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A Economia de Serviços Em Vitória da Conquista

O Caso da Educação Superior e o Desenvolvimento Local

Mizael Bispo da Silva1

RESUMO

O texto aborda a economia do setor terciário em Vitória da Conquista tendo como


ênfase o crescimento da participação do ensino superior na economia local. Enfatiza
que o ensino superior é um instrumento que possibilita a melhoria das condições de
vida da população através da criação de novas tecnologias, geração de poupança
interna e possibilita o crescimento e o desenvolvimento econômico das regiões que
possuem instituições de ensino superior.

Introdução Todavia, a partir da reestruturação


produtiva engendrado pela globalização,
na medida em que novas tecnologias,
A difusão de novas tecnologias como as da micro eletrônica, passaram a
exige cada vez mais elevados níveis de fazer parte do processo de produção, o
qualificação dos trabalhadores. Inclusive trabalho, por sua vez, torna-se mais
a própria competitividade das empresas complexo passando a exigir dos
no plano nacional e internacional depende trabalhadores melhor qualificação
da capacidade da força de trabalho profissional sob pena de ficarem fora do
utilizar essas novas tecnologias. mercado. Passando a fazer parte do
Os trabalhadores a partir do mundo do trabalho qualidades como:
Fordismo, passaram a ser especializados autonomia, visão de conjunto, motivação,
na produção com máquinas específicas comunicação etc., antes, somente
que buscavam sempre a repetição. O exigidas para uns poucos dentro da
trabalhador passou a ser altamente empresa.
especializado em tarefas simples e (Nas teorias mais antigas de
repetitivas. desenvolvimento regional a localização
1
Economista , Licenciado em Geografia e Funcionário da Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista.

1
dos investimentos dependia da participantes em um Foro organizado pela
localização da matéria prima de boas OCDE em setembro de 1999. O Foro foi
malhas rodoviárias). Hoje depende mais organizado pelo Comitê de Indústria com
do que tudo de estarem instaladas em o objetivo de identificar e explicar as
regiões que possuam oferta de bons diferenças existentes em desempenho e
profissionais, de bons centros de crescimento econômico entre os países
pesquisa, elevado número de ligados a OCDE. Reuniram nesse foro
pesquisadores com alta qualificação e funcionários dos governos, pesquisadores
capacidade de geração de novos e entidades ligadas ao setor terciário para
conhecimentos, esses fatores são discutir o Potencial da Economia de
essenciais a uma economia que se Serviços.
pretenda qualificar-se como moderna. O Foro identificou que a evolução
Isto, na prática, corresponde a dizer que, da economia de serviço foi baseada,
na vizinhança de um segmento industrial particularmente, em áreas de
e agropecuário moderno, há necessidade conhecimento, sendo que em alguns
da existência de um ambiente de pesquisa paises analisados a economia de serviços
e de desenvolvimento competente e chega a 70% da economia total, os
articulado, integrando institutos de serviços assumem um papel
pesquisas e universidades com empresas e preponderante nessas economias.
empreendimentos produtivos os mais Verificou-se também que os dois setores
variados. secundário e terciário nesses paises são
cada vez mais interdependentes. Há uma
relação dinâmica crescente entre serviços
A Economia de Serviços e produtos, a exemplo da produção de
software e computadores.
O Desenvolvimento da Internet e

Os Serviços estão transformando do comercio eletrônico esta difundindo

as economias dos paises membros da conhecimento e fortalecendo a presença

Organização para a Cooperação e o internacional e a competitividade de

Desenvolvimento Econômico (OCDE) foi empresas pequenas e médias nesses

a conclusão principal chegada por países.

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Dessa forma, o setor de serviços desenvolvimento não somente com base
torna-se cada vez mais importante para na indústria, mas também com a renda
uma economia que pretenda se gerada pela oferta de serviços de
desenvolver. A produção de bens finais educação.
requer indústrias modernas e flexíveis, O caso especificamente de São
muitas das quais demandantes de pessoal Carlos é um bom exemplo. Cidade que
altamente qualificado e, simultaneamente, fica na região centro-oeste do Estado de
sujeitas a intensa competição com São Paulo, à 230 Km da Capital.A
produtos de origem externa. Mas também concentração de doutores por habitantes é
requer uma economia de serviços a maior da América Latina. A tecnologia
dinâmica e com profissionais habilitados atualmente é o principal veiculo de
que corresponda às demandas fomentadas desenvolvimento do município.
pela produção. Em São Carlos foi instalado em
1953 um campus da Universidade de São

O Combate às Desigualdades Paulo (USP) e em 1972 foi inaugurada a


Universidade Federal de São Carlos, as
Regionais e Sociais
duas instituições, voltadas para as
ciências exatas, proporcionaram
As desigualdades sociais podem
condições para que empresas de
ser combatidas com a educação, a
tecnologia avançada fossem para o
exemplo da concentração da renda muito
município, em busca do alto nível da mão
significativa no Brasil. O país apresenta
de obra local.
desigualdades regionais tão absurdas que
Em 1996 a Volkswagen investiu
produzem em um mesmo território a
US$ 250 milhões em uma nova fábrica de
Somália e a Bélgica, ou seja, cidades
motores, motivada pela parceria da
muito ricas ao lado de cidades muito mais
educação tecnológica com a produção
empobrecidas.
industrial e com a infra-estrutura de
Pode-se citar em algumas regiões
serviços.
do país, cidades de porte médio como,
A educação superior fomentou a
São Carlos, Campinas e Ribeirão Preto no
economia de serviços que criaram
Estado de São Paulo a Juiz de Fora e
condições para o surgimento de novos
Viçosa, em Minas Gerais, que buscam o

