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Neste aspecto, nós temos uma vantagem real: por exemplo, muitas pessoas nos EUA
(e também no Brasil e no resto do mundo) não estão muito felizes[1]. Em 2004, a taxa
de desemprego estava acima dos 8 milhões[2], praticamente a população da cidade de
Nova York.[3]. Famílias de trabalhadores de classe média estão afundando em
dívidas[4], enquanto os 1% que são ricos ficam cada vez mais ricos[5], amparados pelo
auxílio desemprego empresarial[6], redução de impostos para os ricos[7], políticas
comerciais favoráveis para as empresas[8], uniões trabalhistas fechadas com apoio do
governo[9], e retrocessos de legislações ambientais vitais[10].
Mas e se nós pudéssemos construir uma cultura alternativa que nos permitisse
abraçar valores que importam para a maioria de nós em todos os aspectos de nossas
vidas diárias, uma que promovesse auxílio mútuo ao invés de competição, aventura em
vez de monotonia, conservação em vez de excesso destrutivo, compartilhamento em vez
de propriedades particulares, prazer em vez de trabalho duro, igualdade em vez de
hierarquia, preocupação social em vez de egocentrismo, simplicidade e liberdade em
vez de desejo por aquisição material, e auto-aceitação em vez de procurar um status
social? E se nós pudéssemos ilustrar a falência espiritual da sociedade capitalista-
industrialista criando uma contracultura que é prática, ética, que realmente se importa
com as reais necessidades das pessoas, e oferece às pessoas a oportunidade de sentirem
um verdadeiro senso de comunidade enraizado em um comprometimento em construir
um mundo melhor para todos?
Colheita Selvagem
Retorno ao Natural
Muitos dos que adotam este retorno ao natural são anarco-primitivas, acreditando
que a civilização e o “progresso” foram desastres para a terra e para seus habitantes
humanos e não-humanos, e que o estilo de vida humano mais igualitário e
ecologicamente sustentável pode ser encontrado nas culturas primitivas.[54] Os anarco-
primitivistas procuram retornar a humanidade para um modo de vida mais próximo de
uma existência simples, e vêem os que procuram retornar ao natural como
pioneiros[55].
Infelizmente, muitos dos que praticam o retorno ao natural adotaram matar animais
para alimento e vestuário, caçando, pescando e montando armadilhas. Defensores dessa
posição deveriam ler o livro de Jim Mason An Unnatural Order (Uma Ordem Não
Natural), que oferece uma crítica devastadora sobre como a caça foi a instituição social
que iniciou a cultura de dominação que se transformou em nossa atual indisposição
global. Mason demonstra uma distinção nítida entre caçadores-coletores e os coletores
não-caçadores que os precederam[56].
O Freecycle (uma lista de doação de itens) é uma rede de listas de e-mail regional
onde pessoas que preferem compartilhar do que desperdiçar postam itens que eles
gostariam de passar para os outros, e as pessoas que querem adquirir itens sem ter que
comprar postam sobre os itens que eles procuram. O doador e o receptor fazem contato
por e-mail e combinam de encontrar para transferir o item sem expectativa de
reciprocidade além de gratidão. Os encontros grátis de listas como a Freecycle
assemelham-se a mercados de segunda mão onde todos os itens disponíveis são
oferecidos gratuitamente. As pessoas doam os itens que eles desejam compartilhar e
adquirem itens que eles podem utilizar.
Esse também é o conceito por trás dos Mercados Grátis. As pessoas compartilham
alegremente livros, revistas, roupas, discos, alimento e trabalhos de arte. Os Mercados
Grátis complementam os produtos gratuitos com serviços, performances, e atividades—
massagem, dança, comédia, música, leituras de tarô—tudo o que pode ser
compartilhado gratuitamente[57].
Uma versão menor mas mais permanente deste conceito é a Loja Grátis. Nas Lojas
Grátis, as pessoas doam ou pegam uma infinidade de itens utilizáveis em qualquer dia
do ano. Ao atribuírem valores cooperativos a uma instituição permanente da
comunidade, as lojas grátis permitem que esta ética se torne uma parte da vida
cotidiana. Compartilhar torna-se um costume, enquanto procurar preencher suas
necessidades em mercados capitalistas competitivos pára de se tornar uma necessidade.
Estas ações oferecem uma alternativa realista às compras, encorajam um espírito de
auxílio mútuo, impedem o desperdício de itens utilizáveis, e aproxima as pessoas em
uma comunidade que as ajuda a alcançar suas necessidades práticas.
