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COM PAULO, NO CAMINHO DA LUZ!

I. UM ITINERÁRIO ESPIRITUAL
De Damasco ao deserto, do deserto a Jerusalém e de Jerusalém para o
mundo!

Na sequência da actividade proposta para o Advento e Natal, centrada na temática da


luz, sugerimos percorrer o nosso caminho pascal, como «caminho da luz», e também
agora, sob a guia, e na companhia de São Paulo.

Para marcarmos os momentos desse caminho, escutemos o testemunho do Apóstolo,


na Carta aos Gálatas (1,15-24). Aí, o próprio São Paulo nos dá conta de três momentos
importantes da sua vida, depois de ser alcançado pela «intensa luz» vinda do Céu, no
caminho de Damasco: a sua partida para o deserto, a subida a Jerusalém e a missão
junto dos pagãos. Deste modo, São Paulo inspira-nos os passos, no nosso caminho
pascal, como verdadeiro «caminho da luz»! Da luz de Damasco ao deserto, do deserto
a Jerusalém, e de Jerusalém para o mundo! É o itinerário descrito pelo próprio
Apóstolo.

Esses três momentos, podemos revivê-los, respectivamente, em três tempos:


Quaresma, Semana Santa e Tempo Pascal. Assim:

1. Quaresma:
Como Paulo, e com Cristo, partir para o deserto!

Gal.1,15-17
“Mas, quando aprouve a Deus - que me escolheu desde o seio de minha mãe e
me chamou pela sua graça - revelar o seu Filho em mim, para que o anuncie
como Evangelho entre os gentios, não fui logo consultar criatura humana
alguma, nem subi a Jerusalém para ir ter com os que se tornaram Apóstolos
antes de mim. Parti, sim, para a Arábia e voltei outra vez a Damasco”.

À semelhança de Jesus, que depois do Baptismo, vai para o deserto, antes de começar
a sua missão, também Paulo parte para o deserto. Assim, ao seu primeiro arrebatador
e entusiástico início, seguem-se os tempos de silêncio e provação. É que a resposta à
vocação geralmente implica um distanciamento, uma verdadeira experiência de
escuridão e cepticismo (cf. Act. 9,8-9; 22,11.13).

A luz que atingiu Saulo-Paulo faz com que ele perceba, então, a gravidade do pecado
pessoal e aquele pecado radical que pesa sobre a condição humana: a isso ele se
refere, por exemplo, com acentos diversos, na Carta aos Romanos (cap. 7), quando
descreve a condição trágica do ser humano, sobretudo em relação à impotência de
fazer o bem que gostaria de praticar. O Senhor fá-lo intuir o quanto deverá sofrer por
causa de seu nome (Act.9,16).

Nesta perspectiva, Paulo conduz-nos ao deserto, para viver a Quaresma, como tempo
de consulta de Deus, tempo de confrontação, tempo de escuta, da voz mais íntima e
secreta de Deus. É curioso olhar para o significado da palavra deserto. Em hebraico,
deserto diz-se «midbar». Pode significar “lugar solitário”, mas também “eu falo”. O
deserto, ao mesmo tempo, é o lugar do silêncio e é o lugar de uma palavra que esse
silêncio guarda. Na Quaresma, a Igreja é chamada a uma experiência de deserto. É
uma experiência penitencial, de conversão e de revisão de vida. Nesse despojamento
experimentado e voluntário, a Igreja deve redescobrir a palavra que, em silêncio,
incessantemente é dita por Deus.

2. Semana Santa e Tríduo Pascal:


Como Paulo, e com Cristo, subir a Jerusalém!

Gal.1,18-20
“18 A seguir, passados três anos, subi a Jerusalém, para conhecer Cefas (Pedro),
e fiquei com ele durante quinze dias. 19 Mas não vi nenhum outro Apóstolo, a
não ser Tiago, o irmão do Senhor. 20O que vos escrevo, digo-o diante de Deus:
não estou a mentir”.

No calor desta maturação interior, São Paulo começa a anunciar Cristo com
entusiasmo. Fá-lo já em Damasco, onde o ódio dos judeus o obriga a fugir de maneira
quase rocambolesca (cf. Act. 9,23-25). Volta, pois, para Jerusalém, onde muitos discípulos
têm medo dele, não acreditando ainda que ele fosse um discípulo (Act. 9,26). Barnabé,
porém, acredita nele e toma-o consigo, ajudando-o a ser acolhido também pelos
outros. Entretanto, apesar dos esforços de Barnabé, Paulo vê-se obrigado a deixar
também Jerusalém, sobretudo por causa das claras insistências de seus irmãos na fé,
baseadas principalmente no temor de que a sua obstinação evangelizadora pudesse
provocar uma reacção ainda mais dura da perseguição em curso (cf. Act. 9, 27-30).
Confuso e humilhado, Saulo retorna para Tarso onde permanecerá por alguns anos (ao
menos até 43 d.C.), num estado espírito confuso, pesado e sombrio.

