIDADE NOS BLOGS.....................................................................................................86
TABELA 11 - CLASSIFICAÇÃO DOS BLOGS................................................................................................86
GRÁFICO 01 – RESPOSTA QUESTÃO A........................................................................................................90
GRÁFICO 02 – RESPOSTA QUESTIONÁRIO B............................................................................................91
GRÁFICO 03 – RESPOSTA QUESTIONÁRIO D............................................................................................92
GRÁFICO 04 – RESPOSTA QUESTIONÁRIO H...........................................................................................96
GRÁFICO 05 – RESPOSTA QUESTIONÁRIO I.............................................................................................97
GRÁFICO 06 – RESPOSTA QUESTIONÁRIO J.............................................................................................97
GRÁFICO 07 – RESPOSTA QUESTIONÁRIO K............................................................................................98
GRÁFICO 08 – RESPOSTA QUESTIONÁRIO L............................................................................................99
GRÁFICA 09 – RESPOSTA QUESTIONÁRIO M..........................................................................................100
GRÁFICO 10 – RESPOSTA QUESTIONÁRIO N..........................................................................................100
8

LISTA DE ABREVIATURAS E/OU SIGLAS

WEBLOG – Blog
9

ESTUDO SOBRE AS APLICAÇÕES DOS BLOGS COMO


FERRAMENTA PARA PUBLICIDADE E PROPAGANDA

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo demonstrar as diversas aplicabilidades dos blogs
como ferramenta para publicidade e propaganda. Em sua origem, a internet tinha
como finalidade conectar máquinas, mas com seu desenvolvimento passou a
conectar pessoas e a revolucionar a forma como é feita a comunicação.
Transformou o receptor antes passivo, em um receptor ativo, capaz de retransmitir e
gerar conteúdo. De caráter propagandista, o blog também pode ser utilizado pela
publicidade. Neste trabalho duas pesquisas são analisadas, a primeira detectando
qual o perfil deste público, conhecido como blogueiro, a segunda com objetivo de
traçar uma análise situacional da utilização dos blogs como ferramenta de
divulgação de mensagens de publicidade e propaganda.

PALAVRAS-CHAVE: Blog; blogosfera; comunicação; internet.


10

ESTUDO SOBRE AS APLICAÇÕES DOS BLOGS COMO


FERRAMENTA PARA PUBLICIDADE E PROPAGANDA

ABSTRACT

This job aims to demonstrate the various applications of blogs as a tool for
advertising and propaganda. Originally, the objective of internet was connecting
machines, but with its development, it began to connect people and revolutionize the
way that the communication is done. It turned the receiver passive into an active
receiver, capable to generate and relay content. With a propagandist character, blogs
can also be used for advertising. In this job, two researches are analyzed, the first
one detecting the profile of this public, know as blogger, the second one demonstrate
a situational analysis of the use of blogs as a tool to disseminate messages of
advertising and propaganda.

KEY WORDS: Blog, blogosphere, communication, internet


11

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................................................13
2. PROBLEMA DA PESQUISA..........................................................................................................................16
2.1JUSTIFICATIVA..............................................................................................................................................16
2.2 OBJETIVOS....................................................................................................................................................16
2.2.1 OBJETIVO PRINCIPAL............................................................................................................................16
2.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.....................................................................................................................17
2.3 METODOLOGIA ...........................................................................................................................................17
3 COMUNICAÇÃO .............................................................................................................................................18
3.1 COMUNICAÇÃO...........................................................................................................................................18
3.2 COMUNICAÇÃO DE MASSA......................................................................................................................19
3.3 RECEPTOR: UM SER ATIVO.....................................................................................................................22
4 PUBLICIDADE, PROPAGANDA, INFORMAÇÃO E PERSUASÃO........................................................23
4.1 PUBLICIDADE, PROPAGANDA, INFORMAÇÃO E PERSUASÃO.....................................................23
4.2 VANTAGENS DA PUBLICIDADE E PROPAGANDA NA INTERNET..................................................25
5 MARKETING....................................................................................................................................................27
5.1 MARKETING.................................................................................................................................................27
5.2 MARKETING DIRETO.................................................................................................................................29
5.2.1 MARKETING ON-LINE............................................................................................................................30
5.3 MIX DE MARKETING..................................................................................................................................31
6 MÍDIA.................................................................................................................................................................33
6.1 UM SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO............................................................................................................33
7 INTERNET.........................................................................................................................................................35
7.1 HISTÓRIA DA INTERNET – CONECTANDO MÁQUINAS ..................................................................35
7.2 ARPANET........................................................................................................................................................37
7.3 INTERNET NO MUNDO...............................................................................................................................39
7.4 INTERNET NO BRASIL...............................................................................................................................39
7.5 WEB 2.0 – CONECTANDO PESSOAS........................................................................................................40
7.6 PÚBLICO 2.0 E A CAUDA LONGA.............................................................................................................41
8 BLOG..................................................................................................................................................................45
8.1HISTÓRIA........................................................................................................................................................45
8.2 O QUE É UM BLOG?....................................................................................................................................47
12

8.3 TIPOS DE BLOG............................................................................................................................................50


8.4 BLOGOSFERA...............................................................................................................................................52
8.5 O PODER DOS BLOGS.................................................................................................................................53
8.6 INTELIGÊNCIA DAS MULTIDÕES .........................................................................................................56
9 BLOG COMO VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO..........................................................................................59
9.1 BLOG CORPORATIVO................................................................................................................................59
9.1.1 QUEM DEVE SER O BLOGUEIRO? ......................................................................................................64
9.2 PROMOVENDO-SE PARA BLOGUEIROS...............................................................................................67
9.3 ANUNCIANDO EM BLOGS.........................................................................................................................70
9.4 POSTAGENS PAGAS.....................................................................................................................................73
9.5 BLOGS PARA AUMENTAR A COMUNICAÇÃO INTERNA..................................................................75
9.7 RETORNO SOBRE INVESTIMENTO DO BLOG....................................................................................77
10 PESQUISA PERFIL DA BLOGOSFERA BRASILEIRA............................................................................81
10.1 PESQUISA.....................................................................................................................................................81
10.2 PERFIL..........................................................................................................................................................82
10.3 O QUE OS BLOGS REPRESENTAM?......................................................................................................82
10.4 DEDICAÇÃO À LEITURA DE BLOGS....................................................................................................83
10.5 MOTIVAÇÃO À LEITURA DOS BLOGS.................................................................................................83
10.6 BLOGS E COMENTÁRIOS........................................................................................................................84
10.7 ATUALIZAÇÃO...........................................................................................................................................84
10.8 INFLUÊNCIA DOS LEITORES.................................................................................................................85
10.9 PUBLICIDADE NOS BLOGS.....................................................................................................................85
10.10 CLASSIFICAÇÃO DOS BLOGS..............................................................................................................86
11 PESQUISA PUBLICIDADE E A BLOGOSFERA.......................................................................................86
11.1 AMOSTRAGEM...........................................................................................................................................86
11.2 QUESTIONÁRIO..........................................................................................................................................89
11.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS...................................................................................................................89
11.4 - CONCLUSÃO PESQUISA......................................................................................................................103
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................................104
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................................106
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................................109
ANEXOS..............................................................................................................................................................110
ANEXO A.............................................................................................................................................................111
ANEXO B.............................................................................................................................................................113
ANEXO C.............................................................................................................................................................115
APÊNDICE..........................................................................................................................................................117
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS BLOGUEIROS........................................................118
13

1 INTRODUÇÃO

Quando a internet surgiu na década de 60, seus criadores tinham

como objetivo apenas conectar máquinas para evitar que, caso uma bomba

destruísse o pentágono, outros pontos do país ainda estariam conectados. Quarenta

anos se passaram e algo com objetivo bélico tornou-se muito além da conexão entre

máquinas, a internet finalmente passou conectar pessoas.

Hoje em dia, mais de um bilhão e meio de pessoas têm acesso à

internet. Só no Brasil já são mais de 40 milhões.

De simples leitores, receptores de mensagens, ou seja, o ponto final

da comunicação, esses bilhões de pessoas estão descobrindo que podem ser os

emissores da mensagem e até mesmo receptores ativos. Graças às ferramentas

colaborativas como o Youtube, Wikipedia e os blogs, hoje é possível gerar e

disponibilizar conteúdo através da rede. Não importa a qualidade do que é

produzido, o mais importante é a possibilidade de falar e ser ouvido.

Para alguns, blogs são simplesmente diários virtuais, locais onde

as pessoas podem escrever o que aconteceu no seu dia-a-dia e compartilhar com

sua rede de amigos. Entretanto, atualmente, esta informação pode ser facilmente

contestada.
14

Os blogs são verdadeiras ferramentas de comunicação, servem para

entrar em contato com qualquer pessoa, inclusive clientes. Muito além de um site,

um blog é uma conversa entre pessoas, porém uma conversa que se mantém ativa

enquanto o site estiver no ar. Diante destas colocações, questiona-se porque as

empresas e as pessoas não podem aproveitar esse espaço para conversar de forma

direta, sem intermediários?

Este trabalho tem como objetivo principal ser um estudo da situação

e aplicabilidade da blogosfera brasileira como ferramenta publicitária.

Para fundamentar a proposta, duas pesquisas foram analisadas. A

primeira, uma pesquisa quantitativa do perfil dos blogueiros brasileiros, realizada no

ano de 2005 pelo site Verbeat. Através dela se evidencia quem são os blogueiros,

com dados interessantes de quando estes foram utilizados como público alvo de

alguma ação publicitária. A segunda pesquisa foi aplicada entre 55 blogueiros, com o

objetivo de traçar uma análise situacional da utilização dos blogs como ferramenta

de divulgação de mensagens publicitárias.

Através de análises e pesquisas ficou comprovada sua utilidade,

praticidade e flexibilidade como ferramenta de comunicação.

Dentre as diversas aplicações verificadas na pesquisa, algumas se

destacam, como é o caso do blog corporativo que, através de algum representante

da empresa, mantém os visitantes atualizados em relação a tendências de mercado,

novos produtos. Além de criar, através da figura do blogueiro, uma identidade para a

empresa.

Uma outra utilidade é ser seu uso como sistema de endomarketing

da empresa, sendo uma ferramenta extremamente democrática e de acesso em

qualquer plataforma com acesso à internet.


15

Seguindo o mesmo formato, é possível utilizar os blogs como

plataforma para gestão de projetos. Este permite que todos participem, tenham

controle do projeto e descentraliza as soluções de possíveis problemas.

Para aqueles que não desejam criar, alguns blogs já contam com

duas modalidades próprias para a prática publicitária, elas são o post patrocinado e

anúncio no próprio blog. Este último aproveita áreas livres do layout para a

introdução de banners. O post patrocinado tem gerado polêmica, pois algumas

empresas acreditam que podem pagar pela opinião positiva do blogueiro. Contudo,

quando praticada de forma correta, esta vem se tornando uma prática extremamente

efetiva.

Em síntese, conclui-se através deste trabalho que os blogs podem

ser adaptados para resolver diversos problemas, tendo-se sempre em mente que,

conforme defendido pelo mix de marketing, ele tem um público específico, com qual

sua eficiência em comunicação é potencializada.


16

2. PROBLEMA DA PESQUISA

2.1Justificativa

A internet vem se destacando como elemento transformador da

forma da maneira como nos comunicamos. Nela, os blogs surgem como uma das

novas ferramentas que podem ser adotadas pela publicidade e pela propaganda

como divulgadores de mensagens. Por isso, este trabalho é de grande valia, para

auxiliar os acadêmicos e professores a descobrirem o potencial deste novo meio,

compreender e adotá-lo em suas estratégias de comunicação.

2.2 Objetivos

2.2.1 Objetivo Principal

O objetivo principal deste trabalho é analisar, através de referencial

bibliográfico e pesquisas, o real potencial dos blogs como meio propagador de

mensagens publicitárias, assim como sua utilização para a propaganda.


17

2.2.2 Objetivos Específicos

Apresentar casos reais da utilização dos blogs com as suas

possibilidades como meio propagador de mensagens de publicidade e propaganda;

Apresentar a versatilidade e benefícios da utilização dos blogs;

Através de pesquisa, detectar se os blogs já estão sendo

utilizados como propagadores de mensagens de publicidade e propaganda. e qual a

repercussão disso pela blogosfera;

Através de pesquisa, detectar qual o modelo de anúncios é o

mais utilizado e aceito pelos blogueiros.

2.3 Metodologia

Do ponto de vista metodológico, esta monografia está dividida em

três etapas: A primeira consiste na análise de referencial bibliográfico. Através

destes foi possível extrair o histórico e definições dos temas abordados. A segunda

etapa consiste na análise da pesquisa sobre o perfil dos blogueiros, executada no

ano de 2005, baseada no estudo realizado entre os dias 10 de novembro de 2005 e

25 de novembro de 2005 pelo site Verbeat. A terceira e última etapa, consiste na

aplicação e tabulação de uma pesquisa quantitativa com cinqüenta e cinco

blogueiros, do dia 11 de novembro de 2008 ao dia 20 de novembro de 2008, com o

objetivo de traçar uma análise situacional da utilização dos blogs como ferramenta

de divulgação de mensagens no Brasil.

Optou-se pela pesquisa quantitativa, baseando-se em Oliveira

(1999, p.115):
18

A pesquisa quantitativa tem como objetivo a necessidade de se


quantificar opiniões e dados de maneira geral, nas formas de coleta
de informações e da aplicação de técnicas estatísticas. O objetivo
final desta abordagem é procurar estabelecer relações entre
variáveis ou entre fenômenos de causa e efeito. OLIVEIRA (1999,
p.115).

3 COMUNICAÇÃO

3.1 Comunicação

Sem a comunicação não existiram os grupos e as sociedades.


SANT’ANNA (2002, p.1)

Comunicação, em sua forma mais sintética, pode ser definida como

a transmissão de informação. Para que este processo se complete, é necessário um

transmissor, uma mensagem e um receptor. Apesar de simples, este processo pode

ser facilmente interrompido ou não ser completado, um exemplo é citado por

Sant’Anna (2002,p.2) que afirma que os sinais emitidos só têm significado caso o

receptor saiba interpretá-los.

Se hoje a sociedade humana chegou a este nível de evolução,

grande parte da integração e dominação do planeta só foi possível graças ao

desenvolvimento de diversas formas e meios de comunicação, partindo do mais

simples grito, chegando até um poderoso satélite, desde um simples gesto até a

internet, que permite que pessoas de qualquer ponto do mundo se comuniquem em

tempo real.

Quer se processe entre homem/homem, homem/máquina, ou


mesmo, máquina/máquina, a comunicação é um fenômeno e uma
função social. Comunicar-se diz Colin Cherry – significa associar-se
19

de algum modo, formando uma organização ou organismo. O clichê


“o todo é mais do que a soma de suas partes” expressa uma
verdade. PIGNATARI(2002, p.20).

Segundo o livro Comunicação verbal e não verbal (SENAC,2004.

p.8), nos primórdios, assim como as crianças hoje, o homem se expressava por

gestos, imagens e sons. Passado muito tempo, ele aprendeu a usar signos para

representar objetos do seu dia-a-dia. Desta forma, a humanidade pôde evoluir em

termos de comunicação e cultura, pois passou a armazenar as idéias para que, no

futuro, outra pessoa pudesse acessá-las. Um exemplo são os primeiros

pictogramas.

Um pictograma (do latim pictu – pintado + grego γράμμα – caracter,


letra) é um símbolo que representa um objeto ou conceito por meio
de desenhos figurativos. Pictografia é a forma de escrita pela qual
idéias são transmitidas através de desenhos. Suas origens na
antiguidade são a escrita cuneiforme e dos hieróglifos. Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pictograma acessado dia 15/11/2008 às
15:00h

Pode-se mesmo dizer, que a partir da comunicação verbal, o ser


humano passou da inteligência concreta animal, limitada ao aqui e
agora, à representação simbólica ou mental do mundo. SENAC
(2004, p.8)

Graças ao poder de abstração do homem, uma palavra pode

transmitir a idéia daquilo que não está ao alcance de nossos sentidos. Deste modo,

de geração em geração, a cultura vai sendo armazenada e retransmitida com auxílio

de linguagem verbal e não verbal, evoluindo assim como os seres humanos para

formar sua história e seu passado.

Abstração é uma operação mental que permite ao homem


ultrapassar os dados particulares dos objetos (cor, tamanho, forma
espessura, etc.), favorecendo a retenção daqueles dados que são
gerais e, portanto, aplicáveis a todos os seres da mesma espécie.
SENAC (2004, p.8)

3.2 Comunicação de massa


20

Sant’Anna (2002, p.3), enumera algumas características que

definem a massa. As pessoas que fazem parte de uma massa são distintas, de

diversas profissões, classes sociais e níveis culturais. Pode-se definir massa como

um grupo com pouca interação de troca de experiência entre os membros, como

ocorre em uma multidão.

Sua característica mais marcante é o anonimato, pois a massa não

consegue agir de forma integrada.

[...] demais por não serem capazes de se comunicar uns com os


outros, exceto de formas limitadas e imperfeitas, os participantes da
massa são forçados a agir separadamente como indivíduo.
GALINDO (2002, p.36)

Quando a massa recebe um estímulo comunicacional, como a

propaganda, seus representantes responderão isoladamente. Em sua

individualidade, são considerados homogêneos, apesar de suas características

distintas. Na comunicação para as massas, existe sempre um forte apelo

generalizado como “feito para você”, que é interpretado como se realmente aquilo

fosse feito pensando de forma individual.

Esta visão da comunicação de massa tem sido chamada de “o


modelo da agulha hipodérmica”: cada membro da audiência é
“picado” direta e pessoalmente pela mensagem. Uma vez que o
tenha atingido, a comunicação pode ou não influenciá-lo,
dependendo de sua resistência para recebê-lo. SANT’ANNA (2002,
p.3)

Apesar de receber a mensagem individualmente, o membro da

massa é parte de outros grupos primários e secundários, e tem poder influenciador

sobre estes. Ele pode influenciar a maneira como o individuo vai interpretar e

receber a mensagem. Um exemplo é este trecho de um post da Agência Espalhe:

Talent é aquela agência de propaganda que fez uma campanha para


o jornal Estado de S. Paulo onde advertia para os perigos de se
encontrar conteúdo não confiável na internet, especialmente nos
blogs. E fazia uma brincadeirinha com macacos e pessoas esquisitas
21

que estariam por trás dos blogs. Claro que fechava dizendo que
todos podem ficar tranqüilos com o conteúdo do Estadão. No debate
que sucedeu a polêmica, o Diretor de Criação da agência que fez a
campanha disse que “não tinha muitas referências de blogs no Brasil
que faça questão de ler”. Ou seja, o cara não lê nenhum blog.

Pois bem, a Talent saiu esta semana com este anúncio de 1 página
no Meio & Mensagem, principal veículo do meio publicitário nacional,
dizendo que “um menino de 5ª série sabe mais de interatividade que
você”. Eu pergunto: você quem, cara pálida?

Dizendo ainda que “o novo site da Talent, feito para quem quer se
divertir, se informar…“. Eu aposto: se algum leitor fizer um
comentário me convencendo que conseguiu se divertir ou se informar
no www.talent.com.br, eu pago um almoço (sem bebida) na Fogo de
Chão de São Paulo (sem transporte).

Os dias estão contados para quem vende discurso sem conteúdo e


com imagens bonitas. O consumidor está esperto e quer conteúdo
para se informar, se divertir e para falar. Claro que muitos
continuarão a fazer fortuna enganando os trouxas, mas não estarão
mais no mercado de comunicação.

Não basta dizer “eu sou” e “eu faço”. Tem que fazer. E se não fizer, o
menino da 5ª série faz e coloca no Youtube antes de você.
abs, Gfortes (torcendo para o pessoal da Talent continuar sem ler
blogs 1)

O post alertava sobre um anúncio feito para Agência Talent. Esta,

pouco tempo antes havia feito um anúncio para o Jornal Estadão que gerou enorme

repercussão negativa entre os blogueiros, pois questionava a integridade das

informações encontradas na internet. Foram quarenta e cinco comentários, além do

número de visitantes que apenas leram e não comentaram e os que retransmitiram a

mensagem através de blogs ou diretamente.

Como existem diferenças individuais nas pessoas que pertencem à

massa, é esperado que cada um tenha uma resposta diferente ao estímulo da

mensagem recebida. A massa não é um ser passivo, sua mente está revestida e

protegida por predisposições culturais já existentes.

Em vez de serem uniformes para toda a audiência, tais efeitos são,


pelo contrário, variáveis de indivíduo para indivíduo, devido a
particularidades específicas. DEFLEUR (1971, p. 167).
1
Fonte: http://www.blogdeguerrilha.com.br/2008/07/31/lembram-da-talent/ acessado dia 16/11/2008
às 13h07minh.
22

Isto porque, na comunicação, o produtor do estímulo exerce uma


certa previsibilidade através de suposições a respeito das
capacidades e das potencialidades da outra pessoa ou do público
envolvido no processo. Mesmo considerando uma certa possibilidade
de erro, não será possível para o emissor não fazer tais suposições.
FEARING (1978, p.58).

3.3 Receptor: um ser ativo

Em comunicação, o receptor é a pessoa que recebe a mensagem.

Ele precisa decodificar e compreender o que foi transmitido. Muitas vezes, se

esquece que ele não é o final e que a mensagem pode ser retransmitida a partir de

seus próprios filtros, como interesses e capacidade de absorção.