Transporte Sustentável
Poucas atividades diárias são mais cúmplices com a destruição do planeta do que o
uso do automóvel. A cada quilômetro que dirigimos, ou a cada litro de gasolina que
compramos, nós não estamos apenas sujando o ar e contribuindo para o aquecimento
global, mas estamos apoiamos as guerras pelo petróleo e a destruição dos habitats e
culturas indígenas pela exploração, perfuração, e projetos de oleodutos. A cultura do
carro promove o crescimento da periferia suburbana, um dos grandes contribuintes da
perda de habitat no mundo.
Para o transporte de longa distância, muitos adotaram a antiga tradição dos vagantes
de pular e viajar em trens de carga. E a velha posição de pedir carona, apesar de não ser
mais tão fácil como em tempos onde havia maior confiança, ainda é um meio eficaz de
viajar para aqueles com paciência de esperar um que ofereça carona.
Mídia Alternativa
Centros de Mídia Independente (CMIs) foram criados em cidades por todo o globo,
para prover espaços e recursos para a criação e a disseminação de notícias e informação
sem o filtro de distorção da influência corporativa. Esses centros são gerenciados
coletivamente por consenso e tomam decisões sem hierarquia[59]. Visite o website do
CMI global em http://indymedia.org.
Medicina Holística
Fornecedores de assistência médica holística estão questionando o modelo médico
tradicional ao mudarem o foco de farmacêuticos patenteados caros e frequentemente
perigosos, criados para tratar as doenças como um fenômeno isolado, para um foco
maior na prevenção, na saúde como um todo, e em um entendimento da energia
corporal. Terapias alternativas valem-se mais de dietas, exercícios, controle de estresse,
procedimentos como acupuntura e ajustamento da coluna, ervas e suplementos
vitamínicos do que em farmacêuticos patenteados, e geralmente atingem resultados bem
melhores. Eles oferecem a promessa de assistência médica sem a dependência em
megacorporações monopolistas, que testam em animais[60], e poluidoras[61], como a
Glaxo Smithkline e a Merck.
Até mesmo os tratamentos alternativos podem ser caros[62], e muitos não são
cobertos por empresas de seguro[63]. Para os pacientes, o estresse da doença é
combinado com uma luta burocrática corporativa mesquinha, legalista, desumana e
impenetrável a ser compensada por necessidades médicas vitais. Ao todo, 45,8 milhões
de Americanos, ou 15,7% da população norte-americana, não possuem seguro
médico[64]. Falar sobre o custo e a disponibilidade de assistência médica é tão
importante quanto mudar o tipo de tratamento fornecido.
Lutando Contra
Para impedir o corte de árvores de menos de cinco por cento das florestas nativas
originais que restaram na América do Norte[69], comunidades de resistência foram
formadas nos topos de árvores antigas nas florestas úmidas temperadas do Noroeste do
Pacífico. As vilas em árvores são uma série de casas rudimentares montadas nas árvores
em plataformas circulares, que são habitadas, interconectadas por uma rede de cordas, e
construídas em sua maior parte de materiais recuperados. Os habitantes das vilas em
árvores como a Red Cloud Thunder, do Oregon, representam um impedimento imediato
das operações de corte de árvores. Nenhuma das árvores conectadas pela vila pode ser
derrubada sem colocar todos os que vivem na vila em risco de vida. Os madeireiros, não
querendo arriscar de serem acusados de assassinato, são então forçados a deixar estas
árvores em pé[70].
