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CURSO DE BIOMEDICINA
MICROBIOLOGIA I
PROGRAMA:
1- Objetivo geral:
2- Objetivos específicos:
CONTEÚDO:
BIBLIOGRAFIA
Artigos da Internet
Periódicos: Revista Laes Haes, Mc Will Editores, News Lab,
ARSCVRAND, JAMA, Arquivos de Dermatogia (JAMA).
AULA 01
# Numeração do exame;
# Médico;
# Data e hora;
#Local da coleta do material.
1) Respiratória: 30 min
2) Gastrointestinal: 1h
3) Hemocultura: 30 min
4) Anaeróbio: 30 min
5) Catéter intravascular: 15 min
6) LCR e líquido pleural
7) Urina: até 1h, se refrigerada
8) Swabs: imediatamente
9) Amostras com anestésicos locais: Imediatamente!!
AULA 02
FLORA NORMAL
Nem todas as espécies bacterianas que fazem parte da flora normal são
cultiváveis, podendo estar presente em determinadas áreas do corpo sem
serem recuperadas nas culturas de amostras colhidas; este também não deixa
de ser um problema técnico de isolamento dessas bactérias autóctones. Assim,
conclui-se que o estudo da flora normal ainda é um campo muito amplo de
observações e discussões.
PELE E MUCOSAS:
Os cocos residentes da pele são insensíveis à atividade lítica desta enzima, mas
a invasão por bactérias patogênicas talvez seja dificultada.
Os ácidos graxos da pele que inibem, in vitro, os Micrococcus, spp; S. pyogenes
e S. aureus, não inibem Pseudomonas aeruginosas nem a E. coli. O ácido
oléico estimula o crescimento, in vitro, de cepas lipolíticas de Difteróides
cutâneos e Propioniobacterium acne. Sommer Ville sugeriu que as variações da
microflora das crianças, quando comparada com os adultos, podem acontecer
por causa das baixas concentrações de ácidos graxos livres na pele dessas
crianças.
OUVIDO:
É estéril ao nascimento.
No adulto existe entre 10 elevado a 5 e 10 elevado a 10 de bactérias por
grama de fezes no intestino delgado e 10 elevado a 11 no intestino grosso. O
esôfago e o estômago estão contaminados com bactérias provenientes dos
alimentos ingeridos, mas estas bactérias não sobrevivem nestas partes do trato
gastrointestinal. O estômago não é adequado ao crescimento de
microrganismos devido à grande acidez do suco gástrico e à própria motilidade
do órgão, que o esvazia em intervalos periódicos; nele, há uma reflexão da flora
dos alimentos e saliva, porém, como floras residentes podem considerar
algumas bactérias esporuladas e lactobacilos. O Mycobacterium gastri provoca
bacterioscopia duvidosa com TB quando é analisado no suco gástrico.
O fígado e vesícula são, geralmente, livres de contaminação bacteriana.
CAVIDADE ORAL:
BOCA:
Actinomyces, spp
Profa. Cláudia Maria Duque de Souza e Edlaine Rodrigues Montalváo.
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Bacterioides, spp
Moraxella catharralis
Candida albicans e outras leveduras
Campylobacter, spp
Entamoeba gengivalis
Fusobacterium, spp
Haemophilus, spp
Lactobacillus, spp
Leptotrichia, spp
Micrococcus, spp
Mycoplasma, spp
N. meningitidis
Peptostreptococcus, spp
S. aureus
S. epidermides
S. pneumoniae
S. faecalis
S. mitis e S. salivarius ( alfa hemolítico)
NASOFARINGE:
Acinetobacter, sp
Moraxella catharralis
Haemophilus, spp
Moraxela, spp
N. meningitidis
S. aureus
S. epidermides
AMIGDALAS:
Actynomices, spp
Bacterioides, spp
Fusobacterium, spp
Micrococcus, spp
S. aureus
S. epidermides
S. pneumoniae
S. faecalis
Veillonella, spp
NARIZ:
Corynebacterium, spp
Moraxela, spp
Profa. Cláudia Maria Duque de Souza e Edlaine Rodrigues Montalváo.
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N. meningitidis
S. aureus
S. epidermides
S. pneumoniae
S. faecalis
S. pyogenes (portadores sãos)
OROFARINGE:
Bacterioides, spp
Candida albicans
Enterobacterias
Haemophilus, spp
S. pneumoniae
Streptococcus hemolíticos
DENTE:
Leptotrichia buccalis
SALIVA:
Lactobacillus, spp.