O receptor é um iniciador, quer no sentido de originar mensagens de


retorno, que no sentido de pôr em prática processos de interpretação
com certo grau de autonomia. WOLF (1995, p. 63)

Assim podemos elevar a importância do receptor proporcionalmente

à categoria do emissor. Segundo Galindo, ( 2002,p.40), essa colocação pode

parecer óbvia, porém, em vários modelos de fluxo de comunicação, o receptor

sempre aparece como alguém que atua em parceria com o emissor de forma

declaradamente passiva.

Tão importante quanto o que a mensagem faz com a pessoa, o que

as pessoas fazem com as mensagens deve ser relevado. Segundo Ruótulo (1998,

p.63):

1. O receptor é ativo e busca os meios de comunicação e os


conteúdos que melhor atendam às suas necessidades e
desejos.
2. Os motivos que levam à escolha de meios e conteúdos estão
sujeitos a inúmeras influências psicológicas, sociais,
ambientais e conjunturais.
3. A exposição aos meios compete com outras formas
potencialmente capazes de satisfazer (gratificar) aos mesmos
motivos. O indivíduo poderá escolher expor-se aos meios ou
procurar outras formas de gratificação não relacionadas aos
23

meios de comunicação. Ou seja, a exposição aos meios é um


ato intencional, não casual.

4 PUBLICIDADE, PROPAGANDA, INFORMAÇÃO E PERSUASÃO.

4.1 Publicidade, propaganda, informação e persuasão.

Em muitos países de língua latina, as palavras publicidade e

propaganda são utilizadas como sinônimos. Devido a este fato, são facilmente

confundidas no dia-a-dia, apesar de terem propostas distintas. A palavra propaganda

está ligada à propagação de idéias e transmissão de ideologias com objetivo

persuasivo, como exemplo podemos citar partidos políticos e as entidades religiosas

que pretendem, através da propaganda, tornar conhecido e convencer sobre sua

maneira de pensar e agir. Publicidade, por outro lado, tem como objetivo informar,

tornar algo público, sem que isso signifique ser persuasivo. Pode-se apenas

informar, por exemplo, que um mercado está com promoções.

O conceito de propaganda esteve essencialmente ligado a um


sentido eclesiástico até o século XIX, quando adquiriu também um
significado político (continuando a designar o ato de disseminar
ideologias , de incutir uma idéia, uma crença na mente alheia). Por
outro lado, a palavra publicidade, calcada no francês publicité e
proveniente do latim publicus – público adquiriu, no século XIX,
também um significado comercial: qualquer forma de divulgação de
produtos ou serviços através de anúncios geralmente pagos e
veiculados sob responsabilidade de um anunciante identificado, com
objetivos de interesse comercial. RABAÇA; BARBOSA (1978, p.
378).

Dessa forma, a propaganda constitui-se de “ações que estão


voltadas para a difusão de idéias, principalmente políticas”.
Diferencia-se, portanto, da publicidade, ou seja, “atos que possuem
24

como objetivo dominante incentivar o consumo de produtos”. Ainda


segundo Maria Arminda do Nascimento Arruda. PINHO (2006, p.22)

A propaganda não é uma atividade recente, existe desde os tempos

mais remotos. Entretanto, a partir da evolução dos meios de comunicação, ela pode

ser potencializada e finalmente elevada a uma escala global.

A propaganda comercial, segundo Sant’Anna (2002, p.4) deve sua

origem a dois fatos principais, primeiro o aperfeiçoamento dos meios físicos de

comunicação, em segundo ao aperfeiçoamento dos meios de produção industrial.

A tecnologia e as técnicas de produção em massa já tinham atingido


um nível de desenvolvimento em que um maior número de empresas
produzia mercadorias de qualidade mais ou menos igual a preços
mais ou menos iguais. Com isso, veio a superprodução e a
subdemanda (...) tornando-se necessário estimular o mercado – de
modo que a técnica publicitária mudou da proclamação para a
persuasão. VESTERGARRD (1996, p.4).

Com a revolução industrial, e uma oferta crescente de produtos, o

homem percebeu que sua área de oferta estava limitada ao seu bairro, pessoas

conhecidas. A população começava passar da fase de consumir apenas o essencial.

Ao mesmo tempo, graças ao desenvolvimento da prensa mecânica por Gutenberg, o

homem encontrou uma forma de disseminar conteúdo para um número maior de

pessoas. Este foi o cenário perfeito para que a propaganda tivesse uma grande

explosão, firmando-se como o meio mais eficaz para solucionar estes problemas.

O jornal deixou de ser um órgão veiculador de notícias para o


interesse restrito de uma determinada comunidade e se transformou
numa indústria das mais complexas com seus grandes parques
gráficos exigindo o investimento de vultuosos capitais. Seu espaço,
tendo por unidade o centímetro de coluna, tornou-se, por isso
mesmo, mercadoria que precisava ser vendida diariamente, nos
balcões de publicidade, para cobrir os custos operacionais da
empresa e ainda gerar lucros razoáveis. SANT’ANNA (2002, p.4).

Assim, a propaganda passou a persuadir as pessoas a consumirem,

irem além da satisfação se suas necessidades básicas como comer e vestir, com

objetivo de venda claro e definido. Segundo Galindo (2002, p. 117), uma indústria
25

baseada na criação, produção e distribuição de mensagens persuasivas destinada

ao mercado consumidor, patrocinadas por um anunciante, capaz de influências e

modificar os hábitos do consumidor.

Portanto, será em busca da individualidade, que deve atender aos


anseios deste ou daquele consumidor, que os denominados
mecanismos de persuasão da propaganda moderna serão
desenvolvidos, tendo como base os princípios da psicologia humana
e o estudo das reações do consumidor visado, e como leitura direta
os resultados de vendas que, de certa forma, representam um
feedback do esforço comunicacional. GALINDO ( 2002, p.116)

4.2 Vantagens da publicidade e propaganda na internet

Segundo Zeff e Aronson ( 2000, p.13) existem quatro vantagens

distintas na publicidade feita através da internet:

a) Focalização: Como cada site aborda um determinado tema, os

anunciantes on-line encontraram uma forma extremamente

segmentada de entrar em contato com seu público. Através de

monitoramento, eles têm acesso a diversas informações que

permitem a elaboração de um perfil extremamente detalhado para

que o anúncio se torne quase pessoal, atingindo diretamente o

público selecionado, evitando desperdício da verba do anunciante.

b) Monitoramento: Através de sistemas de monitoramento, os sites

geram relatórios extremamente detalhados, permitindo, por

exemplo, saber qual área do site está com um número maior de

acessos e qual não está tendo retorno.

Em um blog, podemos saber qual tema do post gerou mais acessos

e qual não gerou atenção, tornando possível uma atualização ou melhoria da área
26

com problema quase instantânea. Outro dado interessante são os relatórios que

permitem aos anunciantes saber qual a procedência do visitante, se foi por algum

mecanismo de busca, como o Google, ou, por exemplo, algum blog. Segundo Zeff e

Aronson (2000, p.14), os anunciantes também podem mensurar a resposta a uma

peça publicitária, através do número de vezes que foi clicada, número de compras,

indicações que o anuncio gerou, ente outros parâmetros.

c) Entrega e Flexibilidade: Na internet, o anúncio fica disponível

durante o tempo que o anunciante determinar. Ele não desbota, não

existe perigo de erros de impressão e de qualidade da cor. Além

disso, ele pode ser atualizado a qualquer momento, assim como

removido do ar.

d) Interatividade: O conceito de interatividade é muito relativo. Na

internet, graças às novas tecnologias, o consumidor pode obter

imagens detalhadas do produto, trocar opiniões, comparar preços e

produtos, criando uma experiência única com a marca e com o

produto, podendo ter como resultado a compra do produto.


27

5 MARKETING

5.1 Marketing

A tecnologia está transformando as escolhas e as escolhas estão

transformando o mercado. Segundo (Kotler e Armstron, 2007, p.4), as empresas

mais bem sucedidas atualmente estão comprometidas com o marketing, quase

como uma qualidade da empresa. Elas se empenham em satisfazer as

necessidades dos clientes através do desenvolvimento de relacionamentos

duradouros.
28

A função do marketing é criar uma conexão com o cliente para saber

como lidar com o mesmo. Não é uma função e sim uma forma de fazer negócios.

Uma definição sintética de marketing segundo Kotler é: “marketing é

administrar relacionamentos lucrativos com o cliente”, devendo ter sempre em mente

manter clientes e conquistar novos.

Se o profissional de marketing entender as necessidades dos


clientes, desenvolver produtos e serviços que ofereçam valor
superior e definir preços, distribuir os produtos e promovê-los de
maneira eficiente, esses produtos serão vendidos com facilidade.
KOTLER; ARMSTRON (2007, p.4)

Essa preocupação em satisfazer o cliente, definindo seus gostos,

desejos e necessidades, acaba gerando uma quantidade quase ilimitada de opções

de produtos. Segundo McKenna, (1999, p.3), há vinte anos, a IBM tinha apenas

vinte concorrentes, hoje tem mais de cinco mil. Isso representa não apenas novos

concorrentes, mas também novos clientes. 90% das pessoas que utilizavam

computadores em 1990 não utilizavam em 1980.

O marketing é orientado à criação, e não ao controle de um mercado;


baseia-se na educação desenvolvimentalista, no aperfeiçoamento
incremental, e no processo contínuo, e não em simples táticas para
conquistar fatia de mercado, ou em eventos únicos. E o que é mais
importante, baseia-se no conhecimento e na experiência existentes
na organização. MCKENNA (1999, p.4)

Já Sant’Anna, (2002, p.16), diz que marketing envolve todas as

atividades comerciais relacionadas com a movimentação de mercadorias e serviços

partindo de sua produção física até o seu consumo final. O marketing, entretanto,

não compreende a produção nos seus aspectos técnicos, mas orienta para auxiliar

produção de artigos vendáveis.

Graças à tecnologia, hoje já é possível ter qualquer coisa, de

qualquer lugar, de qualquer forma a qualquer momento. Os clientes podem ter sua

própria versão de praticamente qualquer produto.


29

E produtos respeitáveis, como a bicicleta, que apareceu inicialmente


como um projeto nos desenhos de Leonardo da Vinci? Segundo um
artigo publicado recentemente no Washington Post, a National Bicyle
Industrial Company em Kokubu, Japão, fabrica bicicletas sob
encomenda em uma linha de montagem. As bicicletas, com medidas
fornecidas pelo cliente, são entregues duas semanas após os
pedidos – e a empresa oferece 11.231.862 variações de seus
modelos, a preços 10% acima dos preços dos modelos prontos.
MCKENNA (1999, p.11)

Para MacConnel e Huba (2006, p.9) evidências mostram que o custo

da aquisição de um novo cliente é cinco vezes mais alto que o custo para manter um

cliente atual feliz. Além disso, a lucratividade do cliente tende a aumentar quanto

mais tempo ele fica com você; custa menos fazer com que um cliente sempre volte

para comprar mais.

Em síntese podemos afirmar que o consumidor é a peça central do

marketing. Tudo o que é pensado, criado, promovido, formas de distribuição, dentre

outros, tem o consumidor como pilar de sustentação. Entender como ele pensa e

também o que ele fala sobre as empresas é algo possível e fundamental hoje em dia

para poder embasar qualquer etapa de um plano de marketing.

5.2 Marketing Direto

Para Kotler e Armstron (2007, p.433), o marketing direto consiste em

comunicações diretas a consumidores individuais e ofertas distribuídas por

intermediários. É pensar no consumidor não como uma massa, mas como um

indivíduo que exprime opinião, valoriza a experiência com a marca e quer ser

ouvido.

De acordo com o líder de Direct Marketing Association ( DMA –


Associação de Marketing Direto) dos Estados Unidos: “ Nos útimos
anos, o drástico crescimento da internet e a maior sofisticação de
tecnologias de banco de dados [criaram] uma extraordinária
30

expansão do marketing direto e um deslocamento sísmico do que ele


é, de como é utilizado e de quem o utiliza”. KOTLER; ARMSTRON
(2007, p.433),

Muitas empresas utilizam o marketing direto como ferramenta

complementar no seu plano de comunicação. Como é o caso da Lexus, que utiliza o

marketing direto através de CDS e outros materiais enviados para os consumidores

potenciais e também uma página da internet que fornece informações sobre vários

modelos, comparações com a concorrência, condições de financiamento e

localização dos revendedores.

Este tipo de marketing soluciona diversos problemas dos

consumidores, segundo Kotler e Armstron (2007, p.434), além de prático fácil e

privado, os clientes não precisam sair de casa ou do escritório para efetuar uma

comprar ou tirar dúvidas, basta consultar um catálogo ou um site e ter acesso a uma

gama de possibilidades em produtos e informações.

Para ser efetivo, o marketing direto precisa de um amplo banco de

dados, com diversas informações psicográficas, demográficas e etnográficas para

facilitar a criação de um bom relacionamento com o cliente. A efetividade dependerá

do quanto a empresa os conhece e isto vai muito além da data de aniversário e

endereço eletrônico.

Cancelar o recebimento de e-mails promocionais não significa que


não quero mais ser cliente de uma loja. Posso apenas estar optando
por outro meio de interação. Mas, mais uma vez, tudo me leva a
pensar que a falta de ferramentas adequadas leva as empresas a
dificultar a vida dos consumidores. E não digo recursos tecnológicos,
porque eles existem, mas a falta da própria estratégia, fundamental
para quem cuida da relação marca/mercado. BAETA;TOREZANI
(2008, p. 114).

5.2.1 Marketing On-line


31

O marketing on-line é uma forma de marketing direto. Este

modelo está em rápida ascensão graças aos avanços tecnológicos e à expansão do

acesso à internet pelo mundo. Segundo Kotler e Armstron (2007, p.444), a ampla

utilização da internet e outras poderosas novas tecnologias estão tendo um impacto

drástico tanto nos compradores quanto nas empresas que os atendem.

A internet está proporcionando uma forma totalmente nova de se

conectar ao público de uma empresa e criar relacionamentos com eles. Ela

transformou a forma como os clientes vêem distância, entregas, velocidade,

praticidade, informações sobre produtos e a própria imagem das empresas. A

transparência é a palavra-chave. Segundo Robert Scoble, blogueiro da Microsoft, se

o concorrente tem um produto melhor, deve-se facilitar a vida do cliente e criar um

link para ele, afinal, o consumidor irá descobrir de qualquer maneira.

5.3 Mix de Marketing

A estratégia de marketing adotada pela empresa tem como pilares

as informações obtidas através de análises de o que será vendido e onde será

vendido. Esta relação produto-mercado deve estar bem clara para permitir a

elaboração do mix de marketing, ou plano de marketing. Segundo Pinho (2006,

p.35) através do mix, a empresa introduz o produto no mercado, dá conhecimento

de sua existência aos compradores potenciais e induz os consumidores a darem


32

preferência para a compra do seu produto, em detrimento do produto dos

concorrentes. Para Cooper (2006, p.44) , o mix também é importante para afastar o

pensamento “ o anúncio é tudo” pois, este é apenas um quarto de um quarto do mix

total.

Os componentes do composto de marketing são conhecidos por

“quatro Ps”, derivados dos termos product (produto), place (distribuição), price

(preço) e promotion (promoção).

a) Distribuição: Esta etapa engloba as decisões relativas aos canais

de distribuição, dentre elas quais são os intermediários entre a

produção e o consumidor, distribuição do produto, armazenamento,

tempo de reposição e transporte até o ponto de venda.

Que papel tem a distribuição na resolução do problema da empresa?


Se voltarmos ao nosso primeiro exemplo, talvez a nossa marca não
esteja suficientemente bem representada nos pontos-de-venda como
redes de supermercados, por exemplo, utilizados por compradores
ocasionais que só consomem esse produto no Natal. Tratar dessa
questão pode ser o bastante para resolver o problema da perda de
participação de mercado. COOPER (2006, p.46).

b) Preço: Esta etapa, segundo Pinho (2006, p.35) pede a

determinação das escolhas quanto à formação do preço final para o

consumidor. Isto engloba políticas gerais a serem praticadas em

termo de descontos, vendas a prazo e financiamentos.

Será que as vendas baixas nesse período do ano estariam


acontecendo porque o produto é considerado barato demais para um
presente e natal? Deveríamos aumentar o preço? Se aumentarmos o
preço, qual será o efeito durante os outros nove meses do ano?
COOPER (2006, p.46).

c) Produto: Aqui é determinado as escolher relativas à aparência física

do produto, embalagem, marca e até garantias.


33

Os valores ou a imagem do produto transmitem uma impressão


menos adequada ao Natal, ou a um presente, que os das outras
marcas? Se for isso, será que a publicidade resolveria, ou esse
problema é mais difícil de ser resolvido e portanto deveríamos
procurar uma segunda marca ( mais sazonal) na categoria gim?
COOPER (2006, p.46).

d) Promoção: Promoção envolve todo o esforço empreendido na

comunicação para informar a existência do produto e promover

vendas, por meio da venda pessoal, publicidade, propaganda,

relações públicas, merchandising, marketing direto, embalagem e

promoção de vendas.

O mix é muito importante, pois alerta as empresas que antes de

anunciar existem outros problemas a serem resolvidos e ajustados. Todos estes

quatro tópicos devem estar alinhados com um objetivo em comum, evitando

problemas e facilitando a venda do produto.

O importante é notar que há incontáveis maneiras de lidar com um


problema empresarial além de simplesmente dizer: “Vamos
anunciar”. É exatamente essa resposta automática que os clientes
mais escutam das agências – e freqüentemente é a resposta errada.
COOPER (2006, p.46).

6 MÍDIA

6.1 Um sistema de distribuição

Lewis e Nelson (2001, p.115) comparam um diretor de mídia de

1901 a um diretor de 2001. Para o primeiro, as opções se limitavam a jornais diários,

jornais semanais e revistas. Para o segundo, a quantidade de opções é tão grande

que o computador passou a ser essencial para o controle do planejamento de mídia.


34

Assim como o crescimento das opções, os segmentos de mercado

estão cada vez mais divididos e a valorização dos pequenos nichos de mercado

acabam por criar novas opções de mídia diariamente.

Segundo Sissors e Bumba (2001, p.18), a mídia existe

primordialmente para levar entretenimento, informação e publicidade a um grande

número de pessoas. Jones (2002, p.283) amplia esta definição, acrescentando a

idéia de que existem meios que não são destinados à massa e que abrangem 1% ou

menos da população. Estes, quando buscam uma mídia, têm como foco principal a

informação e o entretenimento. A publicidade acaba sendo uma conseqüência deste

fato, por isso não pode ser invasiva e interruptiva.

Acho que aquilo que um consumidor está fazendo e pensando ao ser


exposto à mensagem é o ambiente mais propício que existe para um
anúncio, e que ele pode ser transformado em alvo. JONES (2002,
p.282).

Apesar de diversas literaturas defenderem mídia como sendo

qualquer meio pago usado para transmitir uma mensagem publicitária ao público-

alvo, hoje em dia já existem meios de comunicação com custo zero, como é o caso

dos blogs.

Nos primórdios da década de 1990, uma curiosidade chamada


Internet começou a crescer assombrosa e incansavelmente. Em
1995, as agências atentas buscaram o auxílio de peritos de mídia
que se especializaram nesse país das maravilhas eletrônicas.
LEWIS;NELSON ( 2001, p.116)
35

7 INTERNET

7.1 História da Internet – Conectando Máquinas


36

A internet teve sua origem durante a guerra fria, década de 60,

momento de enorme tensão política entre Estados Unidos e a antiga União

Soviética. Os norte americanos, preocupados em desenvolver um sistema para

conectar os computadores militares, designaram para ARPA (Advanced Research

Project Agency - Agência de Pesquisas em Projetos Avançados) este objetivo. No

primeiro capítulo livro Publicidade e Vendas na internet de J.B Robbin (2000, p.5) é

possível observar claramente qual foi o papel e qual era o posicionamento da ARPA

em relação à integração entre computadores:

Em 1962, Joseph Carl Robnett Licklider foi designado para liderar as


pesquisas desenvolvidas na ARPA com o objetivo de aperfeiçoar o
uso militar da tecnologia de computadores. No estado atual, uma
única bomba nuclear do inimigo poderia eliminar completamente
qualquer forma de comando ou controle entre o Pentágono e as
instalações militares norte-americanas espalhadas pelo mundo.
Considerado um visionário, Licklider previu as reais possibilidades de
uma simbiose entre o homem e a máquina, na qual o computador
funcionaria como um parceiro para a solução de problemas. Sem
esta parceria, acreditava ele, o homem não poderia durante uma
eventual guerra, estimar rapidamente as alternativas de ação em
resposta a um ataque inimigo. Da mesma maneira, o computador
sozinho não estaria apto a tomar decisões importantes e
verdadeiramente cruciais. ROBBIN (2000, p. 21).

