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DIREITO PENAL

patriciavanzolini@uol.com.br

1° aula 10.03.08 – LER cap. 1 e 2 Livro


APLICAÇÃO DA LEI PENAL
I – Princípios da lei Penal Art. 1, CP
1. Princípio da Legalidade Art.
1.1. Princípio da estrita legalidade ou Art.
reserva legal
1.2. Princípio da taxatividade Art.
1.3. Princípio da proibição analógica Art.
2. Princípio da Anterioridade
II – Lei penal no tempo Art. 2, 3 e 4 ,
CP
1. Tempo do Crime Art.
2. Conflitos de Lei no tempo Art.

APLICAÇÃO DA LEI PENAL

I – PRINCÍPIOS DA LEI PENAL

1. Princípio da Legalidade

1.1. Princípio da estrita legalidade ou reserva legal


Definição: Apenas a lei em sentido estrito (lei ordinária e lei complementar) pode criar
direito penal.
• Atos normativos (ex. medida provisória, decretos, regulamentos) NÃO podem
criar direito penal.
• Este princípio vale para tudo: Para os crimes e para as penas.

Medida provisória não pode veicular direito penal,. Hot! hot!


Art. 62, CF/88 e EC 32/01 §1°.

• A lei é a única fonte formal imediata do direito penal.

É competência privativa de a União legislar sobre o


direito Penal – art. 22, parágrafo único, CF.

• A União pode delegar para os Estados através de lei Complementar.

1.2. Princípio da taxatividade


Definição: A lei Penal tem completa, taxativa, detalhada, marcando exatamente a
conduta incriminada.

Duas situações relativizam a taxatividade: Hot! hot!

a) Norma penal em branco

1
Conceito: É a norma cujo preceito primário é incompleto, e, portanto, precisa de
complementação por outro ato normativo.

Duas espécies de norma penal em branco: Hot! hot!

Norma penal em branco Norma penal em branco


heterogênea – ou EM SENTIDO homogênea – ou EM SENTIDO
ESTRITO LATU
É aquela cujo complemento é um É aquela cujo complemento é
ATO INFRALEGAL. outra LEI
Ex. Lei de Drogas, n° 11.343/06 Ex. Art. 236, CP (Erros essenciais
Art. 269, CP previstos no CC)

b) Tipo penal aberto

Conceito: É aquele que possui elementos normativos.


o Elementos normativos são aqueles que precisam de um juízo de
valor do aplicador da norma.

o Ex. Art. 233, CP – Praticar ato obsceno (depende de


interpretação).
Art. 244, CP - Não pagar pensão alimentícia, ...
“Deixar, SEM

JUSTA CAUSA....” é o elemento


normativo.

o Elemento normativo é DIFERENTE de elemento subjetivo. Este é


todo elemento relativo ao dolo, a intenção do agente.

1.3. Princípio da proibição analógica


Conceito: É a proibida a analogia em direito penal, salvo para beneficiar o réu.

2. Princípio da anterioridade
Conceito: Significa que a lei penal tem que ser anterior ao fato incriminado.

II – LEI PENAL NO TEMPO

1. Tempo do crime – art. 4°, CP


Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o
momento do resultado, é a TEORIA DA RELATIVIDADE, adotada pelo art. 4°.

• A Teoria da Relatividade não se aplica na PRESCRIÇÃO, porque o legislador


no art. 111, CP, determinou que o PRAZO PRESCRICIONAL começa a correr
da data em que o crime se CONSUMOU.

2. Conflitos de lei no tempo (Direito Penal Intertemporal) são 03 regras:

2
2.1. Irretroatividade da lei MAIS severa/ gravosa
Ex. A lei 11.464/02 que entrou em vigor 29.03.07, passou a permitir progressão de regime dos
crimes hediondos após o cumprimento de 2/5 da pena. Anteriormente, no entanto, o STF já
havia declarado a inconstitucionalidade do Regime Integral Fechado e permitindo a
progressão após o cumprimento de 1/6 da pena. (Não podia agora pode, para o réu é
maléfica a lei).

STJ: CRIMES HEDIONDOS. PROGRESSÃO. REGIME. LAPSOS TEMPORAIS. LEI N.


11.464/2007. Trata-se de habeas corpus substitutivo impetrado contra ato do Tribunal a
quo por ocasião do julgamento do anterior writ em favor do paciente que afastou o óbice
à progressão de regime imposto na sentença condenatória de 4 anos e 8 meses de
reclusão por tráfico de entorpecentes, mas impondo a observância do lapso temporal
previsto na Lei n. 11.464/2007. Explica a Min. Relatora que essa lei baniu expressamente
a vedação à progressão de regime prisional em casos de condenados por crimes
hediondos, contudo estabeleceu lapsos temporais mais gravosos para os condenados
desses crimes, constituindo-se nesse ponto verdadeira novatio legis in pejus, cuja
aplicação retroativa é vedada pelo art. 5º, XL, da CF/1988 e art. 2º, do CP. Assim a novel
legislação deve incidir apenas nos crimes hediondos e assemelhados praticados após 29
de março de 2007. Ressalta que este Superior Tribunal adotou o mesmo posicionamento
quando do advento da Lei n. 8.072/1990, ficando sua aplicação restrita aos crimes
cometidos após sua vigência por também se tratar de norma mais prejudicial ao
condenado. Com esse entendimento, a Turma concedeu a ordem para afastar a
incidência dos lapsos temporais previstos na Lei n. 11.464/2007, para que o juízo das
execuções criminais analise os requisitos objetivos e subjetivos do paciente para a
obtenção da progressão de regime de acordo com o regramento do art. 112 da Lei de
Execuções Penais. HC 83.799MS, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em
25/9/2007.

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STF: PROGRESSÃO DE REGIME: LEI 11.464/2007 E LEI PENAL MAIS GRAVOSA
Considerada a garantia da irretroatividade da norma penal mais gravosa (CF, art. 5º, XL e
CP, art. 2º), os critérios de progressão de regime estabelecidos pela Lei 11.464/2007
somente se aplicam aos fatos ocorridos a partir de 29.3.2007. Com base nesse
entendimento, a Turma deferiu, de ofício, habeas corpus para que o juízo das execuções
criminais aprecie novamente o pleito de progressão de regime formulado pelo paciente,
como entender de direito, mas observando os critérios de progressão estabelecidos no
Código Penal e na Lei de Execução Penal - LEP, vigentes à época da prática criminosa.
Preliminarmente, tendo em conta a eficiência na instrução, a Turma não conheceu de writ
impetrado contra acórdão do STJ que julgara prejudicada, ante a perda de objeto,
idêntica medida ao fundamento de que o tribunal de origem afastara o óbice à
progressão de regime prisional imposto ao paciente, condenado pela prática do crime de
tráfico ilícito de entorpecentes (Lei 6.368/76, art. 12). No mérito, enfatizou-se que a
defesa objetivava, também, a não submissão do paciente às regras estabelecidas pela
Lei 11.464/2007, que deu nova redação ao art. 2º da Lei de Crimes Hediondos, e não a
mera superação do empecilho à progressão. Asseverou-se que o reconhecimento da
inconstitucionalidade do óbice à progressão de regime contido na redação original do §
1º, do art. 2º, da Lei 8.072/90 impediria que esse dispositivo legal fosse utilizado como
“parâmetro de comparação” para o exame da norma penal aplicável ao caso. Assim,
afirmou-se que essa verificação deveria ocorrer a partir da apreciação das demais
normas validamente existentes no ordenamento jurídico e que tiveram vigência desde a
prática do fato pelo qual o paciente fora condenado, a saber: a LEP e a Lei 11.464/2007,
que entrou em vigor posteriormente, em 9.3.2007. Aduziu-se, entretanto, que esta
última, no ponto em que disciplinou a progressão de regime, estabeleceu lapsos
temporais mais gravosos do que os anteriormente fixados na LEP, constituindo-se, pois,
verdadeira novatio legis in pejus. Concluiu-se, nesse sentido, que se o fato ocorreu antes
de 29.3.2007, como na espécie, incidem as regras previstas na LEP, exigindo-se para a
progressão, o cumprimento de, ao menos, 1/6 da pena (LEP, art. 112). HC 91631/SP, rel.
Min. Cármen Lúcia, 16.10.2007.

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Questões CESPE

2006.3 - 52. Relativamente a jurisprudência do STJ e do STF, assinale a opção incorreta.


a) Segundo o princípio da legalidade, a elaboração das normas incriminadoras e das
respectivas sanções constitui função exclusiva da lei.
b) O sistema constitucional brasileiro autoriza que se apliquem leis penais supervenientes
mais gravosas a fatos delituosos cometidos em momento anterior ao da edição da lex
gravior.
c) O Estatuto do Desarmamento, ao estabelecer o prazo de 180 dias para que os
possuidores e proprietários de armas de fogo sem registro regularizassem a situação ou
as entregassem à Polícia Federal, criou uma situação peculiar, pois, durante esse período,
a conduta de possuir arma de fogo deixou de ser considerada típica.
d) A missão do direito penal moderno consiste em tutelar os bens jurídicos mais
relevantes. Em decorrência disso, a intervenção penal deve ter o caráter fragmentário,
protegendo apenas os bens jurídicos mais importantes e em caso de lesões de maior
gravidade.

2007 - GO - 58 - Assinale a opção correta acerca da lei penal.


a) A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos
anteriores, desde que ainda não tenham sido decididos por sentença condenatória
transitada em julgado.
b) Considera-se que um crime foi praticado no lugar em que ocorreu a ação ou a omissão,
no todo ou em parte, não se levando em conta onde se produziu ou deveria se produzir o
resultado.
c) A lei excepcional ou temporária é inaplicável após o período de sua duração ou após
cessadas as circunstâncias que a determinaram.
d) Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixou de considerar crime,
cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.

2004 - ES - 39. Com relação à aplicação da lei penal, assinale a opção incorreta.
a) Quanto ao tempo do crime, o Código Penal adotou a teoria da ubiqüidade, pela qual
considera-se praticado o crime no momento da ação ou do resultado.
b) A lei posterior, que de qualquer modo favoreça o agente, aplica-se aos fatos
anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
c) Ocorre a abolitio criminis quando a lei nova deixa de considerar determinado fato como
crime, ocasionando a extinção da punibilidade dos fatos ocorridos anteriormente à edição
da lei nova.
d) Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro, os crimes contra a
administração pública, por quem estiver a seu serviço.

2.2. Retroatividade da lei mais benéfica – art. 2°, CP

Alcance: A lei mais benéfica retroage aplicando-se inclusive aos fatos


decididos por sentença transitada em julgado, art. 2 °, §
único. Hot! hot!.

Espécies de Lei mais benéfica, duas formas:

A) ABOLITIO CRIMINIS – É a lei nova que deixa de considerar o fato como


criminoso. Ex. Crime de Sedução e Crime de Adultério.

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• O porte de drogas não foi descriminalizado, continua como crime embora não
tenha pena privativa de liberdade.

• Abolitio criminis trata de causa de EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE, a Lex


mitier é uma causa porque lei melhor retroage.

• Abolitio criminis extingue todos os efeitos penais da sentença condenatória


Ex. Execução; reincidência; antecedentes criminais...

2° aula 12.03.08

B) NOVATIO LEGIS IN MELLIUS – Não vai abolir o crime, mas irá melhorar a
situação do réu. Parou a aula neste ponto.

C) ULTRATIVIDADE DA LEI EXCEPECIONAL OU TEMPORÁRIA

• São chamadas leis de vigência temporária porque, ao contrário da


maioria das normas, não tem vigência indeterminada, no aguardo de que
norma posterior as revogue.

• A LEI EXCEPCIONAL é a lei que só vigora durante determinada situação


excepcional e depois de encerrada a situação ela se auto-revoga.

• A ULTRATIVIDADE (sempre irradiam efeitos mesmo após o final do prazo


de sua vigência) – Ambas as Leis continuam aplicando-se aos crimes
cometidos na sua vigência, mesmo após a auto-revogação.

Súmula 711, SFT – Aplica-se a lei mais severa ao crime permanente e continuada desde que tenha
entrado em vigor antes de cessada a continuidade ou permanência. Hot! hot

2° aula 12.03.08
III – Lei penal no espaço Art. 5,6,7,8 e
9 CP
IV – Prazos Penai Art. 10, CP
V – Frações de pena Art. 11, CP
VI – Conflito aparente de normas Art. 12, CP

III - LEI PENAL NO ESPAÇO: TERRITORIALIDADE / EXTRATERRITORIALIDADE

• É a aplicação da lei penal no tempo e no espaço, territorialidade e extraterritorialidade com


relação ao LUGAR DO CRIME – TEORIA DA UBIQUIDADE.

1) TEORIA DO LUGAR DO CRIMEE (teoria mista) : LUTA


L - lugar
U - ubiquidade
T - tempo
A – atividade (momento da ação ou omissão)

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o Ubiquidade (Teoria Mista) – Considera-se praticado o crime tanto no lugar que
ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, quanto no lugar em que se produziu
ou deveria produzir-se resultado, Ler art. 6°, CP.

Tempo do crime – 3 teorias Lugar do crime – 3 teorias


- Atividade – Considera-se tempo Atividade – Considera-se lugar do
do crime o momento da ação ou crime o da ação ou omissão, ainda
omissão. que seja o local do resultado. Ou...
- Resultado - Considera-se lugar do
- Resultado - Considera-se crime o do resultado, ou aquele em
momento do crime o momento do que o resultado deveria ocorrer, ainda
resultado, o momento da ação ou que seja outro o lugar da ação ou
omissão. omissão.
- Ubiqüidade – Considera-se lugar
- Ubiqüidade – Considera-se o do crime tanto aquele da ação ou
momento do crime tanto aquele da omissão quanto do resultado.
ação ou omissão quanto do
resultado.
Brasil adota a TEORIA DA
Brasil adota a TEORIA DA UBIQUIDADE, art. 6°, CP. (ler Livro
ATIVIDADE, art. 4, CP. (ler Livro Prima, pg. 47).
Prima, pg. 47). • Justificativa – Crimes a
distancia, em que a conduta
ocorre em um país e o
resultado noutro.

2) CONFLITO DE LEIS NO ESPAÇO – DIREITO PENAL INTERNACIONAL

o Direito Penal Internacional – São as regras de direito interno que disciplinam a Lei
Penal no espaço.

 Direito Internacional Penal – São as regras de direito internacional (Tratados


e Convenções) que tratam da temática penal.

Duas regras regem o Direito Penal Internacional

a) PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE TEMPERADA OU RELATIVA


Aplica-se a Lei Brasileira ao crime cometido no Brasil, SALVO o disposto em tratados e
convenções Internacionais. Ex. Convenção de Viena, 1963 – prevê imunidades diplomáticas.

Conceito de TERRITÓRIO NACIONAL – Concidera-se território nacional todo o lugar sobre o


qual um estado Soberano exerce a sua jurisdição.

Duas espécies de território:


1) Território Físico – O território nacional é formado pela superfície terrestre entre fronteiras,
águas territoriais e espaço aéreo correspondente. Ou seja, é o solo, sub-solo, mar territorial
(12 milhas marítimas) e a coluna aérea correspondente.

2) Território por extensão (Não é físico) - É o território jurídico ou território flutuante. São
consideradas extensões do território nacional:
7
2.1 Embarcações e aeronaves - Navios e aeronaves públicos ou à serviço do governo
brasileiro, onde quer que se encontrem. Hot! hot! .

2.2 Embarcações e aeronaves privadas em alto mar ou espaço aéreo correspondente.

2.3 Embarcações e aeronaves estrangeiras privadas quando em territórios brasileiro.

Observação: Consulados e embaixadas não são considerados território de origem. Estão


previstos em tratados e convenções.

• Tem imunidade: chefe da missão, corpo diplomático e suas famílias

b) PRINCÍPIO DA EXTRATERRITORIALIDADE – art. 7, CP

• Não é território brasileiro, para crimes praticados fora do Brasil (artigo 7°, CP) serão
abertos 02 processos (lá e cá)

 Pode ser a extraterritorialidade: Incondicionada ou


Condicionada, sendo que há uma hipótese com condições
especiais (art. 7°, §3°CP).

b.1) EXTRATERRIRORIALIDADE INCONDICIONADA

• Aplicação da lei brasileira ao crime cometido fora do território nacional.

• Aplica-se a lei brasileiro mesmo que o agente já tenha sido absolvido ou


cumprido pena no estrangeiro – crime no esterior.. É a exceção do bis in
idem.

São 03 casos de extraterritorialidade incondicionada:


a. Nos crimes contra PRESIDENTE DA REPÚBLICA, são os crimes
CONTRA A VIDA ou a LIBERDADE do Presidente.
1. Obs. Não é o crime contra a honra do Presidente da
República. Hot! hot!

b. Nos crimes contra a ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (contra o


patrimônio ou fé pública da União, de estados, do Distrito federal, de
Territórios, de Municípios, de empresas públicas, de sociedades de
economia mista, autarquias ou fundações instituídas pelo poder
Público), praticados fora do Brasil serão julgados pela Lei Brasileira.

• Princípio da Defesa – Um bem jurídico atacado, é um bem


jurídico público nacional: Embaixada, Presidente da
República

c. Nos crimes de GENOCÍDIO quando o agente for brasileiro ou


domiciliado no Brasil. (Princípio da justiça Universal)

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• Princípio da Universalidade – A lei penal brasileira será
aplicada no país em que o crime foi praticado. Ex. Crimes de
Genocídio; Trafico Internacional de Drogas, Tortura –
qualquer país pode punir.

Obs.: Regra do art. 8, CP – Pena cumprida no estrangeiro (ler).

b.2) EXTRATERRITORIALIDADE INCONDICIONADA

• Nesses casos só se aplica a lei brasileira subsidiariamente, desde que estejam


presentes determinadas condições. (art. 7°, §2°, CP).

• Quais casos:
• T – Tratados e Convenções
• A – Aeronaves ou embarcações
• B – Brasileiro

• T – Tratados e Convenções – Crimes que por tratado ou convenção o Brasil se obrigou a


reprimir.

• A – Aeronaves ou embarcações – Crime cometido em aeronave ou embarcação brasileira


privada quando ocorrido no Estrangeiro e aí não for julgado.

• B – Brasileiro – Crime cometido por brasileiro ou contra brasileiro.

Princípios da Extraterritorialidade

PAG – PRINCÍPIOS TAB - PRINCÍPIOS


P Principio de Defesa T Princípio da Justiça Universal
A Principio de Defesa A Princípio da representação
G Princípio da Justiça Universal B Princípio da nacionalidade

Princípio da Defesa – Um bem jurídico atacado, é um bem jurídico público nacional: Embaixada,
Presidente da República.

Princípio da Universalidade – A lei penal brasileira será aplicada no país em que o crime foi praticado.
Ex. Crimes de Genocídio; Trafico Internacional de Drogas, Tortura – qualquer país pode punir.

Principio da representação - Bandeira brasileira .

Princípio da Nacionalidade –

Complemento

TEORIA DO CRIME
• No Brasil é a TEORIA FINALISTA = Fato típico + Antijurídico + Culpável +
punibilidade.

O crime é composto de 04 pedaços:


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• Fato típico – Análise fria. Tem fato e previsão penal, típico. Ex. matar alguém – art.
121, CP
o Subsunção – Verifica qual a conduta e encaixa no tipo penal.

• Fato antijurídico – Comete o crime contra a lei. Porém se for legítima defesa é jurídico
a lei permite.

• Fato culpável –
o Culpabilidade Menor mata alguém – não é culpável, e é fato típico, antijurídico,
mas perante a lei ele é inimputável, será aplicado medida de segurança.

• Fato punível – Se o crime prescreveu não tem pena.

Classificação das infrações penais


• As infrações dividem-se em crimes e contravenções. A diferença é quanto a
gravidade
• Infração de menor potencial ofensivo – Lei 9.099/95 - Julgados pelo JECRIM

CRIMES CONTRAVENÇÕES
LICP • PPL
• PPL – pena privativa de • PPL e MULTA
liberdade • PPL ou MULTA
• PPL e MULTA • MULTA
• PPL ou MULTA
PPL – Reclusão ou detenção PPL – prisão simples de 15d a
Regra: admitem tentativa 3meses
NUNCA admitem tentativa
Sentença condenatória por crime Sentença condenatória por
SEMPRE gera reincidência contravenção gera reincidência para
outra contravenção
STF – ART. 28 NL de Drogas é CRIME,
mesmo sem PPL

Sujeito ativo do crime


É a pessoa que comete a infração penal
• Pessoa jurídica – Crimes ambientais – Lei 9.605/98 é a única responsabilidade de
PJ. Para o STJ não pode haver responsabilidade da pessoa jurídica sem a
responsabilização da pessoa física (responsável quando diretamente comete o
crime ambiental de uma empresa).

• Classificação dos crimes quanto ao sujeito ativo:


A) Crime comum – é o crime praticado por qualquer pessoa

B) Crime próprio – exige uma qualidade especial do sujeito ativo.


Ex. art. 312 – Crimes praticados por funcionário público contra a
administração.
Lei 11.466/2007, artigo 319A – Crime do celular – agente público ou diretor
de presídio.
Infanticídio – só a mãe pode praticar
Abandono intelectual – Pai que deixa de prover a educação do filho.
Abandono de recém –nascido

C) Crime de mão própria – É o crime que só pode ser praticado diretamente pelo
sujeito ativo estabelecido na lei.
• Este crime não admite co-autoria nem autoria mediata (quando comete
crime através de outra pessoa).

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• Admite PARTÍCEPE

Sujeito PASSIVO do crime


Para ser vítima do crime tem que ser titular de direito
• SP a sociedade, nos crimes de vilipêndio do cadáver; rinha de galo
• SP a coletividade indeterminada, nos crimes ambientais, crueldade com animais...
chamado de CRIME VAGO.

Tipo penal aberto Tipo penal fechado


É aquele que possui elemento Só tem elementos descritivos,
normativo e depende da VALORAÇÃO dependem da CONSTATAÇÃO do juiz.
do juiz.

Sujeito por exemplo na Lei Maria da Penha


• Quanto ao sujeito ativo – Crime comum praticado por qualquer pessoa.
• Quanto ao sujeito passivo – É só a mulher (tem que ser violência doméstica,
relacionamento afetivo.

Objetos do delito
• Objeto jurídico - é o bem jurídico protegido pelo crime, pela tipificação. Crimes
contra a vida; crime de furto...
• Objeto material – É a pessoa ou coisa sobre a qual recai a ação criminosa, é objeto
concreto, palpável.

3° aula 19.03.08 Faltei – Digitação da Ana Augusta

1) FATO TÍPICO – Elementos do fato típico


a. Conduta
b. Resultado
c. Nexo Causal
d. Tipicidade

A. Conduta:
 Conceito – é toda ação ou omissão humana voluntária e consciente
tendente a um fim.
• Na Teoria finalista, toda ação tem um fim, uma intenção.

• OBS.: Responsabilidade penal da pessoa jurídica – a pessoa jurídica só


pode ser criminalmente responsabilizada em caso de crime ambiental.

• A CF prevê duas possibilidades de crimes cometidos pela pessoa


jurídica, crimes econômicos e crimes ambientais, porém, somente os
crimes ambientais foram regulamentadas por lei infraconstitucional.

o O STJ entende que, a pessoa jurídica só pode ser


responsabilizada se também for a pessoa física nos crimes
ambientais.

 Excludentes da Conduta – todo movimento ou paralisia corporal que não


forem voluntários ou conscientes não representa conduta em face do direito
do penal.

Causas de exclusão da conduta: Não tem movimento humano corporal


voluntário, logo devido a esta ausência não tem fato típico.
o Atos refletivos - ato reflexo
11
o Ação de curto circuito – dou um tapa, ação impensada, existe
voluntariedade.
o Coação física irresistível exclui a conduta uma vez que não há
voluntariedade)
o Coação moral irresistível (sonambulismo /hipnose)
o P.S.: Coação moral, no entanto, exclui culpabilidade.

Formas de Conduta:
Ação – crime comissivo
Omissão – crime omissivo – Art. 135/269/246, CP:
1. Próprios – são aqueles em que a lei já prevê a forma
omissiva. Se consumam com a mera omissão,
independentemente de resultado. Não admitem tentativa.

2. Impróprios ou comissivos por omissão (equiparação por força


do art. 13, §2º, CP) – são crimes comissivos, mas que podem
ser punidos a título de omissão, quando quem se omite tinha
o dever de agir para impedi-los.
 Alínea “a” – dever legal do policial pela segurança
pública; dever legal dos pais com relação aos filhos.
 Alínea “b” – dever contratual. Ex.: salva-vidas; babá;
enfermeira; segurança particular.
 Alínea “c” – produção anterior do risco – quem com seu
comportamento anterior criou o risco do resultado.
o OBS.: Os crimes omissivos impróprios se
consumam com o resultado – admitem tentativa.

Crime PRÓPRIO Crime IMPRÓPRIO ou Comissivo por


omissivo omissão
“deixar de...” São os crimes cometidos por quem
Não dependem de tinha o dever de agir
resultado
Se consumam pela
omissão
Não admitem tentativa

B. Resultado
É a modificação da situação anterior provocada pela conduta, mas independente
dela.

Jurídico ou normativo Naturalístico


É a modificação do mundo jurídico. Nem todo crime tem
Todo crime tem resultado (jurídico – resultado naturalístico.
processo – condenação)

Material Formal Mera Conduta


Crime Material Crime Formal Crime de Mera
C de Conduta
consumação
antecipada ou
C. de
consumação
cortada ou Tipo
incongruente
A lei prevê um resultado. A lei prevê um A lei não prevê qualquer

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 Ex. Matar alguém - resultado. resultado.
morte
Exige que o resultado Mas não exige que o
ocorra para o crime estar resultado ocorra para
consumado. o crime estar
consumado.
Só se consuma com o Se consuma com a Se consuma com a
resultado. conduta. conduta.
 Conduta: matar Ex. ART. 14, CP, PORTE
 Resultado: morte DE ARMA
Ex.: homicídio, roubo Ex.: Art. 159, CP – se  Ex.: Art. 150, CP
consuma com o – violação de
seqüestro – domicílio
arrebatamento da
vítima/ Art. 316, CP –
se consuma com a
exigência.
Ex. extorsão mediante
seqüestro;
Conduta: SEQUESTRAR
Resultado: VANTAGEM
INDEVIDA
Com o fim de...
Com intuito de...