AULA 3
URINOCULTURA
COLETA:
NORMAS:
Observar que:
Profa. Cláudia Maria Duque de Souza e Edlaine Rodrigues Montalváo.
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SINAIS E SINTOMAS:
ENTEROBACTÉRIAS:
1- Escherichia coli
2- Proteus, spp
3- Citrobacter, spp
4- Klebsiella, spp
5- Enterobacter, spp
6- Pseudomonas, spp
7- Staphylococcus, spp
AULA 4
COPROCULTURA
COLETA DE AMOSTRAS
Quadro clínico - dor abdominal, diarréia, vômito, febre, dor de cabeça, mialgia
e artralgia.
Acomete mais indivíduos adultos na faixa etária de 20 a 29 anos.
Cultura - não cresce a 25 ºC cresce pouco a 37 ºC, mas cresce bem a 42-43
ºC. Requer atmosfera gasosa adequada (2-5 % de CO2); não se deve usar a
jarra de anaerobiose devido à concentração de O2 que é de 12 - 17 % e o
microrganismo em questão necessitam de 3 - 6 % de O2.
O meio mais usado é o Campy-Bap a 42 ºC é microaerófilo (↓O2) e
Capnophilico (↑CO2).
O crescimento da cultura deve ser avaliado em 24, 48 e 72 horas através de
lâminas coradas pelo Gram (bastonetes curvos Gram negativos); pode ser feita
a montagem a fresco para avaliar a presença de motilidade em flecha.
2- Helicobacter pylori
3- Shigella, spp
4- Salmonella, spp
Doenças:
1- Febre tifo - S. typhi; (sorogrupo 1).
2- Febre paratifóide no homem - S. paratyphi B; (sorogrupo 1).
3- Gastroenterite aguda no homem e animais - S. typhimurium; (S.enteritidis
sotipo typhimurium)
4- Paratifo em leitões - S. cholerae-suis.
7- EIEC (enteroinvasiva)
Invade células epiteliais (febre + colite + diarréia e PMN nas fezes + tenesmos).
8- EHEC (enterohemorrágica)
9- EaggEC (enteroagregativa)
12-Clostricium difficile
AULA 5
ANTIBIOGRAMA
4- Cloranfenicol:
5- Macrolídeos:
6- Aminoglicosídeos:
Particularidades:
# Canamicina - é menos tóxica do que a Amicacina, bactericida para Gram
negativas (exceto Pseudomonas, spp e Serratia, spp) e é nefro e ototóxica.
# Amicacina - derivado sintético da Canamicina, no SNC atua sobre bactérias
Gram negativas entéricas ou não (Pseudomonas), é nefro e ototóxica (oitavo par
craniano).
# Neomicina - tópica e das VD, é nefro e ototóxica.
# Gentamicina - é bactericida para Gram positivas e Gram negativas (Proteus,
spp; Pseudomonas, spp e Serratia, spp), os Staphylococcus, spp e bacterióides
são resistentes, é altamente nefrotóxica. Tem uso tópico em queimaduras e
lesões cutâneas.
# Tobramicina - é ativa contra Pseudomonas, spp e é nefro e ototóxica. Não
deve ser usada com diuréticos porque potencializa a ação desta droga.
# Estreptomicina - é um bactericida (inibe a síntese proteica) bom para
Mycobacterium tuberculosis (BK), Gram negativas e Gram positivas. É muito
ototóxica. Pode ser associada à Isoniazida.
# Espectinomicina - usada em infecções gonocócicas (gonorréia) = Tobricin.
8- Quimioterápicos:
LIMTAÇÕES DO MÉTODO
Ágar chocolate (com sangue de carneiro) não serve para fazer TSAQ de
Haemophylus, mas serve se acrescer 1 % de hemoglobina e um suplemento
tipo Isovitaex (fator X e V) ou suplememnto sintético equivalente com pH ideal
de 7,2.
AULA 6
CULTURA DE ESCARRO
Em laboratório clínico a pesquisa do escarro se destina à pesquisa de
vários microrganismos que podem causar infecções na árvore brônquica e
provocar secreções sanguinolentas ou não.
As principais bactérias pesquisadas no escarro são: Mycobacterium
tuberculosis (BAAR), Streptococcus pneumoniae, Haemophylus influenzae,
Leigionella pneumophilla, Staphylococcus aureus e Fusobacterium nucleatum.
A coleta pode ser feita através de aspirado brônquico ou punção transtraqueal.
