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4.2. Assinalamento sucinto: é uma descrição 4. Instrumentos cortantes: Apresentam uma borda de fogo.
sumária feita pelos carcereiros. cortante: navalha, lâmina de barbear, pedaço de vidro, 1.2. Objetivo: identificar a arma pelo exame do
4.3. Fotografia: divide-se em ordinária e sina- bisturi etc. Produzem as feridas incisas com bordas e projétil ou da cápsula.
léplica. vertentes regulares, comprimento maior que a largura, 1.3. Estudo da arma: cabo, tambor ou pente,
4.4. Retrato falado ou Ident-Kit: inventado por com sangramento abundante, centro mais profundo que câmaras, gatilho, cão, percussor, cano alma, raias,
Hugh C. Mac Donald em 1950, é usado por 600 as extremidades, presença de cauda de escoriação e sistema de miras.
organizações policiais. É feito por meio de dese- ausência de vestígios traumáticos em torno da lesão. 1.4. Estudo do cartucho: estojo ou cápsula,
nhos dos traços fisionômicos. pólvora, bucha, espoleta e projétil.
4.5. Bertilonagem: inventada por Alfonse Bertillon 5. Instrumentos perfurocortantes: apresentam ponta
em 1888, compreende o assinalamento antropo- perfurante e dois ou três gumes, classificados, por essa 2. Classificação das armas de fogo
métrico e o retrato falado. razão, em monocortantes, bicortantes e tricortantes. 2.1. Quanto à alma do cano: armas de cano liso
4.6. Dactiloscopia: inventada por Juan Vucetich Exemplos: a faca peixeira, o punhal e a lima, res- e armas raiadas.
em 1891 e adotada no Brasil em 1963. Baseia-se pectivamente. Produzem as feridas perfuro-incisas, 2.2. Quanto à dimensão: curtas, longas, portáteis
no estudo das linhas e saliências papilares exis- com bordas e vertentes regulares, forma de botoeira, ou individuais, não-portáteis ou coletivas.
tentes nas polpas digitais, que apresentam um bastante sangrante, e com ausência de vestígios trau 2.3. Quanto ao funcionamento: repetição, semi-
conjunto de linhas curvas denominadas sistema máticos em torno da lesão. automática e automática.
marginal, uma porção central chamada de núcleo 2.4. Quanto ao carregamento: antecarga e
e abaixo deste o sistema basilar. Os três sistemas 6. Instrumentos cortocontundentes: apresentam retrocarga.
se encontram formando um delta. A presença de borda cortante e peso suficiente para contundir, como, 2.5. Quanto ao calibre: real e nominal.
um, ou dois, ou nenhum delta numa impressão por exemplo, o facão, a enxada, o machado, a foice e a 2.6. Quanto à velocidade do projétil: infra-sônica
digital estabelece os quatros tipos fundamentais guilhotina. As feridas cortocontundentes são mutilantes, e supersônica.
do Sistema Dactiloscópico de Vucetich. com sangramento abundante, comprimento maior que 2.7. Quanto ao uso: caça, defesa e esporte.
4.7. Verticilo: presença de dois deltas e um a largura, com bordas e vertentes irregulares e deixam
núcleo central. vestígios traumáticos em torno da lesão. Produzem 3. Ferida de entrada: forma arredondada ou ova-
4.8. Presilha externa: apresenta o delta à esquer- lesões específicas, denominadas decapitação, esgor lada, com bordas regulares e invertidas, presença
da do observador. jamento e degolamento. de orlas ou zonas, e diâmetro menor.
4.9. Presilha interna: apresenta o delta à direita 3.1. Orlas ou zonas: contusão ou escoriação, en-
do observador. 7. Instrumentos contundentes: são elementos sóli xugo, tatuagem, queimadura ou chamuscamento,
4.10. Arco: é caracterizado pela ausência de dos, líquidos ou gasosos com capacidade de contundir. esfumaçamento e equimótica.
deltas. O registro da fórmula dactiloscópica em- Os instrumentos sólidos se dividem em lisos, rugosos e 4. Ferida de saída: forma irregular, com bordas
prega convencionalmente letras maiúsculas (A, flexíveis. Produzem rubefação, ferida contusa, edema, irregulares e evertidas, ausência de orlas ou zonas,
I, E, V) para os polegares e números (1, 2, 3, 4) equimose, hematoma, escoriação, bossa sanguínea, diâmetro maior.
para os demais dedos das mãos. Exemplos: a) fratura, luxação e rotura de vísceras.
verticilo V-4; b) Presilha externa E-3; c) Presilha 7.1. Rubefação: é uma lesão fugaz de coloração aver 5. Classificação dos tiros quanto ao trajeto:
interna I-2; d) Arco A-1. Obtem-se assim a fórmula melhada, resultante da congestão vascular, produzida penetrante, transfixante e de raspão.
dactiloscópica dos quatro tipos fundamentais, pela ação traumática de instrumento contundente.
através de uma fração que tem como numerador 7.2. Ferida contusa: tem forma irregular, bordas e 6. Classificação dos tiros quanto à distância:
a mão direita e denominador a mão esquerda, vertentes irregulares, pouco sangrante, com pontes de tiro a distância, curta distância ou queima-roupa,
configurando a individualização dactiloscópica: tecido íntegro unindo as bordas da ferida e vestígios encostado e com a arma apoiada.
I – 3322 / V – 3422. traumáticos em torno da lesão. Estudo dos sinais: Wergartner, Benassi e
7.3. Edema traumático: é o aumento do líquido inter Bonnet.
Traumatologia celular com distensão e elevação da pele. Link Acadêmico 4
Forense 7.4. Equimose: é uma mancha produzida pela rotura Agentes
de capilares e extravasamento do sangue. Pode ser Físicos
1. Definição: é a aplicação de conhecimentos de puntiforme, arredondada, plana e em faixa.
traumatologia à Medicina Legal. Espectro equimótico: é a mudança de coloração da
equimose no tempo: 1º dia: avermelhada; 2º e 3º dia: 1. Classificação: temperatura, pressão atmosféri-
2. Agentes Traumáticos: mecânicos, físicos, violácea; 4º a 6º dia: azulada; 6º ao 8º dia: esverdeada; ca, eletricidade, radioatividade, luz e som.