Ao tempo dos primeiros entusiasmos segue-se, pois, o período da amargura e


desilusões: as incompreensões não vêm apenas dos adversários dos cristãos, mas
também dos próprios irmãos de fé. Conhece assim a solidão, a vergonha diante dos
seus, a derrota em relação a seus sonhos, enfim, vive um desconforto humanamente
inevitável diante da tarefa incompleta que, no momento, se lhe apresenta como
impossível de realizar.
Esta subida a Jerusalém, como a de Jesus (Lc.9,51 ss), está marcada, na vida de Paulo,
por imensas dificuldades e resistências dos ouvintes. Paulo, de algum modo, vive o
mistério da Cruz, perante as desconfianças, medos, recusas e humilhações. Paulo
ajuda-nos a subir a Jerusalém, com a determinação de Cristo. Esta podia ser a tónica
da Semana Santa e do Tríduo Pascal.

"Eis que subimos a Jerusalém" (Mc 10, 33). Com estas palavras o Senhor convida os
discípulos a percorrer com Ele o caminho que da Galileia leva ao lugar onde se
realizará a sua missão redentora. Este caminho para Jerusalém, que os Evangelistas
apresentam como o coroamento do itinerário terrestre de Jesus, constitui o modelo da
vida do cristão, empenhado em seguir o Mestre no caminho da Cruz. Cristo também
faz aos homens e às mulheres de hoje o convite a "subir a Jerusalém", participando
intimamente no mistério da sua morte e ressurreição.

3. Tempo Pascal: Como Paulo, enviados por Cristo, partir em missão!

Gal.1,21-24
“21 Seguidamente, fui para as regiões da Síria e da Cilícia. 22 Mas não era
pessoalmente conhecido das igrejas de Cristo, que estão na Judeia. 23 Apenas
tinham ouvido dizer: «Aquele que nos perseguia outrora, anuncia agora, como
Evangelho, a fé que então devastava.» 24 E, por causa de mim, glorificavam a
Deus”.
O tempo pascal deverá ser aproveitado para despertar o ardor missionário, à
semelhança de Paulo que parte pelo mundo, a anunciar o Evangelho. É Barnabé, o
amigo do coração, que livra Paulo da provação e o lança, no grande empenho
missionário.

Com uma iniciativa tão livre quanto audaciosa, vai buscar Saulo a Tarso e leva-o
consigo para Antioquia, onde reside uma comunidade que o quer, pois lá a missão
floresce para além de todas as expectativas e os discípulos - em Antioquia foram
chamados pela primeira vez de cristãos - têm necessidade de ajuda no serviço da
pregação do Evangelho. Seguir-se-ão as grandes viagens missionárias de Paulo, com
inumeráveis provações e consolações (cf. 2 Cor. 11,24-28).

Através de todas estas experiências, unificadas pelo amor a Cristo e pela força
recebida da sua graça, vai-se realizando em Paulo uma espécie de transfiguração:
disso é testemunha o grande e comovente discurso em Mileto, que o capítulo 20 dos
Actos dos Apóstolos narra. É um discurso de despedida, quase um testamento do
apóstolo, e que, de certa forma, resume a sua vida. Desde o exórdio é comovente:
"Vós sabeis ... ", diz Paulo, mostrando ser alguém bem conhecido entre os seus. Os
factos falam por ele: viveu o seu ministério com intensa participação emotiva, com
imenso amor a Cristo e aos seus, com profunda humildade para com os outros, para
consigo mesmo e para com Deus (cf. Act 20,18ss).

II. UMA CHAMA PAULINA, NO CÍRIO PASCAL. UMA DINÂMICA PASTORAL

Propomos viver o itinerário espiritual acima descrito, a partir de uma dinâmica


simples: promover entre os catequizandos e as (suas) famílias, a preparação de
um «círio pascal», de inspiração paulina.

O círio pascal, coluna de cera, de algum modo, evoca essa outra coluna de
fogo, que acompanhava Israel no seu êxodo (Ex.13,21), isto é, no seu caminho,
pela noite, até se tornar o símbolo da luz de Cristo, vivo e ressuscitado.
Sabemos e conhecemos da Liturgia da Vigília Pascal todo o seu simbolismo e
como ele é cuidadosamente preparado para ser levado em procissão e
colocado num candelabro adequado.

