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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO MUNICÍPIO DE PONTA PORÃ - MS

PARECER MINISTERIAL

Autos nº 2007.60.05.000377-4.
Mandado de Segurança com Pedido de Liminar
Impetrante: Cezar Ferreira de Oliveira.
Impetrado: Comandante do 11º Regimento de Cavalaria Mecanizada.

I - RELATÓRIO
Trata-se de mandado de segurança, com pedido liminar, impetrado por
CEZAR FERREIRA DE OLIVEIRA, objetivando a sua reintegração nas fileiras do
exército brasileiro, com a continuidade no pagamento das prestações de vencimentos até
que o Impetrante complete o necessário tratamento e esteja realmente habilitado a trabalhar
na vida civil, “atualizando as referidas prestações naturalmente conforme a legislação
especial vigente (LRM) sobre remuneração dos militares publicada em DOU, cadastrada
no Exercito Brasileiro sob o CPF/MF sob o nº 979.012.531-34, em favor do impetrante”.
Requer também a continuidade do tratamento de saúde junto ao Sistema Único de Saúde
do Exército, “com a realização inclusive das consultas e exames médicos já marcados
para o impetrante, devendo o FUSEX efetivar a cobertura da Cirurgia de Coluna
necessária ao militar..., para que o mesmo volte ao seu estado anterior de saúde...”.
2. Para tanto, alega, em síntese, que: (i) foi acamado de uma doença grave,
chamada de “Hérnia Discal Latero-Foraminal à direita”, sendo que, no caso do Impetrante,
tal doença é curável somente através de intervenção cirúrgica; (ii) que seus males
decorreram da sacrificada atividade militar, somado ao fato de que “laborava na cozinha e
freqüentemente fazia muito esforço, haja vista, que levantava um vasilhame com cerca de
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70 litros de suco, bem como, panelas de peso elevado; (iii) que contribuiu
compulsoriamente por mais de 07 (sete) anos de efetivo serviço militar para a formação do
fundo para a pensão militar bem como para o Fundo de Saúde do Exército, mesmo quando
estava inativo (FUSEX); (iv) que uma cirurgia de aplicação de prótese discal ultrapassa a
quantia de R$ 20.000,00, o que abala o SUS do exército, que é o FUSEX; (v) que há
“informações seguras que os comandantes de unidades militares receberam
recomendações superiores para que providenciem a exclusão de todos os militares que
não atingiram os 10 anos de serviço e que estão acometidos por doença, na tentativa de
aliviar as finanças do FUSEX que estão bastante comprometida”; (vi) que “ o militar
impetrante foi acompanhado por um tenente Farmacêutico cito Tenente André Luiz, que é
de extrema confiança subjetiva do Cmt do 11º RCMec por ordem do Cmt do 11º R C Mec,
capciosamente esse militar foi determinado que um oficial farmacêutico extremamente de
confiança do Comandante do 11º R C Mec, adentrou a sala da JISG e pediu uma reunião
particular com os membros daquela JISG, colocando subjeções que os militares que ali
seria submetido deveria ser feito o possível para que em parecer médico os mesmos
fossem considerados aptos para o serviço do exército, pois somente dessa forma poderiam
ser licenciados sem ônus a instituição militar e sem que o FUSEX suportasse ao seu
tratamento de saúde, somente assim poderia haver um licenciamento sem que o FUSEX
indenizasse as despesas cirúrgicas com o militar, livrando-se inclusive do salário que lhe é
pago durante a convalescença”.
3. A Autoridade inquinada coatora prestou informações às fls. 94/112,
sustentando, principalmente, a higidez e legalidade dos atos praticados, e insurgindo-se
contra as alegações do Impetrante. Alega, em síntese, (i) que a simples alegação de que a
incapacidade decorre de sacrificada atividade militar não deve ser prova suficiente para dar
ensejo à reintegração do impetrante; (ii) que “no período compreendido entre abril de
2006 a abril de 2007 o impetrante foi afastado totalmente das atividades militares para
fins de tratamento médico.... Nesse período, além de perceber integralmente seus
vencimentos, aproximadamente R$ 16.000,00... sem fazer absolutamente nada, o militar
recebeu todos os tratamentos clínicos indicados pelos profissionais de saúde, sendo todas
as despesas, inclusive com deslocamentos, custeadas pela União com os recursos do
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Fundo de Saúde do Exército... Além disso, o impetrante realizou vários exames em clínicas
conveniadas e passou por várias sessões de fisioterapia, sendo todo tratamento custeado
pelo Fundo de Saúde do Exército (FUSEX)”; (iii) que o impetrante teve assegurado todos
os direitos previstos por ocasião de seu licenciamento e exclusão das fileiras do Exército;
(iv) enfim, que o ato administrativo que licenciou o impetrante, excluindo-o das fileiras do
Exército Brasileiro, foi praticado por autoridade competente e baseado no parecer de Junta
de Inspeção de Saúde e na legislação pertinente;
4. Pela MM. Juíza foi deferida a liminar, face à presença da plausibilidade
do direito vindicado e do periculum in mora, “vez que de acordo com atestado médico de