químicos e físico-químicos. 8º a 10º dia: amarelada. 1.1. Temperatura: a sua diminuição produz o frio
2.1. Agentes mecânicos: constituem as armas, que provoca queimaduras denominadas GELA-
que podem ser classificadas em: 8. Escoriação: é o deslocamento da camada córnea DURAS, assim classificadas: 1º grau (eritema);
2.1.1. Naturais: são os apêndices do corpo da epiderme produzido pela ação tangencial de instru 2º grau (com formação de bolhas ou flictenas);
humano; mento contundente. Pode ser linear, circular, plana e e 3º grau (com formação de gangrena – Pé de
2.1.2. Eventuais ou ocasionais; de arrasto. Trincheira).
2.1.3. Propriamente ditas: são as armas brancas 1.2. Calor: quando difuso, produz insolação e
e armas de fogo. Os agentes mecânicos agem de 9. Bossa sanguínea: é um hematoma produzido na intermação; se local, produz as queimaduras
modo ativo, passivo ou misto, através da flexão, ex- gálea aponeurótica durante a passagem pelo canal classificadas em: 1º grau (eritema); 2º grau (bolhas
tensão, torção, pressão, compressão e explosão. do parto. ou flictenas); 3º grau (escarificação); e 4º grau (
Os agentes mecânicos são denominados: perfu- carbonização, que pode ser total ou parcial).
rantes, cortantes, perfuro-cortantes, contundentes, 10. Hematoma: subcutâneo, subgaleal e muscular. 1.3. Pressão atmosférica: mal dos mergulhadores
perfuro-contundentes e corto-contundentes, os 10.1. Hematomas cerebrais: extradural, subdural e e dos aviadores.
quais produzem as feridas puntiformes, incisas, intraparenquimatoso. 1.4. Eletricidade: natural, artificial, eletroplessão,
perfuro-incisas, contusas, perfuro-contusas e fulguração, eletrocussão, fulminação e marca
corto-contusas, respectivamente. Os instrumentos 11. Luxação: têmporo-mandibular, escápulo-umeral elétrica de Jellinek.
contundentes produzem ainda: equimose, edema, e coxo-femural. 1.5. Radioatividade: produz queimaduras deno-
escoriações, hematomas, luxação, fratura, rotura minadas radiodermites, classificadas em 1º grau;
de vísceras e bossa sanguínea. 12. Fraturas: incompleta, completa, interna, externa 2º grau e 3º grau – úlcera de Roentgen.
e cominutiva. 1.6. Luz e som: estão relacionados à Medicina
3. Instrumentos perfurantes: são instrumentos 12.1. Fratura dos ossos da face: Le Fort I: atinge os do Trabalho.
cilíndricos e pontiagudos, que produzem feridas ossos da fossa nasal; Le Fort II: atinge o maxilar e o
puntiformes e são classificados em: zigomático; Le Fort III: atinge o zigomático e a órbita. Agentes Físico-Químicos
3.1. Pequeno calibre: agulha, prego, alfinete 12.2. Fratura dos dentes: Ellis I: atinge o esmalte; Ellis - Asfixiologia
etc. II: atinge a dentina; e Ellis III: atinge a polpa.
3.2. Médio calibre: caneta. Link Acadêmico 3 1. Classificação: asfixia por gases, líquidos, sóli-
3.3. Grande calibre: estaca. As feridas puntifor- dos, sufocação e por constrição do pescoço.
mes apresentam forma arredondada, de diâmetro Balística
menor que o do instrumento e pouco sangrantes. Forense 2. Sinais externos: cianose intensa dos lábios e
A sua gravidade depende da profundidade e da das unhas, congestão da face, exoftalmia, protusão
contaminação do instrumento. Considerações iniciais da língua, cogumelo de espuma e eliminação de
1.1. Definição: é o estudo dos projéteis e das armas fezes, urina e esperma.
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chumbo;
3. Sinais internos: equimoses puntiformes nas 2.2. Vegetais: estricnina, morfina; Agentes
serosas, sangue fluido e vermelho-escuro, edema 2.3. Animais: leucomaínas, ptomaínas; Bioquímicos
cerebral e pulmonar, congestão polivisceral. 2.4. Gasosos: ácido cianídrico, óxido de carbono, 1. Considerações gerais: é uma palavra derivada
dióxido de carbono; do árabe “alkahl”, que significa essência. O álcool
4. Asfixia por gases: de combate, sufocantes, 2.5. Líquidos: cianeto de potássio; ou etanol resulta da atuação da levedura sobre
industriais e anestésicos. 2.6. Sólidos: anidrido arsênico; os açúcares.
2.7. Orgânicos sintéticos: medicamentos.
5. Sufocação: ocorre impedimento à respiração. 2. Repercussões do alcoolismo
Pode ser direta, quando ocorre obstrução das 3. Critérios de diagnóstico do envenenamento: 2.1. Sociais: violência familiar, separações, ab-
vias aéreas; e indireta, se houver compressão da a) Histórico; b) Clínico; c) Anátomo-patológico; d) sentismo e acidente de trabalho;
caixa torácica. Físico-químico; e) Experimental ou farmacológico. 2.2. Médicas: licenças, tratamentos e interna-
ções;
6. Asfixia por líquido – afogamento. Afogamento 4. Vias de absorção: 2.3. Legais: homicídios, suicídios, acidentes,
é a modalidade de asfixia que se caracteriza pela a) Cutânea; b) Oral; c) Parenteral; d) Mucosa. agressões e crimes sexuais.
penetração de substâncias líquidas ou pastosas
nas vias aéreas. Pode ocorrer em mares, piscinas, 5. Causas jurídicas: homicídio, suicídio, acidente, vício 3. Causas do alcoolismo:
açudes, lagos, sanitários, pântanos e lamaçais. e crimes culposos. a) Hereditariedade; b) Costumes; c) Sócio-econô-
6.1. Etiologia jurídica: homicídio, acidente e Link Acadêmico 5
micas; d) Personalidade/temperamento.
suicídio.