 P.S.: O crime formal e o de mera conduta admitem tentativa quando o agente


tiver iniciado a execução da conduta, mas não conseguir terminá-la.

• Todos os crimes contra a honra são formais: Caluniar (art. 138)

C. Nexo Causal

Conceito: Pelo resultado do qual depende a existência do crime, somente é


imputável (punível) quem lhe deu causa.

 Art. 13, caput, CP;


Teoria Conditio sine qua non/Equivalência dos antecedentes causais
- É considerado causa tudo àquilo sem o que não teria ocorrido o
resultado.
 Tudo o que contribua com o resultado são considerados causa.

 Método de eliminação hipotética;


Exceção – Causa superveniente relativamente independente – Art.
13, §1º, CP – a causa superveniente relativamente independente
exclui a imputação quando por si só tiver provocado o resultado. Os
fatos anteriores, no entanto, imputam-se a quem os tenha
praticado.

o Método para a verificação do nexo causal é o método de eliminação


hipotética. Elimina-se mentalmente um evento, se com isso o
resultado desaparecer há nexo causal.

• CAUSA SUPERVENIENTE : Exclui a imputação quando por si só tiver


produzido resultado. Relativamente independente.

13
4° aula – 20.03.08 – Professor Gustavo Junqueira

Crime: fato típico, antijurídico, culpável.

 Fato Típico – Dentro do fato típico tem-se: - Continuação


a. Conduta
b. Resultado
c. Nexo Causal
d. Tipicidade

TIPICIDADE: é a perfeita adequação do fato ao modelo da lei.

A Formas: (complemento da aula)


• Por adequação direta ou imediata o fato enquadra-se diretamente no tipo
penal.

• Por adequação indireta ou mediata o fato não enquadra-se diretamente no


tipo penal. – É aquela que precisa de uma norma de extensão da figura típica
prevista na parte geral. Ex. art. 29, CP

o Participação – É considerada uma norma de extensão espacial da


figura típica.
o Tentativa – É uma norma de extensão temporal da figura típica. Ex. art.
14, 13, CP.

Tipicidade Formal Tipicidade material

É a ofensa a um bem jurídico protegido


Adequação do fato  Obs.: O Princípio da Insignificância
a norma torna o fato materialmente atípico

tipicidade pode ser: dolosa e culposa.

 Dolosa – Os tipos são em regra dolosos e por isso se diz que o dolo está implícito
nos tipos do Código Penal

 Culposa – A culpa por outro lado precisa de previsão expressa o que é raro na
legislação penal: é a regra da excepcionalidade do crime culposo.

Espécie de tipicidade – Todos os tipos penais têm que ter um desses: dolo, culpa ou
preterdoloso.

TIPICIDADE TIPICIDADE TIPICIDADE


DOLOSA CULPOSA PRETER
DOLOSA
Dolo direto Imprudencia Dolo no
antecedente
Dolo eventual Negligencia Dolo no
(assume o risco) conseqüente
Imperícia
 Crime Inconsciente – O
AGENTE não prevê o resultado
14
que era previsível

 Crime Consciente– O AGENTE


prevê o resultado

Dolo é consciência e vontade. E é chamado também de dolo natural ou psicológico,


que o CP adota. O dolo se divide em:

 Dolo direto – o sujeito prevê e quer o resultado.

 Dolo eventual – o sujeito prevê o resultado e tolera o risco de sua


ocorrência.

Culpa: A essência do crime culposo é a quebra de um dever objetivo de cuidado, bem


como a previsibilidade objetiva (a partir do descuido a lesão deve ser o normalmente
previsível)

 Ex. uma pessoa está correndo a margem da rua e, de repente, sobre a faixa de
pedestre resolve atravessar a 1 metro de distância do veículo, o atropelamento é
inevitável. Como a pessoa estava se exercitando, não havia como saber que
pretendia atravessar, então o resultado não era previsível. Desta forma, faltou a
previsibilidade objetiva.

Formas de quebra do dever de cuidado:


 Negligência – é o descuido omissivo, é o não tomar o cuidado devido antes de
agir. Ex. não verificou o pneu antes de viajar.

 Imprudência – é o descuido comissivo. É o agir descuidado, temerário. Ex.


atravessar o sinal vermelho, ex. viajar com o pneu careca. Normalmente antes de
uma imprudência vai haver uma negligência.

 Imperícia – é a falta de talento ou conhecimento específico para profissão, arte ou


ofício. (ex. manda construir um prédio com areia do mar e, depois de construir, o
prédio cai)

Não há diferença essencial entre as três formas, a diferença é lingüística.

A culpa pode ser classificada em:

 Culpa consciente: o agente prevê o resultado, mas tem certeza que irá evitá-la.

 Culpa inconsciente: é aquele em que o sujeito sequer prevê o resultado, que seria
normalmente previsível. Ex. na pressa de ir para casa esquece-se de diminuir a
velocidade ao passar por uma escola e acaba atropelando uma criança.

Semelhança entre dolo eventual e culpa consciente

 A semelhança do dolo eventual com a culpa consciente é que em ambos, o sujeito


prevê o resultado, a diferença é que no dolo eventual ele aceita/tolera o risco do

15
resultado, enquanto que na culpa consciente o sujeito não aceita/tolera tendo a
certeza que é capaz de evitá-lo.

Dolo direto Previsão Quer o resultado


Dolo eventual Previsão Tolera o resultado
Culpa consciente Previsão Não tolera, vai evitar o resultado
Culpa inconsciente Não prevê

CRIME PRETERDOLOSO: é aquele em que após a previsão de um crime doloso, o


legislador faz previsão de um resultado culposo capaz de influir na dosagem da pena.

 É aquele que tem dolo no antecedente e culpa no conseqüente. (preter dolo –


além do dolo)

Complemento
DOLO E CULPA NA TEORIA DO CRIME
Teoria Causalista Teoria Finalista (Brasil)
FT + ANT + CULPAB Intencional, ao analisar a conduta tem
que analisar a intenção
COND+ RESP+ NC + TIPIC
Dolo e culpa fazem parte da Dolo e culpa fazem parte da TIPICIDADE
CULPABILIDADE
Dolo é psiconormativo inclui o O dolo é puramente psicológico ou
conhecimento da ilicitude natural, não inclui o conhecimento da
ilicitude.
A culpabilidade era psiconormativa A culpabilidade é puramente normativa
– Teoria normativa pura da
culpabilidade

TEORIA DO ERRO DE TIPO

 Erro é a equivocada compreensão/percepção de uma realidade.


Erro de tipo pode ser:
 Erro de tipo essencial
 Erro de tipo acidental

A) O ERRO DE TIPO ESSENCIAL

 Recai sobre o elemento essencial do tipo.


 O agente não percebe que está praticando um fato típico. É o fazer sem
perceber, logo faço sem querer, não tem dolo. Ex. Um homem mata uma
mulher pensado que era um jacaré.

Pode incidir sobre:


o Elementar é o que está no caput do artigo. Ex. Art. 121 – Matar alguém e
o Descriminante (descriminante vem de descriminalizar).

O ERRO SOBRE A ELEMENTAR, o sujeito tem uma errada compreensão dos fatos
que estariam narrados nas elementares do tipo.
 O erro de tipo sobre a elementar SEMPRE EXCLUI O DOLO (porque quem
erra não tem consciência, logo não tem dolo).

16
 O erro pode ser classificado como erro inevitável ou evitável.

 Erro inevitável é aquele que com o cuidado comum não se evitaria.

 Erro evitável é aquele que seria evitado com o cuidado comum.

o Pode-se afirmar que o erro inevitável AFASTA A CULPA


(erro de tipo).

o Quando o cuidado normal evita, significa que não houve


cuidado, neste caso PUNE-SE POR CULPA SE HOUVER
PREVISÃO.

Conseqüência
ET Essencial EVITÁVEL ET Essencial INEVITÁVEL
Faltou cautela
• Dolo – Exclui o dolo • Art 20, CP – Exclui o dolo mas admite a
• Culpa – Exclui a culpa punição por crime culposo se previsto
porque era inevitável em lei. Hot! hot!

Em suma: O Erro de tipo EXCLUI SEMPRE O DOLO,


mas permite a punição por crime CULPOSO, se previsto em lei.

O ERRO SOBRE DESCRIMINANTES:

 Sinônimo de excludente de antijuridicidade

 Legitima defesa,

 Estado de necessidade,

 Estrito dever legal e

 Exercício regular de direito

Descriminante putativa: putare – significa errar. Descriminante errada.

o Na descriminante putativa por erro de tipo, o sujeito, por equivocada


compreensão da realidade, imagina situação que se verdadeira fosse
tornaria a sua conduta acobertada por uma excludente de antijuridicidade.
Ex. imagina-se que está num naufrágio sobre uma tábua de salvação e ele
morre ou outro morre.

o A conseqüência do erro de tipo sobre descriminante é a mesma de erro de


tipo sobre elementar:

17
 Sempre exclui o dolo. Se inevitável exclui a culpa e se evitável
permite a punição por culpa se houver previsão.

5°aula - 28.03 F – Digitação Luciana

ERRO DE TIPO cont.... pode ser:


o Erro de tipo essencial
o Erro de tipo acidental

B) O ERRO DE TIPO ESSENCIAL

 Quer cometer um crime, mas comete outro. Significa que eu NÃO


queria praticar este crime, mas outro. O erro recai sobre a pessoa.

03 espécies:
1. Erro sobre a pessoa (art. 20, § 3º)
2. Erro na execução (art. 73) aberratio ictus
3. Resultado diverso do pretendido (art. 74) aberratio
criminis ou aberratio delictus

1. Erro sobre a pessoa (art. 20, § 3º)


a) Conceito: o agente, por erro de representação (confusão) atinge pessoa
diversa da pessoa pretendida.

b) Conseqüência: “e se...” o agente responde como se tivesse atingido a vítima


pretendida. Responde pelo que queria.

PERGUNDA “E SE? Respondo pelo que queria e não pelo que aconteceu.

 EX.1: João acabou de ter sua filha estuprada pelo Mario, o João saiu
perseguindo o Mario, mas como entardecia ele perdeu o Mario e acabou
confundindo e atingido Lucio, por qual crime o João deveria responder?
É caso típico de homicídio privilegiado.

 EX.1: Queria matar meu pai e matei meu tio. Crime de homicídio
agravado.

2. Erro na execução (art. 73) - ABERRATIO ICTUS


a) Conceito: o agente por erro na execução atinge pessoa diversa da pessoa
pretendida.

b) Conseqüência: o agente responde como se tivesse atingido a vítima


pretendida.

PERGUNDA “E SE? É um erro de pontaria, NÃO confundo o meu pai


com meu tio, vejo os dois e atiro. ERREI, acertei meu tio.

Ex.1.: Quer matar o pai, mas não acerta o pai e acerta o tio no braço, o qual
fica incapacitado por mais de 30 dias. Por qual crime responde? Não tipifique
a conduta pelo resultado, o que importa é o dolo, o resultado apenas irá

18
agregar um complemento. Nesta hipótese responde por tentativa de
homicídio com agravante. Se queria matar é tentativa de homicídio.

Ex.2.: A (fraquinho), B (forte), A para se defender usando moderadamente


dos meios necessários para evitar ser estrangulado por B, atinge-o com uma
pedra. Ocorre que a pedra não atinge B e acerta C, matando-o. Por qual
crime o A deve ser culpado? Homicídio Culposo, Homicídio Doloso, Homicídio
Doloso Privilegiado ou crime algum? Aplica-se a técnica do “se...” se tivesse
atingido B, usando dos meios necessários, moderadamente, ele não comete
crime algum, está em legitima defesa, logo, não responde por crime algum.

Ex.3.: A e B estão assaltando C. Contudo C reage e A para roubar o relógio do


C, atira nele para roubar e, na confusão, o tiro atinge B (comparsa). Qual o
crime que A pratica? Aplica a técnica do “se...” é latrocínio.

Complemento
LEGITIMA DEFESA PUTATIVA: É uma situação que não há necessidade de
defender-se. Ex. “A”para defender-se de “B”atira e acerta em “C “, não
RESPONDE POR NADA, porque agir um legítima defesa e aberratio ictius

3. Resultado diverso do pretendido (art. 74) aberratio criminis ou aberratio


delictus
a) Conceito: o agente, por erro na execução atinge bem jurídico diverso do
pretendido (muda o tipo). (Pessoa  coisa)
 Ex. Queria matar alguém e atingi uma janela (crime de dano).

b) Conseqüência: o agente responde pelo crime cometido a título culposo que


tiver cometido.
 Não respondo pelo que QUERIA, só respondo pelo que
COMETI.

 E, na hipótese de o tipo penal não admitir a modalidade culposa? A


doutrina entende que quando o crime cometido não prevê a
modalidade culposa só resta a solução de punir-se o agente pelo
crime pretendido na FORMA TENTADA do que queria cometer.

Observação final sobre o erro: Tanto no aberratio ictus quanto no aberratio


criminis SE O AGENTE OBTIVER DUPLO RESULTADO

Se for atingida a pessoa ou coisa pretendida (+) uma pessoa ou coisa não
pretendida concurso formal.

 Responde por ambos os crimes em concurso FORMAL (uma só conduta


dá origem a + de um resultado).

19
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA - hot! hot! hot!

CRIME TENTADO

Passos do ITER CRIMINIS


1. Cogitação: não é punível
2. Atos preparatórios: os atos preparatórios não são puníveis, salvo quando
constituírem crime autônomo.
3. Execução: o Brasil adota a teoria objetivo formal, segundo a qual a execução
se inicia com a realização do verbo do tipo.
tipo
4. Consumação: considera-se consumado o crime quando se reúnem todos os
elementos do tipo legal
5. Exaurimento: é aquele que depois de consumado atinge a sua máxima
potencialidade lesivo. É o que acontece com os crimes formais quando o agente
obtém o resultado.

1) 2) 3) 4) 5)
COGITAÇÃO ATOS EXECUÇÃO CONSUMAÇÃO EXAURIMEN
PREPARATÓRIO TO
S
TENTATIVA - Ocorre entre a
execução e consumação
TENTATIVA BRANCA – nesta a
vítima não sofre lesão.

PUNIÇÃO DA TENTATIVA
Em regra é punido com a mesma
pena do CRIME CONSUMADO,
diminuição de 1/3 a 2/3 – art. 14, CP.
Não é Não é punível, Brasil adota a Esta consumada
punível SALVO quando Teoria objetivo quando nele se
constituírem formal Considera reúnem todos os
crime autônomo. iniciada a elementos do
execução com o tipo legal art. 14
início do verbo do
tipo

TENTATIVA - Ocorre entre a execução e consumação – O CRIME NÃO SE


CONSUMA
O crime não se consuma por O crime não se O crime não se consuma por
consuma por
MOTIVOS ALHEIOS A Porque o agente mudou de idéia
VONTADE do agente Porque era impossível (PRÓPRIA VONTADE)

20
CRIME DE TENTATIVA Crime IMPOSSÍVEL Desistência Arrependime
Art. 14, CP TENTATIVA Voluntária - nto Eficaz -
INIDÔNEA DV AE
Antes de Depois de
erminar terminar a O agente O AGENTE
a execução execução desiste de TERMINA A
Tentativa Tentativa Absoluta Absoluta terminar a EXECUÇÃO
Imperfeita Perfeita improprie ineficácia execução por E
dade do do meio que IMPEDE A
O agente O agente objeto CONSUMAÇÃO
não termina termina a NÃO QUER
a execução execução MUDA DE
(É impedido) (Crime falho) IDÉIA
INTERROMPE
REGRA: Nestes casos DV e AE, o agente
A punição do crime tentado A punição do crime só responde pelos atos já
será igual ao consumado impossível praticados, (art. 15) ou seja,
diminuída 1/3 a 1/3. pelo resultado obtido.
NÃO SE PUNE SEQUER Pode ser típico ou atípico
O CRITÉRIO PARA A A TENTATIVA NUNCA TENTATIVA
DIMINUIÇÃO É a
proximidade da
consumação.

*** O legislador em determinados casos prevê a mesma pena para a forma consumada e
tentada do crime. O critério para a redução da pena é a proximidade do momento
consumativo.

 Tentativa branca é aquela na qual a vítima não sofre qualquer lesão.

 Tentativa vermelha é aquela na qual a vítima sofre lesão. É chamada de


tentativa vermelha ou cruenta.

O agente responde pelo resultado efetivamente obtido e não pela tentativa de nada.

Obs1.: CRIME IMPOSSÍVEL: o crime impossível não se pune a tentativa quando por
absoluta ineficácia do meio ou absoluta impropriedade do objeto é impossível consumar-
se o crime.

o Ex. ao invés de colocar veneno, coloca açúcar. Roubo com arma de brinquedo
não é possível matar, mas é possível roubar.

Obs2.: ARREPENDIMENTO POSTERIOR (art. 16): É o arrependimento após a


consumação trata-se de uma causa obrigatória de redução de pena que se aplica ao
crime já consumado, desde que, 04 requisitos:

1. Crime sem violência ou grave ameaça;


2. Reparação integral do dano;
3. Por ato voluntário do agente (aconselhado pelo advogado é válido);
4. Antes do recebimento da denúncia ou queixa.

Obs3.: INFRAÇÕES QUE NÃO ADMITEM TENTATIVA: hot! hot! hot!

21
1. Contravenções penais ( a lei diz que não se pune com tentativa)
 Infração de menor potencial ofensivo não é sinônimo de contravenção
penal e sim inclui CONTRAVENÇÕES E CRIMES COM PENA MAXIMA IGUAL
OU MENOR QUE 2 ANOS.

2. Culposos / preterdolosos (porque o resultado não é pretendido)


 Salvo a culpa imprópria porque esta admite tentativa.

3. Crimes omissivos próprios (deixar de...) ou puros - descritos em lei. (CO Impróprio
admite tentativa)

4. Crimes unissubsistentes (crimes que se realizam num único ato – ex. injúria
verbal)
 (plurissubsistentes admitem tentativa)

5. Crimes habituais (é aquele crime que exige a repetição de uma conduta típica, há
a necessidade da repetição, caso contrário conduta atípica).
 Ex. Rufianismo, Casa de prostituição, curandeirismo.

Complemento:
 Crime de atentado (previstos na Lei de Segurança Nacional)
 Crime de induzimento, instigação e auxílio ao suicídio Não admitem tentativa:
 Ou sobrevivem com lesão corporal grave ou morte – já se consumou.
 Ou não sobrevivem lesão corporal grave ou morte - é fato atípico.

STF: CRIME MILITAR E PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA Por falta de justa causa, a


Turma deferiu habeas corpus para trancar ação penal promovida contra militar acusado da suposta
prática do delito de abandono de posto (CPM, art. 195). Tratava-se, na espécie, de writ impetrado
pela Defensoria Pública da União em favor de cabo da marinha que, diante da necessidade de
socorrer seu filho que fora internado, em caráter de urgência, para a retirada de rim, afastara-se por
algumas horas de seu posto de serviço (vigiava bomba de gasolina fechada a cadeado). No caso,
ante o reduzido grau de reprovabilidade da conduta e considerando seus motivos determinantes,
aplicou-se o princípio da insignificância e entendeu-se configurada, ainda, causa excludente de
ilicitude, qual seja, o estado de necessidade. Ademais, ressaltou-se a jurisprudência da Corte no
sentido da aplicabilidade, ao processo penal militar, do aludido princípio da insignificância. Ordem
concedida para determinar a extinção definitiva do procedimento penal instaurado contra o paciente,
que tramita perante o Juízo da 4ª Auditoria Militar da 1ª Circunscrição Judiciária Militar do Rio de
Janeiro. HC 92910/RJ, rel. Min. Celso de Mello, 20.11.2007.

STF: RE CRIMINAL: DESCAMINHO E PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA Por ausência de


prequestionamento, a Turma não conheceu de recurso extraordinário criminal, mas concedeu habeas
corpus, de ofício, para anular o título judicial condenatório formado contra o recorrente pela prática
do crime de descaminho (CP, art. 334, caput e § 1º, c). No caso, o TRF da 4ª Região, embora tivesse
considerado de pequena monta os tributos iludidos, negara aplicação ao princípio da insignificância,
ao fundamento de restar caracterizada a habitualidade criminosa do agente. Asseverou-se que a
incidência do mencionado princípio está relacionada com a envergadura da lesão ao bem jurídico
tutelado pela norma penal, excluindo, em conseqüência, a própria tipicidade da conduta. Entendeu-
se que, na espécie, a Corte de origem não poderia ter levado em conta circunstâncias alheias às do
delito em tese verificado para afastar a aplicação do princípio da insignificância. Assim, reputou-se
inadequada a consideração de antecedentes criminais do réu (2 processos em curso) para se
apreciar se o fato imputado seria ou não típico, assim como se a lesão provocada teria ou não
expressão suficiente para preencher o tipo penal em sua acepção material, e concluiu-se pela
atipicidade da conduta. Precedentes citados: AI 559904 QO/RS (DJU de 26.8.2005); HC 92364/RJ (DJU
de 19.10.2007); HC 89624/RS (DJU de 7.12.2006); HC 88393/RJ (DJU de 8.6.2007). RE 550761/RS, rel.
Min. Menezes Direito, 27.11.2007. 22
Complemento:

STJ: PRINCÍPIO. INSIGNIFICÂNCIA. SURSIS PROCESSUAL. SUBSTITUIÇÃO. PENAS. Trata-se de


tentativa de furto de trinta e duas cartelas de pilhas. Para que se aplique o princípio da
insignificância, é necessário que se verifiquem dois critérios: o valor de pequena monta e o seu
ínfimo caráter para a vítima. Na espécie, o valor da res furtiva ultrapassou o salário mínimo
vigente à época do fato, logo não há que se falar em crime de bagatela. Quanto ao sursis
processual, deve o magistrado verificar se o réu está sendo processado, além de observar as
condicionantes dispostas no art. 77 do CP. Assim, o fato de já ter se submetido a uma anterior
suspensão processual não desestimulou o ora paciente, que voltou a delinqüir, motivo que
inviabiliza uma nova concessão. Para que o condenado tenha a pena privativa de liberdade
substituída pela restritiva de direitos, é necessário que preencha os requisitos do art. 44 do CP.
Logo a Turma denegou a ordem. HC 53.139-PB, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado
em 31/10/2007.

2006.3 - 58. O princípio da insignificância considera necessária, na aferição do relevo


material da tipicidade penal, a presença de certos vetores, entre os quais não se inclui
a) a mínima ofensividade da conduta do agente.
b) nenhuma periculosidade social da ação.
c) reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento.
d) expressividade da lesão jurídica provocada.

STJ: PRINCÍPIO. INSIGNIFICÂNCIA. FURTO TENTADO. Cuidou-se de furto entado de duas


camisetas e uma bermuda no valor aproximado de sessenta e cinco reais. Diante disso, o Min.
Relator, ao buscar as lições de Welzel, Roxin, Assis oledo e Luís Greco, vislumbrou, no caso, a
excepcionalidade do princípio da insignificância, entendimento acompanhado também pela Min.
Maria Thereza de Assis Moura. Porém, ao final, a Turma, por não acolher a aplicação do princípio ao
caso, entendeu por dar provimento ao especial do MP. REsp 724.468-RS, Rel. originário Min. Nilson
Naves, Rel. para acórdão Min. Hamilton Carvalhido, julgado em 16/8/2007.
2004 - ES - 40. Assinale a opção correta.
a) No crime preterdoloso, há resultado diverso do pretendido, havendo dolo direto no
antecedente e dolo eventual no conseqüente.
b) O dolo eventual ocorre quando o agente não assume o risco de produzir o resultado do
crime, mas age com imprudência.
c) Ocorre culpa consciente quando o agente, embora preveja o resultado do crime,
acredita sinceramente que ele não se produzirá.
d) O dolo eventual é punido com a pena do tipo doloso, reduzida de um a dois terços.

2006.2 - 49. Se, durante os atos de execução do crime, mas sem esgotar todo o processo
executivo do delito, o agente desiste, voluntariamente, de nele prosseguir, ocorre
a) arrependimento eficaz.
b) desistência voluntária.
c) arrependimento posterior.
d) tentativa perfeita.

2006.3 - 44. O ato em que o sujeito esgota, segundo seu entendimento, todos os meios, a
seu alcance, de consumar a infração penal, que somente deixa de ocorrer por
circunstâncias alheias à sua vontade, é denominado
a) tentativa imperfeita.
b) crime consumado.
c) crime falho. (ou tentativa perfeita ou arrependimento eficaz)
d) tentativa branca.

23
2006.3 - 60. Considere-se que, depois de esgotar todos os meios disponíveis para chegar
à consumação da infração penal, o agente arrependa-se e atue em sentido contrário,
evitando a produção do resultado inicialmente por ele pretendido. Nessa hipótese,
configura-se
a) arrependimento eficaz. (ou arrependimento eficaz)
b) desistência voluntária.
c) crime impossível.
d) arrependimento posterior.

2007.2 - 50. É cabível o arrependimento posterior no crime de : a) roubo. b) furto. (sem


violencia)
c) lesão corporal dolosa. d) homicídio.
6°aula - 31.03.08

Crime: fato típico, antijurídico e culpável

ILICITUDE ou ANTIJURIDICIDADE (ou injusto, ou ilegal)

 Conceito: É a relação de contrariedade (proibido) ao direito.


o Todo FATO TÍPICO presume-se antijurídico (Teoria indiciária – não preciso
provar), a menos que exista uma causa de excludente de antijuridicidade.

o A ilicitude é presumida.

EXCLUDENTES DE ILICITUDE (fato típico permitido, autorizado pelo legislador)


sinônimos
 = excludente de antijuridicidade
 = causas de justificação (justificam o FT ou a conduta típica)
 = justificantes (comete o FT, mas não é crime)
 = descriminantes – LEEE
 Legitima defesa, art. 23, II, CP
 Estado de necessidade, art. 23, I, CP
 Exercício regular do direito, art. 23, III, CP
 Estrito cumprimento do dever legal, art. 23, III, cp

Justificante: É causa de exclusão de Exculpante: É excludente de


ilicitude. culpabilidade
 Ex. Posso matar o ladrão que
invade minha casa para garantir
meu patrimônio.

