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FALSUM COMMITTIT, QUI VERUM TACET

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Artigo 717 – UMA RESPOSTA NECESSÁRIA


Redigido em 03 de setembro de 2008, dia de São Gregório
Magno, 22ª do tempo Comum.

Por Dartagnan da Silva Zanela

"Ou restaure-se a moralidade ou


locupletemo-nos todos!"
(Stanislaw Ponte Preta)

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Não esperava uma repercussão tão grande de meu

libelo PENSO, LOGO ANULO. Esperava que algumas pessoas,

letradas ou não, não entendessem o que eu estava discutindo

naquelas linhas abjetas, porém não esperava uma reação tão

indignada quanto vazia quanto a que me foi apresentada por um

comentador virtual em meu perfil no Orkut.

Bem, como meu comentador virtual não entendeu

claramente a construção de minha argumentação sobre o que

significa votar e, em especial, qual o significado do ato de

anular um voto, retomo aqui o ponto do conto. Não em respeito

ao estapafúrdio comentário do internauta magoado, mas sim, em

consideração aos meus leitores e, principalmente, ao tribunal

de minha consciência que vigia meus atos e me obriga a

refletir sobre tudo que vejo, aprendo e, fundamentalmente,

sobre tudo o que eu faço.

Dito isto, vamos direto ao ponto: o que significa

votar? Votar é uma forma de ação social. Segundo Max Weber

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(1981), toda conduta humana dotada de um significado, de um

sentido, seria uma forma de ação social. Deste modo, todo

explicação sociológica séria deverá buscar compreender e

interpretar o sentido inerente a esta ação. Para tanto, é

fundamental que não se julgue a ação antes de se compreender

o agente dela e suas razões que, por sua deixa, impregnam o

seu ato de significado.

Sendo assim, o ato de compreensão consiste em

captar e interpretar as conexões que existem entre o sentido,

o sujeito e o objeto da ação social.

Deste modo, não temos como não tratar o voto como

sendo uma forma de ação social, visto que, tanto o ato de

candidatar-se como o ato de votar em um candidato são,

fundamentalmente, ações repletas de significados (MISES;

1986, p. 86 – 98).

Por essa razão, sugerimos a todas as pessoas que

desejam compreender bem o cenário político eleitoral que

estamos vivendo atualmente em nosso país, que procurem cruzar

essas informações. Cruzar os sentidos declarados publicamente

pelos candidatos com o sentido que eles empregam em suas

vidas para assim, deste modo, identificar realmente quais são

os valores que estão por traz das imagens simpáticas e da

fala melosa de cada um dos candidatos.

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Ou seja, votar em um candidato “A” ou “B” não

significa simplesmente permitir que ele tome posse do poder

por quatro anos. Significa que você é co-participe do que ele

representa (o sentido de seus atos) e do que ele irá realizar

(a concreção deste sentido).

Há um exemplo clássico disso que desejamos

explicar. Imagine que você tenha que escolher entre Adolf

Hitler e outro político qualquer (corrupto, diga-se de

passagem). Em qual dos dois você votaria? Ora, este exemplo

não é hipotético, é histórico meus caros. E o pior que a

escolha foi feita e todos nós sabemos no que deu (ZANELA;

2003). O problema maior neste caso, o da Alemanha hitlerista,

não era que Adolf Hitler tenha tomado o poder, mas sim os

valores que ele representava em a concordância com os valores

do povo alemão que cegamente confiava no Partido Nacional-

Socialista dos Trabalhadores da Alemanha.

Por isso, sobre este ponto, julgamos ser de

grande valia as considerações feitas pelo sociólogo Giovanni

Sartori para a análise dos grupos políticos e assim, podermos

ter uma visão mais clara do fenômeno em questão. Segundo ele,

devemos sempre cruzar as informações das seguintes dimensões

de um grupo político: (i) a dimensão organizacional interna;

(ii) a dimensão motivacional do grupo; (iii) a dimensão

ideológica e, por fim, (iv) a dimensão espacial, ou seja, se


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é um grupo político de destra ou de sinistra e o que os

partidários entendem por esta espacialidade(PENNA; 1994,pág.

94).

Obviamente que, para se obter o devido

entendimento sobre essas dimensões o indivíduo tem que ter no

âmago do seu ser uma vontade muito maior de compreender a

cena política do que tão só e simplesmente ver o candidato

“A” ou “B” vencer as eleições. E, principalmente, para se

compreender as motivações que estão levando ele a votar em um

destes candidatos ou em nenhum deles é fundamental que se

tenha um forte desejo de compreender a ação social que o

indivíduo se vê partícipe para assim, e somente assim, poder

afirmar com convicção que agiu de modo consciente e sereno,

sem estar servindo de marionete nas mãos de um oportunista,

pois, como nos ensina Santo Agostinho, o que se ignora

totalmente não se pode amar de forma alguma (1994, pág 310).

