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ii
Conteúdo
Prefácio xv
1 Ondas Eletromagnéticas 1
1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Equações de Maxwell . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.3 Equação de Onda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.4 Solução da Equação de Onda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.5 Caracterı́sticas de uma Onda Eletromagnética . . . . . . . . . . . . . 7
1.6 Polarização de Ondas Eletromagnéticas . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.7 Equação de Helmholtz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.8 Ondas Transversais Eletromagnéticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.9 Impedância e Admitância Intrı́nsecas do Meio . . . . . . . . . . . . . 17
1.10 Densidade de Potência e Densidade Volumétrica de Energia . . . . . . 18
1.11 Velocidade de Fase, de Grupo e Relativa . . . . . . . . . . . . . . . . 21
iii
CONTEÚDO iv
4 Linhas de Transmissão 63
4.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
4.2 Equação de uma Linha de Transmissão . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
4.2.1 Abordagem Eletromagnética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
4.2.2 Abordagem de Circuitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
4.3 Solução da Equação de uma L.T. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
4.4 Impedância Caracterı́stica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
4.4.1 Coaxial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
4.4.2 Par de Fios Paralelos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
4.4.3 Microfita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
4.5 Perdas numa L.T. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
4.6 Linhas com Terminação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
4.6.1 Impedância Equivalente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
4.6.2 Toco em Aberto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
4.6.3 Toco em Curto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
4.7 Coeficientes de Reflexão para Zg Complexo . . . . . . . . . . . . . . . 77
4.8 Coeficiente de Onda Estacionária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78
4.8.1 Coeficientes de Reflexão e Transmissão . . . . . . . . . . . . . 78
4.8.2 Coeficiente de Onda de Tensão Estacionária . . . . . . . . . . 78
4.9 Técnicas de Casamento de Impedância . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
4.10 Carta de Smith . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
4.11 Casamento com Toco e Trecho de Linha . . . . . . . . . . . . . . . . 82
v CONTEÚDO
5 Parâmetros de Espalhamento 91
5.1 Dispositivos de Duas Portas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
5.2 Parâmetros de Espalhamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
5.3 Caracterização de Transistores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
5.4 Amplificador de um Estágio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
Bibliografia 335
CONTEÚDO x
Notação de Variáveis e Constantes
Segue abaixo a lista que identifica todas as variáves e constantes utilizadas neste
livro. Note que vetores e versores são representados em negrito e escalares em fonte
normal. Algumas letras podem representar diferentes variáveis e constantes. Neste
caso, o significado é enfatizado no texto.
A - Potencial Vetor
A - Perdas, área
ap - Versor espacial na direção p
a - Raio, largura de um guia de onda retangular, amplitude de onda
B ou B - Densidade de fluxo Magnético
B - Susceptância, banda, largura de banda
b - Raio, altura de um guia retangular, amplitude de onda
C - Capacitância, constante de Euler, circunferência
c - Velocidade da luz no vácuo
D ou D - Densidade de fluxo Elétrico
Do - Diretividade
Dg - Ganho diretivo
d - Diâmetro, espaçamento, distância
E ou E - Campo elétrico
E - Energia
e - Eficiência
F - Potencial Vetor
F - Figura de ruı́do, vetor potencial
FA - Fator de arranjo
f - Freqüência de uma onda
G - Condutância ou Ganho
H ou H - Campo magnético
h - Altura
I - Corrente elétrica
J ou J - Densidade de corrente elétrica
xi
NOTAÇÃO DE VARIÁVEIS E CONSTANTES xii
√
j - −1
k e k - Vetor de onda e número de onda
L - Indutância
l - Comprimento
M ou M - Densidade de corrente magnética
m - Massa
n - Índice de refração
P - Potência, perı́metro
p - Velocidade relativa, raı́zes da função de Bessel
Q - Fator de Qualidade
R - Resistência elétrica, espaçamento
Rf c - Relação frente-costas
r - Raio ou distância
S - Superfı́cie, parâmetros de espalhamento
s - passo de uma hélice
T - Perı́odo de uma onda, temparatura
t - Tempo
Ue - Densidade volumétrica de energia elétrica
Um - Densidade volumétrica de energia magnética
U - Intensidade de radiação
Uo - Intensidade de Radiação de uma antena isotrópica
V - Volume, tensão
v ou υ - Velocidade de propagação
υf e υg - Velocidade de fase e velocidade de grupo
W e W - Vetor de Poynting e densidade de potência
w - Largura
X - Reatância
Y - Admitância
Z - Impedância
Zo - Impedância caracterı́stica
α - Fator de atenuação, ângulo
αpol - Perdas de polarização
β - Constante de fase, fase
γ - Constante de propagação
∆φ - Defasagem ou comprimento elétrico
δ - Defasagem entre duas ondas
δp - Profundidade de penetração
, r e o - Permissividade (ou constante dielétrica) absoluta, relativa e no vácuo
ε - Emissividade
xiii NOTAÇÃO DE VARIÁVEIS E CONSTANTES
xv
PREFÁCIO xvi
A. C de C. Lima
Hamilton, Canadá
28 de Março de 2002
Capı́tulo 1
Ondas Eletromagnéticas
1.1 Introdução
1
CAPı́TULO 1. Ondas Eletromagnéticas 2
∇·H= 0 (1.8)
∂E
∇ × H = σE + (1.9)
∂t
e
3 1.3. Equação de Onda
∂H
∇ × E = −µ (1.10)
∂t
sendo a densidade de corrente J = σE. É importante salientar que estas equações
fornecem informações sobre os campos elétrico e magnético para qualquer ponto do
espaço e instante de tempo.
As equações de Maxwell, na forma diferencial, podem ser simplificadas para
pontos do espaço onde não existem cargas e/ou correntes elétricas. Estas regiões
serão denominadas a partir de agora de espaço-livre e as equações de Maxwell,
associadas a elas, são:
∇·E= 0 (1.11)
∇·H= 0 (1.12)
∂E
∇× H= (1.13)
∂t
e
∂H
∇ × E = −µ (1.14)
∂t
Lembrando-se que µ = µr µo e = r o , sendo µr a permeabilidade relativa do meio
e r permissividade relativa.
∂E ∂(∇ × E)
∇ × ∇ × H = ∇ × = (1.15)
∂t ∂t
substituindo (1.14) em (1.15), obtém-se
∂ 2H
∇ × ∇ × H = −µ (1.16)
∂t2
Como
∇ × ∇ × H = ∇(∇ · H) − ∇2 H (1.17)
e ∇ · H = 0, então,
∂2H
∇2 H−µ =0 (1.18)
∂t2
Partindo-se da equação (1.14) e utilizando um procedimento semelhante ao ex-
posto acima, pode-se obter a equação diferencial
∂2E
∇2 E−µ =0 (1.19)
∂t2
As equações diferenciais (1.18) e (1.19), envolvendo os campos elétrico e magnético,
representam de forma matemática um onda eletromagnética propagando-se no espaço-
livre. Uma equação semelhante foi obtida pelo matemático francês D’Alembert, em
1747, quando este tentava descrever o movimento ondulatório em uma corda esti-
cada. A equação obtida por ele era algo parecido com
∂2y 1 ∂2y
− =0 (1.20)
∂x2 v 2 ∂t2
onde y é a posição de um ponto qualquer da corda na direção transversal à mesma
e v a velocidade de propagação da onda mecânica que surge nesta corda.
Uma comparação entre as equações (1.18) ou (1.19) e (1.20) mostra que a ve-
locidade de propagação da onda eletromagnética é dada por
1
v=√ (1.21)
µ
Para o caso de ondas eletromagnéticas que se propagam no ar ou no vácuo,
tem-se
1
c= √ (1.22)
µ o o
sendo c a velocidade da luz no vácuo, cujo valor é aproximadamente 3 × 108 m/s.
5 1.4. Solução da Equação de Onda
∂2E 1 ∂2E
− =0 (1.23)
∂r2 c2 ∂t2
e
∂ 2H 1 ∂ 2H
− =0 (1.24)
∂r2 c2 ∂t2
onde c é a velocidade da onda eletromagnética que se propaga na direção ar , com
campo elétrico da forma
E = Ez (r, t) az (1.25)
e o campo magnético
H = Hϕ (r, t) aϕ (1.26)
A solução da equação (1.23) ou (1.24) pode ser obtida utilizando-se o método da
separação de variáveis. Tomando-se por exemplo a equação (1.23) e considerando
que
1 ∂ 2 g(r) 1 ∂ 2 f (t)
= (1.29)
g(r) ∂r2 c2 f (t) ∂t2
Observe que o lado direito da equação (1.29) só será igual ao lado esquerdo
quando ambos forem iguais a uma constante. Portanto, pode-se escrever duas
equações a partir de (1.29), ou seja,
1 d2 g(r)
2
= − k2 (1.30)
g(r) dr
e
1 d2 f (t)
= − k2 (1.31)
c2 f (t) dt2
onde o termo constante −k 2 foi escolhido dessa forma por conveniência.
As soluções das equações diferenciais ordinárias de segunda ordem (1.30) e (1.31)
são combinações lineares de duas funções ortonormais que, neste caso, são respecti-
vamente escritas como
ω = kc (1.34)
Será mostrado mais adiante que, para ondas propagando-se no sentido r+ , o que
neste caso equivale a onda sendo radiada pela antena, C1 é igual a zero e
f (t) = C3 e jω t (1.36)
Sendo assim, a função que descreve a variação do campo elétrico de uma onda plana
é da forma
N
Ez (r, t) = Cn e jn(ω t±kr) (1.39)
n=0
e
N
Hϕ (r, t) = Dn e jn(ω t±kr) (1.40)
n=0
que acompanha o deslocamento de uma frente de onda cuja fase é, por exemplo, φo ,
isto é,
dφo dz
=ω−k =0 (1.43)
dt dt
ou
dz ω
vf = = (1.44)
dt k
ou na forma vetorial,
ω
vf = az (1.45)
k
Lembrando-se que vf , também denominada velocidade de fase da onda, depende
das caracterı́sticas elétricas e magnéticas do meio, como mostra a equação (1.21).
A propagação da onda, neste caso, se dá no sentido z + , como mostrado na Figura
1.1a. Para ondas propagando-se no sentido contrário, tem-se
vf E y (t)
E y(z)
z t
λ Τ
(a) (b)
Figura 1.1: Variação da intensidade do campo elétrico no: (a) espaço; (b) tempo.
dφo dz
=ω+k =0 (1.46)
dt dt
ou
ω
vf = − az (1.47)
k
9 1.5. Caracterı́sticas de uma Onda Eletromagnética
A distância entre duas frentes de onda de mesma fase, para um dado instante
de tempo, é denominada de comprimento de onda, representado pela letra grega λ
(vide Figura 1.1a). Neste caso, a variação ∆φ entre as duas frentes é igual a 2π, ou
seja,
∆φ = k ∆z = k λ = 2π (1.48)
e como conseqüência, a razão entre ∆φ e ∆z é dada por
∆φ 2π
k= = (1.49)
∆z λ
comumente chamada de número de onda.
A variação de fase de 2π que ocorre num intervalo de tempo ∆t = T, para um
dado plano z, é denominado de perı́odo da onda (vide Figura 1.1b). Portanto,
∆φ = ω ∆t = ωT = 2π (1.50)
e como conseqüência, a razão entre ∆φ e ∆t é dada por
∆φ 2π
ω= = (1.51)
∆t T
denominada de freqüência angular da onda.
Substituindo as equações (1.49) e (1.51) em (1.44), obtém-se
vf = λ f (1.52)
1
onde f = T
é chamada de freqüência da onda.
∆φ = kd = 2nπ
CAPı́TULO 1. Ondas Eletromagnéticas 10
e
2nπ
d= = nλ
k
o valor mı́nimo de d, diferente de zero, é λ.
2
zo
d
0 1
E (z)
Ey = E2 sen(ωt − kz + δ) (1.55)
sendo δ a defasagem entre as duas componentes de campo. O campo resultante na
forma vetorial é dado por
Ex = E1 sen ωt (1.57)
e
Ey = E2 sen(ωt + δ) (1.58)
ou
ou
2 2
Ey Ex 1 Ex
− cos δ =1− (1.63)
E2 E1 sen2 δ E1
ou ainda
2 2 2
Ey Ey Ex Ex 2 Ex
−2 cos δ + cos δ + sen2 δ = sen2 δ (1.64)
E2 E2 E1 E1 E1
Portanto,
2 2
Ey Ey Ex Ex
−2 cosδ + = sen2 δ (1.65)
E2 E2 E1 E1
Considerando-se
1
=a (1.66)
E12 sen2 δ
2 cosδ
=b (1.67)
E2 E1 sen2 δ
e
1
=c (1.68)
E22 sen2 δ
obtém-se a equação de uma elipse, ou seja,
Ex = E1 sen ωt (1.71)
e
13 1.6. Polarização de Ondas Eletromagnéticas
y y y
E
E
E2 E
z x z E1 x z x
Figura 1.3: Polarização: (a) elı́ptica para direita; (b) circular para direita; (c) linear.
π
Ey = E1 sen(ωt − ) = −E1 cos ωt (1.72)
2
Portanto para t = 0, Ex = 0 e Ey = −E1 , enquanto para t = T4 , Ex = E1 e
Ey = 0. O resultado é mostrado na Figura 1.4a e a polarização é denominada
circular para direita. Quando δ = + 90◦ , obtém-se uma onda polarizada no sentido
contrário, como visto na Figura 1.4b. Uma maneira simples de se associar o sentido
da polarização com o resultado gráfico exposto pode ser obtida utilizando as mãos.
Com a mão semifechada e polegar apontando na direção de propagação obtém-se o
sentido da polarização. Por exemplo, quando os dedos da mão direita apontam no
sentido de giro do campo, a polarização é para direita.
Para δ = 0◦ ou δ = 180◦ a equação (1.65) se reduz a
2 2
Ey Ey Ex Ex
±2 + =0 (1.73)
E2 E2 E1 E1
ou
2
Ey Ex
± =0 (1.74)
E2 E1
ou ainda
Ey Ex
=∓ (1.75)
E2 E1
Reescrevendo a equação (1.75), obtém-se a equação de uma reta, ou seja,
CAPı́TULO 1. Ondas Eletromagnéticas 14
y y
E
E
z x z x
(a) (b)
E2
Ey = ∓ Ex (1.76)
E1
neste caso, a variação do campo elétrico no plano z = 0 é linear, como mostrado na
Figura 1.3c.
Exemplo 1.2 Determine a polarização de uma onda eletromagnética cuja variação
do campo elétrico é representada por
E(z, t) = 2 sen(ω t − kz) ax − cos(ω t − kz) ay
Solução: Pela equação acima, pode-se verificar que a onda se propaga no sentido
z + , uma vez que os sinais, nos argumentos das funções seno e cosseno, são negativos.
Observa-se também que as componentes de campo têm amplitudes diferentes e estão
em quadratura (defasagem de 90◦ ), cos(ω t − kz) = sen(ω t − kz + π/2) . Portanto,
pode-se concluir que a onda está elipticamente polarizada, pois a razão entre as
amplitudes é diferente de 1 e a defasagem δ = −90◦ . Entretanto, fica faltando saber
se o sentido é para direita ou para esquerda. No plano z = 0, quando t = 0, Ex = 0
e Ey = −1, enquanto para t = T4 , Ex = 2 e Ey = 0, logo o sentido é para direita,
como mostrado na Figura 1.3a.
uma função que depende somente do espaço com outra que depende só do tempo,
ou seja, E(r, t) = E(r) e jω t , então a equação de onda (1.19) pode ser escrita como
ω2
e jω t ∇2 E(r)+ E(r) e jω t = 0 (1.77)
v2
ou
∂2E
= −ω 2 E(r) e jω t (1.79)
∂t2
A equação diferencial (1.78) é chamada de equação de onda reduzida ou equação
de Helmholtz. A solução de (1.78) fornece a variação espacial do vetor campo elétrico
da onda. De forma semelhante pode-se obter a equação de Helmholtz para o campo
magnético,
r = x ax +y ay +z az (1.85)
e
k = kx ax +ky ay +kz az (1.86)
CAPı́TULO 1. Ondas Eletromagnéticas 16
Por exemplo, se uma onda plana se propaga na sentido z − com campo elétrico
orientado na direção y, então a expressão do campo elétrico em função da posição
no espaço será dada por
∇·E= 0 (1.88)
logo,
∇ · Fφ ≡ F · ∇φ (1.90)
sendo F uma função vetorial e φ uma função escalar, tem-se
E ·k = 0 (1.92)
Portanto, o produto escalar entre o vetor campo elétrico e o vetor número de onda,
que aponta na direção de propagação da onda, é zero. Este resultado indica que o
campo elétrico é ortogonal, ou transversal, à direção de propagação.
De maneira semelhante, substituindo (1.82) em (1.12), pode-se obter
H ·k = 0 (1.93)
indicando que o campo magnético também é transversal à direção de propagação.
Por este motivo as ondas eletromagnéticas, sejam elas planas, cilı́ndricas ou esféricas,
com os campos elétrico e magnético ortogonais à direção de propagação, são chamadas
de ondas Transversais EletroMagnéticas (TEM).
17 1.9. Impedância e Admitância Intrı́nsecas do Meio
∂E
∇× H= = jω E (1.94)
∂t
e
∂H
∇× E= −µ = −jωµ H (1.95)
∂t
Substituindo (1.81) em (1.95), tem-se
j
H= ∇ × Eo (r) e−jk·r (1.97)
ωµ
De maneira semelhante, substituindo (1.82) em (1.94), pode-se obter
−j
E= ∇ × Ho (r) e−jk·r (1.98)
ω
Utilizando-se a identidade vetorial
∇ × Fφ ≡ − F × ∇φ (1.99)
pode-se reescrever as equações (1.97) e (1.98) como
−j 1
H= Eo (r) × ∇e−jk·r = k× E (1.100)
ωµ ωµ
e
j −1
E= Ho (r) × ∇e−jk·r = k× H (1.101)
ω ω
Considerando-se que n é um versor na direção de propagação, têm-se
H=Y n× E (1.102)
e
CAPı́TULO 1. Ondas Eletromagnéticas 18
E = −Z n × H (1.103)
onde
k µ
Z=η= = (1.104)
ω
é a impedância intrı́nseca do dielétrico e
1 k
Y = = = (1.105)
η ωµ µ
a admitância.
E= U dV (1.110)
V
1 1
Ut = Ue + Um = Eo2 + µ Ho2 (1.113)
4 4
escrevendo a equação (1.102) na forma escalar, tem-se
H o = Y Eo (1.114)
Substituindo (1.114) em (1.113), obtém-se
1 1
Ut = 2Ue = 2Um = Eo2 = µ Ho2 (1.115)
2 2
A densidade de potência média num plano z qualquer é igual ao produto da
densidade volumétrica de energia total da onda pela velocidade de propagação da
energia, isto é,
Wm = Ut v (1.116)
num dielétrico perfeito a energia associada à onda é transportada a uma velocidade
igual a velocidade de fase desta onda. Portanto,
1 E2
Wm = Eo2 vf = o (1.117)
2 2η
ou ainda
CAPı́TULO 1. Ondas Eletromagnéticas 20
1 ηHo2
Wm = µ Ho2 vf = (1.118)
2 2
É importante salientar que existem meios onde o transporte de energia associada
à onda eletromagnética não ocorre à velocidade de fase.
Geralmente, a densidade de potência é representada na forma vetorial, ou seja,
1
Wm = E × H∗ (1.119)
2
sendo Wm denominado de vetor de Poynting médio. Para um meio qualquer, onde
a impedância intrı́nseca pode ser complexa, o vetor de Poynting é dado por
1
Wm = Re{ E × H∗ } (1.120)
2
A potência média associada a uma área S de uma determinada frente de onda é
fornecida por
Pm = Wm · ds (1.121)
S
(1 × 103 )2
Pm = π × (5 × 10−2 )2 = 10, 4W
240π
1
vf = √ (1.122)
µε
e no espaço-livre, por
1
c= √ (1.123)
µo εo
A velocidade relativa é definida como a razão entre a velocidade de fase da onda
no meio dielétrico pela velocidade da onda no vácuo, ou seja,
vf 1
p= =√ (1.124)
c µr εr
Observe que, quanto maior for a permissividade e/ou permeabilidade do meio, menor
será a velocidade relativa da onda. Para meios não-magnéticos, tem-se
1
p= √ (1.125)
εr
uma vez que a permeabilidade relativa é igual à unidade.
Muitos materiais dielétricos são classificados de acordo com uma grandeza chamada
ı́ndice de refração, que é definido como sendo o inverso da velocidade relativa da onda
no meio, isto é,
1 √
n= = εr (1.126)
p
CAPı́TULO 1. Ondas Eletromagnéticas 22
dω
vg = (1.127)
dβ
Para materiais dielétricos β = k.
A equação (1.127) pode ser obtida como segue. Considere, por exemplo, duas
ondas eletromagnéticas de freqüências distintas cujas expressões dos campos elétricos
são dadas por
ω1 = ωo − ∆ω (1.131)
e
ω2 = ωo + ∆ω (1.132)
sendo
ω1 + ω2
ωo = (1.133)
2
e
ω2 − ω1
∆ω = (1.134)
2
pode-se reescrever a equação (1.130) como
Et = Eo e j(ωo t−ko z) e−j(∆ω t−∆k z) + e j(∆ω t−∆k z) ay (1.135)
ou
23 1.11. Velocidade de Fase, de Grupo e Relativa
E y(z) vg
vf
vg = vf (1.140)
pois, substituindo ω = vf k em (1.139), tem-se
dω dvf
vg = = vf + k (1.141)
dk dk
Se a permissividade não varia com a freqüência, vf também não varia com a freqüência
e nem com o número de onda, tornando o segundo termo da equação (1.141) nulo.
Capı́tulo 2
2.1 Introdução
O estudo de ondas eletromagnéticas realizado no capı́tulo anterior se deteve, em
grande parte tempo, na análise de ondas propagando-se no ar ou vácuo. Neste
capı́tulo serão abordados tópicos referentes às ondas transversais eletromagnéticas
propagando-se num meio qualquer. Na Seção 2.2 é apresentada uma classificação dos
meios de acordo com as suas caracterı́sticas elétricas, enquanto que nas duas seções
seguintes é feita uma generalização da equação de Helmholtz, impedância intrı́nseca e
velocidade de fase. No restante do capı́tulo são analisados o fenômeno de propagação
dos campos eletromagnéticos em meios dielétricos quaisquer e condutores.
∇ × H = σE + jω E (2.1)
onde o primeiro termo do lado direito da equação representa a densidade de corrente
de condução do meio e, o segundo, a densidade de corrente de deslocamento. Se
25
CAPı́TULO 2. Ondas TEM num Meio Qualquer 26
dvf
vg = vf + k (2.3)
dk
ou
dvf
vg = vf − λ (2.4)
dλ
uma vez que k = 2π/λ. Se a velocidade de fase vf não varia com o comprimento de
onda λ (ou freqüência), então, por (2.4), a velocidade de grupo é igual a velocidade
de fase e o meio é dito não-dispersivo. Entretanto, se a velocidade de fase de cada
dv
onda do grupo aumenta com o comprimento de onda, então dλf > 0, vg < vf e o
dv
meio é dito normalmente dispersivo. Por fim, se dλf < 0, então vg > vf e o meio é
considerado dispersivo anômalo.
27 2.3. Equação de Helmholtz
Exemplo 2.1 Uma onda eletromagnética se propaga num meio com velocidade de
fase dada por
C
vf =
λ
onde C é uma constante qualquer. Que tipo de meio é esse?
dvf C
vg = vf − λ = vf + = 2vf
dλ λ
ou seja, a velocidade de grupo é duas vezes maior que a de fase, portanto, o meio
é dispersivo anômalo. Na realidade, o meio é condutor, como será visto na última
seção deste capı́tulo.
∇ × H = (σ + jω) E (2.5)
e
∇ × E = − jωµ H (2.6)
Portanto, as equações de Helmholtz para os campos elétrico e magnético, obtidas a
partir das equações (2.5) e (2.6), são dadas por
∇2 E − γ 2 E = 0 (2.7)
e
∇2 H − γ 2 H = 0 (2.8)
onde
γ 2 = jωµσ − ω 2 µ (2.9)
ou
CAPı́TULO 2. Ondas TEM num Meio Qualquer 28
γ= jωµσ − k 2 (2.10)
sendo γ denominada de constante de propagação. As soluções das equações de
Helmholtz (2.7) e (2.8) são, respectivamente,
+
plana propagando-se no sentido z , as soluções (2.11) e (2.12) podem ser reescritas,
respectivamente, como
E(z) = Eo e− α z e− jβ z (2.13)
e
H(z) = Ho e− α z e− jβ z (2.14)
onde α é chamado de fator de amortecimento ou atenuação da onda eletromagnética,
enquanto β é denominado constante de fase. Pode-se concluir das equações (2.13) e
(2.14) que, se a constante de propagação é um número complexo, então, a onda sofre
uma atenuação ao longo da direção de propagação. O único meio onde não ocorre
atenuação das ondas eletromagnéticas é o dielétrico perfeito sem perdas. Neste caso,
σ = 0, γ = jβ = jk e o fator de atenuação α = 0.
H=Y n× E (2.17)
onde
1 jωµ
η= = (2.18)
Y γ
é a impedância intrı́nseca do meio. Se for utilizada a lei de Ampère, obtém-se
γ
η= (2.19)
σ + jω
As expressões (2.18) e (2.19), apesar de distintas, fornecem os mesmos valores.
A velocidade de fase de um meio qualquer é obtida a partir de
ω ω
vf = = (2.20)
β Im jωµσ − k 2
Exemplo 2.2 Mostre que, para um meio dielétrico sem perdas, as impedâncias
fornecidas pelas equações (2.18) e (2.19) são equivalentes.
∇ × H = Jc +Jd (2.21)
sendo
Jc = σE (2.22)
e
∇ × H = (σ + jω )E (2.24)
onde σ = σ + ω é chamada de condutividade equivalente do material. Desta
forma, a tangente de perda é representada como segue:
|Jc | σ
tgδ = = (2.25)
|Jd | ω
No caso de materiais dielétricos com perdas, a condutividade é geralmente de-
sprezı́vel e a tangente de perdas pode ser expressa como
tgδ = (2.26)
Se o valor da tangente de perdas for muito pequeno, a atenuação no meio pode ser
desprezada. Neste caso, a onda eletromagnética se propaga com variação de fase
proporcional ao número de onda (β = k).
E(d) 1
= 0, 9 = e−α z =⇒ d = − ln(0, 9) = 0, 25 m
Eo α
A densidade volumétrica de potência média, dissipada pelo dielétrico em forma de
calor, é fornecida por
1
pm = Jef Eef = σ Eef
2
= σ Eo2
2
Como a condutividade equivalente σ = ω tgδ ω tgδ, então
E(z)
0 z
Figura 2.1: Propagação num meio condutor, sendo z = 0 o plano de interface ar-
condutor.
uma vez que a condutividade é alta, ou melhor, σ ω, tendo como conseqüência
ωµσ k 2 . O fator de atenuação associado à diminuição de amplitude da onda é,
portanto, dado por
ωµσ
α= (2.31)
2
e a constante de fase β tem o mesmo valor de α. Sendo assim, pode-se representar
a variação do campo elétrico de uma onda que se propaga no sentido z + como
condutor. Qual deve ser a distância do plano de interface até o plano onde a ampli-
tude de campo é igual a 36,8% do valor próximo a interface? A resposta é δp , pois
em z = 0 tem-se uma amplitude E(0) = Eo , e em z = δ tem-se
6, 6 × 10−2
δp = √ (2.35)
f
A Tabela 2.1 mostra a variação da profundidade de penetração com a freqüência
para ondas propagando-se no cobre.
ou ainda
C
vf = (2.38)
λ
onde
4π
C= (2.39)
µσ
Portanto, o meio condutor é um meio dispersivo anômalo, pois
dvf C vf
=− 2 =− <0 (2.40)
dλo λ λ
A velocidade de grupo é então dada por
vf
vg = vf + λ= 2vf (2.41)
λ
O comprimento de onda no condutor é obtido de
2π
λc = = 2πδp (2.42)
β
e, finalmente, a impedância é fornecida por
jωµ jωµ jωµ
ηc = √ = (2.43)
γ jωµσ σ
ou
ωµ ωµ
ηc = (1 + j) = ∠45◦ (2.44)
2σ σ
Exemplo 2.4 Responda as perguntas do exemplo anterior considerando que a mesma
onda se propaga num meio condutor com condutividade igual a 107 S/m e permeabil-
idade igual a do vácuo.