Neste ano Paulino, sugerimos gravar, no círio pascal de cada família (e


eventualmente no círio pascal da comunidade!), alguns dos elementos que
compõem o logótipo do ano Paulino, apresentando assim aos fiéis, São Paulo,
como “coluna da Igreja” e aprendendo dele a identificarmo-nos com o mistério
pascal de Cristo.

Esta decoração do círio deverá ser feita em família, para que este seja
apresentado à comunidade (na quinta-feira santa ou na sexta, conforme os
casos; cf. esquema) e integrado numa cruz luminosa, a traçar no chão da
Igreja, ou num dos seus acessos (cf. esquema).

Pretende-se, com esta dinâmica, não só vivenciar a Quaresma, como sobretudo


induzir e conduzir à participação nas celebrações da Semana Santa e do Tríduo
Pascal, a partir de uma mistagogia adequada.

1. ESQUEMA GERAL
Aqui apresentamos e resumimos a proposta semanal, cuja dinâmica assenta
em 4 passos simples: consultar, gravar, viver e rezar a Palavra de Deus,
que é farol dos nossos passos e luz dos nossos caminhos (Sl 118 [119], 105).

Semana 1. 2. GRAVA 3. VIVE 4. REZA


Quaresm CONSULTA [Uma atitude de [revitalizar
[Decorar, esculpir, pintar,
a [pelo menos vida] algumas fórmulas
uma das marcar, colar, estampar…]
da oração]
citações]

Gen.9,14- Arranjar recipiente de Esta semana, viver


15 água, dentro do qual um dia «seco», um Rezar bem e


I Pe.3,21 colocar o círio. [esta dia só a água, sem diariamente a
Mc.1,12-13 água será benzida, na refrigerantes, nem oração do «Glória
Vigília Pascal ou no Rito bebidas doces, sem ao Pai e ao Filho e
de Aspersão no ruídos, sem stress, ao Espírito
Domingo de Páscoa]. sem televisão, sem Santo», em
Alude ao mistério do telemóvel… memória do
nosso Baptismo. Baptismo!

Realizar com amor,


Gen.22,9- Gravar no círio, a um sacrifício, algo de Rezar bem e

12 «espada» de São Paulo, muito custoso. Por diariamente a


Rom.8,35 que é a espada da exemplo, dar algo de oração da “Ave-
Mc.9,7 Palavra e a espada do que mais gostemos, Maria”, ficando
martírio de São Paulo… como Abraão que na companhia
estava disposto a dAquela cujo
dar o seu único Filho. coração é
atravessado por
uma espada de
dor!
Ex.20,1-3 Gravar no círio o livro Elaborar um
I Cor.1,22- da Palavra (alude às Decálogo, isto é, um Rezar bem e

23 Cartas de Paulo). texto, com dez diariamente o Pai-


Jo.2,15 palavras de São Nosso, resumo de
Paulo (cf. citações); todo o
Estas palavras serão Evangelho!
escritas em 10 fitas
de cores diferentes
para amarrar no
ramo a levar para a
Benção no Domingo
de Ramos.
Durante a semana,
II Gravar no círio a escrever o exame de Rezar bem
4ª Cron.36,23 chama, que alude ao consciência, e diariamente
Ef.2,4-5 ardor e ao calor, com apontando, em o Acto de
J0.3,19-21 que São Paulo segredo, os pecados Contrição,
evangelizava. de cada um. Depois como exercício
acender o círio e de purificação
com a sua chama interior
queimar os papéis.
Gravar no círio as Ver, em família, o
Jer.31,33 algemas, que apontam filme «Favores em Fazer bem a

Heb.5,8-9 para Paulo, que se cadeia» e conversar Oração da manhã


Jo.12,24 tornou livre, como sobre ele; realizar e a Oração da
prisioneiro de Cristo! algum gesto, que noite, como
demonstre um expressão de
coração obediente e uma vida em
livre aliança com Deus

Gravar no círio a Cruz, e


Semana Santa

entre os braços da Cruz,


Fil.2,6-11 cada um dos números Viver a Semana Rezar bem as
que integram 2009: Santa, participando palavras do “Sinal
com alegria nas da Cruz”
[2 (no ângulo superior celebrações
Ramos

esquerdo) 0 (no ângulo


superior direito) 0 (no ângulo
inferior esquerdo) e 9 (no
ângulo inferior direito)].