Seguindo adiante em nossas considerações, cabe

lembrar que toda ação social é fundamentalmente um ato ético.

Todo ato humano para ver-se realizado, inevitavelmente acaba

se deparando com uma possibilidade escolha. Toda escolha

humana, por sua deixa, ao preferir algo, acaba manifestando

um ato de valoração, ou seja, acaba afirmando com sua escolha

que os valores que estão presentes naquele objeto e

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refletidos em seu ato, são mais valiosos que os demais

valores (REALE; 1999, pág. 217 – 227).

Por isso todo ato humano é necessariamente um ato

axiológico, um ato de avaliação e escolha de valores. Deste

modo, em toda ação humana nós temos pressuposta uma

hierarquia axiológica, uma hierarquia dos bens que nós

julgamos ser mais valiosos, correto? Mesmo que tenhamos uma

pessoa totalmente depravada, esta terá em seu horizonte de

consciência (CARVALHO; [n/ed.]) uma hierarquia de valores,

mesmo que este indivíduo manifeste-se de maneira

aparentemente caótica, ele terá pressuposta uma hierarquia de

valores, mesmo que seja uma hierarquia depravada (SANTOS;

1960).

Por exemplo: uma pessoa desonesta não seria uma

pessoa sem valores, mas sim, um elemento que afirma que os

valores mais preciosos para sua vida são a sua sede por

satisfazer os seus desejos, mesmo que estes sejam fúteis,

mesmo que a realização deles fira as demais pessoas que estão

a sua volta. Um outro exemplo: Um jovem que entrega a uma

vida ao total desregramento também não é uma pessoa sem

valores, mas sim, um indivíduo que tem o hedonismo como

princípio norteador de sua vida vazia, que dia após dia, se

torna mais e mais vazia em nome da realização do valor que

ele elegeu como sendo o valor central de sua vida.


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O mesmo podemos e devemos considerar com relação

ao ato de votar. Ao sufragar um voto nós não estamos apenas

escolhendo uma pessoa que assumirá uma cadeira junto ao Poder

Legislativo ou se colocará a frente do Poder Executivo. Ao

depositarmos nosso voto estamos elegendo junto com a pessoa

os valores que ele e sua agremiação partidária representarão

e que nós, por nossa deixa, nos identificamos através de

nossa escolha feita de maneira consciente, inconsciente ou

mesmo cinicamente mesmo.

Ora, para estudar algo eticamente é indispensável

estabelecer o dever-ser do agir e do existir humano, pois,

como já havíamos anteriormente afirmado, onde há uma escolha

humana desprendida, há sim, sempre, uma apreciação. Deste

modo, a ética, sendo uma disciplina ontológica, funda-se na

existência da vontade humana que obedece a normas

incoercíveis e necessariamente determinadas pelo interesse do

todo (SANTOS; 1957, pág. 114 – 116), não de uma

particularidade qualquer ou do ponto de vista edificado a

partir de uma visão subjetiva sobre a totalidade.

Doravante, se formos recorrer a obra do

Estagirita, este nos ensina que o fim último do homem é a

felicidade e que esta consiste em uma vida regida em

conformidade com a razão que nada mais seria que uma vida

virtuosa (ARISTÓTELES; 2002). Bem, se formos realmente agir


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em um ano eleitoral com vistas a realizarmos uma atuação em

conformidade com a razão, devemos levar em conta a

possibilidade de se anular o voto se este não encontrar

nenhuma possibilidade que também esteja em conformidade com o

logos, visto que, tudo que insulta a razão é necessariamente

irracional (AQUINO; 2000).

De mais a mais, como nos ensina Platão, uma vida

plenamente ética deve necessariamente elevar o indivíduo a a

realizar-se através de sua adequação as idéias (eidos)

superiores em detrimento das inferiores. Para tanto, deve-se

exigir uma constante imitação dos valores mais elevados,

pois, somente assim, poder-se-á alcançar a plenitude de sua

dignidade (2008).

E aí que, mais uma vez, a porca torce o rabo:

como nortear a vida a partir dos eidos superiores

apresentados e sugeridos pelo Mestre do Jardim de Acádemo se

insistirmos em votar por votar sem avaliar se realmente

estamos cônscios dos ideais que estão sendo colocados em

cheque com este nosso gesto?

Por isso, repito aqui, nesta breve e indigna

missiva, o que havia afirmado no artigo PENSO, LOGO ANULO no

seu nono parágrafo, que considero o voto nulo não um simples

gesto de repúdio ou de protesto. Anular o voto, na atual

conjuntura política é um gesto de auto-afirmação da própria


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dignidade enquanto valor que nos diferencia enquanto o que

somos: seres dotados de razão. Obviamente que apenas anular o

voto nada significa. Este gesto deve refletir o contrário da

situação reinante e, tal reflexo deve necessariamente se dar

em nossa conduta cotidiana. Do contrário, será apenas mais

uma macaqueação do que se apresenta em meio à fauna política

brasileira: mais um anão moral fingido ser um gigante ético

(ZANELA; 2008).