Sendo assim,
E(d) 1
= 0, 9 = e−α z =⇒ d = − ln(0, 9) = 1, 68 × 10−7 m
Eo α
35 2.9. Velocidade de Fase e Impedância num Condutor
3.1 Introdução
Neste capı́tulo serão analisados alguns casos de ondas eletromagnéticas planas, com
diferentes polarizações, propagando-se em meios diferentes. Inicialmente, o estudo
se concentrará nos casos onde a incidência de ondas se faz perpendicular às interfaces
entre os meios. O estudo de incidência oblı́qua é feito nas últimas seções. Parâmetros
como coeficiente de reflexão, transmissão e onda estacionária serão introduzidos para
facilitar a determinação de amplitude e fase das ondas refletidas e transmitidas,
numa transição entre meios diferentes. Fenômenos como reflexão total, transmissão
total e formação de ondas de superfı́cies serão abordados ao longo do capı́tulo.
37
CAPı́TULO 3. Propagação em Meios Diferentes 38
Meio 1 Meio 2
x
E i
E t
H i n H t n
1 3
0
y z
E r
n2 H r
Ei + Er = Et (3.4)
e
Hi + Hr = Ht (3.5)
ηo 120π
η1 = √ = √ (3.6)
r1 r1
e
ηo 120π
η2 = √ = √ (3.7)
r2 r2
Os campos incidentes são fornecidos por
Ei + Er = Et (3.14)
utilizando-se (3.4) e
1 1 1
az × Ei (z) − az × Er (z) = az × Er (z) (3.15)
η1 η1 η2
ou
Ei Er Et
− = (3.16)
η1 η1 η2
CAPı́TULO 3. Propagação em Meios Diferentes 40
Et = τ21 Ei (3.18)
sendo
Et 2η2
τ21 = = (3.19)
Ei η2 + η1
o coeficiente de transmissão do meio 1 para o meio 2 no plano z = 0. Pode-se
mostrar que, para onda incidindo na interface a partir do meio 2,
2η1
τ12 = (3.20)
η2 + η1
O coeficiente de reflexão, que é definido como a razão entre o campo refletido e
o campo incidente, pode ser obtido dividindo-se (3.14) por Ei , isto é,
Er Et
1+ = (3.21)
Ei Ei
ou
ωµ
η2 = (1 + j) (3.25)
2σ
enquanto os campos são expressos como
2η2
Et = Ei 0 (3.26)
η2 + η1
e
2η1
Ht = Hi 2Hi (3.27)
η2 + η1
uma vez que os valores tı́picos de impedância para um condutor são próximos de
zero.
(1 + j) × 7, 6 × 10−4 − 377
ρ= −0.99999597 (3.34)
(1 + j) × 7, 6 × 10−4 + 377
E = Ei + Er (3.35)
ou, para campos variando harmonicamente no tempo,
Definindo-se
tem-se
sendo
Eo = (Eio + Ero )2 cos2 βz + (Eio − Ero )2 sen2 βz (3.43)
e
Eio − Ero
φ = arctg tg βz (3.44)
Eio + Ero
O campo elétrico da onda, representada por (3.42), tem amplitude máxima dada
por
e mı́nima por
O termo SWR (Standing Wave Ratio) é muito empregado na prática para designar
o coeficiente de onda estacionária. Como o módulo do coeficiente de reflexão varia
de 0 a 1, então, 1 COE < ∞.
CAPı́TULO 3. Propagação em Meios Diferentes 44
H +1 n H +2 n H +3 n
1 1 1
0 y d z
E -1 E -2
H -1 n H -2
n 2 2
E+
n (z) = an e
−jβn z
ax (3.48)
e
1 an −jβn z
H+
n (z) = az × E+
n (z) = e ay (3.49)
ηn ηn
como campos propagando-se na direção z + e, para o meio n = 1 e 2,
E−
n (z) = bn e
jβn z
ax (3.50)
e
1 bn jβn z
H−
n (z) = − az × E−
n (z) = − e ay (3.51)
ηn ηn
45 3.3. Incidência Normal com Propagação em N Meios
• para a interface z = 0,
a1 + b1 = a2 + b2 (3.54)
e
η1
a1 − b 1 = ( a2 − b 2 ) (3.55)
η2
• para z = d,
b2 e jβ2 d b2 2jβ2 d
ρ2 (d) = −jβ d
= e = ρ2 (0) e2jβ2 d (3.59)
a2 e 2 a2
Dividindo-se (3.54) por (3.55), tem-se
1 + ρ1 (0) η2 1 + ρ2 (0)
= (3.60)
1 − ρ1 (0) η1 1 − ρ2 (0)
CAPı́TULO 3. Propagação em Meios Diferentes 46
1 + ρ2 (d) η3
= (3.61)
1 − ρ2 (d) η2
dividindo-se (3.56) por (3.57). Portanto, pode-se escrever a partir (3.61)
η3 − η2
ρ2 (d) = (3.62)
η3 + η2
Substituindo (3.58) e (3.59) em (3.60), obtém-se
η3 −η2 −jβ2 d
ejβ2 d + η3 +η2
e η3 ejβ2 d + e−jβ2 d + η2 ejβ2 d − e−jβ2 d
ηeq = η2 η3 −η2 −jβ2 d = η2 (3.64)
ejβ2 d − η3 +η2
e η2 (ejβ2 d + e−jβ2 d ) + η3 (ejβ2 d − e−jβ2 d )
ou ainda
η3 + jη2 tg (β2 d)
ηeq = η2 (3.65)
η2 + jη3 tg (β2 d)
O coeficiente de onda estacionária no meio 1 é dado por
1 + |ρ1 |
COE1 = (3.66)
1 − |ρ1 |
e, no meio 2, por
1 + |ρ2 |
COE2 = (3.67)
1 − |ρ2 |
O campo refletido na primeira interface, num plano qualquer z ≤ 0 , é fornecido
a partir de
τ1 (0)
E2+ (z) = a2 e−jβ2 z = a1 e−jβ2 z (3.69)
τ2 (0)
e o refletido
47 3.3. Incidência Normal com Propagação em N Meios
τ1 (0)
E2− (z) = b2 e jβ2 z = ρ2 (0) a1 e jβ2 z (3.70)
τ2 (0)
Finalmente, o campo transmitido para o meio 3 é obtido de
τ1 (0)
E3+ (z) = a3 e−jβ3 z = τ2 (d) a1 e−j(β2 −β3 )d e−jβ3 z (3.71)
τ2 (0)
Sendo os coeficientes de transmissão, τ1 (z) e τ2 (z), dados respectivamente por
Exemplo 3.2 Uma onda plana de 10GHz incide normalmente sobre uma folha de
plástico de 1cm de espessura. Qual o coeficiente de onda estacionária na região
anterior à placa? Para que valores de espessura este coeficiente é unitário? A
permissividade relativa da placa é 4.
ηo + jη tg (βd)
ηeq = η (3.74)
η + jηo tg (βd)
Logo,
1 + |ρ| 1 + 0, 545
COE = = = 3, 4 (3.78)
1 − |ρ| 1 − 0, 545
Observe que o COE é unitário quando o coeficiente de reflexão é nulo. Neste caso,
a impedância equivalente do conjunto plástico-ar tem que ser igual a impedância do
meio anterior à placa. Como este meio é o ar, então, ηeq = ηo . É óbvio que a identi-
dade existe se o argumento da tangente na expressão da impedância equivalente for
nulo. Entretanto, isso significa dizer que a espessura d da folha, neste caso, é nula.
A solução geral para o problema é obtida quando se faz o argumento da tangente
igual a nπ, isto é,
√
2π r λo 3
βd = d = nπ =⇒ d = n √ = n cm (3.79)
λo 2 r 4
E +1 E +2 E +N
H +1 n H +2 n H +N n
1 1 1
y
0 d1 dN-2 z
E -1 E -2
H -1 n H -2
n 2 2
E+
n (z) = an e
−jβn z
ax (3.80)
e
1 an −jβn z
H+
n (z) = az × E+
n (z) = e ay (3.81)
ηn ηn
como campos propagando-se na direção z + e, para o meio n = 1, 2 · · · N − 1,
E−
n (z) = bn e
jβn z
ax (3.82)
e
1 bn jβn z
H−
n (z) = − az × E−
n (z) = − e ay (3.83)
ηn ηn
como campos propagando-se na direção z − . O coeficiente de reflexão na interface
entre os meios N e N − 1 é dado por
bN −1 e jβN −1 zN −1 ηN − ηN −1
ρN −1 (zN −1 ) = −jβ z
= (3.84)
aN −1 e N −1 N −1 ηN + ηN −1
sendo
N −1
zN −1 = di (3.85)
i=1
bm e jβm zm eq
ηm − ηm
ρm (zm ) = −jβ z
= eq (3.86)
am e m m ηm + ηm
onde
m
zm = di (3.87)
i=1
e
eq
eq ηm+1 + jηm+1 tg (βm+1 dm )
ηm = ηm+1 eq (3.88)
ηm+1 + jηm+1 tg (βm+1 dm )
sendo
eq
ηN −1 = ηN (3.89)
CAPı́TULO 3. Propagação em Meios Diferentes 50
+ τn (dn−1 )
En+1 (z) = an+1 e−jβn+1 z = an e−j(βn −βn+1 )dn−1 e−jβn+1 z (3.90)
τn+1 (dn−1 )
ou
n
+ −jβn+1 z τn (dn−1 ) −j(βn −βn+1 )dn−1
En+1 (z) = a1 e e (3.91)
i=1
τn+1 (dn−1 )
e
n
− jβn+1 z τn (dn−1 ) −j(βn −βn+1 )dn−1
En+1 (z) = a1 ρn+1 (dn−1 ) e e (3.92)
i=1
τ n+1 (dn−1 )
sendo n = 1, 2 · · · N − 2, do = 0 e ρN (dN −2 ) = 0.
1 Eo −jβ1 n2 · r
Hr (r) = n2 × Er (r) = ρ⊥ e (cos θr ax − sen θr az ) (3.101)
η1 η1
CAPı́TULO 3. Propagação em Meios Diferentes 52
Meio 1 x Meio 2
Ei
Hi n 1
r
θi
y
0
θr θt z
Et
H Ht
r
E r
n 3
n 2
1 Eo −jβ2 n3 · r
Ht (r) = n3 × Et (r) = τ⊥ e (− cos θt ax − sen θt az ) (3.103)
η2 η2
η1
− cos θi e jβ1 x sen θi + ρ⊥ cos θr e jβ1 x sen θr = − τ⊥ cos θt e jβ2 x sen θt (3.108)
η2
θi = θ r (3.111)
A equação (3.111) é conhecida como lei de Snell para reflexão. Voltando-se a atenção
mais uma vez para equação (3.110), tem-se
1 + ρ⊥ = τ ⊥ (3.114)
e a (3.108) como
η1
− cos θi + ρ⊥ cos θr = − τ⊥ cos θt (3.115)
η2
Substituindo (3.114) em (3.115), tem-se
CAPı́TULO 3. Propagação em Meios Diferentes 54
η2 cos θi − η1 cos θt
ρ⊥ = (3.116)
η2 cos θi + η1 cos θt
ou, para meios não magnéticos sem perdas,
cos θi − 21 − sen2 θi
ρ⊥ = (3.117)
cos θi + 21 − sen2 θi
Solução: O primeiro passo é verificar se existe reflexão total, pois a água é mais
refringente que o ar. Portanto, deve-se determinar qual o valor do ângulo crı́tico
que, nesta situação, é
1 1
θc = arcsen = arcsen = 6, 4◦ (3.123)
81 9
Como o ângulo de incidência é maior que o ângulo crı́tico, então, a onda é total-
mente refletida para dentro do tanque. Entretanto, existirá campo elétrico no ar
devido à onda de superfı́cie. Para se obter a intensidade deste campo é necessário se
determinar a amplitude do campo transmitido próxima à interface água-ar. Sabe-se
que a amplitude da onda de superfı́cie é dada por
Et = |τ⊥ | Eo e−α z (3.124)
onde, neste problema, Eo = 200V/m, z corresponde à altura em relação ao nı́vel da
água no tanque e
2 cos θi 2 cos 30
τ⊥ = 1 + ρ⊥ = = √ 1, 74 ∠ − 30◦
cos θi + 1 − sen2 θi
2 cos 30 + 81 − sen 30
2
(3.125)
O valor da atenuação, α, é obtido de
2π 1 √
α= sen2 θi − 1 = 2π 81sen2 30 − 1 = 27, 6 Np/m (3.126)
λ o 2
Sendo assim, a intensidade de campo a um metro da superfı́cie da água é então
Et = 1, 74 × 200 × e−27,6 = 3, 59 × 10−10 V/m (3.127)
CAPı́TULO 3. Propagação em Meios Diferentes 56
x
Meio 1 E Meio 2
i
Hi n 1
r
θi
y
0
θr θt z
Et
E Ht
r
H
r n 3
n 2
1 Eo −jβ1 n1 · r
Hi (r) = n1 × Ei (r) = e ay (3.129)
η1 η1
como os campos incidentes,
1 Eo −jβ1 n2 · r
Hr (r) = n2 × Er (r) = −ρ e ay (3.131)
η1 η1
57 3.4. Incidência Oblı́qua entre Dois Meios
1 Eo −jβ2 n3 · r
Ht (r) = n3 × Et (r) = τ e ay (3.133)
η2 η2
como os campos transmitidos.
Mais uma vez, na interface entre os meios, têm-se
cos θi e jβ1 x sen θi + ρ cos θr e jβ1 x sen θr = τ cos θt e jβ2 x sen θt (3.134)
e
η1 jβ2 x sen θt
e jβ1 x sen θi − ρ e jβ1 x sen θr = τ e (3.135)
η2
Como as fases devem ser idênticas na interface, então
cos θt
1 + ρ = τ (3.136)
cos θi
e
η1
1 − ρ = τ (3.137)
η2
Donde se pode obter
η2 cos θt − η1 cos θi
ρ = (3.138)
η2 cos θt + η1 cos θi
ou, para meios não magnéticos sem perdas,
− 21 cos θi + 21 − sen2 θi
ρ = (3.139)
2
1
cos θi + 21 − sen2 θi
2 2
− cos θB + − sen2 θB = 0 (3.140)
1 1
ou
2
sen2 θB = (3.141)
2 + 1
Portanto,
2
θB = arcsen (3.142)
2 + 1
ou
2
θB = arctg (3.143)
1
Meio 1 x Meio 2
Ei
θ
E n
iy 1
r
θi
y
0
θr θt z
E
Er tθ
θ
E E n
ty
ry 3
n
2
δr = δi + π + φ − φ⊥ (3.153)
e a relação entre as amplitudes, por
|ρ| E |ρ|
αr = arctg = arctg tg αi (3.154)
|ρ⊥ | E⊥ |ρ⊥ |
Finalmente, para os campos transmitidos, têm-se
δt = δi + ψ − ψ⊥ (3.160)
e
|τ| E |τ|
αt = arctg = arctg tg αi (3.161)
|τ⊥ | E⊥ |τ⊥ |
pois
−81 cos 83, 66◦ + 81 − sen2 83, 66◦
ρ = 0 (3.163)
81 cos 83, 66◦ + 81 − sen2 83, 66◦
e
cos 83, 66◦ −81 − sen2 83, 66◦
ρ⊥ = 0, 98 ∠180◦ (3.164)
cos 83, 66 + 81 − sen 83, 66
◦ 2 ◦
Como αr = 0, então, só existe uma componente de campo refletido, isto significa
dizer que a onda refletida está linearmente polarizada. Note que ρ = 0, logo,
a componente paralela do campo incidente é totalmente transmitida para água e
θi = 83, 66◦ , neste problema, é o ângulo de Brewster.
Exemplo 3.6 A Figura 3.7 mostra um enlace de rádio que atravessa um lago. As
antenas do enlace são helicoidais e estão polarizadas circularmente para a esquerda.
Observe que parte do sinal é refletido pelo lago e atinge a antena receptora. Se a
onda refletida tiver a mesma polarização da onda direta, haverá interferência na
recepção do sinal devido à defasagem das ondas, uma vez que as distâncias percor-
ridas são diferentes. A pergunta então é: qual a polarização da onda refletida no
lago? Considere o ângulo de incidência na água igual a 45◦ .
ou seja, as amplitudes das componentes do campo refletido não são mais iguais. Por
outro lado, a defasagem entre as componentes da onda refletida é
isto é, se δi = 90◦ , então δr = −90◦ , ou vice-versa. O sentido da onda incidente será
sempre oposto ao da refletida. A polarização da onda refletida que chega à antena
receptora é elı́ptica para a direita. Portanto, o sinal desta onda será atenuado pela
antena receptora, pois esta foi projetada para receber ondas circularmente polarizada
para a esquerda.
Antena Antena
Transmissora Receptora
Lago
Linhas de Transmissão
4.1 Introdução
Até o capı́tulo anterior foram estudados fenômenos referentes às ondas eletroma-
gnéticas propagando-se em meios abertos. Neste capı́tulo é feita uma análise do
comportamento de ondas eletromagnéticas guiadas por linhas de transmissão, assim
como as caracterı́sticas destas linhas e as técnicas de casamento de impedância
aplicadas para a máxima transferência de energia eletromagnética.
Uma Linha de Transmissão (L.T.) é um dispositivo empregado para guiar uma
onda eletromagnética de um ponto a outro do espaço. Na prática, uma L.T. pode
ser utilizada, por exemplo, para ligar um transceptor a uma antena, um conjunto de
computadores em rede, uma difusora de sinais de TV aos seus assinantes ou, então,
conectar os diversos componentes e circuitos de um sistema de alta freqüência. Ex-
istem diversas geometrias de linha de transmissão em aplicações de alta frequência.
As mais comuns são: coaxial, par de fios, par de fios trançados, fita, microfita, etc..
A Figura 4.1 mostra algumas destas estruturas. Além disso, as linhas de transmissão
podem ser classificadas como uniforme e não uniforme, com perdas e sem perdas.
As linhas uniformes mantêm a geometria da seção transversal e as caracterı́sticas
elétricas e magnéticas ao longo do seu comprimento. Enquanto as linhas sem perdas
são aquelas onde as ondas eletromagnéticas não sofrem qualquer tipo de atenuação
ao longo da direção de propagação.
63
CAPı́TULO 4. Linhas de Transmissão 64
2a
(a)
condutores dielétrico
2a
(b)
l w
condutores
(c)
dielétrico
Figura 4.1: Alguns tipos de linha de transmissão: (a) coaxial; (b) fita de fios par-
alelos; (c) microfita.
1 ∂2E
∇2 E − =0 (4.1)
vf2 ∂t2
enquanto o campo magnético é obtido a partir de
1 ∂2H
∇2 H − =0 (4.2)
vf2 ∂t2
As ondas são do tipo TEM (no caso dos condutores serem perfeitos), propagando-se
no sentido z + ou z − com velocidade de fase
65 4.2. Equação de uma Linha de Transmissão
Zg
ZL
1
vf = √ (4.3)
µ
Se o gerador fornece uma tensão que varia harmonicamente no tempo, isto é,
b b
V (z) = − E(r, z)·dr = E(r, z) dr (4.8)
a a
Enquanto a magnitude das correntes nos condutores pode ser obtida a partir de
2π
I(z) = H(r, z)·dl = H(r, z) r dϕ = 2πrH(r, z) (4.9)
C 0
d2 V (z)
− γ 2 V (z) = 0 (4.10)
d z2
Assim como, multiplicando-se (4.7) por 2πr, tem-se
d2 I(z)
2
− γ 2 I(z) = 0 (4.11)
dz
Apesar das equações acima, denominadas de Equações de uma Linha de Trans-
missão, terem sido deduzidas para uma linha coaxial, elas são válidas para qualquer
tipo de linha de transmissão.
dV = ZI dz (4.12)
ou
dV
= ZI (4.13)
dz
67 4.2. Equação de uma Linha de Transmissão
L L L
C C C
(a)
L R L R
C G C G
(b)
Figura 4.3: Circuito equivalente de uma L.T.: (a) sem perdas; (b) com perdas.
Y = G + jωC (4.17)
d2 V dZ dI
2
= I +Z (4.18)
dz dz dz
e
CAPı́TULO 4. Linhas de Transmissão 68
d2 I dY dV
2
= V +Y (4.19)
dz dz dz
Para linhas uniformes, Z e Y não variam com z, logo
d2 V dI
2
=Z (4.20)
dz dz
ou
d2 V
=ZYV (4.21)
dz 2
e
d2 I dV
2
=Y (4.22)
dz dz
ou
d2 I
= ZY I (4.23)
dz 2
Reescrevendo-se (4.21) e (4.23), têm-se
d2 V
− ZY V = 0 (4.24)
d z2
e
d2 I
− ZY I = 0 (4.25)
d z2
Uma comparação entre as equações (4.10) e (4.24), assim como (4.11) e (4.25),
mostra que a constante de propagação numa L.T. pode ser obtida a partir de
√
γ = α + jβ = ZY (4.26)
A velocidade de fase, neste caso, é obtida de
ω
vf = (4.27)
Im[γ]
Para uma linha sem perdas têm-se
√
γ = jβ = jω LC (4.28)
e
69 4.3. Solução da Equação de uma L.T.
ω 1
vf = =√ (4.29)
β LC
1 dV γ γz
I(z) = = V1 e − V2 e−γ z (4.32)
Z dz Z
ou ainda
Y γz
I(z) = V1 e − V2 e−γ z (4.33)
Z
As soluções são combinações lineares de um par de funções ortogonais, uma vez que
as equações diferenciais são lineares ordinárias de segunda ordem. Fisicamente, as
soluções (4.30) e (4.31) representam, respectivamente, ondas de corrente e tensão
propagando-se no sentido z − (primeiros termos das equações) e z + (segundos termos),
sendo as constantes V1 , V2 , I1 e I2 fasores associados às ondas.
As soluções completas, incluindo a variação temporal harmônica, são
V− V+ Z R + jωL
Zo = − = − + = = (4.36)
I I Y G + jωC
Para linhas uniformes, a impedância caracterı́stica não varia ao longo do seu compri-
mento. Se houver perdas, a impedância é complexa, com valor fornecido por (4.36).
Para perdas desprezı́veis, tem-se R = G 0, o que leva a
L
Zo (4.37)
C
Neste caso, a impedância é real, sendo a indutância por unidade de comprimento
determinada pela expressão [19]
Λ µ S H · ds
L= = (4.38)
Il l C H · dl
e a capacitância por unidade de comprimento
Q S E · ds
C= = − b (4.39)
Vl l E · dl
a
4.4.1 Coaxial
A impedância caracterı́stica de um cabo coaxial sem perdas, como aquele mostrado
na Figura 4.1a, é obtida a partir da equação (4.37), utilizando-se a expressão
da indutância obtida de (4.38) e a da capacitância através de (4.39). Portanto,
resolvendo-se (4.38), obtém-se
µo b
L= ln (4.40)
2π a
e de (4.39)
2π
C= (4.41)
ln ab
Substituindo (4.40) e (4.41) em (4.37), tem-se
1 µo b ηo b
Zo = ln = √ ln (4.42)
2π a 2π r a
71 4.4. Impedância Caracterı́stica
ou
60 b
Zo = √ ln (4.43)
r a
Exemplo 4.1 Qual deve ser a razão entre o condutor interno e externo para que
uma linha coaxial tenha impedância de 75Ω? Considere como dielétrico um plástico
de permissividade relativa igual a 4.
Solução: Pela equação (4.43), pode-se obter facilmente esta relação, ou seja,
√
b 75 4 b
ln = = 2, 5 =⇒ = e2,5 = 12, 2
a 60 a
Portanto, se o condutor interno tiver, por exemplo, 1mm de raio, o externo deverá
ter 12,2mm.
4.4.3 Microfita
A determinação da expressão de impedância caracterı́stica para microfitas, como
aquela mostrada na Figura 4.1c, não é feita de forma totalmente analı́tica, devido
a geometria da mesma. Vários trabalhos sobre o assunto podem ser encontrados
na literatura cientı́fica [24][12]. Um destes trabalhos é o de Hammerstadt (1975)
[15] que fornece expressões para a análise e sı́ntese de linhas de microfitas. Os
valores obtidos destas expressões apresentam erros inferiores a 1% quando r 16
e 0, 05 w/h 20, sendo w a largura da fita e h a espessura do substrato.
Para a análise de fitas com w/h < 1, utiliza-se
60 8h w
Zo = √ ln + (4.48)
ef w 4h
Como parte da onda se propaga no dielétrico e parte se propaga no ar, então, torna-
se necessário se obter uma permissividade relativa efetiva, representada na equação
(4.48) por ef . Para este caso, a permissividade efetiva é dada por
−1/2
r + 1 r − 1 12h w 2
ef = + 1+ + 0, 04 1 − (4.49)
2 2 w h
120π w w −1
Zo = √ + 1, 393 + 0, 667 ln 1, 444 + (4.50)
ef h h
com
−1/2
r + 1 r − 1 12h
ef = + 1+ (4.51)
2 2 w
No caso de sı́ntese, tem-se, para Zo > 44 − 2r ,
w 8
= A (4.52)
h e − 2 e−A
e para Zo < 44 − 2r ,
w 2 r − 1 0, 517
= B − 1 − ln(2B − 1) + ln(B − 1) + 0, 293 − (4.53)
h π 2r r
sendo
73 4.5. Perdas numa L.T.
Zo r + 1 r − 1 0, 121
A= + 0, 226 + (4.54)
60 2 r + 1 r
e
60π 2
B= √ (4.55)
Zo r
Exemplo 4.2 Calcule a largura de uma microfita para que ela tenha uma impedância
caracterı́stica de 50 Ω. A linha será impressa numa placa de circuito impresso de
dupla face com espessura de 2mm e permissividade relativa 3.
Solução: Como se quer projetar uma linha de microfita, deve-se então verificar
qual é a equação mais apropriada para a sı́ntese, (4.52) ou (4.53). Neste caso, como
Zo > 44−2r = 38Ω, deve-se utilizar a primeira equação. Sendo assim, calculando-se
50 3 + 1 3 − 1 0, 121
A= + 0, 226 + 1, 312
60 2 3+1 3
w 8
= 1,312 2, 52
h e − 2 e−1,312
A largura da fita é então w = 2, 52 h = 5, 04mm.
Tabela 4.1: Impedância e atenuação para alguns cabos comerciais. Valores obtidos
do catálogo da Times Microwaves Systems.
Cabo Zo αdB (100MHz) αdB (400MHz) αdB (1GHz)
Coxial (Ω) dB/m dB/m dB/m
RG-6 75 0,089 0,184 0,308
RG-11 75 0,072 0,151 0,253
RG-59 75 0,108 0,226 0,374
RG-58 50 0,151 0,308 0,502
RG-213 50 0,066 0,141 0,24
Exemplo 4.3 Um cabo coaxial é utilizado para ligar uma antena parabólica de
impedância igual a 75Ω ao receptor de mesma impedância. A distância entre eles
é de 10m e a freqüência de operação 1GHz. Qual a melhor opção de cabo? Qual a
atenuação total no cabo?
Solução: Para manter o sistema casado, a melhor opção é utilizar cabos de impedância
caracterı́stica de mesmo valor dos dispositivos, como será estudado nas próximas
seções deste capı́tulo. Além disso, pela Tabela 4.1, o cabo com menor atenuação,
e impedância igual a 75Ω, é o RG-11. A atenuação total introduzida pelos 10m de
cabo é fornecida por
V (0) = V − + V + = V1 + V2 (4.57)
onde V1 e V2 são fasores que estão relacionados um com o outro através do coeficiente
de reflexão de tensão
V2
ρv (0) = |ρv (0)| ejφv = (4.58)
V1
75 4.6. Linhas com Terminação
l
Zg V- , I -
V+ , I +
Zo ZL
z 0
portanto,
V+
ρv (z) = = |ρv (0)| e jφv −2γ z (4.61)
V−
Da mesma forma pode-se obter
I+ jφi −2γ z V+
ρi (z) = − = |ρi (0)| e = − − = −ρv (z) (4.63)
I V
A impedância de carga está relacionada com as ondas de tensão e corrente como
segue:
V (0) V1 [1 + ρv (0)] 1 + ρv (0)
ZL = = = Zo (4.64)
I(0) I1 [1 + ρi (0)] 1 − ρv (0)
logo,
ZL − Zo
ρv (0) = |ρv (0)| ejφv = (4.65)
ZL + Z o
CAPı́TULO 4. Linhas de Transmissão 76
V (z) 1 + ρv (z)
Zeq (z) = = Zo (4.66)
I(z) 1 − ρv (z)
onde
ZT C = Zo tgh γ z (4.72)
Para o caso sem perdas tem-se
77 4.7. Coeficientes de Reflexão para Zg Complexo
ZT C = j Zo tg β z (4.73)
Zg I+ Zg I+
I-
Vg V+ Z*g Vg V + +V - ZL
(a) (b)
Figura 4.5: Gerador com impedância complexa ligado a uma impedância: (a) Zg∗ ;
(b) ZL qualquer.