Para prever possíveis problemas e auxiliar a ARPA no

desenvolvimento da rede, o governo norte americano contratou a Rand Corporation,

uma empresa de consultoria, que dentre resultados de sua pesquisa apresentou

estas recomendações:

Entre outras recomendações, a consultoria sugeria a criação de um


sistema de comunicação não hierárquico, em substituição ao sistema
tradicional, e a implementação de redes de comutação de pacotes,
os quais garantiriam que o comando e o controle dos Estados Unidos
pudessem sobreviver no caso de um ataque nuclear maciço
destruindo o Pentágono. ROBBIN (2000, p. 20)

Um sistema de redes de comunicação hierárquico conta com um

centro de comando do qual todas as ordens ou arquivos são enviados e pelo qual

todos os arquivos ou ordens de outros centros de comando devem passar. Nos


37

Estados Unidos, o Pentágono exercia a função de centro de comando, e como no

exemplo de J.B. Robbin (2000,p.23), caso o Pentágono fosse destruído, todos os

outros centros de comando perderiam contato. Para evitar este problema, o sistema

proposto pela Rand Corporation deveria ser não hierárquico, onde todos os centros

de comando estariam interligados com todos os outros, assim não existiria uma

Central. Neste modelo, caso alguma base fosse destruída, a comunicação entre as

outras não estaria comprometida, como ilustram as imagens abaixo 2.

Figura 01 – Hierarquia de Informações 3

No livro Publicidade em Relações Públicas, J.B.Pinho explica como

funciona a segunda recomendação da Rand Foundation, a comunicação por

pacotes:

Outra vantagem do sistema de comunicação não hierárquica é ter


possibilitado o processo de comutação de pacotes. Trata-se de um
protocolo ou de um conjunto de regras para dividir a mensagem em
pacotes menores, que são endereçados separadamente e remetidos
de uma máquina para outra com maior velocidade de transmissão e
com tráfego por rotas menos congestionada. O modelo garante que
todos os pacotes cheguem ao destino final e sejam reagrupados,
reconstituindo a mensagem original. PINHO (2000, p. x )

7.2 Arpanet

2
A primeira imagem representa uma rede hierarquizada, enquanto a segunda uma rede não
hierárquica.
3
Fonte: J.B. Robbin (2000,p.23)
38

A rede desenvolvida recebeu o nome de ARPAnet. Em 1967, para

expandir a tecnologia, a ARPA decidiu reunir universidades e institutos de pesquisa

com o objetivo de integrá-las através da rede.

A rede antecessora da Internet foi formada inicialmente pela conexão


dos computadores de quatro hosts, da Universidade da Califórnia em
Los Angeles (UCLA), do Stanford Research Institute ( SRI), da
Universidade da Califórnia em Santa Bárbara (UCSB) e da
Universidade de Utah. PINHO (2000, p. 23)

Apenas em 1972 a ARPAnet foi exibida para a população, durante

uma Conferência sobre Comunicações Computacionais onde 40 computadores

foram conectados.

Dois anos depois, em 1974, o número máximo de máquinas

conectadas, que era de 256, já estava quase chegando ao seu limite. Por isso foi

necessário fazer um novo protocolo que permitisse que a rede aceitasse um número

bem maior de máquinas.

Bob Kahn e Vinton Cerf desenvolveram e propuseram um novo


conjunto de protocolos que permitia a comunicação entre diferentes
sistemas. O Transmission Control Protocol (TCP) e o Internet
Protocol (IP) oferecem 4 Bilhões de endereços diferentes e utilizam
uma arquitetura de comunicação em camadas, com protocolos
distintos cuidando de tarefas distintas.
Ao TCP cabia dividir as mensagens em pacotes de um lado e
recompô-los do outro. AO IP cabia descobrir o caminho adequado
entre o remetente e o destinatário e enviar os pacotes. A ARPAnet
adotou progressivamente o TCP/IP, que funcionou em paralelo com
UUCP, até o dia 1º de janeiro de 1983. . PINHO (2000, p. 26)

Nos anos seguintes, diversas pessoas passaram a utilizar a

ARPAnet, até que em 1983 ela foi dividida em MilNet, uma rede para fins militares e

a ARPAnet, com propósitos de pesquisa que começou a ser conhecida como

Internet.

No ano de 1988 cerca de 10 países também começaram a utilizar a

internet, fazendo o número de computadores conectados saltar para mais de 100 mil

porém apenas em 1991 a proibição ao uso comercial da internet foi suspensa. A


39

partir desse ano, a internet teve um salto no número de usuários impressionante,

chegando ao ano de 1992 com um milhão de máquinas conectadas.

7.3 Internet no mundo

Não há como negar que a internet está cada vez mais presente no

nosso dia-a-dia. Sua expansão pelo mundo segue em uma velocidade incrível. Para

se ter idéia deste processo basta comparar o número de usuários no ano de 1992,

que era de apenas um milhão de usuários, aos números apresentados pelo site

Internet World Stats (http://www.internetworldstats.com/), no ano de 2008, onde

consta que 1.463.632.361 bilhões de pessoas contam com o acesso a rede. Se

compararmos com o número de habitantes no mundo, que é de aproximadamente

6.676.120.288 bilhões de pessoas, perceberemos que aproximadamente 22% da

população tem acesso à internet.

Segundo o livro Google Marketing de Conrado Adolpho Vaz:

O blog BlueBus trouxe a notícia de uma pesquisa Mediascope


Europe, realizada pela European Interactive Advertising Association,
que diz que os jovens europeus estão usando mais a web do que a
TV – 82% dos que têm entre 16 e 24 anos usam a internet de cinco a
sete dias por semana, enquanto os que assistem à TV com a mesma
regularidade estão na casa dos 77%. ADOLPHO (2008, p.47)

7.4 Internet no Brasil

No Brasil, segundo os dados divulgados relativos ao primeiro

trimestre de 2008 pelo IBGE/NetRating, 41.565 milhões de pessoas acima de 16

anos declararam ter acesso à internet. Destes, 23.1 milhões declararam utilizar a

internet em sua residência.


40

Segundo Francisco de Souza, autor do livro Marketing Trends,

2008:

A tecnologia deu uma segunda oportunidade aos países


subdesenvolvidos e em desenvolvimento do mundo. Alguns estão
aproveitando. Nós temos que aproveitar. Não estamos diante de uma
questão tautológica, tipo “quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha”.
Baixa renda e baixa escolaridade são os dois lados de uma mesma
moeda. E a oportunidade que o mundo deu, o ATALHO REDENTOR,
capaz de nos possibilitar, como outros países vêm fazendo, repito,
tirar a diferença e caminhar rapidamente para o bloco da frente, é
uma fantástica ferramenta batizada de internet. A ferramenta capaz
de atenuar e resolver, muito rapidamente, o problema da baixa
escolaridade, que acaba desembocando na baixa renda. SOUZA
(2008, p. 20)

7.5 WEB 2.0 – Conectando Pessoas

O termo web 2.0 foi utilizado pela primeira vez por Tim O'Reilly, um

empresário irlandês, para designar uma nova geração de serviços disponíveis na

internet. Segundo a revista Época Negócios (Edição 8, p.99) “As tecnologias da

segunda geração de internet já existiam desde a década de 90”, porém, foi apenas

com a adesão mais ampla das pessoas à internet e a uma velocidade de acesso

mais rápida que a web 2.0 passou a ser realmente utilizada. Na entrevista à revista

Imasters (Edição 1, p. 12), Fábio Seixas complementa a afirmação da revista Época

Negócios, “A meu ver, o fenômeno da web 2.0 trata-se de uma evolução, uma vez

que a maioria dos conceitos não são inéditos, simplesmente evoluíram de tentativas/

acertos pelos quais os projetos web passaram durante a última década”.

Sites elaborados dentro das premissas da web 2.0 são sites

participativos. Todos da comunidade auxiliam com informações e conteúdo. Assim o

caminho da informação deixa de ser unidirecional para se tornar polivalente.

Segundo a revista Época Negócios “Os usuários não utilizam a internet apenas
41

como fonte de informação, eles criam a própria informação. No livro Blog

Corporativo de Fábio Cipriani, outras características são citadas:

1. Maior compartilhamento de informações


2. Vida em comunidade e cooperação.
3. Possibilidade de alterar ou misturar criações de terceiros.
4. Melhor experiência on-line.
5. Espaço para assuntos muito específicos.
6. Melhor experiência on-line.
7. Espaço para assuntos muito específicos.
8. Diversão.
9. Educação.
10. Atitude.
11. O usuário em primeiro lugar e no centro das atenções.
12. Controle e domínio do que queremos buscar ou usar.
CIPRIANI (2006, pag. 27).

Um dos exemplos mais conhecidos de site web.20 são os blogs. Um

site com uma interface simples, escrito por qualquer pessoa e, o mais importante:

aberto para todos que querem comentar ou manifestar sua opinião. O resultado é

que um assunto acaba sendo complementado através das várias experiências dos

visitantes do mundo inteiro, tornando a informação mais ampla.

7.6 Público 2.0 e a Cauda Longa

A internet reduziu distâncias, quebrou barreiras, organiza o

conhecimento e principalmente democratiza informações. O poder de escolher o que

era interessante para a população, antigamente na mão da grande mídia, agora está

passando para a mão do novo do novo consumidor, e ele está mais do que nunca

querendo falar, opinar e ser ouvido.

Estamos deixando de um mercado de hits, onde existem poucos

canais de TV, poucos grandes sucessos mundiais, pouca variedade de tudo para um

novo mercado da valorização dos pequenos nichos. Chris Anderson, editor da

revista Wired, cunhou o termo Cauda Longa para explicar toda esta transformação.
42

Nossa cultura e nossa economia estão cada vez mais se afastando


do foco em alguns hits relativamente pouco numerosos ( produtos e
mercados da tendência dominante), no topo da curva da demanda, e
avançando em direção a uma grande quantidade de nichos na parte
inferior ou na cauda da curva de demanda. Numa era sem as
limitações do espaço físico nas prateleiras e de outros pontos de
estrangulamento da distribuição, bens e serviços como alvos
estreitos podem ser tão atraentes em termos econômicos quanto os
destinados ao grande público. ANDERSON ( 2006, p. 50)

Figura 02 – Gráfico da Cauda Longa 4

Segundo Anderson, a teoria da Cauda Longa é sustentada por três

pilares:

• Democratização das ferramentas de produção;

• Democratização da distribuição;

• Ligação entre oferta e demanda.

A democratização das ferramentas de produção tornou-se viável,

principalmente, graças à queda dos preços dos computadores, ao advento de

diversos programas de edição, tais como os de vídeo e música, além de diversos

outros equipamentos como as máquinas de fotos digitais.


4
Fonte: ANDERSON (2006, p. 50)
43

Hoje milhões de pessoas têm a capacidade de produzir pequenos


filmes ou álbuns e publicar seus pensamentos para todo mundo – o
que de fato é feito por quantidade de pessoas surpreendentemente
grande. O talento não é universal, mas é muito difuso: dê a uma
quantidade bastante grande de pessoas a capacidade de criar e daí
sem dúvida surgirão obras de valor. ANDERSON (2006, p. 52)

Se os computadores transformaram todos em produtores, a internet

converteu todos em distribuidores. Ela ampliou o alcance das marcas e tornou o

acesso às pessoas mais econômico.

Durante décadas e bilhões de dólares, o Wal-Mart construiu a mais


sofisticada cadeia de suprimentos do mundo, para oferecer
variedade maciça a preços baixos a dezenas de milhões em todo
mundo. Hoje, qualquer pessoa pode alcançar um mercado do
mesmo tamanho, com um simples cadastro no eBay. ANDERSON
(2006, p. 53)

Outro efeito curioso da internet foi o de permitir que as pessoas

possam comprar produtos de qualquer lugar do mundo, distanciando o consumidor

da produção, e ao mesmo tempo aproximá-los, ligando ofertas e demandas. O

consumidor pode encontrar o que procura, comprar preços e observar os

comentários de outros compradores.

Esse aspecto pode assumir qualquer forma, desde a busca da


sabedoria das multidões pelo Google até as recomendações de
músicas pela iTunes, juntamente com a propaganda boca a boca dos
blogs e das resenhas dos clientes. O resultado de tudo isso para os
clientes é reduzir os “custos de busca” para encontrar o conteúdo
dos nichos. ANDERSON (2006, p. 54)

Hoje em dia, qualquer um pode ter um site sobre qualquer tema

como moda, publicidade, política, cinema até musica, expressar o que pensa, o que

gosta, ser criticado e ter direito a resposta instantaneamente.

Clientes e potenciais clientes estão sempre em busca de mais


informações sobre produtos e serviços na página virtual das
companhias. Querem mais detalhes sobre as funcionalidades
daquela nova TV de plasma, querem entender melhor como
funcionam os serviços prestados por aquela eliminadora de pragas
ubanas, buscam informações sobre como poderiam conseguir
emprego e colaborar com uma companhia e, principalmente, querem
44

opinar, elogiar ou reclamar sobre a qualidade dos produtos ou


atendimento” da sua empresa. CIPRIANI (2006, pag.18).

A web é bacana por ser mais democrática que os outros


meios, por ser multiopcional, por ser infinita (ou parecer infinita), por
surpreender, por ser multimídia... Revista Imasters ( Ed.1 pag. 22).

A liberdade nunca foi tão democrática. E a partir do momento em

que valorizam o que “eu digo” surge a necessidade da valorização do “eu indivíduo”,

que, segundo o livro Gestão da Marca de Fred Tavares (2004, p. 59), seria o

segundo nível da Pirâmide de Maslow, o reconhecimento.

Grande parte das pessoas que acessam a internet hoje fazem

parte da geração Y, que segundo Andrew J. Dubrin corresponde às pessoas

nascidas após 1984. Eles já nasceram em uma sociedade com uma grande

liberdade de expressão e que não conhece o mundo sem internet. Esse grande

grupo também pode ser dividido em geração C, ou geração da criatividade e do

conteúdo.

A geração online não lê jornal ou revistas e assiste raramente à TV,


mas está sempre atualizada com as notícias do momento. Utiliza a
internet não só para obter informações, mas também para produzir,
através de blogs, vídeos (Youtube), artigos em enciclopédias digitais
(Wikipedia) e home pages.

O novo consumidor deseja ter um computador de alta performance


com acesso wireless. Quer ir a todo lugar com um tocador de
músicas (Ipod), uma câmera digital de alta resolução, um celular de
última geração e um assistente pessoal com grande capacidade de
armazenamento de dados (Palm). De preferência, tudo isso reunido
em só aparelho (Iphone).
Para eles, diversão e relacionamento podem acontecer em qualquer
lugar, inclusive no trabalho. Não há uma separação clara de horários
e locais para isso. O usuário “banda larga” faz uso intenso de
programas de bate-papo (Messenger), de jogos interativos virtuais,
de sites de comunidades virtuais (Orkut) e de albúns digitais de fotos
(Fotolog).
http://helio-mmn.blogspot.com/2008/08/gerao-c-o-consumidor-100-
on-line.html - acessado dia 18/09/2008 às 20h52min.

Algumas empresas estão encontrando formas de entrar em contato

com esse público e utilizar seus potenciais, como é o caso da marca de salgadinhos
45

norte americana Doritos, que no ano de 2007 criou uma campanha incentivando as

pessoas a criarem um comercial de 30 segundos para o lançamento de um novo

produto. O vencedor seria exibido na televisão, durante o intervalo comercial do

Super Bow, um dos espaços comerciais mais caros do mundo, e ainda levaria um

prêmio de U$10.000,00.

Novos modelos de negócios e nichos de mercado terão o seu


desenvolvimento atrelado ao crescimento de usuários da web, além
da captação de recursos por meio de investidores atraídos por esses
novos segmentos de negócios. Revista iMasters ( Edição2, p. 39)

Estamos globalmente conectados, usando as mesmas ferramentas,


compartilhando tendências e informações. Agora, é preciso fazer
uma ressalva: para mim, é muito claro que há quem reconheça a
existência desta rede e sua capacidade de transmitir informação e
quem simplesmente nem imagina que tudo isso está acontecendo.
Revista BondFire ( Edição1, p. 4)

8 BLOG

8.1História

A história sobre a origem dos blogs é bem incerta, pois cada autor

assume determinados pré-requisitos para classificar um site como tal. Segundo

Jeremy Wright (2008, p. 9), autor do livro Blog Marketing, uma das primeiras páginas

da internet já poderia ser classificada como um blog, pois, na falta de mecanismos

de buscas, TIM Berners-Lee, criador da WEB, atualizava regularmente uma lista


46

onde constavam todos os sites disponíveis até o momento. Como estávamos nos

primórdios da internet, essa lista era pequena e facilmente atualizada.

Tínhamos portanto nessa altura – falamos de 1992 – três das


características que definem um weblog: a autoria pessoal de um
registro cronológico publicado numa página legível por qualquer
pessoa ligada à internet.QUERIDO ( 2003, p.13)

Uma outra hipótese seria a de que o primeiro blog havia sido

criado por Jorn Barger em 1997. Este blog nada mais era do que um site com uma

sucessão de textos simples.

Já segundo Raquel Recuero (p. 2), em seu artigo “ Weblogs,

webrings e comunidades virtuais”, os primeiros blogs estavam na lista “sites like this”

elaborada por Jesse Garret no ano de 1999, onde constavam apenas 23 itens.

Nestes blogs eram postadas dicas e links para outros sites, quebrando um pouco a

idéia de que os blogs originalmente serviam apenas como diários virtuais.

Os weblogs originais eram sobre sites acessados. Cada um era uma


mistura em proporções únicas de links, comentários, pensamentos e
ensaios. Weblogs podiam ser criados apenas por pessoas que já
sabiam como fazer um website. Um editor de weblog poderia ter
criado o próprio código HTML por diversão, ou, depois do dia todo de
trabalho criando sites comerciais, gastava o tempo livre, todos os
dias, surfando na internet e linkando no próprio site. Esses eram
entusiastas da web 5.

Uma das principais barreiras para que os blogs se

popularizassem era a necessidade do conhecimento de programação para poder

elaborar um site, mas este problema foi resolvido em agosto de 1999 quando uma

pequena empresa de São Francisco chamada Pyra Labs criou o Blogger, um

sistema gratuito onde qualquer pessoa poderia efetuar um cadastro, configurar o site

da maneira mais adequada e começar a blogar, era o inicio do boom dos blogs.

Nós criamos o Blogger para lhe oferecer uma maneira fácil de


compartilhar suas idéias — sobre eventos atuais, o que está

5
http://www.rebeccablood.net/essays/weblog_history.html - acessado dia 21/09/2008 às 15h15min.
47

acontecendo em sua vida ou qualquer outro assunto que você deseje


discutir — com o mundo 6.

O ano de 2001 ficou marcado por demonstrar todo o potencial e

versatilidade dos blogs. No dia 11 de setembro, data do atentado terrorista às torres

gêmeas, diversos blogs norte americanos e blogueiros que estavam na cidade de

Manhattan começaram a cobrir, segundo o próprio ponto de vista, os fatos que

estavam acontecendo. O ponto de vista diferente em relação ao das grandes

agências de noticias e veículos de comunicação tradicionais acabou atraindo a

atenção de muitas pessoas.

Cris Dias, que residia em Nova York nessa época, retransmitiu os


acontecimentos por intermédio de seu blog – Crisdias.com: “Estar em
Manhattan no momento dos ataques me colocou em uma situação
muito confortável no que se refere à cobertura feita pelos demais
veículos jornalísticos no Brasil. Repassava os fatos em tempo real.
Porém, em pouco tempo o número de visitas dobrou e o link caiu”
afirma Cris, que figurou na capa de um grande jornal de São Paulo,
em uma matéria especial sobre blogueiros brasileiros em Nova York.
Revista iMasters (Edição 1, ano 2007, p.22).

No ano de 2004, a internet contava com aproximadamente 5 milhões

de blogs. Neste ano ocorreram as eleições presidenciais norte americanas e muitos

blogueiros começaram a denunciar fatos a respeito dos candidatos. Segundo o livro

Blog corporativo (2006, p.22) alguns chegaram a ganhar crachás de imprensa para

cobrir os eventos dos partidos. De 5 milhões em 2004, em 2005 o número passou

para 50 milhões e, segundo o site technorati, a internet conta hoje com 112,8

milhões de blogs, 175 mil novos por dia além de 1,6 milhões de posts diariamente,

aproximadamente 18 atualizações por segundo.

8.2 O que é um blog?

6
http://www.blogger.com/features - acessado dia 21/09/2008 às 15h57min.
48

Graças à estrutura descentralizada da internet, apesar da origem

militar, é praticamente impossível ter controle das informações que foram inseridas

na rede, pois esta está sobre o controle de milhares de pessoas.

Vivemos em uma época do consumer-generated-media. Qualquer


um pode produzir sua própria notícia, seu próprio programa de TV ou
de rádio, seu próprio e-book. A independência dos usuários e a cada
vez menor subserviência às grandes mídias criaram uma nova
realidade. VAZ (2008, p. 271).

O termo blog é uma contração da palavra weblog que surgiu da

união das palavras web, de world wide web ou internet e log, registro ou entrada em

um booklog ou diário de bordo. Assim podemos dizer que um weblog ou blog nada

mais é do que um registro feito na internet. “Blogar é comunicar idéias próprias, com

as recompensas e responsabilidades decorrentes” FOSCHINI; TADDEI (2006, p.12).

Segundo Raquel Recuero, um blog se baseia em dois preceitos:

micro-conteúdo e atualizações constantes. O primeiro refere-se a pequenos textos

mais conhecidos como posts e o segundo refere-se à freqüência de atualizações

que deve ser quase diária.

Blogs têm estrutura cronológica. Os últimos escritos - também


chamados de posts - aparecem em primeiro lugar quando visitamos
o endereço na web. É como um livro que começa pelo final, ou um
curso de história que começa pelo dia de hoje. O blog é conhecido
também por diário, já que os posts são separados por data de
publicação. FOSCHINI; TADDEI (2006, p.14).