Deste modo lembramos


que a Cruz é o grande
título de glória de Paulo
e dos cristãos
(Gal.6,14).
Quinta-Feira Crianças do 1º, 2º e 3º anos da
Tríduo Pascal Santa Catequese trazem os círios, que serão Participar Oração / Adoração
colocados no espaço onde vai nas diante do
I Cor.11,23- decorrer o momento de adoração. celebraç Santíssimo
26 Deixá-los ficar, devidamente ões
assinados, para serem recolhidos no do Tríduo Oração / Adoração
Domingo de Páscoa. Pascal da Cruz

Sexta-Feira Crianças e adolescente do 4º ao 10º


Santa anos trazem os círios no respectivo Oração da Visita
Jo.19,40-41 recipiente, que serão colocados no Pascal
chão da Igreja, em forma de cruz. No (conforme pagela
final da Adoração da Cruz recolhem distribuída na
pétalas, do «horto» onde Jesus é comunidade para
sepultado (ou do arranjo de rosas que esse efeito)
estão a ladear a cruz) e com elas
cobrem o seu recipiente de água,
onde está mergulhada a base do círio.
Os adultos levam também do horto,
as pétalas, para colocarem no seu
círio (que ainda está em suas casas)
Vigília Pascal Os fiéis (adultos) trazem os
respectivos círios, para se acenderem
no círio pascal da comunidade, no
momento próprio do Rito da Luz,
conforme a Liturgia da Vigília Pascal.
Domingo Acendem-se todos os círios, a partir
de Páscoa da chama do círio (através de vários
pavios) e assim se forma uma cruz
luminosa. Benze-se a água dos círios,
no Rito da Aspersão. No final,
crianças e adolescentes da Catequese
levam para casa, o respectivo círio,
para acenderem, ao domingo, no
tempo pascal.

2. ALGUMAS BREVES ANOTAÇÕES SOBRE OS 4 PASSOS:

2.1. CONSULTAR A PALAVRA!

São Paulo resolveu “não consultar” de imediato criatura alguma, mas desloca-
se para o deserto, lugar da escuta e da revelação da Palavra. Nesse sentido,
sugerimos, para cada semana, a consulta da Bíblia, em família. Apresentam-se
três citações breves, de cada uma das leituras dominicais. Mas pode escolher-
se apenas aquela leitura, que ilumina mais directamente o sentido do símbolo
a gravar. Eis algumas palavras que justificam o sentido da nossa escolha:

• 1ª Semana:

Vamos ler estes textos (da 1ª e da 2ª leituras), de modo a descobrir a água,


como um elemento sacramental fundamental, na celebração do Baptismo.
Nesta água é mergulhado o círio pascal, na noite de Páscoa, com estas
palavras “Desça sobre esta água, Senhor, por vosso Filho, a virtude do Espírito
Santo, para que todos, sepultados com Cristo na sua morte, pelo Baptismo,
com Ele ressuscitem para a Vida”. Por outro lado, o texto do Evangelho,
contrasta, com a «secura do deserto». Mas é, nessa secura, que mais se
valoriza e experimenta o valor e a riqueza da água, como fonte de vida. «O
sinal original e pleno do Baptismo é a imersão» (ou infusão) tripla na água (cf.
CIC 628); «A “imersão” na água simboliza a sepultura do catecúmeno na morte
de Cristo, donde sai pela ressurreição com Ele (cf. Rom. 6,3-4 e Col. 2,12) como
“nova criatura” (2 Cor. 5,17 e Gal. 6,15)» (CIC 1214; cf. RCB 91.128).
Gen.9,14-15

15
Quando cobrir a Terra de nuvens e aparecer o arco nas nuvens, recordar-me-
ei da aliança que firmei convosco e com todos os seres vivos da Terra, e as
águas do dilúvio não voltarão mais a destruir todas as criaturas
I Pe.3,21

21
Isto era uma figura do baptismo, que agora vos salva, não por limpar
impurezas do corpo, mas pelo compromisso com Deus de uma consciência
honrada, em virtude da ressurreição de Jesus Cristo,
Mc.1,12-13

12 13
Em seguida, o Espírito impeliu-o para o deserto. E ficou no deserto
quarenta dias. Era tentado por Satanás, estava entre as feras e os anjos
serviam-no.

• 2ª Semana:

Nesta semana, os textos ajudam a valorizar o símbolo da espada, quer pela


referência ao «cutelo» de Abraão (1ª leitura), quer pela referência à espada, de
que São Paulo nos fala (2ª leitura). Importa descobrir as várias significações da
espada: espada, como instrumento da sua execução (martírio), a espada do
seu combate (2 Tim. 4,7), a espada da sua luta, como homem sofredor, a espada
da Palavra da verdade. Podemos pensar ainda na «espada de dor» que
atravessou o coração de Maria.