Vg Vg
I = I+ = = ∗ (4.74)
ZL + Z g Zg + Zg
enquanto
+ +
Zg∗ Vg
V =V = ZL I = ∗ (4.75)
Zg + Zg
como apresentado na Figura 4.5a. Entrentanto, quando ZL = Zg∗ , estas ondas
refletidas estão presentes no circuito (vide Figura 4.5b) e o coeficiente de reflexão
de tensão, neste caso, é dado por
CAPı́TULO 4. Linhas de Transmissão 78
V− V ZL Vg Zg∗ + Zg Zg ZL − Zg∗
ρv = + = + − 1 = −1= ∗ (4.76)
V V ZL + Zg Zg∗ Vg Zg (ZL + Zg )
e o de corrente
I− I Vg Zg∗ + Zg Zg∗ − ZL
ρi = + = + − 1 = −1= (4.77)
I I ZL + Z g Vg ZL + Z g
ou
Zg∗
ρi = − ρv (4.78)
Zg
Note que, para Zg real, a equação (4.78) é idêntica à (4.63).
2ZL
τv (0) = 1 + ρv (0) = (4.79)
ZL + Z o
e
2Zo
τi (0) = 1 + ρi (0) = (4.80)
ZL + Z o
Exemplo 4.4 Suponha agora, para o exemplo anterior, que você só tem disponı́vel
cabos de 50 Ω. Qual deve ser o VSWR nos terminais do receptor? Considere a
permissividade relativa do cabo igual a 4.
de onda através de uma linha cuja impedância Zo = 50Ω. Neste situação, certamente
existirá onda refletida, uma vez que a impedância de um dipolo de λ/2 é complexa
e igual a 73 + j42Ω.
Nesta seção serão abordadas algumas técnicas que utilizam tocos em aberto ou
em curto posicionados em paralelo em determinados pontos (planos) da linha de
transmissão. A introdução destes tocos possibilitam a redução ou eliminação por
completo das ondas refletidas, devido a descasamentos de impedância entre linha-
carga e/ou gerador-linha.
0,8 1
C 1,4
0,6
0,4 73,3 o
0,2
B
P1
VSWR=1.81
8
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,4
P2
P3
-0,2
-0,4
-0,6
-0,8 -1,4
-1
P2, que está deslocado 90◦ no sentido horário do ponto P1. No plano z = λ/4,
o deslocamento é de 180◦ (meia volta na Carta) e em z = λ/2 tem-se uma volta
inteira sobre a circunferência (vide Figura 4.6). Se o deslocamento fosse no sentido
contrário, isto é, anti-horário, o plano de medição estaria sendo deslocado ao longo
da linha no sentido gerador-carga. Estes sentidos estão indicados na borda da Carta
(Figura 4.12).
Uma outra grandeza que se pode medir diretamente na Carta é o coeficiente de
onda estacionária. Ele é o resultado da interseção entre a circunferência de VSWR
constante e o eixo das impedâncias (ou admitância) puramente reais, medido entre
1 e ∞ (vide Figura 4.6). Para se obter o coeficiente de reflexão no plano z = 0, por
exemplo, traça-se uma reta partindo-se do centro da Carta e passando pelo ponto
P1 até atingir a borda. Denominando-se o trecho da reta que vai até o ponto P1 de
AB e o trecho do centro à borda de AC, pode-se obter o módulo do coeficiente de
reflexão fazendo
AB
|ρv (0)| = = 0, 287 (4.84)
AC
enquanto o ângulo é obtido diretamente da leitura na escala de ângulos localizada
na borda da Carta (veja escala na Figura 4.12), neste caso, φv = 73, 3◦ . Algumas
Cartas, como aquela da Figura 4.12, apresentam uma escala linear para obtenção
do módulo do coeficiente de reflexão, eliminando assim o cálculo em (4.84).
l
t
Zg
Zo ZL
(a)
l t
Zg
Zo ZL
(b)
Figura 4.7: Casamento com um toco e trecho de linha: (a) toco em curto próximo
à carga; (b) toco em aberto próximo ao gerador.
Zo2
Zeq (λ/4) = (4.85)
ZL
ou
1
zeq = = yL (4.86)
zL
Uma vez obtido yL = 0, 735 − j 0, 441 (ponto P3), é necessário caminhar na cir-
cunferência de VSWR constante, no sentido horário (carga-gerador), para se obter
a parte real de yL igual a 1. Neste caso, por coincidência, o valor de admitância
CAPı́TULO 4. Linhas de Transmissão 84
y4 = y3 + yT = 1 (4.87)
onde yT = −j 0, 6. O toco que oferece esta susceptância com o menor comprimento
deve ter uma das suas terminações em curto. O comprimento normalizado deste
toco é indicado na Carta da Figura 4.8.
0,8 1 1,4
0,6
0,4
0,2
P1
8
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,4
P2
-0,2
-0,4
-0,6
-0,8 -1,4
-1 l T = 0,164 λ
0,8 1 1,4
0,6
0,4
0,2
P1
VSWR=2.5
VSWR=1.81
P4
8
P2
-0,2
P3
-0,4
l=0,132λ
-0,6
-0,8 -1,4
-1
lT =0,2λ
Zg
A B
Zo Zo ZL
l1 l2
(a)
t2l t3l
Zg
Zo Zo ZL
l1 l2
(b)
Figura 4.10: Circuito de casamento com: (a) dois tocos; (b) três tocos.
Tomando-se mais uma vez como exemplo uma carga com ZL = 50+j 30Ω, ligada
a um gerador 50Ω, através de uma L.T. de Zo = 50Ω, e considerando que o compri-
mento elétrico total do sistema de casamento tem que ser igual a 135◦ , pergunta-se:
qual deve ser os comprimentos dos tocos e trechos de linha para casar o sistema?
O primeiro passo é normalizar a impedância de carga em função da impedância
caracterı́stica e, em seguida, encontrar a admitância normalizada, completando-se
meia volta na Carta de Smith a partir do ponto referente a zL (Figura 4.11). Como
é exigido um comprimento elétrico θ = 3π/4, então o comprimento total da linha
tem que ser
θ 3λ
l = l1 + l2 = λ= (4.88)
2π 8
87 4.13. Casamento com Três Tocos e Trechos de Linha
0,4
P3
0,2
P1
l T2 =0,152 λ
P4
8
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,4
P2
-0,2
P5
-0,4
-0,6
possíveis valores de admitância -0,8 -1,4 possíveis valores de admitância
-1
no plano B antes da introdução no plano A antes da introdução
do toco 2 do toco 1
Figura 4.11: Casamento com dois tocos e trechos de linha l1 = λ/8 e l2 = λ/4, onde
P1, P2, P3, P4 e P5 são respectivamente zL = y1 = 1 + j0, 6, y2 = 0, 73 − j 0, 44,
y3 = 1 + j2, y4 = 1 e y5 = 1 − j2.
Exemplo 4.5 Utilize a placa de circuito impresso do Exemplo 4.2 para confeccionar
uma linha de microfita que atue como um transformador de λ/4. O transformador
89 4.14. Casamento com Transformador
deve ser usado para casar a impedância de uma antena de 300 Ω com a equivalente
de 50 Ω do conjunto cabo-receptor que opera em 200MHz.
e sua largura,
8
w h = 0, 39 × 2 mm = 0, 785 mm
e − 2 e−3A
A
pois
50 3+1 3−1 0, 11
A= + 0, 23 + 3, 02
122, 5 2 3+1 3
O comprimento da linha de microfita é dado por
λo 1, 5
l= √ = √ = 241mm
4 ef 4 2, 43
0.12 0.13
0.11 0.14
0.38 0.37 0.15
0.1 0.39 0.36
90
0.4 100 80 0.35 0.1
9
0.0 6
45
50
1 110 40 70 0.3
1.0
0.4 4
0.9
1.2
0.1
55
8
0.8
0.0 35
7
1.4
2 0.3
0.7
0.4 0 60 3
12
0.6 60
1.6
0.1
0 .07 o) 30 8
/Y 0.3
3 +jB
0.4 A(
1.8
0.2 2
0 65 TIV 50
13 ACI
2.0
0.5 P
06
0.
CA 25
19
0.
A
CI
44
0.
31
0.
N
TA
70
EP 0.4
SC
0
40
14
4
5
0.
0.2
0.0
SU
5
20
0.3
U
0.4
,O
3.0
o)
75
/Z
0.6
jX
(+
4
0.2
0.0
VA
0.3
0
6
0.2
1
30
15
0.4
—>
9
TI
0.8 15
DU
OR
4.0
80
IN
AD
IA
GER
1.0
0.22
NC
0.47
0.28
5.0
TA
1.0
AO
0.2
60
20
85
REA
1
AO
0.
8 10
REC
0.23
ANG
0.48
0.27
M DI
ANG
90
0.6
ULO
NDA E
ULO D
10
170
DO CO
0.1
0.4
—> COMP. DE O
0.24
O
0.49
0.26
COEFICIENTE DE REFLEXAO
EFICIENTE DE TRANSMISSAO E
20
0.2
50
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
1.2
1.4
1.6
1.8
2.0
3.0
4.0
5.0
10
20
50
0.25
0.25
180
0.0
RGA<—0.0
50
RESISTENCIA (R/Zo) OU CONDUTANCIA (G/Yo)
0.2
AO A CA
20
0.2
0.49
0.26
4
0.4
-170
E
0.1
M
DIREC
M GR
10
GRAU
0.6
-90
A EM
AUS
0.23
0.48
0.27
S
OND
8
0. -10
)
/Yo
-160
-85
-20
. DE
0.2
1.0
(-jB
5.0
0.22
MP
0.47
0.28
A
1.0
TIV
CO
DU
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4.0
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0.8 -15
4
0.2
IA
0
-30
0.0
0.3
-15
6
0.2
NC
1
0.4
9
TA
0.6
EP
-75
3.0
SC
U
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-20
0.2
S
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0
5
0.3
4
O
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0.
40
-4
),
-1
Zo 0.4
X/
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0.
VA
19
0.
TI -25
44
0.
CI
0.5
31
0.
PA
2.0
-5
30 CA 0
-6 5
-1 A
7 CI 0.2 0.1
1.8
0.0 AN 8
AT
0.6
RE 0.3
3
0.4 -30 2
1.6
-60
0 -60 0.1
8 -12
0.7
0.0 7
1.4
2 -35 0.3
0.8
0.4 3
1.2
-55
0.9
0.1
1.0
9 -70
0.0 -110 -4
0 6
0
-5
0.3
-4
1
0.4 0.1 -100 -80 0.15 4
-90
0.11 0.14 0.35
0.4 0.12 0.13
0.39 0.36
0.38 0.37
P) B] .
P ST. . [d .W
N FL S S
EF CO RD EF EN
SW d . [d FL , E o
O T
PI PE C A
R BS B] ., P r I
S
RT EF RF
SM O
.,
O
1 0.9 0.8 0.7 0.6 0.5 0.4 0.3 0.2 0.1 0.05 0.01 0 0 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 2 2.5 3 4 5 10
.,
SM
O
1 0.9 0.8 0.7 0.6 0.5 0.4 0.3 0.2 0.1 0 1 0.99 0.95 0.9 0.8 0.7 0.6 0.5 0.4 0.3 0.2 0.1 0
N
C
RA
.T
CENTRO
EF
O
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 2
C
ORIGEM
Parâmetros de Espalhamento
I1 I2
V1 1 2
V2
91
CAPı́TULO 5. Parâmetros de Espalhamento 92
h11 h12
H= , matriz hı́brida, (5.3)
h21 h22
A B
T= , matriz transmissão, (5.4)
C D
As matrizes acima estão respectivamente associadas aos sistemas de equações:
V1 = A V2 + B I2 (5.11)
I1 = C V2 + D I2 (5.12)
A caracterização de uma linha de transmissão, como aquela mostrada na Figura
5.2, utilizando-se a matriz de impedância, é obtida fazendo-se
V1
Z11 = |I =0 = −j Zo cotg ∆φ (5.13)
I1 2
V1 Zo
Z12 = |I1 =0 = −j (5.14)
I2 sen ∆φ
V2 Zo
Z21 = |I2 =0 = −j (5.15)
I1 sen ∆φ
V2
Z22 = |I =0 = −j Zo cotg ∆φ (5.16)
I2 1
93 5.2. Parâmetros de Espalhamento
I1 I2
V1
Z V2
(a)
I1 I2
V1 Zo V2
∆φ = β l
(b)
Figura 5.2: (a) Quadripolo caracterizado pela matriz Z; (b) Linha de transmissão.
a1 a2
b1 S b2
V+
a1 = √1 (5.20)
Zo
V
a2 = √ 2 (5.21)
Zo
V−1
b1 = √ (5.22)
Zo
e
V2+
b2 = √ (5.23)
Zo
onde Zo é a impedância caracterı́stica das linhas de transmissão conectadas às portas.
Logo, podemos também escrever
+
V1 = S11 V 1 + S12 V2 (5.24)
e
V2+ = S21 V +
1 + S22 V2 (5.25)
95 5.2. Parâmetros de Espalhamento
V1
S11 = |V2 =0 (5.26)
V+1
V1
S12 = | + (5.27)
V2 V 1 =0
V2+
S21 = + |V2 =0 (5.28)
V1
V2+
S22 = | + (5.29)
V2 V 1 =0
V (l) τ Vo e−γl
S21 = S12 = = = τ e−αl e−jβl
V (0) Vo
Como
e √
2π r 4π
β= = = 42 rd/m ⇒ φ = −βl = −420 55, 8◦
λo 0, 3
então
S21 = S12 = 0, 45 ∠ 55, 8◦
Note que S11 = S22 e S21 = S12 , pois uma linha de transmissão é um dispositivo
simétrico.
|S21 | √
Gma = (K − K 2 − 1) (5.32)
|S12 |
O ganho máximo estável ocorre quando K = 1, isto é,
|S21 |
Gms = (5.33)
|S12 |
Uma análise de estabilidade deve ser feita quando K < 1. Os coeficientes de reflexão
em direção a fonte (ρs ) e em direção a carga (ρL ) devem ser calculados de forma a
manter o transistor num ponto de operação estável.
Os parâmetros Fm e Rn são, respectivamente, a figura e a resistência de ruı́do
do transistor. A figura de ruı́do de um sistema amplificador de um estágio é obtida
a partir de [33][21]
|ρs − ρo |2
F = Fm + 4Rn (5.34)
|1 + ρo |2 1 − |ρs |2
sendo ρo o coeficiente de reflexão ótimo “visto” em direção a fonte.
Finalmente, o parâmetro Ga se refere ao ganho disponı́vel para a figura de ruı́do
mı́nima.
S12 = 0, 157 ∠ − 47◦ e S22 = 0, 595 ∠ 78◦ . Qual deve ser a figura de ruı́do de um
amplificador com ρs = 0?
Logo,
1 + 0, 5232 − 0, 8012 − 0, 5952
K= = 1, 08
2 × 0, 132
e o ganho máximo disponı́vel,
0, 842
Gma = (1, 08 − 1, 082 − 1) = 3, 595 (5,6 dB)
0, 157
enquanto que o ganho estável é fornecido por
0, 842
Gms = = 5, 363 (7,3 dB)
0, 157
Finalmente, a figura de ruı́do de um amplificador com ρs = 0 é dada por
0, 862
F = 1, 25 + 4 × 0, 873 × = 2, 684 (4,3 dB)
1, 3422
V1+ V2-
Zs
V1- V2+ ZL
ρ in ρ out
Circuito Circuito
de de
- +
Casamento V1 V2 Casamento ZL
de de
Entrada Saída
ρs ρL
V2+ − V2− V+
IL = = 2 (1 − ρL ) (5.38)
Zo Zo
A potência na entrada do transistor é obtida de forma semelhante e seu valor é
fornecido por
+ 2
V
Pin = 1 1 − |ρin |2 (5.39)
2Zo
Portanto,
+ 2
V2 1 − |ρL |2 1 − |ρL |2
2
Gp = + 2 = |τ21 | (5.40)
V1 1 − |ρin |2
1 − |ρin |2
O coeficiente de reflexão na entrada do transistor pode ser obtido a partir das
equações (5.24) e (5.25), isto é,
V2+ S21
τ21 = + = (5.42)
V1 1 − S22 ρL
Sendo assim, o ganho de potência, fornecido pela equação (5.40), pode ser reescrito
como
|S21 |2 1 − |ρL |2
Gp = (5.43)
|1 − S22 ρL |2 − |S11 − ρL ∆ |2
onde
101 5.4. Amplificador de um Estágio
ZL − Zo
ρL = (5.44)
ZL + Z o
Exemplo 5.3 Utilize o transistor do Exemplo 5.2 para projetar o pré-amplificador
de um LNA (Low Noise Amplifier/Amplificador de Baixo Ruı́do) na freqüência de
8GHz e impedâncias de entrada e saı́da iguais a 50Ω. Qual o ganho máximo de
potência deste estágio amplificador?
Solução: Como se sabe, pré-amplificadores têm que ter a menor figura de ruı́do
possı́vel, tal que a figura de ruı́do total [33][21],
F2 − 1 F3 − 1
F = F1 + + + ...
G1 G1 G2
seja mı́nima. F1 é a figura de ruı́do do primeiro estágio ou pré-amplificador e Gi o
ganho do i-ésimo estágio.
Na freqüência desejada, a figura de ruı́do mı́nima é atingida quando ρs = ρo =
0, 86 ∠ − 88◦ , de forma que, na equação (5.34), F = Fm = 0, 97dB. A impedância
equivalente nos terminais de entrada do FET, “vista” em direção ao gerador, é
obtida utilizando-se
Zs − Zo
ρs =
Zs + Z o
ou seja,
1 + ρs
Zs = Z o = 50 × (0, 155 − j1, 023) = 7, 75 − j51, 17 Ω
1 − ρs
A admitância, neste caso, é então Ys = Gs + jBs = 0, 003 + j0, 02 S. Sendo assim,
pode-se obter a parte real através de um transformador de λ/4 com impedância
caracterı́stica dada por
1
Zo1 = Zs Zg = × 50 125 Ω
0, 003
e a imaginária a partir de um toco com
Yt1 = jBs = j Yo2 tg β lt1
ou seja, Zo2 = 1/Yo2 = 50Ω, para lt1 = λ/8.
O ganho máximo é obtido quando ρL = ρ∗out . Nesta condição, a impedância de
saı́da do transistor está casada com a impedância de carga através do circuito de
saı́da. Seu valor é fornecido por
1 + ρout
Zout = Zo = 11, 43 + j38, 82 Ω
1 − ρout
CAPı́TULO 5. Parâmetros de Espalhamento 102
Sendo assim, o circuito de saı́da tem que casar Zout = 11, 43 + j38, 82 Ω com ZL =
50Ω. Mais uma vez, utilizando-se as técnicas de casamento apresentadas no Capı́tulo
4, com o auxı́lio da Carta de Smith, têm-se l2 = 0, 335λ e lt2 = 0, 066λ. O ganho
máximo de potência é então
|S21 |2 1 − |ρ∗out |2
Gp = = 3, 549 (5,5 dB) (5.45)
|1 − S22 ρ∗out |2 − |S11 − ρ∗out ∆ |2
linha 1 linha 2
Zs
FET
ZL
toco 1 toco 2
Figura 5.6: Pré-amplificador com ganho de potência igual a 5,5dB e figura de ruı́do
igual a 0,97dB. As linha são do tipo microfita
Capı́tulo 6
6.1 Introdução
103
CAPı́TULO 6. Guias de Onda e Cavidades Ressonantes 104
l l
b
(a) (c)
2a a
l
b
(b)
a
Figura 6.1: Tipos de guias: (a) cilı́ndrico circular; (b) retangular; (c) elı́ptico.
∇·∇×F≡0 (6.1)
assim como uma função potencial φ qualquer satisfaz
∇ × ∇φ = 0 (6.2)
Num espaço livre de cargas elétricas, os campos elétrico e magnético satisfazem as
equações de Maxwell
∇·E=0 (6.3)
e
∇·H=0 (6.4)
Portanto, pode-se escrever os vetores campo elétrico e campo magnético em função
de potenciais que obdeçam a identidade (6.1), isto é,
105 6.2. Potenciais Vetores de Hertz
E = −jωµ∇ × Πh (6.5)
e
H = jω ∇ × Πe (6.6)
Substituindo-se (6.5) na equação de Maxwell
∇ × H = jω E (6.7)
tem-se
∇ × H = k 2 ∇ × Πh (6.8)
Logo,
H = k 2 Πh (6.9)
ou de uma forma geral
H = k 2 Πh + ∇φh (6.10)
Substituindo-se (6.5) e (6.10) na equação de Maxwell
∇ × E = −jωµ H (6.11)
tem-se
∇ × ∇ × Πh = k 2 Πh + ∇φh (6.12)
ou
∇ (∇ · Πh ) − ∇2 Πh = k 2 Πh + ∇φh (6.13)
Impondo-se a condição de Lorentz
φh = ∇ · Πh (6.14)
obtém-se
∇2 Πh + k 2 Πh = 0 (6.15)
A solução da equação diferencial (6.15) fornece a expressão do potencial vetor de
Hertz magnético que, por sua vez, possibilita a determinação de E através de (6.5)
e H a partir de
CAPı́TULO 6. Guias de Onda e Cavidades Ressonantes 106
H = k 2 Πh + ∇ (∇ · Πh ) = ∇ × ∇ × Πh (6.16)
De forma semelhante, pode-se obter a equação diferencial que fornece a expressão
do potencial vetor de Hertz Πe a partir da substituição de (6.6) em (6.11), ou seja,
∇ × E = k 2 ∇ × Πe (6.17)
ou, de uma forma geral,
E = k 2 Πe + ∇φe (6.18)
Substituindo-se (6.6) e (6.18) em (6.7), tem-se
∇ × ∇ × Πe = k 2 Πe + ∇φe (6.19)
ou
∇ (∇ · Πe ) − ∇2 Πe = k 2 Πe + ∇φe (6.20)
Impondo-se a condição de Lorentz
φe = ∇ · Πe (6.21)
obtém-se
∇2 Πe + k 2 Πe = 0 (6.22)
A partir da solução de (6.22) pode-se determinar a expressão do campo magnético
através de (6.6) e a do elétrico a partir de
E = k 2 Πe + ∇ (∇ · Πe ) = ∇ × ∇ × Πe (6.23)
k2
H
E1 H1 E
E2 H2
k1
+ = k
TEM 1 TEM 2 TE
caminho
da fente de
onda 2
frente frente
de onda de onda
TEM 2 TEM 1
caminho
sonda da fente de
onda 1
que sofrem múltiplas reflexões ao longo das paredes deste. O resultado desta com-
binação de frentes TEM são ondas que possuem componentes de campo na direção de
propagação, como mostrado nas Figuras 6.2 e 6.3. Quando todas as componentes
do campo elétrico são transversais à direção de propagação, diz-se que a onda se
propaga no modo TE (transversal elétrico). Enquanto aquelas com componentes de
campo magnético transversal são denominadas de onda TM (transversal magnético).
O modo de propagação num guia de onda depende do tipo de excitação, ou
melhor, de como a onda é injetada neste. A excitação de guias pode ser feita
através de sondas ou acoplamento eletromagnético. A Figura 6.4 mostra um guia
retangular sendo excitado por um cabo coaxial terminado numa sonda. Observa-se
nas Figuras 6.4a e 6.4b que a sonda é reta e está colocada numa das paredes laterais
do guia. Nesta posição, a sonda radia ondas eletromagnéticas que se propagam no
modo TE. O vetor campo elétrico tem a mesma direção da sonda reta, enquanto
o campo magnético próximo circula a mesma. Já as Figuras 6.4c e 6.4d mostram
uma excitação que favorece a propagação do modo TM, pois o campo magnético
circulante está totalmente transversal à direção de propagação.
CAPı́TULO 6. Guias de Onda e Cavidades Ressonantes 108
k2
E
H1 E1 H
H2 E2
k1
+ = k
TEM 1 TEM 2 TM
caminho
da fente de
onda 2
frente frente
de onda de onda
TEM 2 TEM 1
sonda caminho
da fente de
onda 1
Πh = Πh az (6.24)
109 6.4. Campos num Guia de Onda
Linha Coaxial
b
Sonda
a l
(a) (b)
Ht
b
Sonda
a l
(c) (d)
Figura 6.4: Guia retangular com excitação para operar no: modo TE, (a) corte
transversal e (b) corte longitudinal; modo TM, (c) corte transversal e (d) corte
longitudinal.
∂ 2 Πh ∂ 2 Πh ∂ 2 Πh
∇2 Πh = + + (6.26)
∂x2 ∂y 2 ∂z 2
e como Πh é dado por (6.25), então,
∂ 2 Πh ∂ 2 Πh
∇2 Πh = + + γ 2 Πh = ∇2t Πh + γ 2 Πh = 0 (6.27)
∂x2 ∂y 2
CAPı́TULO 6. Guias de Onda e Cavidades Ressonantes 110
kc2 = γ 2 + k 2 (6.30)
Apesar da dedução da equação (6.29) ter sido feita utilizando coordenadas retangu-
lares, este resultado pode ser aplicado em qualquer sistema de coordenadas.
Como foi dito anteriormente, o campo elétrico pode ser obtido de (6.5), isto é,
∂Πh ∂Πh
E = −jωµ∇ × Πh = −jωµ ax − ay (6.31)
∂y ∂x
ou
Ht = −γ e−γ z ∇t ψh (6.36)
e
Πe = Πe az (6.38)
considerando-se que o guia tem comprimento ao longo de z. Desta forma, os campos
elétrico e magnético no interior do guia podem ser obtidos respectivamente de (6.23)
e (6.6). A expressão do potencial vetor Πe é fornecida por (6.22), que tem como
solução, para uma onda propagando-se no sentido z + ,
Et = −γ e−γ z ∇t ψe (6.46)
e
CAPı́TULO 6. Guias de Onda e Cavidades Ressonantes 112
Ex Ey jωµ
ZT E = =− = (6.56)
Hy Hx γ
Quando não existem perdas, γ = jβ e
CAPı́TULO 6. Guias de Onda e Cavidades Ressonantes 114
ωµ kη
ZT E = = (6.57)
β β
ou
η
ZT E = 2 (6.58)
1 − λλc
Já para o caso TM, a impedância é obtida da razão dos campos fornecidos por (6.46)
e (6.45), isto é
Ex Ey γ
ZT M = =− = (6.59)
Hy Hx jω
ou para o caso sem perdas
2
λ
ZT M = η 1− (6.60)
λc
Pode-se verificar que as impedâncias modais variam de acordo com a freqüência
de excitação e a freqüência de corte.
d2 f (x)
+ kx2 f (x) = 0 (6.64)
dx2
e
d2 g(y)
+ ky2 g(y) = 0 (6.65)
dy 2
sendo
kx a = mπ (6.73)
ou
mπ
kx = (6.74)
a
De maneira semelhante, aplicando-se as condições de contorno (6.62) em (6.70),
obtém-se C = 0 e
nπ
ky = (6.75)
b
onde n e m são inteiros positivos. Substituindo (6.74) e (6.75) em (6.66), tem-se
mπ 2 nπ 2
kc = + (6.76)
a b
Portanto, o comprimento de onda de corte para o modo TE é dado por
2π 2ab
λc = = (6.77)
kc
(mb)2 + (na)2
Ho mπ nπ
ψh (x, y) = BD cos kx x cos ky y = 2 cos x cos y (6.78)
kc a b
em (6.35), (6.36) e (6.37). Observe que, para a componente de campo magnético
em (6.37) ser expressa em A/m, é necessário que BD seja igual a Ho /kc2 , onde Ho é
a intensidade máxima de campo magnético. Portanto,
∂ψh nπγ mπ nπ
Ex = −jωµ e−γ z = Eo cos x sen y e−γ z (6.79)
∂y bkc2 a b
mπ nπ
−γ z ∂ψh mπγ
Ey = jωµ e = − 2 Eo sen x cos y e−γ z (6.80)
∂x akc a b
∂ψh Ey
Hx = −γ e−γ z = (6.81)
∂x ZT E
∂ψh Ex
Hy = −γ e−γ z =− (6.82)
∂y ZT E
e
mπ nπ
Hz = Ho cos x cos y e−γ z (6.83)
a b
Não havendo perdas, têm-se
jnπβ mπ nπ
Ex = Eo cos x sen y e−jβ z (6.84)
bkc2 a b
jmπβ mπ nπ
Ey = − E o sen x cos y e−jβ z (6.85)
akc2 a b
Ey
Hx = − (6.86)
ZT E
Ex
Hy = (6.87)
ZT E
e
mπ nπ
Hz = Ho cos x cos y e−jβ z (6.88)
a b
sendo
ωµ
Eo = Ho (6.89)
β
CAPı́TULO 6. Guias de Onda e Cavidades Ressonantes 118
∂ψe mπγ mπ nπ
Hy = −jω e−γ z = − 2 Ho cos x sen y e−γ z (6.94)
∂x akc a b
∂ψe
Ex = −γ e−γ z = ZT M H y (6.95)
∂x
∂ψe
Ey = −γ e−γ z = −ZT M Hx (6.96)
∂y
e
mπ nπ
Ez = Eo sen x sen y e−γ z (6.97)
a b
Não havendo perdas, têm-se
jnπβ mπ nπ
Hx = Ho sen x cos y e−jβ z (6.98)
bkc2 a b
119 6.6. Guia Retangular
jmπβ mπ nπ
Hy = − 2
Ho cos x sen y e−jβ z (6.99)
akc a b
Ex = ZT M Hy (6.100)
Ey = −ZT M Hx (6.101)
e
mπ nπ
Ez = Eo sen x sen y e−jβ z (6.102)
a b
sendo
β
Eo = Ho (6.103)
ω
Observe nas equações acima que os modos TMm0 e TM0n não existem, pois basta m
ou n ser igual a zero para que todas as componentes dos campos sejam nulas. Sendo
assim, o menor modo TM possı́vel de se propagar num guia de seção transversal
retangular é o modo TM11 .