[1] http://web.mit.edu/krugman/www/happy.html
[2] http://www.bls.gov/cps/home.htm
[3] http://www.nyc.gov/html/dcp/html/census/popcur.shtml
[4] http://www.pbs.org/now/politics/interestrates.html
[5] http://www.newscientist.com/article.ns?id=dn7107
[6] http://www.thirdworldtraveler.com/Nader/CutCorpWelfare_Nader.html
[7] http://www.commondreams.org/headlines05/0605-01.htm
[8] http://www.un.org/Pubs/chronicle/2004/issue3/0304p34.asp
[9] http://www.berkeley.edu/news/media/releases/96legacy/releases.96/14339.html
[10] http://www.commondreams.org/cgi-bin/print.cgi?file=/views03/1120-01.htm
[11] http://www.sierraclub.org/comunidades/ingles
[12] http://www.cdc.gov/niosh/stresswk.html
[13] http://www.nap.edu/books/030909142X/html/15.html
[14] http://www.csun.edu/~vceed002/health/docs/tv&health.html#influence
[15] http://www.cfah.org/hbns/news/video03-17-04.cfm
[16] http://www.nap.edu/books/030909142X/html/15.html
[17] http://www.mcspotlight.org/media/press/releases/msc060203.html
[18] http://www.organicconsumers.org/school/foodpyramid050405.cfm
[19] http://www.nwlaborpress.org/2001/10-5-01HealthCare.html
[20] http://content.healthaffairs.org/cgi/content/full/hlthaff.w3.391v1/DC1
[21] http://www.monitor.net/monitor/10-9-95/angry.html
[22] http://www.alternet.org/wiretap/24016/
[23] http://sfgate.com/cgi-
bin/article.cgi?file=/chronicle/archive/2003/11/28/EDGTH39PUG1.DTL
[24] http://www.thehoya.com/news/031805/news2.cfm
[25] http://www.edbriefs.com/usa96-97/usa05.19.97.html
[26] http://www.thirdworldtraveler.com/War_Peace/Economic_Draft.html
[27] http://www.newdream.org/newsletter/growth.php
Veja http://www.ntic-us.org/publications/reports/Issue_92_fall_2003/safety.html
[30] http://www.allthingsfrugal.com/dumpster.htm
[31]
http://www.portlandphoenix.com/features/this_just_in/documents/02831864.asp
[32] http://www.everything2.com/index.pl?node_id=1140523
[33] http://www.colum.edu/echo/back/spring05/features1.html
[34] http://houstonpress.com/issues/2004-11-25/news/feature.html
[35] http://www.rocklincoln.com/dumpsterdiving.htm
[36]
http://tristateobserver.com/modules.php?op=modload&name=News&file=article&sid=3
330
[37] http://www.paladin-press.com/authormo_1202.aspx
[38] http://www.cat.org.au/skippy/
[39] http://w3.tvi.edu/~cgulick/dda.htm
[40] http://www.frugalhomemaker.com/articles/02/article2006.htm
[41] http://www.streettech.com/archives_DIY/dumpsterTech.html
[42] http://www.geocities.com/CapitolHill/Lobby/3609/lib_whyfreegan.html
[43]http://www.redefiningprogress.org/media/clips/030527_sac.html
[44] http://www.geocities.com/CapitolHill/Lobby/3609/lib_whyfreegan.html
[45] ibid
[46] http://frugalliving.about.com/od/savewhenshoppingforfood/a/blgleaning.htm
[48] http://www.girlrobot.com/blog/jim_casebolt_et_al.html
[49] http://foodnotbombs.net/firstindex.html
[50] http://www.primitivism.com/future-primitive.htm
[51] http://asap.ap.org/data/interactives/_lifestyles/urban_forager/
[52] http://www.wildmanstevebrill.com/TV.Pages/VideoSeries.html
[53] http://wildroots.org/ff.php
[57] http://www.indybay.org/news/2004/06/1683917.php
[58] http://www.fair.org/index.php?page=101
[59] http://www.indymedia.org/en/static/about.shtml
[60] http://www.corpwatch.org/article.php?id=12462
[61] http://www.sdearthtimes.com/et0203/et0203s18.html
[62] http://www.bpdworld.org/alternative_treatments.php
[63]http://www.hcvadvocate.org/hepatitis/About_Hepatitis_pdf/1.1.1_Living_With_
HepatitisC/CAM.pdf
[64] http://www.cbpp.org/8-30-05health.htm
[65] http://www.iht.com/articles/2005/08/28/news/africa.php
[66] http://damn.mahost.org/about.php
[67] http://abcnorio.org/about/about.html
[68] Para uma profunda análise estratégica em como a resistência e a criação de uma
instituição alternativa podem se completar, veja Brian Dominick’s An Introduction to
Dual Power Strategy em http://sandiego.indymedia.org/en/2002/09/2403.shtml
[69] http://www.ran.org/ran_campaigns/old_growth/
[70] http://www.efn.org/~redcloud/direct.html
[71] http://www.practicalanarchy.org/fnb_crass2.html
[73] http://www.terrain.org/essays/13/light.htm
[74] http://www.quackpotwatch.org
[75] http://www.contrast.org/treesit/archives/000011.html
[76] http://www.moregardens.org/?q=node/4
[77] http://userpage.fu-berlin.de/~garten/Buch/Stoneenglisch.htm