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empreendimentos, através de um sistema
de incentivos e financiamentos a Segundo Almeida (2002) o

pesquisadores que desejassem fundar suas sistema de ensino superior brasileiro

próprias empresas. São as chamadas cresceu aceleradamente nos ultima anos,

"incubadoras" de empresas organizadas porem a proporção de alunos

em três núcleos: O Parque Técnico matriculados em relação à população

(ParqTec), o Centro de Desenvolvimento ainda é muito baixa comparado com

da Indústria Nascente (Cedin) e o Centro outros paises da América Latina.

Empresarial de Alta Tecnologia (Ceat). Segundo o autor, quando se

O processo de desenvolvimento relaciona o total de matriculados em 2000

ocorrido nessas cidades é fruto, com a população entre 20 e 24 anos

basicamente do investimento no ensino apenas 16,7% estão matriculados no

superior e no conhecimento. Os ensino superior. Na América Latina, no

investimentos que mais crescem no final dos anos 1990, este índice é de

mundo, como foi identificado pela OCDE cerca de 27% para o Chile, 23% para a

estão na área da economia de serviços, Bolívia e 39% para Argentina. Nos países

são atividades que dependem de alta desenvolvidos a proporção de

tecnologia e de uma gama muito grande matriculados no ensino superior, com

de conhecimento regional aplicado. essa faixa etária, chega a 46% na

A forma como se processa o Espanha, 48% na Inglaterra, 50% na

desenvolvimento local atualmente, parece França e 80% nos Estados Unidos.

ser bastante contraditório, ao mesmo De acordo com essa análise,

tempo em que estamos inseridos em uma observando a tabela I, percebe-se que de

ordem mundial imposta pela globalização 1970 até o ano 2000 o ensino privado no

não podemos prescindir, por outro lado, país cresceu, em número de matrículas,

do desenvolvimento local endógeno de 50,5% para mais de 67 %.

exigido pela própria globalização. Almeida salienta que a expansão


do ensino superior no Brasil, à partir dos
anos 60, não foi apenas uma mudança

O Ensino Superior No Brasil quantitativa mas foi motivada pela


entrada de novos públicos no sistema

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educativo, a exemplo das mulheres, dos Juvêncio Terra e a FAINOR- Faculdade
adultos com faixa etária mais alta e Independente do Nordeste.
pessoas com menos poder aquisitivo. Considerando que as instituições
Ele salienta ainda que o aumento públicas de ensino superior matriculam
das vagas se deu, principalmente, no aproximadamente 32,9% dos alunos em
ensino privado devido a três fatores: relação às a instituições privadas,
crescente demanda por trabalhadores conforme podemos constatar na tabela I,
qualificados; O aumento da quantidade de comparando com a UESB, nas condições
concluintes do ensino médio; A política atuais existe uma demanda considerável
do governo Federal para o ensino superior para o ensino privado superior na região
a partir de 1994 que passou a incentivar, sudoeste.
ainda mais, o ensino superior privado. A UESB possui demando
crescente por vagas na instituição, 7.353
O Ensino Superior Em Vitória da pessoas foram inscritos no vestibular em

Conquista 1999, 9.856 candidatos em 2001.


O campo é promissor, pode-se
O ensino superior na região
tomar como exemplo o perfil do
sudoeste da Bahia esteve sempre
empresariado conquistense em relação à
dependente da Universidade Estadual do
formação educacional. De acordo com o
Sudoeste da Bahia – UESB, que desde
Censo empresarial realizado pelo
quando foi criada, na década de 1980,
SEBRAE em 1998, foi verificado que
busca se fortalecer para que possa
38,3 % da classe empresarial tem
exercer uma maior influencia no fomento
formação educacional mínima, sendo
do desenvolvimento regional.
26% com 1º grau incompleto, 9,4% com
Atualmente, chama-se atenção
1º grau completo e 2,9% com 2 º grau
para o ensino superior, com faculdades
incompleto. Todavia, 29,3% não
privadas, que começa a surgir em Vitória
responderam o questionário. Se
da Conquista. Começa a fazer parte desse
eliminarmos estes da apuração, teremos
novo conjunto de instituições de ensino
mais de 55% dos empresários locais com
superior, mais três instituições privadas, a
um grau de escolaridade mínima.
FTC- Faculdade de Tecnologia e
Ciências, o Instituto de Ensino Superior