Linha Coaxial
λ 1 /2
b λ 1 /4
Sonda
a l
(a) (b)
λ 2 /4 λ 2 /4
b
Sonda
(c) (d)
Solução: As Figuras 6.5a e 6.5b mostram um guia operando no modo TE, pois
o campo elétrico gerado, que tem a mesma direção das sondas, é perpendicular à
direção de propagação. A partir da posição e diferença de fase entres as sondas no
plano transversal (Figura 6.5a), pode-se determinar que modo TEmn o guia está
operando. Observe que, neste caso, a diferença de fase introduzida pelo trecho de
cabo entre as sondas é de 180◦ (l = λ/2). Portanto, quando a tensão é máxima
numa sonda, na outra ela é mı́nima. Sabe-se que as ondas geradas pelas sondas são
refletidas pelas paredes laterais do guia, produzindo, em determinadas freqüências,
padrões estacionários na direção transversal. A posição e a diferença de fase das
sondas na Figura 6.5a indicam que o menor modo possı́vel de propagação ocorre
quando o padrão estacionário é igual a um comprimento de onda. Sendo assim,
λc = a = 20mm e
c c
fc = = = 15 GHz
λc a
121 6.7. Guia Cilı́ndrico
produzindo-se o modo de operação TE20 . Já o guia apresentado nas figuras 6.5c e
6.5d opera no modo TE10 , pois a sonda está posicionada a uma distância a/2 das
paredes laterais do guia, gerando um padrão igual a meio comprimento de onda.
Logo, λc = 2a = 40mm e
c c
fc = = = 7, 5 GHz
λc 2a
As sondas são posicionadas a λg /4 da parede transversal para evitar interferência
destrutiva. Sabe-se que a reflexão da onda na parede condutora produz uma de-
fasagem de π e que a defasagem da onda para ir até a parede e voltar é igual a
2π λg λg
∆φ = βl = + =π
λg 4 4
∂ 2 ψ 1 ∂ψ 1 ∂2ψ
+ + + kc2 ψ = 0 (6.104)
∂r2 r ∂r r2 ∂ϕ2
onde ψ(r, ϕ) pode ser ψe (r, ϕ) ou ψh (r, ϕ). Considerando-se que
∂ 2g
+ ν 2g = 0 (6.107)
∂ϕ2
CAPı́TULO 6. Guias de Onda e Cavidades Ressonantes 122
o que corresponde às raı́zes da derivada da função de Bessel de ordem m (vide Figura
6.6), denominada aqui de pmn , sendo n a enésima raiz. Portanto, o número de onda
de corte pode ser determinado utilizando-se
123 6.7. Guia Cilı́ndrico
0.6
J' 1 (x)
0.4
J' 2 (x)
0.2
p' 11 p' 13
p' 12
-0.2
J' 0 (x)
-0.4
-0.6
0 2 4 6 8 10
Figura 6.6: Gráficos das funções derivadas de Bessel Jm (x), onde são indicadas as
raı́zes p11 = 1, 84, p12 = 5, 33 e p13 = 8, 55.
pmn
kc = (6.114)
a
donde se pode obter o comprimento de onda de corte e outros parâmetros através
das equações (6.48) a (6.60).
Os campos, fornecidos por (6.37), (6.35) e (6.36), têm as seguintes expressões:
1 ∂ψh mγ
Er = −jωµ e−γ z = Eo 2 Jm (kc r) sen mϕ e−γ z (6.116)
r ∂ϕ kc r
∂ψh γ ∂Jm (kc r)
Eϕ = jωµ e−γ z = Eo cos mϕ e−γ z (6.117)
∂r kc ∂r
∂ψh Eϕ
Hr = −γ e−γ z =− (6.118)
∂r ZT E
1 ∂ψh Er
Hϕ = −γ e−γ z = (6.119)
r ∂ϕ ZT E
e, no caso sem perdas,
CAPı́TULO 6. Guias de Onda e Cavidades Ressonantes 124
jmβ
Er = Eo Jm (kc r) sen mϕ e−jβ z (6.121)
kc2 r
jβ ∂Jm (kc r)
Eϕ = Eo cos mϕ e−jβ z (6.122)
kc ∂r
Eϕ
Hr = − (6.123)
ZT E
Er
Hϕ = (6.124)
ZT E
ψe |r=a = 0 (6.125)
ou
1 ∂ψe mγ
Hr = jω e−γ z = −Ho 2 Jm (kc r) sen mϕ e−γ z (6.129)
r ∂ϕ kc r
125 6.7. Guia Cilı́ndrico
J 0 (x)
J 1 (x)
0.5 J 2 (x)
p 02
p01
p 03
-0.5
0 2 4 6 8 10
Figura 6.7: Gráficos das funções de Bessel Jm (x), onde são indicadas as raı́zes
p01 = 2, 4, p02 = 5, 52 e p03 = 8, 64.
jmβ
Hr = −Ho Jm (kc r) sen mϕ e−jβ z (6.134)
kc2 r
jβ ∂Jm (kc r)
Hϕ = −Ho cos mϕ e−jβ z (6.135)
kc ∂r
Er = −ZT M Hϕ (6.136)
Eϕ = ZT M Hr (6.137)
CAPı́TULO 6. Guias de Onda e Cavidades Ressonantes 126
Tabela 6.1: Raı́zes das funçõoes de Bessel para diferentes modos de propagação.
Modo mn 01 02 03 11 12 13 21 22 23
TE p 3,832 7,016 10,173 1,841 5,332 8,537 3,054 6,706 9,969
TM p 2,405 5,52 8,654 3,832 7,016 10,173 5,136 8,417 11,62
Exemplo 6.3 Um guia cilı́ndrico oco é excitado através de uma sonda reta posi-
cionada no centro da parede transversal. Determine o raio deste guia para a freqüência
de corte de 5GHz.
Solução: O modo de operação, neste caso, é do tipo TM, uma vez que as com-
ponentes de campo magnético são transversais à direção de propagação (campo
magnético circulando em torno da sonda). O campo elétrico é máximo no centro
do guia, onde está posicionada a sonda, portanto, a função de Bessel adequada ao
problema é J0 (kc a). Escolhendo-se o modo de propagação mais baixo, tem-se
pmn p01 c 2, 4 × 3 × 108
a= = = 0, 023 m
kc 2πfc 2π × 5 × 109
onde o modo de opereção é o TM01 .
α= kc2 − k 2 (6.139)
ou
2
2π λ
α= −1 (6.140)
λ λc
lembrando-se que kc > k. No caso de λ λc , tem-se
2π
α≈ (6.141)
λc
Em geral, o fator de atenuação é expresso em dB/m, ou seja,
αd = Re{γ} (6.143)
Sabe-se que a permissividade de um dielétrico que oferece perdas é complexa, por-
tanto,
αd = Re kc2 − ω 2 µ( − j ) (6.144)
Se a tangente de perdas
CAPı́TULO 6. Guias de Onda e Cavidades Ressonantes 128
2
λ
tg δ = 1 − (6.145)
λc
então, pode-se demonstrar que
π tg δ
αd ≈ 2 (6.146)
λ 1 − λλc
dP
= −2α P (6.148)
dz
ou seja,
1 dP
α=− (6.149)
2 P dz
A equação (6.149) indica que o fator de atenuação é a razão entre a taxa de redução
da potência − dP
dz
e duas vezes a potência transmitida 2 P . A potência média trans-
mitida é obtida da integração do vetor de Poynting na direção de propagação,
P = Wz · ds (6.150)
S
ou
Re{Zmn }
P = |Ht |2 ds (6.151)
2
S
dP
− = Wt · dl (6.152)
dz C
ou
dP Re{ηc } 2
− = |Hz |2 + |Ht | dl (6.153)
dz 2 C
onde Ht representa as componentes transversais que são paralelas às paredes do
guia, C o perı́metro da seção transversal e ηc a impedância intrı́nseca do material
condutor. O fator de atenuação devido às paredes condutoras do guia é portanto
dado por
Re{ηc } C |Hz |2 + |Ht |2 dl
αc = (6.154)
2 Re{Zmn } S |Ht |2 ds
A atenuação total no guia é obtida através do produto entre o comprimento e o
fator de atenuação total, isto é,
2Rc m2 b3 + n2 a3
αc = (6.158)
bZd m2 b2 a + n2 a3
sendo Zd fornecida por (6.58), no caso T E, e por (6.60), no caso T M . A resistência
das paredes condutoras é obtida de
ωµo
Rc = (6.159)
2σ
O parâmetro δm é igual a 1 para m = 0 e igual a 2 quando m = 0. Idem para δn .
CAPı́TULO 6. Guias de Onda e Cavidades Ressonantes 130
onde a = 0, 023m e
ωµ π × 4, 95 × 109 × 4π × 10−7
Rc = = 0, 035Ω
2σ 0, 28 × 5, 8 × 107
Portanto,
0, 553 × 0, 035
A= 0, 842 dB
0, 023
b
x
a
z
z (a)
d L C
a
y
x
(b) (c)
Figura 6.8: Tipos de cavidades: (a) de paredes retangular; (b) cilı́ndrica. (c) circuito
equivalente.
2π
λr = (6.163)
kr
onde kr é denominado número de onda de ressonância, cuja a expressão depende da
geometria da cavidade e do modo de excitação. Enquanto que o fator de qualidade
é definido como sendo o produto da energia máxima armazenada pela freqüência
angular de ressonância, dividido pela potência dissipada, ou seja,
CAPı́TULO 6. Guias de Onda e Cavidades Ressonantes 132
ωr Emax
Q= (6.164)
Pd
sendo Emax a energia máxima, obtida de (1.111) ou (1.112), e Pd a potência dissipada,
dada por
Re {ηc }
Pd = |Ht |2 ds (6.165)
2
S
fr
Q= (6.167)
∆f
onde ∆f é a faixa de freqüências cuja atenuação é menor ou igual a 3dB.
λ
d=l (6.168)
2
onde, neste caso, l é um número inteiro positivo. Portanto, a função que descreve
a variação dos campos na direção de propagação, para um guia sem perdas, não é
mais do tipo e−jβ z ou e jβ z , mas a superposição das duas. Por exemplo, o campo
elétrico transversal pode ser escrito como
Et2
ρ(0) = = −1 (6.170)
Et1
logo
Et1 2 jβ z
ρ(d) = e = −1 (6.172)
Et2
e
Et |z=d = 0 (6.174)
então
sen βd = 0 (6.175)
donde se conclui que
lπ
kz = β = (6.176)
d
Assim, o número de onda de ressonância pode ser calculado a partir de
2 2
2
lπ mπ 2 nπ 2 lπ
kr = kc + = + + (6.177)
d a b d
conseqüentemente, tem-se
2
c m 2 n 2 l
fr = √ + + (6.178)
2 r a b d
Como foi visto, o modo de ressonância de uma cavidade depende das dimensões
a, b e d da mesma, além dos inteiros positivos m, n e l, que representam os múltiplos
de λ/2 possı́veis de existir em cada uma das dimensões. Nos guias, os modos foram
denominados TEmn ou TMmn . No caso das cavidades, esta denominação só faz
CAPı́TULO 6. Guias de Onda e Cavidades Ressonantes 134
sentido se uma das direções for definida como direção de propagação. Por exem-
plo, para uma cavidade oca onde a sonda de excitação é introduzida exatamente
no centro da parede de área ad, pode-se obter o modo de ressonância TE110 se a
direção z for considerada como direção de propagação. Entretanto, se a direção y for
definida como direção de propagação, o modo de ressonância é então TM011 . Sendo
assim, estabelecendo-se z como referência de propagação, os campos do modo de
ressonância TElmn são fornecidos por:
mπ nπ
Eo nπ lπ lπ
Ex = 2 2 cos x sen y sen z (6.179)
kc b d a b d
mπ nπ
Eo mπ lπ lπ
Ey = −2 2 sen x cos y sen z (6.180)
kc a d a b d
mπ nπ
Ho mπ lπ lπ
Hx = 2j 2 sen x cos y cos z (6.181)
kc a d a b d
mπ nπ
Ho nπ lπ lπ
Hy = 2j 2 cos x sen y cos z (6.182)
kc b d a b d
mπ nπ
lπ
Hz = −2jHo cos x cos y sen z (6.183)
a b d
e
Ez = 0 (6.184)
sendo
ωµ
Eo = Ho (6.185)
β
Enquanto que, para o modo TMlmn , têm-se
mπ nπ
Ho nπ lπ lπ
Hx = 2j 2 sen x cos y cos z (6.186)
kc b d a b d
mπ nπ
Ho mπ lπ lπ
Hy = −2j 2 cos x sen y cos z (6.187)
kc a d a b d
mπ nπ
Eo mπ lπ lπ
Ex = −2 2 cos x sen y sen z (6.188)
kc a d a b d
mπ nπ
Eo nπ lπ lπ
Ey = −2 2 sen x cos y sen z (6.189)
kc b d a b d
135 6.9. Cavidade Ressonante
mπ nπ
lπ
Ez = 2Eo sen x sen y cos z (6.190)
a b d
e
Hz = 0 (6.191)
sendo
ω
Ho = Eo (6.192)
β
Observe que as componentes de campo elétrico estão defasadas de 90◦ em relação às
componentes de campo magnético, isto significa que, quando um campo é máximo,
o outro é nulo. Portanto, existem instantes em que a energia é puramente elétrica e
instantes em que a energia é puramente magnética. Comportamento semelhante a
de um circuito tanque LC, onde ora a energia está armazenada na forma de campo
elétrico no capacitor e ora na forma de campo magnético no indutor.
para os modos TElmn . Utiliza-se o mesmo procedimento aplicado às cavidades com
paredes retangulares para obter os campos eletromagnéticos. Suas expressões para
o modo TElmn são:
lπ
Hz = −2jHo Jm (kc r) cos mϕ sen z (6.197)
d
mEo lπ lπ
Er = 2 2 Jm (kc r) sen mϕ sen z (6.198)
kc r d d
Eo lπ ∂Jm (kc r) lπ
Eϕ = 2 cos mϕ sen z (6.199)
kc d ∂r d
Ho lπ ∂Jm (kc r) lπ
Hr = −2j cos mϕ cos z (6.200)
kc d ∂r d
mHo lπ lπ
Hϕ = 2j 2 Jm (kc r) sen mϕ cos z (6.201)
kc r d d
e para o modo TMlmn
lπ
Ez = 2Eo Jm (kc r) cos mϕ cos z (6.202)
d
mHo lπ lπ
Hr = −2j 2 Jm (kc r) sen mϕ cos z (6.203)
kc r d d
Ho lπ ∂Jm (kc r) lπ
Hϕ = −2j cos mϕ cos z (6.204)
kc d ∂r d
Eo lπ ∂Jm (kc r) lπ
Er = 2 cos mϕ sen z (6.205)
kc d ∂r d
mEo lπ lπ
Eϕ = −2 2 Jm (kc r) sen mϕ sen z (6.206)
kc r d d
1 1
Umax = E2 = µ H 2 (6.207)
2 2
No modo TElm0 , têm-se
Ex = Ez = 0 (6.208)
e
mπ
la lπ
Ey = −2Eo sen x sen z (6.209)
md a d
logo
2 mπ
1 la lπ
Umax = Ey2 = 2 Eo2 sen2
x sen 2
z (6.210)
2 md a d
Sendo assim, a energia máxima armazenada na cavidade é obtida de
2 a b d mπ
la lπ
Emax = 2 Eo2 sen 2
x sen 2
z dx dy dz (6.211)
md a d
0 0 0
ou
2 2
la abd abd ωµHo a
Emax = Eo2 = (6.212)
md 2 2 mπ
ou ainda
2
µHo2 abd la
Emax = +1 (6.213)
2 md
A potência dissipada nas paredes condutoras é dada por
Re {ηc }
Pd = |Ht |2 = Px + Py + Pz (6.214)
2
S
sendo
b d
Px = Re {ηc } |Hy |2 dydz = 2 Re {ηc } Ho2 bd (6.215)
0 0
CAPı́TULO 6. Guias de Onda e Cavidades Ressonantes 138
a d 2
la
Py = Re {ηc } |Hz |2 dxdz = Re {ηc } Ho2 ad +1 (6.216)
md
0 0
a b 2
2 la
Pz = Re {ηc } |Hx | dxdy = 2 Re {ηc } Ho2 ab (6.217)
md
0 0
2V
Q= (6.219)
δp S
sendo S a área total da superfı́cie interna das paredes condutoras.
Exemplo 6.6 Projete uma cavidade cúbica, feita de cobre, para operar a 10GHz no
modo TE110 com uma banda de 1MHz.
2a3 a
Q= 2
=
6δp a 3δp
Portanto,
2 2 3/2
λ r 1 − p m
(pmn )2 + lπa
d
mn
mlπa 2
Q= (6.220)
2 2a lπa 2 2a
2πδp (pmn ) + d d
+ 1− d p d
mn
Processo de Radiação
7.1 Introdução
As ondas eletromagnéticas são geradas através de circuitos ou dispositivos eletro-
eletrônicos e se propagam em meios confinados como: linhas de transmissão, guias
de onda ou fibras ópticas. Elas também estão presentes no espaço-livre e podem ser
introduzidas neste ambiente através de dispositivos chamados de radiadores ou ante-
nas. A antena é um dispositivo elétrico passivo cuja função é maximizar a conversão
de energia elétrica em energia eletromagnética. Em outras palavras, quando bem
projetada, a antena permite que a transição de uma onda eletromagnética confinada
para uma onda eletromagnética num espaço aberto seja efetuada de modo eficiente.
Este fenômeno de transição é chamado de radiação ou irradiação.
O processo de radiação pode ser explicado utilizando-se as equações de Maxwell
e o potencial vetor A. A Figura 7.1 mostra um fio onde circula uma corrente elétrica
que varia harmonicamente no tempo, isto é,
I(t) = Io e jω t (7.1)
sendo Io o valor máximo da corrente distribuı́da no fio. A densidade de corrente
elétrica J, além de poder variar entre pontos diferentes do fio condutor, varia também
de acordo com o tempo, como mostrado na equação abaixo:
Io
J(r, t) = J(r) 2
e jω t (7.2)
πa
sendo
141
CAPı́TULO 7. Processo de Radiação 142
R = r - r'
dV
r
r'
0
y
J
x
direção é dada pelo versor ar . O campo elétrico pode ser obtido diretamente da lei
de Ampère na forma diferencial, isto é,
∇2 E+ko2 E = 0 (7.8)
e
∇2 H+ko2 H = 0 (7.9)
sendo
ω ω √
ko = = = ω µ o o (7.10)
vf c
o número de onda, ω a frequência angular, µo a permeabilidade do vácuo, o a
permissividade no vácuo e vf a velocidade de propagação da onda que, neste caso, é
igual à velocidade da luz no vácuo. Observa-se que as equações (7.5) e (7.7) fornecem
os valores dos campos obtidos no instante t produzidos pela densidade de corrente
no tempo t, onde t está atrasado em relação a t de acordo com
R
t = t − (7.11)
vf
pois a onda leva um certo tempo para se propagar até o ponto P . Portanto, a
equação (7.4) pode ser reescrita como
µo J(r, t) e − jkR
A(r, t) = dV (7.12)
4π R
V
Io jω t Io jω (t− vR )
J(r, t) = J(r) e = J(r
) e f = J(r, t) e − jkR (7.13)
πa2 πa2
CAPı́TULO 7. Processo de Radiação 144
θ
A, H e E
l/2 J
r
ϕ
l/2
J
x
2a
Io
J(t) = Jo e jω t az = 2
e jω t az (7.14)
πa
145 7.2. Dipolo Infinitesimal ou Hertziano
Considerando-se l R, tem-se
l
jω t − jkR 2 2π ro
µo Io e e
A(r, t) = rd rdϕ dz az (7.16)
4π 2 a2 R
−l 0 0
2
ou
µo Io l j(ω t − k r)
A(r, t) = Az (r, t) az = e az (7.17)
4πr
uma vez que l é pequeno, então, r R.
O campo magnético radiado pela antena é obtido da equação (7.5), isto é,
ar r aθ r sen θ aϕ
1
H(r, t) = 2
det ∂r
∂ ∂
∂θ
∂
∂ϕ
(7.18)
µo r sen θ
Ar rAθ r sen θ Aϕ
pois a representação dos campos radiados é geralmente feita em coordenadas esféricas.
Portanto, para resolver a equação acima, é necessário converter a representação do
potencial vetor A de coordenadas cilı́ndricas para esféricas. Estes sistemas estão
relacionados de acordo com a expressão a seguir:
Ar sen θ 0 cos θ Aρ
Aθ = cos θ 0 −sen θ Aϕ (7.19)
Aϕ 0 1 0 Az
Sendo assim, têm-se
Ar = Az cos θ (7.20)
Aϕ = 0 (7.22)
CAPı́TULO 7. Processo de Radiação 146
Hr = Hθ = 0 (7.23)
e
jkIo l sen θ 1
Hϕ = 1+ e j(ω t − k r) (7.24)
4πr jkr
Já as expressões referentes às componentes de campo elétrico são obtidas a partir
da equação (7.7),
ηIo l cos θ 1
Er = 1+ e j(ω t − k r) (7.25)
2πr2 jkr
jηkIo l sen θ 1 1
Eθ = 1+ − e j(ω t − k r) (7.26)
4πr jkr (kr)2
e
Eϕ = 0 (7.27)
sendo η = 120π Ω, impedância intrı́nseca do vácuo.
Eϕ = H r = H θ = 0 (7.28)
Io l sen θ j(ω t − k r)
Hϕ e (7.29)
4πr2
147 7.3. Regiões de Campo
Eϕ = H r = H θ = 0 (7.34)
sendo [2]
2D2
Rcd = (7.39)
λ
1 ∗ 1 ∗
! 1 |Eθ |2
Wm = Re {E × H } = Re Eθ Hϕ ar = ar (7.40)
2 2 2 η
Os campos para um dipolo infinitesimal são
Eϕ = Hr = Hθ = Er = 0 (7.41)
Eθ = ηHϕ (7.43)
Exemplo 7.1 Qual deve ser a mı́nima distância para se medir o campo distante
radiado por um dipolo de meio comprimento de onda operando em 30MHz?
Solução: A medida tem que ser feita na região de Fraunhofer, logo, a distância
mı́nima é dada por
2D2 λ
Rcd = = = 5m
λ 2
Região de Fraunhofer
Região de Fresnel
Região de Campos
Próximos Reativos
R cp R cd
Exemplo 7.2 Qual deve ser a intensidade de campo elétrico a uma distância de
1km de uma antena isotrópica que irradia 1W? Considere que não existem obstáculos
e nem múltiplas reflexões entre o ponto de medição e a antena.
Eo2
W =
2η
8.1 Introdução
Para exemplificar os principais parâmetros de uma antena é interessante tomar como
referência o dipolo de meio comprimento de onda. Este tipo de radiador é comumente
empregado na faixa de HF, VHF e UHF. Em geral, para se aumentar o ganho e a
diretividade, utilizam-se outros elementos em conjunto com o elemento radiador,
formando um arranjo de antenas. Os campos radiados por um dipolo de meio
comprimento de onda serão obtidos na Seção 8.3, utilizando-se um procedimento
semelhante àquele empregado ao dipolo hertziano. Algumas antenas, com suas
principais caracterı́sticas, são mostradas na seção a seguir, para que se tenha idéia
não só da variedade de antenas que se pode encontrar no mercado, mas também das
caracterı́sticas mais importantes fornecidas pelos seus fabricantes.
151
CAPı́TULO 8. Caracterı́sticas de uma Antena 152
(Figura 8.2), dependendo dos comprimentos dos mesmos e de como estes são ali-
mentados.
Para aplicações em que se deseja uma relação frente-costas e/ou ganho mais
elevado que aqueles oferecidos pelos arranjos lineares, uma opção é o emprego de
refletores dos tipos plano, “de canto” ou parabólico. Em frente a estes refletores são
colocados antenas ou arranjo de antenas, como mostrado na Figura 8.3. Contudo,
a maioria dos refletores parabólicos utiliza antenas do tipo abertura, as comumente
chamadas cornetas (Figura 8.4). Outros tipos de antenas de alto ganho, muito
utilizadas em rádio-enlaces, são aquelas denominadas helicoidais. Uma antena he-
licoidal é composta de um refletor plano circular e uma hélice feita de fio ou tubo
maleável, como mostrado na Figura 8.5.
Atualmente vêm se tornando popular as antenas denominadas planas. Estas an-
tenas são de maior interesse em aplicações em que o volume do dipositivo irradiador
tem que ser mı́nimo. As antenas planas podem ser utilizadas, por exemplo, nas fuse-
lagens de aviões, foguetes e mı́sseis sem interferir nas caracterı́sticas aerodinâmicas
destes veı́culos. Antenas planas, ou arranjo de antenas planas, são impressas em
substratos dielétricos, como mostrado na Figura 8.6.
153 8.3. Dipolo de Comprimento Finito
Figura 8.2: Antena yagi com as seguintes caracterı́sticas: banda (MHz) 174-216;
Ganho (dBi) 8,9; polarização Hor. ou Ver.; VSWR 1,3; impedância 50 Ω.
dEθ
dHϕ = (8.3)
η
Como se deseja encontrar as expressões para pontos muito distantes da antena,
então, as respectivas aproximações em fase e amplitude podem ser feitas
R r + z cos θ (8.4)
e
Rr (8.5)
Sendo assim,
Figura 8.6: Antena plana impressa utilizada num PDA (Personal Digital Assistant).
ou
e conseqüentemente
kl
Eθ jIo e−jkr cos 2
cos θ − cos kl2
Hϕ = = (8.10)
η 2πr sen θ
Prad
U (θ, ϕ) = = r2 Wrad (θ, ϕ) (8.11)
Ω
onde Ω é o ângulo sólido dado em esferorradiano e Wrad a densidade de potência
radiada pela antena. O ângulo sólido multiplicado por r2 fornece a área de parte
de uma superfı́cie esférica. A área total é obtida quando Ω = 4π . Portanto, de
uma forma geral, A = Ω r2 , seguindo uma regra semelhante àquela que fornece o
comprimento de arco de uma circunferência, C = α r.
Para campos distantes, tem-se
r2
U (θ, ϕ) |Eθ (r, θ, ϕ)|2 + |Eϕ (r, θ, ϕ)|2 (8.12)
2η
CAPı́TULO 8. Caracterı́sticas de uma Antena 158
0
-30 30
-60 60
-90 90
-120 120
-150 150
180
U (θ = cte., ϕ)
En (ϕ) = (8.17)
Umax
Observa-se que, no diagrama referente ao plano E, existe um lóbulo a 0◦ e outro
a 180◦ . O maior é denominado lóbulo principal, enquanto que o menor é chamado
de lóbulo secundário. Em aplicações de rádio-enlace, é sempre desejado uma max-
imização do lóbulo principal e uma minimização ou eliminação total dos lóbulos
secundários.
0
-30 30
-60 60
-90 90
-120 120
-150 150
180
2π π
P rad = W · ds = W (θ, ϕ) r2 sen θ dθ dϕ (8.18)
S 0 0
onde, para região de campos distantes,
1
W (θ, ϕ) = |Eθ (r, θ, ϕ)|2 + |Eϕ (r, θ, ϕ)|2 (8.19)
2η
A potência radiada pode ser também obtida a partir da intensidade de radiação, eq.
