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Pagu vida e obra
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os bancos estrangeiros tomavam conta da economia brasileira em virtude da
crise econômica e da baixa do café.
Pagu e Oswald se unem, A cerimônia de casamento acontece primeiro no
cemitério da Consolação em São Paulo, em frente ao túmulo da família do
escritor. “Depois se retrataram diante de uma igreja. Cumpriu-se o milagre.
Agora sim o mundo pode desabar” (PAGU IN TEIXEIRA, 1999. P.45).
Em 1930, o Brasil vivia um tempo de definições políticas: a revolução de 30, a
crise do capitalismo, o “crack“ da bolsa de valores de Nova York e
conseqüentemente a depressão, situação que trazia um abalo à economia
brasileira. Pagu e Oswald assumem a militância política, filiam-se ao PCB,
engajando-se na luta revolucionária. “Fora preciso uma mulher para fazê-lo
descobrir exatos caminhos revolucionários”.(BATELA, 1997. P.70)
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O apito acalara num sopro. As máquinas se movimentam com desespero. A
rua está triste e deserta. Cascas de bananas. O resto de fumaça fugindo.
Sangue misturado com leite
(TEIXEIRA,1999. P.35)
Pagu fica doente, devido aos serviços que presta ao partido seguindo a ordem
de “proletarizar-se”. Cansada e também visada pela polícia, ela deixa o país,
percorrendo diversos paises: Estados Unidos, Japão, China, Rússia, Alemanha
e França; durante esse período trabalha como correspondente dos jornais:
Correio da Manhã, Diário de Notícias e A Noite.
Na China, fez relações com o jovem imperador Puhy, ambos andavam de
bicicleta, dentro do parque amuralhado da residência imperial, foi desta forma
que Pagu consegue sementes do feijão soja e as envia ao Brasil para o amigo
Raul Bopp.
Quando chega em Paris, arruma uma identidade falsa: Leoni. Estuda em
Sorboné e filia-se ao Partido Comunista Francês, continua a militar, mas outra
vez é presa como militante comunista estrangeira. Seria deportada para a
Alemanha, onde seria prisioneira dos nazi-fascistas; porém foi identificada pelo
embaixador Souza Dantas, que a manda de volta ao Brasil.
Chega ao Brasil e este se encontra em agitação: os integralistas e o PCB
radicalizam a cena política e Prestes montava a revolta militar.
Os comunistas optam pela luta armada, Prestes esperava que a revolta militar
despertasse uma adesão popular, o que não ocorre. Com o fracasso da
revolta, todos os suspeitos são perseguidos, milhares de pessoas são presas
outras tantas torturadas. Pagu mais uma vez é presa, dessa vez, por um
período de cinco anos. Quando foi solta, estava muito debilitada física e
emocionalmente em razão das torturas que sofreu. Apesar disso, não se
entrega, rompe definitivamente com o PCB, mergulhando numa crise
existencial. Separada de Oswald com quem teve um filho: Rudá, casa-se com
o jornalista Geraldo Ferraz.
Passa a demonstrar profundo interesse pela criação teatral de vanguarda,
traduz pela primeira vez uma peça de Ionesco, A Cantora Careca, divulga
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autores estrangeiros como Brecht e Strindberg, traduz e dirige a peça Fando e
Lis de Fernando Abarral, com um grupo de teatro amador de Santos.
Com Geraldo Ferraz teve seu segundo filho e também com ele escreve seu
segundo romance: A Famosa Revista, onde denuncia os males de um partido
monolítico.
Em 1950, Pagu concorre pelo PSB, a uma cadeira na Assembléia Legislativa
de São Paulo, mas não conseguiu ser eleita. Lançou o manifesto Verdade e
Liberdade, onde ataca o Partido Comunista. “Agora, saí de um túnel. Tenho
várias cicatrizes, mas estou viva” (PAGU IN TEIXEIRA, 2004. P.112).
Em 1949 tenta o suicídio com um tiro na cabeça, nesta mesma época ela bebe
de forma descontrolada suas roupas ficam escuras, cabelos desgrenhados, o
olhar vago e cansado.
Em fins de 1962 viajou a Paris para uma cirurgia contra o câncer, porém a
operação não apresenta os resultados esperados, o que leva Pagu a tentar o
suicídio novamente. Retorna ao Brasil junto com Geraldo Ferraz. Pagu morre
de câncer em dezembro de 1962, seu corpo está enterrado no cemitério do
Saboó em Santos. Teve uma trajetória contestatória, engajou-se na prática
revolucionária urbana, foi altamente politizada e sensível a justiça, viveu
intensamente os debates da sua época.
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TEATRO DE VANGUARDA
Não tem como falar de teatro sem falar em vanguardismo - atitude iconoclasta
que recusa o estabelecido - caracteriza-se pela experimentação incessante de
novos conceitos e procedimentos, dele fazendo seu objetivo maior,
intrometendo-se em todos os domínios cênicos, da encenação às temáticas, da
dramaturgia à cenografia, da arquitetura à interpretação dos atores.
As primeiras décadas do século XX caracterizam-se pelos manifestos e
atuações grupais; seu momento heróico de afirmação, através de revistas,
happenings, serenatas e espetáculos diversos. A partir dos anos 40 a
vanguarda mostra-se enfraquecida, persiste nas criações e obras de
indivíduos, que a tomam como um estímulo à continuação das rupturas.