6.2. Classificação: afogado azul ou típico e afo- Drogas 4. Tipos de bebidas alcoólicas:
gado branco ou de Parrot. 4.1. Fermentadas: vinho, cerveja, cidra;
6.3. Sinais externos: sinais de asfixia e destruição 4.2. Destiladas: aguardente, conhaque, uísque.
das partes moles. 1. Definição: Drogas tóxicas ou psicoativas são subs 4.3. Alcoolizadas: vinho do porto, vinho ma-
6.4. Sinais internos: sinais de asfixia, manchas de tâncias que agem sobre o sistema nervoso central deira.
Tardieu e de Paltauf, edema e congestão pulmonar modificando o comportamento ou produzindo a morte.
e sangue fluido. Toxicomania ou toxicofilia, segundo a OMS, é um 5. Concentração alcoólica
estado de intoxicação crônica ou periódica, prejudicial a) Aguardente – 53% de álcool; b) Uísque e licores
7. Asfixia por sólido – soterramento: é a ao indivíduo e nociva à sociedade, decorrente do – 50%; c) Conhaque – 48%; d) Vinhos do porto/
modalidade de asfixia que se caracteriza pela consumo repetido de determinada droga, seja ela madeira – 24%; e) Champagne – 15%; f) Vinho e
penetração de meio sólido ou semi-sólido na natural ou sintética. mesa – 14%; g) Cerveja – 6%.
árvore respiratória.
7.1. Etiologia jurídica: homicídio, acidente e 2. Características das toxicofilias 6. Fatores que influem na tolerância: peso,
suicídio (de difícil ocorrência). 2.1. Compulsão: necessidade insaciável de consu- idade, hábito, estafa, sono, convalescença, ritmo
mo; de ingestão, absorção.
8. Enforcamento: é a constrição do pescoço feita 2.2. Tolerância: tendência de aumento progressivo da
por um laço, tendo como força atuante o peso do dosagem para obter o mesmo efeito; 7. Fases da embriaguez normal
próprio corpo. 2.3. Dependência: física ou psíquica, levando à crise 7.1. Fase subaguda, de excitação, eufórica (do
8.1. Etiologia jurídica: suicídio, homicídio, aciden- de abstinência ante a privação da droga. ma-caco): pupilas dilatadas, taquicardia, taquip-
te e execução judicial. néia, saltitante, loquaz, vivacidade, gracejador.
8.2. Classificação: completo e incompleto. 3. Farmacodependência ou dependência: de acordo 7.2. Fase aguda, de confusão, agitada, disfórica
8.3. Sinais externos: sinais de asfixia e sulco com a OMS, é um estado psíquico - às vezes físico - (do leão): período médico-legal, violento, brigão,
geralmente incompleto, oblíquo, ascendente e causado pela interação entre um organismo vivo e um agressivo, irritável, disartria, andar cambaleante,
único. fármaco; caracteriza-se por modificações no comporta desorientação;
8.4. Sinais internos: sinais de asfixia; hemorragia mento e outras reações que compreendem sempre um 7.3. Fase de sono, comatosa (do porco): marcha
cervical; fratura da coluna vertebral; fratura do osso impulso irreprimível para tomar o fármaco, a fim de cambaleante, pupilas dilatadas, esfíncteres relaxa-
hióide; sinal de Amussat; sinal de Fridberg. experimentar seus efeitos psíquicos e, às vezes, para das, sono profundo e inconsciência.
8.5. Estudo do laço evitar o mal-estar produzido pela privação.
8.5.1. nó fixo ou corrediço; 3.1. Dependência psíquica: caracteriza-se pela com 8. Embriaguez anormal ou patológica:
8.5.2. alça em situação lateral, anterior ou pos- pulsão em consumir a droga de maneira periódica ou a) Doentes ou deficientes mentais; b) Filhos de
terior. contínua, quer para a obtenção de prazer, quer para alcoolistas; c) Violenta e agressiva; d) Ciúme pato-
8.5.3. classificação: mole, semi-rígido e rígido. alívio de um mal-estar. lógico; e) Delírios e alucinações; f) Convulsões.
3.2. Dependência física: caracteriza-se pelo apareci
9. Estrangulamento: é a constrição do pescoço mento de transtornos de natureza física ou pela síndro- 9. Embriaguez e alcoolemia:
feita por um laço tracionado por qualquer força que me de abstinência, quando a droga não é consumida. a) Embriaguez subclínica: 0,40 a 0,80 g de álcool/
não seja o peso da própria vítima. litro de sangue; b) Embriaguez clínica leve: 0,80
9.1. Etiologia jurídica: homicídio, acidente e 4. Classificação das drogas segundo Deley e a 2,00 g; c) Embriaguez clínica moderada: 2,00 a
execução judicial. Deniker 3,00 g; d) Embriaguez comatosa: 4,00 a 5,00 g;
9.2. Sinais externos: sinais de asfixia e sulco 4.1. Psicolépticos: deprimem o sistema nervoso. e) Dose mortal: acima de 5,00 g.
geralmente completo, transversal e de profundi- Divid em-se em hipnosedativos, tranqüilizantes e
dade uniforme. neurolépticos. 10. Alcoolismo crônico
4.2. Psicoanalépticos: estimulam o sistema nervoso, a) Psicose alcoólica; b) Depressão alcoólica; c)
10. Esganadura: é a constrição do pescoço feita como antidepressivos, anfetaminas, anorexígenos e Psicose de Korsakow; d) Epilepsia alcoólica; e)
pelos membros superiores. cafeína; “Delirium Tremens”; f) Demência alcoólica.
10.1. Etiologia jurídica: homicídio e acidente. 4.3. Psidislépticos: produzem dissociação do psi
10.2. Sinais externos: sinais de asfixia e presença quismo, levando a delírios e alucinações, como o álcool, 11. Responsabilidade penal (art. 28 do CP)
de marca ou estigmas ungueais no pescoço. cocaína, maconha, cactos e cogumelos. 11.1. Embriaguez voluntária completa ou
10.3. Sinais internos: sinais de asfixia. incom-pleta: imputável;
5. Principais drogas 11.2. Embriaguez culposa completa ou incom-
Agentes Físico-Químicos 5.1. Barbitúricos: barbital, fenobarbital, tiopental; pleta: imputável;
- Asfixiologia 5.2. Benzodiazepínicos: diazepam, bromazepam, 11.3. Embriaguez acidental proveniente de caso
flurmitrazepam; fortuito: a) completa: inimputável; b) incompleta:
1. Toxicologia: é a ciência que estuda os venenos, 5.3. Anfetaminas: anfetamina, dextroanfetamina, a pena será atenuada.
as substâncias tóxicas e as drogas. Veneno é toda metanfetamina; 11.4. Embriaguez acidental proveniente de força
substância que, introduzida no organismo ou apli- 5.4. Outras: ecstasy, special k, GBH ou líquido x, maior: a) completa: inimputável; b) incompleta: a
cada na sua parte externa, tenha a capacidade de ópio, morfina, heroína, cocaína, maconha, mescalina, pena será atenuada.