Gen.22,9-13

9
Chegados ao sítio que Deus indicara, Abraão construiu um altar, dispôs a
lenha, atou Isaac, seu filho, e colocou-o sobre o altar, por cima da lenha.
10 11
Depois, estendendo a mão, agarrou no cutelo, para degolar o filho. Mas o
mensageiro do Senhor gritou-lhe do céu: «Abraão! Abraão!» Ele respondeu:
12
«Aqui estou.» O mensageiro disse: «Não levantes a tua mão sobre o menino
e não lhe faças mal algum, porque sei agora que, na verdade, temes a Deus,
visto não me teres recusado o teu único filho.»
Rom.8,35

35
Quem poderá separar-nos do amor de Cristo?A tribulação, a angústia, a
perseguição, a fome, a nudez, o perigo, a espada?

Mc.9,7

7
Formou-se, então, uma nuvem que os cobriu com a sua sombra, e da nuvem
fez-se ouvir uma voz: «Este é o meu Filho muito amado. Escutai-o.»

• 3ª Semana:
Nesta semana, lemos uma das versões dos Dez mandamentos (1ª leitura),
como expressão da aliança. São Dez palavras que dão sentido e valor à nossa
vida. Neste sentido, podíamos gravar no círio, o livro, lembrando o AT e o NT,
onde se condensam as palavras da antiga e da nova aliança. Fica o desafio a
escolher entre as Cartas de São Paulo, dez palavras luminosas, para a vida. Eis
um simples exemplo, mas que não esgota nem limita a escolha:

1. Rom.13,8: Não fiqueis a dever nada a ninguém, a não ser isto: amar-vos uns aos outros. Pois
quem ama o próximo cumpre plenamente a lei.
2. I Cor.13,13: Agora permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e o amor; mas a maior de
todas é o amor.
3. I Cor.9,16“Ai de mim se eu não evangelizar. ”
4. II Cor.4,12: Em nós opera a morte, e em vós a vida!
5. Gal.2,20; Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim!
6. Gal. 5,1 Foi para a liberdade que Cristo nos libertou
7. Ef.5,8,28 Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo!
8. Fil.1,21;2,5: É que, para mim, viver é Cristo!
9. Col.3,2 Aspirai às coisas do alto e não às coisas da terra!
10. II Tes.3,10: Se alguém não quer trabalhar também não coma!

Ex.20,1-3
1 2
Deus pronunciou todas estas palavras, dizendo: «Eu sou o Senhor, teu Deus,
3
que te fiz sair da terra do Egipto, da casa da servidão. Não haverá para ti
outros deuses na minha presença.
I Cor.1, 22-23

22
Enquanto os judeus pedem sinais e os gregos andam em busca da sabedoria,
23
nós pregamos um Messias crucificado, escândalo para os judeus e loucura
para os gentios.
Jo.2,15-16

15
Então, fazendo um chicote de cordas, expulsou-os a todos do templo com as
ovelhas e os bois; espalhou as moedas dos cambistas pelo chão e derrubou-
16
lhes as mesas; e aos que vendiam pombas, disse-lhes: «Tirai isso daqui. Não
façais da Casa de meu Pai uma feira.»

• 4ª Semana:

Neste Domingo, a primeira leitura faz ressoar o anúncio do regresso do Povo


bíblico, que parte da Babilónia para a Terra da Promessa. Trata-se de um “novo
êxodo”. Como não recordar aqui a «coluna de fogo» que acompanhou o Povo
de Deus, na sua primeira travessia? A chama de São Paulo que gravamos no
círio, lembrar-nos-á essa coluna de fogo e a luz do próprio Cristo vivo e
ressuscitado, que, por meio do Espírito Santo, guia e conduz a sua Igreja. A Luz
é também um dos temas do evangelho deste Domingo.

Na Noite Pascal, celebramos com o simbolismo da luz a Ressurreição de Cristo.


O Círio Pascal, aceso em todas as celebrações da cinquentena pascal, será uma
recordação do motivo da nossa festa principal. Este simbolismo da luz leva-nos
a chamar «Luz esplendente» a Cristo, como o faz um hino das primeiras
gerações. Queremos participar desta luz, porque Ele é, como se nos
apresentou no Evangelho, a Luz do mundo, a manifestação da Luz do próprio
Deus, e todo aquele que caminha nele não caminha nas trevas. Além disso,
estamos destinados a viver como «filhos da luz»: na verdade, no amor, na
felicidade.

