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“MAPEAMENTO GÊNICO”
Alunos: R.A.:
André Luis Barbosa Corte 743142 – 2
Eduardo Henrique Cardin de Sousa 742805 – 7
Henrique Martins Páros 742961 – 4
Marilei Aparecida da Silva Guedes 743031 – 0
Raoni da Silva Silos 742832 – 4
Thaís Nímia da Silva 742771 – 9
ARAÇATUBA
2009
CURSO DE FARMÁCIA E BIOQUÍMICA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
Mapeamento Gênico
Introdução
Os genes são responsáveis por codificar proteínas com funções específicas num organismo.
Se a função exercida pela proteína correspondente a um determinado gene não é realizada, ou
é realizada de maneira incorreta, o resultado pode ser prejudicial ao organismo.
Considerando isso, percebe-se que o mapeamento gênico (ou seja, a representação gráfica
linear das distâncias entre genes e de suas posições relativas em um cromossomo) é o foco
central da genética humana / médica atualmente.
Isso porque ele proporciona o conhecimento sobre a posição de um gene e sua região
adjacente, permitindo o entendimento de suas relações com o restante do genoma; o que abre
margem para a descoberta e identificação de novas doenças genéticas, a inibição de
síndromes, a detecção e reparação de anormalidades metabólicas, etc.
Entre as diversas aplicações das técnicas de mapeamento genético também podemos citar o
melhoramento produtivo vegetal, o controle ambiental e a produção de drogas que,
combinando o mapeamento e seqüenciamento gênico, poderão incorporar qualquer proteína
humana (como ocorre com o tecido ativador de plasminogênio e os intérferons, ambos
utilizados no combate a doenças relacionadas com a produção de proteínas).
Sendo assim, para a identificação dos genes ao longo dos cromossomos, podemos destacar a
utilização de duas grandes abordagens: o mapeamento genético clássico e o mapeamento
físico / posicional.
Ainda podemos citar uma terceira abordagem utilizada para a identificação de genes: o
mapeamento funcional. Nesse caso, são utilizados marcadores de seqüências expressas,
obtidos a partir de clones de cDNA (a purificação do mRNA de um tecido específico, submetido
à reação com a enzima transcriptase reversa, permite a síntese de uma seqüência de “DNA
complementar”, o cDNA). A hibridação de um conjunto de diferentes cDNAs com o DNA
genômico permite a localização das seqüências de alguns genes expressos.
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INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
Objetivos
Mapas de Ligação
Desenvolvidos inicialmente entre 1910 e 1911 por Thomas Morgan e Alfred Sturtevant, e
depois refinados pela contribuição de vários outros geneticistas, os mapas de ligação
correspondem à primeira tentativa efetiva de mapeamento gênico (sendo aplicados até hoje).
Sua elaboração deriva de três conceitos básicos, sendo: a vinculação gênica, a recombinação
por crossing-overs e o cruzamento de três pontos.
Esse fato, uma vez que contraria o princípio da segregação independente de Gregor Mendel,
nos permite dar os primeiros passos no mapa. Isso porque torna possível avaliar se dois ou
mais genes se encontram no mesmo cromossomo (o que já corresponde à primeira peça de
suas localizações).
Com isso, quando se executa um cruzamento de três pontos (explicado a seguir), é possível
identificar a ocorrência de crossing-overs na geração da prole e, através de tratamento
estatístico, estimar sua freqüência (denominada taxa de recombinação).
Uma vez que, quanto mais afastados dois genes situados num mesmo cromossomo estiverem,
mais espaço existe entre eles (o que favorece a ocorrência de crossing-overs); pode-se
interpretar a taxa de recombinação como um indicativo indireto da distância real entre dois
genes. Interpretação esta na qual cada 1% de taxa de recombinação corresponde a 1 unidade
de mapa (m. u.) ou a 1 morganídeo (nome dado em homenagem a Thomas Morgan).
A técnica pode ser definida como a análise das características herdadas por uma prole gerada
a partir do cruzamento de um indivíduo triíbrido (ou seja, heterozigoto para três caracteres
genéticos) com um testador triplo recessivo (homozigoto recessivo para três caracteres
genéticos).
1º Cruzamento:
2º Cruzamento:
Análise da Prole:
Assim, para determinarmos a distância entre v e cv, verificamos que em uma prole composta
de 1448 moscas ocorreram 45 + 40 + 89 + 94 = 268 recombinações envolvendo estes genes; o
que resulta em uma taxa de recombinação de (268 / 1448) x 100 = 18,5%.
Agora, considerando que as taxas de recombinação são bem menores que 50% (o que
confirma sua ligação no mesmo cromossomo) e que os loci v e cv possuem o maior valor de
recombinação, podemos concluir que o locus ct se encontra entre eles e traçar o mapa a
seguir.
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Cabe salientar alguns pontos sobre o mapa traçado. Primeiro, embora possamos deduzir a
ordem a ordem dos genes, sua representação com v à esquerda é meramente ilustrativa; uma
vez que não existe uma “direção correta” do cromossomo, o mapa pode igualmente ser
invertido.
Segundo, o mapa em questão nos mostra a distância e posição relativa dos genes testados
entre si, mas não informa onde os loci estão no cromossomo ou mesmo qual é o cromossomo;
de modo que seriam necessárias muitas análises subseqüentes para mapear os demais
cromossomos em relação aos três identificados, para finalmente concluir o mapa de ligação.
