Carta aberta aos jovens e as
organizações de juventude
À juventude brasileira:
O mundo vive uma crise sem precedentes na história.
No Brasil, nós jovens e nossas famílias sentimos dura-
mente seus efeitos:
-- Desde seu começo, mais de 800 mil brasileiros
perderam seus empregos, totalizando 15,1% da
população economicamente ativa. Em março,
21,1% dos jovens estavam desempregados, se-
gundo dados do IBGE.
-- No orçamento do Ministério da Educação os cor-
tes somam R$ 1,2 bilhão. No Ministério dos Es-
portes, o orçamento foi cortado em 85% (caiu de
R$ 1,38 bilhão para R$ 196 milhões), assim como
no Ministério Cultura em 30% (caiu de 939 mil-
hões para 289 milhões) e no Ministério da Ciência
e Tecnologia em R$ 274 milhões.
-- A desoneração fiscal já impacta as prefeituras
e estados que cortam de seus orçamentos pro-
gramas educacionais, culturais e esportivos para
juventude.
Esses dados mostram que é também sobre as costas
dos jovens que querem jogar o peso das conseqüências
e dos custos desta crise.
A ampliação do desemprego entre os jovens e suas
famílias jogam milhares ao desespero.
Como afirmou um jovem no programa de TV “Pro-
fissão Repórter”: “perdi meu emprego e agora estou
procurando outro, porque senão eu vou precisar largar
a faculdade”. Num país onde mais de 80% das matrícu-
las no ensino superior são em universidades privadas,
o desemprego é uma ameaça a continuidade do estudo
de milhares de jovens.
Os cortes nos orçamentos significam menos recursos
para melhoria da escola pública, para a ampliação e ma-
nutenção das universidades públicas. São R$ 1,2 bilhão
a menos na melhoria do ensino fundamental e médio,
na construção de escolas técnicas. Menos recursos que
poderiam ser investidos na construção de restaurantes
universitários, de moradias estudantis, condição para a
permanência nas universidades públicas. Poderiam ser
investido para garantir o passe livre estudantil (trans-
porte escolar) para todos os estudantes. Esses cortes
nos orçamentos significarão mais dificuldades para o
www.juventuderevolucao.org • contato@jr-irj.org
acesso dos jovens ao direito à cultura, lazer e esporte.
Independentes de possíveis discordâncias em out-
ras questões, em momentos de emergência, não é ne-
cessário abrimos uma discussão franca entre nós para
lutarmos juntos em defesa dos nossos direitos nessa
crise?
• Acreditamos que é necessário, juntos, colocarmos
nas entidades do movimento estudantil – dos Cen-
tros Acadêmicos até a União Nacional dos Estudantes
(UNE); dos Grêmios Livres até a União Brasileira de Es-
tudantes Secundaristas (UBES) – a unidade necessária
para exigir do governo Lula a recuperação imediata dos
orçamentos cortados. Não poderíamos exigir, todos
juntos, ao presidente Lula que recuperar o orçamento
da educação é muito mais importante do que entregar
dinheiro brasileiro aos cofres do FMI?
• Para proteger os jovens e família trabalhadora fr-
ente ao desemprego, não está na hora de juntos nos
somarmos ao movimento para exigir do governo do
presidente Lula uma Medida Provisória (MP) que proíba
as demissões, como faz uma campanha em curso lan-
çada por sindicalistas, dirigentes estudantis e parlamen-
tares?
• Não é momento de juntos exigirmos do Ministério da
Educação e do presidente Lula uma portaria de proteção
aos estudantes, garantindo à todos os inadimplentes o
direito de matrícula nas universidades privadas?
Nos dirigimos as organizações de juventude para diz-
er: chegou a hora em que devemos construir a unidade
necessária na juventude para colocar na mesa do presi-
dente Lula a necessidade de garantir que a juventude
não pague a conta desta crise.
É preciso de nossa unidade e mobilização nas ruas!
Precisamos unir a juventude em suas entidades de mas-
sa, na UNE e na UBES, em defesa das nossas reivindi-
cações.
Nos dispomos a discutir e agir com as organizações
de jovens pela defesa da juventude frente a crise.
Estamos de portas abertas para aqueles que querem
lutar consosco por uma saída!
Não temos tempo a perder!
Maio de 2009
Aderente da
Internacional
Revolucionária da
Juventude