alterar a sua saúde ou determinar a morte. LSD-25, esteróide ou anabolizantes, inalantes, tabaco,
cafeína, poppers. Agentes
2. Classificação dos venenos Link Acadêmico 6
2.1. Minerais: sulfato de cobre, acetato de Biodinâmicos
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1. Perturbações alimentares 3.1.3. III – debilidade permanente de membro, sen- 4. Hermafrodita verdadeiro com hábito femini-
1.1. Inanição ou desnutrição: acidental, crimi- tido ou função. Quando se perde um órgão duplo no: tem as duas gônadas e características sexuais
nosa, suicida; (olho ou ouvido, por exemplo), restará caracteriza a secundárias femininas.
1.2. Doenças carenciais: anemia, raquitismo, debilidade.
escorbuto, pelagra, beribéri, xeroftalmia. 3.1.4. IV – aceleração de parto. O termo correto seria 5. Pseudo-hermafrodita masculino: possui
1.3. Intoxicações alimentares: antecipação do parto. testículos e órgãos genitais externos masculinos
1.3.1. Causadas pelas salmonelas e pelo “clostri- A pena, nesses casos, será de reclusão de um a alterados ou órgãos genitais externos femininos
dium botulinum”; cinco anos. com vagina em fundo de saco.
1.3.2. Alimentos tóxicos: peixes, moluscos e
cogumelos; 3.2. § 2º: Se resulta: 6. Pseudo-hermafrodita feminino: fenótipo am-
1.3.3. Anafilarcia alimentar: ovos, leite, carne e 3.2.1. I – incapacidade permanente para o trabalho. bíguo, órgãos genitais externos com grau variado,
crustáceos. Exige-se, aqui, a permanência da incapacidade. O virilazação. Os órgãos genitais internos femininos
trabalho dever ser entendido como qualquer ocupa- e as gônadas são sempre ovários.
2. Auto-intoxicação (ou intoxicações endóge- ção, de maneira genérica. Isso não impede o juiz de
nas): causadas por substâncias que não são questionar o perito-médico acerca de incapacidades 7. Tipos de sexo: sexo indiferenciado, sexo
eliminadas. laborais específicas. genético ou cromossomial, sexo gonadal, sexo da
3.2.2. II – enfermidade incurável. Exemplos: AIDS, genitália externa, sexo da genitália interna, sexo
3. Infecções: produzidas por vírus, fungos ou epilepsia, herpes etc. psicossocial, sexo psicológico, sexo médico-legal,
parasitas, através do delito de contágio. 3.2.3. III – perda ou inutilização de membro, sentido ou sexo jurídico.
3.1. Legislação função; Perda significa amputação.
3.1.1. Art. 130 do CP: “Expor alguém, por meio 3.2.4. IV – deformidade permanente. Alteração na 8. Anomalias sexuais
de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a estética corporal. Exemplos: queimadura, cicatriz, 8.1. Hiperestesia ou aumento do instinto sexual:
contágio de moléstia venérea, de que sabe ou deve paralisação facial etc. a) temperamento vaginal; b) onanismo automático;
saber que está contaminado. Pena – 03 meses a 3.2.5. V – aborto. O termo correto seria abortamento. c) erotismo: tendência abusiva dos atos sexuais; d)
01 ano de detenção ou multa”. A pena cominada nos casos acima é de reclusão de priapismo: ereção dolorosa e persistente do pênis,
3.1.2. Art. 131 do CP: “Praticar, com o fim de dois a oito anos. desacompanhada de desejo sexual; e) satiríase:
transmitir a outrem moléstia grave de que está 3.3. § 3º: Se resulta morte e as circunstâncias evi excitação sexual masculina mórbida; f) ninfoma-
contaminado, ato capaz de produzir o contágio. denciam que o agente não quis o resultado, nem nia: desejo sexual insaciável da mulher; g) crises
Pena – 01 a 04 anos de reclusão e multa”. assumiu o risco de produzi-lo. Pena – reclusão, de genitais momentâneas; h) exaltação decorrente de
3.1.3. Art. 132 do CP: “Expor a vida ou a saúde 4 (quatro) a 12 (doze) anos. certos atos fisiológicos; i) auto-erotismo: impulso
de outrem a perigo direto e iminente. Pena – 03 sexual espontâneo, que prescinde da participação
meses a 01 ano de detenção, se o fato não constitui Sexologia do sexo oposto; j) erotografomania: gosto por
crime mais grave”. Forense escrever assuntos eróticos.
8.2. Diminuição do instinto sexual: a) anafrodi-
Lesões 1. Estudo do aparelho genital masculino: orifício ex- sia: diminuição do instinto sexual no homem; b)
Corporais terno da uretra; glande do pênis; corpos da glande; colo frigidez: diminuição do apetite sexual na mulher;
da glande; prepúcio e frênulo; corpos cavernosos; corpo c) impotência: masculina e feminina; d) ausência
1. Choque: é um estado de falência circulatória esponjoso; bulbo do corpo esponjoso; esfíncter externo congênita do apetite sexual; e) erotomania: moda-
produzida por ameaça à vida. do ânus; uretra prostática membranosa e esponjosa; lidade de erotismo extremamente mórbida.