II Cron.36,23

23
«Assim fala Ciro, rei da Pérsia: O Senhor, Deus do céu, deu-me todos os
reinos da terra e encarregou-me de lhe construir um templo em Jerusalém,
cidade de Judá. Quem de vós pertence ao seu povo? Que o Senhor, seu Deus,
seja com ele, e se ponha a caminho.»
Ef.2,4-5

4Mas Deus, que é rico em misericórdia, pelo amor imenso com que nos amou,
5
precisamente a nós que estávamos mortos pelas nossas faltas, deu-nos a vida
com Cristo - é pela graça que vós estais salvos
Jo.3.19-21
19
E a condenação está nisto: a Luz veio ao mundo, e os homens preferiram as
20
trevas à Luz, porque as suas obras eram más. De facto, quem pratica o mal
odeia a Luz e não se aproxima da Luz para que as suas acções não sejam
21
desmascaradas. Mas quem pratica a verdade aproxima-se da Luz, de modo a
tornar-se claro que os seus actos são feitos segundo Deus.»

• 5ª Semana:

A promessa do coração novo e da nova aliança (1ª leitura) pode ser associada aos
vários anéis das algemas, que iremos gravar no círio. Paulo passou por muitas prisões
(II Cor.11,23), em Filipos (Act.16,23), em Jerusalém (Act.21,33), em Cesareia
(Act.23,23), em Roma (Act.28,20.30); em Éfeso (I Cor.15,32; II Cor.1,1.8-9). Teve de
comparecer diante de vários tribunais, em Corinto (Act.18,12), em Jerusalém
(Act.22,20) e em Cesareia (Act.24,1.2). São vários os simbolismos que se podem dar à
imposição do anel: sujeição, pertença, firmeza, fidelidade. Por isso, se utilizou
sobretudo para expressar a atitude dos que contraem matrimónio. O anel entre os
esposos cristãos tem uma referência acrescentada ao amor nupcial e à aliança entre
Cristo e a sua Igreja: não é estranho, portanto, que o anel nupcial se chame também
«aliança». Podemos olhar para estes anéis das algemas, como anéis que evocam a
aliança e compromisso do amor seja com Deus, seja com o próximo. O amor prende
porque cativa e se deixa cativar, mas liberta, porque nos abre aos outros! Podemos
recordar aqui como Paulo é homem livre, sendo prisioneiro de Cristo e como Cristo é
um homem livre, na obediência ao Pai (2ª leitura).

Jer.31,33

33
Esta será a Aliança que estabelecerei, depois desses dias, com a casa de
Israel - oráculo do Senhor: Imprimirei a minha lei no seu íntimo e gravá-la-ei no
seu coração. Serei o seu Deus e eles serão o meu povo.

Heb.5,8-9
9
Apesar de ser Filho de Deus, aprendeu a obediência por aquilo que sofreu e,
tornado perfeito, tornou-se para todos os que lhe obedecem fonte de salvação
eterna,
Jo.12,24

24
Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo, lançado à terra, não
morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto.

Semana Santa
Limitamo-nos aqui a destacar alguns pensamentos bíblicos, desde o Domingo
de Ramos ao Tríduo Pascal, na certeza de que a Liturgia da Semana Santa é já
suficientemente rica de símbolos e mensagens.
Ramos

Fil.2,6-11

6
Ele, que é de condição divina,não considerou como uma usurpação ser igual a
7
Deus; no entanto, esvaziou-se a si mesmo, tomando a condição de servo.
Tornando-se semelhante aos homens e sendo, ao manifestar-se, identificado
8
como homem, rebaixou-se a si mesmo, tornando-se obediente até à morte e
9
morte de cruz. Por isso mesmo é que Deus o elevou acima de tudo e lhe
10
concedeu o nome que está acima de todo o nome, para que, ao nome de
Jesus,se dobrem todos os joelhos,os dos seres que estão no céu,na terra e
11
debaixo da terra; e toda a língua proclame:"Jesus Cristo é o Senhor!", para
glória de Deus Pai.
Quinta-feira Santa

I Cor.11,23-26

23
Com efeito, eu recebi do Senhor o que também vos transmiti: o Senhor Jesus
24
na noite em que era entregue, tomou pão e, tendo dado graças, partiu-o e
disse: «Isto é o meu corpo, que é para vós; fazei isto em memória de mim».
25
Do mesmo modo, depois da ceia, tomou o cálice e disse: «Este cálice é a
nova Aliança no meu sangue; fazei isto sempre que o beberdes, em memória
26
de mim.» Porque, todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste
cálice, anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha.
Sexta-Feira Santa

Jo.19,40-41

40
Tomaram então o corpo de Jesus e envolveram-no em panos de linho com os
41
perfumes, segundo o costume dos judeus. No sítio em que Ele tinha sido
crucificado havia um horto e, no horto, um túmulo novo, onde ainda ninguém
tinha sido sepultado.

