Ciclicamente e mais frequente do que vergonha generalizada e mais uma prova, a por isso, cresceu a área de apoiantes à tal
apoiantes à tal oportunidades que, a pouco e pouco, irão
gostaríamos, volta sempre à baila o problema
do Consulado de Londres. E hoje já não
somos uma das poucas vozes cíticas. Hoje,
são muitas as que se fazem ouvir por todos os
cantos do Reino Unido. Isto porque ao longo
de 2 anos e meio de publicações e depois de
57 edições – tudo continua na mesma. Por
mais que se mudem os serviços, as pessoas,
os cônsules, os sistemas informáticos, as
estratégias e que se insista com um número
irrisório e oficial de portugueses utentes –
este consulado continua a debater-se com
problemas graves de atendimento, qualidade
de serviços, listas de espera, demoras, percas
de documentos, crispações com utentes,
muitas vezes com ou sem razão, etc., etc.
Como se pode exigir a 12 funcionários o
trabalho que era antes desenvolvido por 21?
Como é possível, com o incremento
significativo, por todos aceite e confirmado,
da emigração para o Reino Unido, se opere
com metade do pessoal consular de há dois
anos? Porque é que se insiste em abandonar
meia dúzia de pessoas competentes, nas mãos
de aprendizes contratados a prazo, sem
ambição e sem futuro?
Os níveis de “stress” em que cônsules e
pessoal consular são obrigados a trabalhar e
as exigências de uma comunidade farta de
aturar o “estado de coisas”, são uma
combinação explosiva, que não tem remédio,
até que se admitam os erros e as limitações e
se corrijam os males.
Porque é que não se aposta em pessoas e
organizações, por demais reconhecidas por
todos pela sua competência no apoio às
comunidades fora e dentro de Londres, para
descentralizar os serviços e criar pontos
consulares avançados?
Estas são as perguntas mais correntes e que
nem são da nossa autoria – mas sim
provenientes de comentários de pessoas
importantes e bem colocadas na nossa
comunidade, tal como os conselheiros, os
comerciantes e instituições de apoio.
Ninguém entende como foi possível deixar
chegar a situação a este ponto e como podem
alguns sectores do estado português dizer que
está tudo bem. Não se pode reclamar ou
exigir a união entre a nossa comunidade e,
por outro lado, criar pontos de ruptura,
frustração e conflito. O que se passa é uma
ser verdade o que dizem, e a SECP ser
mesmo uma entidade competente, que
estamos perante uma atitude intencional e
negligente. Hoje, os portugueses gozam de
um momento de paz e muitos são os que
tentam criar uma união e projectos de
trabalho conjunto entre os vários grupos de
opinão na comunidade. Temos também
instituições oficiais lideradas por pessoas
capazes e com grande aceitação no seio da
mesma comunidade. Contudo, ninguém
consegue mudar o rumo aos acontecimentos,
porque o poder e decisão estão nas mãos de
quem não quer saber. Nem os inúmeros
apelos destes responsáveis, nem da oposição
no parlamento, têm conseguido demover a
SECP. Porque todos sabemos que não se
castigam os erros políticos em Portugal.
Entram e saem do poder, impunes, arrogantes
e indiferentes a quem prejudicam.
É, com o devido respeito, como qualquer
actividade criminosa – só se ataca pela rama
onde cai e presta contas apenas a arraia
miúda. Em Portugal criou-se um cartel de
“intocáveis”, que, escondidos por detrás de
um democracia inexistente, veio substituir e
reeditar o regime de um novo “Estado
Novo”.
Quanto a mim, resta-me apenas dirigir os
protestos às autoridades locais e
internacionais. E neste momento despontam
juristas capazes de o fazer. Vamos acreditar
que não vai ser preciso...
A imigração neste país está sob ataque e
será difícil prever o resultado. Neste
momento quase todos os partidos tentam dar
a entender à opinião pública que os
imigrantes são os grandes culpados da falta
de emprego no país, atendendo aos mais de 2
milhões de desempregados registados.
Por mais que me queiram convencer que a
frase de “empregos em Inglaterra, são para os
ingleses”, proferida no ano passado pelo
primeiro ministro, Gordon Brown, foi um
comentário politicamente ingénuo, hoje e
depois de tudo o que tem acontecido desde
então, parece-me, sim, que foi antes uma
opinião intencional. Todos sabemos que não
se ganham eleições com boas intenções.