(8.11),
2π π 4π
P rad = U (θ, ϕ) sen θ dθ dϕ = U (Ω) dΩ (8.20)
0 0 0
161 8.7. Potência Radiada
0
-30 30
-60 60
-90 90
-120 120
-150 150
180
4π 4π
P rad = Uo dΩ = Uo dΩ = 4πUo (8.21)
0 0
π k l 2
ηI 2 cos 2
cos θ − cos k2l
P rad = o dθ (8.22)
4π sen θ
0
0
-30 30
-60 60
-90 90
-120 120
-150 150
180
η Io2
P rad = 4π
{C + ln(kl) − Ci(kl) + 12 sen(kl)[Si(2kl) − 2 Si(kl)]
kl (8.23)
1
+ 2
cos(kl)[C + ln 2
+ Ci(2kl) − 2 Ci(kl)]}
x x
cos u cos u − 1
Ci(x) = du = C + ln(u) + du (8.24)
u u
−∞ 0
e
163 8.8. Ganho Diretivo e Diretividade
x
sen u
Si(x) = du (8.25)
u
0
U (θ, ϕ)
Dg (θ, ϕ) = (8.26)
Uo
Como a intensidade de radiação de uma antena isotrópica está relacionada com a
potência radiada através da equação (8.21), então,
4πU (θ, ϕ)
Dg (θ, ϕ) = (8.27)
P rad
Se a antena não for isotrópica, existem valores de θ e ϕ, isto é, certas direções no
espaço, que levam o ganho diretivo ao seu valor máximo. O ganho diretivo, na
direção em que a intensidade radiação torna-se máxima, é denominado diretividade
e sua expressão é fornecida por
Umax 4πUmax
Do = = (8.28)
Uo P rad
Fica claro na equação (8.28) que a diretividade de uma antena isotrópica é igual a
um. A diretividade para um dipolo infinitesimal é obtida sabendo-se que
2
η k l Io
U (θ, ϕ) = sen2 θ = Umax sen2 θ (8.29)
2 4π
e, segundo (8.20),
2π π
P rad = Umax sen3 θ dθ dϕ (8.30)
0 0
Portanto,
4π 4π 3
Do = = = (8.31)
2π π 8π/3 2
sen3 θ dθ dϕ
0 0
CAPı́TULO 8. Caracterı́sticas de uma Antena 164
4πU (θ, ϕ)
G(θ, ϕ) = (8.33)
Pin
em que Pin é a potência nos terminais da antena. Como a potência radiada é
4πU (θ, ϕ)
G(θ, ϕ) = et = et Dg (θ, ϕ) (8.35)
P rad
sendo et chamada de eficiência da antena. O ganho máximo da antena é obtido
quando o ganho diretivo é igual à diretividade, isto é,
4πUmax
Go = et = et Do (8.36)
P rad
Em geral, o ganho máximo de uma antena é fornecido em dBi (ganho em relação a
uma antena isotrópica),
Zg Ig
Vg Za
1 V2 RL
2
PL = RL Imax = max (8.44)
2 2 (Rg + Rr + RL )2 + (Xg + Xa )2
e a potência radiada por
167 8.13. Eficiência de uma Antena
1 V2 Rr
2
Prad = Rr Imax = max (8.45)
2 2 (Rg + Rr + RL )2 + (Xg + Xa )2
Para se obter a máxima energia entregue à antena, o circuito tem que estar
casado, isto é, Zg = Za∗ . Nesta condição, Rg = Rr + RL , Xg = −Xa e as potências
Pg , PL e Prad são fornecidas respectivamente por
2
Vmax 1
Pg = (8.46)
4 Rr + RL
2
Vmax RL
PL = (8.47)
8 (Rr + RL )2
e
2
Vmax Rr
Prad = (8.48)
8 (Rr + RL )2
Observa-se que, na condição de casamento, apenas a metade da potência produzida
pelo gerador é fornecida à antena e que, na melhor das hipóteses (PL = 0), a potência
radiada é igual a metade da potência suprida.
er = 1 − |ρ|2 (8.49)
e
Rr
eL = (8.50)
Rr + RL
sendo er denominado eficiência de casamento, eL a eficiência associada às perdas na
própria antena e ρ o coeficiente de reflexão nos terminais da antena. A resistência
Rr é chamada de resistência de radiação e varia de acordo com o tipo de antena.
Enquanto RL , no caso de antenas lineares, é fornecida por
l πf µo
RL = (8.51)
P σ
CAPı́TULO 8. Caracterı́sticas de uma Antena 168
E = ηc H (8.52)
sendo ηc a impedância intrı́nsica do condutor, dada por (2.44). Se a haste for
cilı́ndrica com raio a e comprimento l, tem-se, pela lei de Ampère, H = I/(2πa).
Por outro lado, sabe-se que E = V l. Portanto, pode-se escrever
V I ωµo
= (1 + j) (8.53)
l 2πa 2σ
ou
V l ωµo
ZL = = (1 + j) (8.54)
I 2πa 2σ
onde
l ωµo l πf µo
RL = Re{ZL } = = (8.55)
2πa 2σ P σ
A eficiência total da antena é obtida de
et = er eL (8.56)
onde 0 et 1.
Exemplo 8.2 Calcule a eficiência total de uma antena dipolo de meio comprimento
de onda operando em 300MHz. A antena, feita de tubos de alumı́nio com 1cm de
diâmetro, está casada com o sistema de transmissão.
2 P rad
Rr = 73, 13 Ω
Io2
sendo a potência de radiação obtida de (8.23). Por fim, a eficiência do dipolo em
consideração é
73, 13
et = eL = 99, 87 %
73, 13 + 0, 094
Prx = Wi Ae (8.57)
Se a antena estiver ligada a um sistema cuja impedância Zs = Rs + jXs , então, a
área Ae pode ser obtida de
Prx V2 Rs
Ae = = max (8.58)
Wi 2Wi (Rs + Rr + RL )2 + (Xs + Xa )2
onde Vmax é a tensão máxima gerada pela antena e Ae é a área elétrica ou abertura
efetiva. Na condição de casamento, Zs = Za∗ , obtém-se
2
Vmax V2 1
Ae = = max (8.59)
8Wi Ra 8Wi Rr + RL
Se as perdas forem nulas, a área elétrica é máxima,
2
Vmax
Aem = (8.60)
8Wi Rr
Por exemplo, a área efetiva máxima de um dipolo infinitesimal de comprimento
elétrico le é dada por
πDo λ2
Aem = = Do (8.63)
k2 4π
Apesar da expressão acima ter sido obtida para um dipolo infinitesimal, ela é
válida para qualquer tipo de antena. Portanto, pode-se concluir que a área elétrica
máxima é inversamente proporcional ao quadrado da freqüência e diretamente pro-
porcional à diretividade da antena.
A área elétrica é obtida também a partir do ganho máximo da antena, isto é,
λ2
Ae = Go (8.64)
4π
Neste caso, a área não é máxima, a menos que a eficiência seja 100% (Go = Do ).
Outro parâmetro importante é o comprimento elétrico. Este é muito empregado
na análise de antenas do tipo dipolo, em casos onde se necessita obter a tensão nos
seus terminais. A expressão do comprimento elétrico é obtida a partir da equações
(8.64) e (8.61). De (8.61) obtém-se a área elétrica em função da resistência da
antena, ou seja,
ηle2
Ae = (8.65)
4Ra
Substituindo (8.65) em (8.64), tem-se
ηle2 λ2
= Go (8.66)
4Ra 4π
e, conseqüentemente,
λ Ra G o
le = (8.67)
π 120
Exemplo 8.3 Considere um enlace de rádio constituı́do de dois dipolos idênticos
àquele do Exemplo 8.2 . Qual deve ser o comprimento elétrico da antena receptora?
Solução: Como foi visto, o comprimento elétrico é fornecido pela equação (8.67)
onde, neste caso, Ra = Rr + RL 73, 22 Ω e Go = et Do = 0, 9987 × 1, 64 1, 639.
Portanto,
1 73, 22 × 1, 639
le = = 0, 318 m
π 120
171 8.15. Largura de Banda
∆f
B= × 100 % (8.68)
f
sendo ∆f = fs − fi , f = fs +f 2
i
, fs a freqüência superior da banda e fi a freqüência
inferior. Enquanto, para bandas largas, utiliza-se a notação x:y, como por exemplo
5:1, que indica que a freqüência superior é 5 vezes maior que a inferior.
A Figura 8.12 mostra a variação da impedância com a freqüência para um dipolo
de meio comprimento de onda. A faixa de variação é de 10%, a impedância de re-
ferência é 75Ω, a circunferência traçada a partir do centro da carta de Smith equivale
a um VSWR de 1,5 e o ponto marcado é referente a impedância na freqüência f = λc ,
isto é, 73 + j42. Neste caso, todas as impedâncias internas à circunferência fornecem
um VSWR menor que 1,5 e a faixa de freqüência que leva a estas impedâncias cor-
responde a banda da antena, supondo-se que não existam grandes mudanças nas
outras caracterı́sticas da antena.
8.16 Polarização
A polarização de uma onda eletromagnética está associada com a direção do campo
elétrico da mesma. Por exemplo, uma onda está polarizada linearmente na vertical
quando a direção do campo elétrico é vertical em relação à Terra. As ondas eletro-
magnéticas podem ser classificadas de acordo com a polarização em três grupos
distintos: ondas linearmente polarizadas, circularmente polarizadas e elipticamente
polarizadas.
Considerando-se que uma onda plana se propaga no sentido z + e tem campo
elétrico da forma
E = Ex ax + Ey ay (8.69)
em que
CAPı́TULO 8. Caracterı́sticas de uma Antena 172
Ey = E2 sen(ωt − kz + δ) (8.71)
pode-se dizer que a onda está polarizada linearmente quando a defasagem entre as
componentes tem valor δ = 0 ou π. Se o eixo x está paralelo à Terra e o y na verti-
cal, então, tem-se polarização linear horizontal quando E2 = 0 e polarização linear
vertical para E1 = 0. Se E1 = 0 e E2 = 0, para mesma condição de defasagem, então
a polarização é dita linear a X ◦ onde X = arctg(E2 /E1 ). A onda está circularmente
polarizada quando δ = ±π/2 e E1 = E2 . No exemplo dado, a onda tem polarização
circular para a esquerda se δ = π/2, e para a direita se δ = −π/2. Finalmente, a
onda tem polarização elı́ptica quando nenhuma das condições acima é satisfeita.
A polarização de uma antena é definida de acordo com a polarização da onda ra-
diada por esta, se a mesma está sendo usada no modo de transmissão. Por exemplo,
se uma antena radia onda circularmente polarizada para a direita, ela é uma antena
173 8.17. Temperatura de Ruı́do
αpol (dB) = −10 log αpol = −20 log |ao · a∗a | (8.73)
onde ao é o versor que fornece a direção do campo elétrico da onda incidente, e a∗a
o complexo conjugado do versor associado à direção do campo elétrico induzido na
antena.
2π π
Te (θ, ϕ)G(θ, ϕ) sen θ dθ dϕ
0 0
Ta = (8.75)
2π π
G(θ, ϕ) sen θ dθ dϕ
0 0
Pa = kTa B (8.76)
CAPı́TULO 8. Caracterı́sticas de uma Antena 174
T s=T c+T r
Te To
Ta Tc
Ta
F =+1 (8.77)
T
onde Ta é a temperatura equivalente de ruı́do nos terminais da antena e T é a
temperatura ambiente padrão, 290K.
Para um sistema de recepção constituı́do de antena, linha de transmissão e re-
ceptor, como mostrado na Figura 8.13, a potência de ruı́do do sistema é dada por
Ps = kTs B (8.78)
Ts = Tc + Tr (8.79)
sendo
Exemplo 8.4 Um sistema de recepção via satélite, que opera em 1GHz, utiliza uma
antena parabólica com temperatura de ruı́do igual a 40K. O receptor está ligado à
antena através de um cabo coaxial de 20m. Qual deve ser a figura de ruı́do do
sistema? Caracterı́sticas do sistema: cabo RG6, faixa de operação 50MHz e figura
de ruı́do do receptor 1dB.
175 8.17. Temperatura de Ruı́do
onde a temperatura do cabo foi considerada igual a 22◦ C (295K). Como a temper-
atura equivalente de ruı́do do receptor é dada por
Tr = T (F − 1) = 290(101/10 − 1) 75 K
Antenas Lineares
9.1 Introdução
As antenas lineares, como foi dito anteriormente, são constituı́das na sua maioria de
fios ou hastes metálicas que podem ser agrupados para formar, dentre outras estru-
turas, dipolos ou conjunto de dipolos. Neste capı́tulo serão mostradas as principais
caracterı́sticas de antenas lineares do tipo dipolo, monopolo com plano terra e dipo-
los dobrados. As caracterı́sticas de conjunto de dipolos, como Yagi e Log-Periódica,
serão analisadas com mais detalhes nos capı́tulos que se seguem. Entretanto, o es-
tudo da variação da impedância de um dipolo, quando este se encontra próximo de
um outro elemento linear, será visto na penúltima seção deste capı́tulo. Dipolos com
seção transversal cujo diâmetro é relativamente grande, quando comparado com o
comprimento de onda, serão abordados na última seção.
177
CAPı́TULO 9. Antenas Lineares 178
kl
jηIo e−jkr cos 2
cos θ − cos kl2
Eθ = (9.1)
2πr sen θ
e o magnético por
kl
Eθ jIo e −jkr cos 2
cos θ − cos kl2
Hϕ = = (9.2)
η 2πr sen θ
observando-se que os campos não têm dependência em r e ϕ.
η |Io |2
A= (9.4)
8π 2
e
cos k l cos θ − cos k l 2
2 2
f (θ, ϕ) =
sen θ
η |Io |2
P rad = Kr (9.5)
4π
sendo
179 9.2. Caracterı́sticas de um Dipolo de Comprimento Finito
0
-30 30
-60 60
-90 90
-120 120
-150 150
180
0
-30 30
-60 60
-90 90
-120 120
-150 150
180
4π f (θ, ϕ) |max
Do = (9.7)
2π π
f (θ, ϕ) sen θ dθ dϕ
0 0
ou a partir de
2 et f (θ, ϕ) |max
Go = (9.9)
Kr
onde et é a eficiência da antena, obtida de (8.56).
Io2
Rin = Rr 2 (9.12)
Imax
Para um dipolo de meio comprimento, a corrente distribuı́da ao longo de seu
comprimento tem valor máximo no ponto de alimentação, portanto, a amplitude da
corrente de entrada Imax = Io . Sendo assim, Rin = Rr . Entretanto, para outros
comprimentos, o máximo pode não ocorrer no ponto de alimentação, como é o caso
do dipolo de um comprimento de onda. De uma forma geral, a amplitude da corrente
de entrada no dipolo pode ser obtida de
kl
Imax = Io sen (9.13)
2
e a resistência de entrada por
Rr
Rin = (9.14)
sen2 kl2
CAPı́TULO 9. Antenas Lineares 182
Xa
Xin = (9.15)
sen2 kl2
onde o valor da reatância Xa é obtido utilizando-se o método da força eletromotriz
induzida [2]. A expressão da reatância é
η
Xa = Kx (9.16)
4π
sendo
Rr + jXa η
Zin = kl = Rr + j Xa = (2 Kr + j Kx )
sen2 2 4π
pois kl/2 = π/2. Utilizando-se as equações (9.6) e (9.17), para um raio a = 0, 005 m,
obtém-se, respectivamente, os valores de Kr = 1, 2188 e Kx = 1, 4182. Portanto,
I1 I2
V1 V2
l
(a) (b)
V1 I2
Z1 = = Z11 + Z12 (9.21)
I1 I1
e na porta 2, terminais do dipolo 2,
V2 I1
Z2 = = Z22 + Z21 (9.22)
I2 I2
onde Z11 e Z22 são as impedâncias próprias obtidas diretamente de (9.18).
CAPı́TULO 9. Antenas Lineares 184
l2
d h
l1 l2
l1
(a) (b)
l2
2
1
V2 = − Ez1 (z) I2 (z) dz (9.31)
I2
−l2
2
então, tem-se
V2
Z21 = (9.32)
I1
onde I2 (z) é dado pela equação (8.1) e Ez1 (z) por (9.26). Sendo assim, substituindo-
se (9.31), (8.1) e (9.26) em (9.32), obtém-se
CAPı́TULO 9. Antenas Lineares 186
l2
2
jηIo1 Io2 l2
Z21 = sen k − | z|
4πI1 I2 2
−l2
2
e−jkR1 e−jkR2 kl1 e−jkr
× + − 2 cos dz (9.33)
R1 R2 2 r
Como
kl1
I1 = Io1 sen (9.34)
2
e
kl2
I2 = Io2 sen (9.35)
2
então
l2
2
j30 l2
Z21 = kl1 sen k − | z|
sen 2 sen kl22 2
−l2
2
e−jkR1 e−jkR2 kl1 e−jkr
× + − 2 cos dz (9.36)
R1 R2 2 r
l1
2
j30 l1
Z12 = kl1 sen k − | z|
sen 2 sen kl22 2
−l1
2
e−jkR1 e−jkR2 kl2 e−jkr
× + − 2 cos dz (9.37)
R1 R2 2 r
30 √ √
R21 = kl 2 Ci(kd) − Ci(k d + l + kl) − Ci(k d + l − kl)
2 2 2 2 (9.39)
sen 2 2
30 √ √
X21 = kl 2 Si(kd) − Si(k d2 + l2 + kl) − Si(k d2 + l2 − kl) (9.40)
sen 2 2
Exemplo 9.2 Dois dipolos idênticos àquele do exemplo anterior, operando na mesma
freqüência de 100MHz, estão posicionados paralelamente a uma distância de 1m.
Determine a impedância nos terminas dos mesmos.
l2
+h
2
j60 l2
Z21 = kl1 sen k − | z − h|
sen 2 sen kl22 2
l2
h− 2
kl1 kl1
ej 2 e −j 2 cos kl21
× + − e−jkz dz (9.42)
2z − l1 2z + l1 z
CAPı́TULO 9. Antenas Lineares 188
l1
+h
2
j60 l1
Z12 = kl1 sen k − | z − h|
sen 2 sen kl22 2
l1
h− 2
kl2 kl2
ej 2 e−j 2 cos kl22
× + − e−jkz dz (9.43)
2z − l2 2z + l2 z
Se os comprimentos são idênticos, então,
15
R21 = kl [A sen (kh) − B cos(kh)] (9.44)
sen 2 2
e
15
X21 = kl [C sen (kh) − A cos(kh)] (9.45)
sen 2 2
onde
(h2 − l2 )
B = −2 Ci(2kh) + Ci [2k(h − l)] + Ci [2k(h + l)] − ln (9.47)
h2
e
(h2 − l2 )
C = 2 Ci(2kh) − Ci [2k(h − l)] − Ci [2k(h + l)] − ln (9.48)
h2
E r+E d E r+E d
r1
r2
2h
(a) (b)
Figura 9.5: (a) Dipolo em frente a uma superfı́cie condutora; (b) arranjo equivalente.
E = E d + Er (9.49)
sendo
jηkIo l
Ed = sen θ1 e − jk r1 aθ (9.50)
4πr1
e
jηkIo l
E r = ρ sen θ2 e − jk r2 aθ (9.51)
4πr2
onde ρ é o coeficiente de reflexão para uma onda de incidência oblı́qua (com polar-
ização TM ou paralela). Este coeficiente de reflexão é obtido a partir de
CAPı́TULO 9. Antenas Lineares 190
η1 cos θt − η0 cos θi
ρ = (9.52)
η1 cos θt + η0 cos θi
sendo θi o ângulo de incidência e θt o ângulo de refração obtido da lei de Snell.
As impedâncias η0 e η1 são, respectivamente, a impedância intrı́nseca do ar e a
impedância intrı́nseca do plano condutor.
A equação (9.49) pode ser escrita de uma forma simplificada no caso de r l,
pois, neste caso, têm-se θ1 θ2 ,
k r1 k (r − h cos θ) (9.53)
k r2 k (r + h cos θ) (9.54)
e, em termos de amplitude,
r1 r 2 r (9.55)
Portanto,
jηkIo l e − jk r
E= sen θ e jkh cos θ + ρ e − jkh cos θ (9.56)
4πr
É logico que a equação (9.56) só é valida para pontos onde z > 0. Quando o campo
elétrico se encontra normal ao plano condutor a uma certa altura deste, têm-se
θi 90◦ e ρ 1 (vide Fig. 9.6 para o caso do solo). Portanto, obtém-se
jηkIo l e − jk r
E= sen θ cos (kh cos θ) (9.57)
2πr
Observa-se em (9.56) e (9.57) que
E = Eel FA (9.58)
sendo Eel o campo radiado pelo dipolo sem a presença do plano condutor, ou seja,
jηkIo l e − jk r
Eel = sen θ (9.59)
4πr
O fator FA , denominado fator de arranjo, pode ser identificado como
jηkIo l e − jk r
E= sen ξ e jkh cos θ + ρ⊥ e − jkh cos θ (9.66)
4πr
ou
jηkIo l e − jk r
E= 1 − sen 2 θ cos2 ϕ e jkh cos θ + ρ⊥ e − jkh cos θ (9.67)
4πr
ou ainda, de uma forma geral,
E = Eel FA (9.68)
sendo, neste caso,
CAPı́TULO 9. Antenas Lineares 192
0.9 160
0.8 140
Módulo do coeficiente de reflexão
0.7 120
Ângulo de incidência θi (°)
0.6 100
0.5 80
0.4 60
0.3 40
0.2 20
0.1 0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
Ângulo de incidência θ (°) Ângulo de incidência θ (°)
i i
(a) (b)
Figura 9.6: (a) Módulos de ρ⊥ (linha sólida) e ρ (linha tracejada); (b) Fases de ρ⊥
(linha sólida) e ρ (linha tracejada).
Neste caso, uma defasagem de π/2 é adicionada à expressão do dipolo, pois o mesmo
se encontra perpendicular ao eixo z. Para um ponto no solo a 10 metros da torre,
θ = 45◦ , tem-se
√
π 2
Eel FA cos 4 √
En (π/4) = √ sen 10π 2/3 0, 5
Emax 2/2
ou seja, metade do valor máximo. Note que esse resultado só é válido para um ponto
pertencente ao plano que contém o dipolo (plano E).
l
d
V
= I1 (Z11 + Z12 ) (9.73)
2
Devida à proximidade, Z11 Z12 e, conseqüentemente,
V
Z1 = 4Z11 (9.74)
I1
onde Z11 é a impedância própria do dipolo simples.
Para um dipolo dobrado de N elementos muito próximos uns dos outros, tem-se
V N
V1 = = Z1n In (9.75)
N i=1
Como os elementos estão muito próximos, então, In I1 e Z1n Z11 . Conseqüen-
temente,
Z1 N 2 Z11 (9.76)
Exemplo 9.4 Projete um dipolo dobrado para operar em 300MHz com VSWR menor
que 1,5. O dipolo está ligado a um transmissor de 300Ω através de uma linha de
mesma impedância.
e
1 + 0, 111
VSWR = 1, 25
1 − 0, 111
Os valores de impedância do dipolo simples foram obtidos para tubos com diâmetro
igual a 1cm. Na freqüência de 300MHz, o comprimento l = 0, 466λ é aproximada-
mente 47cm.
kl l l kl
A = A1 (z) sen − A1 ( ) sen (k | z|) + B1 ( ) + B1 (z) cos (9.79)
2 2 2 2
onde
2 2
l1
2z A0 (τ ) e−jkr − A0 (z)
A1 (z) = −A0 (z) ln 1 − + A0 (z)δ − dτ (9.80)
l r
−l1
2
l1
2
l A0 (τ ) e−jkr1
A1 ( ) = − dτ (9.81)
2 r1
−l1
2
CAPı́TULO 9. Antenas Lineares 196
2 2
l1
2z B0 (τ ) e−jkr − B0 (z)
B1 (z) = −B0 (z) ln 1 − + B0 (z)δ − dτ (9.82)
l r
−l1
2
l1
2
l B0 (τ ) e−jkr1
B1 ( ) = − dτ (9.83)
2 r1
−l1
2
kl
A0 (z) = cos (k z) − cos (9.84)
2
kl
B0 (z) = sen (k | z|) − sen (9.85)
2
r = a2 + (z − τ )2 (9.86)
2
l
r1 = a2 + −τ (9.87)
2
e
1 2 2
a a
δ = ln 1+ +1 1+ +1 (9.88)
4 l/2 − z l/2 + z
10.1 Introdução
Neste capı́tulo serão abordados os conceitos necessários ao estudo de atenuação
de ondas eletromagnéticas devido a presença de obstáculos em enlaces de rádio.
Estes conceitos dizem respeito à difração de ondas eletromagnéticas, sendo toda a
análise desenvolvida em cima do Princı́pio de Huygens. O estudo de difração será
apresentado em três partes. A primeira análise será feita numa região longe do
obstáculo que provoca a difração das ondas, região esta denominada de Fraunhofer.
Em seguida, será analisado o comportamento das ondas para regiões próximas ao
obstáculo, chamada de região de campos próximos ou Fresnel. Na última seção será
introduzido o conceito de elipsóide de Fresnel e suas zonas.
197
CAPı́TULO 10. Difração de Ondas TEM 198
rN
N
Frente r3
de onda
Frente
primária
3 r2 de onda
secundária
2
r1
1
Fonte de
Huygens
J = n × Hp (10.1)
e a densidade de corrente magnética
M = −n × Ep (10.2)
sendo Hp e Ep , respectivamente, os campos magnético e elétrico da frente de onda
primária, enquanto que o versor n se encontra alinhado com o sentido de propagação.
Sendo assim, as densidades de correntes, para o caso em questão, podem ser escritas
como
Ex
Jx = −Hy = − (10.3)
η
e
199 10.3. Fonte de Huygens
r
My
Jx dy y
0
dx ds
My = −Ex (10.4)
Foi visto no Capı́tulo 7 que o Potencial Vetor A, devido a uma fonte de corrente
elétrica variante no tempo, é dado por (7.12), isto é,
µ J e − jkr
A= dV (10.5)
4π r
V
1
Hs = ∇× A (10.7)
µ
e o elétrico a partir de
∇ × Es = jωµ Hs (10.8)
CAPı́TULO 10. Difração de Ondas TEM 200
ou
Es = −jωA (10.9)
O elemento infinitesimal de campo elétrico produzido pela fonte de Huygens é então
dado por
∇ × Hs = jωEs (10.18)
201 10.3. Fonte de Huygens
ou
Hs = −jωF (10.19)
No caso em questão, tem-se
jkEx
dEθ = η dHϕ = cosϕ e − jkr ds (10.23)
4πr
e
jkEx
dEϕ = −η dHθ = − sen ϕ cos θ e − jkr ds (10.24)
4πr
Portanto, as componentes do campo elétrico infinitesimal, produzidas pela fonte de
Huygens, são resultados das somas de (10.11) com (10.23) e de (10.12) com (10.24),
ou seja,
jk Ex
dEθ = (cos ϕ cos θ + cos ϕ) e − jkr ds (10.25)
4πr
e
jk Ex
dEϕ = − (sen ϕ cos θ + sen ϕ) e − jkr ds (10.26)
4πr
Enquanto que as componentes do campo magnético infinitesimal são obtidas de
dEθ
dHϕ = (10.27)
η
e
dEϕ
dHθ = − (10.28)
η
CAPı́TULO 10. Difração de Ondas TEM 202
1 2 3 dy N y
dx
ϕ ds
2 a
x b
E = Eel FA (10.29)
sendo Eel , na direção θ, dado por
jk Ex
∆Eθ = (cos ϕ cos θ + cos ϕ) e − jkr ∆s (10.30)
4πr
e na direção ϕ
jk Ex
∆Eϕ = − (sen ϕ cos θ + sen ϕ) e − jkr ∆s (10.31)
4πr
enquanto, para ∆x e ∆y muito pequenos,
M φx N φy
sen 2 sen 2
FA = (10.32)
φx φy
2 2
onde
a = lim M ∆x (10.35)
M →∞
e
b = lim N ∆y (10.36)
N →∞
φ y
jk Ex ab e − jkr sen φ2x sen 2
Eθ = (1 + cos θ) cos ϕ (10.37)
φx φy
4πr 2 2
e
CAPı́TULO 10. Difração de Ondas TEM 204
φx φy
jk Ex ab e − jkr sen 2 sen 2
Eϕ = − (1 + cos θ) sen ϕ (10.38)
4πr φx φy
2 2
onde
φx = k a sen θ cos ϕ (10.39)
e
φy = k b sen θ senϕ (10.40)
As equações (10.37) e (10.38) serão empregadas no Capı́tulo 15, na deteminação
dos campos distantes radiados por um refletor parabólico com abertura retangular.