O poder dos blogs vem principalmente do fato de serem eles a


verdadeira expressão do pensamento dos usuários na web. VAZ
(2008, p. 271).

Na verdade o blog é simplesmente uma página de internet muito fácil


de implementar e colocar no ar. Alia-se isso o fato de que possui uma
interface agravável e simples de usar, o que abre as portas para
qualquer pessoa que não saiba os segredos da programação web.
CIPRIANI (2006, p.28)

Uma das características mais marcantes dos Blogs é a possibilidade

de comentar os posts publicados. A ferramenta comentários permite a interação


49

entre blogueiro com leitor ou leitor com leitor e, muitas vezes, os posts acabam

ganhando uma abrangência muito maior do que a prevista inicialmente. Os

comentários, além de serem um canal direto com o blog, servem para avaliar a

aceitação do que foi postado em relação aos visitantes. Eles são apresentados em

ordem cronológica, com hora, data e o nome do autor.

Normalmente a conversação se desenvolve a partir das reações ao


post original. Contudo, nada impede que a conversa tome outros
rumos ou mesmo que se publiquem comentários fora de contexto.
Vários assuntos podem ser discutidos ao mesmo tempo, mesmo
aqueles sem nenhuma relação com o post original. Uma
conversação pode ainda ir além dos comentários de um certo blog,
espalhando-se e ampliando-se através de posts em outros blogs e de
seus respectivos comentários. É como se a conversação
“escorresse” por entre diversos blogs. Percebe-se aí o caráter “viral”
da conversação mediada por blogs. (PRIMO, 2005).

Escreva o que quiser, desde que seja capaz de prová-lo, caso a


Justiça solicite. Como o blog é um ambiente aberto para todo o
público do ciberespaço, tudo o que escrever ali será analisado. A
melhor parte disso é que as respostas são espontâneas e imediatas
e vêm por meio dos comentários deixados no próprio blog.
FOSCHINI; TADDEI (2006, p.19).

Caso alguém queira referenciar algum post existem os permalinks.

Estes foram criados para permitir que qualquer pessoa tenha acesso ao post

original. Caso o link para este post fosse o da página inicial, devido ao caráter

dinâmico dos blogs, a atualização constante e um número limite de posts por página,

provavelmente ele já estaria no histórico. Assim sendo, o endereço

dos permalinks leva o visitante direto para uma página onde se apresenta apenas o

post referenciado.

Para facilitar a organização dos blogs, existem basicamente duas

ferramentas: o arquivo e as tags. No arquivo ficam armazenados os posts mais

antigos do blog. O blogueiro define um número pequeno de posts que consta na

página inicial, quando este número é ultrapassado os mais antigos são

armazenados no arquivo. Outra forma de organização é categorizar cada post.


50

Segundo o site Flicker (www.flicker.com.br) um tag nada mais é do que uma palavra

chave ou título de uma categoria. Assim podemos classificar cada post com

determinadas palavras-chave Caso alguém deseje saber se existem outros posts

sobre o mesmo tema no blog é só abrir o link da tag para ser redirecionado para

uma página com todos os posts do blog sobre o tema.

Para definir a maneira como seus textos estarão inseridos na


blogosfera, utilize "tags", etiquetas de classificação, em inglês. Tags
são palavra-chave que indicam os assuntos principais do seu texto.
(FOSCHINI; TADDEI (2006, p.37).

8.3 Tipos de Blog

O blogging acabou se transformando num meio e compartilhar tanto


a expressão pessoal como outras informações que as pessoas
julgam valiosas. Desde seus primórdios, ele apresenta uma ligeira
dualidade: por um lado, serve como um grande diário online; por
outro, é uma fantástica ferramenta de comunicação. WHIGHT ( 2008,
pag.9)

Os blogs podem ser classificados com base na fonte do conteúdo

postado e o próprio conteúdo produzido pelo blogueiro.

Diários eletrônicos: O conteúdo é de autoria do próprio blogueiro.

É atualizado com pensamentos, fatos e ocorrências da vida pessoal de indivíduo.

Aproxima-se muito de um diário. Os textos tendem a ser longos. Segundo Recuero,

(2006, p.3) servem como um canal de expressão do autor. O blogueiro é classificado

como um produtor ou gerador de conteúdo.

Publicações eletrônicas: Assim como em um jornal ou revista, o

conteúdo deste blog vem de diversas fontes como sites, revistas e outros blogs,

entretanto ele é adaptado pelo blogueiro. O blog tem um tema central, como

tecnologia, é atualizado com notícias, dicas e opiniões que gravitam ao redor do

tema.
51

Blogs Jornalistas: Este blog geralmente é atualizado por jornalistas

profissionais. Eles aproveitam a liberdade da internet para expressar suas opiniões

que muitas vezes são barradas pela grande mídia tradicional. Algumas das

vantagens são permitir o comentário do leitor e um debate direto com o autor da

matéria.

A vantagem adicional para a imprensa ou qualquer outro veículo de


comunicação, nesse caso, é a idéia embutida de credibilidade e
jornalismo participativo. CIPRIANI (2006, p.35)

Blogs Corporativos: Este tipo de blog serve para estreitar o

relacionamento entre clientes, parceiros e funcionários. Seve tanto para

comunicação interna quanto externa. Segundo Fabio Cipriani, este tipo de blog pode

beneficiar os seguintes processos de uma empresa:

• Comunicação de marketing;

• Relações Públicas e comunicação interna;

• Gestão de relacionamento com clientes;

• Suporte ao cliente;

• Gestão do conhecimento;

• Gestão de processos;

Trazer para perto da empresa seus clientes, funcionários ou mercado


e dar uma “cara” para a empresa, deixando o relacionamento cliente-
funcionário-empresa mais humano. CIPRIANI (2006, p.35)

Blog Marketing: O principal objetivo deste blog é promover um

produto ou serviço, ele pode ser parte de uma campanha de comunicação integrada

ou ele mesmo pode servir como o único canal de divulgação.

O assunto a ser explorado deve ir além da marca e seus produtos e,


simultaneamente, deve possuir um conteúdo especifico e do
interessa dos clientes. Não adianta blogar sobre todo tipo de coisa ao
52

mesmo tempo e no mesmo blog, o conteúdo precisa sempre ser


voltado a um segmento de clientes. Se sua empresa fabrica cadeiras,
abra espaço para dicas de decoração ou publique projetos dos
clientes. Se o seu negócio é fabricar fornos elétricos para
residências, fale sobre receitas exóticas ou sobre eletrodomésticos
modernos. Se você presta serviços de seguros de automóveis,
promova curiosidades da vida sobre quatro rodas ou explora as
notícias do trânsito de maneira bem humorada. CIPRIANI (2006,
p.40)

O blog que faz parte de uma campanha pode ter seus dias contados,
mas quanto mais tempo o blog ficar em funcionamento, mais
continuidade poderá ser dada a essa nova maneira de interação.
Agora, se a idéia não deu certo, ou sua empresa considera que a
campanha acabou, o melhor é desistir dos blogs de outra maneira,
pensando sempre como poderia ser mais durável e realmente se
espalhar na web. CIPRIANI (2006, p.42)

8.4 Blogosfera

Dá-se o nome de blogosfera o somatório do conjunto de blogs que

estão interligados através de links. Segundo o site howstuffwords

(http://informatica.hsw.uol.com.br/web-206.htm - acessado dia 25/09/2008 as 12:56)

blogosfera é o " nome dado à comunidade de “blogueiros”, internautas que mantém

blogs e dialogam entre si, seja através de comentários ou posts comentando o blog

alheio. A etiqueta blogueira manda dar o link sempre que um blog ou post é citado,

criando uma rede."

Blogosfera é o termo coletivo que compreende todos os weblogs


(ou blogs) como uma comunidade ou rede social. Muitos blogs estão
densamente interconectados; blogueiros lêem os blogs uns dos
outros, criam enlaces para os mesmos, referem-se a eles na sua
própria escrita, e postam comentários nos blogs uns dos outros. Por
causa disso, os blogs interconectados criaram sua própria cultura.
Outros termos em uso incluem "Blogtopia", "Bloguespaço",
"Bloguiverso", "Blogsilvânia" e "Bloguistão" 7.

Em sua grande maioria, os links ficam disponíveis em uma lista na

lateral do site e direcionam o leitor para outros blogs. Esta lista é conhecida como

7
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Blogosfera - acessado dia 25/09/2008 - 12:58)
53

blogrools ou webrings, funcionam como recomendações, são parceiros que fazem

parte da leitura diária do blogueiro.

Os webrings são uma forma de viajar nos blogs através da


possibilidade de passar de um blog para outro percorrendo assim
todos os inscritos no círculo. É um serviço externo, o que o distingue
das hiperligações que o autor entenda colocar no seu blog.
QUERIDO; ENE ( 2003, p.11)

8.5 O poder dos blogs

O poder dos blogs está ligado ao seu poder de influência,

sustentado por alguns pilares como a credibilidade do blogueiro, velocidade de

atualização, links que embasam o post e a abertura para comentários.

Diferentemente das outras mídias, o poder está pulverizado entre milhares de

blogueiros com seus pequenos nichos de seguidores.

Fundamentalmente, este poder consiste em permitir que qualquer


pessoa expresse seu conhecimento e opiniões para qualquer um que
se disponha a ouvir. Um blog provê a seu criador um veículo de
mídia próprio, que pode conter texto, fotos, áudio e mesmo vídeo. A
força de influência de um blog começa a se manifestar quando o
conteúdo exposto é interessante e os usuários conseguem achá–lo
no oceano de informação da internet 8.

O conteúdo de um blog é definido pelo blogueiro, com o passar do

tempo. Com atualizações constantes, blogs acabam se tornando uma referência

virtual sobre os temas abordados, como é o caso do blog Brainstorm#9

(www.brainstorm9.com.br) criado por Carlos Merigo em 2002, com foco no mundo

publicitário:

O Brain#9 é sim um compêndio de opiniões sobre cultura, tendências


e, claro, comunicação. Cinema, música e literatura também estão na
pauta diária, afinal, um publicitário não vive só de publicidade 9.

8
Fonte: http://webinsider.uol.com.br/index.php/2005/07/19/o-poder-dos-blogs/ - acessado dia
01/10/2008 as 18:00h
9
Fonte: http://www.brainstorm9.com.br/about/ - acessado dia 01/10/2008 às 18:02h
54

O Brainstorm #9 está desde Novembro de 2002 no ar. Começou


como um blog sem maiores pretensões e quando percebi ele tinha
virado um ponto de referência para muitos profissionais e estudantes
de comunicação ou simplesmente para amantes da propaganda 10.

Quando um blog ou blogueiro tornam-se referência nos assuntos

abordados, as recomendações de produtos ou serviços postados geram

repercussão positiva entre os visitantes do blog.

Os anunciantes estão descobrindo a melhor maneira de usar esta


ferramenta para chegar a nichos que beiram os meios convencionais
de comunicação. Blogs são interessantes porque consistem em
doses periódicas de conteúdo assinadas por alguém que cativa
audiências com interesses afins. Muito já se tentou: blogs fictícios,
personagens, banners, até o famigerado post pago disfarçado de
post autoral, modalidade repudiada pelos blogueiros que prezam
pela sua credibilidade e respeitam seus leitores.

Atualmente, a melhor alternativa para as marcas entrarem em blogs


é proporcionar experiências aos seus autores. Pode ser uma festa,
um produto, alguma informação relevante e inédita, não importa. O
blogueiro recebe este material e resolve se irá publicá-lo ou não.
Quando publica, o faz da sua maneira, ressaltando o que lhe parece
interessante dizer.

Assim como um post negativo acaba gerando grande impacto

entre os visitantes do blog, e, dependendo do tema abordado, a abrangência pode

romper os limites da blogosfera, como foi o caso de uma campanha do Jornal

Estadão ( ver anexo I ).

Os novos formadores de preferências são pessoas cujas opiniões


são respeitadas. Elas influenciam o comportamento de outras, quase
sempre as encorajando a tentar novas coisas que, do contrário, não
experimentariam. Alguns desses novos formadores de preferências
são os profissionais tradicionais: críticos de cinema e de música,
editores e testadores de produtos. À medida que se expandem
nossos interesses, com a disponibilidade explosiva de ampla
variedade, a demanda por esses conselhos esclarecidos e
confiáveis. Empresas como a Weblogs, Inc. construíram negócios
prósperos cujo fulcro é criar blogs para atender a interesses
específicos, desde o mergulho com escafandro até os padrões sem
fio Wimax, para informática média. ANDERSON ( 2006, p. 106)

Estamos saindo da Era da informação e entrando na Era da


Recomendação. Hoje, é ridiculamente fácil obter informações;
10
Fonte: http://www.brainstorm9.com.br/about/ - acessado dia 01/10/2008 às 18:02h
55

praticamente se tropeça nelas nas ruas. A coleta de informações não


é mais questão – a chave agora é tomar decisões inteligentes com
base nas informações. ANDERSON ( 2006, p. 105)

Mas nem todas as celebridades são estrelas de Hollywood. À medida


que nossa cultura se fragmenta em milhões de minúsculas micro
culturas, também estamos presenciando a conseqüente ascensão de
microcelebridades. No mundo tecnológico, o fenômeno se manifesta
por meio de bloguistas, como a equipe que escreve DailyCandy, blog
de modas, ou BoingBoing, site especializado em tecnologia e
subcultura, que no momento que estou escrevendo este capítulo, é o
blog mais popular do mundo. O BoingBoing tem a capacidade de
descobrir um brinquedo original, como um jogo “20Questions”,
baseado numa rede neural treinada on-line, e direcionar tráfego
suficiente para um mercado on-line para esgotar os seus estoque
num dia. Outras microcelebridades são ainda mais micro, variando
desde participantes bem classificados da lista de músicas da iTunes
até magos em formação de preferências, por trás de blogs de música
popular, como o Pitchfork media. ANDERSON (2006, p. 106)

Para tentar entender porque as pessoas passaram a confiar

influenciar e serem influenciadas por outras, a Universal McCann realizou uma

pesquisa em 29 países, incluindo o Brasil, com 17 mil pessoas. O Objetivo era

determinar o motivo das pessoas confiarem em estranhos. Dentre dados analisados,

eles chamam atenção para 5 mudanças que vêm acontecendo nos últimos anos 11:

• Qualquer um pode influenciar qualquer um: Nós confiamos tanto


em estranhos quanto em amigos próximos.
• Amizade não é mais local ou rosto a rosto: Está se tornando
distante e virtual.
• Todo mundo é um influenciador: O poder de influenciar não
pertence mais aos experts ou “aqueles com conhecimento”. A
idéia de que vivemos em um mundo simples onde existe um
pequeno grupo de influenciadores que dita a agenda de todos
não e mais a verdade na mídia social. Nos todos dividimos
influência hoje querendo ou não.
• Novos super influenciadores sobressaem à massa: Nem todos os
consumidores influenciam de forma igual. Uma nova massa de
“super influenciadores” foi criada pelas ferramentas da mídia
social.
• O novo ecossistema de influência mudou fundamentalmente
como nos compramos produtos ou serviços: Existe um novo nível
de transparência e confiança que todas as instituições públicas,
companhias e marcas também devem participar.

11
Fonte: Pesquisa “When did we start trusting strangers? – How the internet turned us all into
influencers” realizada pela Universal MacCann página 9.
56

A possibilidade de colocar hiperlinks nos posts também expande

o universo do blog. Os hiperlinks são ligações para sites externos, assim pode-se

referenciar uma notícia, um artigo e até mesmo outros posts citando fontes e

embasamento ao texto.

Outro fato que agrega valor aos blogs é que tudo o que foi

publicado está acessível através do histórico. Dificilmente alguém acreditaria se

recebesse um texto de alguém desconhecido, entretanto, se fosse possível ler

outros textos e opiniões sobre o autor, provavelmente essa pessoa mudaria de idéia,

e é isso que acontece em um blog. Você tem acesso a todos os posts já publicados,

assim compreendendo o posicionamento do blogueiro em relação a diversos temas

abordados. Os comentários dos visitantes podem confirmar ou não o que está

escrito, além de acrescentar informações e experiências pessoais dos leitores em

relação ao tema.

Blogs são ferramentas democráticas, baratas. Acho que blogagens


coletivas e memes têm poder. Na verdade, todos os cidadãos têm
poder quando se reúnem. Os blogs – principalmente por meio das
listas de discussão, twitter e outras ferramentas que acabam
agregadas a eles – permitem que as pessoas se unam, coordenem
ações e criem movimentos. Enquanto estávamos preparando o
último BlogCamp aqui, aconteceu um em Zurique. Estamos
globalmente conectados, usando as mesmas ferramentas,
compartilhando tendências e informações. Agora, é preciso fazer
uma ressalva: para mim, é muito claro que há quem reconheça a
existência desta rede e sua capacidade de transmitir informação e
quem simplesmente nem imagina que tudo isso está acontecendo.
Revista BondFire ( Edição1, página 6)

8.6 Inteligência das multidões

A internet se tornou rapidamente uma rede complexa com milhões de


computadores interconectados em todo o mundo. Seu corpo agrega
o conhecimento presente em todos os cantos do mundo de forma
imediata e imperceptível, tornando economicamente viável a
cooperação em massa entre pessoas. CIPRIANI( 2006, p. 20)
57

A internet está transformando a forma como as pessoas se

expressam. No dia-a-dia, todos se preocupam com o que vão dizer devido à

necessidade de sermos aceitação social. Segundo o livro Blog Corporativo (2006, p.

20), na internet, quando se escreve um texto ou até mesmo quando se comenta em

um blog, somos sinceros e verdadeiros. Não é necessário provar nada para

ninguém. Para Fábio Cipriano “Não somos obrigados a nos identificar, mas quando

fazemos, continuamos praticamente anônimos”.

Graças a esta segurança, o usuário está disposto a colaborar e

participar, criando uma inteligência coletiva formada por mais de um bilhão de

cabeças. O grande sucesso desta massa está em agregar diversos pontos de vista,

de diversos tipos de especialistas e de diversas culturas.

As avaliações de música pelo Yahoo!, o Google PageRank, os


amigos de Myspace, s resenhas de usuários do Netflix – tudo isso
são manifestações da sabedoria das multidões. Milhões de pessoas
comuns são os novos formadores de preferências. Algumas atuam
como indivíduos, outras participam de grupos organizados em torno
de interesses comuns, e ainda outras são simplesmente rebanhos de
consumidores monitorados automaticamente por softwares que
observam todos os seus comportamentos.

Um dos grandes exemplos deste comportamento é o site Wikipédia

formado por mais de quatrocentos mil artigos:

Bem-vindo(a) à Wikipédia, uma enciclopédia escrita em colaboração


pelos seus leitores. Este sítio utiliza a ferramenta Wiki, que permite a
qualquer pessoa, inclusive a você, melhorar de imediato qualquer
artigo clicando em editar no menu superior de cada página 12.

Outras formas de colaboração são as opiniões dos usuários quando

efetuam compras em lojas eletrônicas, fóruns, salas de bate-papo, colaboração de

textos e artigos, websites pessoais, blogs e muitos outros meios.

12
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Wikipedia:Boas-vindas acessado dia 08/10/2008
58

Em resumo, a internet finalmente está conectando pessoas, se

tornando um meio de comunicação de 2 vias. Fomos transformados de simples

receptores de informação para geradores de conteúdo.

A dinâmica informativa e o conseqüente poder de comunicação dos


blogs deram a eles um grande poder, que consiste em permitir que
qualquer pessoa expresse seus conhecimentos, informações e
opiniões para qualquer um que se habilite a acessá-los. O blog
fornece a seu criador um veículo de mídia único, contendo texto,
fotos áudio e outras mídias interativas. A influência dessa ferramenta
fica fortalecida a partir do momento em que existe a manifestação do
conteúdo exposto, tornando-o relevante, e os usuários conseguem
achá-lo no emaranhado de informações da internet. Revista iMasters
– Edicação 02 ano 2008, p. 35.
59

9 BLOG COMO VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO

9.1 Blog corporativo

Uma das formas de utilizar o blog como ferramenta de comunicação

é criando um blog corporativo da empresa ou produto. Diferentemente de um site,

que funciona basicamente como uma vitrine estática, um blog transfere para a

empresa os valores defendidos pela pessoa que o administra, transformando o

blogueiro em uma personificação da empresa.

Trazer para perto da empresa seus clientes, funcionários ou mercado


e dar uma “cara” para a empresa, deixando o relacionamento cliente-
funcionário-empresa mais humano. CIPRIANI (2006, pag.37)

O blog deve ser uma extensão da empresa através de histórias,

dicas e trocas de experiências. O conteúdo deve ser específico, relevante,

interessante e de grande influência para os clientes.

Se a empresa fabrica cadeiras, abra espaço para dicas de decoração


ou publique projetos dos clientes. Se o seu negócio é fabricar fornos
elétricos para residências, fale sobre receitas exóticas ou sobre
eletrodomésticos modernos. Se você presta serviços de seguros de
automóveis, promova curiosidades da vida sobre quatro rodas ou
explores as notícias do trânsito de maneira bem-humorada.
CIPRIANI (2006, pag.40)
60

Os posts devem despertar a curiosidade do visitante e

principalmente a vontade de interagir através dos comentários. O tema central nunca

pode ser a própria empresa.