DISCRIMINANTES - LEEE

LEGITIMA DEFESA: Age em LD quem pratica o fato típico usando


moderadamente meios necessários (proporcionalmente entre ataque e defesa)
para REPELIR INJUSTA AGRESSÃO atual ou iminente a direito próprio ou de outrem.

Requisitos da LD:
o A) Agressão: É sempre uma conduta humana, que está acontecendo ou
prestes a acontecer. Nunca contra agressão passada.

24
 Não há LD contra ataque espontâneo de animal irracional.
 Ex.1: Um cachorro me ataca, mato o cachorro. É crime de
dano (fato típico), justificativa, argumento de defesa estado
de necessidade, NÃO pode argüir LD.
 Ex.2: Se o animal estiver sido comandado por um ser
humano, usado como arma, daí sim cabe LD.
o B) Injusta: A agressão tem que ser injusta, não cabe legitima defesa
contra agressão justa.

CABIMENTO contra AGRESSÃO


Só CABE LD X Agressão Injusta Hot! Hot!
NÃO CABE LD X Agressão Justa Hot! Hot!
NÃO CABE LD X Agressão amparada por causa de
justificação
(LEEE →LD/EM/ERD/ECDT)
CABE LD X Excesso de causa de justificação
CABE LD X Descriminante putativa
CABE LD X Agressão de inimputável
(menor, louco, que não tem culpabilidade –
não tem pena)
Só CABE LD X LD PUTATIVA
real
NÃO CABE LD X Agressão passada

o C) Atual ou iminente: que esta acontecendo ou prestes a acontecer


 NÃO cabe LD contra agressão passada

Espécies de LD
 LD Real ou Putativa: O agente imagina que está agredindo e não está,
puramente imaginária.

 LD Própria ou de terceiros: qualquer direito pode ser defendido.

 LD Subjetiva: É o nome doutrinário para o excesso inevitável da LD


(qualquer pessoa naquela situação faria daquela forma), não deve ser
punido.

 LD Sucessiva: É a LD contra o excesso de outra LD

 Injusta ou excessiva: Haverá excesso quando forem usados meios mais


lesivos do que os necessários para a defesa, ou quando forem usados
meios necessários de forma imoderada.

ESTADO DE NECESSIDADE, art. 23, I

Conceito: Age em EN quem pratica o fato típico para salvar de PERIGO ATUAL,
que NÃO PROVOCOU VOLUNTARIAMENTE E NEM PODIA DE OUTRO MODO EVITAR,
direito próprio ou alheio cujo sacrifício não seria razoável.

Requisitos:
25
o A) PERIGO: É diferente da agressão que depende de conduta humana.

 Pode ocorrer de força da natureza, ataque de animal ou mesmo outra


conduta humana.

o Ex.1: Ama de leite portadora de doença infecto contagiosa, o


médico avisou os pais da criança. Ele pode fazer isto em
decorrência ao perigo eminente. (O médico na defesa
justifica/alega EM de terceiro)

02 características do PERIGO

 1º) NÃO PROVOCADO VOLUNTARIAMENTE PELO AGENTE E


IMPOSSÍVEL DE SER EVITADO: Quem provocou dolosamente
o perigo não pode alegar EN.

 NÃO PODE SER ALEGADO EN, SE O PERIGO PODERIA


TER SIDO EVITADO DE OUTRA FORMA / MODO.

 NÃO PODE SER ALEGADO EN, QUEM TINHA O DEVER


DE ENFRENTAR O PERIGO.

 2º) Só se admite EM contra perigo atual e não iminente, , o


perigo deve estar instaurado, existindo na hora.

o B) DIREITO CUJO SACRIFÍCIO NÃO SEJA RAZOÁVEL

 Só haverá a exclusão de ilicitude se o bem salvo for maior ou


no mínimo igual ao bem sacrificado. Agora, se o bem salvo
for menor haverá somente uma redução de pena de 1/3 a
2/3.

Requisitos:

 EN Real ou putativa: Ex. Alarme de incêndio irreal.

 EN Própria ou de terceiros: qualquer direito pode ser defendido.


Ex.

 EN Defensivo X agressivo:
• Defensivo – O agente lesa um bem do próprio causador do
perigo.
• Agressivo – Um agente lesa um bem de um terceiro inocente.

26
Ambos vão ter sentença absolutória

EN agressivo: Não faz coisa julgada na esfera civil, isto é não impede
ação de indenização.

OBS.: LD com aberratio ictios – Não faz coisa julgada na esfera civel

EXERCÍCIO REGULAR DO DIREITO: Atividade autorizada.

Conceito: Age em ERD quem/o agente que pratica o fato exercendo atividade
autorizada pelo Estado.

Exemplos: Violência na prática esportiva

Atividade médica (tem que ser consentida)

• Quando a intervenção médica SEM consentimento do


paciente é realizada para salvá-la de perigo atual a
justificativa será EN de Terceiros.

• Sem o consentimento é CRIME.

Ofendículos

Ofendículos – São aparatos de defesa pré-dispostos.


• Ex. Cerca eletrificada, caco de vidro no muro, ponta de lança no
muro, cachorro.

02 posições da doutrina do ofendículo


• Parte da doutrina considera que os ofendículos são justificados pelo ERD
(o Estado autoriza estes aparatos de defesa)

• Outra parte considera que os ofendículos são justificados pela LD pré-


ordenada. (O dono do cachorro não poderia ser responsabilizado
penalmente)

• Hot! hot! NÃO HAVERÁ ILICITUDE (todos concordam) se os ofendículos


tiverem sido devidamente colocados e sinalizados. Caso contrário,
“possa” configurar crime culposo.

• Ex. se ladrão mata cachorro para entrar na casa, furto qualificado com
rompimento de obstáculo.

ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL: É o ato de ofício. Ex. Policial e bombeiro.

Conceito: Age com ECDL quem pratica o fato típico no cumprindo um dever de
ofício.

Ex. Agentes públicos; funcionários públicos; policial, bombeiros.

27
• Mata bandido – Policial ECDL

Segurança - ERD

2004 - ES - 36. Com relação às causas de exclusão de ilicitude, assinale a opção correta.
a) Quanto ao estado de necessidade, o Código Penal brasileiro adotou a teoria
diferenciadora alemã, que leva em consideração os bens em conflito, a fim de justificar
se o estado de necessidade é exculpante ou justificante.
b) Não há possibilidade de haver legítima defesa real recíproca.
c) Ocorre legítima defesa sucessiva quando o sujeito age em legítima defesa em relação
a dois agressores.
d) Para que seja excluída a ilicitude de conduta nos casos de estrito cumprimento de
dever legal e exercício regular do direito, a ação somente deve ser praticada por
funcionário público no exercício de suas funções.

7º aula - 03.04.08

Crime: fato típico, antijurídico e culpável

CULPABILIDADE - passível de responsabilização


É uma prerrogativa do sujeito
É a capacidade (ter consciência) por ser responsável pelo que cometeu
(fato típico e antijurídico).

CONCEITO: É o juízo de reprovação que recai sobre a conduta, possibilidade de ser


punido pelo que fez.
• Existe um crime, é um pressuposto e a medida da pena.
• Sem culpabilidade não tem pena, mesmo tendo cometido o crime.
• Culpa quer dizer IMPRUDENCIA, NEGLIGÊNCIA E IMPERÍCIA.

ELEMENTOS DA CULPABILIDADE: IPE (Para ser culpável preciso de 03 atributos):


• I – IMPUTABILIDADE
• P – POTENCIAL CONHECIMENTO DA ILICITUDE
• E – EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA

ELEMENTOS EXCLUDENTES da CULPABILIDADE


IMPUTABILIDADE Menoridade – 18 a
• É a capacidade psicológica Embriaguês acidental e completa
de entender o caráter Doença Mental
ilícito do fato • Obs. A emoção e a paixão não
isentam de pena, podem diminuir,
atenuar...
POTENCIAL CONHECIMENTO Erro de proibição
DA ILICITUDE Ninguém me avisou, não sabia que era
• Não é psicológica é social. proibido
EXIGIBILIDADE DE CONDUTA Coação moral
DIVERSA Obediência Hierárquica
• Possibilidade de agir da
forma correta

DIRIMENTES DA CULPABILIDADE
o IMPUTABILIDADE
28
 Embriaguez acidental completa
o INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA
o ERRO DEPROIBIÇÃO INEVITÁVEL

MEDECO + INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA (Excludentes de


culpabilidade)
M – MENORIDADE Absoluta.................... <18 anos – ф Isenta
........ pena
Relativa..................... < 21anos - ↓Atenuante
..........
E - EMBRIAGUÊS Completa ф Isenta pena
ACIDENTAL ........................... ↓Atenuante
Incompleta.................
........
D – DOENÇA MENTAL Completamente ф Isenta pena
incapaz..... ↓Atenuante
Relativamente
incapaz.......
E – ERRO DE PROIBIÇÃO Inevitável ф Isenta pena
........................... ↓Atenuante
Evitável.....................
..........
C – COAÇÃO MORAL Irresistível................. ф Isenta pena
.......... ↓Atenuante
Resistível...................
.........
O – OBEDIENCIA
HIERÁRQUICA

INIMPUTÁVEL, ler art. 26, CP – Perde a total capacidade de entender o ato ilícito.

o Conseqüência: MEDIDA DE SEGURANÇA, o inimputável que pratica fato


típico e antijurídico recebe MS, por meio de uma SENTENÇA DE
ABSOLVIÇÃO IMPRÓPRIA

SEMI- IMPUTÁVEL – Perde parcialmente a capacidade de entender o ato ilícito

o Conseqüência: O semi-imputável que pratica fato típico e antijurídico é


CONDENADO e recebe OU PENA REDUZIDA (1/3 a 2/3) OU MS.

MEDIDA DE SEGURANÇA (abriu um parênteses na matéria)

• É uma espécie de sanção penal de caráter curativo que busca o fim da


periculosidade (para que o sujeito deixe de ser perigoso).

• Fundamento: PERICULOSIDADE
Crime + CULPABILIDADE = PENA
Crime + PERICULOSIDADE = MS

Sujeito inimputável, já consta no IP, o MP é obrigado a denunciar, e o juiz ao


receber a denúncia o que faz? RECEBE A DENÚNCIA, o processo segue e
aplica a MS.

29
• Sistemas de aplicação de Medida de Segurança
o Sistema Vicariante (alternativo) – É o sistema adotado no Brasil, ou se
impõe pena ou se impõe MS.

o Sistema do Duplo Binário (No Br até 1984) – Aplicava pena E MS – hot!


hot!

• Espécies de Medida de segurança:


o Internação (detentiva)...................................Hospitais Psiquiátricos
o Tratamento ambulatorial (restritiva)... .........Em casa com consulta 2x por
semana.

o Como se escolhe os critérios:


 A) Lei: Nos crimes punidos com RECLUSÃO, a MS deve ser de
internação. E nos crimes punidos com DETENÇÃO a MS caberáao
juiz escolher qual delas é a mais adequada.

 B) Jurisprudência: Apesar a letra da Lei, hoje prevalece na


jurisprudência a revelia da espécie de pena deve ser aplicada a MS
adequada AP caso.

• Prazo da Medida de Segurança

o Duração mínima: de 01 a 3 anos, Vencido o prazo deve ser feito exame


para verificar a cessação da periculosidade.
 Se persistir perigoso o exame será renovado a cada ano.
 Se finda a periculosidade o sujeito é liberado.

• Obs.: O prazo mínimo é um prazo IMPRÓPRIO, ou seja pode ser


antecipado pelo Juiz se houver motivos para tanto.

o Duração máxima
 Para a doutrina tradicional não há prazo máximo, porque MS é um
bem, um tratamento.

 O STF entende que não pode ultrapassar 30 anos.

 No caso de MS decorrente de superveniência de doença mental


durante o cumprimento da pena o prazo máximo será o que restava
de pena para cumprir.

• Liberação da Medida de Segurança:


o A liberação da MS é condicional, mas no prazo de 01 ano não pode praticar
ato que demonstre ser perigoso sob pena de retorno a MS. Fim do prazo
sem retorno extingue-se a MS.

1) M – MENORIDADE – art. 27, CP e 228 CF - <18 anos


o Conceito: É o agente menor de 18 anos (um minuto do dia anterior ao do
aniversário), no momento da conduta critério puramente psicológico.

 No crime permanente se o agente alcança a maioridade deve se


considerado imputável.

o Conseqüência: O agente menor de 18 anos será considerado inimputável.


 < 18 anos - INIMPUTÁVEL
 = 18 anos – IMPUTÁVEL
 < 21 anos – MENORIDADE RELATIVA - atenuante

30
• É imputável, tem 02 benefícios: art. 65, CP: atenuante e art. 115,
CP; e o prazo prescricional pela metade.

 IGUAL OU MAIOR DE 70 A – NA SENTENÇA, mesmos benefícios

2) E - EMBRIAGUEZ
• Conceito: É a intoxicação por álcool ou por substâncias de efeitos análogos.

• Classificação:
o Embriaguez PRÉ-ORDENADA – O sujeito que se embriaga para praticar
o crime, para tomar coragem.
 Conseqüência: A embriaguez pré-ordenada é uma
CIRCUNSTÂNCIA AGRAVANTE, eleva a pena. “O réu confessa que
bebeu para matar”, o advogado do mesmo tem que orientá-lo
das conseqüências do ato.
o Embriaguez VOLUNTÁRIA OU CULPOSA – Na embriaguez voluntária o
sujeito se embriaga porque gosta. NÃO AFETA A CULPABILIDADE. E na
embriaguez culposa é aquela que o sujeito se embriaga por descuido.
 Conseqüência: Não afeta a culpabilidade, responde
normalmente. Não afeta porque ele era livre para beber ou não,
logo era livre na causa.

 Teoria da “Actio libera in causa” – Na embriaguez voluntária ou


culposa não é afastada a culpabilidade, conforme o art. 28, CP,
aqui é feita a presunção contra o réu de que ainda que no
momento do crime ele não seja capaz (livre) de bem coordenar
suas ações, ele era livre no momento em que ingeriu as
substâncias ou seja, a ação era livre na sua causa (actio libera in
causa).

o Embriaguez ACIDENTAL – É aquela que decorre de caso fortuito(ex. esta


tomando determinado remédio e bebe um coquetel de frutas, após
indagar se havia ou não álcool) ou força maior (imposta, ex. trote na
faculdade).

 Pode ser a embriaguez acidental:


• COMPLETA – Afasta a culpabilidade
• INCOMPLETA – Diminuição da pena

o Embriaguez PATOLÓGICA - É oriunda da doença de alcoolismo,


equipara-se a doença mental e leva para as mesmas conseqüências
desta: Inimputabilidade, aplicável -MS.

3) D – DOENÇA MENTAL – art. 26, CP


o Conceito: É também patologia mental grave.
 Desenvolvimento mental retardado: Oligofrenia: Idiota,
Imbecil, Débil mental
 Desenvolvimento Incompleto: Silvícola ou o inadaptado

o Conseqüência
 Completamente incapaz – INIMPUTÁVEL – MS - Isenta de pena
 Relativamente incapaz – SEMI-IMPUTÁVEL
o Pena reduzida 1/3 a 2/3 = Pode ser substituída por
MS, o sistema chama VICARIANTE (substituto).

31
4) E – ERRO DE PROIBIÇÃO
o Conceito: É a equivocada compreensão do que é proibido e do que é
permitido, mas o desconhecimento da lei é inescusável.
 Erro sobre o caráter ilícito do fato: O fato já aconteceu, mas não sabia
ser proibido.

o O erro de proibição pode ser classificado em:


 EP inevitável: Significa que o sujeito não sabia que o que estava
fazendo era crime e nas suas condições de vida não poderia saber da
proibição.
o A diferença está no POTENCIAL (não sabia e nem podia saber – o
EP é inevitável.

o Conseqüência do EP inevitável: Exclui potencial conhecimento


da ilicitude. Exclui a culpabilidade e isenta a pena.

 EP evitável: O sujeito não sabe que o que faz é crime, mas por suas
condições de vida poderia saber da proibição.

o Conseqüência do EP evitável Reduz a pena de 1/6 a 1/3

Obs.1: A existência da lei continua sendo de conhecimento presumido de


todos. No erro de proibição o sujeito presumidamente sabe que a lei existe
mas erra sob o conteúdo proibitivo que ela contêm. Art. 21.

Não dado em aula

EXCESSO: Todas as discriminantes podem apresentar EXCESSO.


O excesso pode ser de duas formas : EXCESSO PUNÍVEL OU IMPUNÍVEL
• EXCESSO PUNÍVEL: Quando for dolosa ou culposo.
• EXCESSO IMPUNÍVEL ou excesso exculpante ou seja exclui a punibilidade,
isenta a pena.

• Quando for inevitável; excesso exculpante


(excludente de punibilidade).

DESCRIMINANTES PUTATIVAS : Todas a discriminantes podem ser putativas.


o Acham que é e na verdade não é. Todas as LEEE admitem DP.
DP podem ser EVITÁVEL ou INEVITÁVEL
• Evitável – O erro de execução (houve excesso).
o Se o erro deriva de culpa, deve ser punido por crime culposo que tiver
cometido. Responde pela I I N, é a culpa imprópria derivada de uma
discriminante putativa.
• Inevitável – Isenta a pena, haverá crime, qualquer pessoa teria agido da
mesma forma que o agente. Ex. O sujeito tenta me assaltar, dou uma
bolsada nele e este morre, houve o crime, porém sou isento de pena.

• Conseqüência, Lei – Isento de pena quem por erro plenamente justificável pelas
circunstâncias, presume situação de fato que se existisse tornaria a ação
legítima.

32
Culpa imprópria
É o crime culposo decorrente de uma discriminante putativa por erro evitável –
admite tentativa.
Ex1. Tentativa em crime culposo – Erro evitável – No ponto de ônibus alguém vem pedir
informação, e vc pensa que é um assalto, tenta se defender e atira para matar.
Ex2. Tentativa de homicídio culposo - Tipo objetivo – decorrente de LF putativa
(evitável) responde por crime culposo.

8º aula – 04.04.08 – Patrícia

MEDECO + INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA (Excludentes de


culpabilidade)
M – MENORIDADE Absoluta.................... <18 anos – ф Isenta
........ pena
Relativa..................... < 21anos -
.......... ↓Atenuante
E - EMBRIAGUÊS Completa ф Isenta pena
ACIDENTAL ........................... ↓Atenuante
Incompleta.................
........
D – DOENÇA MENTAL Completamente ф Isenta pena
incapaz..... ↓Atenuante
Relativamente
incapaz.......
E – ERRO DE PROIBIÇÃO Inevitável ф Isenta pena
........................... ↓Atenuante
Evitável.....................
..........
C – COAÇÃO MORAL Irresistível................. ф Isenta pena
.......... ↓Atenuante
Resistível...................
.........
O – OBEDIENCIA A ordem ao
HIERÁRQUICA subordinado NÃO é ф Exclui a
manifestadamente culpabilidade
ILEGAL....
↓Atenuante
A ordem ao
subordinado É
manifestadamente
ILEGAL....
5) C – COAÇÃO MORAL
o Conceito: O agente pratica o fato típico obrigado por terceiro (coator).

o Conseqüências :
 Para o coagido: Coação moral irresistível – ISENTA DE PENA, exclui a
culpabilidade. Agora se a coação moral resistível – ATENUANTE, pena
reduzida.

 Para o coator: RESPONDE PELO CRIME.

Coação física: Comete o crime usando o corpo do coagido (segura a mão do


sujeito e o faz apertar o gatilho)
o Conseqüência: Exclui a tipicidade (não tem voluntariedade), exclui a
conduta, que é um dos elementos do FT.

33
6) O – OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA
o Conceito: O agente comete o crime em atendimento à ordem de superior
hierárquico.
 Só há obediência hierárquica em crimes envolvendo funcionários
públicos, ou seja, não há obediência hierárquica em relações
privadas ou familiares.

o Conseqüências:
 Para o subordinado: A ordem NÃO é manifestadamente ilegal –
ISENTA DE PENA, exclui a culpabilidade. Agora se a ordem É
manifestadamente ilegal, reduz a pena, é atenuante.

 Para o superior hierárquico: RESPONDE PELO CRIME

STF: INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA Por entender caracterizada a ofensa ao art. 5°,
XI, da CF (“a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro,
ou, durante o dia, por determinação judicial;”), a Turma deu provimento a recurso extraordinário
para, reformando acórdão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, restabelecer a
sentença que absolvera o recorrente por inexigibilidade de conduta diversa. No caso, a Corte a quo
reputara configurado o crime de resistência, uma vez que o recorrente, desprezando a existência
de mandado judicial expedido nos moldes do § 2º do art. 172 do CPC — que permite, em situações
excepcionais e mediante autorização expressa do juiz, a citação, em domingos e feriados, ou nos
dias úteis, em horário diverso daquele estabelecido no caput —, desacatara, mediante violência,
oficial de justiça que pretendia, num sábado à noite, ingressar no domicílio daquele para intimar o
seu cônjuge. Aduziu-se que o acórdão impugnado colocara em plano secundário a defesa do
próprio domicílio e, portanto, o esforço a evidenciar, conforme registrado na sentença, a
inexigibilidade de conduta diversa. Ademais, asseverou-se que a Constituição preconiza a
inviolabilidade noturna do domicílio, pouco importando a existência de ordem judicial, pois em
relação a esta última mesmo que ocorre a limitação constitucional. RE 460880/RS, rel. Min. Marco
Aurélio, 25.9.2007.

2004 - ES - 37. Assinale a opção incorreta, levando em consideração os elementos da


culpabilidade.
a) O Código Penal brasileiro adotou o critério biopsicológico para aferição da
imputabilidade do agente.
b) É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito
ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender
o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
c) A emoção ou a paixão não excluem a imputabilidade penal.
d) O erro de proibição, ainda que evitável, exclui a potencial consciência da ilicitude,
isentando de pena, por conseqüência, o agente.

2007.2 - 51 - De acordo com o Código Penal, são imputáveis:


a) os silvícolas inadaptados.
b) os surdos-mudos inteiramente capazes de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.
34
c) oligofrênicos e esquizofrênicos.
d) os menores de 18 anos.

2006.2 - 46. As hipóteses excludentes de imputabilidade penal não incluem a


a) menoridade penal.
b) emoção ou paixão.
c) embriaguez fortuita completa.
d) dependência toxicológica comprovada.

CONCURSO DE PESSOAS – art. 29, 30 e 31 CP (encerra a Teoria do Crime)

I. Teoria relativa ao Concurso de pessoas


II. Requisitos do Concurso de pessoas
III. Espécies de Concurso de pessoas
IV. Participação de menor importância
V. Cooperação dolosamente distinta
VI. Circunstâncias incomunicáveis
VII. Ajuste impunível

Teoria relativa ao Concurso de pessoas

o Teoria Monista, art. 29, CP - Conceito: Todo aquele que contribui para o memo
evento lesivo, responde pelo mesmo crime, na medida de sua culpabilidade. No
Brasil – “um por todos, todos por um”.

o Exceções:
o ABORTO (art. 124 x 126, CP) - A gestante que consente com o aborto
responde por um tipo penal (art. 124) e o terceiro que pratica o aborto com
seu consentimento responde por outro (art. 126).

o CONTRABANDO (art. 334 x 318, CP) – O particular que realiza o contrabando


ou descaminho responde por um crime e o funcionário público que facilita
responde por outro.

Requisitos do Concurso de pessoas


o Pluralidade de condutas
o Relevância causal de condutas
o Existe participação por omissão (se não impeço o crime). Só existe quando
o emitente tinha o dever de agir para impedir o resultado.
o Liame subjetivo – É a unidade de propósitos (os dois agentes tem que ter a
mesma intenção).
o Unidade do crime
Espécies de Concurso de pessoas
Co-autoria / autoria (mesma coisa) – O Brasil adota a Teoria RESTRITIVA, que diz “só é
considerado auto/co-autor quem pratica o verbo do tipo”
o Para a teoria restritiva o MANDANTE (autor intelectual) deve ser considerado como
PARTÍCIPE.

35
o Crimes com + de um verbo – Estupro, neste crime os verbos são constranger e
conjunção carnal, a mulher pode ser tanto participe como co-autora do crime,
porque pode realizar o ato de constrangimento da vítima.

Participação - Significa contribuir SEM REALIZAR o verbo do tipo.


o A participação pode ser:
o Participação moral – são os atos de induzimento e instigação
o Participação material – Se dá através de auxílio (o partícipe material é o
CÚMPLICE).

o Obs.1: AUTORIA MEDIATA (AM) – mediato –meio – O autor mediato é aquele que
usa “alguém” que age sem culpabilidade ou induzido a erro para cometer o crime.
(é diferente de autor intelectual que é participe).

AM MEDECO PARA COMETER


(usa alguém)- responde (longa manus), não O CRIME
sozinho responde pelo crime.

o Mulher pode responder por Crime de Estupro como: AM; CO-AUTORIA E


PARTÍCIPE

o Obs.2: AUTORIA CO-LATERAL – quando várias pessoas agem sem liame subjetivo
(sem unidade de propósitos, cada um age por si). Cada um só responde pelo que
efetivamente realizara.

o Ex.1: “A” e “B”, sem saber, resolvem matar “C” – cada um responde por
sua respectiva conduta, se “A” atira e acerta, responde por homicídio
consumado, e se “B” atira e acerta na parede responde por tentativa de
homicídio.
 Se “A” e “B”, combinados, conseguem matar, respondem os dois
por homicídio consumado, independentemente de quem matou.

o Ex.2: “A” e “B”, sem saber, resolvem matar “C”, mas não dá para saber de
qual arma partiu a bala (é impossível de saber) que matou “C” –
Respondem por homicídio tentado, mesmo que “C” estivesse morto.

 Quando na autoria co-lateral é impossível descobrir-se quem de fato


consumou o crime ambos os autores devem responder pela forma
tentada, é a chamada autoria incerta em autoria co-lateral.

