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RATICIDAS CLANDESTINOS EM
SALVADOR, 1997-2001
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Jucelino Nery da Conceição Filho; Emerson Celso Gomes Jesus; Fabricia Castro Alves
Ribeiro; Adinete Conceição Silva Costa; Fernanda Matos Fontinelli; Lidiane Sousa
Portugal.
(Texto do trabalho apresentado na forma de pôster)
RESUMO
O Centro de Informações Antiveneno da Bahia (CIAVE) tem registrado números crescentes de casos de
intoxicação por raticidas no Estado da Bahia nos últimos anos. A exemplo de outras capitais como o Rio de
Janeiro, Fortaleza e São Paulo, Salvador vem convivendo com a proliferação do comércio de produtos de alta
toxicidade vendidos clandestinamente como rodenticida. Objetivando traçar um perfil deste comércio
clandestino e a sua expansão na capital baiana, foi realizado um levantamento nas principais áreas de
comércio de Salvador traçando a distribuição destes locais de venda, bem como os tipos de produtos por eles
comercializados. Entre os anos de 1998 e 2001, houve um aumento de 37 para 58 pontos de venda, nos quais
predomina (79,3%) o produto denominado de “chumbinho” (aldicarb), principal agente responsável pelos óbitos
nas intoxicações por raticidas. Outro produto de grande frequência (39,6%) é um líquido violáceo denominado
de “Mil Gatos” (composição ignorada) seguido por um pó branco, produto a base de arsênio, com 24,1%. Este
tipo de acidente já se tornou um grave problema de saúde pública, tendo em vista os elevados índices de óbitos
registrados por estes produtos o que vêm crescendo anualmente.
INTRODUÇÃO
O Centro de Informações Antiveneno da Bahia (CIAVE) tem registrado números crescentes de casos
de intoxicação por raticidas no Estado da Bahia nos últimos anos, tornando-se um grande problema
de saúde pública1. A exemplo de outras cidades brasileiras como o Rio de Janeiro, São Paulo e
Fortaleza1,2,3,4, Salvador vem convivendo com a proliferação do comércio de produtos de alta
toxicidade (sais arsenicais, compostos organofosforados, aldicarb, dentre outros) vendidos
clandestinamente por ambulantes como rodenticida, infringindo a Lei nº 7.802, de 11 de julho de
1989, regulamentada pelo Decreto nº 98.816, de 11 de janeiro de 1990, a qual permite apenas o uso
e comercialização de produtos à base de derivados cumarínicos para este fim, e levando grande risco
à população5. Este trabalho objetiva evidenciar a expansão deste comércio clandestino na cidade de
Salvador, identificar os produtos por ele comercializado e buscar relação com o aumento no número
de registros de casos de intoxicação por raticidas clandestinos.
MATERIAL E MÉTODO
Foi realizado um levantamento das intoxicações por raticidas ocorridos no estado da Bahia e em
Salvador no período de 1 de janeiro de 1997 a 31 de outubro de 2001 tendo-se como fonte os dados
registrados no programa EPI INFO utilizado pelo CIAVE e as fichas de atendimento. Os autores
deram prosseguimento ao trabalho iniciado em 19971 e realizaram levantamentos de pontos de
comercialização de produtos vendidos clandestinamente como raticida nas principais áreas de
comércio da cidade de Salvador (Bahia), nos primeiros semestres dos anos de 1998 e 2001.
Trabalho apresentado na forma de pôster sob nº 257 no XII Congresso Brasileiro de Toxicologia, Londrina-PR, em 2001 e resumo publicado
na Revista Brasileira de Toxicologia, vol. 14, nº 2 (suplemento), p. 73, 2001.
RESULTADOS
A exposição dos raticidas ilegais passou a ser cada vez menos freqüente em decorrência das
fiscalizações, sendo muitas vezes comercializados entre folhas de uso medicinal, ao contrário do que
acontecia até o ano de 2000 (Figura 1).
Trabalho apresentado na forma de pôster sob nº 257 no XII Congresso Brasileiro de Toxicologia, Londrina-PR, em 2001 e resumo publicado
na Revista Brasileira de Toxicologia, vol. 14, nº 2 (suplemento), p. 73, 2001.
Produtos com diversas composições são comercializados como raticida (Figura 2), os quais não
trazem em seu rótulo informações importantes como: composição, fabricante ou orientação para o
caso de envenenamento (Figura 3 e 4).
1 - “Chumbinho” (Aldicarb)
2 - Arsênico
Trabalho apresentado na forma de pôster sob nº 257 no XII Congresso Brasileiro de Toxicologia, Londrina-PR, em 2001 e resumo publicado
na Revista Brasileira de Toxicologia, vol. 14, nº 2 (suplemento), p. 73, 2001.
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Figura 4. Rótulos dos raticidas clandestinos vendidos no comércio de Salvador. (Fotos: Jucelino Filho).
Trabalho apresentado na forma de pôster sob nº 257 no XII Congresso Brasileiro de Toxicologia, Londrina-PR, em 2001 e resumo publicado
na Revista Brasileira de Toxicologia, vol. 14, nº 2 (suplemento), p. 73, 2001.
Junto com o aumento na comercialização destes produtos, houve também uma maior incidência no
número de intoxicações por raticidas registradas pelo CIAVE (Tabela 3).
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
2. Lima, J.S.; Reis, C.A.G. Poisoning Due to Illegal Use of Carbamates as a Rodenticide in Rio de
Janeiro.Clinical Toxicology, V.33, n. 6, p.687-690, 1995.
3. Riqueta, D.S.; Martins, I.O.; Caldas, L.Q.A. Avaliação cromatográfica de amostras de “chumbinho”
coletadas na cidade do Rio de Janeiro. 1º Congresso Panamericano de Centros de Informação e
Controle Toxicológico. Porto Alegre - RS. Anais, p. 33. 2001
4. Guimarães, J.A.; Carneiro, L.M.V.; Albuquerque, M.S.B. Avaliação dos casos de intoxicação por
“chumbinho”, no período de janeiro a dezembro de 2000 no Instituto Dr. José Frota/CEATOX
(IJF/CE). 1º Congresso Panamericano de Centros de Informação e Controle Toxicológico. Porto
Alegre - RS. Anais, p. 20. 2001.
Trabalho apresentado na forma de pôster sob nº 257 no XII Congresso Brasileiro de Toxicologia, Londrina-PR, em 2001 e resumo publicado
na Revista Brasileira de Toxicologia, vol. 14, nº 2 (suplemento), p. 73, 2001.