1- Mycobacterium tuberculosis
Técnica:
* 10 ml de escarro em frasco estéril;
* colocar o escarro em tubo de centrifugação com capacidade para 50 ml;
* adiciona-se 10 ml de NALC mais NaOH a 2%;
* agitar e deixar em repouso por 15 minutos (descontaminação);
* homogeneizar com 30 ml de tampão fosfato com pH 6,8 (neutralização);
Precauções:
Não se recomenda o uso de Swabs para a coleta de micobactérias porque os
lípides da parede celular são hidrófobos e inibem a transferência das bactérias
dos Swabs para os meios aquosos. Se os Swabs forem utilizados, devem ser
deixados em contato com o meio por quatro semanas. Como as amostras são
extremamente perigosas, utilizar todas as medidas de segurança.
1.4 - Coloração: coram-se bem pela fucsina e descoram-se por solução álcool-
ácido. Precisa da presença de 10.000 bacilos/ml para que possam ser
detectados pelo microscópio ótico. Existe uma boa correlação entre esfregaço
positivo e cultura positiva; quando o paciente sofre antibioticoterapia as culturas
negativam primeiro que os esfregaços (impede a replicação, mas não a
combinação com o corante).
O número de bacilos do escarro informa sobre a resposta imune e o tratamento.
As técnicas mais usadas são:
* Ziehl-Neelsen - tem como corante de contraste o azul de metileno; as bactérias
coram pela fucsina e resistem ao descoramento pela solução álcool/ácido.
* Kinyoun - azul de metileno como corante de contraste; fucsina em maior
quantidade para corar as bactérias e a solução álcool/ácido para descorar.
* Flourocrômica - auramina fenólica, álcool/ácido e permanganato de potássio
como contraste.
DROGA CONCENTRÇÃO
Tuberculostáticas MEIO DE LOW.-JEN. MEIO 7H11
Isoniazida (INH) 0,2 - 1,0 0,2 - 1,0
Ác. para-amino-salicílico (PAS) 0,5 8,0
Profa. Cláudia Maria Duque de Souza e Edlaine Rodrigues Montalváo.
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O TSAQ direto é mais rápido (de três a quatro semanas) e o indireto mais
demorado (cinco a sete semanas), mas a direta só é bem sucedida quando há
muitos bacilos no material.
As placas de Petri são divididas em quatro quadrantes, sendo que cada
quadrante terá 5,0 ml de ágar: o primeiro não contém antimicrobianos
(contraste), o segundo, terceiro e quarto terão concentrações variáveis da droga
a ser avaliada (PAS, INH, Etambutol ou Rifampicina).
O método de discos é eficaz e simples.
2- Legionella, spp
3- Haemophillus influenzae
AULA 7
EXSUDATO DE OROFARINGE
GENGIVITES
A difteria é uma infecção aguda causada por cepas toxigênicas, que são
bacilos Gram positivos pleomórficos e claviformes (Corynebacterium diphteriae).
Estes bacilos apresentam coloração uniforme e, quando em cultura velha,
descoram-se facilmente. Possuem grânulos de reserva de polimetanofosfato, os
quais são metacromáticos e conhecidos como corpúsculos de Volutina ou de
Babes-Ernst.
As cepas toxigênicas são lisogenizadas pelo fago beta e produzem uma toxina
(sintetizada no local da infecção) que é absorvida e transportada por via
hematogênica, causando efeitos tóxicos no coração e nervos periféricos.
Os bacilos multiplicam-se na superfície das mucosas onde produzem a toxina
que necrosa os tecidos adjacentes, provocando uma resposta inflamatória com
formação da chamada pseudomembrana diftérica, composta de bactérias,
epitélio necrosado, fagócitos e fibrina. O seu aparecimento ocorre, inicialmente,
nas tonsilas ou faringe posterior, podendo atingir o palato e região nasofaríngea,
laringe e traquéia.
A difteria laringeana é, particularmente, perigosa devido à possibilidade de
asfixia.
A difteria cutânea é comum em regiões tropicais, mas tem-se observado o seu
crescimento em outras regiões. Acredita-se que pesquisas rotineiras de C.
diphteriae de lesões de pele poderão revelar alta incidência desta bactéria,
Profa. Cláudia Maria Duque de Souza e Edlaine Rodrigues Montalváo.
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Diagnóstico laboratorial:
# Coleta do material - colhe-se com Swab que devem ser inoculados em meio
de Loeffler ou Tinsdale para posterior encaminhamento.
Outro meio que pode ser usado é o CT (cistina e telurito) que é melhor e
mais duradouro do que o Tinsdale.