Participação de menor importância – art. 29, §1º


o Quando o juiz concluir que um dos concorrentes teve participação de menor
importância a pena pode ser diminuída de 1/6 a 1/3. (partícipe de menor
importância)

Cooperação dolosamente distinta - art. 29, §2º - tese de defesa – hot! hot!
o Se um dos concorrentes quis participar de crimes menos grave ser-lhe-á aplicado
a pena deste. Se o resultado mais grave era previsível esta pena pode ser
aumentada até a metade.

Circunstâncias incomunicáveis - art. 30, CP – hot! hot!


o As circunstâncias pessoais não se comunicam, SALVO quando elementares do
crime.
36
o Circunstâncias pessoais são detalhes que afetam a dosimetria da pena mas
não afetam o tipo).
o Ex. Crime Peculato, art. 312, funcionário público é a elementar do crime.

o Crimes próprios admitem concurso de pessoa, devido ao art. 30. (reler, não
entendi???)

Ajuste impunível art. 31, CP


o Salvo disposição em contrário o ajuste / o induzimento a instigação, o auxílio não
são puníveis se o crime não chega sequer a ser tentado.

9º aula – 07.04.08 - Gustavo

PENAS
• PPL – Pena privativa de Liberdade,
• PRD – Pena restritiva de direito,
• PM – Pena de Multa

PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE:

• ESPÉCIES DE PENA: RECLUSÃO, DETENÇÃO E PRISÃO SIMPLES

• RECLUSÃO: A pena de reclusão pode começar a ser cumprida


em REGIME FECHADO.
Crimes

•DETENSÃO: Não pode começar a ser cumprida (pode vir a ser)


em REGIME FECHADO.
Contravenção

• PRISÃO SIMPLES: Esta só é aplicada as CONTRAVENÇÕES


PENAIS e NUNCA pode ser cumprida em REGIME FECHADO.

REGIMES: FECHADO , ABERTO E SEMI ABERTO, RDD

FECHADO SEMI-ABERTO ABERTO


Penitenciária de:
• Segurança máxima Cumprido em casa de albergado ou Colônia agrícola
• Vigilância máxima Estabelecimento similar ou industrial
Trabalho comum diurno Trabalho livre e desvigiado. Trabalho
Isolamento noturno comum diurno
Recolhimento nos períodos de folga

OBS.: É permitido o trabalho OBS.: A LEI só permite o OBS.:


externo em serviços ou cumprimento do PAD (Prisão em São admitidas
obras públicas ou entidades albergue domiciliar) em 04 casos: saídas
privadas com a devida a) Condenada gestante temporárias
vigilância. b) Mãe de filho menor ou para visitas à
deficiente família,
c) maior de 70 anos freqüência de
d) portador de enfermidade cursos e outras
37
grave. atividades de
re- socialização.
A JURISPRUDÊNCIA admite o
cumprimento em domicílio nos
lugares em que não há casa de
albergados.

REGIME INICIAL: SÚMULA 718 E 719 DO STF - Critérios objetivo e subjetivo

Critério objetivo, hot! hot!


Pena > 8 anos – REGIME FECHADO
4< P< 8 REGIME SEMI-ABERTO réu primário
P<4 ABERTO

Pena > 8 anos – REGIME FECHAD réu REINCIDENTE


4< P< 8 REGIME FECHADO NÃO PODE INICIAR
P<4 REGIME SEMI-ABERTO EM REGIME ABERTO

Critério subjetivo ART. 59, CP - hot! hot!


o Súmula STF 719 – A imposição de regime mais severa do que o
permitido segundo a pena aplicada exige motivação idônea (pode mas
tem que ter um bom motivo).

o Súmula STF 718 – A mera opinião do julgador sobre a gravidade em


abstrato do crime não é motivação idônea para a imposição de regime,
mais severo do que permitido pela pena aplicada (este fato concreto foi
excepcionalmente grave). Para aplicar regime mais severo.

STJ: FIXAÇÃO. REGIME INICIAL. CUMPRIMENTO. PENA. Não pode o juiz estabelecer
regime de cumprimento de pena mais rigoroso baseando-se apenas na gravidade
abstrata do crime. Assim, a Turma negou provimento ao recurso. AgRg no HC 83.927-SP,
Rel. Min. Nilson Naves, 30/10/2007

STF: FUGA DO RÉU E CUMPRIMENTO DA PENA UNIFICADA. A Turma deferiu, em


parte, habeas corpus impetrado em favor de condenado a um total de 54 anos de prisão
pela prática de diversos delitos, cuja execução da pena unificada (30 anos) deveria ser
iniciada a partir da data de sua recaptura, desprezando-se o período de tempo de pena
por ele já cumprido. Considerou-se que a fuga do paciente não poderia
configurar-se como meio interruptivo do cumprimento da pena privativa de
liberdade, com a conseqüência de acarretar novo cômputo do período de
prisão, como se houvesse perda do tempo anteriormente cumprido. No ponto,
asseverou-se que o tempo de partida para a unificação seria, nessa hipótese,
não a data em que o sentenciado fora recapturado, mas a época em que ele
iniciara efetivamente o cumprimento das penas. Rejeitou-se, ainda, a
pretensão de que os demais benefícios legais fossem calculados com base no
máximo unificado, porquanto colidiria com o Enunciado da Súmula 715 do STF
(“A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento, determinado
pelo art. 75 do Código Penal, não é considerada para a concessão de outros benefícios,
como o livramento condicional ou regime mais favorável de execução.”). HC parcialmente
deferido para que o período de pena cumprido anteriormente à fuga do paciente seja

38
computado para o efeito de cumprimento da pena unificada. HC 84766/SP, rel. Min. Celso
de Mello, 11.9.2007.

PROGRESSÃO DE REGIME - hot! hot!


• O Brasil adota o regime progressivo de cumprimento de pena.

• PROGRESSÃO – é a passagem de um regime de cumprimento de pena + grave


para um + ameno.

• Os Tribunais não aceitam a progressão POR SALTO, ou seja, do RF para o RA.

Requisitos para a Mundo Jurídico Mundo dos fatos


progressão de regime: F →SA→A F→A
Objetivos
Subjetivos

• hot! hot!- A Lei 11.464/07 que passou a permitir progressão em crime


hediondo é
novatio legis in pejus (não retroage)

PROGRESSÃO LIVRAMENTO
Sempre depois da progressão
Pena ≥ 2 anos cumprimento:
Cumprimento
Requisitos 1/6 para crime comum-regra • 1/3 – se não reincidente
OBJETIVOS 2/5 C.Hediondo primário em crime comum doloso.
3/5 C Hediondo reincidente • 1/2 - Se for reincidente
em crime doloso
• 2/3 – Hediondo, SALVO
se reincidente em Crime
hediondo (considerado
por crime da mesma
espécie).
PROGRESSÃO LIVRAMENTO
Atualmente o mérito do A) Reparação do dano é condição
SUBJETIVO condenado deve ser avaliado em para livramento.
MÉRITO regra, como atestado de
(exige a conduta Carcerária.
comprovação B) Não exige (é mais necessário)
do mérito) Apenas se houver motivo exame criminológico ou parecer do
especial expresso na decisão conselho penitenciário
fundamentada é que o juiz pode
determinar o exame
criminológico.

Entendimento STF e STJ –


Decidiram que o exame é
continua sendo faculdade do juiz
embora não sirva isoladamente
para a abnegação do benefício.
Crimes contra a administração Crimes cometidos com violência e
ESPECIAL pública a progressão fica grave ameaça é preciso da
Criado em condicionada (exige) a comprovação de que o condenado
2003 reparação do dano não voltará a delinqüir.

39
• Obs1: Crime hediondo (3/5) a Lei a partir de 2007 diz que cabe progressão de
regime, mas:
o Crime praticado antes da vigência da Lei/07 → Antes desta data
não podia progredir, lei inconstitucional – 1/6 de progressão.

o Crime hediondo praticado em 2007 – nova lei é mais maléfica ao


réu, porque é 2/5 e 3/5 (pacífico nos Tribunais Superiores)

• Obs2: O cumprimento de parte da pena (1/6; 2/5 e 3/5) da pena aplicada (pena
original) e não da pena unificada (é pacífico e simulado pelo STF).
o Ex. Condenado a 300 anos que é a pena aplicada, mas ele irá cumprir 30
porque esta é a pena máxima.
o Obs.: A unificação só serve para dizer quando termina a pena.

• Obs3: Para a progressão nos crimes contra administração pública é necessário


que se repare o dano ao erário.

STF: PROGRESSÃO DE REGIME E TRÂNSITO EM JULGADO. A progressão no


regime de cumprimento de pena independe do trânsito em julgado da
condenação. Com base nessa jurisprudência, a Turma proveu recurso ordinário em
habeas corpus para que o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais providencie a
expedição da Guia de Recolhimento Provisório e a remeta imediatamente ao Juízo da
Execução Criminal competente, a fim de que este decida, como entender de direito, se o
recorrente preenche os requisitos objetivos e subjetivos para a concessão do benefício.
Ressaltou-se, de início, que o recorrente não se limitara a solicitar ao STJ a progressão de
regime. Formulara, também, pedido subsidiário que, não examinado, resultara no
presente recurso para que fossem providenciadas as medidas administrativas
necessárias à execução provisória da pena. Invocara, no ponto, a Resolução 19/2006 do
Conselho Nacional de Justiça - CNJ. Entendeu-se que, embora o STJ não tivesse se
manifestado sobre a matéria, inexistiria empecilho para que o Supremo o fizesse, uma
vez que a omissão sobre um fundamento posto seria, em si mesmo, uma coação, e o
tribunal superior, reputando evidenciado o constrangimento ilegal, poderia cessá-lo de
imediato e não devolver o tema ao tribunal omisso. Assim, considerou-se que o TJ-MG, ao
afastar o óbice à progressão, deveria ter tomado, de ofício, as providências para que a
execução fosse processada, permitindo ao recorrente a formulação das benesses
eventualmente cabíveis. Aduziu-se que, admitida a execução provisória, não se poderia
impedir, por questões administrativas, que o recorrente obtivesse benefícios a que teria
direito, se fosse o caso de execução definitiva. Ademais, afirmou-se ser a Lei de Execução
Penal - LEP aplicável ao preso provisório (art. 2º, parágrafo único). Alguns precedentes
citados: HC 85237/DF (DJU de 29.4.2005); HC 90893/SP (DJU de 23.11.2007); HC
87801/SP (DJU de 12.5.2006). RHC 92872/MG, rel. Min. Cármen Lúcia, 27.11.2007

STJ: PROGRESSÃO. REGIME PRISIONAL. REQUISITOS OBJETIVO E SUBJETIVO. Para


a concessão de progressão de regime prisional, basta a satisfação dos requisitos objetivo
(temporal) e subjetivo (atestado de bom comportamento carcerário firmado pelo diretor
do estabelecimento prisional). A Lei n. 10.792/2003 afastou a exigência de o
condenado se submeter a exame criminológico para progressão de regime.
Assim, na espécie, atendendo ao requisito temporal e havendo atestado de bom
comportamento carcerário, a Turma concedeu a ordem e assegurou a transferência do
paciente
para o regime semi-aberto. Precedente citado: HC 61.790-SP, e HC 45.268-SP, DJ
4/9/2006. HC 76.298-SP, Rel. Min. Nilson Naves, julgado em 14/8/2007.

40
REGRESSÃO (Hipóteses de) - Entendimento STF e STJ

• Passagem de um regime +mais ameno para um regime mais grave.


o A condenação a uma pena que somada a anterior acarreta um regime mais
severo.

• A regressão pode ser por SALTO (fez uma bobagem irá de A →F).

• Quando o réu pratica falta grave (Crime doloso) ou tiver uma nova condenação
que torne incompatível o regime de regressão
o Cometimento de crime doloso ou falta grave acarreta a regressão de
regime (não é necessário o transito em julgado).

LIVRAMENTO CONDICIONAL - art. 83 e ss

PROGRESSÃO LIVRAMENTO
Sempre depois da progressão
Pena > maior ou igual 2 anos cumprimento
Cumprimento • 1/3 – se não reincidente em crime
1/6 para crime comum comum doloso.
OBJETIVO 2/5 C.Hediondo primário • ½ - Se for reincidente em
3/5 C Hediondo crime doloso
reincidente • 2/3 – Hediondo, SALVO se
reincidente em Crime hediondo
(considerado por crime da
mesma espécie).
Não exige (é mais A) Reparação do dano é condição para
SUBJETIV necessário) exame livramento.
O criminológico ou parecer
MÉRITO do conselho B) Não exige (é mais necessário) exame
(exige a penitenciário, mas é criminológico ou parecer do conselho
comprovação facultado ao juiz pedir o penitenciário
do mérito) exame de forma
excepcional e
fundamentada.
Crimes contra a Crimes cometidos com violência e grave
ESPECIAL administração pública a ameaça é preciso da comprovação de que o
Criado em progressão fica condenado não voltará a delinqüir.
2003 condicionada (exige) a
reparação do dano

Revogação do livramento: hot! hot!

Revogação obrigatória - hot! hot! Revogação facultativa


Condenação transitada em julgado por
CRIME a uma PENA PRIVATIVA DE É a sentença condenatória IRRECORRÍVEL
LIBERDADE POR CRIME OU CONTRAVENÇÃO, pena NÃO
privativa de liberdade.
É a sentença condenatória IRRECORRÍVEL
por crime na pena privativa de liberdade.
Descumprimento de uma condição
imposta.

Conseqüências da revogação
• STJ – O livramento condicional é revogado, em virtude de crime cometido
anterior ao LC, computa-se a pena o tempo de liberdade.

41
• STJ - Se o livramento é revogado em virtude de crime cometido durante o
livramento, não se computa na pena o tempo de liberdade e nem se concede
em relação a ela novo livramento.

REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO – RDD


• É chamado de regime, mas não é regime. É uma punição disciplinar.
• Verificar material de Direito Processual Penal - Profº Flávio.

STF: FALTA GRAVE E PRESCRIÇÃO DE INFRAÇÃO DISCIPLINAR A Turma indeferiu


habeas corpus em que recapturado sustentava a prescrição para aplicação de medida
disciplinar pela sua fuga do estabelecimento prisional, sob a alegação de que o termo
inicial da prescrição seria a data da prática de falta grave. Considerou-se não ofender
a Constituição o entendimento jurisprudencial adotado pelo Tribunal a quo,
mais benéfico ao reeducando, no sentido de que, ante a inexistência de norma
específica quanto ao prazo prescricional para a aplicação de sanção disciplinar
de natureza grave, deve-se utilizar, por analogia, o disposto no art. 109, VI, do
CP, levando-se em conta o menor lapso previsto, qual seja, 2 anos. Ademais,
asseverou-se que, em se tratando de fuga de preso (infração permanente),
seria razoável fixar, como termo inicial da contagem do prazo prescricional, a
data da recaptura, tomando-se de empréstimo o art. 111, III, do CP (“Art. 111. A
prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr: ... III - nos
crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência;”). Assim, concluiu-se pela
inocorrência da prescrição no caso concreto, haja vista que transcorrera período inferior a
2 anos entre o retorno do paciente à prisão (18.2.2005) e a condenação administrativa
(11.11.2006), embora o paciente tivesse se evadido, da última vez, em 14.12.2000. HC
92000/SP, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 13.11.2007.

REMIÇÃO
• É o desconto do tempo de pena pelos dias trabalhados na razão de (abatimento
de) 01 um dia de pena a cada 03 dias trabalhado, nos regimes fechado e semi-
aberto.

• Posição STF é pacífico - A remissão pelo estudo é ADMISSÍVEL.

• Perda dos dias remidos – A remissão é perdida se o sujeito pratica crime doloso ou
falta grave acarreta a perda dos dias remidos – PERDE TUDO.

• Hot! hot! E os direitos adquiridos? Segundo os tribunais Superiores “a perda dos


dias remidos não viola o direito adquirido e nem tem qualquer limite temporal,
todos os dias remidos: 10,20,30... perde tudo”.

• Remissão por dias trabalhados


o STF e STJ entendem que o preso não faz jus a remissão se não tiver
trabalhado, SALVO por motivo de acidente de trabalho (preso sofreu
acidente de trabalho.

STJ: REMIÇÃO. FALTA GRAVE. PERDA. TEMPO REMIDO. A Turma, por maioria,
entendeu que o condenado que comete falta grave no curso da execução de
sua pena, inequivocamente, perde os dias remidos já adquiridos, contando-se
novo período a partir da data da infração disciplinar (art. 127 da LEP). Firmou-
se, também, descaber alegação de afronta a direito adquirido ou coisa julgada,
dada a própria natureza do instituto da remição. Precedentes citados do STF: HC
42
78.178-SP, DJ 9/4/1999; HC 78.037-SP, DJ 17/11/2000; HC 77.592-SP, DJ 12/3/1999; do
STJ: REsp 819.376-RS, DJ 26/6/2006; REsp 769.395-RS, DJ 10/4/2006; HC 21.511-SP, DJ
7/11/2005; HC 42.499-SP, DJ 3/10/2005, e HC 20.568-SP, DJ 6/5/2002. HC 72.706-SP, Rel.
Min. Hamilton Carvalhido, julgado em 16/8/2007.

DETRAÇÃO
• É a contagem do tempo de Prisão Processual (são 05 espécies) no tempo da
pena a cumprir. É o desconto na pena privativa de liberdade ou na
medida de segurança do tempo de prisão provisória ou de internação
provisória.

• STF e STJ: A jurisprudência ADMITE, é possível a detração em processos


distintos, desde que o crime no qual se quer a detração, tenha sido anterior
a prisão ou desde que a prisão injusta, tenha sido posterior ao crime.
o O objetivo é impedir a conta corrente de pena.

OBSERVAÇÃO FINAL: Progressão antes do trânsito em julgado

Explicação da súmula 716/717 - Pode haver progressão de regime, livramento da


condicional ou imposição de regime aberto ou semi-aberto, mesmo antes do
transito em julgado da sentença.

o Súmula STF 716 – É permitida a progressão de regime e a aplicação de


regime menos severo mesmo antes do trânsito em julgado da sentença penal
condenatória.

o Súmula STF 717 – O mesmo tratamento deve ser concedido para o preso em
prisão especial.

o A progressão de regime em crime hediondo é permitida, no entanto é


obrigatório o regime inicial fechado.
 Estupro com violência presumida é hediondo, mas o rapaz tem 18 anos
e a menina tem 13 e não é mais virgem.

UNIFICAÇÃO DE PENAS
• As penas deverão ser unificadas para atender ao limite de 30 anos.

• Súmula STF 715 – A pena unificada não serve como base para o cálculo dos
benefícios como progressão de regime e livramento condicional.
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS (penas alternativas)

Espécies:
a) Prestação de serviços a comunidade – Consiste na prestação gratuita de serviços em
Ente Público ou Conveniado, na razão de 1hora de serviço para cada dia de cumprimento
de pena.

Requisitos – hot!hot! – Só pode se a pena for superior a 6 meses (P>6).


• P< 1 ano→ o réu pode dobrar a jornada e cumprir a pena na
metade (1/2) do tempo. Ex. Pena de 3 anos, presta serviços de
01 hora... se cumprir 2 horas cumprirá a pena em 1 ½ .

• A PSC não pode ferir a dignidade da pessoa humana, assim


deverá ser adequada a vocação do próprio sujeito. (No Br só dão
prestação desagradável)

43
b) Limitação de Final de semana – Durante feriado e finais de semana o sujeito teria que
passar 5 horas de cada dia em Casa de Albergado ou similar... ouvindo palestras, fazendo
cursos.

c) Interdição temporária de direitos – Alguns direitos do sujeito serão suspensos.


• Mandato, cargo ou função..
• Profissão que exija autorização (ex. advogado; médico)
• Dirigir
• Freqüentar determinados lugares.

Nestes 03 casos tem que haver vinculação entre o crime e a pena, ou seja, só pode ficar
suspenso no cargo se exercer a função.

STF: PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS E PRESCRIÇÃO A Turma indeferiu habeas corpus


em que condenada pela prática do crime de estelionato (CP, art. 171) — cuja pena
privativa de liberdade fora substituída por restritiva de direitos consistente em prestação
pecuniária em favor da vítima — pleiteava a declaração da prescrição da pretensão
punitiva ao argumento de que já transcorrido período superior a 2 anos entre a data do
recebimento da denúncia e a sentença condenatória. Sustentava, na espécie, que a pena
restritiva de direito que ostenta feição reparatória teria a mesma natureza jurídica da
pena de multa, o que implicaria a aplicação do art. 114 do CP (e não do art. 109 do
mesmo diploma) para a contagem do prazo prescricional. Entendeu-se que, no caso, a
prescrição da pretensão punitiva deveria ser calculada com base nos parâmetros
descritos no citado art. 109 do CP que, em seu parágrafo único, estende “às penas
restritivas de direitos os mesmos prazos previstos para as privativas de liberdade”.
Assim, reputou-se incabível a alegação de que a mera substituição da pena privativa de
liberdade pela restritiva de direitos de caráter reparatório alteraria a própria natureza da
reprimenda. Por conseguinte, tendo em conta que a paciente fora condenada à pena de 1
ano de reclusão e pagamento de multa, concluiu-se pela não ocorrência da extinção da
punibilidade, porquanto não ultrapassado lapso superior a 4 anos (CP, art. 109, V) entre a
data do fato (18.4.2001) e a data do recebimento da denúncia (8.2.2002), bem como
entre esta última e a data da sentença condenatória (31.5.2004). Por fim, afastou-se a
pretendida incidência do art. 114, I, do CP (“A prescrição da pena de multa ocorrerá: I -em
2 anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada;”), uma vez que tal dispositivo
refere-se à pena de multa, quando esta for a única cominada ou aplicada, hipótese
distinta da presente. Precedentes citados: RHC 81923/SP (DJU de 21.6.2002); HC
86619/SC (DJU de 14.10.2005); RHC 90114/PR (DJU de 17.8.2007). HC 92224/SP, rel. Min.
Carlos Britto, 20.11.2007.

10 º aula – 14.04.08 Gustavo

PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS (penas alternativas)

Espécies:
• Prestação de serviços a comunidade
• Limitação de Final de semana
• Interdição temporária de direitos
• Limitação de final de semana
• Perda de bens e valores
• Prestação Pecuniária

e) Perda de bens e valores

44
• É a decretação da perda de bens e valores do condenado no limite do prejuízo ou
lucro alcançado com o crime. Prevalece que a perda deve recari sobre os bens
LÍCITOS do condenado.

f) Prestação Pecuniária
• Consiste no pagamento de 1 a 360 salários mínimos para a VÍTIMA ou para
entidade beneficente conveniada. Se o pagamento for para vítima o valor será
descontado em eventual futura indenização civil.

SUBSTITUIÇÃO DAS PENAS


• As PRD-penas restritivas de direitos são em regra substitutivas das PPL-penas
privativas de liberdade, previstas na Lei Penal.

• Exceções: Lei de Drogas


Código de Trânsito Brasileiro

Requisitos para a substituição das penas: PPL → PRD


A. PPL ≤ 4 anos – a pena privativa de liberdade que não supere 4 anos
se o crime for doloso; se culposo não há limite.
B. Não pode haver violência ou grave ameaça à pessoa;
C. Não pode ser reincidente no mesmo crime doloso
D. Circunstâncias subjetivas favoráveis

Obs.: É necessário preencher os 04 requisitos para a substituição: PPL → PRD

Hipóteses de conversão PRD → PPL


• São 02 hipóteses para converter (voltar) a ser pena privativa de direitos
A. Descumprimento injustificado da restrição (PRD) imposta. Abre-se
para o contraditório.
B. Superveniência de condenação a uma PPL-pena privativa de
liberdade, que torne impossível o cumprimento da restrição.

• Ex.: “X” cumpre 02 anos de prestação de serviços a comunidade, porém


posteriormente foi condenado há 10 anos em regime fechado, o que tornará
impossível o cumprimento da restrição.

PENA DE MULTA – PM
• A PM consiste no pagamento de quantia certa calculada em dias- multa ao Fundo
Penitenciário.
o Dias-multas – Quantos DM?
Qual o valor de cada DM?

o Quantos dias-multa alguém pode ser condenado? R.: de 10 a 360DM e


seguirá 02 critérios: a) circunstâncias do crime e b) capacidade econômica
do condenado.

o Qual o valor de cada DM? R.: O valor será de 1/30 salário mínimo até a 5
vezes o salário mínimo. O critério a ser seguido será somente o da
capacidade econômica.

O não pagamento da PM
o Se o sujeito não paga os DM, o que acontece? R.: NÃO será PRESO. O
inadimplemento da PM NÃO resulta em PRISÃO. O VALOR será inscrito na
DA-dívida ativa e cobrado BA Vara de Fazenda Pública, conforme a lei de
Execuções Penais.

o Prescrição – Pena de multa isoladamente prescreve em 2 anos.

45
Requisitos para a substituição das penas: PPL → PM
A. PPL ≤ 1 ano – a pena privativa de liberdade que não supere 1 ano se o
crime for doloso; se culposo não há limite.
B. Não pode haver violência ou grave ameaça à pessoa;
C. Não pode ser reincidente no mesmo crime doloso
D. Circunstâncias subjetivas favoráveis

Obs.: É necessário preencher os 04 requisitos para a substituição: PPL → PRD

DOSIMETRIA ou DOSAGEM DE PENA - APLICAÇÃO DA PENA


• Primeiro vamos analisar a classificação das circunstâncias para depois passarmos
a aplicação da pena.

• Classificação das circunstâncias


o Circunstâncias Judiciais – art. 59, CP, são 08

1 - culpabilidade 2 - 3 - conduta 4 - personalidade do


antecedentes social agente
5 - os motivos do 6 - 7 - 8 - comportamentos
crime circunstância conseqüências da vítima
s

o Circunstâncias Legais – Qualificadoras


Agravantes (art. 61/62) e atenuantes (art.
65/66)
Causas de aumento e diminuição de pena
Circunstâncias Legais
• Qualificadora – hot!hot! – É a circunstância que trás NOVO limite mínimo e máximo
expresso para a pena (não pode ser fração – ½; ⅓...).
o Ex1: Art. 121 – Homicídio simples – pena de 6 a 20
Art. 121, §2º - Homicídio qualificado – pena 12 a 30.