Usar seus blogs como meios de refletir os valores, a cultura e as


prioridades de sua empresa é uma das melhores maneiras de
assegurar que elas não sejam apenas mais um veículo para divulgar
o mesmo modelo antigo de marketing sem sentido para o qual os
clientes já não têm mais interesse. Os blogs lhe permitem conversar
diretamente com seus clientes para que eles se sintam importantes
para sua empresa, e ssa é uma oportunidade que você nunca deve
ignorar.WRIGHT ( 2008, p. 41).

Uma empresa brasileira que já está colocando em prática à teoria

dos blogs corporativos é a operadora de telefonia móvel Claro:

O blog da Claro nasceu da nossa vontade de dialogar. Longe da


comunicação tradicional estabelecida entre empresas e clientes,
queremos aqui mostrar nossa visão sobre o mercado, disponibilizar
nosso conhecimento e compartilhar experiências.

Dentre os 17 países em que a Claro atua, o Brasil é o primeiro a


adotar um blog corporativo. Inclusive, essa iniciativa também é a
única no setor de telefonia móvel no país.

Quem escreve os posts que você lê aqui são nossos executivos, com
a coordenação da área de relacionamento Claro e de um jornalista
contratado – que também insere conteúdo nas seções paralelas. Os
posts estão organizados sob ordem de atualização e arquivados por
categoria.

Nosso objetivo com esse blog é estabelecer um relacionamento


participativo e transparente. Dar aos leitores a oportunidade de olhar
por dentro da Claro e interagir conosco.

Queremos que você faça parte desse espaço comentando os posts,


opinando, questionando e sugerindo temas. Sinta-se à vontade para
comentar posts de outros leitores, enriquecendo a troca de idéias 13.

Como podemos observar, esta iniciativa da operadora Claro não

é apenas mais uma ação de marketing isolada. O blog acabou se tornando um

espaço onde o cliente pode interagir diretamente com diversos setores da empresa,

além de estar funcionando como excelente ferramenta para a troca de informações e

um canal de relacionamento entre os clientes da operadora.

13
Fonte: http://www.claroblog.com.br/conteudo.asp?post_id=26 acessado dia 15/10/2008 às 21:00h
61

Recebemos nesse período cerca de 230 comentários, dentre os


quais, críticas, sugestões e uma grande quantidade de elogios, que
confirmam a identificação que as pessoas têm com a Claro e isso é
muito gratificante.
Melhor ainda é ver também que os leitores adotaram o blog como um
canal de interação e relacionamento e fazem uso dele para
expressar suas opiniões, expectativas e idéias 14.
O blog conta com diversas áreas, como recado do presidente, onde

João Cox, presidente da empresa, comenta sobre assuntos relacionados à telefonia

móvel. Todos os comentários efetuados pelos visitantes são respondidos pelo

próprio presidente da empresa e ficam à disposição para leitura de todos.

14
Fonte: http://www.claroblog.com.br/conteudo.asp?post_id=54 acessado dia 15/10/2008 acessado
as 21h30min
62

Figura 03 – Post Presidente Claro15

Vale ressaltar que nesta experiência os posts negativos, ao contrário

do que se espera, não são apagados e também são respondidos, como podemos

observar na imagem abaixo 16.

Figura 04 – Resposta ao comerntário

Um outro exemplo de Blog Corporativo, porém agora para um

produto, é o blog Ócio 2007, criado pela agência Espalhe para demonstrar a

versatilidade dos aplicativos que compõem o pacote Microsoft Office 2007.

O blog Ócio 2007 é feito por uma equipe de jornalistas, blogueiros e


desenvolvedores que, a partir de recursos do pacote Office, criam
aplicativos divertidos e inusitados para momentos de lazer. O objetivo
é reforçar a versatilidade do sistema e estender também seu uso no
trabalho. O blog Ócio 2007 é um projeto da Microsoft Brasil 17.

15
Fonte: http://www.claroblog.com.br/conteudo.asp?post_id=60
16
Fonte:http://www.claroblog.com.br/conteudo.asp?post_id=82
17
Fonte: http://www.ocio2007.com.br acessado dia 15/10/2008 acessado às 21h30min
63

O blog é atualizado 3 vezes por semana. Nos posts diversos

aplicativos elaborados pela equipe de blogueiros demonstram como podemos

integrar os programas do pacote Microsoft Office aos nossos processos do dia-a-dia.


18
Em entrevista cedida ao site Blog Corporativo por Ariel

Gajardo e Patrícia Albuquerque, ambos da Agência Espalhe, podemos observar o

sucesso do blog com apenas um ano de existência:

Na parte quantitativa, acompanhamos visitas, downloads, PR,


backlinks. Alguns números interessantes:
Um milhão de visitas únicas de junho de 2007 a setembro de 2008,
400 mil downloads no mesmo período,
4.500 visitas únicas diárias em média na semana de 24 a 30 de
agosto de 2008,
Page Rank 4,
1º lugar na busca por ócio + download,
1º lugar na busca por ócio + microsoft,
1º lugar na busca por ócio + office,
3º lugar na busca por ócio,
Vários aplicativos destacados nas homes do Superdownloads e do
Baixaqui.

Na parte qualitativa, acompanhamos, avaliamos e registramos


posts em blogs e no Twitter, e inserções na imprensa. No final de
agosto 2008, o Ócio 2007 tinha sido mencionado, de forma
totalmente espontânea, em:
218 posts (positivos ou neutros),
138 reportagens e notas (positivas e neutras),
Inserções negativas não são registradas.
Saímos nos maiores e mais influentes blogs do país, como:
Meio Bit,
Tiago Dória,
HiTech Live,
Boombust,
Magaiver.

Patrícia Albuquerque também enviou outras informações por e-mail,

abaixo seguem algumas partes destacadas, o texto completo pode ser visto em

anexo.

Em pouco mais de 1 ano, os fãs do Ócio 2007 já fizeram em torno de


433 mil downloads de aplicativos até o dia 16 de outubro. Muitos
desses programas baixados são jogos, testes, reedições de
brincadeiras da infância. Marcam esse segundo semestre o
lançamento das séries em defesa da procrastinação responsável e o
18
(http://www.blogcorporativo.net/2008/10/01/case-ocio-microsoft-e-usuario-final-conectados/)
64

horóscopo geek, uma paródia do zodíaco que vai buscar nas raízes
do universo geek a sorte do consulente. Além disso, o blog fez
concurso de aplicativos, angariou fãs que enviam suas criações a
partir do Ócio. Entre os dias 3 e 16 de outubro, o blog recebeu uma
média de 2.325 visitas diárias.

Nesse período de aniversário, o Ócio 2007 aposta ainda mais


na criatividade. No blog, tudo é motivo para a subversão. Uma
planilha do Excel pode ser compartilhada para dinamizar o fluxo de
tarefas, por exemplo, mas também pode se tornar uma tabela para
acompanhar os jogos do Campeonato Brasileiro ou mesmo virar um
Caçador de Chavões, que testa o grau de jargões usados em um
texto. O calendário do Outlook, que normalmente armazena reuniões
e outros compromissos, pode registrar dias e horários das séries
favoritas da televisão. Patrícia Albiquerque

9.1.1 Quem deve ser o blogueiro?

Um Blog precisa transmitir algo autêntico, mais do que uma mera

mensagem padronizada de marketing. O blogueiro representante da empresa pode

ser um diretor, um presidente, um funcionário atual, alguém contratado, clientes da

empresa, entre outros. O importante é conhecer a empresa a fundo, além de ter a

sensibilidade para transmitir toda a emoção e autenticidade da paixão pela marca.

A Sun Microsystems tem centenas de blogs de funcionários, mas o


mais lido é o do presidente, Jonathan Schwartz. Ninguém tem mais
paixão e prestígio quando o assunto é a Sun do que Schawtz. Ele
aborda os problemas de maneira leve e sem rodeios. WRIGHT
(2006, p.45)

Alguns blogs corporativos são administrados pelos próprios CEO.

Através desta ferramenta eles conseguem moldar a opinião pública, conversar

diretamente com seus clientes e de abordar de frente problemas de setor e da

empresa. Como uma das características dos blogs é a agilidade com que a

informação é passada, estes funcionários podem comentar rapidamente um fato

importante, informar sobre o que ocorre internamente ou sobre o lançamento de um

novo produto, além de criar confiança e gerar vínculos com os consumidores. Outra
65

característica importante é que o blogueiro tem espaço ilimitado para poder contar o

que quiser, assim sendo, a informação não é filtrada pelos meios de comunicação,

evitando uma possível reinterpretação, ou que uma parte importante seja

descartada.

A transparência radical está mudando o modo de trabalhar de


presidentes e principais líderes das companhias. Antes da web 2.0, a
comunicação dos executivos era feita por comunicados à imprensa e
discursos oficiais, colocados na rede sem a interferência do
consumidor. “Hoje o que se vê é uma espécie de humanização das
empresas”, diz Riçados Figueira, vice-presidente de criação da
Agência Click, especializada em ações de comunicação e negócios
no meio digital. Revista Época Negócios, nº8 – Outubro 2007 –
p.108.

O blogueiro deve ter liberdade para expressar a verdade, mesmo

que neste caso ele vá elogiar um produto da concorrência. Robert Scoble é dono do

blog www.scobleizer.com, uma referência em relação à tecnologia. Apesar de ser

funcionário da Microsoft, Scoble escreve releases e comentários sobre aplicativos de

empresas concorrentes.

Essa pode ser uma tarefa assustadora para um executivo. Para


Scoble a tarefa é natural, e o resultado é que ele se tornou uma das
pessoas mais influentes numa empresa com mais de 55 mil
funcionários. O efeito externo é que a Microsoft tinha, então, uma voz
que oferecia uma resposta direta e apaixonada mesmo às perguntas
mais difíceis. WRIGHT (2006, p.43)

Apesar de toda esta abertura, a empresa deve ter uma política em

relação ao conteúdo que é postado. Através dela é possível proteger a empresa

contra a divulgação de informações confidenciais, ofensas contra outras empresas e

até mesmo consumidores, discriminação e também proteger contra problemas

judiciais. Segundo Fabio Cipriani (2006, p.74) o conteúdo deve ser revisto e

avaliado pelas lideranças da companhia.


66

O feedback em relação ao que foi postado pode vir de três formas,

por comentários no próprio blog, por e-mail ou então por posts nos blogs dos

visitantes. O blogueiro deve lembrar-se sempre que um blog é uma forma de se

aproximar de seu cliente. Por isso, estar atento a tudo o que é postado é um dos

pré-requisitos para um bom relacionamento. Responder tudo o que é perguntado,

acompanhar sugestões, resolver os problemas, agradecer pelos feedbacks e ser

gentil são apenas alguns dos passos para que o blog ganhe credibilidade e se torne

uma referência.

Risco Descrição

Riscos Legais Problemas com direitos autorais, privacidade


e difamação de terceiros. Uso do tempo dos
funcionários envolvidos em reuniões

Riscos de Spam Invasão de spams ou propagandas


indesejadas diminuem a produtividade da
monitoração dos comentários

Riscos de Produtividade Manter um blog requer tempo, que algumas


vezes pode exceder as expectativas

Riscos de Controle Textos publicados são indexados por


ferramentas de busca e copiados por outros
blogs. Cada post é um registro de negócio,
não tem volta e pode se espalhar
rapidamente

Riscos de Segurança Vazamento de informações e propriedade


intelectual aberta para o público e
67

concorrentes

Riscos de Reclamações O blog poderá canalizar facilmente as


reclamações de diversos clientes, afetando
a produtividade e o tempo de pessoas que
não estavam previstos antes

Riscos Regulatórios Multas ou outros problemas por quebrar


regras de órgãos governamentais ou
legislativos dependendo da forma que o blog
é utilizado e do seu conteúdo

Tabela 01- Riscos de quem deve ser o blogueiro 19

9.2 Promovendo-se para blogueiros

Uma boa relação com a blogosfera pode gerar repercussão positiva

para um produto ou marca. Se o perfil dos visitantes do blog se adequar com os

consumidores de determinado produto, pode-se incluir os blogueiros como target de

campanha, assim podendo conseguir uma menção positiva no blog. A estratégia

para atingir este público é muito similar com a utilizada pelos profissionais de

relações públicas com jornalistas.

Faça-o de forma pessoal: meu blog oferece informações mais do


que suficientes para que qualquer pessoa conheça meus interesses
e saiba rapidamente quem eu sou. Qualquer promoção feita para um
blogueiro deve, no mínimo, parecer escrita especialmente para o
indivíduo (dica: é melhor ainda se ela for escrita para ele).
Faça-o de forma aplicável: não me envie promoções de mercados
que eu não tenha interesse. Meu blog não apenas está claramente
rotulado como um blog de negócios e tecnologia, como ficará
imediatamente óbvio para qualquer pessoal que o leia que são essas
minhas paixões. Não me mandem novidades em absorventes (que já
recebi) nem em jardinagem (que também já recebi).
Torne-a breve e leve: em geral, quanto mais curta e concisa a
promoção para o blogueiro, melhor. Não faz sentido enviar um press
release e esperar que ele cause impacto. Diga-me por que eu devo
19
Fonte: CIPRIANI, Fábio (2008, p. 108)
68

me interessar por sua notícia em, no máximo, 50 palavras, e então


ofereça um link para mais informações. Se você não puder me dizer
por que essa novidade é interessante em 50 palavras, não poderá
dizer em 500. WRIGHT (2008, p. 193).

A ação utilizada deve ser inovadora. O blogueiro não vai citar a

empresa simplesmente porque recebeu um e-mail com um release. Um exemplo de

como não se fazer está relatado no site brainstorm#9:

Um exemplo que deu errado: A Universal achou que podia obrigar


alguém a falar bem de seu filme “Serenity”, e se deu mal. A agência
de relações públicas do estúdio convidou blogueiros para as pré-
estréias do filme, reservando assentos para os responsáveis por
blogs de maior audiência.
Para participar, no entanto, era preciso concordar em publicar um
parágrafo previamente escrito sobre o filme, com link para o site
oficial. Embora as condições não tenham agradado alguns blogs,
muitos aceitaram. E a Universal conseguiu a visibilidade que queria.
Na semana de estréia, foram monitorados 14,000 posts sobre o
filme….a maioria criticando: tanto o filme, quanto a postura da
empresa em querer obrigar o que seria dito nos blogs 20.

Em julho de 2008, a campanha de lançamento do produto i9

Hidrotônico da Coca-Cola incluiu 9 blogs de grande relevância da blogosfera

brasileira em sua estratégia:

a) Alexandre Inagaki – Blog Pensar Enloquece;

b) Bruna Calheiros – Blog Smelly Cat e Sedentário e Hiperativo ;

c) Caio Novaes – Blog Brogui;

d) Carlos Merido – Blog Brainstorm9;

e) Guilherme Cury – Blog Comunicadores;

f) Ian Black – Blog Enloucrescendo;

g) Luiz Jerônimo – Blog Tarja Preta;

h) Nick Ellis – Blog Digital Drops;

i) Rafael Ziggy – Blog Sim, Viral.

20
http://www.brainstorm9.com.br/2006/11/27/quero-um-intel/ acessado dia 19/10/2008 às 21:58.
69

Foram enviadas 9 mini-geladeiras com uma garrafa da bebida em

seu interior. Segundo o blog SimViral,, dentro havia um flyer personalizado com o

nome do dono do blog e o endereço de um site. Acessando a página, cada blogueiro

conseguia ver um trecho diferente do making-off do VT de lançamento da bebida. A

repercussão foi instantânea.

Aos poucos os blogueiros que receberam a novidade já começam a


reagir no twitter e postando fotos. Resta saber se todos vão
repercutir e dizer o que acharam da bebida. Pra mim a ação de
lançamento está aprovadíssima, já a bebida vou esperar gelar e
depois digo no twitter ;D 21.

Imagine a cena. Estou em casa trabalhando e chega pelo correio


uma caixa enorme, e no remetente escrito apenas “Coca-Cola”. Eu
estranhei, já fazem alguns anos que eu não bebo mais refrigerantes,
mas ao abrir o pacote encontrei um folheto da nova bebida da Coca-
Cola, e outra caixa menor, toda verde, novamente apenas com a
marca da empresa impressa.

Ao abrir esta caixa vi uma linda geladeirinha/aquecedor que ao ser


aberta mostrava uma armação de acrílico fosforescente com uma
garrafa do i9 hidrotônico para experimentar. A garrafa parece a da
Coca-Cola, e apesar de eu não beber mais refrigerante, ainda gosto
do formato clássico. O cartão informava um endereço especial onde
só eu poderia conferir um conteúdo exclusivo com o vídeo de making
off da campanha. Logo depois chegou por e-mail o vídeo com o
comercial da campanha, que estréia nas TVs no dia 6 de julho,
aconselhando a provar a bebida, com um simpático hipopótamo.

No site eu descobri que eu era um de 9 blogueiros escolhidos para o


lançamento do i9, e cada um dos blogueiros tinha um pedaço do
making off do comercial. Eu provei a bebida e preciso dar o meu
veredicto final. Sei que a responsabilidade é grande, até por causa
dos vários críticos que surgiram por aí.

Deixei a garrafa ficar bem gelada e experimentei, e achei bem


interessante. O i9 hidrotônico tem um gosto de limão não muito forte,
que me lembrou as limonadas que eu tomava na praia, ou quem
sabe o sabor de um sorvete de limão. Não tenho o costume de tomar
este tipo de bebida, mas acho que para atletas ele é uma boa opção.

Quero deixar bem claro que não estou falando isto porque recebi
uma geladeira com uma garrafa pelo correio. A minha opinião não
está a venda, e prezo muito pela minha integridade e ética, e se eu
por acaso não tivesse gostado, eu falaria com toda a certeza 22.

21
http://www.simviral.com/2008/07/i9-hidrotonico-9-blogs-para-experimentar-a-novidade/
Acessado dia 19/10/2008 às 22:32.
22
http://digitaldrops.com.br/drops/2008/07/coca-cola-lanca-i9-hidrotonico-em-9-blogs-brasileiros.html
Acessado dia 19/10/2008 às 22: 36
70

Para marcar o lançamento da bebida i9 Hidrotônico, a versão


brasileira doPowerade, a Coca-Cola adotou uma estratégia para
repercutir nos blogs e mídia sociais.
Nove blogueiros foram escolhidos para experimentar o produto, com
cada um recebendo uma mini-geladeira e tendo um hotsite
customizado. Por exemplo:merigobebahidrotonico.com.br. Outros
blogueiros selecionados foram: Alexandre Inagaki, Bruna
Calheiros, Caio Novaes,Guilherme Cury, Ian Black, Luiz
Jeronimo, Nick Ellis e Rafael Ziggy 23.

Como podemos observar, nos blogs visitados, a repercussão foi

positiva. O post publicado no Blog SimViral gerou 62 comentários, no blog

brainstorm#9 foram 32 comentários, tantos positivos quanto negativos. O custo de

produção da ação foi apenas de envio da geladeira e a pesquisa para determinar

quais blogs eram influentes e que contavam com público alinhado com o target da

bebida.

Já não se trata da mídia: muitos profissionais de RP se concentram


em jornalistas e influenciadores conhecidos que possuem blogs. Isso
é compreensível. Mas lembre-se de que clientes atuais e
prospectivos, fornecedores, associações de mercados e outras
pessoas capazes de influencias sua marca também têm blogs.
Converse de maneira inteligente também com eles. Há que
reconhecer que promover-se junto a blogueiros influentes é apenas
outro método de se pôr na frente deles, algo com que eles lidam
cada vez mais todos os dias, online e offline. O respeito e a
consideração são a chave: a última coisa que você deve fazer é
tornar-se mais um enviador de junk mail - é muito melhor investir
tempo para estabelecer um relacionamento real. WRIGHT (2008, p.
195).

9.3 Anunciando em blogs

Um blog atualizado constantemente, com um número freqüente e

grande de visitantes, pode ser um excelente veículo de comunicação. Assim como

em qualquer plano de mídia, a escolha do meio com o target de perfil que mais se
23
http://www.brainstorm9.com.br/2008/07/03/coca-cola-lanca-i9-hidrotonico-com-acao-para-blogueiros/
Acessado dia 19/10/2008 as 22:39
71

adapte à marca ou produto que se quer anunciar é o primeiro passo. Para isto deve-

se entrar em contato com o blog e solicitar o mídia-kit.

Em geral, em o mídia kit de um blog deve ser composto pelos

seguintes itens:

a) Perfil do blog: Um resumo sobre o blog, quem são os autores, qual

a freqüência de atualizações e assuntos que são abordados.

b) Perfil dos visitantes: Uma análise quantitativa dos visitantes do blog,

qual é número de visitantes diário, qual o tempo passam na página

e qual é a média de comentários por visitante.

c) Rankings – A posição do blog nos mecanismos de cadastramento

de blogs como o Technorati. Um blog com uma boa posição é um

blog muito visitado.

Além dessas informações, o mídia kit também inclui as áreas do blog

destinadas à publicidade.

Figura 05 - Formatos de Banner


72

Em geral, as áreas destinadas para anúncio são banners

espalhados pela página. Entretanto isto não garante que o visitante os veja. Um dos

principais problemas de anunciar em blogs é o sistema Feed RSS. Através destes e

um programa agregador, o leitor efetua uma assinatura do blog. Sempre que este for

atualizado, o programa agregador mostra a nova sem que seja necessário acessar a

página do blog.