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Retirado da página da internt.e:
http://www.furb.br/futb/index.php?secao=artigo&sub=teatro
Citação de Deborah Colker, para Ana Maria Tonial, ttp://an.uol.com.br/2002/mai/24/0ane.htm
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Hoje no Brasil podemos vivenciar diversos movimentos das artes plásticas que
ganham novas leituras de espetáculos como, por exemplo, "4por4", da Cia. de
Dança Deborah Colker, formada por 18 bailarinos, que trazem muito mais que
um espetáculo, os artistas tem uma meta. "Quanto mais conhecimentos
adquirimos, mais livre e simples o trabalho se torna. Tem mais chances de
atingir muitas pessoas" , diz Deborah Colker .2
Distúrbio Eletrônico, Critical Art Ensemble - CAE grupo onde ativistas trazem
uma nova visão de arte “A nova geografia” que é a geografia virtual, e o núcleo
da resistência política e cultural. O interessante é falar semelhança da luta do
CAE, com a luta política do início do século em especial o símbolo deste
movimento: a Pagu.
È muito difícil falar de Teatro sem assistir, pesquisar, discutir, atuar, ler, ir de
fato aos espetáculos e pesquisar muito a história e principalmente o que está
acontecendo agora e não ficar pensando que tudo já foi explorado.
Outra grande influencia de nosso trabalho foi Peter Brook (1925) diretor
teatral que nos anos 60, inova em montagens de Shakespeare como Rei Lear,
e em Marat/Sade. Funda o Centro Internacional de Pesquisa Teatral. Centra
seu trabalho na valorização do ator. Trabalha com grupos de diversas
nacionalidades para que as diferenças culturais e físicas enriqueçam o
resultado final.
Podemos dizer que na vida tudo é experimentação. Tudo está em mutação,
transformação... A negação disso é o niilismo. Tudo pode, deve se arriscar,
questionar, confrontar, encorajar. O que não é experimentação é repetição,
cópia, manutenção da ordem velha, interditada, desnecessária. O teatro
experimental é qualquer cena contemporânea que pesquise novas técnicas,
ocupação espacial, textos, etc. A busca por um pensamento original, a ruptura
com velhas estruturas, tudo é parte de um desafio em que a experimentação é
um dos alicerces, seja no teatro, na literatura ou na vida. "Nunca acreditei em
verdades únicas. Nem nas minhas, nem nas dos outros. Acredito que todas as
escolas, todas as teorias podem ser úteis em algum lugar, num dado
momento”.( BROOK 1952. P52. )
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Uma das preocupações do Teatro de Vanguarda é engajar o espectador. Qual
seria a relação do espectador com o espetáculo? Voyer, parte do espetáculo,
criador. O teatro joga o espectador no jogo da imaginação. O desejo de engajar
o espectador norteou o trabalho de Artaud, Living Teatre, Grotowisk, Ronconi e
outros.
Com o teatro de vanguarda surgem as diversas modalidades de teatro que tem
como base a ruptura com as normas convencionais. O texto muda, o cenário
se transforma, o figurino se torna funcional, o ator se supera, quebra barreiras.
Para que possamos montar um espetáculo contemporâneo há uma grande
necessidade de estudar, conhecer e ver teatro. Diversos grupos de vanguarda
ainda inovam, trazem para o público coisas ainda não experimentadas ou
então revistas.
TEATRO POBRE
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Grotowski diante do crescimento Tecnológico do Cinema e da televisão se
pergunta o que o torna o teatro realmente teatro, o que o diferencia das outras
formas teatrais o que o torna o único. A possibilidade da relação direta entre
ator e espectador faz do teatro um encontro; o essencial.
Dessa forma Grotowski define o Teatro Pobre, concentrando-se na relação ator
e espectador e a extrema economia de recursos técnicos. Economia do que
não é essencial, encontrando assim a essência do teatro: relações humanas.
O trabalho de Grotowski pode ser dividido em períodos, segundo o pesquisador
italiano Marco de Marinis . 3
Teatro de representação
Corresponde com a época de estudos como ator e mais tarde diretor constam
algumas montagens acadêmicas com caráter de ensaios.
Teatro Pobre
Período onde investiga e explora a base da comunicação teatral, cria o teatro
Laboratório de investigação do ator. Nesta época, a pesquisa do teatro Pobre
chega no apogeu, reconhecido internacionalmente a partir de diversos
espetáculos.
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Retirado da pagina da internet http://www.espacoacademico.com.br/043/43cscheffler.htm.
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Dentro dessas perspectivas Grotowski expediciona pelo mundo persegue ritos
e une-se à pessoas de diversas culturas.
Finaliza sua pesquisa com o que chamamos de A ARTE COMO VEÍCULO, que
tem como objetivo o impacto sobre o ator e não sobre o espectador; a
percepção não é da platéia e sim de quem faz o espetáculo.
O trabalho se baseia na explosão de canções vibratórias. Pode-se perceber
que durante toda sua pesquisa Grotowski sempre esteve relacionado com o
homem e sua arte de comunicar-se; indo além das máscaras do cotidiano.
“Interesso-me pelo ator porque ele é ser humano” (GROTOWSKI 1971 P.181)
TEATRO ESSENCIAL
Seguindo a estética do teatro pobre de Grotowski encontramos no teatro
contemporâneo a Performer Denise Stoklos cujo teatro tem o mínimo de efeito
e o Máximo de emoção. Seu trabalho assim como o nosso é focado no trabalho
do ator e suas diversas habilidades, a fim de transmitir a emoção, o espetáculo.