• Agravante – art. 61/62, CP – Circunst6ancias que sempre agravam a pena. Termo


técnico tem que estar expresso.
o Ex1: Reincidência; ter o agente cometido o crime por motivo fútil ou torpe..

46
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não
constituem ou qualificam o crime:
I - a reincidência;
II - ter o agente cometido o crime:
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou
vantagem de outro crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso
que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio
insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade;
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício,
ministério ou profissão;
h) contra criança, velho, enfermo ou mulher grávida;
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer
calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada.

• Atenuante – art. 65 e 66, CP – Circunstâncias que sempre atenuam a pena.


o Ex1: Ser o agente menor de 21 na data do fato; ter desconhecimento da
lei...

Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena:


I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70
(setenta) anos, na data da sentença;
II - o desconhecimento da lei;
III - ter o agente:
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após
o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do
julgamento, reparado o dano;
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em
cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de
violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima;
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do
crime;
e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o
provocou.

• Causas de aumento ou diminuição da pena – São as causas que aumentam ou


diminuem a pena em FRAÇÃO.
o Ex1: Art. 155, §1º - aumenta a pena em ⅓ se o crime é praticado no
repouso noturno.
Art. 155, §2º - diminui a pena em de 1 a ⅔, se o criminoso é primário..

Retornando ao SISTEMA TRIFÁSICO

47
1º fase: PENA BASE
SISTEMA Com base nas circunstâncias
TRIFÁSICO Judiciais
ART. 68 2º fase: MODIFICADORAS AGRAVANTE Art.
Doutrina e GENÉRICAS S 61/62
JurisprudênciA MODIFICADORAS ATENUANTE Art.
ESPECÍFICAS S 65/66
3º fase: CAUSAS DE AUM E DIM
DA PENA
1º fase: PENA BASE
• Nesta fase o objetivo é descobrir a pena base, o limite mínimo e máximo será
fornecido no “caput” do tipo ou pela qualificadora se houver.

• Ainda na 1º fase, dentro dos limites estabelecidos o Juiz fixará a pena de acordo
com as CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS, partindo sempre da pena mínima. A
incidência de circunstâncias judiciais influencia a pena de acordo com o prudente
arbítrio do juiz.

2º fase: MODIFICADORAS GENÉRICAS e ESPECÍFICAS


• Na 2º fase partindo do resultado da 1º fase, o Juiz aplicará as CIRCUNSTÂNCIAS
AGRAVANTES E ATENUANTES, não podendo ultrapassar os limites mínimos e
máximos fixados. Também aqui a mudança da pena se faz de acordo com o
prudente livre arbítrio do Juiz.

3º fase: CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO DA PENA


• Na 3º fase incidem as CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO DA PENA, aqui a lei
estabelece o quanto a pena aumentará ou diminuirá, e ainda permite que a pena
ultrapasse os limites mínimos e máximos anteriormente fixados.

• Primeiramente são aplicadas as causas de aum e dim da Parte Especial, depois da


Parte Geral.

DOSIMETRIA OU DOSAGEM DA PENA


Resumo: Fragoso
Circunstâncias Legais : Agravantes – Art. 61 e 62
Atenuantes – Art. 65 e 66
Devem ser computadas depois da fixação da pena-base obrigatoriamente.
É necessário que elas não sejam constituídas do crime e que tampouco o
qualifiquem ou o tornem privilegiado.

Circunstâncias Judiciais – art. 59 – São 8


Não estão especificadas na lei, apreciações discricionárias do Juiz. (critérios
norteadores da ação do julgador).
1) Culpabilidade: A culpabilidade da conduta, ou da reprovabilidade é medida
pelo quão responsável o agente fez para a sociedade. O juiz tem que dosar a
pena sob os aspectos informativos de valores e conduta que ele tem. Tem
que analisar o fato dentro dos valores do coletivo.
2) Antecedentes: Comportamento anterior do acusado, mas não a reincidência,
porque esta é a circunstância legal.
3) Conduta social: Relação do acusado com sua família, e sua adaptação ao
trabalho, ao estudo... é a sua conduta perante a sociedade, fora do crime
cometido.
4) Personalidade do agente
5) Motivos do crime: É a causa primária de um acontecimento criminoso. São de
particular relevo na maior ou menor gravidade da ação. Não pode ser :
Agravante ou atenuante; qualificadora (causa especial de modificação);
inerente ao tipo (não pode fazer parte do tipo).

48
6) Circunstâncias de um crime: São os elementos acidentais do delito, ou seja,
aquele que não são elementos constitutivo do tipo.
7) Conseqüências: Efeitos da ação delituosa que estão além do evento.
8) Comportamento da vítima: O comportamento da vítima será considerado
para avaliar a contribuição por ela dada ao fato punível, de modo a influir a
reprovabilidade da ação.
• OBS.: Os motivos não destacados para constituir FORMAS QUALIFICADAS
DE HOMICÍDIO (motivo fútil e motivo torpe). Motivo Fútil e Motivo Torpe,
quando se trata de crime de outra espécie, não podem ser considerados
na pena base, porque são circunstâncias agravantes legais a serem
computadas em fase posterior

CONCURSO DE CRIMES –
• Concurso MATERIAL,
• Concurso FORMAL e
• CRIME CONTINUADO

Concurso MATERIAL,
• O sujeito com 02 ou + condutas realiza 2 ou + crimes
• Conseqüência: As penas serão cumuladas (somadas)

• É a hipótese residual, ou seja, só aplicamos o Concurso Material quando


incabível o concurso formal ou crime continuado.

Concurso FORMAL
• No concurso formal com 01 conduta o sujeito realiza + de 1 crime.
• Conseqüência: Penas serão somadas

• Pode ser classificado o concurso formal em 02 tipos:

Concurso formal Concurso formal


PRÓPRIO ou PERFEITO IMPRÓPRIO OU IMPERFEITO
Quando NÃO tem Quando TEM
+ de 01 DESÍGNIO + de 01 DESÍGNIO
Obs1: Desígnios é a intenção do resultado.

Próxima aula:
• CRIME CONTINUADO

STF: REINCIDÊNCIA E “BIS IN IDEM” A majoração da pena resultante da


reincidência não configura violação ao princípio do non bis in idem.
Com base nesse entendimento e assentando a recepção, pela CF/88, do inciso I
do art. 61 do CP (“São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não
constituem ou qualificam o crime: I - a reincidência;”), a Turma indeferiu
habeas corpus em que condenado pela prática do crime de roubo, cuja pena
fora majorada em razão da reincidência, e mantida pelo STJ, sustentava que a
sua utilização, como causa obrigatória de agravamento de pena, conflitaria
com o aludido princípio constitucional, porquanto estabeleceria como regra a
punição a fato já punido. Considerou-se que o acórdão do STJ estaria em 49
consonância com a orientação pacificada nesta Corte. Precedentes citados: HC
73394/SP (DJU de 21.3.97); HC 74746/SP (DJU de 11.4.97).HC 91688/RS, rel.
Min. Eros Grau, 14.8.2007.
STF: CRIMES DE ESTUPRO E ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR, PRATICADOS DE
FORMA INDEPENDENTE. RECONHECIMENTO DE CONTINUIDADE DELITIVA. 1.
Esta Corte já assentou o entendimento de que as férias forenses suspendem a
contagem dos prazos recursais, a teor do artigo 66 da LOMAN. O fato de o réu
encontrar-se preso não altera tal entendimento, pois o aparato judiciário em
funcionamento em tais períodos tem como escopo evitar abusos e ilegalidades
irreparáveis. 2. A turma entendeu pelo reconhecimento de continuidade
delitiva entre os delitos de estupro e atentado violento ao pudor, quando
praticados de forma independente. Vencido, neste ponto, o Relator, que
afirmava a configuração de concurso material. 3. Reconhecida a
inconstitucionalidade do impedimento da progressão de regime na execução das
penas pelo cometimento de crime hediondo, impõe-se a concessão da ordem para
afastar a vedação que se impôs ao paciente. Ressalve-se que pretendida progressão
dependerá do preenchimento dos requisitos objetivos e subjetivos que a lei prevê;
tudo a ser aferido pelo Juízo da execução. Writ parcialmente deferido.( HC 89827 / SP
SÃO PAULO, 7-04-2007)

2007.2 - 56. Acerca da execução penal, assinale a opção correta.


a) É permitido o emprego de cela escura.
b) São permitidas as sanções coletivas.
c) O condenado à pena privativa de liberdade é obrigado a realizar qualquer trabalho que
lhe for conferido, independentemente de suas aptidões e de sua capacidade.
d) O trabalho externo será admissível para os presos em regime fechado somente em
serviço ou obras públicas realizadas por órgãos da administração direta ou indireta, ou
entidades privadas, desde que tomadas as cautelas contra a fuga e em favor da
disciplina.

2006.3 - 43. De acordo com jurisprudência do STJ e do STF, assinale a opção correta no
que se refere à execução penal.
a) Lei de Execuções Penais deixou de exigir a submissão do condenado a exame
criminológico, anteriormente imprescindível para fins de progressão do regime prisional,
sem, no entanto, retirar do juiz a faculdade de requerer sua realização quando, de forma
fundamentada e excepcional, entender absolutamente necessária sua confecção para a
formação de seu convencimento.
b) O agravo em execução possui efeito suspensivo.
c) Na execução penal, o condenado tem direito adquirido ao tempo remido,
independentemente do cometimento de falta grave.
d) O exame criminológico pode ser considerado isoladamente como fator para a
denegação de benefícios.

2006.3 - 49. Com relação à execução penal, assinale a opção correta.


a) A transferência de penitenciária pode ser decidida no interesse do condenado, de
forma que não lhe seja cerceado o direito a visitas dos familiares. Contudo isso não
constitui direito subjetivo do preso, cabendo a decisão ao juízo da execução, com base
em interesses administrativos, notadamente a conveniência da segurança pública.
b) É compatível com o cumprimento das penas em regime fechado a autorização para
saídas temporárias que consistam em visitas periódicas ao lar ou em trabalho
extramuros.
c) A posse de aparelho celular ou de seus componentes, no interior do estabelecimento
prisional, caracteriza falta grave. (hj correta Lei do Celular vigor março 2007)
d) Cabe à autoridade estadual dispor sobre as faltas disciplinares de natureza grave.

2006.1 - 47. Assinale a opção incorreta relativamente à execução penal.


50
a) Após a Lei n.o 10.792/2003, a concessão de livramento condicional prescinde
(dispensa, não precisa) de manifestação prévia do conselho penitenciário, estando a
critério do juízo de execuções.
b) Ofende o direito adquirido a decretação da perda dos dias remidos em ocorrência de
falta grave.
c) Caso um presidiário não possa receber a devida assistência médica nas dependências
do estabelecimento prisional, é-lhe garantido, por lei, o direito à assistência de médico
particular e à realização dos exames necessários.
d) O cometimento de falta grave, como a fuga, enseja o reinício da contagem de período
necessário à concessão de nova progressão de regime.

2007.2 - 45. A perda dos dias remidos em virtude do cometimento de falta grave
durante o cumprimento da pena
a) viola o princípio da individualização da pena.
b) viola o princípio da dignidade da pessoa humana.
c) ofende ao princípio da isonomia.
d) não significa ofensa ao direito adquirido.

11 º aula – 17.04.08 – Gustavo Junqueira

CRIME CONTINUADO

• Conceito – é uma ficção jurídica, segundo a qual dois ou mais crimes serão
punidos como se fossem um só, desde que presentes os requisitos da Lei.

Requisitos do Crime continuado:


1) Sejam crimes da mesma espécie – aqueles que estão no mesmo tipo (furto
qualificado, furto simples, etc; não é possível que seja furto e depois roubo). Há
posição minoritária no sentido que crimes da mesma espécie são aqueles que
atentam contra o mesmo bem jurídico.

2) Que tenham as mesmas condições de tempo – são aqueles que tenham um


intervalo de no máximo 30 dias entre um e outro crime.

3) Mesmas condições de lugar – a jurisprudência aceita até cidades vizinhas.

4) Mesmo modo de execução – não pode haver grande disparidade entre a forma que
foi praticado um crime e outro. Basta que os crimes sejam semelhantes.

Conseqüência do crime continuado:


Ao invés de somar as penas será aplicada a pena do crime mais grave. Exasperada
(aumentada) de 1/6 a 2/3. Quanto maior o número de crimes, maior o aumento na pena.

O STJ criou um requisito novo, que não está na lei:


• Unidade de desígnio (entendido o desígnio como um plano único de vários
crimes)

• Crime continuado específico: Se os crimes são praticados com violência ou


grave ameaça a pessoa contra vítimas diferentes pode ser reconhecido o
crime continuado. Mas aqui o aumento será de 1/6 ao triplo. (parágrafo único,
art. 81)

Duas observações sobre concurso de crimes:

51
 No caso de concurso de crimes as penas de multa serão aplicadas distinta e
integralmente, ou seja, serão sempre somadas.

 O aumento da pena em fração decorrente do concurso formal próprio e do crime


continuado não pode ser mais gravoso ao réu do que seria a soma das penas. Se o
for, despreza-se o aumento em fração em favor da soma. É o que chamamos
concurso material benéfico.

PRESCRIÇÃO: hot! hot! cai a parte teórica


É a perda do poder de punir do Estado em razão do decurso do tempo.
A prescrição pode ser classificada em:
 Prescrição da punição punitiva (PPP)
 Prescrição da pretensão executória (PPE).

1) PRESCRIÇÃO DA PUNIÇÃO PUNITIVA – é a perda do poder de punir do Estado que não


consegue no prazo determinado em lei a certeza da culpa (trânsito em julgado da
sentença).

Qual o prazo da PPP?


 Tabela do art. 109, CP – o menor prazo prescricional é 2 anos e o maior é
20 anos.

 Enquanto não se sabe a pena concretamente aplicada ao sujeito deve ser


utilizada a pena máxima em abstrato para o cálculo na tabela no art.
109 do CP.

Termo inicial da PPP:


1. Consumação do crime – do dia em que o crime se consumou;

2. Se for tentado começa a correr do último ato de tentativa;

3. Se o crime for permanente ou habitual, começa a correr do momento em


que cessa a permanência ou habitualidade.

4. Nos crimes de bigamia e falsificação de assentamento em registro civil,


começa a correr do dia em que o fato se torna público.

Causas suspensivas da PPP:


1. Enquanto o sujeito cumprir pena no estrangeiro.

2. Enquanto é resolvida em outro processo questão prejudicial.

3. Réu citado por edital que não comparece e não constitui advogado – Art.
366, CPP.

4. Período de prova da suspensão condicional do processo (sursi processual).

Causas interruptivas da PPP: (para contar volta ao ZERO)


1. É o RECEBIMENTO da denúncia ou queixa. (ATENÇÃO!!! não é
oferecimento)

2. Publicação da sentença condenatória recorrível e do acórdão


condenatório.

3. Decisão de pronúncia.

4. Acórdão que confirma a pronúncia.


52
 OBS.1: PPP em abstrato – sendo esta calculada entre os marcos interruptivos e
que levam em consideração no cálculo do prazo prescricional junto ao Art. 109 do
CP a maior pena em abstrato prevista para o crime.

Crime de constrangimento ilegal


Fato consumado
1 2

RECEBIMENTO DA
DENÚNCIA/QUEIXA

1 ANO INTERROMPE INTERROMPE SENTENÇA PENAL


CONDENATÓRIA RECORRÍVEL
Pena max. EM 4 ANOS EM 4 ANOS PPP em
ABSTRATO
em abstrato

Para dar prescrição (não soma pq interrompe)


Não deu 4 a – não conseguiu prescrever

Prescreve em 4 anos

 OBS.2: PPP em concreto retroativa – é aquela que ocorre entre o termo inicial e
o recebimento da denúncia ou dentre os outros marcos interruptivos anteriores à
sentença. Leva em consideração para o cálculo do prazo prescricional a pena em
concreto e por isso exige para seu reconhecimento o trânsito em julgado para a
acusação.

53
1 2 3 Transitou em
julgado

RECEBIMENTO
DENÚNCIA/QUEIXA
2 anos 1 ano 1 ano
TERMO INICIAL SENTENÇA PENAL
CONDENATÓRIA RECORRÍVEL
Juiz fixou a PENA
MÍNIMA EM 03 MESES (PRESCREVE EM 02 ANOS)

 Intima as partes, a acusação é a


primeira a ser intimada, o promotor
toma ciência, NÃO RECORRE (desiste
do recurso), TRANSITOU EM
JULGADO PARA A DEFESA.

 Houve o Transito em julgado para a


acusação com base na pena in
CONCRETO (3m → 2 a) deu
prescrição?
Prescreveu em 2 anos PPP
EM CONCRETO RETROATIVO

 OBS.3: PPP em concreto superveniente/intercorrente – é aquele que ocorre


após a sentença condenatória recorrível levando em consideração para o cálculo
do prazo prescricional a pena em concreto.

1 2 3 Senten ça
transitada em julgado

1 ANO 1 ANO Sentença Penal


Condenatória recorrível
PPP em
CONCRETO SUPERVENIENTE OU INTERCORRENTE

ATENÇÃO!!! Observações super importantes:


 Ao menor de 21 anos na data do fato, e maior de 70 anos na data da sentença, o
prazo prescricional cai pela metade;

 São imprescritíveis o racismo e a ação de grupos armados contra o Estado


Democrático;

 No caso de concurso de crimes a prescrição deve ser contada para cada crime
separadamente.

PPE – NÃO DEU


2004 - ES - 41. Com relação ao concurso de crimes, assinale a opção incorreta.

54
a) Ocorre o concurso material de crimes quando o agente, mediante mais de uma ação
ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo,
lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes
ser havidos como continuação do primeiro.
b) Ocorre o concurso formal quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica
dois ou mais crimes, idênticos ou não.
c) No concurso material, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade
em que o agente haja incorrido.
d) De acordo com o entendimento do STJ, o benefício da suspensão do processo não é
aplicável em relação às infrações penais cometidas em concurso material, concurso
formal ou continuidade delitiva, quando a pena mínima cominada, seja pelo somatório,
seja pela incidência da majorante, ultrapassar o limite de um ano.

12 º aula – 21.04.08 – Flávio Martins

Crimes contra a vida

HOMICÍDIO
• Conceito de morte = conceito de morte encefálica – Lei de Transplantes.

Pode ser:

1. Homicídio Privilegiado – Art. 121, §1º, CP – causa de diminuição de pena;


a. Relevante valor moral – crime aprovado pela moral prática – Ex.: eutanásia;
b. Relevante valor social – é a morte provocada na defesa do interesse de um
grupo social. Ex.: matar o chefe do morro;
c. Domínio de violenta emoção logo após injusta provocação da vítima;

P.S.: O homicídio privilegiado JAMAIS será hediondo. Se tem privilégio não tem
hediondez.

2. Homicídio Qualificado – Art. 121, §2º, CP:


a. Paga promessa de recompensa ou outro motivo torpe;
motiv
b. Motivo fútil – é o flagrantemente desproporcional – Ex.: briga de transito,
os
briga de torcida;
meio c. Veneno, fogo, explosão, asfixia, tortura, insidioso, cruel, perigo comum.
OBS.: Diferença de homicídio mediante tortura e tortura com resultado morte –
no primeiro o objetivo é a morte e o meio escolhido é a tortura. No segundo o
objetivo é a tortura e a morte um resultado que vem do excesso.

d. Traição, emboscada, dissimulação ou outro recurso que


modos dificulte/impossibilite a defesa da vítima.
e. Assegurar a execução, a ocultação, impunidade e a vantagem de um outro
motiv crime.
os P.S.: Na ocultação a morte ocorre para que não se saiba que houve crime.

Na impunidade a morte busca livrar o sujeito das conseqüências ainda que se


saiba que houve crime.

Na vantagem, por exemplo, o sujeito mata o comparsa para ficar com todo o
produto do crime.

IMPORTANTE!!! O homicídio qualificado é, em regra, hediondo.

55
O Homicídio qualificado e privilegiado é possível quando as qualificadoras são objetivas,
ou seja, meios e modos previstas nos incisos III e IV. Se a qualificadora for subjetiva
(motivos como as previstas nos incisos I, II e V) será impossível a combinação da
qualificadora com o privilégio.

O homicídio qualificado e privilegiado não é hediondo.

Complemento

Crimes contra a vida


I) Homicídios Especiais
• Homicídio Simples
o O HS não é hediondo salvo quando cometido em ação típica de
grupo de extermínio.

• Homicídio Privilegiado
o É uma diminuição de pena, diz respeito ao motivo e é sempre
subjetivo.
o Hipóteses de privilégio
o Relevante valor social
o Relevante valor moral Ex. Eutanásia
o Sob o domínio de violenta emoção (logo após injusta
provocação)
o Entendimento jurisprudencial é que o homicídio privilegiado é
obrigatório.

• Homicídio Qualificado
o Sempre hediondo.
o Pode ser ao mesmo tempo HP e HQ? Pode, desde que....
o STF – HQP não é hediondo.

OBJETIVO SUBJETIVO
MEIO: fogo, explosivo, o TORPE
tortura, veneno, asfixiao FÚTIL
MODO: traição, PAGA OU PROMESSA
emboscada ou DE RECOMPENSA.
dissimulação

• Homicídio Culposo
• Perdão judicial o HC admite quando as conseqüências do crime
tornam a punição desnecessária.
• HC no CBT – A jurisprudência admite perdão judicial neste crime.

• Aumento de pena – doloso Circunstanciado e culposo


o Quando o Homicídio doloso tem pena aumentada?
 Menor de 14 e maior de 60
o Quando o Homicídio culposo tem a pena aumentada?
 Quando foi cometida com desobediência a regra técnica,
ou quando o agente tentar reparar as conseqüências dos
seus atos.

STJ: HOMICÍDIO CULPOSO. SOCORRO. VÍTIMA. Ao registrar inicialmente que o fato


em questão ocorreu antes da vigência do Código Brasileiro de Trânsito (CBT), a Turma
entendeu que, no homicídio culposo, a ausência de imediato socorro à vítima é
causa de aumento de pena (art. 121, § 4º, do CP) e que não há que se cogitar
na aplicação da atenuante genérica do art. 65, III, b, daquele mesmo código

56
quando tal socorro for efetivamente prestado, pois se cuida, sim, de dever legal do
agente causador do delito, anotado que seu cumprimento não importa mitigação da
sanção. HC 65.971-PR, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 13/9/2007.

ABORTO

• É interrupção da gestação com o resultado morte do feto.

• Não importa se a morte do feto ocorre dentro ou fora do ventre materno, podendo
configurar nos dois casos o crime de aborto.

Espécies:
1. Art. 124, CP – Auto-aborto – a gestante que provoca ou consente;
2. Art. 125, CP – Aborto sem consentimento;
3. Art. 126, CP – Aborto com consentimento;
4. Art. 128, CP – Aborto legal. Somente feito por médico. Hipóteses:
a. Necessário – para salvar a vida da gestante;
b. Sentimental – gravidez que decorre de estupro e tem que ter o
consentimento da gestante.

• P.S.: A pena do Art. 125 e 126 é aumentada se da ação abortiva resulta lesão
grave ou morte da gestante.

Complemento
INFANTICÍDIO
• É um crime privilegiado em relação ao homicídio.
• Quais os elementos?
o Sujeito ativo – Mãe em ESTADO PUERIPERAL (não se
presume este estado, tem que ser feito um exame).
o Concurso de pessoas – Admite concurso SIM.
o Sujeito passivo – Filho neo-nato ou nascente
o Momento – Durante o parto ou logo após.
 Quando? No momento do rompimento do saco
amniótico.

CRIME DE ABORTO
• É a interrupção da gravidez, com a conseqüente morte do feto
• É uma exceção a Teoria Monista, porque a Gestante responde pelo
Crime do art. 124 e o terceiro pelo Crime do art. 126.

Espécies previstas são 03:


A) Auto aborto – Crime próprio, só a mãe.

B) Aborto Provocado - Praticado por TERCEIRO sem o consentimento

C) Aborto Consensual - praticado por TERCEIRO com o consentimento

• Formas qualificadoras (pena maior)


o Se decorrer lesão grave ou morte,só se aplica nos crimes do
artigo 125 e 126.
• Excludentes de ilicitude (Aborto considerado legal).
o Aborto Legal - Quando praticado por médico, não parteira ou
outro profissional da saúde. Em dois casos:
 Aborto Necessário – aquele praticado para salvar a vida
57
da paciente.
 Aborto sentimental – é aquele que ocorre em
decorrência de estupro com a autorização da paciente.
 STF e STJ não admitem o aborto Eugênico.

CRIME DE INDUZIMENTO AO SUICÍDIO (AUXÍLIO AO SUICÍDIO)


• Condutas: INDUZIR, INSTIGAR e AUXILIAR
• Sujeito passivo: Hot! hot! É qualquer pessoa, mas esta tem que ter
consciência do que esta fazendo.
• Consumação: hot! hot! Só se consuma com a lesão grave ou morte
(mesmo quando o ato de suicídio não se consuma.
• Tentativa: não admite.

Questões Cespe
A) Fábio induziu Marília, portadora de desenvolvimento mental retardado — síndrome de
Down — a praticar suicídio. Posteriormente, após Marília ter aderido à idéia, Fábio
emprestou-lhe um revólver, vindo ela a se matar. Nessa situação, Fábio responderá por
A induzimento a suicídio.
B instigação a suicídio.
C auxílio a suicídio.
D homicídio. CORRETA

B) Considere que uma gestante, sóbria, estando na direção de seu veículo automotor,
solida, culposamente, com um poste, causando, em razão do impacto sofrido, o aborto.
Nessa situação, a conduta da gestante
A corresponde ao delito de homicídio.
B corresponde ao delito de lesão corporal culposa.
C corresponde ao delito de aborto provocado pela gestante.
D não gera responsabilidade, haja vista a inexistência de previsão legal para a
modalidade culposa de aborto. CORRETA

FURTO

Subtrair coisa alheia móvel para si ou para outrem.

 Subtrair é tirar de forma clandestina.