1.1. Classificação diafragma urogenital; testículo; ducto deferente; plexo 8.3. Formas relativas à qualidade:
1.1.1. Choque hipovolêmico; pampiniforme; formação de espermatozóides. 8.3.1. Inversão: a) uranismo: forma de
1.1.2. Choque cardiogênico; homossexualidade de maneira exclusiva; b) so-
1.1.3. Choque distributivo: séptico, anafilático, 2. Estudo do aparelho genital feminino: monte do domia: prática de sexo anal; c) pederastia: prática
neurogênico. pube; comissura anterior; clitóris; orifício externo da viciosa do coito anal entre indivíduos do sexo mas-
1.2. Diagnóstico uretra; grandes lábios vaginais; pequenos lábios vagi culino; d) tribadismo, lesbianismo, safismo: prática
1.2.1. Exame clínico: hipotensão arterial, pulsos nais; orifício vaginal; hímen; vestíbulo; fossa mavicular; homossexual feminina; e) ambissexualidade: é
periféricos imperceptíveis, palidez, cianose, su- comissura posterior; ovário; tuba uterina; útero; cérvice a preferência sexual pelos dois sexos (gilete); f)
dorese, taquicardia, taquipnéia, apatia, agitação, ou colo do útero; endométrio; miométrio. narcisismo: é a admiração do próprio corpo, com
desorientação, sonolência, obnufilação, torpor e 2.1. Estudo do hímen: indiferença para o sexo oposto; g) onanismo: é o
perda de consciência; 2.1.1. faces: externa ou vestibular e interna ou vagi impulso obsessivo à excitação dos órgãos genitais;
1.2.2. Exames carboratoriais: acidose metabólica, nal. h) topo inversão (coito ectópico): prática sexual por
hipocloremia, hiponatremia, hiperpotassemia; 2.1.2. bordas: aderente e livre. pessoas de sexo oposto em partes diversas do
1.2.3. Avaliação hemodinâmica. 2.1.3. orlas: entalhes, chanfraduras, carúnculas corpo (oral, anal, vestibular, axilar, intermamário
mirtíformes. etc.); i) felação: sucção do pênis por mulher; j)
Sexologia 2.1.4. consistência: membranosa, carnosa e elástica. cunilíngua: sucção dos genitais femininos por
Forense 2.1.5. classificação: a) acomissurados: imperfurado; homem; l) crono-inversão: atração sexual exclusiva
anular; semilunar; cordiforme; septado; cribiforme; b) pelo sexo oposto com grande diferença de idade;
1. Classificação: leves, graves, gravíssimas e comissurados: bilabiados; trilabiados; tetralabiados; m) gerontofilia: atração sexual dos jovens por
seguidas de morte. multilabiados; c) atípicos: com apêndice pendinte; com pessoas idosas; n) pedofilia: atração sexual de
apêndice saliente, ausente e fenestrado. pessoas adultas por crianças; o) etno-inversão:
2. Vias de fato: são agressões que não deixam acentuada preferência sexual por pessoas de raça
lesões e estão tipificadas no art. 21 do Decreto-lei Diferenciação diferente; p) cromo-inversão: atração sexual forte
3.688, de 03 de outubro de 1941. Sexual por pessoas de cor diferente; q) pigmalionismo:
admiração exagerada e patológica por estátuas.
3. Art. 129, CP: Ofender a integridade corporal ou 1. Gônadas: testículo / espermatozóide; ovário / 8.3.2. Desvio do instinto: a) sadismo: satisfação
a saúde de outrem. Pena: detenção, de 3 (três) óvulo. sexual realizada com o sofrimento da pessoa ama-
meses a 1 (um) ano. da; b) masoquismo: é o prazer sexual obtido com
3.1. § 1º: Se resulta: 2. Canal de Muller / genitália feminina; canal de Wolf o sofrimento físico e moral; c) sadomasoquismo:
3.1.1. I – incapacidade para as ocupações habitu- / genitália masculina. Canal deferente / tuba uterina. o prazer é obtido pela produção da dor no próprio
ais por mais de 30 (trinta) dias. Aqui é necessário Próstata / glândula de Barthollin. Área da glande / indivíduo e no parceiro; d) ecatofilia: a relação
se fazer um exame complementar trinta dias após glande do pênis e glande do clitóris. Saliência lateral / sexual está ligada a coisas sujas; e) vampirismo:
a lesão. Ocupações habituais vão além das pro- corpo do pênis e corpo do clitóris. Prega uretral, sulco obsessão em sugar o sangue do parceiro; f)
fissionais. Englobam, também, hobbies, atividades urogenital; uretra é o canal vaginal. Tumefação lábio- riparofilia: atração sexual por mulheres desassea
esportivas, caseiras etc. escrotal: bolsa escrotal ou escroto, grandes lábios das; g) necrofilia: prática sexual com cadáveres;
3.1.2. II – perigo de vida. Apenas certas lesões va-ginais e pequenos lábios vaginais. h) coprolalia: excitação sexual consistente em
caracterizam o perigo de vida: traumatismo crânio- proferir ou ouvir de alguém palavras obscenas; i)
encefálico, ferimentos penetrantes no crânio, tórax 3. Hermafrodita verdadeiro com hábito masculino: coprofagia: excitação sexual obtida com a ingestão
e abdômen causados por instrumentos perfurantes tem as duas gônadas com características sexuais de fezes do(a) parceiro(a); j) urolagnia: prazer
ou pérfuro-cortantes, queimaduras extensas, he- secundárias masculinas. sexual obtido ao se presenciar alguém em ato
morragia interna, choque hipovolímico. de micção ou em ouvir o ruído do jato urinário; l)
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urofagia: consiste no prazer de beber a urina do(a) da Lei 11.106/05. Parágrafo único: se a ofendida for 4.3. Mecânicos: sondas, agulhas, palitos, calor,
parceiro(a); m) espermofagia: o prazer sexual con menor de 18 e maior de 14 anos, a pena será de 2 a eletricidade;
siste em ingerir o esperma; n) picacismo: prazer 4 anos de reclusão. 4.4. Cirúrgicos: cesariana, curetagem, fórceps,
sexual em ingerir alimentos depois de colocá-los vácuo extrator;
sobre a parte sexual do(a) parceiro(a); o) bestia- 5. Corrupção de menores 4.5. Psíquicos: violência moral, ameaças, es-
lismo: prática de atos libidinosos entre ser humano Art. 218 do CP: “Corromper ou facilitar a corrupção de tresse.
e animal; p) fetichismo: fixação da libido em certos pessoa maior de 14 anos e menor de 18 anos, com ela
objetos ou determinada parte do corpo alheio à esfera praticando ato de libidinagem, ou induzindo-a a praticá- 5. Efeitos colaterais dos meios abortivos
sexual normal; q) travestismo: desvio no qual o lo ou presenciá-lo”. Pena: reclusão de um a quatro 5.1. Intoxicação, hemorragias, embolia pul-
indivíduo se sente atraído pelas vestes do sexo anos. Corromper significa perverter, depravar, viciar. monar;
oposto; r) sexo grupal: quando participam mais Facilitar é favorecer, ajudar, auxiliar. Se a vítima não é 5.2. Lesões vaginais e uterinas;
de três pessoas do ato sexual (“ménage a trois”, maior de 14 anos, o crime consumado é de atentado 5.3. Infecções: anexcites, endometrites, peritoni-
suruba, bacanal etc); s) troca interconjugal (swing) violento ao pudor. tes, septicemia, tétano pós-aborto.