Elas podem ser interpretadas como uma espécie de transformada de Fourier espacial
bidimensional.
E n( θ )
Ex
-a/2 a/2 x θ
(a) (b)
próximo, onde a diferença de amplitude das fontes de Huygens pode ser desprezada
mantendo-se a diferença de fase.
O problema de difração envolvendo uma onda plana incidindo num semiplano
absorvedor, como mostra a Figura 10.5, pode ser resolvido aplicando-se a teoria
de difração de Fresnel. Os campos num ponto dentro da região de sombra, após
o semiplano absorvedor, podem ser obtidos somando–se todas as contribuições de
campo das infinitas fontes de Huygens no semiplano superior a este. Cada fonte
radia um campo elétrico dado por
Eo −jkr
e
dE = dy (10.41)
r
sendo Eo o campo na onda plana. O campo resultante num ponto P , localizado a
uma distância d da placa absorvedora, é obtido integrando-se (10.41), ou seja,
∞
Eo −jkr
E= e dy (10.42)
r
h
rd (10.43)
CAPı́TULO 10. Difração de Ondas TEM 206
∆r
y r
h
k 0 E
Obstáculo
Absorvedor
Frentes
de
Onda
d z
Figura 10.5: Incidência normal de uma onda plana sobre um semiplano absorvedor.
y2
r = d + ∆r d + (10.44)
2d
Sendo assim,
∞ 2
∞
Eo −jkd −j ky Eo −jkd πu2
E= e e 2d dy = e e−j 2 du (10.45)
d αd
h αh
2
onde u = αy e α = λd . A integral da equação (10.45) não tem solução analı́tica,
mas pode ser reescrita em função das integrais de Fresnel, isto é,
∞
αh
Eo −jkd 2 2
e−j 2 du − e−j 2 du
πu πu
E= e (10.46)
αd
0 0
ou
Eo −jkd 1 π π
E= e (1 − j) − C αh − jS αh (10.47)
αd 2 2 2
sendo
207 10.5. Difração de Fresnel
x
2
C(x) = cos u2 du (10.48)
π
0
x
2
S(x) = sen u2 du (10.49)
π
0
a função seno integral de Fresnel. Ambas têm seus valores tabelados. A seguir
são apresentadas algumas propriedades destas funções: C(0) = S(0) = 0; C(∞) =
S(∞) = 1/2, C(−x) = −C(x) e S(−x) = −S(x).
Exemplo 10.2 Uma onda plana incide normalmente sobre uma das faces de um
muro de 5m de altura. Considerando-se que esta onda oscila com uma freqüência
de 300MHz, determine o valor do campo elétrico normalizado na região de sombra,
num ponto do solo, a uma distância de 2 metros do muro.
0.4
0.2
0.1
0
0 1 2 3 4 5
h (m)
λ
Rn + Rn = d1 + d2 + n (10.51)
2
Quando n = 2, 4, 6, ..., a diferença de fase é nula.
209 10.6. Elipsóide e Zonas de Fresnel
y
C
Rn R' n
n
r
A O B
Linha de
Visada
Frente
de
Onda
d1 d2 z
r2
Rn = d21 + rn2 d1 + n (10.52)
2d1
CAPı́TULO 10. Difração de Ondas TEM 210
λ/2 λ 3λ/2 2λ
+ - + -
r1 r2 r3 r4
Figura 10.8: Variação do campo elétrico com a distância entre a fonte C e o ponto
B. Delimitação das zonas de Fresnel.
e
r2
Rn = d22 + rn2 d2 + n (10.53)
2d2
que substituı́das em (10.51) levam a
rn2 rn2
+ = nλ (10.54)
d1 d2
ou
nλ d1 d2
rn = (10.55)
d
sendo d = d1 + d2 . Para a primeira zona, a de maior contribuição para a formação
do campo em B, o raio de Fresnel é fornecido por
λ d1 d2
r1 = (10.56)
d
ou
211 10.6. Elipsóide e Zonas de Fresnel
d1 d2
r1 = 547 (10.57)
fd
sendo f expresso em MHz, r1 em metros, d1 , d2 e d em km. Pode-se verificar em
(10.56) que, para uma dada freqüência, o raio é máximo quando d1 = d2 e mı́nimo
nos planos que passam em A e B. O resultado são os elipsóides mostrados na
Figura 10.9b. Será visto no próximo capı́tulo que obstruções no elipsóide referente
à primeira zona de Fresnel levam à atenuação do sinal que chega em B.
CAPı́TULO 10. Difração de Ondas TEM 212
+
-
2 a Zona
+
r1
r3
r2
a
3 Zona
1a Zona
(a)
1r
A B
Linha de
Visada
Elipsóide
da 1 a Zona
d1 d2
(b)
Enlaces de Rádio
11.1 Introdução
Uma das aplicações de ondas eletromagnéticas na área de telecomunicações diz re-
speito a enlaces de rádio. Sejam estes terrestres ou via satélites, o engenheiro de
telecomunicações tem que ser capaz de determinar os sistemas irradiantes, a potência
e a freqüência de funcionamento dos transceptores para tornar um rádio-enlace op-
eracional. Neste capı́tulo são apresentados os conhecimentos básicos necessários aos
projetos destes enlaces.
213
CAPı́TULO 11. Enlaces de Rádio 214
Antena
TX
d
Antena
RX
Torre
Estação Estação
Transmissora Receptora
Ptx
Wmax = Gtx (11.2)
4π d2
onde Ptx é a potência de saı́da do transmissor que, neste exemplo, é igual a potência
de entrada da antena, uma vez que o sistema está casado e os cabos não oferecem
perdas. A antena recolhe uma potência da onda incidente igual a
Ptx λ2
Prx = Wmax Ae = G tx Grx (11.3)
4π d2 4π
ou
2
λ
Prx = Ptx Gtx Grx (11.4)
4π d
Como no exemplo o sistema de recepção também está casado e os cabos não oferecem
perdas, então, Prx é a potência que chega nos terminais do receptor. A equação
(11.4) é conhecida como Fórmula de Friis e pode ser reescrita de forma a expressar
as potências em dBm ou dBµ, ou seja,
onde
4π d
Ael = 20 log (11.6)
λ
sendo Gtx e Grx fornecidos em dBi, e Ael , conhecida como atenuação no espaço-livre,
em dB.
Nos casos práticos, todos tipos de perdas são levados em consideração, sejam
estas oriundas de cabos, conectores, polarização, espaço-livre, obstáculos, etc. Sendo
assim, considerando-se todas as perdas possı́veis no enlace, tem-se
Prx = Ptx + Gtx + Grx − Ael − Acb − Acc − Apol − Aobs (11.7)
onde Acb , Acc , Apol e Aobs são respectivamente a atenuação nos cabos, conectores,
polarização e obstáculos.
Ptx
Wtx = Gtx (11.8)
4π d21
sendo d1 a distância entre a antena transmissora e o alvo.
A potência espalhada por este alvo é
Pc
Wrx = (11.10)
4π d22
e a potência recebida
CAPı́TULO 11. Enlaces de Rádio 216
Pc Ae
Prx = Wrx Ae = (11.11)
4π d22
sendo d2 a distância entre o alvo e a antena receptora. Como a área efetiva da antena
receptora é
λ2
Ae = Grx (11.12)
4π
então,
2
Ptx Aeco λ
Prx = Grx Gtx (11.13)
4π 4πd1 d2
Geralmente esses sistemas empregam duplexadores que permitem a utilização de
uma única antena para transmitir e receber sinais de RF. Neste caso, tem-se
2
Ptx Aeco λG
Prx = (11.14)
4π 4πd2
sendo G o ganho da antena e d a distância até o alvo.
R1 R2
TX RX
0
h
Linha de
Visada
Obstáculo
d1 d2
Figura 11.2: Enlace de rádio com a presença de um obstáculo do tipo gume de faca.
R1 Eo
dE = e−jβR2 dEobs = e−jβ(R1 +R2 ) dy (11.17)
R1 + R2 R1 + R2
O campo total na antena receptora é então
∞
Eo
E= e−jβ(R1 +R2 ) dy (11.18)
R1 + R2
−h
CAPı́TULO 11. Enlaces de Rádio 218
y2
R1 d1 + (11.19)
2d1
e
y2
R2 d2 + (11.20)
2d2
no que se diz respeito à fase. Enquanto, para análise de amplitude,
R1 d1 (11.21)
e
R2 d2 (11.22)
Substituindo os valores das expressões que fornecem R1 e R2 na equação (11.18),
tem-se
∞
Eo −jβ d −jβ y 2 ( 2d1 + 2d1 )
E= e e 1 2 dy (11.23)
d
−h
ou
Eo −jβ d
E= e Fobs (11.24)
d
sendo d = d1 + d2 ,
∞ √ √
rf −j πu
2 rf 1 h π h π
Fobs =√ e 2 du = √ (1 − j) − C − jS (11.25)
2 2 2 rf rf
−uo
√ √
2 2
u= rf
y, uo = rf
h e rf o raio da primeira zona de Fresnel [30][31] dado por
λ d1 d2
rf = (11.26)
d
As funções C(x) e S(x) são fornecidas pelas equações (10.48) e (10.49).
219 11.4. Enlace Terrestre
Traçando-se uma curva de Aobs em função de h/rf , como mostrado na Figura 11.3,
nota-se que a atenuação de 10dB ocorre para h/rf = 0, 213. Portanto, 61% da seção
transversal do elipsóide de Fresnel se encontra obstruı́do.
1 x2i
N
Rc = (11.27)
N i=1 8yi
Os valores da atenuação em decibéis podem ser obtidos diretamente das curvas
apresentadas na Figura 11.4. Para determinar a curva que se adequa ao tipo de
CAPı́TULO 11. Enlaces de Rádio 220
35
30
25
Atenuação em dB
20
15
10
0
−1 0 1 2 3 4 5
h/rf
60
α = 0.5
α = 0.4
α = 1.5
50 α = 0.3
α = 0.2
Atenuação em dB
40
α = 0.1
30
20
α = 0 (gume de faca)
10
0
−0.6 0 1 2 3 4 5
h/rf
sendo
Ael = 20 log 4π × 104 = 102 dB
CAPı́TULO 11. Enlaces de Rádio 222
h
d'
ϕ R
R
N S
Figura 11.5: Satélite a uma altura h sobre a linha do equador. A estação rastreadora
está localizada a uma latitude ϕ ao norte do Equador.
G
= Ga − 10 log Ts (11.32)
Ts
TLN B Trc
Ts = Ta + + (11.33)
Gf GLN B + Gf
F2
θι
F1
h'
E
D
TX d RX
Terra
E = Eo sen ωt (11.35)
tem-se como força exercida em cada eletron
d2 x
me = −eEo senωt (11.37)
dt2
ou
dx eEo
me = cosωt (11.38)
dt ω
sendo me a massa dos elétrons, e a carga elétrica e x o deslocamento dos mesmos.
A densidade de corrente de condução na camada pode ser escrita como
dx
Jc = ρ vd = −N e (11.39)
dt
onde ρ é a densidade volumétrica de cargas elétricas e vd a velocidade de arrasto
destas. Já a densidade de corrente de deslocamento é obtida de
dE
Jd = o (11.40)
dt
ou
N e2
ef = o − (11.44)
me ω 2
Foi visto no Capı́tulo 1 que o ı́ndice de refração de um meio é o inverso da
velocidade relativa da onda neste meio, o que leva à expressão
√
n= µ r r (11.45)
e para meios não-magnéticos
√
n= r = (11.46)
o
Sendo assim, o ı́ndice de refração da camada ionosférica pode ser obtido substi-
tuindo (11.44) em (11.46), ou seja,
N e2
n= 1− (11.47)
m e o ω 2
ou
81N
n 1− 2 (11.48)
f
uma vez que e = 1, 6 × 10−19 C, me = 9, 1 × 10−31 kg e o = 8, 85 × 10−12 F/m.
Substituindo (11.34) em (11.48), tem-se
2
fc
n 1− (11.49)
f
Para uma onda eletromagnética incidindo com um ângulo θi em relação à normal
da camada ionosférica, tem-se pela lei de Snell,
n = senθi (11.51)
227 11.6. Reflexões Ionosféricas
ou
2
fc
1− = 1 − cos2 θi (11.52)
f
o que leva a
fc = f cos θi (11.53)
A partir da equação (11.53) ou de
f = fc sec θi (11.54)
determina-se a freqüência da onda que pode ser refletida na ionosfera. Esta freqüência
também pode ser obtida em função da altura virtual hv da camada, do raio R da
Terra e da distância d entre as estações transmissora e receptora, ou seja,
2R (R + hv ) 1 − cos 2R
d
+ h2v
f = fc (11.55)
hv + R 1 − cos 2Rd
TX
r RX
h1 r1
r2 h2
(h1 − h2 )2
r = d + (h1 − h2 ) d +
2 2 (11.57)
2d
enquanto que o caminho através da reflexão é
(h1 + h2 )2
r1 + r 2 = + (h1 + h2 d +
d2 )2 (11.58)
2d
A diferença entre os caminhos é obtida subtraindo (11.58) de (11.57), isto é,
229 11.7. Reflexões no Solo
2h1 h2
r1 + r2 − r (11.59)
d
O atraso da onda refletida em relação à direta, devido a diferença de caminhos
e a reflexão na Terra, introduz uma defasagem nos campos que chegam à antena
receptora. Esta defasagem é dada por
4πh1 h2
∆φ = ∆φ + π = +π (11.60)
λd
Considerando-se que as amplitudes das ondas refletida e direta são praticamente
iguais a Eo , pode-se então escrever a magnitude do campo total na antena receptora
como
∆φ
|Erx | = Eo + Eo e = 2Eo sen
j∆φ (11.61)
2
ou
2πh h
|Erx | = 2Eo sen
1 2
(11.62)
λd
onde se pode notar que a depender da freqüência, da distância e das alturas das
antenas, o campo pode assumir valores entre 0 e 2Eo .
Exemplo 11.4 Pede-se para posicionar as antenas de um enlace de rádio, que opera
em 300MHz e tem 100m de comprimento, o mais alto possı́vel nas respectivas torres
de 20m de altura. O rádio-enlace se encontra num terreno plano sem obstáculos.
|Erx |
En (h) = = |sen (1, 26 h)|
2Eo
A Figura 11.8 mostra a variação da intensidade do campo normalizado com a altura
da antena na torre receptora. Nota-se que a melhor posição para atender ao projeto
é h = 18, 7 m, pois esta é a altura máxima com máxima intensidade de campo.
CAPı́TULO 11. Enlaces de Rádio 230
1
Intensidade do campo normalizado En(h)
0.8
0.6
0.4
0.2
0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Altura h em m
Casamento de Impedância de
Antenas
12.1 Introdução
231
CAPı́TULO 12. Casamento de Impedância de Antenas 232
Zg
I1
I1
I2
I 2 -I 3 I3
I1 Zg
I1
I2
I2
d2
Zo = 60 ln (12.2)
a1 a2
d o espaçamento entre os dipolos, a1 o raio do dipolo em curto, a2 o raio do dipolo
de entrada e n o fator que indica quanto de tensão e corrente se tem em cada dipolo.
O valor de n é obtido de
−1 ν 2 −µ2 +1
cosh 2ν
n= (12.3)
−1 ν 2 +µ2 −1
cosh 2µν
V
Za = (12.4)
(1 + n)Ia
sendo que Za é também fornecida pela expressão (9.18) de um dipolo simples com
comprimento l1 e raio equivalente dado por
1 2
ae = ln a1 + 2 (µ ln µ + 2µ ln ν) (12.5)
(1 + µ)
onde
a2
µ= (12.6)
a1
CAPı́TULO 12. Casamento de Impedância de Antenas 234
l1
2a 1
l2
d
2a 2
e
d
ν= (12.7)
a1
Como a corrente na entrada é dada por
V in
+ -
(a)
=
nV
It
+ -
- + It
(b) V
+
V Ia
+ -
+ -
(c) V nI a
Figura 12.4: (a) Arranjo T; (b) modo assimétrico (linha de transmissão); (c) modo
simétrico (antenas).
(1+ n):1
2Z t Za
C (1+ n):1
2Z t Za
Exemplo 12.1 Projete o circuito de casamento para um dipolo de λ/2 que deve
operar em 30MHz. O dipolo será ligado a um transmissor de 300Ω através de uma
linha de mesma impedância.
A parte reativa pode ser eliminada utilizando-se capacitores cujos valores são
1 1
C= = 63 pF
π f Xin π × 3 × 107 × 168
237 12.5. Casamento do Tipo Gama
l1
2a 1
l2 /2
d
2a 2
C
(1 + n)V
It = (12.14)
Zt
Já a corrente no modo simétrico é fornecida por
2V
Ia = (12.15)
(1 + n)Za
CAPı́TULO 12. Casamento de Impedância de Antenas 238
(1 + n)2 Zt Za
Zin = Rin + jXin = (12.16)
(1 + n)2 Za + 2Zt
Se um capacitor C for utilizado para eliminar a parte reativa, tem-se
1 (1 + n)2 Zt Za
Zin = + (12.17)
jωC (1 + n)2 Za + 2Zt
onde
1
C= (12.18)
2π f Xin
O circuito equivalente é mostrado na Figura 12.8.
C (1+ n):1
Zt Za/ 2
2Xt2 Ra
Rin =
4Ra2 + (2Xa + Xt )2
e a imaginária
239 12.5. Casamento do Tipo Gama
150
125
in
Resistência de entrada R
100
75
50
25
0
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25
Comprimento normalizado ln
C2
C1
12.7 Transformadores
Sabe-se, da teoria de circuitos, que um transformador pode ser utilizado, não só como
elevador ou redutor de tensão e corrente, mas também como casador de impedância.
Considerando-se um transformador, como mostrado na Figura 12.11, com N1 espiras
no enrolamento primário e N2 no enrolamento secundário, tem-se [19]
V2 N2
= (12.19)
V1 N1
e, para as correntes,
I2 N1
= (12.20)
I1 N2
Portanto, pode-se obter a relação de impedâncias como segue:
2
Z2 V2 I1 N2
= = (12.21)
Z1 V1 I2 N1
A impedância “vista” nos terminais do enrolamento primário do transformador,
quando uma impedância ZL é ligada ao secundário, é dada por
241 12.7. Transformadores
N1 N2
V1 V2
(a)
I1 N 1 :N 2 I2
Z in V1 V2 ZL
(b)
Figura 12.11: (a) Transformador com núcleo toroidal; (b) esquema de um transfor-
mador ligado a uma carga de impedância ZL .
2
N1
Zin = ZL (12.22)
N2
Os transformadores aplicados em altas freqüências são constituı́dos por núcleos
de ferrite, material que mantém suas caracterı́sticas de impedância para faixas largas
de freqüências.
12.8 Baluns
O balun, nome que vem do inglês BALance to UNbalance, é um arranjo ou dispositivo
que tem como principal objetivo acoplar uma linha balanceada a uma linha desbal-
anceada. Isto é possı́vel eliminando-se a corrente que flui pela superfı́cie externa
do condutor externo de uma linha desbalanceada. Na Figura 12.1, esta corrente é
denominada de I3 . O circuito equivalente do sistema antena-linha, mostrado nesta
figura, é apresentado na Figura 12.12, onde Z3 é a impedância que se opõe à pas-
sagem da corrente I3 . Se Z3 → ∞, então, I3 → 0 e o sistema fica balanceado com
I2 = I1 . A seguir são mostrados dois exemplos de como isto pode ser obtido.
I1
I1 Za/ 2 Zg
Zo
Za/ 2
I2 - I 3
I2
Z3 I3
λ/4
Zg
Zg
l/2
2π
∆φ = l (12.24)
λ
sendo λ = f √cεr e l o comprimento fı́sico desta linha. Se o comprimento da linha
em “U” for igual a λ/2, tem-se I1 = I2 , levando o sistema ao balanceamento. Além
disso, a impedância “vista” no ponto A em direção a linha em “U” é igual a Za /2
que, em paralelo com Za /2, fornece uma impedância de entrada de Za /4. Para o
circuito estar casado é necessário que a impedância caracterı́stica Zo da linha seja
igual a Za /4.
Linha em U
I2 I1
A
Zg
Za/ 2 Za/ 2
V2 Zo V1 Zo
I1
que utiliza núcleos de ferrite. Os baluns com núcleos de ferrite podem ser utilizados
para balanceamento e/ou para casamento de impedância. O balun mostrado na
Figura 12.16a é utilizado apenas para balanceamento das correntes, enquanto o da
Figura 12.16b faz o balanceamento e a transformação de impedância.
CAPı́TULO 12. Casamento de Impedância de Antenas 246
(a)
(b)
Figura 12.16: (a) Balun com um núcleo de ferrite; (b) balun com dois núcleos de
ferrite.
Capı́tulo 13
Arranjos de Antenas
13.1 Introdução
Nos capı́tulos anteriores foram analisadas estruturas simples, constituı́das de ape-
nas um elemento radiador. Verificou-se que certas caracterı́sticas de radiação, como
ganho, diretividade e largura de feixe de meia-potência, nem sempre são adequadas
para aplicações práticas. Se for tomado como exemplo a antena do tipo dipolo,
pode-se concluir que estes radiadores fornecem baixo ganho e baixa diretividade,
além do feixe de meia-potência ser muito largo e a relação frente-costas igual a 0dB.
Em aplicações envolvendo rádio-enlace, por exemplo, a utilização de antenas simples
fica muito a desejar, uma vez que a radiação de ondas eletromagnéticas não ocorre
preferencialmente em uma única direção. Já aplicações de radiodifusão, como trans-
missão de sinais de emissoras de TV e rádios FM, exigem caracterı́sticas de radiação
que, em geral, devem ser uniformes. Um dipolo, por exemplo, se utilizado na hori-
zontal, não tem diagrama de radiação uniforme, devido aos dois nulos simétricos no
plano E. Tanto as caracterı́sticas de radiação necessárias para radiodifusão como as
de rádio-enlace podem ser obtidas utilizando-se um grupo ou conjunto de antenas.
Antenas do tipo yagi, log-periódica e colineares são exemplos de conjuntos de an-
tenas, no caso, elementos lineares do tipo dipolo, que oferecem alta diretividade e
alto ganho. Antenas como a log-periódica oferecem, além de uma boa diretividade,
largura de banda larga, sendo muito utilizada na recepção de canais de TV.
Nas próximas seções serão analisados conjuntos ou arranjos de antenas onde os
elementos estão distribuı́dos de uma maneira uniforme, ao longo de um eixo ou
superfı́cie plana, formando respectivamente as distribuições do tipo linear e pla-
nar. As caracterı́sticas de radiação podem ser obtidas e/ou controladas a partir
da alimentação de cada elemento, do espaçamento entre eles e do tipo de elemento
utilizado.
247
CAPı́TULO 13. Arranjos de Antenas 248
z z
θ1 E=E 1 +E 2 θ1
r1 r1
θ
r
d 0 θ2 r2 d 0 r
θ2
r2
(a) (b)
Figura 13.1: Arranjo de dois dipolos: (a) campo próximo; (b) campo distante.
r1 r 2 r (13.7)
O campo produzido pelo arranjo é igual a superposição dos campos gerados pelos
dipolos, ou seja,
E = E1 + E2 (13.8)
ou
jη k l e − jk r
sen θ Io1 e j (k 2 cos θ + β1 ) + Io2 e − j (k 2 cos θ − β2 )
d d
E= (13.9)
4πr
Se o elemento 1 for tomado como referência, tem-se
jη k Io1 l e − jk r j (k d2 cos θ + β1 ) Io2 − j (k d2 cos θ − β2 )
E= sen θ e + e (13.10)
4πr Io1
E = Eel FA (13.11)
sendo
jη k Io1 l e − jk r
Eel = sen θ (13.12)
4πr
e
j (k d2 cos θ + β1 ) Io2 − j (k d2 cos θ − β2 )
FA = e + e (13.13)
Io1
O fator de arranjo FA fornece a expressão do campo elétrico de um arranjo com-
posto de antenas isotrópicas. No exemplo visto aqui, os radiadores isotrópicos são
excitados por correntes de amplitudes iguais a Io1 e Io2 e fases β1 e β2 .
Para excitação, onde Io1 = Io2 e β1 − β2 = β, obtém-se
FA = e j (k d
2
cos θ + β
2 ) + e − j (k d2 cos θ + β2 ) = 2 cos 1 (k d cos θ + β) (13.14)
2
N
FA = αi e j(k di cos θ + βi ) (13.16)
i=1
N
FA = e j (i−1)(k d cos θ + β) (13.17)
i=1
251 13.2. Distribuição Linear
−30 30
−60 60
−90 90
−120 120
−150 150
180
φ = k d cos θ + β (13.19)
Se o arranjo estiver simetricamente distribuı́do em relação à origem, então,
sen N2 φ
FA = (13.20)
sen 12 φ
CAPı́TULO 13. Arranjos de Antenas 252
z
rN
r3
dN
r2
θ
d2
0 r1
M 2i−1 2i−1
FA = αi e j 2 (k d cos θ + β) + e − j 2 (k d cos θ + β) (13.23)
i=1
253 13.2. Distribuição Linear
ou
M
2i − 1
FA = 2 αi cos k d cos θ + β (13.24)
i=1
2
M +1
FA = 2α1 + αi e j (i−1)(k d cos θ + β) + e − j (i−1)(k d cos θ + β) (13.25)
i=2
ou
M +1
FA = 2 αi cos [(i − 1) ( k d cos θ + β)] (13.26)
i=1
Se o arranjo for constituı́do de elementos cujos campos elétricos radiados são forneci-
dos por Eel (θ, ϕ), então, a intensidade de radiação do conjunto será dada por
r2 2 2
U (θ) = E F (13.29)
2η el A
CAPı́TULO 13. Arranjos de Antenas 254
13.2.6 Diretividade
Assim como nas antenas simples de um elemento, a diretividade de um arranjo
pode ser obtida da equação (8.29) ou (9.7), utilizando-se a equação (13.29). Para
um arranjo uniforme de antenas isotrópicas, com defasagem de alimentação β = 0
e espaçamento d λ, a intensidade de radiação normalizada é dada por (13.28) e
a diretividade por
Umax 1
Do = = (13.30)
Uo Uo
uma vez que o valor máximo de (13.28) é 1. Lembrando-se que a intensidade de
radiação Uo de uma antena isotrópica é dada por
π
Prad 1
Uo = = Un (θ) sen θ dθ (13.31)
4π 2
0
1 2 3 dy N y
dx
ϕ ds
2 dM
M
x dN
M
(FA )n=1 = αmn e j(k dm sen θ cos ϕ + βm ) (13.35)
m=1
N
FA = (FA )n e j(k dn sen θ senϕ + βn ) (13.36)
n=1
ou
N
M
FA = αmn e j(k dm sen θ cos ϕ + βm ) e j(k dn sen θ senϕ + βn ) (13.37)
n=1 m=1
ou ainda
CAPı́TULO 13. Arranjos de Antenas 256
N
M
FA = αmn e jφx e jφy (13.38)
n=1 m=1
sendo
N
M
FA = e j(m−1)(k dx sen θ cos ϕ + βx ) e j(n−1)(k dy sen θ senϕ + βy ) (13.41)
n=1 m=1
Se ela for simétrica em relação à origem, então, o fator de arranjo normalizado fica
M φx N φy
sen 2 sen 2
FA = φx (13.42)
M sen 2 N sen φ2y
sendo, neste caso,
Ue (θ)
Uen = (13.47)
max {Ue (θ)}
sendo
2
η |Io |2 cos k2l cos (θ + θo ) − cos k2l
Ue (θ) = 2 2
|FA |2 (13.48)
8π sen (θ + θo )
enquanto que, no plano H, a intensidade normalizada pode ser obtida de
Uh (ϕ)
Uhn = (13.49)
max {Uh (ϕ)}
sendo
onde φ e φ são fornecidos por (13.19), sendo que no caso da expressão de φ substitui-
se θ por ϕ .
Exemplo 13.1 Projete uma antena direcional constituı́da de dois dipolos de meio
comprimento de onda.
Solução: Considerando-se dois dipolos de λ/2 paralelos ao eixo z, obtém-se, a partir
das equações (13.51) e (13.52), a expressão da intensidade de radiação no plano E
η |Io |2 cos2 π2 cos θ sen2 (k d cos θ + β)
Ue (θ) =
8π 2 sen2 θ sen2 12 k d cos θ + β
e no plano H
2
sen (k d cos ϕ + β)
Uh (ϕ) =
sen 12 k d cos ϕ + β
Uma análise baseada na variação de d e β revela que a máxima diretividade
com um menor número de lóbulos secundários pode ser obtida quando d = λ/10 e
β = π/2. O diagrama de radiação no plano E, para estes valores, é mostrado na
Figura 13.2. Neste exemplo, a diretividade do arranjo é igual a 5,7dBi (3,6dB acima
do valor de um dipolo) e a relação frente-costas igual a 4,4dB (no dipolo é zero).
ou
Iin (i)
Ie (i) = (13.56)
sen kl2i
onde li é o comprimento do i-ésimo dipolo.