 Coisa é todo objeto móvel passível de apreensão, tendo valor relevante.
 Alheia é aquilo que é de terceiro.
 Móvel é aquilo que dá para se deslocar sem destruir.
 Para si ou para outrem – ânimo de tirar a coisa de forma definitiva do patrimônio
da vítima para que integre outro patrimônio.

 P.S.: O furto de coisa comum – Art. 156, CP – é crime de ação penal condicionada.

 P.S.: Furto famélico – é o praticado em estado de necessidade para satisfazer


necessidade alimentícia e imediata.

58
FURTO PRIVILEGIADO:
1) Requisitos:
a. Primário – não reincidente.
b. E pequeno valor a coisa (salário mínimo).
2) Efeitos:
a. Reclusão pode ser convertida em detenção;
b. Diminui a pena de 1 a 2/3; ou,
c. Converte em multa.

3) Qualificadora do furto – Art. 155, §4º, CP:


a. Rompimento de obstáculo – o obstáculo é o objeto exterior a coisa que
deve ser vencido para a subtração – necessário violência contra o
obstáculo;
b. Destreza (habilidade do punguista – “mão leve” – a vítima não percebe a
subtração – só qualifica quando é necessária), abuso de confiança (não
basta a relação de emprego), escalada (entrada por via anormal em prédio
no sentido de construção – tem que ter esforço) e a fraude (a mentira é
utilizada para afastar a vigilância da vítima. É diferente do estelionato, em
que a mentira é utilizada para iludir a vítima, que entrega a coisa de forma
definitiva);
c. Emprego de chave falsa – é o que abre o mecanismo de segurança de
forma normal. Não precisa parecer chave;
d. Concurso de agentes – prevalece que conta o menor

DICAS DO ROUBO:
1. Prevalece nos Tribunais Superiores que não é necessária a posse tranqüila para
consumação do crime de roubo;

2. CAI!!! Prevalece nos Tribunais Superiores que o emprego de arma de brinquedo


NÃO aumenta a pena do crime de roubo.

3. A privação de liberdade da vítima aumenta a pena no crime de roubo. Deve ser


interpretada da seguinte forma:
a. A privação de liberdade irrelevante não influência a pena;
b. A privação de liberdade relevante e necessária configura a causa de
aumento do inciso V do §2º;
c. A privação de liberdade desnecessária e relevante configura crime de
roubo em concurso com crime de seqüestro.

DICAS DO ESTELIONATO POR MEIO CHEQUE:


1. A reparação do dano até o recebimento da denúncia torna o fato irrelevante penal;

2. O estelionato por meio de cheque pré-datado descaracteriza o crime;

3. O uso de cheque sem fundo para pagar dívida inexigível (dívida de jogo,
prostituição) não configura crime.

STJ: COMPETÊNCIA. FRAUDE ELETRÔNICA. INTERNET. CONTA-CORRENTE.


BANCO. O cerne da questão consiste em se determinar o juízo competente para
processar e julgar crime de transferências eletrônicas bancárias sem
consentimento do correntista para outra pessoa via internet em detrimento da
CEF. No caso dos autos, a fraude foi usada para burlar o sistema de proteção e
vigilância do banco sobre os valores mantidos sob sua guarda, configurando
crime de furto qualificado por fraude e não estelionato. Assim, considera-se
consumado o crime de furto no momento em que o agente torna-se possuidor da
resfurtiva, ou seja, no momento em que o bem subtraído sai da esfera de disponibilidade
da vítima. No caso, a conta-corrente da vítima estava situada em Porto Alegre-RS, local
da consumação do delito (art. 155, § 4º, II, do CP). Com esse entendimento, em sintonia
59
com o parecer do MPF e a jurisprudência deste Superior Tribunal, a Seção declarou
competente o Juízo Federal suscitante. Precedente citado: CC 67.343-GO. CC 72.738-RS,
Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 8/8/2007.

STF: ROUBO E MOMENTO CONSUMATIVO; A Turma, por maioria, indeferiu habeas


corpus em que se pleiteava a tipificação da conduta dos pacientes na modalidade
tentada do crime de roubo, ao argumento de que não houvera a cessação da
ameaça/violência a legitimar a sua consumação, uma vez que foram surpreendidos no
instante em que a ação ocorria e sofreram interceptação imediata. Esclareceu-se,
inicialmente, que, após a subtração da coisa, os pacientes deixaram o local caminhando,
e que a vítima, percebendo a direção que tomavam, informara à autoridade local, que,
por sua vez, efetivara a prisão dos mesmos. Aplicou-se o entendimento firmado pelo
STF, que dispensa, para a consumação do roubo, o critério de saída da coisa da
chamada “esfera de vigilância da vítima” e se contenta com a verificação de
que, cessada a clandestinidade ou a violência, o agente tenha tido a posse da
res furtiva, ainda que retomada, em seguida, pela perseguição imediata.
Vencido o Min. Marco Aurélio que, salientando a transcrição do depoimento da vítima a
revelar que não perdera os agentes de vista, considerou que o recurso especial, ao
restabelecer a sentença que condenara os pacientes por roubo consumado, não tinha
condições de ser conhecido. Precedentes citados: RE 102490/SP (DJU de 16.8.2001); HC
89958/SP (DJU de 27.4.2007); HC 89653/SP (DJU de 23.3.2207). HC 89959/SP, rel. Min.
Carlos Britto, 29.5.2007. (HC-89959

Crimes contra o patrimônio


1) FURTO – art. 155, CP
• Espécies:
o Furto Simples: Subtrair sem o consentimento da vítima. Se a
vítima entrega o bem não é furto é Apropriação indébita.
o Furto Noturno - Repouso noturno: (causa de aumento de pena
em 1/3); é o horário em que habitualmente se encontram
repousando.
 Só se aplica ao furto simples.
• Furto Privilegiado ou mínimo: Quando a “coisa”for de pequeno
valor 01 sal min) e o criminoso for primário. O juiz pode:
 Diminuir a pena de reclusão pela de detenção
 Diminuí-la de um a dois terços
 Aplicar somente pena de multa.
• Furto Qualificado:
 Rompimento do obstáculo
 Furto mediante fraude
 Escalada
 Destreza
 Abuso de confiança
 Chave falsa
 Subtração de veículo automotor que venha a ser
transportado para outro Estado ou para o Exterior.
• Momento consumativo do furto:
o STF; STJ – É o momento em que a coisa sai da esfera de
disponibilidade da vítima.

2) ROUBO art. 157, CP

60
• Crime complexo em sentido estrito (conjugado 02 tipos penais
autônomos).
• Espécies
o Roubo Próprio (caput) : PRIMEIRO VEM A VIOLÊNCIA OU GRAVE
AMEAÇA, DEPOIS A SUBTRAÇÃO.
o Roubo Impróprio (parágrafo primeiro): PRIMEIRO VEM A
SUBTRAÇÃO, DEPOIS A VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA.
o Causa de aumento de pena (157, parágrafo 2): Emprego de
arma (mais importante, tem outros...)
 Posição STF/STJ – arma de brinquedo, arma ineficaz e
simulação de arma não permitem a causa de aumento
de pena.
o Formas qualificadoras:
 Roubo seguido de Lesão Grave ou
 Roubo seguido de Morte (há o crime de Latrocínio) – só
este é hediondo
• Súmula STF , 610 – Latrocínio, morte
consumada, é latrocínio consumado. Se tentado
o latrocínio é tentado.
 Pode ser produzido de forma dolosa ou culposa
o Momento consumativo:
 Roubo Próprio – a mera detenção da coisa já configura a
consumação, admite tentativa.
 Roubo Impróprio – A retirada da coisa da esfera da
vítima depois que terminou a violência. Consuma com a
realização da violência.

3) EXTORSÃO
4) EXTORSÃO mediante seqüestro – art. 159, CP
o É crime formal, permanente, consuma-se com o constrangimento da
vítima (com o seqüestro).
5) DANO
6) APROPRIAÇÃO INDÉBITA – art. 168, CP
o Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a
detenção.
o Sujeito ativo – O sujeito ativo tem a posse ou a detenção desvigiada, a
ele confiada pelo sujeito passivo passa a se comportar como se fosse
dono.
o Dolo Subseqüente -

7) APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA


9) RECEPTAÇÃO – art. 180, CP
o Receptação qualificada
o Receptação culposa

STJ: ROUBO. ARMA DE FOGO. PERÍCIA. REINCIDÊNCIA. AGRAVANTE.


INDIVIDUALIZAÇÃO. PENA. Para configurar a causa especial do aumento de
pena (art. 157, §º 2º, I, do CP), não são necessárias a apreensão e a perícia na
arma de fogo utilizada no roubo, quando as demais provas constantes dos
autos são firmes sobre sua efetiva utilização na prática da conduta criminosa.
Na espécie, foram disparados tiros para o alto no intuito de intimidar as vítimas durante o
assalto, circunstância por si só, caracterizadora da real possibilidade lesiva da arma.
Ademais, restando comprovada no momento da dosimetria da pena a reincidência, a
sanção deverá ser sempre agravada, sob pena de violação ao comando disposto no art.
61, I, do CP. Precedentes citados: REsp 838.154-RS, DJ 18/12/2006, REsp 822.161-RS, DJ
30/10/2006, e HC 18.818-SP, DJ 15/4/2002. REsp 965.998-RS, Rel. Min. Napoleão Nunes
Maia Filho, julgado em 25/9/2007.

61
STJ: ROUBO. FURTO. CONCURSO. AGENTES. ANALOGIA. Descabida a aplicação
analógica do art. 157, § 2º, II, CP, que trata do aumento de pena no crime de
roubo, ao crime de furto qualificado, mormente em razão do concurso de agentes
(CP, art. 155, § 4º, IV). Precedentes citados: REsp 540.768-RS, DJ 24/11/2003, e REsp
401.274-RS, DJ 4/8/2003. REsp 916.977-RS, Rel. Min. Carlos Fernando Mathias (Juiz
convocado do TRF 1ª Região), julgado em 16/10/2007.

STJ: HABEAS CORPUS. ESTELIONATO. TRANCAMENTO. AÇÃO PENAL O paciente


comprou grande quantidade de milho, e os primeiros cheques para pagamento foram
devidamente compensados. Posteriormente, fez uma outra compra a prazo e deu em
garantia cheques que acabaram sendo objeto do procedimento criminal instaurado (art.
171, § 2º, VI, segunda figura, do CP). Mas o Min. Relator observou pairar dúvidas quanto à
emissão dos mencionados cheques em garantia de dívida, pois o ofendido não deixou
claro tratar-se de cheques sem suficiente provisão de fundos, de ordem de pagamento à
vista. E, diante disso, não havendo clareza quanto a se tratar de ordens de
pagamento à vista, falou-se até em pagamento a prazo. A Turma deu
provimento ao recurso ordinário com a finalidade de extinguir a ação penal.
RHC 20.600-GO, Rel. Min. Nilson Naves, julgado em 9/10/2007.

STF: NATUREZA DO CRIME DE ESTELIONATO CONTRA A PREVIDÊNCIA A Turma


concluiu julgamento de habeas corpus em que condenado à pena de um ano e oito
meses de reclusão e multa pela prática do crime previsto no art. 171, § 3º, do CP
pretendia a declaração de extinção da punibilidade pela ocorrência da prescrição
retroativa, haja vista que o delito fora cometido em 4.10.94 e a denúncia recebida em
23.11.99. Tratava-se de writ impetrado contra decisão do Presidente do STJ que negara
seguimento a recurso ordinário ao fundamento de não restar atendida a exigência
constitucional estabelecida pelo art. 102, II, a, qual seja, cuidar-se de decisão colegiada
de Tribunal Superior — v. Informativo 461. Tendo em conta que a pena aplicada seria
inferior a 2 anos e que já transcorrido o prazo prescricional de 4 anos (CP, art. 109, V),
deferiu-se a ordem para fulminar, ante a prescrição retroativa, a pretensão punitiva.
Inicialmente, salientou-se que a interposição de recurso ordinário pressupõe decisão de
Tribunal Superior formalizada por colegiado e que, na espécie, seria cabível agravo contra
o ato individual do relator indeferindo o habeas. Quanto à prescrição, informou-se
que o paciente fora condenado por haver viabilizado, mediante fraude e na
qualidade de servidor do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, o
reconhecimento de benefício previdenciário. Considerou-se que a fraude
perpetrada pelo agente consubstancia crime instantâneo de resultados
permanentes, não obstante tenha repercutido no tempo e beneficiado terceiro.
Precedente citado: HC 80349/SC (DJU de 4.5.2001). HC 86467/RS, rel. Min. Marco Aurélio,
23.4.2007. (HC-86467).

STF: COLA ELETRÔNICA E TIPIFICAÇÃO PENAL Em conclusão de julgamento, o


Tribunal, por maioria, rejeitou denúncia apresentada contra Deputado Federal, em razão
de ter despendido quantia em dinheiro na tentativa de obter, por intermédio de cola
eletrônica, a aprovação de sua filha e amigos dela no vestibular de universidade federal,
conduta essa tipificada pelo Ministério Público Federal como crime de estelionato (CP, art.
171), e posteriormente alterada para falsidade ideológica (CP, art. 299) — v. Informativos
306, 395 e 448. Entendeu-se que o fato narrado não constituiria crime ante a
ausência das elementares objetivas do tipo, porquanto, na espécie, a fraude
não estaria na veracidade do conteúdo do documento, mas sim na utilização de
terceiros na formulação das respostas aos quesitos. Salientou-se, ainda, que,
apesar de seu grau de reprovação social, tal conduta não se enquadraria nos
tipos penais em vigor, em face do princípio da reserva legal e da proibição de
aplicação da analogia in malam partem. Vencidos os Ministros Carlos Britto, Ricardo
Lewandowski, Joaquim Barbosa e Marco Aurélio, que recebiam a denúncia. Inq 1145/PB,
rel. orig. Min. Maurício Corrêa, rel. p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes, 19.12.2006. (Inq-
1145).

STJ: ESTELIONATO. REPARAÇÃO. DANO. ARREPENDIMENTO. Trata-se de habeas


corpus impetrado pela Defensoria Pública em favor de paciente condenada, como

62
incursa na sanção do art. 171, caput, do CP, à pena de um ano de reclusão, substituída
por restritiva de direito. Postula seja declarada a extinção da punibilidade ao alegar que
não houve prejuízo decorrente da conduta, pois a paciente restituiu à vítima os valores
obtidos ilicitamente. Solicita, também, a aplicação da Súm. n. 554-STF e o disposto no
art. 34 da Lei n. 9.249/1995, a qual determina a extinção da punibilidade quando há o
pagamento dos tributos devidos antes do recebimento da denúncia. Explicou o Min.
Relator que o estelionato consumou-se no momento em que a paciente obteve
a vantagem ilícita e a vítima experimentou o prejuízo. Assim, a reparação do
dano foi posterior à consumação do estelionato, o que autoriza, tão-somente, o
reconhecimento da causa de redução da pena prevista no art. 16 do CP.
Outrossim, a reparação do dano anteriormente ao recebimento da denúncia
exclui o crime de estelionato em sua forma base, pois a Súm n. 554-STF só tem
aplicação para o crime de estelionato na modalidade de emissão de cheques
sem fundos (art. 171, § 2º, VI, do CP). Por último, aduziu ser inviável a
aplicação do art. 34 da Lei n. 9.249/1995 ao crime de estelionato. Com esse
entendimento, a Turma denegou a ordem de habeas corpus. Precedentes citados:
RHC 20.387-BA, DJ 30/4/2007, e RHC 13.554-RN, DJ 3/11/2003. HC 61.928-SP, Rel. Min.
Felix Fischer, julgado em 4/9/2007.

Questões Cespe
De acordo com a legislação penal e a jurisprudência pátria, sobretudo do STJ e do STF,
assinale a opção correta.
A O arrependimento posterior é compatível com o delito de roubo.
B O crime de extorsão consuma-se com a obtenção da vantagem indevida.
C Cultivar plantas destinadas à preparação de entorpecentes é crime, segundo a Lei de
Tóxicos. CORRETA
D A condenação por extorsão mediante seqüestro, delito tido como hediondo, deve ser
cumprida em regime integralmente fechado, estando vedada a progressão de regime.

Assinale a opção correta, considerando a jurisprudência do STJ e do STF.


A O STJ não admite a aplicação do princípio da bagatela no crime de furto, ainda que seja
insignificante o valor dos bens furtados.
B O STF nega a possibilidade de se atribuir à pessoa jurídica capacidade para a prática de
crime ambiental.
C O uso de arma de brinquedo justifica aumento de pena no caso de roubo.
D O STJ não admite extinção da punibilidade pela prescrição em perspectiva. CORRETA.

No crime de apropriação indébita previdenciária, o pagamento integral dos débitos


oriundos da falta de recolhimento de contribuições sociais, efetuado posteriormente ao
recebimento da denúncia, é
A causa de exclusão da tipicidade.
B causa de extinção da punibilidade. CORRETA
C indiferente penal.
D circunstância atenuante.

O agente que, na qualidade de servidor do INSS, obtém de forma indevida a concessão


de benefício previdenciário junto ao INSS, em favor de terceiro, pratica o crime de
A peculato-furto.
B apropriação indébita.
C estelionato. CORRETA
D corrupção passiva.

13 º aula –

CRIME DE LESÃO CORPORAL


o Lesão dolosa pode ser:
• Leve
• Grave
63
• Gravíssima

Crimes contra a honra (dignidade humana)


• Vem previsto também no Código Penal Militar e na Lei de Imprensa.
• Calúnia, Injúria e Difamação – São todos crimes formais

CALÚNIA DIFAMACÃO INJÚRIA


Imputar falsamente FATO Imputar um FATO Ofender a dignidade ou o
definido como crime. determinado desabonador decoro.
à reputação. Trata-se da imputação de
Não precisa ser falso ou qualidade negativa a
criminoso alguém.
Protege a honra OBJETIVA Protege a honra OBJETIVA Protege a honra SUBJETIVA
(HO). - HS

HO – Pode ser HS – É o juízo que


compreendida como o determinada pessoa faz
juízo que terceiros fazem acerca de seus atributos.
acerca dos atributos de
alguém.
Se consuma quando Se consuma quando Se consuma quando
chegar ao conhecimento chegar ao conhecimento chegar ao conhecimento
de terceiro de terceiro da vítima
Admite retratação Admite retratação
NÃO admite retratação
Posso reparar a honra Retratação – o agente que
objetiva desdiz o que disse até o
momento da sentença,
tem extinta a punibilidade.
Admite em regra a NÃO - Admite em regra a Admite em regra a
EXCEÇÃO DA VERDADE EXCEÇÃO DA VERDADE, EXCEÇÃO DA VERDADE
para demonstrar que o
fato imputado não é falso: salvo quando o ofendido
for funcionário público em
EV não é cabível - exercício da função (é de
Exceções: interesse público)
- Quando o ofendido for
Presidente da República ou
Chefe de Governo
Estrangeiro

• Excludente de ilicitude só DIFAMAÇÃO OU INJÚRIA, possibilidades:


o Ofensa rogada em juízo pelas partes e seus procuradores.
o Opinião desfavorável emitida por funcionário público no exercício da
função (ele que ofende)
o Crítica artística ou literária

• AÇÕES PENAIS (ver em Processo penal)

64
STF: INTENÇÃO DE CALUNIAR E FALTA DE JUSTA CAUSA. Por ausência de justa
causa, a Turma deferiu habeas corpus para trancar ação penal instaurada contra
sargento do Exército acusado pela suposta prática do crime de calúnia
contra superior hierárquico (CPM, art. 214, caput, c/c o art. 218, II). No caso,
o paciente, considerando-se vítima do crime de abuso de autoridade, apresentara
queixa-crime contra oficiais superiores. Em decorrência disso, esses oficiais, perante
a justiça castrense, representaram ao Ministério Público Militar, que propusera a
citada ação penal por delito contra a honra. Inicialmente, assentou-se a
legitimidade do Ministério Público Militar para propor a ação penal militar,
que é sempre incondicionada e de atribuição exclusiva do parquet.
Salientando, na espécie, a desnecessidade de exame aprofundado dos elementos de
prova e tendo em conta as informações contidas na denúncia e na sentença
condenatória, entendeu-se que o comportamento do paciente não revelaria intenção
de caluniar, o que afastaria a configuração do elemento subjetivo essencial à
caracterização do tipo penal em causa. Aduziu-se, nesse sentido, que a insistência do
paciente em buscar a punição de seus superiores por eventual delito de abuso de
autoridade não deveria ser tida como intenção de praticar o crime. Ademais,
asseverou-se que a busca do direito perante o Poder Judiciário não poderia acarretar
a presunção da existência do ânimo de calúnia. HC 86466/RS, rel. Min. Menezes
Direito, 30.10.2007. (HC-86466)

STJ: OFENSA. HONRA. ADVOGADO. MAGISTRADO Trata-se de queixa-crime em


que o querelado, advogado, imputou ao querelado, desembargador relator
de exceções de suspeição, a ofensa em sua honra objetiva e subjetiva ao
afirmar, no exercício de suas funções, em sessão de julgamento, que “o causídico que
patrocinava o excipiente tenta induzir em erro este Tribunal, suscitando alegações
infundadas e omitindo a realidade dos fatos”. Ressaltou o Min. Relator que, no
exercício da função jurisdicional e como fundamento de decisão, o desembargador
atentou para a conduta do causídico porque os argumentos utilizados não se
sustentavam na exceção de suspeição. Ademais, não se pode inferir das expressões
utilizadas pelo querelado, relacionadas com o mérito da decisão, a vontade de injuriar
ou difamar o querelante. O querelado, no estrito cumprimento do dever legal, a
teor do art. 41 da Loman, não pode ser punido ou prejudicado pelas opiniões
que manifestar ou pelo teor das decisões que proferir. No caso concreto, nem
houve excesso de linguagem ou conduta ofensiva. Acrescentou que, nos termos
do art. 142, III, do CP, não constitui injúria ou difamação punível o conceito
desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação
prestada no cumprimento de dever de ofício. Diante do exposto, a Corte Especial
rejeitou a queixa-crime. Precedentes citados do STF: QC 501-DF, DJ 28/11/1997; do
STJ: APn 256-PE, DJ 1º/8/2006. APn 482-PA, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros,
julgada em 17/10/2007.

Questão Cespe
Assinale a opção incorreta no que se refere aos crimes contra a honra.
A A calúnia é a falsa imputação a alguém de fato definido como crime.
B Na injúria, não se imputa fato determinado, mas se formulam juízos de valor,
exteriorizando-se qualidades negativas ou defeitos que importem menoscabo, ultraje ou
vilipêndio de alguém.
C O crime de difamação consiste na imputação de fato que incide na reprovação
éticosocial, ferindo, portanto, a reputação do indivíduo, pouco importando que o fato
imputado seja ou não verdadeiro.
D A imunidade processual, conferida aos advogados pela Constituição da República e
pelo Código Penal, abrange o delito de calúnia. CORRETA

CRIMES CONTRA OS COSTUMES


1. ESTUPRO
2. ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR
3. POSSE SEXUAL MEDIANTE FRAUDE]

65
4. ATENTADO AO PUDOR MEDIANTE FRAUDE
5. ASSÉDIO SEXUAL
6. CORRUPÇÃO DE MENORES
7. CASA DE PROSTITUIÇÃO
8. RUFIANISMO
9. TRÁFICO INTERNACIONAL DE PESSOAS
10. TRÁFICO INTERNO DE PESSOAS

STF: ESTUPRO E ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR: CRIME CONTINUADO; Em face


de empate na votação, a Turma deferiu habeas corpus impetrado em favor de
condenado pela prática dos crimes de estupro e de atentado violento ao pudor
para determinar a unificação das penas pelo reconhecimento de crime
continuado. Entendeu-se que a circunstância de esses delitos não possuírem
tipificação idêntica não seria suficiente a afastar a continuidade delitiva, uma
vez que ambos são crimes contra a liberdade sexual e, no caso, foram
praticados no mesmo contexto fático e contra a mesma vítima. Vencidos, no
ponto, os Ministros Carlos Britto, relator, e Cármen Lúcia que aplicavam a orientação da
Corte, no sentido de que o estupro e o atentado violento ao pudor, ainda que praticados
contra a mesma vítima, caracterizam hipótese de concurso material. Por unanimidade,
deferiu-se o writ para afastar o óbice legal do art. 2º, § 1º, da Lei 8.072/90, declarado
inconstitucional, de modo a que o juiz das execuções analise os demais requisitos da
progressão do regime de execução. Rejeitou-se, ainda, a alegação de intempestividade
do recurso especial do Ministério Público, ao fundamento de que, consoante assentado
pela jurisprudência do STF, as férias forenses suspendem a contagem dos prazos
recursais, a teor do art. 66 da LOMAN. HC 89827/SP, rel. Min. Carlos Britto, 27.2.2007.
(HC-89827)
Questões Cespe
Assinale a opção correta segundo o STJ.
A Há como reconhecer-se a continuidade delitiva entre os crimes de roubo e de
extorsão.
B Há como reconhecer-se a continuidade delitiva entre os crimes de estelionato e
de receptação.
C O bem jurídico protegido na falsidade ideológica é o patrimônio público.
D No crime de atentado violento ao pudor, a causa de aumento de pena prevista
na Lei dos Crimes Hediondos incide somente se do crime resultar lesão corporal de
natureza grave ou morte. CORRETA

A conduta de constranger alguém com o intuito de obter favorecimento sexual,


aproveitando-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência
inerente ao exercício do emprego, corresponde ao delito de
A estupro.
B ameaça.
C assédio sexual. CORRETA
D constrangimento ilegal.

Marcelo induziu Letícia em erro, fazendo que ela se enganasse sobre a identidade pessoal
dele. Devido ao ardil, Letícia concordou em ter com ele conjunção carnal. Nessa situação
hipotética, a conduta de Marcelo é classificada no direito penal como
A posse sexual mediante fraude. CORRETA
B assédio sexual.
C atentado violento ao pudor.
D atentado ao pudor mediante fraude.

Assinale a opção correta acerca do direito penal.