Figura 06 - Post visto no programa agregador Google Reader


73

Figura 07 - O mesmo post no Blog Brainstorm#9

Através desta comparação observa-se que os banners que são

vistos acessando o blog Brainstorm #9 não estão visíveis através do programa

agregador. Uma alternativa é anunciar diretamente no post, assim o banner será

exibido pelo programa. Esta opção foi proposta recentemente por Jason Kottke,

blogueiro do /www.kottke.org/ . Ele está vendendo patrocínios semanais nos feeds

do Blog. O valor semanal é de U$ 1.200,00.

O custo do patrocínio é de U$1.200,00 por semana. Sua mensagem


será vista por aproximadamente 110.000 pessoas + assinantes do
RSS. Mensalmente o número de visualizações da página está em
torno de 1,2 milhões. De acordo com o Technorati, kottke.rog é um
dos 100 blogs mais populares e foi recentemente selecionado como
o quarto mais poderoso do mundo pelo The observer 24.

9.4 Postagens pagas

24
http://kottke.org/about/sponsorship.html acessado dia 21/10/2008 as 01:10
74

Em alguns casos, uma alternativa à criação de um blog é utilizar

postagens pagas. Neste modelo, aproveita-se a experiência do blogueiro em

respectiva área e o contato direto com seu público, de modo a criar um canal de

comunicação entre uma marca e seus clientes potenciais.

Contrata-se o blogueiro para dar sua opinião sobre determinado

produto ou serviço. O que está sendo negociado é a divulgação utilizando-se da

credibilidade do blogueiro.

É bom lembrar que postagem paga não é opinião paga. É uma


empresa comprando um serviço: a divulgação de seu produto ou
serviço, um formador-de-opinião-longtail falando da sua marca, o
diálogo direto com o cliente, entre outros benefícios. Mais do que
isso, é marketing relevante, já que a postagem será lida por pessoas
realmente interessadas por aquele assunto – pois o blogueiro de
tecnologia na o fará postagens pagas sobre produtos que nada têm a
ver com sua área. Revista iMasters ( 2008, ano 2, edição 04, página
43)

O blogueiro deve estar livre para dar o seu real ponto de vista sobre

o produto. As empresas que tentam impor um texto para que seja publicado no blog

acabam sendo criticadas, assim como os blogs que aceitam, perdendo totalmente a

credibilidade. Um exemplo disto foi uma ação da agência RIOT contratada pela Nike

para divulgar um site que recebia mensagens de apoio e redirecionava para o

jogador de futebol Ronaldo. A forma encontrada pela agência foi enviar e-mails para

diversos blogs com instruções de como um post divulgando o site deveria ser feito.

Dentre elas o blogueiro deveria convencer seus visitantes a participar do site,

demonstrando claramente uma opinião comprada.

Como resultado o blog futepoca (http://www.futepoca.com.br/)

divulgou o e-mail que havia sido enviado pela agência. Assim, muitos blogs que

haviam seguido as instruções acabaram sendo desmascarados gerando uma

enorme repercussão negativa.


75

A história da Riot ter enviado e-mails coagindo blogueiros a escrever


sobre uma campanha da Nike de apoio a Ronaldo culminou
realmente na demissão do (jovem) funcionário responsável pelo
texto - muito embora pessoas próximas do caso assumam que foi ele
o responsável pela redação, com alguma orientação da agência.
Com a repercussão do caso, a Riot perdeu a F-Nazca, responsável
pela conta geral de publicidade da Nike 25.

O bom conteúdo é a base da blogosfera. Quer ganhar dinheiro com


post pago? Faça bom conteúdo, inclusive e especialmente se for
pago pra isso. Tem considerações filosóficas, está de má-vontade,
quer “ferrar o babaca que quer poluir seu blog”? Não faça. Não
aceite. Não há nada de errado com isso. Só não sabote a ponte onde
você está de pé 26.

9.5 Blogs para aumentar a comunicação interna

A comunicação interna de qualquer empresa com um número

grande de funcionários é uma situação crítica. Muitas utilizam o e-mail para atualizar

os membros da equipe. Entretanto, muita informação se perde na caixa de entrada

dos funcionários, além de muitos ruídos de comunicação.

Uma alternativa é a utilização dos blogs para auxiliar neste processo

de endomarketing da empresa. Quando devidamente implementado e adotado por

todos os membros da equipe, ele auxilia na ampliação do processo de comunicação

interna. Para Wright (2008, p. 93), normalmente os funcionários não começarão a

blogar apenas porque foi solicitado. O ideal é apresentar os benefícios da nova

ferramenta e, ao mesmo tempo, conseguir que eles se envolvam e tenham um

sentimento de autoridade nos níveis tanto da média gerência como dos escalões

inferiores.

Essa é uma notícia que, infelizmente, será mais comentada pelos


500 funcionários da Microsoft no Brasil do que pelos internautas
interessados em acompanhar o dia a dia do principal executivo da
companhia no País. O presidente da empresa, Michel Levy, entrou
25
Fonte: http://chaquente.com/2008/03/18/a-riot-atrai-clientes-com-o-caso-nike/ acessado dia
31/10/2008 às 23h39min
26
Fonte: http://www.contraditorium.com/2008/10/08/este-post-contm-propaganda-no-leia/ acessado
dia 31/10/2008 as 23h23min
76

na blogosfera corporativa com a estréia do seu próprio blog. “Estou


numa fase de aprendizado e descobrindo qual a linguagem desse
veículo”, diz. Por enquanto, apenas os empregados da subsidiária
brasileira podem acessar o conteúdo do diário on-line do seu
presidente, e esse modelo deve permanece inalterado nos próximos
doze meses. Não há planos de abrir o blog para leitores externos,
mas o movimento feito por Levy já é uma clara demonstração de que
a Microsoft quer ficar mais próxima de quem faz a web. No blog, que,
por enquanto, é atualizado duas ou três vezes por semana, o
presidente comenta estratégias de negócios e o impacto de decisões
da corporação sobre a operação brasileira. Como a experiência
ainda é muito recente Levy diz que não teve tempo para avaliar o
pulso da sua audiência. Hoje seu principal objetivo é estimular cada
funcionário a postar comentários em seu blog e apresentar dúvidas
sem se preocupar com questões de hierarquia. Na realidade, o
presidente da Microsoft Brasil está levando para a internet um dos
seus hábitos preferidos quando tem algum tempo na sede da
Microsoft, em São Paulo: parar para uma conversa sem pauta com
algum dos seus subordinados, independente do cargo. Levy é um
dos primeiros executivos de uma subsidiária da Microsoft a se
relacionar com a sua audiência através de um blog. Esse movimento
está se repetindo em todas as operações espalhadas pelo planeta 27.

9.6 Gestão de projetos

Esta prática consiste em manter todos informados, alinhados e

motivados para cumprir os prazos dos projetos. Assim, não se perde tempo

atualizando todos sobre novas etapas e mudanças repentinas. Em grandes equipes

evita-se que várias pessoas estejam solucionando o mesmo problema.

Por estar on-line, todos podem acessar o blog de qualquer local,

permitindo que soluções sejam postadas a qualquer momento por qualquer membro

da equipe.

Alguns blogs de gestão de projetos são totalmente abertos,


permitindo que todos na equipe postem e comentem. Essa é sempre
uma boa maneira de assegurar que o projeto está avançando e
estimular contribuições de todo e qualquer envolvido. WRIGHT
(2008, p. 95)

27
Fonte: http://acheme7.blogspot.com/2007/12/o-blog-do-levy.html acessado dia 19/11/2008 às
22h23minh
77

Este tipo de blog permite que todos participem, tenham controle do

projeto e descentraliza a soluções de possíveis problemas.

9.7 Retorno sobre investimento do blog

Cipriani (2008,p.101) propõe que para analisar o retorno sobre o

investimento dos blogs deve-se utilizar duas perspectivas: ganho por economia e

ganho por venda.

Quando é colocado em funcionamento, o blog pode gerar, por


exemplo, mídia espontânea em outros blogs, revistas jornais, entre
outros. Este, quando comparado ao custo de divulgar sua empresa
em um canal de comunicação similar, é um exemplo do que estamos
chamando de ganho por economia. Se, por outro lado, um post
divulga um link que leva a uma venda, e esse link é rastreado de
forma que todas as vendas geradas permitem afirmar que são
exclusivamente provenientes dele, então temos o valor de ganho por
venda que a ferramenta está injetando nos resultados da empresa.
CIPRIANI (2008,p.101)

A avaliação do blog pode e deve ser feita constantemente, assim as

estratégias podem ser revistas e realinhadas. Na tabela abaixo, observa-se alguns

indicadores, benefícios e como pode ser avaliada a rentabilidade na utilização dos

blogs 28.

Categoria do beneficio Benefício Indicador Conversão em valor


financeiro

28
CIPRIANI, Fábio (2008,p.102)
78

Gestão e valor da marca Aparições na mídia off- Número de aparições na Custo de centimetragem
line (artigos e entrevistas mídia off-line e para publicar os anúncios
em jornais, revistas, TV centimetragem na mesma publicação ou
etc.) em veículo equivalente
Aparições na mídia on- Número de aparições na Custo por mil impressões
line ( blogs importantes, mídia on-line e (COM) nos mesmos
websites de jornais ou impressões estimadas blogs, websites ou
revistas, portais, etc.) páginas web
equivalentes.
Tráfego do blog Número de visitantes Custo (COM) para
únicos anunciar em outros blogs
Buzz Marketing Número de pessoas Custo para contratar uma
únicas que comentam no agência de marketing
blog especializada em internet
Número de links externos
apontando para o seu
blog
Posicionamento em Taxa de crescimento de Custo para contratar
ferramentas de busca visitantes oriundos de consultoria em Search
ferramentas de busca Engine Optimization
(SEO)
Conhecimento do Idéias ou dicas para o Número de vezes que a Custo de uma agência de
mercado onde a negócio oriundos dos empresa recebeu pesquisa de mercado
empresa atua comentários no blog comentário ou e-mails
(desenvolvimento de com sugestões ou críticas
produtos, insights na que foram importantes
gestão, etc.) para o negócio
Vendas Oportunidades de venda Número total de Receita potencial
ativas (leads) oportunidades geradas (previsão) que cada
pelo blog e que ainda oportunidade identificada
estão no funil de vendas pode trazer de retorno.
Aumento nas vendas Número de oportunidades Receita gerada por
diretas por meio do blog( de negócio geradas pelo oportunidade.
por meio de um link ou blog convertidas em
promoção exclusiva do venda
blog)
Serviço ao cliente Economia no Número de dúvidas Custo por ligação no Call
atendimento ao cliente. respondidas por meio do Center da companhia
blog ( em posts ou por
meio de comentários)
Educação do cliente por Número de clientes ou Custo de uma ação para
meio do blog potenciais clientes educar clientes (via uma
leitores do blog agência ou mala direta,
por exemplo)
Tabela 02 – Custo e benefício

Para compreender melhor estes parâmetros, podemos observar a

análise do Blog da construtora e incorporadores Tecnisa, elaborada por Fábio

Cipriani (2008, p.109).

O blog foi lançado em maio de 2006, tinha como objetivo principal

marcar a presença da empresa na web, além de mostrar a transparência da

empresa e gerar tráfego para o site principal. Foi o primeiro blog corporativo deste

tipo de de empresa.
79

O blog trata principalmente de temas relacionados à indústria onde a


empresa se situa, mas também apresenta seus últimos movimentos
no mercado, comenta seus produtos e procura informar o
consumidor sobre artigos de interesse geral. É, portanto, um blog
sério em conteúdo, não focado em apenas um assunto específico, o
que faz com que o público, principalmente os clientes, comente
muito. A empresa recebe elogios, mas os pedidos por informação
dúvidas e reclamações também aparecem em número significativo,
os quais são respondidos pela Tecnisa. A empresa declara que
nenhuma comentário será moderado, editado ou censurado desde
que observado o código de conduta do blog, que fundamentalmente
explica o que é esperado do leitor que publica comentários, e reserva
o direito de não publicar os desrespeitosos ou sem argumento
concreto. CIPRIANI (2008, p.109)

No primeiro mês foram mais de 30 mil visitas. Com o decorrer do

tempo, o blog auxiliou na a venda de mais de dez imóveis. Um dos motivos se deve

ao fato dos comentários serem respondidos em menos de 72 horas.

Para a Tecnisa, além de ser mais um canal de comunicação com


seus stakeholders e totalmente transparente, o blog é um grande
potencializador para difundir a marca e contribuir intensamente para
sua construção, assim como um instrumento de governança
corporativa. Com dois anos no ar e a participação ativa dos
acionistas e dos principais clientes, tal ferramenta auxiliou a
identificar melhorias nos processos de diversas áreas por meio de
críticas e sugestões. Isso colabora para que os problemas
encontrados sejam amenizados ou não ocorram mais”, comenta o
diretor. CIPRIANI (2008, p.110)

Aqui podemos observar os resultados do acompanhamento do blog

no período de maio de 2006 a abril de 2007 e maio de 2007 a abril de 2008.

Retorno 2006 Retorno 2007


Retorno sobre Lucros e economias R$ 4.227.860,00 R$ 8.888.332,00
investimento Custos R$ 239.680,04 R$ 290.064,00
(incluindo vendas) Retorno sobre 1664% 1582%
investimento

Retorno 2006 Retorno 2007


Retorno sobre Lucros e economias R$ 1.427.860,00 R$ 688.332,00
investimento Custos R$ 239.680,04 R$ 290.064,00
(excluindo vendas) Retorno sobre 496% 137%
investimento
Tabela 03 - Retorno Blog Tecnisa em
80

Estas análises foram calculadas utilizando o retorno incluindo as

vendas ou excluindo as vendas. Deve-se ficar atendo, pois não foi apenas o blog

que permitiu a venda, a empresa é conhecida no ramo imobiliário, em alguns casos,

o blog foi o argumento final para efetivar a compra. Assim como outra compra

também pode ter tido no blog um dos argumentos.

De acordo com a Tecnisa, “a compra de um imóvel trata-se de um


processo racional, com uma pesquisa mais detalhada para
finalmente a tomada de decisão de compra. Como sempre nos
perguntamos: ‘reputação vende?”, entendemos que a reputação de
uma empresa á um fator decisivo para a compra de um bem durável;
e então, a exposição transparente da empresa por meio do blog
contribui para a confiança dos seus consumidores e,
conseqüentemente, em vendas”. CIPRIANI (2008, p.111)

O alto retorno na tabela que exclui as venda deve-se principalmente

ao pioneirismo do blog que teve grande destaque na mídia.

A tendência para 2008 é que continue em queda, pois é natural que


as aparições na imprensa e em outros sites na internet sejam menos
freqüentes. Para ter retorno, os posts devem fazer que o público-alvo
e os potenciais clientes participem do blog e troquem informações
sobre a empresa. Os posts e a comunidade de leitores conquistados
pela empresa, por meio do aumento constante do número de visitas,
é o maior valor na geração de benefícios a longo prazo. A instituição
deve inovar sempre para manter a comunidade ativa. CIPRIANI
(2008,p.112)
81

10 PESQUISA PERFIL DA BLOGOSFERA BRASILEIRA

10.1 Pesquisa

Está análise é baseada no estudo realizado entre 10 de novembro

de 2005 e 25 de novembro de 2005 pelo website Verbeat no endereço

www.verbeat.org/pesquisablogosferabrasil. A pesquisa completa se encontra no

mesmo endereço.

A construção do questionário, publicação on-line, coleta de dados e


tratamento dos dados para posterior análise foi feita com o uso da
82

aplicação PHPSurveyors, um sistema de pesquisa de distribuição


gratuita. A divulgação se deu na própria Internet por diversas
iniciativas, como publicação de artigos promovendo a pesquisa em
blogs, convidando sempre quem estivesse lendo e participando a
também divulgar, distribuição de um selo com link para a pesquisa
que pudesse ser aplicado em qualquer website, divulgação do link
através de listas de e-mail e grupos de discussão, e ainda releases
distribuídos para veículos de comunicação dando origem, por
exemplo, a um artigo chamando para a pesquisa publicada no
periódico virtual O Observatório da Imprensa. A Verbeat foi
responsável por todo processo de planejamento e levantamento de
dados, até extração dos resultados, elaboração deste documento e
sua publicação, com acesso irrestrito.

A Pesquisa Blogosfera Brasil é uma iniciativa Verbeat


(www.verbeat.org), idealizada, planejada e executada por Leandro
Gejfinbein (gejfin@verbeat.org), Luiz Afonso Escosteguy
(afonso@verbeat.org), Simone Bicca (simone@verbeat.org), Tiago
Casagrande (tiago@verbeat.org) e Uilson Brito (uilson@verbeat.org),
com fundamental apoio de grandes amigos da blogosfera 29.

10.2 PERFIL

Participaram da pesquisa 697 pessoas. 54,4% do sexo masculino e

45,6% do sexo feminino, com idades entre 12 e 71 anos e média de 30 anos. 52%

declararam ser da região sudeste do Brasil, sendo São Paulo o estado com maior

número de entrevistados.

10.3 O que os blogs representam?

29
Fonte: Pesquisa verbeat Blogosfera Brasil página 2
83

Esta questão era de múltipla escolha, que pelo equilíbrio das

respostas demonstrou como os blogs podem ter múltiplas utilidades.

Você acha que blog é...* Número de vezes que Porcentagem


a opção foi escolhida
Diversão/Entretenimento 489 70,2%
Imprensa Alternativa 428 61,4%
Suporte de informação 398 57,1%
Diário Virtual 359 51,5%
Moda passageira 15 2,2%
Tabela 04 - O que os blogs representam?

10.4 Dedicação à leitura de blogs

Quanto tempo é dedicado para leitura (para os Número de vezes que Porcentagem
que lêem) a opção foi escolhida
Entre 30 minutos e 1 hora 201 28,8%
Entre 15 e 30 minutos 169 24,2%
Entre 1 e 2 horas 137 19,7%
Mais de 2 horas 66 9,5%
Até 15 minutos 64 9,2%
Tabela 05 - Dedicação à leitura de blogs

10.5 Motivação à leitura dos blogs

Esta questão demonstra como os blogs são referencias em diversos

assuntos e como as opiniões são valorizadas entre as pessoas que acessam blogs.

Motivações de leitura* Número de vezes que a Porcentagem


opção foi escolhida
Diversão/entretenimento 576 82,6%
Ler opiniões diferentes sobre 559 80,2%
vários assuntos
Informação/notícias 448 64,3%
Poder comentar e discutir 354 50,0%
assuntos que acho
relevantes
84

Saber como estão e o que 272 39,0%


andam fazendo os
amigos/família
É importante para meus 79 11,3%
estudos
É importante para o meu 71 10,2%
trabalho
Tabela 06 - Motivação à leitura dos blogs

10.6 Blogs e comentários

Esta questão demonstra que grande parte dos entrevistados não

costuma comentar nos blogs. Quando comentam é para discutir o tema do post , o

que acaba agregando informações ao conteúdo.

Costuma deixar Número de vezes que a Porcentagem


comentários* opção foi escolhida
Sim, mas só em alguns dos 402 57,7%
blogs que visito
Raramente 188 27,0%
Sim, em todos os blogs que 67 9,6%
visito
Nunca comento 34 4,9%

Se comenta, qual o Número de vezes que a Porcentagem


principal motivo opção foi escolhida
Para discutir o 359 81,8%
assunto/temática do post
É uma forma de eu poder 38 8,7%
falar com quem está longe
Só para deixar um alô 37 8,4%
Para divulgar o meu blog 5 1,1%

Se não comenta, qual o Número de vezes que a Porcentagem


motivo opção foi escolhida
Não vejo importância 17 51,5%
Prefiro apenas ler 13 39,4%
Não gosto de me expor 3 9,0%
Tabela 07 - Blogs e comentários

10.7 Atualização
85

Segundo a pesquisa, grande parte dos blogueiros entrevistados

publica entre um a três posts semanais.

Freqüência de atualização Número de vezes que a Porcentagem


do blog* opção foi escolhida
3 posts por semana 179 179 32,5%
32,5%
1 post por semana 145 26,4%
1 post por dia 123 22,4%
1 post a cada 15 dias 56 10,2%
Mais de um post por dia 47 8,5¨%
Tabela 08 - Atualização

10.8 Influência dos leitores

Fica evidente nesta questão como os leitores são peça fundamental

para o blog.

Os leitores influenciam na Número de vezes que a Porcentagem


temática, estilo ou na própria opção foi escolhida
constituição do texto
publicado?
Algumas vezes 352 63,6%
Nunca influenciam 179 32,4%
Sim, em tudo que eu público 22 4,0%
Tabela 09 - Influência dos leitores

10.9 Publicidade nos blogs

Aqui, fica evidente como no ano de 2005, os blogs ainda não

eram vistos como uma ferramenta para a divulgação de mensagens publicitárias.