caracteriza-se pela realização do ato sexual entre
vários casais; t) exibicionismo: necessidade que 6. Ato obsceno 6. Perícia
tem a pessoa de mostrar seus órgãos genitais; u) Art. 233 do CP: “Praticar ato obsceno em lugar público, 6.1. Na gestante: cloasma gravídico, colostro,
mixoscopia: prazer sexual em presenciar o coito ou aberto ou exposto ao público”. Pena: detenção de loquios sero-sanguinolentos, tubérculos de Mon-
de terceiros; v) fonocópula: é uma variação do ato 3 meses a 1 ano, ou multa. O sujeito ativo pode ser tegomery e rede de Haler.
sexual que consiste em conversas picantes ao qual-quer pessoa; o sujeito passivo é a coletividade. 6.2. Feto: determinar o meio abortivo e a “causa
telefone que levam os interlocutores à satisfação São considerados obscenos, desde que realizados em mortis”.
sexual; x) frotagem: prazer sexual em se esfregar lugar público, ou aberto ou exposto ao público, a prática
em terceiros. de atos sexuais e a exposição de órgãos genitais. Infanticídio
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7. Assédio sexual
Crimes contra a Art. 216 do CP: “Constranger alguém com o intuito de 1. Legislação:
Liberdade Sexual obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo- Art. 123 do CP: “Matar, sob a influência do estado
se o agente da sua condição de superior hierárquico ou puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo
1. Estupro ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo após”. Pena: detenção de 2 a 6 anos.
1.1. Previsão legal: art. 213 do CP. ou função”. Pena: detenção de 1 a 2 anos. Este artigo
Pena: reclusão, de seis a dez anos, imposta pela foi introduzido pela Lei 10.224, de 15/05/2001. 2. Elementos do crime:
Lei 8.072/90. Já o parágrafo único foi revogado 2.1. Feto nascente ou recém-nascido;
pela Lei 9.281/96, o mesmo ocorrente em relação Abortamento 2.2. Vida extra-uterina;
ao crime de atentado violento ao pudor; 2.3. Morte causada pela mãe sob a influência do
1.2. Elementos do crime: estado puerperal.
1.2.1. Constranger: coagir, obrigar, forçar, com- 1. Definição: é a morte do feto em qualquer fase do
pelir; ciclo gravídico. 3. Diagnóstico de vida extra-uterina:
1.2.2. Mulher: sem qualquer distinção (virgem ou a) Docimásia hidrostático de Galeno; b) Docimásia
não, prostituta, esposa etc); 2. Legislação óptica de Bouchut; c) Docimásia radiológica de
1.2.3. Conjunção carnal: consiste na introdução, 2.1. Traz duas figuras: o auto-aborto, que é o aborto Bordas; d) Docimásia estomacal de Breslau; e)
ainda que parcial, do pênis na vagina. provocado pela própria gestante, e o aborto provocado Docimásia histológica de Balthazar.
1.2.4. Violência: pode ser real, que é o efetivo por terceiro, mas com o consentimento da gestante.
desforço físico, ou presumida, que ocorrerá Tais condutas serão apenadas com detenção de 1 a 3 4. Perícia na mãe: determinar se a mãe encontra-
sempre que a vítima não for maior de 14 anos, for anos. (Art. 124 do CP) se sob influência do estado puerperal ou se é
alienada ou débil mental e o agente conhecer tal 2.2. Consite na provocação do aborto sem o consen portadora de doença ou deficiência mental.
circunstância ou quando não puder, por qualquer timento da gestante. Pena: reclusão de 3 a 10 anos. É
outra causa, oferecer resistência. a forma mais grafe de aborto. (Art. 125 do CP) 5. Perícia no feto: diagnosticar se houve vida
1.2.5. Grave ameaça: é a violência moral, a pro- 2.3. Aborto provocado por terceiro com o consentimento extra-uterina e determinar a “causa mortis”.
messa de um mal capaz de vencer a resistência da gestante. Pena: reclusão de 1 a 4 anos. Se a gestan-
da vítima. te não é maior de 14 anos, é alienada ou débil mental, Tanatologia
ou se o consentimento foi obtido mediante o emprego
2. Atentado violento ao pudor de violência, grave ameaça ou fraude, a pena será de
2.1. Previsão legal: art. 214 do CP. Pena: reclusão, reclusão de 3 a 10 anos. (Art. 126 do CP) 1. Definição: é o estudo da morte e dos sinais
de seis a dez anos; 2.4. Forma qualificada. As penas cominadas nos dois cadavéricos.
2.2. Constranger: ver crime de estupro; artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em
2.3. Alguém: ambos os sexos; conseqüência do aborto ou dos meios empregados para 2. Classificação: tanatodiagnose, cronotana-
2.4. Violência ou grave ameaça: ver crime de provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza tognose, tanatoconservação, tanatolegislação,
estupro; grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas cau tanatoscopia ou tanatopsia.