A O delito de corrupção de menores prescinde da efetiva corrupção do menor,
bastando, para a sua configuração, a prova de participação do inimputável em
crime juntamente com agente maior de 18 anos. CORRETA
B Os delitos de estupro e de atentado violento ao pudor, em sua forma simples,
não configuram modalidades de crime hediondo.

66
C O crime de denunciação caluniosa dispensa a ciência, pelo agente, da inocência
do acusado.
D No caso de crime cometido no âmbito de uma empresa, o simples fato de o réu
ser administrador da empresa autoriza a instauração de processo criminal pelo
crime, mesmo se não restar comprovada a mínima relação de causa e efeito entre
as imputações e a condição de dirigente da empresa.

CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA


1. QUADRILHA OU BANDO
2. APOLOGIA AO CRIME

STF: QUADRILHA E MOMENTO DA CONSUMAÇÃO. Aplicando o entendimento


firmado pela Corte no sentido de que o crime de quadrilha ou bando (CP,
art. 288), por ser delito autônomo e formal, se consuma no momento em
que se concretiza a convergência de vontades e independe da realização
ulterior do fim visado, a Turma indeferiu habeas corpus em que requerido o
trancamento de ação penal. Alegava-se, na espécie, falta de justa causa, pois o feito
estaria embasado em meras suposições de que o paciente integraria organização
criminosa e de que a inicial acusatória seria genérica, por não descrever a sua
conduta, bem como não apontaria indícios mínimos de autoria. Considerou-se que a
denúncia oferecida estaria formal e materialmente apta para dar ensejo à
persecução penal, atendendo os requisitos do art. 41 do CPP, com a descrição
individualizada da conduta delituosa supostamente praticada pelo paciente,
permitindo o amplo exercício de sua defesa. Afastou-se, ainda, a alegação de que os
fatos imputados ao paciente seriam inverídicos, uma vez que o seu exame
demandaria análise aprofundada das provas, incabível na via eleita. Ademais, no
ponto, salientou-se a complexidade do caso, a envolver 12 acusados e vários
processos incidentes. Precedentes citados: HC 81260/ES (DJU de 14.6.2002); HC
84768/PE (DJU de 27.5.2005); HC 72992/SP (DJU de 14.11.96); HC 81260/ES (DJU de
14.6.2002); HC 89433/MG (DJU de 6.11.2006); RHC 88144/SP (DJU de 2.6.2006). HC
88978/DF, rel. Min. Cezar Peluso, 4.9.2007. (HC-88978)
Considerando a legislação penal e a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ),
assinale a opção incorreta.
A A sentença penal condenatória com trânsito em julgado torna certa a obrigação
de reparar o dano causado pelo crime.
B O crime de quadrilha ou bando é um delito de natureza permanente.
C O objeto jurídico tutelado pelo delito de corrupção de menores é a proteção da
moralidade do menor e visa a coibir a prática de delitos em que existe sua
exploração.
D A apologia de contravenção penal satisfaz o elemento constitutivo do delito de
apologia de crime ou criminoso.CORRETA

CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA


1. FALSIDADE IDEOLÓGICA
2. FALSIDADE DOCUMENTAL

Questão Cespe
O sujeito que empresta seu nome para terceiro abrir empresa de fachada, sabendo que
não será a empresa estabelecida para realizar o objeto social declarado, pratica o crime
de
A falsificação de documento particular.
B falsidade documental.
C falsidade ideológica. CORRETA
D falso reconhecimento de firma.

CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


1. PECULATO
67
2. CONCUSSÃO
3. EXCESSO DE EXAÇÃO
4. CORRUPÇÃO PASSIVA
5. PREVARICAÇÃO
6. RESISTÊNCIA
7. DESOBEDIÊNCIAA]
8. DESACATO
9. CORRUPÇÃO ATIVA

CORRUPÇÃO PASSIVA CONCUSSÃO EXCESSO DE EXAÇÃO


O funcionário EXIGE a
vantagem
Solicitar
Receber ou Exigir vantagem Exigir tributos ou
Aceitar promessa Consuma-se contribuição social, que
sabe ou devia saber se
indevido ou não ...
Vantagem indevida Vantagem indevida NÃO vantagem
indevida
Se houver violação do
dever haverá uma .x. .x.
corrupção passiva
qualquer

PREVARICAÇÃO
• Retardar, deixar de praticar ou praticar contra lei um ato de ofício.
• Motivo: em atendimento a sentimento ou interesse pessoal
• Tipo misto alternativo: É aquele composto por diversos verbos que praticados
isoladamente já configura crime. Ex. Art 319ª – Prova – Crime omissivo; próprio;
sujeito ativo próprio, para o preso é considerado falta grave.

PECULATO
• Doloso – peculato próprio “caput” – peculato-apropriação
Peculato- desvio
Peculato Impróprio – ou peculato-furto - subtrair
Concorrer para a subtração

• Culposo – Art. 312, parágrafo 2 e 3 – se o funcionário concorre culposamente com


crime de outro.
o Mediante erro de outrem – peculato – estelionato – art. 313,CP

STJ: CORRUPÇÃO ATIVA. PAGAMENTO. PROPINA EXIGIDA. TESTEMUNHO


INDIRETO.Não configura corrupção ativa sujeitar-se a pagar a propina exigida
pela autoridade policial, sobretudo se, na espécie, não houve obtenção de
vantagem indevida com o pagamento da quantia. No nosso sistema penal, não se
aceita a confissão extrajudicial obtida mediante depoimento informal (sabidamente
classificado como prova ilícita), porém não se obsta, em princípio, aceitar o testemunho
indireto, ou por ouvir dizer. Precedentes citados do STF: HC 80.949-RJ, DJ 14/12/2001; do
STJ: HC 22.371-RJ, DJ 31/3/2003. HC 62.908-SE, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em
6/11/2007.

68
STJ: DESOBEDIÊNCIA. SOLICITAÇÃO. HC. LIMINAR. A regra é que não se aceite, no
âmbito deste Superior Tribunal, habeas corpus para combater liminar em outro writ
(Súm. n. 691-STF). Porém certo é que o teor do referido enunciado pode ser mitigado
enquanto presente flagrante violação de direito subjetivo, tal como no caso, em que o
relator, no Tribunal a quo, em decisão monocrática, não outorgou a tutela
mandamental evidentemente cabível frente à atipicidade da conduta objeto da ação
penal. Em verdade, o crime de desobediência (art. 330 do CP) ora imputado
pressupõe necessariamente a existência de uma ordem inequívoca exarada
por funcionário público e comunicada ao destinatário de forma legal, anotado
que, uma vez caracterizado o delito, não há que se falar em elisão por
ulterior acatamento da determinação. No caso, os ofícios expedidos pelo
juízo solicitavam (e não ordenavam ou determinavam) que se agendasse dia
e hora para que o paciente, então deputado federal detentor dessa
prerrogativa processual, prestasse depoimento, o que não se confunde com
ordem judicial para fins de incidência do art. 330 do CP. Note-se que os
ofícios sequer continham o clássico alerta ao destinatário de que seu
descumprimento importaria em crime, ou mesmo a genérica cláusula de “sob
as penas da lei”, daí concluir-se pela inexistência de ordem, sendo forçoso o
trancamento da ação penal por manifesta atipicidade da conduta do
paciente. Com esse entendimento, a Turma, ao prosseguir o julgamento, concedeu a
ordem. Precedentes citados do STF: HC 90.172-SP, DJ 17/8/2007; do STJ: HC 49.517-PI,
DJ 26/3/2007. HC 86.429-SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em
13/9/2007.

Questão Cespe
Considerando os crimes contra a administração pública, assinale a opção correta.
A O agente que, valendo-se das atribuições de um assessor de funcionário público,
lhe promete ou oferece vantagem indevida, para determiná-lo a praticar, omitir ou
retardar ato de ofício, comete crime de corrupção ativa. CORRETA
B O sujeito que atribui a si mesmo a prática de crime inexistente ou que foi
cometido por terceiro pratica denunciação caluniosa.
C Há corrupção ativa no caso de o sujeito, sem oferecer ou prometer qualquer
utilidade ao funcionário público, pedir-lhe que “dê um jeitinho” em sua situação
perante a Administração Pública.
D No favorecimento pessoal, o sujeito visa tornar seguro o proveito do delito; no
real, o objetivo é tornar seguro o autor do crime antecedente.

Assinale a opção correta, de acordo com o ordenamento penal brasileiro.


A No peculato, a restituição do valor desviado importa, por si só, o afastamento do
animus rem sibi habendi porque, para a caracterização desse tipo penal, é
necessária a efetiva obtenção da vantagem ilícita.
B A doutrina penal brasileira instrui que o dolo, ainda que eventual, conquanto
constitua elemento subjetivo do tipo, deve ser compreendido sob dois aspectos: o
cognitivo, que traduz o conhecimento dos elementos objetivos do tipo, e o volitivo,
configurado pela vontade de realizar a conduta típica. CORRETA
C A consumação do crime de estelionato se dá independentemente da efetiva
obtenção de vantagem ilícita, em detrimento de outrem, mediante sua indução ou
manutenção em erro, utilização de artifício, ardil ou fraude.
D O crime de estupro, se perpetrado em sua forma simples ou com violência
presumida, não é considerado crime hediondo.

Assinale a opção correta acerca do direito penal.


A O recolhimento à prisão domiciliar somente será admitido aos apenados
submetidos aoregime aberto, sem exceções.
B O médico de hospital credenciado pelo SUS que presta atendimento a segurado,
por ser considerado funcionário público para efeitos penais, pode ser sujeito ativo
do delito de concussão. CORRETA
C O assalto praticado por policiais militares que, em trajes civis e com carro civil,
abalroarem o carro da vítima, apenas coincidentemente policial militar, mas
também em traje e carro civil, quando então anunciarem e consumarem o delito, é
crime militar.
69
D Aplica-se a atenuante da confissão espontânea quando a confissão extrajudicial
efetivamente sirva para alicerçar a sentença condenatória, desde que não haja
retratação em juízo.

Pedro, funcionário público, deixou de praticar ato de ofício, com infração de dever
funcional, cedendo à influência de Daniele, sua namorada. Nessa situação hipotética, a
conduta de Pedro se amolda ao tipo de crime, previsto no Código Penal, de:
A tráfico de influência.
B corrupção passiva. CORRETA
C prevaricação.
D concussão.

CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA


1. FALSO TESTEMUNHO
2. FAVORECIMENTO PESSOAL
3. FAVORECIMENTO REAL

Questão Cespe
De acordo com a jurisprudência do STJ, a conduta do advogado que ilicitamente instrui a
testemunha a mentir em juízo incide no tipo penal denominado
A fraude processual.
B patrocínio infiel.
C participação em falso testemunho. CORRETA
D advocacia administrativa.

LEGISLAÇÃO ESPECIAL
DECRETO LEI 201/67: CRIMES DE RESPONSABILIDADE DE PREFEITOS E
VEREADORES

STF: ART. 1º, I, DO DECRETO-LEI 201/67 E DEMONSTRAÇÃO DO DOLO Em recurso


criminal, a ausência de prequestionamento não impede a concessão de habeas corpus de
ofício quando a ilegalidade é flagrante e implica constrangimento à liberdade de
locomoção. Com base nesse entendimento, a Turma, resolvendo questão de ordem,
negou provimento a agravo de instrumento por ausência de prequestionamento, mas,
concedeu, de ofício, habeas corpus para cassar a sentença que condenara o paciente por
suposta infração do art. 1º, I, do Decreto-lei 201/67 (3 vezes), em continuidade delitiva.
No caso, o acórdão recorrido concluíra pela responsabilização do paciente por
desvio de rendas públicas em favor de empreiteiros, porquanto a ele, na
qualidade de prefeito, caberia verificar os atos administrativos praticados
pelos servidores e secretários municipais, estando o dolo, dessa forma, ínsito
na própria conduta incriminada. Entendeu-se que o delito previsto no citado
art. 1º, I, do DL 201/67 somente se configura quando presente o dolo, que
pressupõe o conhecimento e a vontade de realizar os elementos da figura
típica, e que, na espécie, não bastaria o fato de o agravante deixar de fiscalizar
seus subordinados. Ademais, asseverou-se que seria imprescindível a
demonstração de que o agravante tivesse conhecimento das condutas
praticadas pelos servidores e de que quisesse o resultado ou assumisse o risco
de produzi-lo (CP, art. 18, I), situação esta não afirmada pelas instâncias de
mérito. Por fim, salientou-se ser irrelevante cogitar-se de qualificar o fato
imputado ao agente como peculato culposo, uma vez que, sendo de um ano a
pena máxima cominada ao referido crime, inevitável o reconhecimento da
prescrição. AI 516429 QO/RS, rel. Min. Sepúlveda Pertence, 25.6.2007. (AI-516429)

STJ: PREFEITO. CRIME. RESPONSABILIDADE. ATRASO. PRESTAÇÃO. CONTAS. A


denúncia atende os requisitos do art. 41 do CPP e, para a elucidação dos fatos em tese
delituosos nela descritos, necessário que se faça a regular instrução criminal, com o
contraditório e a ampla defesa assegurados. Não caberia, na fase de recebimento ou
rejeição da denúncia, a verificação da existência do elemento subjetivo do crime. Assim,
a Turma, por maioria, deu provimento ao recurso e reiterou o entendimento de
70
que o simples atraso na prestação de contas pelo prefeito é suficiente para
configurar o delito previsto no art. 1º, VI, do DL n. 201/1967, sendo irrelevante
para sua configuração que a prestação tenha sido feita antes da denúncia.
Precedentes citados: HC 11.355-BA, DJ 12/3/2001; REsp 795.899-MA, DJ 11/9/2006, e
REsp 416.233-MA, DJ 10/5/2004. REsp 448.543-MA, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima,
julgado em 6/9/2007.

CÓDIGO PENAL MILITAR

STF: ART. 28 DA LEI 11.343/2006 E CRIME MILITAR A Turma deferiu habeas corpus
para absolver militar condenado pela prática do crime de posse de substância
entorpecente em lugar sujeito à administração castrense (CPM, art. 290), decorrente do
fato de ter sido preso em flagrante quando fumava e portava cigarro de maconha no
interior de unidade militar. Tratava-se, na espécie, de writ impetrado pela
Defensoria Pública da União contra acórdão do STJ que mantivera
entendimento do STM quanto à inaplicabilidade do princípio da insignificância
no âmbito da justiça militar. Concluiu-se pela aplicação desse princípio, na
hipótese, porquanto preenchidos seus requisitos objetivos, a saber: mínima
ofensividade da conduta; ausência de periculosidade social da ação; reduzido
grau de reprovabilidade do comportamento e inexpressividade da lesão jurídica
causada. Ademais, a despeito do princípio da especialidade e em atendimento
ao princípio da dignidade da pessoa humana, considerou-se que a Nova Lei de
Drogas (Lei 11.343/2006) deveria incidir na hipótese, não obstante tal
possibilidade não tivesse sido examinada pelo STJ. No ponto, ressaltou-se que
a referida norma prevê que a distinção entre usuário de drogas e traficante
deve ter por base o caso concreto e que o primeiro precisa ser recuperado ao
invés de penalizado, tratando-se, pois, de norma claramente benéfica ao
usuário e dependente de drogas. Por fim, salientou-se que o paciente já fora punido
com exclusão das fileiras do Exército, sanção suficiente para que restassem preservadas
a disciplina e a hierarquia militares. HC 92961/SP, rel. Min. Eros Grau, 11.12.2007. (HC-
92961).

STF: ART. 28 DA LEI 11.343/2006 E CRIME MILITAR A Turma indeferiu habeas corpus
em que militar condenado à pena de reclusão pela prática do crime de posse de
substância entorpecente em lugar sujeito à administração castrense (CPM, art.
290) pleiteava a aplicação de pena alternativa, nos termos do art. 28 da Lei
11.343/2006 ou a anulação da decisão proferida pelo STM, determinando-se
nova instrução do feito, respeitado o procedimento da nova lei de drogas.
Tendo em conta o cuidado constitucional do delito militar (CF, art. 124,
parágrafo único), bem como a especialidade da legislação penal e da justiça
militares, considerou-se legítimo o tratamento diferenciado conferido ao tipo
penal militar de posse de entorpecente. Nesse sentido, asseverou-se que novos
critérios legais que passem a reger com menor ou maior rigidez o crime comum
de porte ilegal de substância entorpecente não afastam a incidência integral
das normas penais castrenses, que apresentam circunstâncias especiais
relativas aos agentes e objetos jurídicos protegidos para a aferição da
tipicidade dos crimes militares. Ademais, ressaltou-se que, na hipótese, a
especialidade do foro militar para processar e julgar o paciente seria
incontroversa, haja vista estarem presentes três elementos de conexão militar
do fato: a) a condição funcional do paciente — ex-atirador do Exército; b) o
tempo do crime — revista da tropa; e c) o lugar do crime — quartel, o que
afastaria a aplicação da legislação penal comum. HC 91767/SP, rel. Min. Cármen
Lúcia, 4.9.2007. (HC-91767)

STF: DESERÇÃO E TERMO INICIAL DA PRESCRIÇÃO A Turma indeferiu habeas corpus


em que militar, à época do fato menor de 21 anos de idade, pleiteava o reconhecimento
da prescrição da pretensão unitiva, na modalidade retroativa, ao argumento de que o
crime de deserção pelo qual fora condenado (CPM, art. 187) configuraria delito de mera
conduta. Tratava-se, na espécie, de writ impetrado pela Defensoria Pública da
União contra acórdão do STM que, por considerar a deserção crime
permanente, assentara que a prescrição somente ocorreria quando cessada a

71
permanência, de acordo com o disposto no art. 125, § 2º, c, do CPM (“§ 2º. A
prescrição da ação penal começa a correr: ... c) nos crimes permanentes, do dia
em que cessou a permanência;”). Alegava a impetração que, consumado o crime
propriamente militar e excluído o paciente do serviço ativo, tornando-se civil para todos
os efeitos, não mais subsistiria o delito, bem como a respectiva prisão. Inicialmente,
salientou-se que o paciente, ao ser capturado, recebera o benefício da “menagem”, o
que, por si, significaria a sua reinclusão aos quadros militares, afastada, assim, a
afirmação de que, porque excluído do serviço ativo, mostrar-se-ia logicamente impossível
a manutenção do crime e, por conseqüência, da prisão dela advinda. De igual modo,
rejeitou-se a alegação de que a deserção consumara-se quando o paciente era
menor de 21 anos de idade, o que inviabilizaria a aplicação da redução pela
metade dos prazos prescricionais. No ponto, aduziu-se que, consoante
demonstrado no acórdão recorrido, o militar fora recapturado após completar
essa idade e este fato servira de fundamento para que não fosse reconhecida a
prescrição. Ademais, entendeu-se que no crime de deserção, cuja consumação
tem como início o término do prazo de graça, o final da permanência ocorre
com a apresentação voluntária ou captura do agente. Daí a razão de ser da
regra especialíssima do art. 132 do mesmo CPM (“No crime de deserção, embora
decorrido o prazo da prescrição, esta só extingue a punibilidade quando o desertor atinge
a idade de 45 (quarenta e cinco) anos, e, se oficial, a de 60 (sessenta).”). Desse modo,
asseverou-se que, protraindo-se no tempo, a permanência do crime de deserção vincula
a extinção da punibilidade ao atingimento de certa idade, independentemente da fluência
dos prazos estabelecidos pelo art. 125 do CPM. Por fim, reputou-se hígida a pretensão
punitiva, porquanto, tendo em conta que o crime de deserção prevê pena de 6 meses a 2
anos de detenção, a denúncia fora recebida antes do prazo prescricional em abstrato de
4 anos (CPM, art. 125, VI).
LEI 7492/86: CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO

STF: PARTICIPAÇÃO EM CRIME DE GESTÃO FRAUDULENTA A Turma indeferiu habeas


corpus em que se pretendia o trancamento de ação penal instaurada contra denunciado
como suposto partícipe do crime de gestão fraudulenta (Lei 7.492/86, art. 4º, caput, c/c o
art. 25), em decorrência do fato de haver avalizado, em prejuízo de instituição financeira,
empréstimo reputado irregular que beneficiaria sua própria empresa. Sustentava-se, na
espécie, a inépcia da denúncia e a impossibilidade de seu recebimento, sob a alegação
de atipicidade da conduta. A impetração argumentava que o avalista, nessa
qualidade, não poderia cometer o delito de gestão fraudulenta e que a
concessão de um único aval não seria apta a configurar o tipo. Entendeu-se
que, no caso, a denúncia descrevera suficientemente a conduta do paciente ao
imputar-lhe a participação no crime de gestão fraudulenta. Nesse sentido,
asseverou-se que a condição pessoal de controlador, administrador, diretor ou
gerente de instituição financeira, por ser elementar do mencionado crime,
comunicar-se-ia ao paciente, sendo possível, dessa forma, a existência da
figura do partícipe do crime de gestão fraudulenta. Além disso, rejeitou-se a
alegação de necessidade de reiteração de condutas para a caracterização do
mencionado delito, haja vista tratar-se de crime habitual impróprio, ou
acidentalmente habitual, em que uma única ação tem relevância para
configurar o tipo, não constituindo pluralidade de crimes a repetição de atos.
Precedentescitados: HC 84238/BA (DJU de 10.9.2004) e HC 81852/RS (DJU de 14.6.2002).
HC 89364/PR, rel. Min. Joaquim Barbosa, 23.10.2007. (HC-89364)

Questão Cespe
O agente que mantém, no exterior, depósitos não declarados à repartição federal
competente pratica crime contra
A as relações de consumo.
B o sistema financeiro. CORRETA (artigo 22)
C a ordem econômica.
D a ordem tributária.

LEI 8.069/90: ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

72
STF: MEDIDA SÓCIO-EDUCATIVA DE LIBERDADE E MAIORIDADE A Turma denegou
habeas corpus em que se pretendia a extinção de medida sócio-educativa de
semiliberdade imposta ao paciente, sob a alegação de que, abstraída a internação,
cuja duração tem como limite os 21 anos de idade, a medida sócio-educativa de
liberdade não poderia ir além da maioridade penal — 18 anos, sob pena de afronta ao
princípio da reserva legal estrita. Entendeu-se que, em razão de o Estatuto da
Criança e do Adolescente - ECA não cominar abstratamente limite máximo de
duração da medida sócio-educativa de semiliberdade (art. 120, § 2º) — com
exceção do disposto no art. 121, § 3º e no art. 122, § 1º, quanto ao prazo
máximo de internação —, independentemente de o adolescente atingir a
maioridade civil, a medida de semiliberdade, assim como se dá no caso da
internação, tem como limite temporal a data em que o adolescente completa
21 anos (art. 121, § 5º). Asseverou-se, no ponto, que, no caso de imposição
de medida de internação, atingido o período máximo de 3 anos (art. 121, §
3º), o adolescente poderá ser transferido para o regime de semiliberdade,
que pode perdurar até a liberação compulsória aos 21 anos. Considerou-se
que a projeção da medida sócio-educativa de semiliberdade para além dos 18
anos decorre da remissão às disposições legais atinentes à internação.
Ressaltou-se, ademais, não existir no ECA norma expressa no sentido da
extinção da medida sócio-educativa de semiliberdade quando adolescente
completa 18 anos. Salientou-se, por fim, que a aplicação dessa medida para
além dos 18 anos decorre de texto normativo expresso, tendo em conta,
principalmente, o fato de o legislador, no que se refere às medidas sócio-
educativas (ECA, artigos 112 a 121), ter disciplinado de forma idêntica apenas as
restritivas de liberdade (semiliberdade e internação). HC 90248/RJ, rel. Min. Eros Grau,
13.3.2007. (HC-90248)

STF: MEDIDA SÓCIO-EDUCATIVA E ADVENTO DA MAIORIDADE A Turma, por


maioria, indeferiu habeas corpus em que se pleiteava a extinção da medida
sócio-educativa
STJ: COMPETÊNCIA.
de semiliberdade
PORNOGRAFIA.
aplicada ao PEDOFILIA.
paciente que,
INTERNET.
duranteA consumação
seu do crime
cumprimento,
previsto
atingira
no art.
a maioridade
241 do ECA penal.
(publicar
No caso,cena
o paciente
pornográfica
fora condenado
que envolva criança ou
ao cumprimento
adolescente),
de internação
para finspor
deofensa
fixaçãoaosdeartigos
competência,
12 e 14 da dá-se
Lei 6.368/76
no ato dae publicação das
ao art. 16imagens.
da Lei 10.826/2003
Essa é solução
e progredira
que mais para
se coaduna
a semiliberdade,
com o espírito
regimedo no
legislador
qual insculpido no
completaraart. 18
70 anos.
do CPP.
Alegava-se,
Dessarte, na
é irrelevante,
espécie, que para
o paciente
tal fixação,
não aestaria
localização
mais do provedor de
sujeito àsacesso
normas
à Internet
do Estatuto
onde asdaimagens
Criança estavam
e do Adolescente
armazenadas - ECA,
ou mesmo
por tero local da efetiva
atingido visualização
a maioridadepelos
penal.usuários.
Sustentava-se,
CC 29.886-SP,
com baseRel.
no art.
Min.121,
Maria
§ 5º,
Thereza
do ECAde Assis Moura,
(“§ 5º - Ajulgado
liberação
em 12/12/2007.
será compulsória aos 21 (vinte e um) anos de idade.”), que
não poderia ser imposta medida sócio-educativa aos maiores de 18 anos, salvo
na hipótese de prosseguimento da internação. Inicialmente, ressaltou-se que a
incidência do ECA dependerá da idade do agente no momento do fato e que o
princípio da legalidade estrita não se aplica às medidas sócio-educativas, por
não serem, tecnicamente, penas. Aduziu-se, também, que a medida de
semiliberdade não comporta prazo determinado, aplicando-se, no que couber, as
disposições relativas à internação, e que não poderá ter duração superior a 3
anos, implicando liberação compulsória quando o sócio-educando atingir a idade
de 21 anos. Nesse sentido, asseverou-se que o ECA possui objetivos, estrutura e
sistemática distintos do Código Penal e visa preservar a dignidade do menor
infrator, protegendo-o dos rigores das sanções de natureza penal, e promover a
sua reinserção no convívio social. Assim, em observância ao que prevê o art. 121
do ECA, bem como aos princípios da brevidade, excepcionalidade e respeito à
condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, que regem o instituto da
internação, entendeu-se correta a manutenção do paciente no regime de
semiliberdade, ainda que já tenha completado 18 anos. Vencido o Min. Marco
Aurélio que deferia o writ por vislumbrar no art. 121, § 5º do ECA dispositivo
consentâneo com Código Civil vigente à época em que editado o ECA, vindo a
referência aos 21 anos de idade ser revogada com o advento do novo Código
Civil, que reduziu a maioridade civil. HC 90129/RJ, rel. Min. Ricardo Lewandowski,
10.4.2007. (HC-90129).
73
Questão Cespe
Julgue os itens seguintes, que estão relacionados ao Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA) (Lei n.o 8.069/1990).
I A finalidade precípua da Lei n.º 8.069/1990 é conferir proteção integral à criança e ao
adolescente, mesmo que autor de ato infracional, buscando, no tempo fixado pela própria
norma especial, reeducar e corrigir rumos de comportamento, no interesse maior do
adolescente, que, indiscutivelmente, é também o interesse da sociedade como um todo.
II O ECA prevê que as medidas de proteção impostas podem ser substituídas a qualquer
tempo, desde que assim seja necessário.
III O delito de auxiliar na prática de ato ilícito com o escopo de enviar criança ou
adolescente ao exterior sem a observância das formalidades legais (adoção) ou com o
fito de obter lucro é crime material.
IV A medida socioeducativa de internação deve ser aplicada quando presente uma das
circunstâncias do rol taxativo previsto no ECA.
A quantidade de itens certos é igual a
A 1.
B 2.
C 3. CORRETA
D 4.