Não esquecendo da questão política, presente em suas apresentações assim
como no espetáculo “Olhos de fazer doer”, a função essencial do teatro é o
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questionamento, a platéia nunca pode sair da mesma forma que entrou.
“Um ator do Teatro Essencial deve viver a responsabilidade de concentrar-se
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no real” , cita a performer.
Através da história Grega temos o teatro como uma das curas para problemas
da alma. Dizem que os médicos receitavam poções que só fariam efeito no
corpo se o espirito fosse tocado. O teatro encenava temas humanos. O teatro
era uma transformação, uma evolução do espirito.
Denise Stoklos escolhe o teatro essencial para reafirmar o sentido do homem.
Teatro esse que tem o mínimo de efeito possível, com máxima teatralidade;
trabalho fundamentado no ator criando uma energia capaz de tornar palco e
platéia uma só unidade.
O ATOR
CONCEITO
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Retirado da pagina da internet http://www.denisestoklos.com.br/manif2.htm
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Para Denise um teatro essencial tudo é de verdade; não há a criação da ficção
e sim há fricção, fricção entre o ator e o público. Não há enredo fixo, há
emoção. Num teatro de ficção o trabalho que o público assiste é feito pelo
autor, diretor, cenógrafo, etc. Já no Teatro Essencial o trabalho é
fundamentado no ator.
A idéia é de um teatro que carregue a resistência de um povo para dentro de
cena. Teatro que usa o que o ator tem de instrumento: corpo, voz e idéia. O
corpo traz o gesto, o espaço. Da voz a palavra, o canto. Da idéia, o
pensamento, a critica. Espetáculo geralmente montado na estrutura de
monólogos, cuja leitura pode ser visual ou verbal; muitas vezes uma
completando ou contradizendo a outra.
A meta é uma comunicação mais ampla, com estímulos diversificados.
PLATÉIA
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Retirado do pagina da internet http://www.denisestoklos.com.br/manif2.htm
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Do teatro de Denise Stoklos absorvemos o sonho de mudança, queremos que
as pessoas saiam do teatro diferentes; amando, odiando, pensando; mas
diferentes do que entraram.
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EXPERIMENTALISMO
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Retirado da pagina da internet http://www.dw-world.de/dw/article/0,1564,903488,00.html
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TRAGTENBERG, Livio. “Censura é uma lata na boca”. Artigo da Folha Ilustrada, São Paulo, 28 de abril de 2005.
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Miguel Wisnic, Grande escritor e compositor brasileiro, traz em seu trabalho o
senso contemporâneo. Compôs obras para teatro, cinema, espetáculos de
dança. Nos traz uma grande influência na sua linguagem literária.
“O dominante não é essa produção, que continua muito ativa e tendo um papel,
o que diferencia muito a música brasileira de outras pela permeabilidade, pelo
cruzamento da música de entretenimento com a de reflexão... O Brasil pode
ser um desastre, mas criou uma coisa que nos une, essa originalidade, essa
confluência entre música e literatura.”8, cita Wisnic.
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Retirado da pagina da internet http://www.cruzeironet.com.br/
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CAPITULO 2 – MONTAGEM DO ESPETÁCULO
TEXTO
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Idéia
Um texto começa a partir de uma idéia, de um fato, algo que aconteceu que
provoca no escritor vontade de narrar. “... É fundamental para um roteirista ver
e sentir a cena...” (COMPARATO, 1999.P.80).
Conflito
Ação Dramática.
Como esta história será contada? Uma estrutura deverá ser construída. O texto
será construído seguindo uma seqüência, lógica ou não. A seqüência por sua
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vez é composta por unidades de ação, cenas. “A estrutura é a fragmentação do
argumento em cenas” (FIELD, 1978 P.8).
No texto “Olhos de fazer doer” a história é contada de forma cronológica, desde
a infância da personagem, passando por sua fase adulta até sua morte.
O texto pode ser dividido em algumas cenas, que por si só são pequenas
historietas de momentos vividos pela personagem Pagu ao longo de sua vida.
Podemos dividir desta forma:
Personagens
Quem vai viver este conflito está claro que serão os personagens. Os
personagens sustentam a ação, o principal ponto do espectador.
Durante o desenrolar da história os personagens se movem em direção ao
objetivo. “Uma personagem bem desenhada ganha amiúde com sua
participação no argumento, e o argumento ganha com a implicação da
personagem” (SEGER, 1989 P.141).
A personagem principal deste texto é Patrícia Galvão: Pagu. Pagu foi militante
política, jornalista feminista, poeta, mãe, filha, mulher, amante, irreverente.
O texto mostra uma Pagu que ri que chora, que dá e leva porrada, mas que
nunca é “Maria vai com as outras” pois sempre esteve à frente de tudo e todos.
Pagu aflora através dos diversos nomes que surgiram: Pagu, Zaza, Gim,
Solange, Mara Lobo, Pat, Pt, Leoni.
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Tempo dramático
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FIGURINO – CONTEXTO HISTÓRICO
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túnicas com aberturas laterais, altamente decoradas com motivos folclóricos
(eslavos, russos, gregos e egípcios), além das túnicas haviam os xales-
acessórios altamente popular, que caia sobre o corpo e possuíam franjas e
bordados. Coco Chanel estilista com grande influência muda o estilo de vestir
das mulheres da época. Ela que cria o tailler, as mulheres se libertam, se
projetam pela primeira vez para mercado de trabalho. “Beleza vivida, cabelos
curtos elegante e vitalidade – personificam a deusa da década de 20.”