Você tem anúncios em seu Número de vezes que a Porcentagem


blog? opção foi escolhida
Não 478 88,8%
Sim 60 11,2%
86

Se não tem, você Número de vezes que a Porcentagem


colocaria? opção foi escolhida
Talvez, desde que não 189 54,9%
interfira na forma e conteúdo
Não 113 32,8%
Sim 42 12,2%
Tabela 10 - Publicidade nos blogs

10.10 Classificação dos blogs

Como você classificaria os Número de vezes que a Porcentagem


blogs em relação às mídias opção foi escolhida
tradicionais (rádio, TV,
jornais, Portais Internet)?*
O blog é uma mídia 291 42,5%
alternativa, como fanzines e
jornais de bairro 291 42,5%
O blog é uma mídia onde se 249 36,4%
podem encontrar aquelas
informações que não
circulam na grande mídia
O blog não interfere/interage 84 12,3%
com as mídias de massa
O blog é um jornal on-line, e 60 8,8%
pode vir a substituí-lo um dia
Tabela 11 - Classificação dos blogs

11 PESQUISA PUBLICIDADE E A BLOGOSFERA

11.1 Amostragem

Para compreender a visão dos blogueiros sobre a transformação dos

blogs em meio de divulgação de mensagens publicitárias, um questionário foi


87

aplicado através da internet, tendo como amostragem os participantes da lista de

discussão Bloglista. Naquele momento, esta contava com 336 participantes e quase

4.000 mensagens com temática blogosfera trocada entre os mentos.

A BlogLista nasceu de uma necessidade clara de se ter onde discutir


de forma sadia e respeitosa assuntos relacionados a blogs e
conteúdo RELACIONADO à Blogosfera. Não temos pretensão
alguma em ser “a lista mais movimentada”, “a lista com maior
número de membros” ou “a lista elitizada da blogosfera”, como pode
transparecer pelo seu conjunto de regras um pouco mais rígidas que
o normal.

Pelo contrário, a BlogLista vem suprir uma lacuna ante a demanda


de QUALIDADE de bons debates, discussões firmes porém
respeitosas e organizadas, possibilidades de parcerias sem jabá
gratuito e mal-feito, sem spam, assuntos relevantes e relacionados
sem off-topics desnecessários e totalmente descabíveis de um
ambiente propício para os primeiros itens 30.

Como uma das regras para participação da lista é ser blogueiro, e os

moderadores cuidam pessoalmente de cada cadastro, a lista se mostrou ser o

público mais adequado para aplicação da pesquisa.

O questionário foi enviado para a lista de discussão, e pode ser

acessado por todos os membros, obtendo como resposta cinqüenta e cinco

questionários respondidos.

30
Fonte: http://bloglista.net/about/ acessado dia 16/11/2008 às 22h35min
88

Figura 08 - Divulgação da Pesquisa através da Bloglista 31

31
Fonte: http://bloglista.net/o-melhor-da-semana-007/
89

Figura 09 - Divulgação da Pesquisa através da Bloglista 32

11.2 Questionário

O questionário foi elaborado com quinze questões, dentre elas dez

fechadas e cinco abertas, conforme pode ser observado no apêndice a.

11.3 Análise dos resultados

32
Fonte: http://groups.google.com/group/bloglista/browse_thread/thread/f6da82aa5c1b758f?pli=1
90

A - No seu blog são publicados posts com informações sobre

produtos/serviços ou empresas?

Não; 20%

Sim
Não

Sim; 80%

Gráfico 01 – Resposta questão a

Grande parte, quarenta e quatro pessoas, disseram que em seus

blogs existem postagens com informações sobre produtos/serviços ou empresas,

enquanto apenas vinte e duas relataram que não praticam este tipo de post. Esta

questão demonstra como os blogs já estão sendo utilizados como meio para

promover alguns produtos, mesmo que algumas empresas não saibam que seus

nomes estão sendo citados. Deve ficar claro que esta questão não demonstra a

pratica publicitária nos blogs, apenas que os produtos/serviços e empresas estão

sendo citados na blogosfera.

B - Você já recomendou produtos/serviços para os leitores do blog?


91

Não; 5%

Sim
Não

Sim; 95%

Gráfico 02 – Resposta questionário b

Cinqüenta e duas pessoas demonstraram que já recomendaram

produtos ou serviços em seus blogs, como cada blog comporta um micro universo

de leitores, um pequeno nicho de mercado, essa opinião foi relevante para alguns

leitores que pode ter resultado alguma compra ou reprovação de algum produto.

C - Em geral qual foi a reação dos leitores?

Em sua maioria, os entrevistados relataram que a reação foi

positiva, os leitores poucas vezes criticam por estar sendo citado um produto ou

serviço.

Entrevistado 32: Em geral eles gostam das minhas recomendações.


Quando falo de ecologia e mudança de hábito (contra as fraldas
descartáveis, p.ex.) tem gritaria... mas é normal, na minha opinião, e
muito saudável.

Entrevistado 40: Não houve comentário negativo sobre a postura,


mas sobre a empresa. Acatamos e fizemos outro post criticando a
mesma empresa.

Um fato interessante relatado foi o de que os leitores, através

dos comentários, ampliarem a discussão com troca de suas próprias experiências.

Entrevistado 4: Geralmente, compartilham alguma experiência sobre


o produto/empresa/marca ou suas manifestações sobre a
possibilidade de consumi-lo.
92

Entrevistado 42: Também deram sua opinião sobre o serviço,


gerando amplo debate.

D - Você já fez um post criticando algum produto/serviço ou empresa?

Não; 20%

Sim
Não

Sim; 80%

Gráfico 03 – Resposta questionário D

Quarenta e quatro entrevistados relataram que já criticaram alguma

empresa em seus blogs, enquanto onze nunca o fizeram.

O resultado demonstra como o blog é uma importante ferramenta de

democratização de opinião. É uma forma fácil de transmitir o que se pensa sobre

qualquer coisa, podendo gerar um resultado inesperado, como pode ser observado

na próxima questão.

E - Quando isto aconteceu, alguma empresa citada entrou em contato para

remover o post ou para comentar? Se possível, qual o nome da empresa e qual

foi sua atitude em relação a isso?

Cerca de oitenta por cento dos entrevistados relataram que as

empresas não entraram em contato, porém quando entraram não seria para resolver
93

o problema e sim para remoção do post.

Entrevistado 20: Sim. Um restaurante me ameaçou de processo - eu


não retirei o post uma vez que não havia motivo para processo legal.
Eu apenas havia criticado a comida e o atendimento do restaurante.

O entrevistado 45 respondeu o questionário com um link para seu

blog onde consta sua experiência com a marca Brastemp. Este post pode ser visto

no anexo B e gerou sessenta e oito comentários no blog, dentre eles, diversos com

experiências negativas dos leitores com a marca:

Também tive 1 problema com a Brastemp e eu não moro em São


Paulo (daí perde-se 1/2 hora em ligação interestadual para eles
depois fazerem outra ligação interestadual para 1 loja ao lado da
minha casa). Demorou 1 mês para resolver!!! Hoje sou uma feliz
proprietária de 1 Bosh. Fonte: http://www.interney.net/?p=9743600
acessado dia 18/11/2008 as 21h55minh

Ao procurarmos a palavra Brastemp no Google, este post se

encontra na décimas segunda posição. Procurando as palavras Brastemp e

reclamação ele é o primeiro da lista, sendo que o problema foi postado dia 25 de

maio de 2003.

F - Você acredita que o seu blog pode influenciar na decisão de compra dos

leitores?

Apenas 5%, três entrevistados, relataram que seu blog não

influencia na decisão de compra dos leitores. Uma pessoa acredita que ainda não,

pois seu blog é novo. Porém 95% responderam que sim, seu blog influencia na
94

compra dos leitores. Um número expressivo que demonstra o poder de influência da

opinião dos blogueiros.

a) Entrevistado 12: sim, afinal eu não devo ser o único que leva a

opinião dos outros em consideração, certo? rs...

b) Entrevistado 19: Acredito. Principalmente blogs de nicho.

c) Entrevistado 20: Sim, acredito. Principalmente se estou falando de

produtos ou serviços dentro da minha área ou que tive experiências

(boas ou ruins) como consumidor normal.

d) Entrevistado 55: São poucos leitores, mas um público bem

direcionado, então acredito que um pouco de influência posso ter.

Uma resposta muito interessante foi a de um blogueiro que se

colocou na posição de consumidor:

a) Entrevistado 22: claro! Me influência quando quero comprar algo.

Esta questão só confirma um estudo recente divulgado pelo

eMarketer 33, um instituto especializado em pesquisa e análise de Marketing Digital e

mídia, que demonstra que para 21% dos entrevistados, os blogs têm papel

fundamental na decisão de um produto ou serviço; para 19% ajuda a refinar as

escolhas; 19% utiliza como ajuda para sanar dúvidas; 17% para descobrir produtos

e serviços; 13% relatam que os blogs inspiram as compras e 7% efetuam a compra.

33
(http://www.emarketer.com/Article.aspx?id=1006716
95

34
Figura 10 – Pesquisa do site Marketer

G - Em geral, qual a reação dos leitores do blog quando você comenta sobre

algum produto/serviço ou empresa?

Em geral, 90% dos entrevistados relataram que os leitores

ajudam a ampliar o que foi postado através da troca de experiências. Entretanto,

existe a preocupação por parte de alguns blogueiros de deixar claro que o post não

é patrocinado.

a) Entrevistado 3: A reação é positiva, pois deixo claro quando um

artigo é ou não patrocinado.

b) Entrevistado 10: Gera comentários, não críticas

c) Entrevistado 21: Outras pessoas postam impressões pessoais

sobre o produto, ou fazem perguntas, muitas vezes perguntas mais

técnicas

d) Entrevistado 23: os leitores testam o produto/serviço e retornam

comentários dizendo o que acharam...

e) Entrevistado 26: As leitoras costumam dar sua opinião sobre o

produto, e não sobre o post.


34
Fonte:http://www.blogcorporativo.net/2008/11/11/influencia-dos-blogs-na-decisao-de-uma-compra/
96

f) Entrevistado 39: As pessoas interagem contando suas próprias

experiências

g) Entrevistado 45: Geralmente recomendo bons produtos e as

pessoas usam / compram esses produtos. Geralmente são coisas

que eu também comprei / usei.

H - Alguma empresa já anunciou no seu blog?

Não; 48% Sim


Sim; 52% Não

Gráfico 04 – Resposta questionário H

48%, vinte e seis entrevistados responderam que nenhuma empresa

havia anunciado em seu blog, enquanto 52%, vinte e oito entrevistados,

responderam que alguma empresa já havia anunciado no blog.


97

I - Como foi o contato?

Agência entrou
em contato; 4% O blog procurou
a empresa; 4%

Adsense; 8% O blog procurou a empresa


A empresa procurou o blog
Adsense
Agência entrou em contato

A empresa
procurou o blog;
84%

Gráfico 05 – Resposta questionário I

84%, vinte e um entrevistados, relataram que as empresas

procuraram o blog para anunciar; 8%, duas pessoas, utilizaram o Google Adsense;

4%, uma pessoa, relatou que o blog entrou em contato com a empresa e 4%, uma

pessoa, relatou que uma agência publicitária intermediou o processo.

J - Onde foi publicado o anúncio?

Gráfico 06 – Resposta Questionário J

As respostas ficaram equilibradas, 48% relataram que o anúncio foi

feito através de um post e 52% que a empresa comprou espaço no layout do blog

para anunciar no blog. Esta questão demonstra que as empresas ainda estão

indecisas em relação a qual formato mais rentável de anúncio em blogs.


98

K - Se ainda não anuncia, você tem interesse em anunciar em seu blog?

Não; 7%

Sim
Não

Sim; 93%

Gráfico 07 – Resposta questionário K

93%, noventa e três dos entrevistados, relataram que têm interesse

em rentabilizar seus blogs enquanto 7%, três pessoas, relataram não haver

interesse nesta prática.

L - Qual método você acredita ser mais eficiente?


99

Gráfico 08 – Resposta Questionário L

55%, vinte e oito entrevistados, relataram que acreditam que a

melhor forma de se anunciar em um blog é através de um post falando sobre a

empresa, produto ou serviço. 33%, dezessete pessoas, acreditam que a melhor

forma é a compra de espaço no layout dos blogs. 12%, seis pessoas, deram

sugestões, em sua maioria, através de post, porém deixando claro que a opinião

final é do blogueiro e não da empresa.

a) Entrevistado 7: Acho que a questão não é se é post ou anúncio via

banner/link de texto, mas o "mote" em cima daquilo. Parte da

blogosfera está caindo na tentação do post-pago e já-já a fonte

seca. Falta criatividade pra fazer algo além do "pago pra falar bem

de mim".

b) Entrevistado 16: ações diferentes q se associem à empresa

c) Entrevistado 43: Anúncio no blog ou outra forma de conteúdo que

não compre a nossa opinião.

d) Entrevistado 45: Permitir que o blogueiro experimente o produto /

serviço relate a empresa o que achou e publique no blog apenas se

achou relevante para seu público.


100

M - Existe alguma diferenciação no blog em relação aos posts patrocinados?

Gráfica 09 – Resposta questionário M

41%, vinte e dois entrevistados, relataram que os post patrocinados

são devidamente identificados; 17%, nove entrevistados, relataram que não, este

tipo de post é divulgado como um post normal, como uma opinião do blogueiro sobre

o tema. 42%, 21 pessoas, relataram que não praticam este tipo de post em seus

blogs.

N - Pelo blogueiro ser um potencial formador de opinião, você acredita que ele

deve ser responsabilizado pelos produtos anunciados no blog?

Gráfico 10 – Resposta questionário N


101

57%, trinta e um entrevistados, acreditam que o blogueiro não deve

ser responsável pelo que é publicado em seu blog, enquanto 43%, vinte e três

pessoas, acreditam que sim, ele deve ter responsabilidade sobre o mesmo.

O – Por quê?

a) Entrevistado 2: Deve ser responsabilizado desde que ele tenha a

opção de controlar os anúncios (como não é o caso de anúncios do

Google). Mas assim como qualquer meio, ele deve sim ser

responsável pelo que autoriza ser publicado

b) Entrevistado7: Porque é uma questão de lógica: assim como a

empresa não se responsabilizará pelo meu texto, eu não me

responsabilizaria pelo produto.

c) Entrevistado9: Na verdade, depende. Se o produto simplesmente

vier com defeito, o problema é da empresa. Mas se o blogueiro,

para anunciar o produto, "promete" mais que o mesmo faz, é o

blogueiro que infringe a lei de proteção ao consumidor, ao fazer

propaganda enganosa, e por isso é ele quem deve ser

responsabilizado.

d) Entrevistado 23: Porque ninguém é obrigado a seguir cegamente

aquilo que vê num blog, revista, jornal, TV, etc... Todos devem ter

discernimento para saber o que e certo e errado...

e) Entrevistado12: Porque, a menos que explicitado de outra forma,

entende-se que o blog e todo seu conteúdo é de origem da mente e

da intenção de seu dono.


102

f) Entrevistado 15: Deve-se anunciar apenas aquilo que você

conhece, ou sua credibilidade junto aos leitores começará a cair.

g) Entrevistado 25: Porque, apesar atingir um grande público, as

pessoas não devem apenas crer na minha opinião, mas utilizá-la

apenas como constraste de discussão.

h) Entrevistado 32: Se for anúncio, eu não sou responsável. Claro que

não vou deixar a Monsanto, p.ex, anunciar no meu blog (a princípio,

verde). Mas aí são meia dúzia (tá, é mais, droga!) de empresas que

ficam fora do rol de possíveis anunciantes. O grande problema, a

meu ver nem é este. A gente (blogueiros) não tem COMO veicular

estes anúncios. Eu não vou correr atrás de empresa, nem negociar

cpm, ctr e o escambau. Minha visitação é pequena e

qualificadíssima (graças ao meu trabalho) e eu FORMO OPINIÃO,

sim. então quem anunciar tem que valorizar. Publicidade não

valoriza isso, embora corra atrás. E a mídia, no fim das contas, não

é responsável pelo que o anunciante faz. É o suporte da

mensagem. Vamos ter que explicar tudo de novo só porque o jeito

de falar mudou?

i) Entrevistado 36: Creio que o blogueiro tem responsabilidade parcial

entre o produto anunciado. Tanto no aspecto moral, ético, ecológico

e conceitual. A responsabilidade é referente ao que ele oferece ao

seu público. Se realmente acredita no produto ou ação a ser

divulgada.

j) Entrevistado 55: Por causa da influência sobre os seus leitores. É

preciso cuidado para não perder a credibilidade com os leitores (já


103

perdi a credibilidade com muitos blogueiros por causa disso, deixei

de ler por causa da falta de seleção na hora de fazer posts

patrocinados ou "jabás".)

k) Entrevistado 42: O produto não é dele. A opinião, sim.

11.4 - Conclusão pesquisa

Através da tabulação e analise das respostas obtidas, fica evidente a

ascensão dos blogs como meio de divulgação de mensagens publicitárias. Em sua

maioria, os blogueiros o fazem através de posts, recomendando produtos para seus

visitantes, porém sem estar recebendo por isso.

Nas respostas fica evidente a preocupação em deixar sempre claro

que não estão praticando post patrocinados, afinal eles não querem ter sua opinião

comprada. Isso não significa que não devem ser pagos, apenas que para o

anunciante deve ficar evidente que o post publicado pode ser a favor ou contra

aquela marca, afinal, os blogueiros só chegaram onde chegaram graças à sua

transparência e sinceridade em relação ao seu micro universo de leitores.

Algumas empresas, quando citadas negativamente, solicitam a

remoção do post, deste fato tiram-se duas conclusões. A primeira é valorização da

imagem que os blogs transmitem da empresa. A segunda é que nem todas sabem

como reagir, sendo mais fácil, muitas vezes, entrar na conversa e propor soluções.

Em relação às empresas que já anunciam em blogs, a maioria entra

em contato direto com o blogueiro, porém ainda não existe um modelo mais correto

de como fazer, os resultados demonstram que metade anuncia nos espaços do

layout do blog, enquanto a outra metade procura anunciar nos posts.


104

Um blog, antes de tudo, é uma conversa entre leitores com leitores e

blogueiro com leitores, todos os pontos de vista para uma troca de experiência são

bem vindos. Assim, quanto mais comentários, mais o post se desenvolve, mais a

conversa flui e mais informativo e útil ele se torna.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A forma tradicional como é encarado o consumidor foi transformado

graças à internet. Não que antes ele não tivesse opinião, porém agora, finalmente

ele tem acesso a tecnologias que permitem se expressar e ser ouvido. As pessoas

comuns foram as primeiras a valorizarem esta condição, entretanto, agora as


105

empresas estão atentas e aproveitando este contato direto com o consumidor, tanto

para ser ouvir quanto para falar.

Os blogs estão revolucionando a forma de se comunicar, graças a

sua simplicidade e dinamismo, ele está sendo adaptado para diversas funções,

inclusive para áreas da publicidade e propaganda. Seu fundamento é

essencialmente de propaganda, pois ajuda na propagação de idealismos e valores,

entretanto a publicidade está se inserindo neste contexto, transformando o blog

numa ferramenta complementar ao mix de comunicação que compõem as

empresas.

Graças às pesquisas realizadas, fica evidente o potencial desta

ferramenta de comunicação, não apenas para promover produtos, serviços ou

empresas, mas também como ferramenta de pesquisa para ter um feedback real da

reação das pessoas sobre o que está sendo transmitido.

Além dos blogs, os blogueiro também passam a ser um novo

público, pois são o alicerce que fundamenta o blog, cada um com seu micro universo

de seguidores que compõem diversos pequenos nichos de mercado. Com eles é

possível atingir públicos extremamente segmentados, algo extremamente difícil pela

propaganda.

As formas para prática da propaganda já estão bem definida, como é

o caso dos blogs corporativos que servem para dar um rosto à empresa. Entretanto,

em relação à prática da publicidade, ainda está indefinido. Grande parte destas são

apenas adaptações de conceitos antigos utilizados pela mídia tradicional, como é o

caso da compra de espaços publicitários no layout do blog.

As pessoas são o grande trunfo dos blogs, elas comentam, opinam e

só buscam uma coisa, a informação transparente e verdadeira.


106

Fica a cargo dos novos profissionais encontrarem abordagens

adequadas e adotar este novo meio para solucionar problemas específicos

encontrados por seus clientes. Os blogs não solucionam todos os problemas,

entretanto sua versatilidade permite que seja adaptado para conseguir os melhores

resultados.

BIBLIOGRAFIA

ANDERSON, Chris. A cauda longa: Do mercado de massa para o mercado de


nicho. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.

ARANSON, Brad; ZEFF Robbin. Publicidade na internet . Rio de Janeiro: Campus,


2000.
107

BAETA, Tiago; TOREZANI, Nathalia. Internet: o encontro de dois mundos:


Crônicas. Rio de Janeiro: Brasport, 2008.

BUENO, Wilson da Costa. Comunicação Empresarial: Teoria e Pesquisa. São


Paulo: Manole, 2003.

BUMBA, Lincoln; SISSORS, Jack. Planejamento de mídia. São Paulo: Nobel, 2001.

CASTRO, Álvaro. Propaganda e mídia digital: a Web como a grande mídia do


presente. Rio de Janeiro: Qualitymark Editora, 2000.

CASTRO, Álvaro de. Propaganda e mídia digital: A web como a grande mídia do
presente. Rio de Janeiro: Qualitumark Editora, 2000.

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Qualitumark , 2002.

CIPRIANI, Fábio . Blog Corporativo. São Paulo: Novatec Editora, 2006.

CIPRIANI, Fábio . Blog Corporativo. 2º Ed - São Paulo: Novatec Editora, 2008.