Por fim, ao somarmos as duas distâncias exibidas no mapa, percebemos que seu valor (19,6
m. u.) é maior que 18,5 m. u. (a distância originalmente calculada para v e cv); de forma que
parece ter havido algum erro nos cálculos ou na construção do mapa.
No entanto, o que na verdade ocorreu foi uma subestimativa da distância entre os loci v e cv;
pois, durante o mapeamento, não foram consideradas as ocorrências de duplos crossing-overs
nas classes mais raras da prole.
Assim, considerando que o cruzamento de três pontos nos permite perceber quando ocorrem
duas permutas genéticas entre loci, podemos então recalcular a taxa de recombinação entre v
e cv realizando novamente a soma das recombinações (desta vez considerando cada prole
mais rara duas vezes). Então, temos na verdade 45 + 40 + 89 + 94 + 3 + 3 + 5 + 5 = 284
recombinações e uma taxa de recombinação de (284 / 1448) x 100 = 19,6%, o que é idêntico à
soma dos dois valores componentes do mapa.
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Como visto anteriormente, os genes são mapeados através da freqüência com que sofrem
crossing-overs; e isso só é possível quando existem dois alelos do gene capazes de gerar um
heterozigoto e que produzam também fenótipos diferentes detectáveis.
Dito isso, e considerando o avanço dos estudos com muitos organismos, chegou-se a um
ponto em que, apesar da identificação de muitos alelos mutantes para mapeamento, ainda
existem grandes extensões de DNA entre os genes já mapeados para os quais não se possui
fenótipos associados e, portanto, para os quais o mapeamento não é mais possível.
A resposta encontrada para esse problema foi a utilização de marcadores moleculares; que
podem ser entendidos como sítios no DNA onde pode se apresentar heterozigose sem que a
mesma esteja relacionada a alguma mudança fenotípica mensurável (também conhecidas
como mudanças silenciosas).
Tais sítios heterozigotos podem ser mapeados por análise de ligação do mesmo modo que um
par de alelos heterozigoto convencional, uma vez que também sofrem crossing-overs e podem
ser facilmente identificáveis através de alguns artifícios (mesmo que não gerem fenótipos
detectáveis).
Existem vários modos para detectar esses polimorfismos, entre os quais o mais simples de
visualizar é pela análise de enzimas de restrição.
Estas enzimas de origem bacteriana cortam o DNA em seqüências alvo específicas definidas
ao acaso, mas que se repetem na mesma posição no DNA de indivíduos diferentes em uma
mesma população.
Ou seja, uma enzima de restrição qualquer cortará o DNA contido nos cromossomos
homólogos de uma determinada espécie em uma posição específica, e essa posição será a
mesma no DNA de qualquer outro representante da mesma espécie.
Assim, aplicando técnicas como a análise de Southern (que emprega uma sonda derivada do
DNA da região que se pretende mapear) é possível identificar variações no comprimento dos
trechos que seriam cortados pelas enzimas de restrição. Variações estas baseadas nos SNPs
ocorridos na área e denominadas de polimorfismos de comprimentos de fragmentos de
restrição ou RFLPs.
Os RFLPs heterozigotos podem estar ligados a um gene heterozigoto para o qual não se
possui um fenótipo relacionado, possibilitando um mapeamento do gene por “aproximação”.
Por exemplo, como ilustrado na figura abaixo, podemos ter dois genes heterozigotos quaisquer
(aqui definidos arbitrariamente como d e D); sendo os mesmos ligados a regiões onde existem
RFLPs para uma enzima de restrição qualquer.
Os crossing-overs entre estes sítios produziriam produtos recombinantes detectáveis como D-3
e d-2-1, que poderiam ter suas taxas de recombinação determinadas como explicado
anteriormente e, conseqüentemente, resultar no mapeamento dos genes a eles relacionados.
Assim, de modo semelhante ao que ocorre com os RFLPs, os indivíduos podem ser
heterozigotos em relação aos VNTRs. Por exemplo, o sítio em um homólogo pode ter oito
unidades repetidas e o sítio no outro homólogo pode ter apenas cinco.
Desta forma, esta heterozigose pode ser detectada e os sítios utilizados como marcadores de
mapeamento por análise de ligação.
No caso é necessária uma sonda que se ligue ao DNA repetitivo e, através de enzimas de
restrição, podem ser retirados dois blocos contendo as regiões de VNTR. Esses locus
contendo VNTR são então analisados e, através de um auto-radiograma de hibridização de
Southern, formam duas bandas de tamanhos diferentes.
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Então, ao se realizar cruzamentos para análise de ligação e identificação dos locus contendo
VNTRs através da técnica descrita acima, pode-se mapear genes por “aproximação” (da
mesma forma que ocorre para locus de RFLP).
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Trata-se do mapeamento dos genes conhecidos para o tomate em 1952, e cada locus é
representado por dois alelos usados nas experiências originais de mapeamento.
À medida que mais loci se tornaram conhecidos, foram mapeados em relação aos loci
mostrados na figura abaixo. Assim, atualmente o mapa mostra centenas de loci, mas ainda é
possível compreender a extensão do trabalho realizado e a complexidade do mapeamento
gênico.
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Bibliografia
GRIFFITHS, Anthony J. F. [et al.] Introdução à genética. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2006;
BURNS, George W.; BOTTINO, Paul J. Genética. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 1997;