(MOUTINHO, 2000. P.68)
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1940 - Pagu casa-se com Geraldo e começa a escrever na Tribuna
Influências
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Retirado da pagina da internet
http://www1.uol.com.br/modabrasil/tendencias_new/customizacao/index2.htm
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Revista da época que trazia uma heroína com roupas masculinas, cabelos curtos, era evidência para as
mulheres modernas.
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Zuzu Angel: Não se pode falar de moda no Brasil sem citar essa estilista que
em sua época revolucionou o mercado de moda nacional. Em nosso
espetáculo sua influência aparece no uso de estampas, forte tendência de suas
coleções, também no uso de capas e kafan, que deixam o corpo livre para os
movimentos exigidos para a encenação.
É pioneira, entra, no mercado norte americano na época em que o conceito
que tínhamos da moda americana no Brasil era muito negativo e não tinha
quase nenhuma aderência, já que e a cultura européia era a grande referência
e predomina toda a metade deste século.
Zuzu Angel foi muito importante para a valorização da moda brasileira,
enquanto os norte-americanos afirmaram que no Brasil não existia moda ela
rebatia com estilo e conteúdo. “(...) Eu tento lhe dizer que moda é
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comunicação (...)”.
Mesmo Zuzu não pertencendo à época retratada na peça, a estilista teve
grande influência na produção dos figurinos no uso de túnicas, e principalmente
na questão referente à brasilidade, traço marcante de sua produção.
FIGURINO DO ESPETÁCULO
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Retirado da pagina da internet
http://sphere.rdc.puc-rio.br/jornaldapuc/novdez99/cultura/curso_de_moda.html
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passar da cena se tornaria um bebê. O ultimo figurino nos remete à Pagu
revolucionaria, uma Pagu política O figurino criado para esse momento uma
capa longa nos moldes estético de um tailleur, a idéia é mostrar como a mulher
nessa época começou a se vestir parecida com os homens justamente por que
teve que entrar no mercado de trabalho.
Todos os figurinos criados para o espetáculo são fáceis de colocar e tirar, pois
como se trata de um monólogo, as trocas de roupas serão feitas rapidamente e
muitas vezes durante a cena. Como o espetáculo usa projeções, alguns
figurinos servem como suporte para determinadas imagens.
Concluímos que da mesma forma que todo o espetáculo avança para o lado
experimental da mistura entre o homem e a máquina, o figurino não poderia
ficar de fora, ele também é uma experiência no âmbito de vestuário simbólico,
o uso de poucas peças, mas que estas atinjam o espectador da forma
necessária, remetendo-o a uma época, um tempo e uma ideologia.
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5- Figurino A
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6 – Figurino B
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7 – Figurino C
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8 – Figurino D
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9 – Figurino E
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10 – Figurino F
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CORPO, A ARTE DO MOVIMENTO
MÍMICA
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O CORPO NO TEATRO
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EXPREÇÃO CORPORAL DA ATRIZ NO ESPETÁCULO
O trabalho de Luana com dança acontece desde a tenra idade, ainda pequena
fez aulas de jazz, já crescida teve aulas de capoeira, dança do ventre e
malabares. Sempre teve uma grande preocupação com o uso dos movimentos
e sua importância na vida e na prática teatral. Quando iniciou o estudo para a
produção ao espetáculo “Olhos de fazer doer”, lecionava numa oficina de teatro
onde o trabalho corporal tinha um grande enfoque, aproveitava as aulas para
que junto com os alunos exercitasse o corpo a partir dos exercícios técnicos,
com o objetivo de sensibilizar e criar.
A encenação da peça segue o estilo do teatro essencial onde o ator usa seu
corpo para transmitir sua arte; então a partir desse enfoque fica claro que cada
gesto, cada movimento em cena tem vida própria, tem que ser preciso,
tamanha a sua importância dentro do espetáculo.
Após um estudo profundo na vida de Pagu e na época que ela viveu foi
possível traçar o perfil cênico, relacionado aos movimentos; que essa
personagem percorre durante o espetáculo.
Pagu viveu num momento de mudanças e ela não sentou e apenas assistiu, e
sim fez parte e protagonizou algumas delas. Pagu era uma mulher viva, sua
maior obra foi sua vida. Os gestos que caracterizam os momentos da
personagem são ousados, sensuais e carregados de irreverência.
A personagem vive momentos ternos e críticos. O uso de movimentação fluída
e orgânica têm como objetivo a evocação da Pagu mãe, mulher, amante;
oposta a Pagu política caracterizada por movimentos firmes, diretos e tensos,
não esquecendo que a personagem é única, mas com inúmeras faces e que
todos os gestos e movimentação correspondem a uma única pessoa, porém
que transforma o mundo ao seu redor.
Além dos gestos e movimentos, o espetáculo conta com o uso de coreografias
realizadas tendo como base o momento vivido pela personagem e a trilha
sonora composta para esse fim.
A primeira coreografia é realizada com o som “Abre Alas” de Chiquinha
Gonzaga, som este que foi mixado, atendendo a um dos objetivos do grupo
que é o experimentalismo, a união do passado com a tecnologia futurista. Esta
dança tem como objetivo remeter o espectador aos carnavais de época
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fazendo uso de confetes que junto com os movimentos produzem uma
plasticidade cênica; movimentos lentos, contrastando com o ritmo frenético do
carnaval, formado por séries de repetições onde ocorrem mudanças mínimas,
fazem parte desta primeira coreografia. Para próxima coreografia foi usada a
música “Trem Caipira” de Villa Lobos caracterizando a Semana de Arte
Moderna de 1922, semana que esta que Pagu não fez parte, mas que foi o
estopim para parte das mudanças que ela acompanhou de perto.