2.2. GRAVAR A PALAVRA (os símbolos do logótipo do ano Paulino gravados


no círio pascal)

Gravar a Palavra, na memória e no coração, é um dos principais exercícios da fé, como


adesão à Palavra de Deus que se nos revela. Mas aqui trata-se de dar expressão à
Palavra, gravando-a. Por isso, propomos preparar o círio pascal, gravando nele alguns
dos símbolos do logótipo do ano Paulino. Gravar significa aqui «decorar, esculpir,
pintar, marcar, colar, ou estampar». Cada família o fará, de acordo com a sua
criatividade. Deste modo conheceremos Paulo e como ele se identificou com Cristo,
com a sua vida, morte e ressurreição.

Eis algumas palavras breves, que esclarecem o sentido destes símbolos e a sua
gravação, no círio:

• 2ª semana: Gravar a espada: a espada é, sem dúvida, o grande símbolo


de São Paulo. Esta espada é o símbolo do verdadeiro “soldado de Cristo”,
do grande combatente e sofredor! Mas a espada, sugere também o vigor
penetrante da Palavra de Deus, que é “como uma espada de dois gumes”, é
uma palavra cortante, que fere e cura; é uma palavra penetrante, que vai
até ao mais íntimo de nós mesmos. A espada é, por fim e sobretudo, o
instrumento com que São Paulo foi martirizado em Roma, no tempo da
perseguição de Nero, nos anos 64 a 65.

• 3ª semana: Gravar o grande livro, que representa os escritos de São


Paulo, as suas treze Cartas, que lemos praticamente, em quase todos os
domingos, ao longo do ano, como segunda leitura;

• 4ª semana: Gravar a chama, que exprime a paixão ardente, o fogo da


caridade, o calor da ternura paterna e do amor maternal, com que São Paulo
formou e gerou, pelo evangelho tantos filhos para a fé. Esta chama
manifesta ainda a extrema afectividade e calor humano que Paulo mantém
com todos os seus colaboradores e fiéis.

• 5ª Semana: Gravar os nove anéis das algemas, que, segundo a


tradição, mantiveram São Paulo, preso em Roma. Paulo não hesita em
definir-se, várias vezes, como "prisioneiro de Cristo", apoiado na força de
Deus, por amor dos pagãos. Ele sente-se também «prisioneiro do Espírito»,
impelido pelo sopro do Espírito Santo, que o conduz, de cidade em cidade, a
anunciar a Boa Nova!

• Semana Santa: Gravar a Cruz da qual disse São Paulo: «Quanto a mim,
de nada me quero gloriar, a não ser na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo,
pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo». Paulo
abraçou com todo o amor a Cruz de Cristo, nas suas tribulações, calúnias,
sofrimentos, prisão e, por fim, no seu martírio. Gravar entre os braços da
Cruz, cada um dos números que integram 2009.

Nota prática:

Para estas actividades, podem ser envolvidos diversos grupos da catequese ou


grupos pastorais. Por exemplo:

1. Um grupo (ou vários) que se responsabilize(m) pelo fornecimento e venda


dos círios pascais familiares;
2. Um grupo (ou vários) que se responsabilize(m) pela angariação e venda dos
respectivos recipientes;
3. Um grupo (ou vários) que se responsabilize(m) pelo corte das dez fitas de
dez cores gravadas com as frases do Decálogo de São Paulo, para serem
atadas aos ramos de oliveira;
4. Um grupo (ou vários) que se responsabilize(m) pelo fornecimento e venda
das pétalas das rosas, a colocar no «horto» onde Jesus foi sepultado e que
servirão de decoração ao recipiente com água, onde está mergulhada a
base do círio pascal familiar.
O CÍRIO PASCAL1