Ganham-se com votos. E hoje cresceu muito
a oposição interna à imigração e à Europa e,
frase politicamente ingénua. Considera-se
mesmo que se os grandes partidos não
reagirem em consonância com esta nova onda
de protestos, poderão ter no partido BNP, de
extrema direita, uma surpresa nas próximas
eleições, e empurrá-lo para uma faixa de 10%
do total dos votos. Por isso, a justificação do
posicionamento do partido trabalhista, o
primeiro, como governo, a ter acesso a este
tipo de informação.
Contudo, tem sido este o único partido que
tem mantido uma certa tolerância com as
comunidades imigrantes e tem defendido
intransigentemente a manutenção do país na
União Europeia. Tem sido este mesmo
partido que tem trabalhado e empregado
portugueses, tanto no poder central como
regional, para liderar, defender e integrar a
nossa comunidade. Não estão em causa os
resultados, está em questão a intenção.
E, por isso, mesmo os que não apoiam a
causa socialista devem ter em conta este
factor, quando exercerem o seu voto nas
eleições regionais ou do parlamento europeu.
É também este partido que defende a maior
participação política dos portugueses no seio
dos órgãos de decisão britânicos. Tem sido,
por outro lado, também este partido que tem,
por via do governo trabalhista, posto à
disposição fundos de apoio, que muito têm
ajudado a integração das comunidades
imigradas – e se os resultados não são
surpreendentes, estes têm a ver com a
incapacidade de quem os utilizou e aplicou.
Sem dúvida que o jantar ocorrido no
restaurante Madeira, em Vauxhall, Londres,
não foi por acaso. A comunidade portuguesa
tem hoje, em muitas zonas do país, um peso
significativo, que pode mudar ou eleger
representantes próprios no seio do poder
local, e dar o controlo político a este ou
àquele partido. E isso, o partido trabalhista
sabe, porque tem acesso aos números reais de
quantos somos e onde estamos. Porque
alguém acredita que, numa sociedade como
esta, do tipo de “Big Brother” em versão
ampliada e bem controlada, o partido do
poder não saiba a realidade do número das
comunidades imigradas?
Só que nós, portugueses, temos de uma vez
por todas que olhar pelos nossos interesses e
colocarmo-nos à disposição para abraçar as
surgir no espaço político britânico. Tanto no
aparelho do poder local, como também na
vida sindical e sobretudo no movimento
comunitário. Doutro modo seremos
ultrapassados por tudo e todos e
continuaremos, tal como Portugal na Europa,
na cauda das outras comunidades e a
reboque do que os outros consigam.
No panorama da política britânica, esta
semana foi pródiga em mais duas broncas
políticas no seio do governo britânico e de
Gordon Brown. Não só um dos seus homens
de confiança e conselheiro foi apanhado a
enviar “e-mails” anónimos e
comprometedores aos conservadores, como
se veio a descobrir que, afinal, a ministra do
interior, depois de ter negado no Parlamento,
esteve mesmo envolvida na prisão preventiva
de um deputado conservador, a quem acusava
de ter sonegado informação confidencial do
estado britânico e a ter facultado à imprensa.
Dois incidentes graves que põem a
descoberto as fragilidades políticas de
Gordon Brown e que demonstram a sua
incapacidade para controlar política e
autoritariamente o partido trabalhista, por si
liderado. Uma má imagem na opinião pública
britânica muito susceptível e atenta a este tipo
de incidentes. No entanto, por outro lado, o
MFI admite, no seu último relatório, que a
recuperação económica já se faz sentir no
Reino Unido, mesmo que defenda vir a ser
mais lenta do que o esperado. Um bom
indicador que confirma a extrema habilidade
do primeiro ministro em matérias de
economia e finanças e, de alguma maneira,
uma resposta aos críticos dentro e fora do
país. Por fim, mais dois indicadores
económicos de alguma relevância. Um, que
tem a ver com a cadeia Tesco, que se
aproxima de um recorde único em resultados
de facturação, ao anunciar vendas semanais
de 1 bilião de libras. Outro, no que diz
respeito ao sinais positivos da recuperação do
mercado imobiliário, se bem que foi
anunciado que cerca de 1 milhão de
proprietários se encontra perante o facto das
suas propriedades valerem menos do que
quando as compraram e mais 1 milhão cujas
propriedades apresentam uma valorização
zero.
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