A coreografia é acompanhada de textos referentes à semana de 22. Os
movimentos utilizados são ágeis, mas bem marcados principalmente os
movimentos das pernas, movimentos frenéticos intercalados à pausas quase
estáticas onde os textos são ditos.
Uma terceira coreografia marcada aparece quando Pagu desenha no ar e no
chão uma paisagem que faz referência às férias que passou em Itanhaém,
desenho que a atriz realiza com diversas partes do corpo: mãos, pernas,
cotovelo, o ritmo e lento e contínuo, passando a sensação de saudosismo.
Ainda nesta dança; o som do mar se faz presente uma das paixões de Pagu,
aparece aqui o trabalho no nível baixo com o uso de rolamento, numa alusão
às ondas do mar.
O poema feito por Raul Bopp para Pagu marca o encontro com Oswald e toda
sensibilidade que Pagu trazia com ela. Enquanto o poema é recitado em off, a
atriz desliza sobre o palco com movimentos sensuais (femininos) que se
prolongam por todo palco, adquirindo formas orgânicas e compreendendo todo
o corpo. Nessa coreografia enquanto os movimentos são realizados a atriz
coloca uma capa para atuar na próxima cena.
A cena seguinte, onde a atriz recita um poema como se Pagu estivesse se
apresentando tem movimentos irônicos assim como as palavras do poema.
Na próxima coreografia a atriz faz uso de um véu, referência ao seu casamento
com Oswald; novamente os movimentos se intercalam com as falas. A atriz vai
girar enquanto fala e o véu se enrola ao corpo; quando o véu estiver enrolado
ao corpo todo, ela irá desenrolá-lo e transformá-lo em um nenê, referência de
Rudá seu filho com Oswald.
Agora o espetáculo adquire um novo ritmo, marcado pela entrada de Pagu na
vida política. Existe uma coreografia que marca todos os momentos de luta
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política, embate com a polícia, a sonoplastia usa a música mixada a sons de
tiros, bombas e gritos.
Pagu é presa algumas vezes por sua atitude comunista; os movimentos que
prevalecem nestas passagens são lentos, pesados e fortes, carregados de
sofrimentos e força. Durante sua luta proletariada, Pagu viaja para diversos
países ora como jornalista ora como militante. Há uma coreografia intercalada
com imagens reproduzidas no cenário. O objetivo é a interação
corpo/movimento e cenas/efeitos.
A sonoplastia e a movimentação têm a função de remeter o espectador a cada
destino de Pagu, bem como resgatar as emoções por ela vivida.
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2.4 - ATRIZ
Análise
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estímulos para a criação.
No processo de análise é necessária a realização de pesquisas começando
pelo exterior do personagem até seu mais profundo interior. Para isso a
necessidade de dissecar a peça e seus papéis. “É preciso sondar suas
profundidade, camada por camada, descer a essência” (STANISLAWSKI,
2002.P.92).
Como o texto “Olhos de fazer doer” foi escrito por Luana, a atriz da peça, foi
necessária uma longa pesquisa para a produção, sendo que juntamente com a
criação do texto a criação da personagem foi acontecendo.
Conforme Luana ia fazendo a pesquisa para a composição do texto, ia
descobrindo uma outra Pagu, a Pagu mãe, a Pagu amante, a Pagu mulher; que
chorava, que sentia saudades, que amava, ria e criava. Não era uma pessoa
fria, tinha sentimentos e muitos, capaz de fazê-la lutar em prol dos excluídos,
dos discriminados, das minorias sociais; superando preconceitos.
Por se tratar de uma personagem verídica o estudo de suas diversas facetas
contribuiu para a formação da personagem.
Pagu era renovação, ousadia, ruptura, uma visão nacionalista; a valorização da
cultura brasileira, e ela escolhe a brasilidade.
Patrícia Galvão é uma surpresa atrás de outra, além de ser uma mulher com
inúmeras atribuições é uma mulher com diversos nomes, um para cada
situação, para cada discurso.
Dentro de Pagu, vemos uma mulher-menina, sensível, longe de
condicionamentos, uma pessoa atrevida, cheia de provocações, sensual e com
muita coragem, espírito de aventura e paixão, muita paixão.
Devido ao seu modo de agir, viver, vestir, chamavam-na de esquisita; mas o
bom de ser diferente é poder fazer coisas imprevisíveis até mesmo
impensáveis.
Pagu vivia enquanto a maioria das pessoas apenas existe.
Circunstâncias Externas
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conhecer as emoções presentes no texto.
Para estudar as circunstâncias externas o ideal é estudar os fatos, por menor
que seja todo fato é importante, sendo eles necessários para a vida da peça.
Para encontrar o rumo certo a seguir em relação aos fatos externos da peça;
deve-se recapitular o conteúdo da peça formando assim o tempo presente da
peça. Mas não se pode haver presente sem passado, o ator tem que perceber
que existe um passado do seu personagem. E também não existe presente
sem a perspectiva de um futuro. “O presente privado do passado e do futuro, é
como um meio sem começo ou fim, um capitulo de um livro acidentalmente
arrancado e lido” (KUSNET, 1968. P.67)
A ligação da personagem com o tempo da vida interior a esse papel, tem
passado e futuro o ator apresenta melhor seu presente. Muitas vezes os fatos
da peça tem influência da situação histórica/social; existindo a necessidade do
estudo não só do próprio texto, mas de textos referentes àquele período
histórico.