Assinale a opção correta acerca do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).


A A aplicação de medida socioeducativa cumulada com remissão enseja
necessariamente o reconhecimento da autoria e da materialidade do ato
infracional.
B O prazo da internação, por descumprimento reiterado e injustificado de medida
socioeducativa anteriormente imposta, pode exceder a três meses.
C O ECA permite a aplicação da medida socioeducativa da internação por prazo
indeterminado quando se tratar de ato infracional praticado com grave ameaça ou
violência contra pessoa, contudo também ressalva que, em nenhuma hipótese,
será ela aplicada se houver outra medida adequada. CORRETA
D A aplicação de medida socioeducativa de prestação de serviços à comunidade
sem a devida instrução probatória, apenas com base na confissão do adolescente,
não viola os princípios constitucionais relativos ao devido processo legal e à ampla
defesa.

Acerca do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), assinale a opção correta.


A O adolescente civilmente identificado não será submetido a identificação
compulsória pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de
confrontação, havendo dúvida fundada. CORRETA
B Não é assegurado ao adolescente infrator o direito de solicitar a presença de
seus pais ou responsável em qualquer fase do procedimento.
C Os crimes definidos no ECA são de ação pública condicionada.
D A internação, antes da sentença, pode ser determinada por prazo máximo de 65
dias.

As medidas que podem ser aplicadas pela autoridade competente ao adolescente que
pratique ato infracional não incluem a
A inserção em regime de semi-liberdade.
B prestação de trabalhos forçados. CORRETA
C obrigação de reparar o dano.
D liberdade assistida.

LEI 8.137/90: CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA, ECONÔMICA E RELAÇÕES


DE CONSUMO

STJ: SONEGAÇÃO FISCAL. DECADÊNCIA. LANÇAMENTO. A consumação dos crimes


insertos no art. 1º da Lei n. 8.137/1990 depende do lançamento definitivo do crédito
tributário. Esses são tidos por crimes de resultado ou materiais. Logo, é de se concluir
que a ausência de lançamento do crédito fiscal pela Administração, por força da fluência
do prazo decadencial qüinqüenal (art. 150, § 4º, do CTN) contado do fato gerador do
tributo, impede a condenação pela prática do crime de sonegação fiscal. Com esse

74
entendimento, a Turma, ao prosseguir o julgamento, concedeu a ordem de habeas
corpus. Precedentes citados do STF: HC 81.611-DF, DJ 20/5/2005; HC 84.262-DF, DJ
29/4/2005; do STJ: REsp 747.829-PR, DJ 1º/2/2006; AgRg no REsp 762.144-PR, DJ
13/3/2006, e HC 56.799-SP, DJ 16/4/2007. HC 77.986-MS, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima,
julgado em 13/9/2007.

STF: CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA E DELITOS AUTÔNOMOS Salientando a


existência de situação jurídica distinta entre três pacientes, a Turma, por não vislumbrar
manifesto constrangimento ilegal apto a afastar a incidência do Enunciado da Súmula
691 do STF, não conheceu de habeas corpus impetrado em favor de dois deles, ao
fundamento de que, consoante documentos e informações prestadas pelo juízo de
origem, a denúncia fora oferecida quando já encerrado o procedimento administrativo
fiscal. No caso, os pacientes foram denunciados pela suposta prática dos crimes de
sonegação fiscal (Lei 8.137/90, art. 1º, I e II); falsidades material e ideológica (CP, artigos
297 e 299); uso de documento falso (CP, art. 304); formação de quadrilha (CP, art. 288);
e lavagem de bens e valores (Lei 9.613/98, art. 1º, VII; § 1º, I; e § 2º, II). Preliminarmente,
afastou-se o argumento do Ministério Público no sentido de que a substituição de decisão
liminar impugnada por acórdão de mérito proferido em habeas corpus ensejaria o
prejuízo do writ. Considerou-se, no ponto, ser possível, ao menos em tese, que o STF
aprecie alegado constrangimento ilegal decorrente de decisão de mérito que apenas
reitera os fundamentos do indeferimento de medida liminar originariamente impugnada
perante esta Corte. Por outro lado, deferiu-se a ordem unicamente em favor de um dos
pacientes e no que se refere ao crime de sonegação fiscal, para trancar a ação penal por
falta de justa causa, porquanto inexistentes elementos que indiquem a constituição
definitiva de crédito tributário, sem prejuízo de que a persecução penal perdure em
relação aos demais tipos imputados. Aplicou-se, na espécie, a orientação firmada no
julgamento do HC 81611/DF (DJU de 13.5.2006), em que fixado o entendimento de que,
enquanto pendente decisão definitiva do processo administrativo, a ação penal pela
prática do delito tipificado no art. 1º da Lei 8.137/90 carece de justa causa. Precedentes
citados: HC 87353/ES (DJU de 19.12.2006); ADI 1571/DF (DJU de 30.4.2004); HC
85207/RS (DJU de 29.4.2005). HC 88162/MS, rel. Min. Gilmar Mendes, 6.2.2007. (HC-
88162)

75
STF: LEI 10.684/2003: PARCELAMENTO ESPECIAL E DILIGÊNCIA INVESTIGATÓRIA
A Turma, tendo em conta a articulação de inconstitucionalidade de preceito normativo,
deliberou afetar ao Plenário julgamento de recurso extraordinário interposto pelo
Ministério Público Federal contra acórdão do TRF da 4ª Região que indeferira correição
parcial, em matéria criminal, ao fundamento de inexistência de erro na condução de
processo pela 1ª instância. No caso, após o recebimento de representação fiscal para
fins penais oriunda da delegacia da Receita Federal, o parquet requisitara a instauração
de inquérito e a oitiva dos responsáveis pela empresa. Ocorre que a autoridade policial,
considerando a existência de parcelamento de débito fiscal, encerrara as investigações.
Por conseguinte, o Juízo Federal Criminal de Novo Hamburgo/RS aplicara o disposto no §
1º do art. 9º da Lei 10.864/2003 (“Art. 9º. É suspensa a pretensão punitiva do Estado,
referente aos crimes previstos nos arts. 1º e 2º da Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de
1990, e nos arts. 168A e 337A do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 –
Código Penal, durante o período em que a pessoa jurídica relacionada com o agente dos
aludidos crimes estiver incluída no regime de parcelamento. § 1º A prescrição criminal
não corre durante o período de suspensão da pretensão punitiva.”), enquanto
perdurasse a inclusão dos investigados no Programa de Parcelamento Especial - PAES, e
determinara, ainda, o trancamento do inquérito policial. O recorrente sustenta, na
espécie, que a magistrada não poderia ter impedido a continuidade das investigações
por ele requisitadas, na qualidade de dominus litis, e que a adesão ao mencionado
programa não obsta o prosseguimento do inquérito. Ademais, assevera que a
constitucionalidade do art. 9º da Lei 10.684/2003 está sendo questionada na ADI
3002/DF e que o acórdão recorrido ofende o princípio da proporcionalidade. Requer, ao
final, o provimento do recurso para a retomada das investigações policiais. RE
462790/RS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 6.11.2007. (RE-462790)

STJ: VENDA. IMÓVEL. CONDIÇÕES IMPRÓPRIAS. LEI N. 8.137/1990. A conduta de


vender imóvel em condições impróprias para o fim que se destina não é a tipificada no
art. 7º, IX, da Lei n. 8.137/1990, pois o objeto material do tipo penal contido nessa
norma restringe-se à matéria-prima ou mercadoria destinada ao consumo, conceito
que, sabidamente, não alcança os imóveis. REsp 955.683-DF, Rel. Min. Felix Fischer,
julgado em 8/11/2007.

Assinale a opção correta acerca do direito penal.


A Constitui, em tese, delito contra as relações de consumo colocar no mercado
refrigerantes em condições impróprias para consumo. CORRETA
B O ordenamento jurídico permite a concessão de indulto aos condenados por
homicídio qualificado.
C O benefício da comutação de pena é ato privativo e discricionário dos
congressistas, a quem compete estabelecer os requisitos a serem preenchidos
pelos sentenciados.
D A circunstância de estar a arma municiada ou não é relevante para a
configuração do delito de porte ilegal de arma de fogo.

Acerca do direito penal, assinale a opção correta.


A Constitui crime contra as relações de consumo vender ou expor à venda
mercadoria cuja embalagem, tipo, especificação, peso ou composição esteja em
desacordo com as prescrições legais, ou que não corresponda à respectiva
classificação oficial. CORRETA
B O crime de quadrilha ou bando possui natureza de delito instantâneo, mas de
efeitos permanentes.
C A pesca proibida pelo local ou época da atividade, ou pelo uso de petrechos
proibidos, é crime material.
D A ocultação, em proveito próprio, de coisa que se sabe ser produto de crime
configura o delito de condescendência criminosa.

LEI 9.605/98: CRIMES AMBIENTAIS


76
Assinale a opção incorreta de acordo com o STJ e o STF.
A No crime de estupro, a pena será aumentada se o agente possuir relação de
parentesco ou autoridade com a vítima.
B A calúnia e a difamação atingem a honra objetiva da vítima.
C Não havendo risco de dano concreto à pessoa, a direção de veículo sem
habilitação é apenas infração administrativa, não configurando crime.
D É impossível atribuir a pessoa jurídica capacidade penal para a prática de crimes
ambientais. CORRETA

LEI 9.613/98: LAVAGEM DE DINHEIRO

A conduta do agente que oculta ou dissimula natureza, origem, localização, disposição,


movimentação ou propriedade de bens provenientes, direta ou indiretamente, do crime
de terrorismo corresponde a crime
A de lavagem de dinheiro.CORRETA
B contra o sistema financeiro.
C contra a administração pública.
D de responsabilidade fiscal.

LEI 11.101/05: LEI DE LICITAÇÕES

STJ: ADVOGADO. IMUNIDADE. FRAUDE. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO. Atribui-se à


paciente a prática do crime previsto no art. 90 da Lei de Licitações porque, na qualidade
de procuradora, teria emitido pareceres jurídicos considerando lícitos os aditamentos
contratuais tidos como ilegais pelo Ministério Público. Pesa contra ela a colaboração
efetiva e relevante no suposto esquema engendrado para fraudar os procedimentos
licitatórios realizados pela prefeitura municipal. O tema central diz respeito à afirmação
por parte da impetrante de que a consulta da paciente revestia-se de legalidade e se
encobria pelo estrito cumprimento do dever profissional. A Turma conheceu, em parte,
da impetração, mas, nessa parte, denegou a ordem por entender que, embora seja
reconhecida a imunidade do advogado no exercício da profissão, o ordenamento jurídico
não lhe confere absoluta liberdade para praticar atos contrários à lei, sendo-lhe, ao
revés, exigida a mesma obediência aos padrões normais de comportamento e de
respeito à ordem legal. A defesa voltada especialmente à consagração da imunidade
absoluta do advogado esbarra em evidente dificuldade de aceitação, na medida em que
altera a sustentabilidade da ordem jurídica: a igualdade perante a lei. Ademais, a tão-só
figuração de advogado como parecerista nos autos de procedimento de licitação, por si
só, não retira da sua atuação a possibilidade de prática de ilícito penal, porquanto,
mesmo que as formalidades legais tenham sido atendidas no seu ato, havendo
favorecimento nos meios empregados, é possível o comprometimento ilegal do agir. HC
78.553-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 9/10/2007.

STJ: FRAUDE. LICITAÇÃO. ANULAÇÃO. TIPICIDADE. A anulação de licitação devido a


evidente ajuste
entre os licitantes não afasta a tipicidade da conduta descrita no art. 90 da Lei n.
8.666/1993. RHC 18.598-RS, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 6/11/2007.

LEI 10.826/03: ESTATUTO DO DESARMAMENTO

77
STF: ADI E ESTATUTO DO DESARMAMENTO. O Tribunal, por maioria, julgou
procedente, em parte, pedido formulado em várias ações diretas ajuizadas
pelo Partido Trabalhista Brasileiro - PTB e outros para declarar a
inconstitucionalidade dos parágrafos únicos dos artigos 14 e 15 e do art. 21
da Lei 10.826/2003 - Estatuto do Desarmamento, que dispõe sobre registro,
posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema
Nacional de Armas - Sinarm, define crimes e dá outras providências.
Inicialmente, o Tribunal rejeitou as alegações de inconstitucionalidade formal,
STJ: PORTE
ao fundamento de que ILEGAL. ARMA.doPERIGO
os dispositivos CONCRETO.O
texto legal impugnadodelito tipificado
não violam o no art. 10, caput,
art. 61, § da
1º,revogada Lei da
II, a e e, n. 9.437/1997 apenas exige
CF. Salientando-se que ao Lei
porte de arma de foi
10.826/2003 fogo sem autorização
aprovada ou em desacordo
depois da entradacom emdeterminação
vigor da EClegal ou regular.
32/2001, Mostra-sedadesnecessária, para
que suprimiu
iniciativa exclusiva do Presidente da República a estruturação e o daí a irrelevância
sua configuração, a demonstração de efetivo perigo à coletividade,
de, no caso,
estabelecimento a arma estar
de atribuições dos armazenada
Ministérios edentro
órgãosde da
uma bolsa, quanto mais que ela era
Administração
Pública, considerou-se que os seus dispositivos não versam sobre ao criação
capaz de efetuar disparos, dela podendo lançar mão recorridode a qualquer tempo.
órgãos, cargos, funções ou empregos públicos, nem sobre sua extinção, como 292.943-MG, DJ
Precedentes citados: REsp 666.869-RS, DJ 1º/7/2005, e REsp
também não 16/9/2002.
desbordamREspdo930.219-MG, Rel. Min. Felix
poder de apresentar Fischer, julgado
ou emendar projetosemde 8/11/2007.
lei,
que o texto constitucional atribui aos congressistas. Asseverouse que a maior
parte desses dispositivos constitui mera reprodução de normas contidas na Lei
9.437/97, de iniciativa do Poder Executivo, revogada pela lei em comento, ou
são consentâneos com o que nela se dispunha. Ressaltou-se que os demais
consubstanciam preceitos que mantêm relação de pertinência com a Lei
9.437/97 ou com o projeto de Lei 1.073/99, encaminhados ao Congresso
Nacional pela Presidência da República, geralmente explicitando prazos e
procedimentos administrativos, ou foram introduzidos no texto por diplomas
legais originados fora do âmbito congressual (Leis 10.867/2004, 10.884/2004,
11.118/2005 e 11.191/2005), ou, ainda, são prescrições normativas que em
nada interferem com a iniciativa do Presidente da República. Salientou-se, por
fim, a natureza concorrente da iniciativa em matéria criminal e processual, e a
possibilidade, em razão disso, da criação, modificação ou extensão de tipos
penais e respectivas sanções, bem como o estabelecimento de taxas ou a
instituição de isenções pela lei impugnada, ainda que resultantes de emendas
ou projetos de lei parlamentares. Em seguida, relativamente aos parágrafos
únicos dos artigos 14 e 15 da Lei 10.868/2003, que proíbem o
estabelecimento de fiança, respectivamente, para os crimes de porte ilegal de
arma de fogo de uso permitido e de disparo de arma de fogo, considerou-se
desarrazoada a vedação, ao fundamento de que tais delitos não poderiam ser
equiparados a terrorismo, prática de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes ou
crimes hediondos (CF, art. 5º, XLIII). Asseverou-se, ademais, cuidar-se, na
verdade, de crimes de mera conduta que, embora impliquem redução no nível
de segurança coletiva, não podem ser igualados aos crimes que acarretam
lesão ou ameaça de lesão à vida ou à propriedade. Quanto ao art. 21 da lei
impugnada, que prevê serem insuscetíveis de liberdade provisória os delitos
capitulados nos artigos 16 (posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso
restrito), 17 (comércio ilegal de arma de fogo) e 18 (tráfico internacional de
arma de fogo), entendeu-se haver afronta aos princípios constitucionais da
presunção de inocência e do devido processo legal (CF, art. 5º, LVII e LXI).
Ressaltou-se, no ponto, que, não obstante a interdição à liberdade provisória
tenha sido estabelecida para crimes de suma gravidade, liberando-se a
franquia para os demais delitos, a Constituição não permite a prisão ex lege,
sem motivação, a qual viola, ainda, os princípios da ampla defesa e do
contraditório (CF, art. 5º, LV). Vencidos, parcialmente, os Ministros Carlos
Britto, Gilmar Mendes e Sepúlveda Pertence, que julgavam improcedente o
pedido formulado quanto aos parágrafos únicos dos artigos 14 e 15, e o Min.
Marco Aurélio, que o julgava improcedente quanto ao parágrafo único do art.
15 e, em relação ao art. 21, apenas quanto à referência ao art. 16. O Tribunal,
por unanimidade, julgou, ainda, improcedente o pedido quanto aos artigos 2º,
X; 5º, §§ 1º, 2º e 3º; 10; 11, II; 12; 23, §§ 1º, 2º e 3º; 25, parágrafo único; 28;
29 e ao parágrafo único do art. 32, e declarou o prejuízo da ação em relação
ao art. 35, todos da Lei 10.826/2003.
ADI 3112/DF, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 2.5.2007. (ADI-3112)
ADI 3137/DF, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 2.5.2007. (ADI-3137)
ADI 3198/DF, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 2.5.2007. (ADI-3198)
ADI 3263/DF, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 2.5.2007. (ADI-3263)
ADI 3518/DF, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 2.5.2007. (ADI-3518)
ADI 3535/DF, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 2.5.2007. (ADI-3535) 78
ADI 3586/DF, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 2.5.2007. (ADI-3586)
ADI 3600/DF, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 2.5.2007. (ADI-3600)
ADI 3788/DF, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 2.5.2007. (ADI-3788)
ADI 3814/DF, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 2.5.2007. (ADI-3814)
STF: PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO SEM MUNIÇÃO COM SINAL DE
IDENTIFICAÇÃO SUPRIMIDO O Tribunal iniciou julgamento de recurso
ordinário em habeas corpus, afetado ao Pleno pela 1ª Turma, impetrado em
favor de condenado pela prática do crime de porte ilegal de arma de fogo
com numeração de identificação suprimida (Lei 10.826/2003, art. 16,
parágrafo único, IV), no qual se pretende a nulidade da condenação, por
atipicidade da conduta, em face da ausência de lesividade da arma
desmuniciada apreendida — v. Informativo 447. A Min. Cármen Lúcia,
relatora, conheceu em parte do recurso e, na parte conhecida, negou-lhe
provimento, por considerar que os fatos descritos na denúncia amoldam-se
ao tipo previsto no art. 16, parágrafo único, IV, da Lei 10.826/2003 (“Art. 16.
Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito,
transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar,
manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de
uso proibido ou restrito, sem autorização e em desacordo com
determinação legal ou regulamentar:... Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis)
anos, e multa. ... Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: ... IV -
portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com
numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado,
suprimido ou adulterado;”). Enfatizou que, nas condutas descritas no
referido inciso, não se exigiria como elementar do tipo a arma ser de uso
permitido ou restrito, e que, no caso, a arma seria de uso permitido, tendo
sido comprovada a supressão do seu número de série por abrasão. Diante
disso, concluiu ser impertinente a discussão acerca da inadequação da
conduta descrita na denúncia e tipificação pela qual fora o recorrente
condenado. Quanto ao argumento de atipicidade da conduta em face da
ausência de lesividade da arma de fogo apreendida por estar ela
desmuniciada e não haver, nos autos, comprovação de munição portada
pelo recorrente, esclareceu que ter-se-ia, na espécie, hipótese diversa da
analisada quando do julgamento do RHC 81057/SP (DJU de 29.4.2005), já
que se tratara, naquela ocasião, do art. 10 da Lei 9.437/97, substituído, no
sistema jurídico pela norma do art. 14 da Lei 10.826/2003. Afirmou que o
tipo do inciso IV do parágrafo único do art. 16 da Lei 10.826/2003 é um tipo
novo, já que, na Lei 9.437/97, punia-se aquele que suprimisse ou alterasse
marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou
artefato. Assim, a nova figura teria introduzido cuidado penal inédito do
tema, tipificando o portar, possuir ou transportar a arma com a supressão
ou alteração do número de série ou de outro sinal de sua identificação,
independentemente de a arma de fogo ser de uso restrito, proibido ou
permitido, tendo por objeto jurídico, além da incolumidade, a segurança
pública, ênfase especial dada ao controle pelo Estado das armas de fogo
existentes no país, pelo que o relevo ao municiamento ou não da munição
da arma que se põe nos tipos previstos no caput dos artigos 14 e 16 da Lei
10.826/2003 não encontraria paralelo no inciso IV do parágrafo único deste
último dispositivo. Após, o julgamento foi suspenso para que se colha
informação junto ao Juízo das Execuções Penais do Distrito Federal quanto
ao cumprimento da pena imposta ao recorrente.RHC 89889/DF, rel. Min.
Cármen Lúcia, 29.10.2007. (RHC-89889)
LEI 11.343/06: LEI DE DROGAS

As penas submetidas a quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer


consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar não incluem
A prestação de serviços à comunidade.
B advertência quanto aos efeitos das drogas.
C detenção.CORRETA
79
D medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

STF: ART. 28 DA LEI 11.343/2006 E DESPENALIZAÇÃO A Turma, resolvendo questão


de ordem no sentido de que o art. 28 da Lei 11.343/2006 (Nova Lei de Tóxicos) não
implicou abolitio criminis do delito de posse de drogas para consumo pessoal, então
previsto no art. 16 da Lei 6.368/76, julgou prejudicado recurso extraordinário em que o
Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro alegava a incompetência dos juizados
especiais para processar e julgar conduta capitulada no art. 16 da Lei 6.368/76.
Considerouse que a conduta antes descrita neste artigo continua sendo crime sob a
égide da lei nova, tendo ocorrido, isto sim, uma despenalização, cuja característica
marcante seria a exclusão de penas privativas de liberdade como sanção principal ou
substitutiva da infração penal. Afastou-se, também, o entendimento de parte da
doutrina de que o fato, agora, constituir-se-ia infração penal sui generis, pois esta
posição acarretaria sérias conseqüências, tais como a impossibilidade de a conduta ser
enquadrada como ato infracional, já que não seria crime nem contravenção penal, e a
dificuldade na definição de seu regime jurídico. Ademais, rejeitou-se o argumento de
que o art. 1º do DL 3.914/41 (Lei de Introdução ao Código Penal e à Lei de
Contravenções Penais) seria óbice a que a novel lei criasse crime sem a imposição de
pena de reclusão ou de detenção, uma vez que esse dispositivo apenas estabelece
critério para a distinção entre crime e contravenção, o que não impediria que lei
ordinária superveniente adotasse outros requisitos gerais de diferenciação ou
escolhesse para determinado delito pena diversa da privação ou restrição da liberdade.
Aduziu-se, ainda, que, embora os termos da Nova Lei de Tóxicos não sejam inequívocos,
não se poderia partir da premissa de mero equívoco na colocação das infrações
relativas ao usuário em capítulo chamado “Dos Crimes e das Penas”. Por outro lado,
salientou-se a previsão, como regra geral, do rito processual estabelecido pela Lei
9.099/95. Por fim, tendo em conta que o art. 30 da Lei 11.343/2006 fixou em 2 anos o
prazo de prescrição da pretensão punitiva e que já transcorrera tempo
superior a esse período, sem qualquer causa interruptiva da prescrição, reconheceu-se a
extinção da punibilidade do fato e, em conseqüência, concluiu-se pela perda de objeto
do recurso extraordinário. RE 430105 QO/RJ, rel. Min. Sepúlveda Pertence, 13.2.2007.
(RE-430105)

Complemento
ESCUSA ABSOLUTÓRIA
• São causas pessoais de uma ...... de pena fundada de uma relação de parentesco.

• Escusa absolutória – art. 181 – crime contra o patrimônio se quem comete o crime
é o CAD (cônjuge na Constancia do casamento, ascendente e descendente.

Não se aplica a escusa absolutória


• Nos crimes com violência ou grave ameaça
• Ao estranho que participa do crime, pessoa que não é do CAD.
• Se a vítima é maior ou igual a 60 anos.

• Artigo 182 – Não prevê escusa absolutória, mas somente a necessidade de


representação da vítima.
o Cônjuge separado judicialmente
o Irmão
o Sobrinho

• Artigo 348 – Crime de favorecimento pessoal - é auxiliar o autor de crime a se


subtrair a ação da justiça.
o Não há escusa absolutória quando o crime é de favorecimento REAL, (é
auxiliar a tornar seguro o produto do crime).

• É isento de pena se quem comete o crime é o CAD.

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