A impedância de entrada do i-ésimo dipolo pode ser calculada de
Vin (i)
Zi = (13.57)
Iin (i)
ou de
I1 I2 IN
Zi = Zi1 + Zi2 + · · · + Zii + · · · + ZiN (13.58)
Ii Ii Ii
Exemplo 13.2 Encontre a impedância de entrada dos dipolos do exemplo anterior.
ou
−1
I1 73 + j 42, 5 67 + j 7, 5 1
=
I2 67 + j 7, 5 73 + j 42, 5 e jπ/2
kl N M
jη e−jkr cos cos θ − cos kl2
2
E= Imn e jφx e jφy (13.59)
2πr sen θ n=1 m=1
U (θ, ϕ)
Un = (13.60)
max {U (θ, ϕ)}
e
2 N M 2
η cos k2l cos θ − cos k2l
jφx jφy
U (θ, ϕ) = 2 Imn e e (13.61)
8π sen2 θ n=1 m=1
4π U (θm , ϕm )
Do = (13.62)
2π π
U (θ, ϕ) sen θ dθ dϕ
0 0
onde φx = π sen θ cos ϕ −π/2 e φy = π sen θ senϕ. A Figura 13.5 mostra os diagramas
de radiação, para o plano E (ϕ = 0◦ ) e plano H, traçados utilizando-se as equações
acima.
0 0
−30 30 −30 30
−60 60 −60 60
−90 90 −90 90
Antenas Direcionais
14.1 Introdução
Antenas Direcionais são utilizadas em rádio-enlace, uma vez que elas possuem car-
acterı́sticas de radiação que levam à concentração de potência radiada numa deter-
minada direção do espaço. Estas caracterı́sticas são: alta diretividade ou ganho,
feixe de meia-potência estreito e alta relação frente-costas. Para se obter estas pro-
priedades, as antenas direcionais são constituı́das de refletores ou vários elementos,
como dipolos e “loops”. As antenas com refletores serão analisadas mais adiante,
sendo o foco neste capı́tulo voltado para aquelas compostas por elementos. Foram
selecionadas para análise três tipos de antenas muito utilizadas comercialmente. São
elas: yagi-uda, log-periódica e helicoidal.
263
CAPı́TULO 14. Antenas Direcionais 264
Elementos Elementos
Refletores Diretores
Elemento
Radiador
l1
1
θ
d 0 r
l2
Z21
I2 = −I1 (14.3)
Z22
A impedância de entrada é expressa então por
Z21
Zin = Z11 − Z12 (14.4)
Z22
A expressão do campo elétrico distante radiado pelo conjunto é obtida de
j60I1 cos kl21 sen θ − cos kl21
e−jk(r− 2 cos θ)
d
E1 (θ) = kl1 (14.6)
r sen 2 cos θ
e
kl2
j60I2 cos sen θ − cos kl22
e−jk(r+ 2 cos θ)
d
2
E2 (θ) = (14.7)
r sen kl22 cos θ
Para uma yagi com elemento radiador de comprimento igual a λ/2, a expressão
(14.5) fica
−jkr
d
E(θ) = j60I1e
r cos θ
cos π2 sen θ ejk 2 cos θ
kl2 kl2
(14.8)
cos( sen θ)−cos( ) −jk d2 cos θ
− ZZ21 2
kl2
2
e
22 sen ( 2 )
A Tabela 14.1 mostra o comportamento do ganho de uma yagi de 2 elementos em
relação ao comprimento do elemento 2, sendo o espaçamento d = 0, 1λ, l1 = 0, 5λ
e o raio a = 0, 0001λ. O ganho da antena pode ser elevado reduzindo-se, neste
caso, o tamanho do elemento parasita para 0, 48λ. Nota-se que, para os dois últimos
comprimentos da Tabela 14.1, as impedâncias próprias do elemento 2 têm parte
reativa capacitiva. O diagrama de radiação mostrado na Figura 14.3 deixa claro
que, neste caso, este elemento atua como um elemento diretor, uma vez que o lóbulo
principal está no sentido z − . Para comprimentos ligeiramente superiores a λ/2, o
elemento parasita tem reatância indutiva e atua como refletor, como apresentado na
Figura 14.4.
267 14.2. Antena Yagi-Uda
−30 30
−60 60
−90 90
−120 120
−150 150
180 Plano E
Figura 14.3: Diagrama de radiação para uma yagi de 2 elementos (l2 = 0, 48λ,
d = 0, 1λ e raio a = 0, 0001λ).
−30 30
−60 60
−90 90
−120 120
−150 150
180 Plano E
Figura 14.4: Diagrama de radiação para uma yagi de 2 elementos (l2 = 0, 505λ,
d = 0, 1λ e raio a = 0, 0001λ).
também é aumentada, uma vez que a radiação de fundo (θ =180◦ ) é menor que as
obtidas no caso anterior. Experimentos mostram que se pode obter ganhos mais
elevados, da ordem de 9 dBi, utilizando-se espaçamentos de 0, 16λ a 0, 25λ entre
os elementos refletor e excitado e de 0, 16λ a 0, 19λ entre os elementos excitado e
diretor.
A expressão do campo elétrico utilizada para traçar o diagrama da Figura 6.5
é o resultado da superposição dos campos produzidos pelos elementos parasitas e o
excitado, isto é,
onde Er (θ), Ee (θ) e Ed (θ) são respectivamente os campos oriundos dos elementos
refletor, excitado e diretor. Para o arranjo alinhado na direção z, como mostrado
na Figura 14.6, com o elemento excitado de comprimento le posicionado na origem,
269 14.2. Antena Yagi-Uda
j60Ir cos kl2r sen θ − cos kl2r
Er (θ) = klr e−jk(r+dr cos θ) (14.10)
r sen 2 cos θ
j60Ie cos kl2e sen θ − cos kl2e
Ee (θ) = kle e−jkr (14.11)
r sen 2 cos θ
e
j60Id cos kl2d sen θ − cos kl2d
Ed (θ) = kld e−jk(r−dd cos θ) (14.12)
r sen 2 cos θ
π
+ cos 2
sen θ (14.13)
kld
kl
cos sen θ −cos 2d
2 jkdd cos θ
+ IIde
kl
e
sen 2d
As razões entre as correntes, IIre e IIde , são obtidas a partir da solução do sistema
abaixo,
Z11 Z12 Z13 I1 0
Z21 Z22 Z23 I2 = V (14.14)
Z31 Z32 Z33 I3 0
CAPı́TULO 14. Antenas Direcionais 270
−30 30
−60 60
−90 90
−120 120
−150 150
180 Plano E
Figura 14.5: Diagrama de radiação de uma antena yagi de 3 elementos cujo refletor
tem 0, 505λ de comprimento, o diretor 0, 48λ, os espaçamentos 0, 1λ e o raio 0, 0001λ.
O ganho máximo é de 7,7dBi e a relação frente-costas igual a 16dB.
ou
ZI = V (14.15)
isto é,
I = Z−1 V (14.16)
sendo I1 = Ir , I2 = Ie e I3 = Id . A impedância da antena de três elementos é dada
por
Id Ir
Zin = Z21 + Z22 + Z23 (14.17)
Ie Ie
ou
271 14.2. Antena Yagi-Uda
ld
1
dd
r
0
2
le
dr
3
lr
V
Zin = (14.18)
Ie
N
E(θ) = Ei (θ) (14.19)
i=1
ou
. /
N
j60Ii cos kl2i sen θ − cos kl2i
E(θ) = kli e−jk(r−di cos θ) (14.20)
i=1
r sen 2 cos θ
I = Z−1 V (14.21)
sendo
t
I= I1 I2 · · · Ii · · · IN (14.22)
t
V= 0 V 0 0 ··· 0 (14.23)
273 14.3. Antena Log-Periódica
e
Z11 Z12 Z13 ··· Z1N
Z21 Z22 Z23 ··· Z1N
Z31 Z32 Z33 ··· Z1N
Z = (14.24)
.. .. .. ... ..
. . . .
ZN 1 ZN 2 ZN 3 · · · ZN N
Considerando-se que o elemento 2 é excitado, a impedância de entrada pode ser
fornecida por
I1 Ii IN
Zin = Z21 + Z22 + · · · + Z2i + · · · + Z2i (14.25)
I2 I2 I2
ou simplesmente
V
Zin = (14.26)
I2
A Figura 14.7 apresenta o diagrama de radiação da antena yagi de 9 elementos
citada como exemplo na Tabela 14.3.
Exemplo 14.1 Projete uma yagi de 3 elementos para operar na frequência de 300MHz.
Seu ganho deve ser maior que 7dBi e sua impedância igual a 75Ω.
Solução: A yagi da Figura 14.5 pode ser utilizada para atender a especificação de
ganho do projeto. As dimensões da antena, neste caso, são: lr = 50, 5cm, le = 50cm
e ld = 48cm, uma vez que λ = 1m. Se forem utilizados tubos de aluminio de 1cm de
diâmetro (a = 0, 005λ), tem-se um ganho de aproximadamente 8,4dBi, um pouco
maior que aquele obtido para a = 0, 0001λ. A impedância de entrada do elemento
irradiador, considerando-se esta geometria, é 1 + j34Ω. O valor de 75Ω pode ser
alcançado através da aplicação de uma das técnicas de casamento apresentadas no
Capı́tulo 4. A solução mais simples é obtida utilizando-se um toco em curto com
comprimento ltc = 0, 017λ = 1, 7cm, posicionado na linha de transmissão a 41,6cm
dos terminais da antena. Note que neste caso não foi feito o balanceamento das
correntes.
0
-30 30
-60 60
-90 90
-120 120
-150 150
180 Plano E
Figura 14.7: Antena yagi de 9 elementos com ganho de 14dBi e relação frente-costas
de 30dB.
[17] num artigo publicado em 1957 [11]. Com este tipo de periodicidade logarı́tmica
é possı́vel se manter o ganho da antena praticamente constante para uma faixa
ampla de freqüências. As antenas do tipo log-periódica mais comuns no mercado são
aquelas constituı́das de dipolos coplanares posicionados lado a lado paralelamente,
como mostrado na Figura 14.8. À primeira vista, uma log-periódica se assemelha
muito com uma yagi. Entretanto, uma análise cuidadosa revela diferenças não só nas
geometrias como também em algumas de suas caracterı́sticas. Os ganhos máximos
obtidos com antenas log-periódicas têm valores próximos aos obtidos com antenas do
tipo yagi, porém a diferença, como já foi comentado, está na manutenção do ganho
para uma faixa larga de freqüências. Com relação à geometria, pode-se comentar
que as dimensões das antenas log-periódicas seguem uma regra especı́fica baseada
na seguinte equação:
d n+1
2α s n+1 ln+1
z
Rn
R n+1
Rn+1 − Rn
σ= (14.28)
2ln+1
Todos os elementos da log-periódica são alimentados, enquanto na yagi apenas
um é excitado. A alimentação pode ser feita com linhas balanceadas, como mostrado
na Figura 14.9. A alimentação com linhas cruzadas, Figura 14.9b, fornece uma
defasagem adicional de 180◦ entre elementos adjacentes. Nesta condição, o lóbulo
principal ocorre na direção do menor dipolo do conjunto. Em alguns projetos, a linha
que alimenta os dipolos é terminada, na extremidade onde se encontra o elemento
mais longo, por um toco de λmax /8. Isto faz com que haja uma redução nos lóbulos
secundários, na direção oposta ao lóbulo principal, causando um aumento na relação
frente-costas da antena.
O princı́pio de funcionamento de uma log-perı́odica pode ser explicado da seguinte
maneira: para certas freqüências, dentro da faixa de operação da antena, apenas um
dos dipolos ressoa e radia praticamente toda a potência fornecida ao arranjo. Por
exemplo, na freqüência mais alta ressoa o dipolo mais curto, enquanto na freqüência
mais baixa ressoa o elemento mais longo. Nestas situações, os outros dipolos mais
longos atuam como elementos refletores e os mais curtos como elementos diretores.
CAPı́TULO 14. Antenas Direcionais 276
Isso faz com que este tipo de antena mantenha a diretividade para diferentes valores
de freqüência dentro da banda projetada.
(a) (b)
Figura 14.9: (a) alimentação com dois fios retos; (b) alimentação com fios trançados.
Correções para este procedimento foram sugeridas, ao longo dos anos, por out-
ros autores [9][10][25], tornando os projetos das log-periódicas mais próximos dos
resultados obtidos experimentalmente.
277 14.3. Antena Log-Periódica
fmax (1 − τ )2
Bs = 1, 1 + 7, 7 (14.32)
fmin tg α
Número de Elementos
ln Bs
N =1− (14.33)
ln τ
arredondando-se para o inteiro mais próximo.
λmax 150
lN = lmax = = (14.34)
2 fmin
lembrando-se que fmin é fornecido em MHz. Os outros comprimentos são determi-
nados utilizando-se
ln−1 = τ ln (14.35)
começando-se com ln = lN e
lN
Rn = RN = (14.37)
2 tg α
279 14.3. Antena Log-Periódica
Exemplo 14.2 Projete uma antena log-periódica para operar na faixa de freqüência
dos canais de TV de 7 a 13 (174-216MHz). Seu ganho deve ser superior ou igual a
10dBi e sua impedância de entrada 300Ω.
Solução: O menor valor de τ obtido na Tabela 14.4 para o ganho desejado é 0,92.
O espaçamento ótimo, obtido de 14.29, é igual a 0,17. Sendo assim,
180 1 − 0, 92
α= arctg 6, 7◦
π 4 × 0, 17
CAPı́TULO 14. Antenas Direcionais 280
216 (1 − 0, 92)2
Bs = 1, 1 + 7, 7 1, 886
174 tg 6, 7◦
e
ln 1, 886
N =1− 9 elementos
ln 0, 92
O comprimento total do arranjo é aproximadamente
1
75 1 − 1,886
lt = 1, 72 m
174 tg 6, 7◦
e o do maior dipolo
150
l9 = 86, 2 cm
174
Utilizando-se (14.35), obtém-se o comprimento dos elementos restantes e através de
Rn−1 = Rn − 2σln
considerando
l9 86, 2
R9 = = 3, 66 m
2 tg α 2 tg 6, 7◦
as distâncias do vértice aos elementos (vide Figura 14.8). Os resultados são apre-
sentados a seguir:
n 1 2 3 4 5 6 7 8 9
ln (cm) 44,2 48,1 52,3 56,8 61,8 67,1 73 79,3 86,2
Rn (m) 1,88 2,04 2,22 2,41 2,62 2,85 3,1 3,37 3,66
Os diâmetros dos elementos têm que variar de acordo com (14.27), entretanto,
na prática, não se encontram tubos condutores de qualquer bitola. Considerando-se,
para o cálculo da impedância da linha de alimentação, um tubo de diâmetro igual
a 1cm, referente ao elemento central (número 5), tem-se
0, 17
Za = 120 ln (61, 8) − 2, 55 492, 3Ω e σ = √ 0, 177
0, 92
281 14.4. Antena Helicoidal
Logo,
2
300 300
Zo 300 + + 1 455, 5 Ω
698 698
jηkIo s sen θ − j k r
Eθ = e (14.43)
4πr
CAPı́TULO 14. Antenas Direcionais 282
lh
2a
ls
ls s
d
α
s
C =π d
Enquanto que o campo radiado por uma antena de laço muito pequena, do tipo anel
com diâmetro igual a d, é [2]
ηk 2 Io d2 sen θ − j k r
Eϕ = e (14.44)
16 r
Observe que, neste caso, o campo elétrico radiado pela antena helicoidal tem com-
ponentes em quadratura de fase. Portanto, se a razão axial,
|Eθ | 4s 2λ s
AR = = = (14.45)
|Eϕ | πkd2 C2
for igual a um, então, os campos radiados têm polarização circular. Esta condição
é obtida quando
√
C= 2λ s (14.46)
A antena operará com polarização linear quando AR = 0 ou AR = ∞. A
primeira condição é obtida fazendo o passo da hélice igual a zero, de forma que a
antena helicoidal torne-se uma antena de laço do tipo anel. Já a segunda condição
é fornecida por (14.45) quando d = 0, o que leva a antena a se comportar como um
dipolo de comprimento lh . A Figura 14.10 mostra que os passos e o diâmetro da
espiral estão relacionados através da equação
s s
tg α = = (14.47)
πd C
Para α = 0, a espiral torna-se um anel de diâmetro D e a onda radiada pela antena,
na região de campos distantes, possui apenas a componente de campo elétrico na
direção ϕ. Se a antena estiver alinhada com o eixo vertical, sua polarização, neste
caso, será linear horizontal. À proporção que α vai aumentando, o campo distante
283 14.4. Antena Helicoidal
0 0
-30 30 -30 30
-60 60 -60 60
-90 90 -90 90
180 180
(a) (b)
π sen N φ
E cos θ sen φ2 (14.49)
2N sen 2
sendo
ls
φ = ks cos θ + β = k s cos θ − (14.50)
p
A expressão entre colchetes em (14.49) é o fator de arranjo normalizado para N
antenas isotrópicas alinhadas ao longo do eixo z. Neste caso, a normalização π do
campo elétrico produzido pelo arranjo é feita utilizando-se o termo sen 2N . A
variável β, em (14.50), fornece a defasagem entre dois pontos da espiral separados
pelo comprimento ls . Esta defasagem está associada à onda de corrente que se
propaga ao longo da espiral com velocidade relativa p.
Para se obter o lóbulo principal no sentido z + (θ = 0◦ ) é necessário que
◦ ls
φ (θ = 0 ) = k s − = −2πm (14.51)
p
Donde se deduz que
ls /λ
p= (14.52)
s/λ + m
sendo m um número inteiro não-negativo. Lóbulos com feixes de meia-potência mais
estreitos podem ser obtidos quando
285 14.4. Antena Helicoidal
◦ ls π
φ (θ = 0 ) = k s − = −2πm − (14.53)
p N
o que leva a uma velocidade relativa
ls /λ
p= (14.54)
s/λ + 2mN 2N
+1
A condição imposta em (14.53) foi proposta pela primeira vez por Woodyard e
Hensen [16]. Ela corresponde a uma das condições para se obter superdiretividade
num arranjo de antenas.
O cosseno que multiplica o fator de arranjo normalizado, em (14.49), representa
uma aproximação da distribuição de campo elétrico de cada espira. Através de
uma análise mais detalhada, pode-se mostrar que as componentes de campo elétrico
produzido por cada espira [23], na região de campos distantes, são dadas por
ηkIo a − j (k r+ϕ) J1 (ka sen θ) s
Eθ = e 2 cos θ − sen θ J1 (ka sen θ) (14.55)
4r ka sen θ πa
e
C
Zin 140 (14.57)
λ
a diretividade em relação a uma antena isotrópica,
C 2s
Do 15N (14.58)
λ3
a razão axial (no caso de superdiretividade),
CAPı́TULO 14. Antenas Direcionais 286
2N + 1
AR = (14.59)
2N
e o feixe de meia-potência em graus,
52λ3/2
θM P √ (14.60)
C Ns
Neste caso, a polarização é praticamente circular na direção do lóbulo principal.
O refletor ou plano-terra, utilizado em conjunto com a espiral condutora, tem que
ter diâmetro maior ou igual a λ2 , enquanto o fio desta espiral deve ter diâmetro,
preferencialmente, entre 0,006λ e 0,05λ [28].
Exemplo 14.3 Projete uma antena helicoidal para operar em 900MHz, com dire-
tividade igual ou superior a 20dBi, polarização circular e impedância de 75Ω.
Este é o melhor valor de impedância que se pode obter dentro da faixa de valores C/λ
possı́veis de se aplicar em (14.57), pois utilizando-se, por exemplo, um transformador
com relação de espiras igual a 2:3, obtém-se a impedância desejada de 75Ω.
O valor da circunferência da espiral é C = 1, 205λ 0, 4m, uma vez que o
comprimento de onda é igual a meio metro, enquanto que o passo da espiral, obtido
através de (14.47), tem valor
s = C tg α 9, 2 cm
onde α foi considerado igual a 13◦ . O diâmetro da espiral é então d = C/π = 60/π
12, 7cm, enquanto que o número de voltas na espiral pode ser obtido de (14.58), ou
seja,
λ 3 Do 0, 037 × 10
N = 17
15C 2 s 15 × 0, 16 × 0, 092
Finalmente, o diâmetro da placa refletora deve ser, no mı́nimo, igual a 25cm e o fio
que compõe a espiral 3mm.
Capı́tulo 15
15.1 Introdução
No capı́tulo anterior foram analisadas antenas direcionais constituı́das de elementos
dispostos linearmente no espaço. A partir destes arranjos foi possı́vel se obter carac-
terı́sticas de radiação apropriadas para aplicação em rádio-enlace, isto é, alto ganho e
alta relação frente-costas. Uma outra maneira de se obter estas caracterı́sticas pode
ser alcançada através da utilização de refletores. Pode-se, por exemplo, aumentar
a relação frente-costas de um dipolo de meio comprimento de onda colocando-se
uma placa metálica plana a uma certa distância deste. É logico que esta distância
influenciará na distribuição de campo em volta do conjunto dipolo-placa e, con-
seqüentemente, no valor da diretividade e do ganho máximo da antena. Portanto,
para se obter um projeto otimizado, é necessário se verificar o comportamento do
conjunto em função do espaçamento entre o refletor e o elemento radiador. Além
de refletores planos, serão analisados, nas próximas seções, refletores constituı́dos de
duas placas metálicas para certos ângulos de abertura entre zero e 180◦ . Na última
seção serão estudados refletores parabólicos.
287
CAPı́TULO 15. Antenas com Refletores 288
w w
h
h
d d
(a) (b)
Figura 15.1: Antena com refletor de canto de 90◦ (a) e refletor plano (b) .
E = Er + Ev (15.1)
Se o plano refletor é o plano z = 0 e a distância da fonte radiadora isotrópica ao
refletor é d, então, o campo distante é dado por
289 15.2. Antena com Placas Refletoras
0 0
-30 30 -30 30
-60 60 -60 60
-90 90 -90 90
180 180
(a) (b)
Figura 15.2: Diagramas de radiação para a antena mostrada na Figura 15.1a. (a)
plano H e (b) plano E.
√ √
Io 30Rr −jkr −jkd cos θ jkd cos θ
2Io 30Rr e−j(kr+π/2)
E= e e −e = sen (kd cos θ)
r r
(15.2)
A intensidade de radiação normalizada é, por sua vez, fornecida por
2
Do = π (15.4)
sen2 (kd cos θ) sen θ dθ
0
Para uma antena cujo elemento alimentador é um dipolo ou uma outra estrutura
qualquer, o campo radiado é dado por
E = Eel FA (15.5)
sendo Eel o campo elétrico do elemento alimentador e
CAPı́TULO 15. Antenas com Refletores 290
y Placa y
Refletora
x x
(a) (b)
Figura 15.3: (a) Antena com refletor plano; (b) arranjo equivalente.
180◦
α= (15.7)
n
com n inteiro maior ou igual a um, pode se obter
360
N = 2n − 1 = −1 (15.8)
α
sendo N o número de imagens formadas.
Tomando-se como exemplo uma antena com refletor de canto de abertura α =
◦
90 , tem-se como estrutura equivalente um arranjo com quatro fontes radiadoras.
O campo distante radiado é a superposição dos campos radiados por cada fonte, ou
seja,
291 15.2. Antena com Placas Refletoras
y y
2 3
d 4 2
α= 90 α= 45
3 1 x 5 1 x
6 8
4 7
(a) (b)
Figura 15.4: (a) Refletor de canto com 90◦ de abertura. Refletor com 45◦ de aber-
tura.
4 4
i−1 e−jkri
E= Ei = (−1) f (θ, ϕ) (15.9)
i=1 i=1
ri
e−jkr
4
E = f (θ, ϕ) (−1)i−1 e jφi (15.10)
r i=1
onde
e−jkr
E = 2 f (θ, ϕ) [cos(kd sen θ cos ϕ) − cos(kd sen θ sen ϕ)] (15.15)
r
ou
E = Eel FA (15.16)
sendo
e−jkr
Eel = f (θ, ϕ) (15.17)
r
e
0.8
Campo normalizado
0.6
0.4
0.2
0
0 0.5 1 1.5 2
d/λ
φx √
φy 3
cos φx + 2 cos cos
2 2
FA = 2
(15.22)
√
φx 3 φy
− cos φy − 2 cos 2
cos 2
Exemplo 15.1 Projete um refletor de canto de 90◦ , com um dipolo de meio com-
primento de onda como alimentador, para operar em 300MHz. Determine a dire-
tividade da antena.
13
12.5
12
Ganho (dB)
11.5
11
10.5
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7
d/λ
Figura 15.6: Variação do ganho com o espaçamento d/λ. As perdas na antena foram
desprezadas.
As antenas parabólicas são antenas de alto ganho e, por este motivo, são empregadas
em enlaces longos como aqueles utilizados para comunicações via satélites ou em
sondas interplanetárias (vide Figura 15.7). Sua estrutura clássica é aquela formada
por um refletor parabolóide onde uma antena do tipo corneta é posicionada no
foco. Existem outras configurações com diferentes tipos de refletores e posições
do alimentador. As mais conhecidas são: a montagem do tipo Cassegrain, onde
um refletor secundário é posicionado no foco de forma que o alimentador possa ser
colocado no centro do refletor primário; montagem do tipo alimentador deslocado,
offset (vide Figura 15.8), onde apenas parte de um parabolóide é utilizado como
refletor. A montagem do tipo Cassegrain é mais cara, porém o sistema alimentador
fica atrás do refletor primário, o que reduz a incidência de raios solares sobre a
antena alimentadora e, conseqüentemente, melhora a relação sinal-ruı́do do sistema
como um todo. As antenas parabólicas com alimentador deslocado são geralmente
usadas em freqüências elevadas, como por exemplo, para radiodifusão de sinal de TV
por assinatura (banda Ku), visto que as dimensões fı́sicas reduzidas proporcionam
maior estabilidade mecânica do braço alimentador quando a antena sofre a ação dos
ventos. Neste tipo de estrutura o alimentador praticamente não bloqueia as ondas
eletromagnéticas incidentes ou refletidas no refletor, aumentando assim a eficiência
da antena.
CAPı́TULO 15. Antenas com Refletores 296
2df
R= (15.23)
1 + cos θ
onde df é a distância focal ou distância entre o foco e o vértice da parábola (vide
Figura 15.9).
λ
df = n (15.24)
4
para n inteiro ı́mpar, a interferência não é destrutiva, reforçando o campo na região
próxima ao eixo de revolução. Este tipo de interferência pode ser minimizado com a
utilização de alimentadores direcionais, como por exemplo, antenas do tipo corneta.
Neste caso, os campos emanados do foco irão em direção ao refletor. A depender
do diagrama de radiação do elemento alimentador e da abertura do refletor, pode-se
297 15.3. Antena Parabólica
df
R
foco
r
θο
2a
0 z
Vértice
Pr = 2πr Wr dr (15.25)
A potência Pr é igual à potência Pi , oriunda de uma fonte isotrópica, que incide
nesta porção do parabolóide, isto é,
Pr = Pi = 2πUi sen θ dθ (15.26)
Portanto, a intensidade de radiação Ui pode ser escrita em função da densidade de
potência Wr igualando-se (15.25) com (15.26), ou seja.
r dr
Ui = Wr (15.27)
sen θ dθ
Como
2 df sen θ
r = R sen θ = (15.28)
1 + cos θ
então
CAPı́TULO 15. Antenas com Refletores 298
2
2df
Ui = Wr (15.29)
1 + cos θ
A densidade de potência próxima ao vértice é obtida fazendo θ = 0◦ , isto é,
Ui
Wo = (15.30)
d2f
O campo elétrico no refletor a uma distância r do vértice, normalizado em relação
ao campo no vértice, é dado por
E 1 + cos θ
En = = (15.31)
Eo 2
A equação (15.26) mostra que, quanto menor o ângulo de abertura, maior a uni-
formidade de iluminação.
