Captulo II: Funes Reais de Varivel Real___________________________ 31

2.3.2. Funo Inversa

Seja f uma funo injectiva. Sejam
f
D e ) Im( f respectivamente o domnio e a imagem (ou
contradomnio) da funo f . nica funo
f
D f g ) Im( : que satisfaz:



chama-se funo inversa de f e escreve-se
1
= f g .

Obs.:
S podemos definir
1
f se f for injectiva (num determinado domnio);
Se
1
f a inversa de f ento f a inversa de
1
f ;
) Im(
1
f D
f
=

;

f
D f =

) Im(
1
.
Caracteriza-se a inversa de uma funo da seguinte forma:
x y
IR f f

) Im( :
1

ou seja, sabendo que y x f = ) ( , ento a funo inversa define-se por x y f =

) (
1
.
Repare que, por definio de inversa de uma funo temos ( ) x x f f y f = =

) ( ) (
1 1
e
( ) y y f f x f = =

) ( ) (
1
.
Graficamente, tem-se que
) ( ) , ( ) ( ) ( ) ( ) , (
1 1
= = f Gr x y y f x x f y f Gr y x







f
1
f
) , (
2
x y P =
) , (
1
y x P =
x y =
( )( ) ) Im( f x x x g f =
( )( )
f
D x x x f g =
Captulo II: Funes Reais de Varivel Real___________________________ 32

Seja ) ( ) , (
1
f Gr y x P = e ) ( ) , (
1
2

= f Gr x y P , o ponto mdio do segmento que une estes

pontos o ponto |
.
|

\
| + +
=
2
,
2
x y y x
M que um ponto que pertence recta x y = . Podemos
concluir, ento que os grficos de f e
1
f so simtricos relativamente recta x y = .

Pergunta:
Porque que s podemos definir funo inversa para funes injectivas?

Resposta:
Repare que se f no for injectiva acontece, pelo menos uma vez, a seguinte situao:
) ( ) ( , ,
2 1 2 1 2 1
x f y x f e x x D x x
f
= =
e ento a funo inversa,
1
f , ter de enviar y em
1
x e
2
x , ao mesmo, isto ,
) (
) , (
) , (
) (
) (
) (
) (
) (
) , (
) , (
1
2
1
1
2
1
1
2
1
2
1

=
=

=
=

f Gr
x y
x y
y f x
y f x
x f y
x f y
f Gr
y x
y x

e portanto
1
f tem duas para o seu objecto y. Mas isto contraria a definio de funo,
consequentemente isto no poder acontecer, ou seja, f tem de ser injectiva para que exista a
funo
1
f .


No confundir!!!
( )
( )
( )
1 1
1
representa
1
enquanto inversa a designa
1
com

f
f
f f
x f
x f



Exemplo:
1. A inversa da funo ( ) x x f ln = em ] [ + , 0 a funo
x
e x f =

) (
1

Temos:
( )( )
( )( ) ] [ =
=

, 0
1
1
x x x f f
IR x x x f f

(verifique!!!)
Captulo II: Funes Reais de Varivel Real___________________________ 33

2. Caracterizar a funo inversa de 4 ) ( = x x f
[ [ = , 4
f
D ;
+
=
0
) Im( IR f
Para determinar a expresso analtica da inversa:
4
a ordem em equao a se resolve 4
de expresso a a se iguala 4
2
2
+ =
=
=
y x
x y x
f y y x

Caracterizao inversa:
( )
4
Im :
2
0
1
+
=
+
x x
IR IR f f

note que [ [ = =

, 4 ) Im(
1
f
D f


Observao:
Por definio de funo inversa temos ) Im(
1
f D
f
=

.
Esta igualdade ajuda-nos a determinar, em casos mais complicados, a ) Im( f , pois
basta determinar a expresso analtica da funo inversa e calcular o seu domnio.
Contudo s podemos fazer isto quando a expresso analtica de
1
f define por si s
uma funo injectiva. (Nota, uma funo inversa sempre injectiva, o que pode no ser
injectiva uma funo que tenha a mesma expresso analtica de
1
f ). Por exemplo, no
anterior exemplo 2, 4 ) (
2 1
+ =

x x f definida em ) Im(
0
1
f IR D
f
= =
+

injectiva, mas tem-se

que IR D
x
=
+ ) 4 (
2
, ou seja, a expresso analtica da funo inversa, por si s, no verifica
+
+
= = =
0
) 4 (
) Im(
2
IR f D IR
x
, mas isto acontece porque, por si s, a expresso analtica de
1
f ,
) 4 (
2
+ x , no injectiva.



Exerccio:
Verifique que a funo ( )
1 2
2

+
=
x
x
x f coincide com a sua inversa.
(Sugesto: calcular f f ).