A palavra círio vem do latim, cereus, de cera (produto das abelhas). Na Liturgia
cristã, ao falar-se das «velas», alude-se ao uso humano e ao sentido simbólico
que os círios produzem. O círio mais importante é o que se acende na Vigília
Pascal, como símbolo de Cristo-Luz, e que se coloca sobre uma coluna elegante
ou candelabro adornado. O Círio Pascal é, desde os primeiros séculos, um dos
símbolos mais expressivos da Vigília. No meio da escuridão (toda a celebração
se faz de noite e começa com as luzes apagadas), de uma fogueira
previamente preparada acende-se o Círio, que tem uma inscrição em forma de
cruz, acompanhada da data do ano e das letras Alfa e Ómega – a primeira e a
última do alfabeto grego –, para indicar que a Páscoa de Cristo, princípio e fim
do tempo e da eternidade, nos atinge com força sempre nova, no ano concreto
em que vivemos. Tem menor importância a pinha de incenso que também se
pode incrustar na cera, simbolizando as cinco chagas de Cristo na cruz. Este
Círio, «pela verdade do sinal, deve ser de cera, novo cada ano, único,
relativamente grande, nunca artificial, para poder evocar que Cristo é a luz do
mundo». Na procissão de entrada da Vigília, canta-se por três vezes a
aclamação ao Círio: «A luz de Cristo. Graças a Deus», enquanto,
progressivamente, se vão acendendo as velas dos presentes e as luzes da
igreja. Depois, coloca-se o Círio na coluna ou candelabro, que vai ser o seu
suporte, e proclama-se à sua volta, depois de o incensar, o solene Precónio
Pascal. Além do simbolismo da luz, tem também a de oferenda, como cera que
se gasta em honra de Deus, espalhando a sua luz: «Aceitai, Pai santo, este
sacrifício vespertino de louvor, que, na solene oblação deste círio, pelas mãos
dos seus ministros Vos apresenta a santa Igreja. Agora conhecemos o sinal
glorioso desta coluna de cera, que uma chama de fogo acende em honra de
Deus […] Nós Vos pedimos, Senhor, que este círio, consagrado ao vosso nome,
arda incessantemente para dissipar as trevas da noite.» O mesmo que vão
anunciando as leituras, orações e cânticos, di-lo o Círio com a linguagem
diáfana da sua chama viva. A Igreja, a esposa, sai ao encontro de Cristo, o
Esposo, com a lâmpada acesa na mão, gozando com Ele na noite vitoriosa em
que se anunciará – no momento culminante do ¬Evangelho – a grande notícia
da sua Ressurreição. O Círio estará aceso em todas as celebrações, durante as
sete semanas da Cinquentena, ao lado do ambão da Palavra, até à tarde do
domingo de Pentecostes. Uma vez concluído o Tempo Pascal, convém que o
Círio se conserve dignamente no baptistério, e não no presbitério. Durante a
celebração do Baptismo deve estar aceso, para tomar dele a luz das velas dos
novos baptizados. Também se acende o Círio Pascal, junto ao féretro, nas
exéquias cristãs, para indicar que a morte do cristão é a sua própria Páscoa.
Assim, utiliza-se o simbolismo deste Círio, no Baptismo e nas exéquias, no
princípio e na conclusão da vida: o cristão participa da luz de Cristo, ao longo
de todo o seu caminho terreno, como garantia da sua definitiva incorporação
na Luz da vida eterna.

2.3. VIVER A PALAVRA

Em cada semana propomos uma atitude de vida, de modo que a dinâmica


conduz as famílias a uma verdadeira transformação da mente, do coração e da
1
JOSÉ ALDAZÁBAL, Dicionário Elementar de Liturgia, Ed. Paulinas, Prior Velho 2007, 70.
vida. O esquema apresenta algumas sugestões que, obviamente, podem ser
substituídas por outras. Ouvir a palavra sem a levar à prática, é como
construir sobre a areia.

2.4. REZAR A PALAVRA

Propomos que se retomem algumas fórmulas de oração, de maneira a que


sejam mais conscientemente rezadas. Cada semana, podemos desenvolver o
sentido de cada uma das frases ou expressões dessa oração, que todos os dias
repetimos. Na folha dominical ou noutro recurso pastoral, esta oração deverá
ser apresentada, com algumas explicações e sugestões, para que possa ser
mais bem rezada.

A Luz de Damasco

A luz de Damasco é um grito


para a ovelha que regressa

A luz de Damasco
é um tombar do trigo,
um cairdo grão
– cega tanto como os olhos
De um homem perseguido
quando se volta
para nós!

A luz de Damasco golpeia.


É circuncisão
que abre, limpa!

A luz de Damasco é dura.


Da dureza das pedras
que um mártir junta com as mãos
com que empedra o caminho para a morte.

A luz de Damasco é esse lume


da oração de um mártir ao morrer.

Daniel Faria (1971-1999)

Proposta elaborada por Pe. Amaro Gonçalo (Pároco de Nossa Senhora da Hora), Pe. José Araújo
(Pároco de Vila Cã e Codal, de Vale de Cambra) e António Madureira (Leigo, Director do SDEIE).

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