Ou seja, o que defendemos fazendo uso de nossa

pena digital é justamente a força da boa consciência moral,

pois toda forma viciosa ofende a razão e, conseqüentemente, a

sanidade da alma humana (SANTOS; 1957), pois, as eleições e

seus espetaculosos salvadores da pátria passam, mas nossa

consciência fica e continuará a nortear os nossos atos que

serão retos ou dolosos, dependendo dos valores que elegemos

como sendo o centro de nossa vida.

Por essas razões, apontadas nas linhas acima, que

como professor, que me esforço em ser, creio que, antes de

fazer qualquer campanha eleitoreira, tenho o dever cívico e

moral de convidar as pessoas a refletir sobre este ato, que é

o ato de votar, e sobre este momento que é o processo

eleitoral e, fundamentalmente, conforme nos ensina o Doutor

Angélico, se opor as ações errôneas colocando-se em defesa da

Verdade, pois, o ofício daquele que se dedica ao ensino, é


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similar ao de um médico que, por sua deixa, deve restaurar a

saúde, ao mesmo tempo que combate a enfermidade (AQUINO;

2000, pág. 130 - 131). E, a grande enfermidade está na alma

humana que se vê corrompida e acaba corrompendo tudo que

toca.

É natural que um convite para um momento de

reflexão sobre um tema como este suscite um sentimento de

repulsa nas almas embevecidas pela irascível sede por poder e

naquelas que estão tomadas pela letargia existencial, fazendo

brotar um certo desconforto ou mesmo um forte sentimento de

ódio, pois o conforto de sua alcova cavernosa é mais

importante para a preservação de sua vida do que a entrega

gratuita e genuína de si para si, em um processo de auto-

conhecimento que tanto os assusta(PLATÃO; 2005).

É fundamental que, ao menos, algumas pessoas

primem pela integridade de suas consciências e continuem a

agir e a refletir livremente para que possam fazer a escolha

do objeto que irão valorar em um ano eleitoral e no correr

dos seus dias neste vale de lágrimas que é a vida neste

mundo. Se formos votar em “A”, ótimo. Se formos sufragar

favorável para “B”, bom. Se for para “C”, nada mal. E se for

sufragar um voto para “nenhum” candidato, bom também, desde

que você esteja cônscio dos valores que este ou aquele gesto

implicam.
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Espero que meu comentador tenha compreendido o

intento do meu libelo citado no início desta carta aberta

que, por sua deixa, continua sendo o mesmo em minha mente e

em meus atos, seja em um ano eleitoreiro como este, ou em

outra época qualquer. Se, por um acaso, sua alma não se abriu

para a devida compreensão do tema abordado através do viés

proposto, que vá plantar coquinho.

REFERÊNCIAS:

AGOSTINHO, Santo, Bispo de Hipona. A Trindade. São Paulo: Ed.


Paulus, 1994.

AQUINO, São Tomás. Súmula contra os Gentios – Coleção Os


Pensadores. São Paulo: Ed. Nova Cultural, 2000.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Martin Claret, 2002.

CARVALHO, Olavo de. Ser e Poder. [n/Ed.]. Documento em formato


Word.

MISES, Ludwig von. AS seis lições. Rio de Janeiro: Instituto


Liberal/José Olimpio, 1986.

PENNA, José Osvaldo de Meira. A ideologia do século XX – ensaios


sobre o Nacional-Socialismo, o Marxismo, o Terceiro-mundismo e a
Ideologia Brasileira. São Paulo: Nórdica/Instituto Liberal, 1994.

REALE, Miguel. Filosofia do Direito. São Paulo: Ed. Saraiva, 1999.

SANTOS, Mário Ferreira dos. Filosofia Concreta dos Valores. São


Paulo: Ed. Logos, 1960.

__________. Sociologia Fundamental e Ética Fundamental. São Paulo:


Ed. Logos, 1957.

PLATÃO. Teeteto. Desterro: Ed. Barba Ruiva, 2008.

PLATÃO. A República. São Paulo: Martin Claret, 2005.

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WEBER, Max. Ensaios de Sociologia. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara,


1981.

ZANELA, Dartagnan da Silva. O ponto Arquimédico. Ebooks Brasil,


2003.

__________. Penso, logo anulo. In: FALSUM COMMITTIT, QUI VERUM


TACET. 31 de agosto de 2008. Disponível na internet:
http://zanela.blogspot.com/2008/08/artigo-715-penso-logo-
anulo.html.

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