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17. Encontro de Pagu e Geraldo Ferraz.
18. Manifestação política.
19. Prisão de Pagu.
20. Visita de Geraldo a Pagu na prisão.
21. Saída de Pagu da prisão.
22. Pagu tenta o suicídio.
Para transformar esse material seco, em algo espiritual com vida é necessário
o uso: imaginação artística.
Circunstâncias Interiores
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Com a pesquisa para a produção do texto “Olhos de fazer doer”, a criação das
circunstâncias foi sendo desenvolvida juntamente com a produção textual. A
pesquisa foi realizada com a leitura de parte de sua obra, livros sobre sua vida,
busca em site e pesquisa fotográfica sem esquecer da análise de suas obras.
O primeiro contato para a pesquisa foi com o livro Pagu-Patricia Galvão. Livre
na imaginação, no Espaço e no Tempo, de Lucia Maria Teixeira (1999).
Nesse momento começou minha busca de dados e interiorização do
personagem. A cada leitura ia avançando. As fotos davam a direção dos
símbolos, seus textos a direção da alma.
A criação das circunstâncias externas caminharam juntas na montagem da
encenação, que foi realizada praticamente pelo grupo, coletivo. O que foi algo
escolhido também como uma forma de experimentalismo; base na qual o
trabalho do grupo caminha.
Pagu viveu na década de 30, onde inúmeras revoluções aconteciam. Nesta
fase de transformações viveu Pagu uma musa que usava calça comprida e
cabelo desafiadoramente solto. Época que cabia a mulher os afazeres
domésticos, mas que com a quebra da bolsa havia surgido novos papéis na
vida feminina.
Pagu era artista, lutava contra as injustiças elegendo a arte como sua arma.
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CENÁRIO
Cenografia
Cenografia no século XX
Appia vê o espaço cênico como um “espaço vivo” que deve ser trabalhado em
sua totalidade, sendo ela vertical, horizontal ou diagonal. Assim como a luz que
deve ter uma função maior do que apenas iluminar o espaço, ela deve ser a
alma da personagem, ter uma função psicologia.
Todo e qualquer elemento cenográfico deve ter uma utilidade. Nada pode ser
apenas decorativo.
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diferentes de espaços, buscam referências ao que acreditam ser a real função
do teatro.
Cenografia do espetáculo
posições cênicas.
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Emolduramos as transparências em forma de eslaides e com ajuda de um
projetor podemos projeta-las nas cenas.
Desenvolvemos através do computador, um vídeo que será utilizado em
projeção com auxilio do data-show. Às vezes o espetáculo sofre a interferência
visual dos eslaides e outras do data-show.
11 – Exemplo de eslaides
ILUMINAÇÃO
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TRILHA SONORA E SONOPLASTIA
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Essa interação se sofistica com os recursos da informática.
E fácil dizer que as possibilidades computadorizadas mudaram o rumo dos
recursos visuais e na música não foi diferente Quando antes, os equipamentos
e recursos utilizados na música e gravações sonoras eram muito caros e de
difícil acesso. Hoje podemos captar, gravar, editar, corrigir, sintetizar, mixar,
etc. Esta é a era dos experimentalistas, com apoio da era digital podem
desenvolver possibilidades e diversidade do artifício sonoro, em espetáculos ou
musicais. Com a utilização dos recursos do computador criamos sons, misturas
sonoras, vozes, com auxilio dos sintetizadores. Com o uso da mistura de
épocas e levando em consideração o experimentalismo e recursos atuais de
mixagem e composição.
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CONCEPÇÃO DA ENCENAÇÃO
Texto
Quando o texto do espetáculo foi escrito por completo, já havia acontecido
durante o verão de 2005 na cidade de Itanháem, uma performance
protagonizada pela atriz Luana Bortolotti, autora do texto original, então a
concepção de direção já se formava naquele momento sendo apurada durante
as conversas em grupo e pesquisas estéticas.
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O objetivo era contar a historia da Pagu unindo interpretação, dança e
multimeios, trazendo para o palco trechos de obras da própria Pagu juntamente
com diálogos fictícios ou originados através de pesquisa.
O texto inicial já contava com um ensaio para a direção final, ou seja, idéias de
posições, reações, relações e movimentos.
Atriz
Sendo o trabalho de ator o tempero principal deste espetáculo, a atriz fez
algumas oficinas de aprimoramento tanto corporal como vocal, a fim de se
preparar para a realização de um monólogo que conta com momentos de
dança e interpretação. A atriz no espetáculo se divide em diversos
personagens, personagens estes que fizeram parte da vida de Pagu e da
historia do Brasil, também contracena com as projeções e narra alguns fatos
como uma pessoa que observa toda a historia.
Cenografia
Seguindo a estética do Teatro Pobre a cenografia do espetáculo foi concebida
de forma simplificada ficando por contar principalmente das projeções. Tecidos
que descem do teto e escorregam pelo palco servem de camarim para a atriz
que realiza algumas trocas de figurino, e também como base para as imagens
que são projetadas. Alguns cubos pelo palco servem para o trabalho com
níveis que é realizado pela atriz em suas movimentações. Jornais espalhados
pelo chão que viram adereços e fazem parte de algumas coreografias, numa
alusão a grande jornalista que foi Patricia Galvão.