2.5. Ato libidinoso diverso da conjunção carnal: sas, lhe sobrevém a morte. (Art. 127 do CP)
coito anal, sexo oral, beijo lascivo, masturbação 2.5. Art. 128 do CP. Define as hipóteses de aborto legal, 3. Classificação dos fenômenos cadavéricos
etc. quando praticado por médico, a saber: 3.1. Abióticos imediatos: inconsciência,
a) se não há outro meio de salvar a vida da gestante insensibilidade, imobilidade, parada da respiração,
3. Posse sexual mediante fraude (aborto necessário ou terapêutico); parada da circulação, fácies hipocrática.
Art. 215 do CP: “ter conjunção carnal com mulher, b) se a gravidez resulta de estupro e o aborto é prece- 3.2. Abióticos consecutivos
mediante fraude”. Pena: reclusão, de 1 a 3 anos. dido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, 3.2.1. Desidratação: a) perda de peso; b)
Parágrafo único: Se o crime é praticado contra de seu representante legal (aborto sentimental, ético pergaminhamento da pele; c) dessecação das
mulher virgem, menor de 18 e maior de 14 anos, ou humanitário). mucosas; d) fenômenos oculares: d.1. perda
a pena é aumentada para reclusão de 2 a 6 anos. da tensão do globo ocular; d.2. tela viscosa ou
A redação do “caput” foi determinada pela Lei 3. Classificação albuminosa; d.3. mancha de esclerótica – Sinal
11.106, de 28/03/2005, que retirou do texto o termo 3.1. Espontâneo: causas hormonais, ovulares, placen de Sommer e Larcher; d.4. turvação da córnea;
honesta. Fraude é uma maneira de enganar a víti- tárias, uterinas, má-formações e infecções. d.5. ausência do reflexo córneo-palpebral; d.6.
ma, levando-a a uma falsa percepção da realidade. 3.2. Provocado: midríase paralítica.
Constitui, pois, um artifício, embuste ou ardil para a) terapêutico ou necessário: 3.2.2. Resfriamento: a) fatores intrínsecos: idade,
obter a conjunção carnal. b) moral, sentimental, piedoso ou humanitário; constituição do corpo, “causa mortis”; b) fatores
c) abortamentos criminosos: eugênico, econômico extrínsecos: as vestes, a umidade, arejamento,
4. Atentado ao pudor mediante fraude e social. o local.
Art. 216 do CP: “Induzir alguém, mediante fraude, 3.2.3. Rigidez: tem início depois de duas a três ho-
a praticar ou submeter-se à prática de ato libidinoso 4. Meios abortivos ras, sendo completa após oito horas. Desaparece
diverso da conjunção carnal”. Pena: reclusão, de 4.1. Naturais: espirradeira, quebre-pedra, cabacinha, depois de vinte e quatro horas, no início da putre-
2 a 4 anos. A exemplo do crime anterior, o “caput” arruda; fação. De acordo com a Lei de Nystem-Sommer,
também teve a sua redação modificada por força 4.2. Químicos: ocitócitos, prostaglandinas, cytotec; começa pela face, mandíbula, e nuca, seguindo-se
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os músculos do tronco, membros superiores e, por 4.7. Conteúdo estomacal: a digestão se leva em torno ras; c) exame do pescoço; d) colheita de material
último, os membros inferiores. de 4 a 7 horas. para exames laboratoriais; e) retirada de projéteis
3.2.4. Livores cadavéricos ou hipóstases: apa- 4.8. Fauna cadavérica de arma de fogo; f) retirada de corpos estranhos.
recem duas a três horas após a morte, têm a) Legião – dípteros – muscina stabulons (6 a 15 dias); 7.8. Lesões intra-vitam e post-mortem:
tonalidade violácea e resultam da deposição de b) Legião Lucila coesas (15 a 20 dias); c) Legião Der- 7.8.1. Intra-vitam: a) escoriação (com crosta); b)
sangue nas partes de declive do cadáver por força mester landarins (3 a 6 meses). retração dos tecidos; c) coagulação do sangue; d)
da gravidade. Depois de 12 horas, as manchas 4.9. Calendário da morte reação inflamatória; e) embolias; f) consolidação
ficarão fixadas. a) cadáver quente, flácido e sem livores. Morte recente óssea; g) queimadura (eritema).
3.3. Transformativos destrutivos (em torno de 1 a 2 horas); b) cadáver com tempera- 7.8.2. Post-mortem: a) sem crosta; b) não há
3.3.1. Autólise: início da decomposição, produzida tura inferior a 37º C, rigidez da nuca e da mandíbula, retração de tecidos; c) não há coagulação de
pela liberação das enzimas intracelulares. começando a aparecer os livores (morte em torno sangue; d) não tem reação inflamatória; e) não
3.3.2. Putrefação: a) período cromático: caracte- de 2 a 3 horas); c) rigidez da nuca, mandíbula e dos ocorre embolias; f) não ocorre consolidação óssea;
rizado pela presença da mancha verde na fossa membros superiores, livores acentuados (morte de 4 g) não tem queimadura.
ilíaca direta; b) período gasoso: gases formados a 6 horas). 7.9. Destino do cadáver:
por bactérias infiltram-se nos tecidos; c) período d) rigidez generalizada, livores não-fixados (morte em a) inumação simples; b) inunação pós-necropsia;
coliquativo: atuação da fauna cadavérica promo- torno de 8 horas); e) livores cadavéricos fixados (morte c) inu-nação pós-embalsamento; d) utilização em
vendo a dissolução pútrida dos tecidos; d) período após 12 horas); f) aparecimento da mancha verde abdo estudo e pesquisa; e) cremação; f) destruição; g)
de esqueletização. minal e início do desaparecimento da rigidez (morte imersão; h) ossários.
3.3.3. Fatores determinantes da putrefação: a) após 24 horas); g) mancha verde se estendendo pelo
fatores intrínsecos: idade, constituição do corpo, corpo e flacidez generalizada (morte após 48 horas); 8. Exumação:
“causa mortis”; b) fatores extrínsecos: vestes, h) extensão da mancha verde por todo o corpo (morte 8.1. Definição: desenterrar o cadáver para atender
umidade, temperatura, ventilação, condições do em torno de 3 a 5 dias); i) início da formação de gases a solicitação de autoridade.
solo. (morte após 3 dias). A fase coliquativa tem início a partir 8.2. Exumação administrativa:
3.3.4. Maceração: ocorre quando o corpo fica do segundo mês; cor pardo-esverdeada e enfisema pú a) mudança da sepultura dentro de um mesmo
imerso em líquidos: a) séptica: meio líquido trido em torno de 4 a 6 meses; esqueletização (cadáver cemitério;
contaminado; b) asséptica: ocorre na cavidade inumado) em torno de 2 a 3 anos; e destruição de b) remoção do esqueleto para o ossário; c) retirada
intra-uterina. ligamentos e cartilagens em torno de cinco anos. do cadáver para cremação; d) traslado para outro