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Tabela I Só a educação e o fortalecimento e
Brasil: Evolução das Matriculas no Ensino
Superior a ampliação do ensino superior da região
1970-2000
Ano Públicas Privadas Privadas(%) poderá mudar essa realidade observada
1970 210.613 214865 50,5 pelo SEBRAE.
1975 410.225 662.323 61,8
1980 492.232 885.054 64,3
1985 556.680 810.929 59,3
1990 578.625 961.455 62,4
Conclusão
1995 700.540 1.059.163 60,2
2000 887.026 1.806.072 67,1
Fonte: Sampaio (2000) e MEC/NET. Citado por Almeida O investimento educacional pode
(2002)
mudar a realidade verificada. O ensino
O fato é que do total geral de superior pode criar novos horizontes e
empresários apenas 6,7% possuem o 3º qualificar melhor os empresários locais
grau completo e 6% ainda são analfabetos dando a eles melhores condições de
conforme se pode constatar no gráfico I. gerenciamento, melhorando a
Devido a pouca formação o qualificação dos empregados e abrindo
SEBRAE comprovou que os micro e caminho para novos empreendimentos.
pequenos empresários, em grande A expansão e a
maioria, iniciam o seu negócio com pouca implantação de instituições de ensino
ou nenhuma experiência gerencial, o que superior em Vitória da Conquista não só
leva muitos deles a não utilizarem representa a melhoria da economia local e
registro ou controle contábil, incorrendo, regional a longo prazo, mas também a
desta forma, na improvisação curtíssimo prazo introduz novos recursos
administrativa, o que é prejudicial para os com a movimentação do setor hoteleiro,
resultados operacionais das empresas, aluguéis, restaurantes, entre outros, além
levando até, em muitos casos, à de induzir outros tipos de investimentos.
mortalidade precoce do negócio. É no Além do mais, evita a saída de recursos
setor comercial que se encontra o maior com a ida de alunos para outras regiões
percentual de empresários que utilizam em busca de cursos que as instituições
algum registro ou controle. Todavia 40,6 locais não oferecem.
% não utilizam controle nenhum. Na Só para se ter uma idéia, em
prestação de serviços, 59,5 % não pesquisa realizada por Passos (1995),
utilizam controle ou registro. verificou-se que existiam de 1500 a 2000

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jovens conquistenses de classe média município devido os serviços
estudando em outras cidades como Belo demandados pelos alunos que chegam de
Horizonte, Alfenas, Viçosa e Salvador. outras regiões e por aqueles que deixam
Partindo de uma estimativa de custo, na de ir para outras instituições, inclusive em
época, para famílias da ordem de 400 outros Estados.
reais/ mês por cada jovem, ao ano a saída A medida em que mais pessoas
de recursos seria da ordem de 7,2 milhões acessem o ensino superior, novas
que deixavam a economia local. tecnologias vão sendo criadas. Melhora a
O autor constatou que a causa qualificação dos trabalhadores e dos
disso era o fato de que o sistema de empreendedores criando condições para
educação universitária de Vitória da que ocorra não apenas crescimento
Conquista ainda exercia fraca atração econômico mas, também o
sobre a juventude de outras regiões desenvolvimento da região.
devido ao número reduzido de cursos
oferecidos. Em Vitória da Conquista,
apenas 15 % dos vestibulandos eram REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
oriundos de outros municípios de 1991 a
1993, sendo que a maioria da região ALMEIDA, Paulo Henrique de (2002),
“A expansão recente do ensino
sudoeste.
superior privado no Brasil e na
Com a melhoria da UESB, a Bahia”, Análise & Dados. Salvador:
SEI. V. 12 n. 3. Dezembro, pp. 143-
implantação de novos cursos e o
157.
crescimento e solidificação das
BOVO, José Munari (1999),
instituições privadas que chegam, o
Universidade e Comunidade –
município e a região só fazem ganhar, não Avaliação dos Impactos
Econômicos e a Prestação de
só em mais recursos para investimentos
Serviços. São Paulo: Fundação
mas também em melhoria da qualidade de Editora da UNESP. (Prismas).
vida.
FIALHO, Nadia (1995), “A Expansão do
O ensino superior local possibilita, Ensino Superior na Bahia sob a
Ótica da Interiorização: Alguns
antes de tudo, a criação de poupança na
Indicadores”, Análise & Dados.
região através da atração de capital de Salvador: SEI, v. 4, n. 4. Março de,
pp. 12-17.
fora e manutenção da renda gerada no

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LOPES, Roberto Paulo M. (2000),
“Avaliação do Impacto Financeiro
SEBRAE – Diagnóstico Municipal de
da Universidade Pública na
Vit. Da Conquista : 1998
Economia Municipal: O caso de
Vitória da Conquista”, Conjuntura
& Planejamento. Salvador: SEI, n. SILVA, B. - G. N. e SILVA, S.C. B. de M.
73, pp. 15-21. E. Cidade e Região no Estado da
Bahia. Salvador: UFBA, 1991»
PASSOS, Sinval Almeida, Vitória da
Conquista, Cidade e Região(
UESB – Perfil Sócio Econômico do
Dissertação de Mestrado Apresentada
Sudoeste da Bahia :1996
à UFPE) Recife: 1995, fotocopiada.

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