Figurino
Todo figurino foi elaborado a partir de pesquisas históricas, mas sendo de total
importância a praticidade na troca, pois a atriz não sai em nenhum momento de
cena. As trocas são realizadas ora atrás dos tecidos, ora numa coreografia pré-
determinada. Os figurinos simbolizam etapas da vida da personagem e são
trocados em momentos de transição.
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Sonoplastia
Luz
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CONCLUSÃO
3 – O ESPETÁCULO
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12 – Foto do espetáculo no Espaço Cultural Pagu – Unisanta
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Cena I – Infância
Música
Sonoplastia: Patrícia, Paty, Zaza, Solange, P.T. Mara Lobo, irmã Paula, Lea,
Ariel, Peste, Cobra... PAGU. Uma constelação de vozes e imagens, se e que a
estrada do tempo não ocultou nenhum outro nome.
Pagu: Eu só me caso com trabalhador! Sai Azar! De pobre já basta eu. Passar
a vida toda nessa merda! Mas os ricos não murmuram a gente serio. E só para
debochar. Eu falei para o Bráulio que se e deboche eu escolho ele.
Pagu: No primeiro dia de aula tinha uma aluna Elvira Massari, Moreninha,
magrinha com traços finos. Não era morena, era cinzentada. Ela trabalhava no
turno da noite. Quando a fabrica apitava 4 horas ela saia da escola, ia para
casa, dizia ela que jantava. Ela entrava as 6 horas e trabalhava até meia noite.
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(Atriz se posiciona na penumbra, onde aparece só a silhueta)
Som (microfone)
Cena II
Semana de Arte Moderna (Referência Temporal e Literária)
Moderna:
O Baile da corte
Foi o conde d’ eu quem disse:
Pra Dona Bemvinda
Que farinha de Surui
Pinga de Parati
Fumo de Baependi
É como bebê pita e cai
Moderna:
Tupy or not Tupy that is the question
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(A atriz vai novamente em penumbra posa como PAGU)
Pagu: Sou Patrícia Galvão, rainha paga. Não Pagu. A rainha do anhagabau
(Som em Off)
Pagu: Olhos verdes, cabelos castanhos. 18 anos. E uma voz que só mesmo
a gente ouvindo.
(Som em Off)
Sonoplatia:
Pagu tem uns olhos moles
Olhos de não se o que
Se a gente ta perto deles
A alma começa a doer
E Pagu e
Depois porquê e bom de fazer doer.
Passa e me puxa com os olhos
Provocantissimamente
Mexe, bamboleia.
Pra mexes com toda gente
E Pagu e
Depois pôquer te quero.
Como não hei de querer.
Que assim de ficar junto.
Que e bom de fazer doer
Ê pagu ê
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Pagu:
No meu quintal tem um pessegueiro
Com flores cor de rosa
Onde chupei-te a boca
Pensando que era fruto
No meu galinheiro tem 8 galinhas, 1 pato1 ganso e 1 pinto
No galinheiro fiz um arranha-céu
Com latas de gasolina
A minha gata e safada e corriqueira
Trepa na grade do galinheiro e escancara boca e perna
Minha gata pensa que e vampira
O luxo da minha gata e o rabo
Ela pensa que e serpente.
(Som – Aplausos)
(Entrevista com Pagu e voz em Off)
Pagu: Tarsila, Padre Cícero, lampião e Osvaldo. Com Tarsila fico romântica.
Dou por ela a ultima gota do meu sangue. Como artista só admiro a
superioridade dela.
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Repórter: Poderia recitar algum poema seu ?
Cena III
Envolvimento com Oswald (encontros, poemas, casamento, participação filho)
(A atriz sai dando risadas e para ao lado e inicia uma dança referente a um
encontro)
(Dança com os olhares fixos côo se fosse em alguém, aos poucos se afasta,
demonstrando carinho, ate que fique um em cada ponta, acende a luz
vermelha, agora no centro. A atriz acende um cigarro)
Pagu:
Juro eterno amor
Juro eterno amor colorido
Com tantos olhos quanto tem janelas e ed. Martinelli
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Um menino bem feliz
Oswald:
E eu carregá-la pelas galáxias
Das puras estrelas das criaturas
Tudo isso diante dos meus rastros
Ou melhor, dos meus sapatos.
Que me fizeram vir ate aqui
Pagu: E eu vos declaro marido e mulher, até que a morte os separe. Agora o
mundo pode desabar.
Música - (ninar)
Pagu:
Rudá
Que vontade que dá
De esquecer o mundo
E me perder em você
Da vontade de
Mostrar-te
Tudo aquilo que não aprendi
Tudo aquilo que já esqueci
Da oh se dá
Vem pra cá
Vou te levar
Onde não fui
Onde já fui
Onde quero chegar
Rudá
Que vontade que da
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(Ela deixa o bebê e vai se afastando e se despedindo.)
(Som de navio)
Cena IV
Política (mulher do povo, passeata, tortura, prisão).
(Atriz fala como se tivesse em um jornal.) (Estilo televisivo, mas com deboche)
Pagu:
De um país que tem a maior reserva de ferro e o mais alto potencial hidráulico
Fizeram o pais de sobremesa
Café, açúcar, fumo, banana.