fls. 80, emitido na mesma data do parecer de inspeção de saúde que considerou o Impte.
apto para o serviço militar, ou seja aos 02/04/2007, o impetrante foi considerado 'inapto
temporário a serviços com esforço físico', afirmando ainda o mencionado laudo, que o
Impte. apresenta 'dor e impotência funcional que é prejudicada por esforço na sua
profissão'” (fls. 81-82).
II – ANÁLISE
5. Não merece acolhida a presente impetração.
6. Além de não se vislumbrar qualquer evidência de ter a autoridade
inquinada coatora cometido qualquer ilegalidade ou abuso de poder, tem-se que, ao
contrário da argumentação que serviu de base à r. Decisão de fls. 81-82, as datas do
atestado médico de f. 80 juntado pelo Impetrante e do Parecer proferido pela JISG (f. 19),
que o considerou “apto para o Serviço do Exército”, não coincidem. O primeiro documento
data de 02/05/2007 e o segundo data de 02/04/2007.
7. Com efeito, o Impetrante alega que em decorrências dos penosos serviços
prestados ao Exército foi constatada a existência de uma “hérnia discal latero-foraminal à
direita”, conforme laudo de tomografia computadorizada, emitida em 28/06/2006 (f. 17),
sendo tal doença curável apenas por cirurgia. No entanto, não há prova nos autos de ter o
Impetrante sofrido desses males em conseqüência do serviço militar que prestava, ou de
que a doença que o acomete decorreu de tal serviço ou se agravou com ele. O Impetrante
tão-somente fez alegações.
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8. Em que pese a Junta de Inspeção de Saúde da Guarnição (JISG) ter se
manifestado no sentido de estar o Impetrante apto para o serviço militar (f. 19), este alega
que, pelo contrário, não encontra-se apto para o referido serviço. Não há provas
convincentes e seguras nos autos nesse sentido, tendo em vista que o documento juntado
pelo impetrante à f. 80, além de ser o único atestado médico recente e ser emitido um mês
após o parecer da JISG, se refere ao exame tomográfico feito no mês de junho de 2006 (f.
17). Nem há provas de que houve irregularidades quando da realização do exame pela
junta médica, o que deveria ser levantado pelo Impetrante, já que a via estreita do
mandamus não permite dilação probatória.
9. Vale ressalta ainda que, nos cinco anos em que o Impetrante efetivamente
prestou Serviço Militar, não se teve notícia de registro referente à doença ou acidente em
serviço, não havendo nos autos qualquer documento nesse sentido.
10. De outro tanto, seria fácil se todos os militares licenciados, e que foram
submetidos ao exame, pudessem contrariar o parecer médico, já que, conforme alega o
Impetrante, houve conluio com o fim se considerar “aptos para o serviço do exército”
todos os militares que, na época, foram submetidos a referido exame.
11. É certo que o Impetrante prestava serviço militar em caráter temporário,
tendo sido prorrogado seu tempo de serviço por várias vezes, conforme art. 8º da portaria
nº 600/2000, Instruções Gerais para a Prorrogação do Tempo de Serviço Militar. É certo
também que o Impetrante foi licenciado nos termos do art. 432, § 2º da Portaria nº
816/2003 (RISG), do art. 94 e 95, §§ 1º e 3º do Estatuto dos Militares.
12. Assim, o Impetrante deveria trazer nos autos provas aptas a comprovar
que a doença decorreu mesmo do serviço ou que houve qualquer acidente ou ferimento em
serviço, pois, se realmente houvesse, tal estaria (ou pelo menos deveria estar) registrado de
alguma forma.
13. Mais, para que o Impetrante tivesse resguardado seu direito à
reintegração para tratamento de saúde, deveria ser considerado incapaz definitivamente
para o serviço do Exército, onde tal incapacidade deva guardar relação de causa e efeito
com o serviço ou que não esteja com este relacionada quando o incapacitado seja
considerado inválido para qualquer serviço. É o que prega os arts. 104, II, 106 II, 108, III e
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VI e 111, II, do Estatuto dos Militares (lei nº 6.880/80). O Impetrante, pelo contrário, foi
considerado apto para o serviço militar por junta médica.
14. Insta gizar que o Impetrante teve assegurados todos os direitos previstos
por ocasião de seu licenciamento e exclusão das fileiras do Exército.
15. Portanto, o que se extrai do presente mandamus é que a autoridade
militar realmente praticou o ato baseado no parecer da Junta de Inspeção de Saúde e na
legislação pertinente à matéria, não se vislumbrando de plano qualquer ato abusivo ou
ilegal de sua parte.
16. Desta feita, em razão dos motivos supra delineados, não merece acolhida
o conjunto de alegações feitas pelo Impetrante com vistas à sua reintegração nas fileiras do
exército para tratamento de saúde.
III - CONCLUSÃO

17. Em razão de todo o exposto, o MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL


manifesta-se pela denegação da ordem, pugnando pela extinção do processo, com a
resolução do mérito, nos termos do artigo 269, I do Código de Processo Civil.

De Dourados-MS para Ponta Porã, 31 de maio de 2007.

FLÁVIO DE CARVALHO REIS


Procurador da República

JCDR.

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