Er = Eθ = 0 (15.33)
Enquanto, para o plano H (ϕ = 0◦ ),
jkabEo e−jkr sen ka2
sen θ
Eθ = (1 + cos θ) ka
(15.34)
4πr 2
sen θ
299 15.3. Antena Parabólica
Er = Eϕ = 0 (15.35)
No caso de parabolóides do tipo circular, com a mesma orientação de campo na
abertura, e área igual a πa2 , têm-se no plano E (ϕ = 90◦ )
jka2 Eo e−jkr J1 (kasen θ)
Eϕ = − (1 + cos θ) (15.36)
2r kasen θ
e
Er = Eθ = 0 (15.37)
Enquanto, para o plano H (ϕ = 0◦ ),
jka2 Eo e−jkr J1 (kasen θ)
Eθ = (1 + cos θ) (15.38)
2r kasen θ
e
Er = Eϕ = 0 (15.39)
A função de Bessel de ordem 1 é conseqüência da simetria cilı́ndrica circular do
problema.
Exemplo 15.2 Trace o diagrama de radiação, no plano E, para as antenas parabólicas
de diâmetros iguais a 60cm e 135cm, operando em 10GHz. Qual a antena de maior
ganho?
Solução: Substituindo os valores de k = 2π/0, 03 = 209, 4 rd/m e a = 0, 3m na
equação de intensidade de radiação
2
r2 2 k 2 a4 Eo
2 J1 (kasen θ)
Ue (θ) = |Eϕ | = (1 + cos θ)
2η 8η kasen θ
ou na equação de intensidade de radiação normalizada
2
Ue (θ)
2 J1 (kasen θ)
Un (θ) = = (1 + cos θ)
max{Ue (θ)} kasen θ
obtém-se o resultado mostrado na Figura 15.10a para o refletor de 60cm. De maneira
semelhante, utilizando-se k = 209, 4 rd/m e a = 0, 675m, obtém-se o resultado
apresentado na Figura 15.10b referente ao refletor de 135cm. Pela largura do feixe
de meia-potência das antenas, observa-se que a antena de maior diâmetro tem maior
diretividade e, conseqüentemente, maior ganho.
CAPı́TULO 15. Antenas com Refletores 300
0 0
−30 30 −30 30
−60 60 −60 60
−90 90 −90 90
Figura 15.10: Diagrama de radiação (em dB) para uma antena parabólica de: (a)
60cm e (b) 135cm.
a θo
df =
cotg (15.44)
2 2
No trabalho publicado por Silver, em 1949 [32], é mostrado que o diagrama de
radiação da maioria das antenas alimentadoras de refletores parabólicos pode ser
representado pela função
(n)
Go cosn θ , para 0 θ π/2
Gf (θ ) = (15.45)
0, para π/2 θ π
sendo n um inteiro positivo. As expressões para a eficiência de abertura, considerando-
se diferentes valores de n, são apresentadas na Tabela 15.1.
eap = es ea ef ex eb er (15.46)
sendo:
0.9
0.8
0.7
0.6
e (σ/λ)
0.5
r
0.4
0.3
0.2
0.1
0
0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1 0.12 0.14 0.16 0.18 0.2
σ/λ
2 2
C 4πσ
G = eap exp − (15.48)
λ λ
onde a eficiência de abertura é, neste caso, eap = es ea ef ex eb e σ é o desvio padrão em
relação à superfı́cie parabólica ideal [22]. Para um certo desvio padrão σ, pode-se
303 15.3. Antena Parabólica
determinar o comprimento de onda ótimo, λopt = 4πσ, que maximiza o ganho dado
pela equação (15.48). Quando a expressão de λopt é substituı́da em (15.48), tem-se
2
eap d
Gmax (15.49)
43, 5 σ
ou em decibéis
Exemplo 15.3 Projete um refletor parabólico para operar em 5GHz com ganho
de 40dBi. Qual deve ser o desvio padrão máximo em relação à superfı́cie de um
parabolóide ideal? Qual deve ser o ganho se o desvio for nulo? Considere todas as
outras eficiências iguais a 1.
Solução: Como o comprimento de onda é igual a 6cm, então, o desvio padrão não
deve ser maior que
λopt 0, 06
σ= 4, 8 mm
4π 4π
Para este valor de σ e um ganho de 40dBi, o diâmetro do refletor é
Gmax
d = 6, 6 σ 3, 17 m
εap
Solução: Observe que os ganhos das antenas na Tabela 15.2 têm valores aprox-
imadamente iguais a metade (-3dB) das suas respectivas diretividades. Portanto,
neste caso, a eficiência de abertura média é algo em torno de 53%, incluindo-se a
influência da rugosidade na superfı́cie do refletor. Como foi visto anteriormente, o
ganho de uma antena parabólica pode ser obtido de
2 2
C C
G = eap 0, 53
λ λ
Logo, para λ = 3cm, tem-se
λ 0, 03
d 1, 89G = 1, 89 × 10000 1, 31 m
π π
O diagrama de radiação desta antena é semelhante àquele mostrado na Figura
15.10b.
Exercı́cios Propostos
Os exercı́cios propostos estão divididos em quatro seções. Cada seção envolve as-
suntos referentes a três ou mais capı́tulos deste livro texto. A primeira seção contém
exercı́cios dos capı́tulos 1, 2 e 3, enquanto a segunda se refere aos capı́tulos 4, 5 e
6. Nestas duas seções estão todos os exercı́cios referentes à propagação de ondas no
espaço-livre e ondas confinadas em linhas de transmissão, guias de onda e cavidades
ressonantes. Na terceira seção são propostos exercı́cios que abordam a teoria vista
nos capı́tulos de 7 a 11, ou seja, exercı́cios de difração, antenas e enlace de rádio.
Na penúltima seção são apresentados os exercı́cios de arranjos de antena, casamento
de impedância envolvendo antenas e antenas direcionais, referentes às teorias vistas
nos capı́tulos de 12 a 15. As respostas dos exercı́cios propostos se encontram na
últimas seção.
1.1 - Uma onda plana de 3GHz incide normalmente sobre uma parede composta por
duas camadas, uma dielétrica (εr = 4) e outra perfeitamente condutora. Determine
a espessura mı́nima da camada dielétrica para que se tenha uma parede:
a) elétrica (ρ = −1);
b) magnética (ρ = 1).
1.2 - Um satélite geoestacionário, que se encontra a uma altura de 36000 km, radia
isotropicamente uma onda eletromagnética de 15GHz, polarizada elipticamente para
a direita (α = 45o e δ = −70o ). O transmissor a bordo tem uma potência de 100W.
Encontre a potência nos terminais da antena receptora, cuja área efetiva é 1m2 ,
considerando que a mesma está polarizada:
305
EXERCÍCIOS PROPOSTOS 306
1.3 - Pede-se para projetar um enlace de rádio utilizando reflexão numa camada
ionosférica que se encontra a 100km de altura e tem permissividade efetiva relativa
igual a 4. O sistema de transmissão, que opera em 10MHz, é constituı́do por um
transmissor de 100W e uma antena isotrópica com polarização circular para a direita.
O receptor se encontra a uma distância de 200km do transmissor e está ligado a uma
antena linear horizontal, perpendicular ao plano de incidência, com área efetiva igual
a 1m2 . Determine:
a) a polarização da onda que chega na antena receptora;
b) a potência nos terminais da antena.
1.4 - Duas fibras ópticas com miolos de silı́cio, cujo ı́ndice de refração é 1,6, estão
revestidas com uma camada comum de vidro feito de silicato de boro (n = 1, 535).
Qual deve ser a distância mı́nima entre as fibras para não haver acoplamento entre
as mesmas? O acoplamento é desprezado se a atenuação do campo elétrico for maior
que 60dB. O feixe luminoso tem comprimento de onda, no espaço-livre, igual a 0,85
µm e incide na interface silı́cio-vidro com um ângulo de 85◦ .
1.5 - Uma onda plana de 10MHz, com polarização linear vertical, incide normalmente
sobre um dipolo posicionado perpendicularmente em relação ao solo. Supondo que
o dipolo é feito de tubos de alumı́nio (σ = 3, 4 × 107 S/m), qual deve ser:
a) a intensidade e a fase do campo elétrico, dentro do condutor, próximo à superfı́cie
externa do tubo;
b) a densidade de corrente na superfı́cie do condutor;
c) o raio interno do tubo para que a densidade de corrente interna seja 1% do valor
da superfı́cie.
Considere a intensidade do campo elétrico da onda incidente igual a 1V/m e o raio
externo dos tubos de alumı́nio igual a 5mm.
1.6 - Um cabo coaxial de 1 metro de comprimento, raio interno 1mm e externo 5mm,
é terminado por uma impedância de carga em uma de suas extremidades e ligado a
um gerador na outra. Supondo que a tensão no gerador é dada por V = Vo e jω t e
que a corrente desenvolvida no coaxial é I = Io e jω t , determine para a onda dentro
do coaxial:
307 Exercı́cios dos Capı́tulos 1 a 3
a) a potência média;
b) o comprimento de onda;
c) a energia total.
1.7 - Pede-se para projetar um enlace de rádio utilizando reflexão numa camada
ionosférica que se encontra a 100km de altura com condutividade dada aproximada-
mente por:
25
σ = σo 1 − 2
f
sendo f fornecido em MHz e σo = 5000S/m. O sistema de transmissão, que opera
em 10MHz, é constituı́do por um transmissor de 100W e uma antena isotrópica com
polarização circular para a esquerda. O receptor se encontra a uma distância de
200km do transmissor e está ligado a uma antena linear horizontal, perpendicular
ao plano de incidência, com área efetiva igual a 1m2 . Determine:
1.8 - Determine para uma onda de 20MHz, dentro da camada ionosférica da questão
anterior, a:
a) profundidade de penetração;
b) impedância intrı́nseca;
1.9 - Uma onda plana de 10MHz , com polarização linear, incide normalmente sobre
uma folha dielétrica de espessura d = λ/8 e impedância intrı́nseca igual a metade
da impedância do ar. Qual deve ser:
1.10 - Suponha agora que a mesma onda da questão anterior incide normalmente so-
bre uma parede constituı́da de um material cujas caracterı́sticas elétricas e magnéticas
são: σ = 10−2 S/m, µ = µo e r = 4. Determine:
a) a profundidade de penetração;
1.11 - Uma onda plana de 1GHz, polarizada circularmente para esquerda (δ = 90◦ )
e com campo elétrico máximo igual a 1V/m, incide sobre uma interface dielétrico-
ar com um ângulo de 45◦ em relação a normal desta. O dielétrico perfeito tem
permissividade relativa igual a 4. Pede-se para determinar:
1.12 - Uma onda plana, circularmente polarizada no ar, incide com um ângulo de
60◦ sobre um dielétrico de permissividade relativa r . A expressão do campo elétrico
incidente é:
sendo E = 1V/m. Qual deve ser a permissividade relativa do dielétrico para que
a onda refletida tenha polarização linear? Determine a potência, devido a onda
refletida, nos terminais de um dipolo de mesma polarização linear. Considere a área
efetiva do dipolo igual a 0,1 m2 .
1.13 - Uma onda plana de 1GHz, com polarização circular para direita (δ = −90◦ )
e campo elétrico máximo de 1V/m, incide normalmente sobre uma parede embor-
rachada. A borracha tem espessura d = λ/4 e permissividade relativa igual a 9.
Considerando-se que a parede é muito espessa e tem impedância intrı́nseca igual a
42Ω, determine:
309 Exercı́cios dos Capı́tulos 1 a 3
1.14 - Uma onda plana linear de 60Hz atravessa uma chapa de cobre de 8,5 mm
e tem amplitude de campo elétrico igual a 1V/m imediatamente após a interface
ar-cobre. Qual deve ser a:
1.15 - Qual deve ser o ângulo de incidência de uma onda circularmente polarizada
para esquerda (δ = 90◦ ), que incide sobre a interface ar-água, para se obter uma
onda refletida com polarização linear? Considere o ı́ndice de refração da água igual
a 9, o campo elétrico efetivo da onda igual a 0,707V/m e a freqüência de 100MHz.
1.16 - Uma onda plana de 10GHz, propagando-se no ar, incide normalmente sob um
meio dielétrico cuja permissividade relativa é 4 − j3. Qual deve ser:
b) a potência média, oriunda da onda refletida, que atravessa uma área plana de
1m2 paralela à interface ar-dielétrico;
ejω t −jko z
E= √ e ax + e−j(ko z+π/2) ay (V/m)
2
1.17 - Considere agora que a onda do item anterior incide sobre uma folha dielétrica
de permissividade relativa igual a 4 e espessura de 7,5mm. Determine neste caso:
a) o COE no dielétrico;
1.18 - Uma onda plana de 10MHz , com polarização linear a 45◦ , incide numa antena
dipolo com polarização linear horizontal e área efetiva igual a 0,25m2 . Determine
a potência recolhida pela antena sabendo-se que o campo elétrico eficaz da onda
incidente é 1V/m e o plano que contém o dipolo é paralelo às frentes de onda.
1.19 - Uma onda plana de 1GHz, polarizada circularmente para direita (δ = −90◦ )
e com campo elétrico máximo igual a 1V/m, incide normalmente sobre uma folha
dielétrica com permissividade relativa igual a 4 e espessura d. Pede-se para deter-
minar:
a) a espessura mı́nima da folha, em centı́metros, para que não haja onda refletida;
1.20 - Uma onda plana de 1GHz, com campo máximo igual a 1V/m e polar-
ização circular para direita, incide normalmente sobre uma chapa composta por
uma camada dielétrica (r = 4) e uma camada condutora de 10cm (σ = 1010 S/m,
µo = 4π × 10−7 H/m). Determine:
1.21 - Uma onda plana de 100MHz, gerada numa fonte localizada dentro d’água,
incide com ângulo de 60◦ em relação à normal da interface água-ar. Calcule a
intensidade do campo magnético no ar a uma distância de 100m da interface água-
ar, considerando que o campo incidente máximo de 1V/m é tangencial à interface e
que o ı́ndice de refração da água nesta freqüência tem valor igual a 9.
b) o VSWR;
c) a impedância a 0, 4λ da carga;
d) o comprimento mais curto da linha para que se tenha uma impedância puramente
resistiva;
2.4 - Um guia de onda retangular oco tem uma seção transversal de 45 × 90 mm.
Encontre a freqüência de corte para o modo:
a) dominante;
a) os comprimentos dos tocos e linha para que o circuito funcione como um filtro
rejeita-faixa em 10 e 20GHz;
313 Exercı́cios dos Capı́tulos 4 a 6
c) a freqüência mais próxima de 10GHz para que não haja onda refletida.
2.8 - Use um sintonizador com dois tocos para casar impedância de saı́da de um
transmissor de TV de 213MHz (Canal 13) com a impedância equivalente de um
conjunto de antenas. Considere as impedâncias do conjunto de antenas, transmissor
e linha iguais a 73+j42 Ω, 50Ω e 50Ω, respectivamente. Determine os comprimentos
dos cabos, supondo que os mesmos têm r = 1 e a distância entre o transmissor e
as antenas é de 30m.
2.10 - Uma linha de transmissão coaxial fendida é utilizada para ligar uma antena de
100Ω a um gerador de mesma impedância. Medições ao longo desta linha indicam
uma tensão máxima de 4V e uma mı́nima de 2V. Sabe-se que o cabo coaxial utilizado
tem uma relação entre os diâmetros dos condutores igual a 10 e o gerador de RF
opera a 100MHz. Considerando-se que o sistema está casado, calcule os seguintes
parâmetros da linha:
a) a impedância caracterı́stica;
2.13 - Uma impedância de carga de 100Ω está ligada a um gerador com impedância
de saı́da igual a 50Ω através de uma linha de transmissão de comprimento l e
impedância caracterı́stica igual a 50Ω. O sistema está descasado e o coeficiente
de reflexão medido nos terminais do gerador em direção à carga é igual a −1/3.
Determine:
a) o comprimento da linha;
315 Exercı́cios dos Capı́tulos 4 a 6
c) o comprimento l;
2.20 - Um guia de cobre, como mostrado na Figura E-1, é encerrado por uma parede
móvel. Qual deve ser a distância entre as paredes transversais para que o guia fun-
cione como uma cavidade operando no modo TE110 ? Determine também a freqüência
de ressonância e o fator de qualidade desta cavidade.
2.21 - Um sinal de 20GHz é injetado num guia cilı́ndrico de cobre com raio igual a
10mm. Considerando-se que a posição da sonda de excitação favorece à propagação
dos modos TM11 , determine o fator de atenuação ao longo do guia em dB/m.
2.22 - Duas antenas, espaçadas a um metro uma da outra, devem ser ligadas a um
transmissor que está situado a 20m de distância. Considerando-se que as ligações,
antena-antena e antenas-transmissor, só podem ser feitas com cabos coaxiais, deter-
mine o circuito de casamento indicando os comprimentos em metros ou centı́metros.
Dados do sistema irradiante: cabo coaxial de 50Ω e velocidade relativa igual a 50%;
impedância de entrada das antenas e transmissor, 50Ω; freqüência de operação,
300MHz.
2.23 - Uma linha rı́gida (r 1) de 75Ω e 12m de comprimento é utilizada para ligar
uma antena de 150 + j 75 Ω a um transmissor de 50Ω. Determine o:
317 Exercı́cios dos Capı́tulos 4 a 6
d1
Figura E-1: Vista longitudinal de um guia retangular oco com parede móvel e seção
transversal igual a 30mm×30mm. A distância d1 é igual a 15mm.
2.24 - Uma impedância de carga de 75Ω está ligada a um gerador com impedância
de saı́da igual a 50Ω através de uma linha de transmissão de comprimento l e
impedância caracterı́stica igual a 50Ω. O sistema está descasado e o coeficiente
de reflexão medido nos terminais do gerador, em direção a carga, é igual a 0, 2 ∠90◦ .
Determine:
2.25 - Determine o raio e o comprimento de uma cavidade cilı́ndrica oca com paredes
de cobre para operar em 10GHz no modo TM001 e ter largura de banda de 1MHz.
2.26 - Um sinal de 25GHz é injetado num guia retangular oco de cobre com dimensões
20mm×10mm. Faça um desenho da seção transversal do guia mostrando as posições
das sondas para que haja propagação do modo TE21 . Indique no seu desenho as
distâncias das sondas às paredes laterais do guia. Qual a impedância modal neste
modo de propagação?
2.27 - Pede-se para ligar uma TV com entrada de 300Ω a uma antena de 75Ω. Você
só dispõe de 20m de uma linha paralela de 300Ω (par de fios com diâmetros iguais
EXERCÍCIOS PROPOSTOS 318
a 1mm e separação igual a 10mm). A antena deve ser instalada no telhado a 10m
de distância do televisor. Primeiro você conecta a antena à TV utilizando apenas
um trecho de linha de 10m e verifica que o VSWR, nos terminais do televisor, não
é unitário para uma freqüência de 100MHz. Qual é o valor do VSWR? Depois você
coloca um toco em aberto a uma certa distância da antena e observa que o VSWR
diminui para 1 nesta freqüência. Qual deve ser esta distância (em metros)? Qual o
comprimento do toco (em metros)?
b) a impedância modal neste modo para uma freqüência de operação 10% acima
do valor de corte;
2.29 - Com base na excitação e dimensões do guia de cobre mostrado na Figura E-2,
determine:
V1
V2
10mm
20mm 1000mm
2.30 - Pede-se para projetar uma cavidade ressonante cilı́ndrica de cobre para operar
como filtro passa-faixa com banda igual a 0,07% da sua freqüência central de 10 GHz.
319 Exercı́cios dos Capı́tulos 7 a 11
a) a freqüência de corte;
d) o ganho em dBi.
EXERCÍCIOS PROPOSTOS 320
3.4 - Calcule a potência que chega numa antena parabólica de 3m2 de área efetiva,
para um sistema de transmissão de 1W localizado a 20km de distância. A antena
do sistema transmissor tem ganho igual a 2000 e as perdas nos cabos e conectores
podem ser desprezadas.
3.5 - Uma antena linear é ligada a um gerador com freqüência de operação igual
a 300MHz e tensão de pico igual a 1V. O campo elétrico para a região de campos
distantes é dado por: √
e−jβr sin θ
E(θ, ϕ) =
r
Considerando que o sistema está casado e a resistência de radiação da antena é 5Ω,
determine:
c) a eficiência da antena;
b) a altura mı́nima das torres para não haver perdas por obstáculos;
3.7 - Uma antena yagi projetada para 300MHz é constituı́da por 3 dipolos de meio
comprimento de onda separados por uma distância de λ/2. A antena, que será usada
num enlace de rádio de 1km, é submetida a medições dos diagramas de radiação.
Qual deve ser a distância mı́nima entre o centro da antena e o medidor de campo
durante as medições?
3.8- Qual deve ser a potência mı́nima do transmissor para que um enlace de mi-
croondas opere sem problemas? Considere os seguintes dados:
3.9 - Um enlace de rádio de 7200MHz, entre dois pontos de uma cidade totalmente
plana, apresenta problemas de recepção após a construção de um edifı́cio de 20m de
altura. Para resolver o problema, optou-se pela alteração da freqüência de operação.
a) qual deve ser a freqüência mı́nima do enlace para que não haja perda por ob-
strução?
b) calcule o nı́vel de potência (em dBm) na entrada do receptor para essa nova
freqüência.
3.10 - Um enlace de rádio de 300MHz é projetado para interligar duas cidades sep-
aradas por uma distância de 10km. O sistema de transmissão é constituı́do de:
100m de cabo de 50Ω com perdas de 0,01db/m; conectores com perdas desprezı́veis;
potência do transmissor igual a 10W e impedância de saı́da igual a 50Ω; uma an-
tena transmissora de 75Ω com perdas no condutor-dielétrico nulas e intensidade de
radiação máxima igual a 64W. Enquanto que o sistema de recepção está completa-
mente casado e é formado por: uma antena receptora sem perdas com área efetiva
máxima de 0,8m2 ; 50m de cabo do mesmo tipo usado no sistema transmissor; conec-
tores com perdas desprezı́veis. Pede-se para determinar:
c) a potência radiada em W;
3.11 - Um dipolo fino finito cuja expressão do campo elétrico distante é dada por
jηIo e−jkr cos kl2 cos θ − cos kl2
Eθ =
2πr sen θ
323 Exercı́cios dos Capı́tulos 7 a 11
3.12 - Um sistema de radar de 2GHz utiliza uma única antena para emitir e receber
pulsos eletromagnéticos. A antena tem uma eficiência de 90%, largura de banda
de 0,1%, diretividade igual a 100 e temperatura de ruı́do nos seus terminais igual
a temperatura ambiente de 27◦ . Supondo-se que o sistema está casado e que a
potência de transmissão é de 100W, determine nos terminais da antena, para um
alvo com área de eco igual a 1m2 e distância de 300m, a:
c) a figura de ruı́do.
3.13 - Um enlace de 100MHz, entre duas cidades localizadas ao nı́vel do mar, é ob-
struı́do por um morro de 20m de altura, introduzindo uma perda de 20dB. Supondo-
se que a potência de transmissão é 1W, a altura das torres é de 20m, a distância
entre as cidades é 10km e que o morro se encontra na metade do enlace, calcule:
a) a área efetiva máxima da antena receptora para se obter uma potência de re-
cepção de -50dBm;
b) a altura mı́nima das torres para não haver perdas por obstáculos.
3.14 - Qual deve ser a perda de polarização (em dB) num enlace que utiliza uma
antena circularmente polarizada para a esquerda na transmissão e um dipolo na
recepção? As antenas estão alinhadas na direção de máximo ganho.
e−jβr √
E(θ) = sen θ
r
Determine para o dipolo:
3.16 - Calcule a potência que chega numa antena receptora, de 1m2 de área efetiva,
quando um transmissor de 40dBm é posicionado a 10km de distância. A antena do
sistema transmissor tem ganho igual a 7,84dBd. O sistema irradiante transmissor
está casado e oferece perdas de 3dB (cabo e conectores).
3.18 - Uma antena yagi de 3 elementos, constituı́da de três dipolos de λ/2 espaçados
de λ/10, produz os diagramas de radiação mostrados na Figura E-3. Determine
para a freqüência de 100MHz:
3.19 - Uma estação transmissora, operando em 1GHz, irradia uma potência de 10W.
Considerando-se que a antena desta estação é um dipolo vertical de λ/2 que está a
100m de altura, calcule:
Figura E-3: Diagrama de radiação do campo elétrico normalizado: (a) plano E; (b)
plano H.
a) a relação sinal-ruı́do (em dB) nos terminais da antena para uma banda de
10MHz;
3.21 - Qual deve ser a perda de polarização (em dB) num enlace que utiliza uma
antena circularmente polarizada para a esquerda na transmissão e uma antena po-
larizada elipticamente para a esquerda (δ = 45◦ ) na recepção? As antenas estão
alinhas na direção de máximo ganho.
3.22 - Uma antena receptora com polarização linear horizontal é utilizada num enlace
de 300MHz e 100m de distância. Esta antena tem comprimento elétrico igual a
79,6cm, tensão máxima nos seus terminais igual a 1,95mV e resistência de 75Ω.
Considerando-se que a antena receptora está alinhada na direção de ganho máximo
com uma antena transmissora isotrópica de mesma polarização, determine:
3.24 - Um radar é utilizado para determinar a velocidade dos carros que trafegam
numa via pública. A velocidade é medida quando os carros (área de eco média
igual a 1m2 ) estão a 100m da antena do radar. Determine a relação sinal-ruı́do de
recepção nos terminais da antena levando em consideração que o radar opera em
3GHz com uma potência de transmissão igual a 10dBm. A antena tem ganho de
20dBi, figura de ruı́do igual a 3dB e banda de 0,1%.
3.25 - Num enlace de rádio de 300MHz e 1km de comprimento, qual deve ser a
altura máxima de um obstáculo a 200m da torre receptora para que o mesmo não
introduza perdas por obstrução? Considere a altura de cada torre igual a 80m.
327 Exercı́cios dos Capı́tulos 12 a 15
4.1 - Escolha a técnica de casamento mais adequada (vide Capı́tulo 12) para casar
uma yagi de 3 elementos, de impedância igual a 43 − j 20 Ω, com um transmissor de
50Ω. O sistema opera em 100MHz e a linha que liga o transmissor à antena é um
cabo coaxial de 50Ω. Quais as medidas do arranjo de casamento?
4.2 - Suponha agora que a linha e transmissor, utilizados no exemplo anterior, têm
impedância igual a 300Ω. Qual deve ser a técnica mais adequada para este caso,
considerando-se que a linha de transmissão é constituı́da de dois fios paralelos?
Calcule as medidas do novo arranjo de casamento.
4.3 - Determine a técnica de casamento mais simples para casar uma log-periódica
de 450Ω com uma linha, do tipo fios paralelos, de impedância igual a 300Ω. Calcule
os valores do projeto para uma freqüência de 400MHz.
4.4 - Qual deve ser o comprimento de um balun bazuca para balancear as correntes
de um cabo coaxial de 50Ω ligado a um dipolo de 50cm e mesma impedância? O
dipolo opera em 300MHz.
4.5 - Case e faça o balanceamento das correntes de uma linha de 75Ω (r = 2, 2)
com um dipolo de λ/2 e impedância igual a 73 + j 42, 5 Ω. Utilize no projeto um
arranjo do tipo T e balun trombone, para a freqüência de operação de 300MHz.
4.7 - Projete uma yagi de 3 elementos com ganho mı́nimo de 4dBd e relação frente-
costas superior a 15dB.
4.8 - Qual a impedância na entrada de cada dipolo de λ/2 num sistema colinear de
dois elementos? O espaçamento entre os elementos é de 3λ/2, a tensão é igual a 1V
e as diferenças de fases de alimentação são iguais a π/2.
4.10 - Projete uma antena log-periódica para operar na faixa de freqüência dos
canais de TV de 2 a 6 (54-88MHz). Seu ganho deve ser superior ou igual a 8dBi e
sua impedância de entrada 75Ω. É possı́vel se obter esta impedância sem sistema
de casamento?
EXERCÍCIOS PROPOSTOS 328
4.11 - Agora projete uma antena log-periódica para faixa de FM comercial (88-
108MHz). Seu ganho deve ser superior ou igual a 9dBi e sua impedância de entrada
igual a 300Ω.
4.15 - Projete um refletor parabólico para operar em 10GHz com ganho de 45dBi.
O ganho do alimentador é dado por
Gf (θ ) = G(2) 2
o cos θ
4.16 - Qual o ganho máximo para a antena do exercı́cio anterior se o desvio padrão
da superfı́cie parabólica for 5mm?
10mm 5mm
5mm
n 1 2 3 4 5 6 7 8 9
ln (cm) 1 1,14 1,29 1,47 1,67 1,89 2,15 2,44 2,77
Rn (m) 2,65 3,01 3,42 3,89 4,42 5,03 5,71 6,49 7,37
n 1 2 3 4 5
ln (cm) 69,8 87,3 109,1 136,4 170,5
Rn (m) 0,97 1,21 1,51 1,89 2,37
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