Que nos sobrem ao menos as bananas
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Policia:
O que fazia aqui?
Quem te mandou aqui?
O que você queria com isso?
Quero nomes!
(A luz vai ficando em penumbra a atriz desenha os cabelos rasga suas roupas
se bate.)
Pagu:
Olhos porque estão molhados?
Ao choro
Porque meus olhos ficam feios!
Pagu:
Me portei como uma agitadora
Individual, inexperiente e sensacionalista.
Pagu: Vou andar pelo mundo, encostar o dedo no sonho. Aprendi com meu
filho que escrever e descobrir coisas que nunca vi.
Cena V
Viagens (EUA, Rússia, Japão, China, França).
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Pagu: 1,2,3...19 saquinhos de soja ao meu amigo Paul Bopp. Contrabando de
soja. Quase uma mata hari da agricultura pau-brasil.
(Música INTERNACIONAL)
Pagu:
Querido sambinha
De um beijo no Rudá
Diga que ando triste
Às vezes tenho dor de viver
Mas milito todos os dias
Ingressei no PC Francês
Agora me chamo Leoni
Paris e uma festa
(Música A)
Pagu:
Um passarinho me contou
Que a vitória e nossa
Sonoplastia:
(Som de tiros, gritos, bombas.)
(Atriz sentada com forte luz em seu rosto ator ronda.)
Pagu:
Estrangeira?
Qual seu nome? Patrícia, Leoni.
Deportada? Quem sabe para a Alemanha, onde virara merenda nas mãos dos
nazistas.
O que veio fazer aqui?
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(Atriz se levanta desgrenha os cabelos, tira a maquiagem, se bate. Luz na
penumbra. Cai no chão se arrasta.Levanta-se dança de forma circular para,
abre os braços como um abraço.)
Cena VI
Volta ao Brasil (Tribunal, novo casamento, prisão).
Música
Geraldo:
Estandarte que a luz do sol encerra
Em promessas divinas de esperança
Oh! Pátria amada idolatrada
Há quanto tempo!
Geraldo:
Pátria Galvão. Li seus artigos e gostei.
Posso te dar a coluna de Artes, que tal?
Cinema, teatro, exposições?
Pagu: Maravilha, sonho com um mundo único sem fronteiras, com a superação
dos preconceitos. Elejo a arte como o caminho capaz de garantir o acesso à
brasilidade.
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SOM-off
Atriz se levanta se ajeita e faz pose para fotos de ficha da cadeia. (flash) Aos
poucos a atriz vai se abaixando ate ocupar o menor espaço no palco. Depois
se deita
(Música)
Pagu:
Nada, nada, nada.
Nada alem do nada
E porque vocês querem que
Exista apenas o nada
Um pára-brisa partido
Uma perna quebrada
O nada
Fisionomias massacradas
Tipóias fajutas
Portas arrombadas
O nada
(O ator entra se aproxima da atriz a acaricia, lhe da livros batom cigarro. A atriz
o abraça, passa o batom, fuma.)
Pagu:
Geraldo eu estou cansada de viver despedaçada
Quero ver a Lua, há 200 anos que não.
Vejo o luar
Quero luz, quero ar.
Dia desses apareceu aqui à filha da puta do Ademar de Barros, queriam que
eu apertasse a mão dele, não, não aperto mao de carrasco, de interventor. O
crime de divergir vou cometer sempre.
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Geraldo: Pagu te acalma menina, tudo isso vai passar. Tenha calma você
ainda sai daqui pra ver o mar.
Pagu: Geraldo você e o homem que mais amei, pois é você que está comigo
agora.
Pagu: Agora saiu de um túnel, tenho varias cicatriz, mas estou viva.
(A atriz caminha no palco se sentada, bebe e fuma, brincando com uma arma.)
Cena VII
Final (depressão, doença, esperança, morte).
Música
Pagu:
Nada mais sou que um canal
Seria verde se fosse o caso
Mas todas as esperanças estão mortas
Estou pendurado na parede feito um quadro
Puseram um prego no meu coracao para que ele não morra
Abri meus braços aos amigos de sempre
Poetas compareceram
Alguns escritores
Gente de teatro
Birutas no aeroporto e nada, nada.
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SOM: tiros e ambulância, a luz vai se apagando fica apenas a silhuetas de
Pagu.
Pagu:
Uma bala ficou para trás
Em gases e lembranças estraçalhadas
Porque o poeta não morreu
Gosto de bandeiras balançando ao vento
Abriram as janelas
Desabotoa minha gola
Quero respirar
Sonoplastia:
Porque vocês não lêem Farzam? Pelo menos conheceriam uma coisa
chamada aventura, audácia e descoberta.
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BIBLIOGRAFIA.
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port. de Manuel Ruas. Lisboa: Estampa, 1988.
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• PAVIS, Petrice. Dicionário de Teatro: São Paulo: Perspectiva, 1999.
• PEIXOTO, Fernando. O que é teatro? – Coleção Primeiros Passos.
São Paulo: Editora Brasiliense, 1986.
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• ROUBINE, Jean. Linguagem da Encenação Teatral. Rio de Janeiro:
Zahar, 1992.
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Internet
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• http://www.mnemocine.com.br/oficina/vanguardafrancesa.htm
• http://www.denisestoklos.com.br/
• http://www.itaucultural.org.br/index.cfm?cd_pagina=2006
• http://www.itaucultural.com.br
• http://www.pagu.com.br
Fontes complementares.
Fontes musicais.
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