3.4. Transformativos conservadores cemitério ou para o estrangeiro; e) troca de urna fu-
3.4.1. Mumificação: o ambiente seco interrompe a 5. Tanatoconservação nerária; f) recuperação de jóias ou documentos.
putrefação. A umidade do ar abaixo de 50º C inibe 5.1. Congelação: realizada em câmara frigorífica. 8.3. Exumações judiciárias:
o crescimento das bactérias. 5.2. Embalsamamento: em nosso Estado é feito com a) inumação sem certidão de óbito; b) troca de
3.4.2. Saponificação ou adipocera: ocorre quan- injeção de solução de formol a 20%, inoculado nas cadáver em hospital; c) inumação de vítima de
do o corpo fica imerso em meio semilíquido, solo artérias femorais. morte violenta sem necropsia prévia; d) dúvidas
úmido ou argiloso. As gorduras do corpo reagem 5.3. Mumificação: natural e artificial. quanto à identidade do morto; e) necropsias in-
com as substâncias do solo e formam sabões completas, com erros, omissões ou contradições;
que absorvem sais da água, transformando-se 6. Tanatolegislação f) erros na determinação da causa médica ou
em sabões calcáreos, adquirindo o cadáver uma 6.1. Código Civil: jurídica da morte.
maior resistência. 6.1.1. A existência da pessoa natural termina com a Link Acadêmico 8
3.4.3. Calcificação: ocorre em fetos retidos na morte (Art. 6º);
cavidade abdominal, após gestação tubária se- 6.1.2. Comoriência (Art. 8º);
guida de rotura. Absorvem cálcio, adquirindo uma 6.1.3. A sociedade conjugal termina (Art. 1571);
consistência pétrea, denominada litopédio. 6.1.4. Extingue-se o poder familiar (Art. 1635).
3.4.4. Corificação: ocorre em cadáveres ence- 6.2. Código Penal
nados em caixões metálicos hermeticamente 6.2.1. Extingue-se a punibilidade (Art. 107);
fechados. 6.2.2. Crime de destruição, subtração ou ocultação de A coleção Guia Acadêmico é o ponto de partida dos estudos
das disciplinas dos cursos de graduação, devendo ser
3.4.5. Congelação: ocorre em geleiras. cadáver (Art. 211); complementada com o material disponível nos Links e com a
3.5. Tipos de morte: natural ou patológica, violenta 6.3. Código de Ética Médica: Artigos 6º, 44, 54, 66, leitura de livros didáticos.
(homicídio, suicídio, acidente), celular, histológica, 114, 115, 119 e 120.
orgân ica, aparente, relativa, súbita, agônica, 6.4. Lei dos Transplantes: Lei 9.434, de 4 de fevereiro Medicina Legal – 3ª edição - 2009
presumida, real. de 1997, regulamentada pelo Decreto nº 2.268, de 30
Coordenadores:
3.6. Diagnóstico da morte de junho de 1997, e pela Lei 10.211, de 23 de março Carlos Eduardo Brocanella Witter: Professor universitario e de
3.6.1. Métodos antigos: a) sinais vitais, prova do de 2001. cursos preparatorios ha mais de 10 nos, Especialista em Direito
espelho, prova da vela, estímulos físicos. Empresarial; Mestre em Educacao e Semiotica Juridica; Membro
da Associacao Brasileira para o progresso da Ciencia; Palestrante;
3.6.2. Métodos modernos: a) critérios clínicos: 7. Tanatoscopia - autópsia - necropsia - necroscopia Advogado e Autor
arreatividade dolorosa e vegetativa, ausência de - necrotanoscopia: Autor:
reflexos, teste de apnéia; b) critérios laboratoriais: 7.1. Objetivos Jerônimo Rolim, Médico Legista, Mestre em Patologia, Espe-
eletrocardiograma, eletroencefalograma, tomo- a) identificar o morto; b) determinar a causa médica da cialista em Medicina Legal, Professor de Medicina Legal.
grafia cerebral, angiografia cerebral, ressonância morte; c) determinar a causa jurídica da morte. A coleção Guia Acadêmico é uma publicação da Memes
magnética. 7.2. Autoridades competentes para solicitar: Tecnologia Educacional Ltda. São Paulo-SP.
a) autoridade policial; b) autoridade judicial; c) autori- Endereço eletrônico: www.memesjuridico.com.br
4. Cronotanatognose dade sanitária; d) promotor de justiça.
4.1. Definição: é o estudo da determinação do 7.3. Locais de necropsia: Todos os direitos reservados. É terminantemente proibida a
reprodução total ou parcial desta publicação, por qualquer
tempo da morte, através dos fenômenos cada- a) Instituto de Medicina Legal: mortes violentas e sus meio ou processo, sem a expressa autorização do autor e da
véricos. peitas; b) Hospitais: necropsias clínicas; c) Serviços editora. A violação dos direitos autorais caracteriza crime, sem
4.2. Resfriamento: nas primeiras 3 horas a tem- de Verificação de Óbito – SVO: necropsias clínicas; prejuízo das sanções civis cabíveis.
peratura diminui meio grau. A partir da quarta hora, d) Instituições de Ensino Superior - Faculdade de
a diminuição é de um grau por hora. Medicina - Departamento de Patologia; e) Cemitérios.
4.3. Perda de peso: a perda é de cerca de 8 g/ 7.4. Pessoal: médico legista, patologista, auxiliar de
kg. necropsia.
4.4. Livores cadavéricos: aparecem de 2 a 3 7.5. Instrumental: bisturi, faca, tesoura, pinça, balança,
horas após a morte. A fixação ocorre em torno recipientes, serra, porta-agulha, agulha, fio de sutura,
de 12 horas. paquímetro, aventais, luvas, máscaras, óculos.
4.5. Rigidez cadavérica: começa pelos músculos 7.6. Do Exame Externo:
da mandíbula, 2 a 3 horas após a morte. Em torno a) descrição das vestes; b) sinais cadavéricos; c) esta
de 4 a 6 horas atinge os membros superiores, do geral e higiênico; d) idade, sexo, cor de pele, peso
tornando-se completa a partir de 8 horas. Depois e estatura; e) elementos de identificação; f) descrição
de 24 horas o corpo começa a ficar flácido. das lesões.
4.6. Mancha verde abdominal: aparece na fossa 7.7. Do Exame Interno:
ilíaca direta 24 horas após a morte. Em torno de 3 a) exame das cavidades cranianas, torácica, abdominal,
a 5 dias dissemina-se por todo o corpo. pélvica e raquidiana; b) exame dos órgãos e das vísce
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