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DEFLEUR, Melvin L. Teorias da comunicação de massa. Rio de Janeiro:


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FEARING, Franklin. A comunicação humana. In: COHN, Gabriel ( org.)


Comunicação e indústria cultural. 4º ed. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1978.

GALINDO, Daniel. Propaganda inteira & ativ@. São Paulo: Futura. 2002.

HEWITT, Hugh. Blog: Entenda a revolução que vai mudar seu mundo: São
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HUBA, Jackie; MCCONNEL, Ben. Buzzmarketing – Criando Clientes


Evangelistas. São Paulo: MBooks do Brasil Editora Ltda, 2006.

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KOTLER, Philip. Marketing para o século XXI: como criar, conquistar e dominar
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KOTLER,Philip; ARMSTRON,Gary. Princípios de Marketing. São Paulo: Pearson


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LEWIS, Herschell; NELSON, Carol; Advertising Age – Manual de publicidade.


São Paulo: Nobel, 2001.

MCKENNA, Regis. Marketing de relacionamento. São Paulo: Campus, 1999.


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PINHO, José. Publicidade e Vendas na Internet: São Paulo: Summus, 2000.

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Janeiro: Codecri, 1978.

RUÓTULO, Antonio Carlos. Audiência e recepção: perspectivas. Comunicação e


sociedade. São Bernardo do Campo: UMESP, n.30 1998.

SANT’ANNA, Armando. Propaganda: teoria, técnica e prática. São Paulo: Pioneira


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SCHITTINE, Denisa. Blog: Comunicação e escrita íntima na internet. Rio de


Janeiro: Civilização Brasileira, 2004.

SCOOT, Meerman. As novas regras do marketing e de relações públicas. Rio de


Janeiro: Elsevier, 2008.

SCOTT, David Merran. As novas regras do marketing e de relações públicas. Rio


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TAVARES, Fred. Gestão da Marca: Estratégia e Marketing. Rio de Janeiro: E-


papers Serviços Editoriais Ltda, 2003.

VAZ, Conrado. Google Marketing: o guia definitivo de marketing digital: São


Paulo: Novatec Editora, 2008.

VERTERGARRD, Kim. A linguagem da propaganda. 2. Ed. São Paulo: Martins


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WOLF, Mauro. Teorias da comunicação. Edição 4. Lisboa: Presença, 1995.

WRIGHT, Jeremy. Blog Marketing – A nova e revolucionária maneira de


aumentar vendas, estabelecer sua marca e alcançar resultados excepcionais.
São Paulo: M.Books do Brasil Ltda, 2008.

WURMAN, Richard Saul. Ansiedade da Informação 2: Um guia para quem


comunica e dá instruções. São Paulo: Editora Cultura, 2005.
109

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no mundo digital. Revista Época Negócios. São Paulo, ano I, nº 8, outubro de
2007.

CAVALLINI, Ricardo. O marketing depois de amanhã. Disponível em :


http://www.depoisdeamanha.com.br/download/depois-de-amanha-2.0.1.pdf .
110

FOSCHINI,Ana; TADDEI, Roberto. Coleção conquistando a rede: BLOG.


Disponível em :
http://tream.agenciabrasil.gov.br/arquivos/conquiste_a_rede/conquiste_a_rede_blog
.pdf.

PRIMO, Alex; SMANIOTTO, Ana. Blogs como espaços de conversação:


Interações conversacionais na comunidade de blogs insanus. Disponível em :

RECUERO, Raquel. Weblogs, webrings e comunidades virtuais. Disponível em


http://pontomidia.com.br/raquel/webrings.

Revista iMasters. Vitória, ano I, nº 1 , abril de 2007.

Revista iMasters. Vitória, ano II, nº 4 , janeiro de 2008.

VITOR, Luís. A história dos blogs. Disponível em:


http://www.nesi.com.pt/monitor/Monitor12.pdf.

ANEXOS
111

ANEXO A

O "marketing viral" e a Nike


Na terça-feira, dia 26 de fevereiro, a equipe do Futepoca recebeu um
e-mail, no mínimo, curioso. Vinha com o título "Texto sobre Ronaldo" e o remetente
era alguém de uma empresa de "marketing viral". Dizia o e-mail:
112

Olá Equipe do Blog FUTEPOCA! Trabalho na Agência RIOT,


especializada em Estratégias para Mídias Sociais. Visitei o seu blog e gostei
bastante do conteúdo.
Dessa forma, achei bastante relevante sugerir à vocês a divulgação
do site da Nike especializado na “recuperação” do jogador Ronaldo, que realizou, no
último dia 14, uma cirurgia no tendão do joelho esquerdo. Este site foi criado pela
Nike para que os fãs de Ronaldo transmitam força e motivação ao jogador, para que
ele retorne aos campos o mais breve possível e volte a encantar os amantes de
futebol.
O site dedicado ao Ronaldo é o http://nikefutebol.com/ronaldo Estou enviando um
pequeno texto explicativo, dando algumas instruções sobre como poderia ser escrito
este texto, ok?
Caso vocês aceitem escrever sobre o Ronaldo e o resultado no blog,
comentários e etc, for positivo, em uma outra oportunidade podemos, quem sabe,
firmar alguma espécie de parceria, ok? Este post que estamos sugerindo, seria uma
espécie de Post Piloto. Dando resultados dessa vez, surgindo novas campanhas
pertinentes ao seu blog, poderemos conversar novamente, ok?
Se tiverem alguma dúvida, entrem em contato o mais breve possível,
ok?

Ps.: Caso aceitem, precisamos que o texto seja escrito e postado até amanhã (dia
27) pela noite, ok? Qualquer dúvida, entrem em contato comigo.
"Marketing viral" é uma forma utilizada por diversas empresas para
tornar mais conhecida uma marca, tendo como nicho inicial as redes sociais. A idéia
é fazer com que peças sejam reproduzidas como uma "epidemia". Agora, os
promotores de tais campanhas começam a usar os blogues, pelo seu caráter
supostamente "amador" como forma de divulgar seus produtos.

No entanto, ao contrário de outras campanhas, a "proposta" dirigida em nome da


Nike tem uma clara promessa de "futuros negócios", como evidencia a parte em
negrito. Eles não estão tentando comprar um espaço publicitário, algo totalmente
comum e normal em qualquer site ou veículo de mídia. Tentam comprar conteúdo.

Abaixo, as "indicações" transmitidas por eles de como o blogueiro deve fazer o tal
post:
O post consiste em redigir um breve texto falando do fenômeno
Ronaldo, suas conquistas no Brasil e no Exterior. O texto deve ser focado no
enobrecimento do jogador, que adquiriu, através de suas conquistas, status de
“fenômeno”. Dentro deste texto, ou ao final dele, deve ser inserido o link que dará
acesso ao site http://nikefutebol.com/ronaldo. Procure motivar as pessoas a
transmitir força ao jogador, convidando-os a criar um vídeo de comemoração de um
gol, fazendo uso da marca registrada de Ronaldo, que é o dedo indicador direito
erguido [há exemplos no site]. Procure também, enfatizar a opção de enviar
mensagens diretamente no portal da Nike ou via SMS. O texto deve motivar as
pessoas a dar este apoio de uma forma espontânea, fazendo referência à paixão
pelo futebol e ao grande jogador Ronaldo.
Viram as "indicações"? Peguem trechos e joguem no Google. Verão
que váriossite e blogues contém trechos literais. Outros seguem bem o que pede o
"espírito" do briefing. Talvez diversos blogueiros tenham aproveitado justamente sua
admiração por Ronaldo e fizeram o post por meio desse "incentivo", mas com boa
113

fé. Entretanto, na prática, fica difícil diferenciar quem fez por admiração e quem fez
por conta simplesmente das promessas do tal e-mail. Fica ruim para o leitor
acreditar que o autor do site escreve por convicção.
Até os profissionais. Porém, há que ser feita uma distinção mais
séria. Há sites e blogues ligados mais a entretenimento, feitos sem critérios
jornalísticos, e os feitos por jornalistas, que supostamente deveriam seguir as
diretrizes que regem essa prática tão maltratada nos dias atuais. Esses não podem,
em hipótese alguma, aceitar tal tipo de "oferta". Por isso, sequer respondemos tal
proposta. OFutepoca muitas vezes não é jornalístico, trata de assuntos com bom
humor e certa pilhéria, como na criação de campanhas ou outras enquetes feitas pra
brincar com a torcida. Mas na maior parte das vezes, inclusive no trato de
informações divulgadas em outros veículos, critérios claros são seguidos. Afinal,
apesar de nenhum de nós ser da área esportiva em nossas carreiras, somos
jornalistas em tempo integral.
Por isso, o estranhamento não é com o fato de a tal informação da
Nike ter sido sido veiculada em sites noticiosos, mas principalmente com a forma
como a "notícia" foi dada. No site Futebol Interior, por exemplo, o título dizia:"Nike
faz campanha mundial pró-Ronaldo. Participe!" Algo que faria corar qualquer
estudante de Jornalismo. Outros blogues e sites também republicaram.

Clique para ver os resultados da busta "Ronaldo, recuperação, Nike" no Google e


no Google Search Blogs.
A contribuição dos blogues para a democratização da comunicação
no Brasil e no mundo vem sendo decisiva. Mas esse tipo de ação marqueteira,
quando encontra eco na blogosfera, causa desânimo. Já a ação
do marketingostensivo de grandes empresas na mídia esportiva não é novidade.
Mas continua um fato lamentável.
Fonte: http://www.futepoca.com.br/2008/02/o-marketing-viral-e-
nike.html

ANEXO B

Brastemp NÃO é sinônimo de satisfação e qualidade


Eu tenho 4 produtos da Brastemp: geladeira, fogão, máquina de
lavar roupa e máquina de lavar louças.
114

Meu fogão veio com a mesa torta. A assistência técnica trocou


depois de duas visitas, duas grades ainda não ficaram firmes e depois de mais duas
visitas continuam bambas, pondo em risco a utilização dessas duas bocas.
A máquina de lavar louça não seca corretamente a louça e a grade
inferior lascou, depois de duas visitas a grade inferior foi trocada e uma peça foi
trocada, a máquina continua sem secar e a grade superior soltou um pedaço, já se
passaram duas visitas e os problemas permanecem.
Neste sábado eles marcaram para vir aqui em casa resolver os
problemas e não vieram, desmarquei outros compromissos e eles nem sequer
ligaram. Procurei na internet sobre reclamações da Brastemp e descobri que eles
não são o que dizem, conheça a verdade:
Procon SP 2000: 100 reclamações, 13 não atendidas.
Procon SP 2001: 50 reclamações, 7 não atendidas.
Procon SP 2002: 43 reclamações, 8 não atendidas.
Total: 193 reclamações, 28 não atendidas (14,5%). Sendo que 113
reclamações foram sobre produto entregue com danos/defeitos.

Em 1997 foi a 6ª empresa do Brasil em número de reclamações.


Em 1999 foi a 4ª empresa mais reclamada de Santos/SP.
Em 2000 foi a 13ª empresa do Brasil em número de reclamações.

Reclamações de uma consumidora no site Boca no Trombone.


Reclamações do Jean Boechat em seu blog Telescópica.

Estou entrando em contato com diversos serviços de defesa do


consumidor. Peço também a ajuda de vocês para divulgarem o ocorrido. Se tiverem
alguma dica ou conselho sobre como lidar com a situação ou se também tiverem
reclamações sobre a Brastemp fiquem à vontade para me escrever, qualquer auxílio
é bem vindo.
Updates

Dia 27/05: Fernanda do SACNET da Brastemp entrou em contato


para saber o que estava acontecendo, pedimos que ela retornasse apenas depois
de levantar nossas informações junto ao SAC por telefone. É um desrespeito forçar
o cliente a repetir tudo o que se passou, acho que eles precisam de um sistema
integrado de Call Center/TMK/CRM.
Dia 27/05: Maria Lúcia do SACNET entrou em contato após receber
reclamação do site Reclame Aqui, mais uma vez solicitamos que levantassem os
dados antes de nos contatar.
Dia 28/05: Maria Lúcia retornou sugerindo a visita do técnico para
trocar as peças do fogão e avaliar o problema da lava-louça, avisamos que o
problema já foi mais do que avaliado por diferentes técnicos, queremos uma
solução. Retornou a ligação mais tarde sugerindo recompra do produto: avisamos
que se o modo da Brastemp resolver os problemas é recomprando os produtos
então eu iria me desfazer de todos o s produtos Brastemp. Então ela me apresentou
uma sugestão de trocar minha lava-louças por uma melhor - mas existe diferença de
qualidade entre os modelos? Ao que parece existe, ou seja, não são todos os
produtos Brastemp que são assim uma 'Brastemp'.
115

Dia 29/05: Segunda-feira (02/06/2003) o Alexandre virá aqui para


resolver o problema do fogão.
Dia 31/05: A Brastemp tentou fechar a reclamação no site Reclame
Aqui, só que o problema ainda não está resolvido.
Dia 02/06: O Alexandre não pode vir, veio outro técnico, uma das
grades do fogão deixou de balançar, uma ainda ficou com folga.
Dia 04/06: A Brastemp tentou fechar a reclamação no site Em
Defesa do Consumidor, só que o problema ainda não está resolvido.
Dia 07/06: O Tarcílio veio olhar minha máquina de lavar roupa, ela
começou a fazer um barulho estranho recentemente, será necessário trocar o cesto.
Ele nos passou várias dicas que não constam no manual, inclusive que o
alinhamento da máquina deve ser verificado periodicamente para evitar que o cesto
desnivele. Essa troca foi agendada para 11/06.
Dia 09/06: Veio um técnico trocar a máquina de lavar louça por
outra, essa nova é um outro modelo, maior, segundo eles é um equipamento de
melhor qualidade.
Dia 10/06: Finalmente lavamos a louça e tiramos ela seca da
máquina de lavar!

Fonte: http://www.interney.net/?p=9743600

ANEXO C
116

Blog Ócio 2007 transforma ferramentas


do Microsoft Office em divertidas opções de lazer

Com descontração, blog destaca novidades do Office 2007 que


reforçam versatilidade dos aplicativos
São Paulo, outubro de 2008 – Desde junho de 2007 no ar, o blog
Ócio 2007 (www.ocio2007.com.br) está com cara nova. Além de ganhar layout e
design diferentes, ele traz como novidade o módulo “ÓcioCast”, com podcasts
especiais em que os usuários podem ouvir um bate-papo amistoso pela internet. Os
primeiros ÓcioCasts são sobre os temas Busologia e Casamento, que apresentam
especialistas dos assuntos contando sobre suas experiências. Uma vez por mês
haverá podcasts de temas da atualidade. Outra novidade do Ócio 2007 é a série em
vídeo “Meu Amigo Office”, que traz dicas preciosas a respeito dos programas do
Office. O Ócio 2007 é um blog que cria inusitadas opções de diversão a partir da
adaptação de ferramentas do Office 2007, comumente utilizadas no mundo dos
negócios, e pertence à Divisão de Negócios Office da Microsoft Brasil.
Em pouco mais de 1 ano, os fãs do Ócio 2007 já fizeram em torno
de 433 mil downloads de aplicativos até o dia 16 de outubro. Muitos desses
programas baixados são jogos, testes, reedições de brincadeiras da infância.
Marcam esse segundo semestre o lançamento das séries em defesa da
procrastinação responsável e o horóscopo geek, uma paródia do zodíaco que vai
buscar nas raízes do universo geek a sorte do consulente. Além disso, o blog fez
concurso de aplicativos, angariou fãs que enviam suas criações a partir do Ócio.
Entre os dias 3 e 16 de outubro, o blog recebeu uma média de 2.325 visitas diárias.

Nesse período de aniversário, o Ócio 2007 aposta ainda mais na


criatividade. No blog, tudo é motivo para a subversão. Uma planilha do Excel pode
ser compartilhada para dinamizar o fluxo de tarefas, por exemplo, mas também pode
se tornar uma tabela para acompanhar os jogos do Campeonato Brasileiro ou
mesmo virar um Caçador de Chavões, que testa o grau de jargões usados em um
texto. O calendário do Outlook, que normalmente armazena reuniões e outros
compromissos, pode registrar dias e horários das séries favoritas da televisão.

Pioneirismo
O Ócio 2007 é o primeiro canal de comunicação da Microsoft Brasil
voltado para o usuário final que
mostra os diferenciais de um de seus produtos.

“Queremos mostrar a inovação e a versatilidade do Office 2007 e


acreditamos que um blog é uma maneira divertida e atraente de falarmos sobre isto.
O Office 2007 foi desenvolvido para tornar o dia dos usuários mais fácil, mais
prático, mais inteligente e oferece muitos recursos que podem ser adaptados e
personalizados para atender às mais diversas necessidades”, diz Loredane Feltrin,
gerente de produtos e soluções Office.

Etimologicamente o ócio é o contrário de negócio, palavra


que vem do latim nec-otium, ou seja, negação do ócio. A proposta do blog é
justamente mostrar os recursos do Office 2007 que podem ser também utilizados
nestes momentos de ociosidade. Por meio de textos bem-humorados e print
screens, o Ócio 2007 demonstra ao internauta as variadas opções de adaptações
117

que o Office 2007 possibilita, reforçando o uso do pacote em sua totalidade, em casa
e no trabalho.

Dinâmica

O Ócio 2007 é atualizado três vezes por semana por uma equipe
composta por jornalistas, blogueiros e desenvolvedores. Estes profissionais se
inspiram em fatos comuns do cotidiano, conversas com especialistas e descobertas
feitas em fontes de consulta para apontar as dicas de uso e personalização de
recursos no blog. O Ócio 2007 permite ainda que o internauta faça o download das
criações feitas pela equipe.

Com o blog Ócio 2007, a Microsoft Brasil cria mais um canal


de comunicação com os usuários do Office, permitindo a troca de informações e
curiosidades sobre o pacote. A iniciativa, além de disseminar os diferenciais
oferecidos pelo Office 2007 contribui para impulsionar o uso em sua totalidade.

- O blog é uma maneira diferenciada de a Microsoft se aproximar do


consumidor, que pode interagir de forma descontraída com informações sobre as
ferramentas disponíveis no Office, complementa Loredane.

Microsoft Office 2007

O Office 2007 é o novo pacote de produtos da Microsoft que


traz, entre outras aplicações, o Word, Excel, PowerPoint e Access. A versão
corporativa do produto foi lançada mundialmente em novembro do ano passado. O
Office 2007 foi desenvolvido com base em feedbacks recebidos de seus usuários e
traz significativas mudanças que impactam diretamente no cotidiano das pessoas.
Entre as novidades está uma interface aprimorada e simples de ser utilizada. O
Office 2007 funciona tanto com o Windows Vista quanto com o Windows XP SP2.

Mais Informações à imprensa:


Fan Comunicação – T: 11 5505-0807
Roberta Paixão – roberta@fan.inf.br
Raquel Cruz – raquel@fan.inf.br

APÊNDICE
118

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS BLOGUEIROS


119

Olá, desde já agradeço pela sua atenção. Se você está aqui é


porque é um blogueiro e faz parte da lista de discussão BlogLista. Meu nome é
Antônio André Sinkos, não sou blogueiro, mas sou um apaixonado pela blogosfera.
Este ano estou encerrando meus 4 anos de batalha no curso de comunicação social
com habilitação em publicidade e propaganda, e como todos sabem, chegou a hora
de provar que este tempo não foi perdido através do TCC. Como tema, optei por
abordar como os blogs podem funcionar como ferramentas complementares na
publicidade. Para embasar minhas analises eu gostaria de sua ajuda respondendo
este questionário, gerando informações relevantes que posteriormente poderão ser
utilizados por todos. Obrigado.

1.1 - No seu blog são publicados posts com informações sobre


produtos/serviços ou empresas?
Sim
Não

1.2 - Você já recomendou produtos/serviços para os leitores do


blog?
Sim
Não

1.3 - Em geral qual foi a reação dos leitores?Houve algum


comentário negativo sobre a sua postura?

1.4 - Você já fez um post criticando algum produto/serviço ou


empresa? *
Sim
Não

1.5 - Quando isto aconteceu, alguma empresa citada entrou em


contato para remover o post ou para comentar? Se possível, qual o nome da
empresa e qual foi sua atitude em relação a isso?
_______________________________________________________

1.6 - Você acredita que o seu blog pode influenciar na decisão de


compra dos leitores?
_______________________________________________________

1.7 - Em geral, qual a reação dos leitores do blog quando você


comenta sobre algum produto/serviço ou empresa?Exemplo: O post não gera
repercussão? O post sofre críticas?
_______________________________________________________

2.1 - Alguma empresa já anunciou no seu blog?


Sim
Não

2.2 - Como foi o contato?


O blog procurou a empresa
120

A empresa procurou o blog


Outro: __________________________________________

2.3 - Onde foi publicado o anúncio?


Através de post
Compra de espaço no blog
Outro: __________________________________________

2.4 - Se ainda não anuncia você tem interesse em anúnciar em seu


blog?
Sim
Não

2.5 - Qual metodo você acredita que ser mais eficiente ?


Post sobre um produto/empresa
Anuncio no blog
Outro: __________________________________________

2.6 - Existe alguma diferenciação no blog em relação aos posts


patrocinados?
Sim
Não
Não pratico este tipo de post

2.7 - Pelo blogueiro ser um potencial formador de opinião, você


acredita que ele deve ser responsabilizado pelos produtos anunciados no blog?
Sim
Não

2.8 - Porque?
__________________________________________

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