AULA 8
INTRODUÇÃO
GONORRÉIA
Período de Incubação:
O período de incubação é de 2 a 10 dias; existem relatos de 24hs e casos que
ultrapassam 15 dias.
Agente Etiológico:
Meio de Cultura:
1) Ágar Sangue (não hemólise);
2) Ágar Ascite;
3) Ágar Chocolate;
Profa. Cláudia Maria Duque de Souza e Edlaine Rodrigues Montalváo.
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Antigenicidade:
Recentemente, foram descobertas cepas de N. gonorrhoeae que elaboram uma
protease extra celular capaz de dividir tanto a IgA secretora quanto a sérica.
Classificação:
1) Evolutiva
1.1) Fase aguda - grande produção de secreção purulenta com fácil visualização
do agente;
1.2) Fase crônica - de 1 a 2 períodos de manifestação clínica inicial, tentativas
frustradas de tratamento, meios de sintomatologia com difícil visualização do
agente.
2)Anatomoclínica:
2.1) Baixa - órgãos externos;
2.2) Alta - órgãos internos, (homem - uretra posterior; mulher - ultrapassa o
íntimo cervical).
f) Metabólicas: Diabetes.
Quadro Laboratorial:
# Bacterioscopia - apresentando na coloração de Gram diplococos Gram
negativos intra e extracelulares.
Profa. Cláudia Maria Duque de Souza e Edlaine Rodrigues Montalváo.
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Tratamento:
# Espectinomicina: 2,0 g IM para homens e 4,0 g para mulheres (dose
única).
# Penicilina-G procaina: 4.800U IM nos glúteos, precedida de 1,0 g de
Probenecid comprimidos (tem como vantagem ser dose única e está indicado
para mulheres grávidas e casos de formas ano-retais).
# Ampicilina / Amoxilina: 3,5 g ou 3,0 g respectivamente, mais 1,0 g de
Probenecid via oral (dose única).
# Tianfenicol granulado: 2,5 g VO para homens ou Tianfenicol 500 mg de
8 em 8 horas por 5 a 7 dias. É contra-indicado para mulheres grávidas no
primeiro trimestre de gravidez.
# Tetraciclina: 500 mg VO de 6 em 6 horas por 5 a 10 dias.
Doxilina - 200 mg VO de 12 em 12 horas por 5 a 7 dias. Tem como vantagem
ser administrada por via oral e poder ser usada por pacientes que sejam
alérgicos à penicilina e/ou Probenecid.
SÍFILIS
Epidemiologia:
Um fator epidemiológico importante é o aumento da frequência de formas
subclínicas devidas a doses insuficientes de antibióticos, tornando as lesões
atípicas e podendo desorientar o médico. A transmissão depende do tempo de
infecção, da presença de lesões úmidas infectantes, de contato íntimo, do
número de microrganismos, das portas de entradas adequadas e pode
acontecer por fômites (lençois, toalhas e roupas íntimas) e gotículas de saliva de
pacientes com faringite sifilítica.
Imunologia:
Há produção de anticorpos do tipo IgM em 15 dias e, posteriormente, de
anticorpos tipo IgG.
Quadro Clínico:
Desde o início, a sífilis foi considerada uma doença sistêmica que tem
como sequência: inoculação - penetração - disseminação para a corrente
sangüínea e linfática.
Cancro de Rollet:
Associação do cancro sifilítico e o cancro mole (cancro misto).
O C e o D desaparecem com 1 a 2 meses sem deixar cicatrizes.
Adenopatia satélite:
Bulbão: aparecem 10 dias após o surgimento do cancro. É indolor e endurecido.
Sífilis Congênita:
Recém-nascido de mãe sifilítica com sorologia positiva deve ser mantido
sob observação (acompanhamento sorológico).
A contaminação entre mão e feto se dá a partir do quarto mês de gestação
(espiroquetemia) Antes da 18a semana de gestação a transmissão é mais difícil.
Quadro clínico:
No feto: antes dos três meses de gestação (passagem precoce do Treponema) -
feto macerado com hepatoesplenomegalia ou hidrópico com edema
generalizado na pele.
Quando a passagem é tardia a sintomatologia poderá ser clara a partir dos três
anos. O feto pode apresentar lesões palmo-plantares bolhosas ou escamativas
(penfigo sifilítico), fissuras peri-orificiais de Parrot, rinite hemorrágica (mais tarde
nariz em sela), osteocondrites e periostites.
Quando a passagem se dá nos últimos meses e os Treponemas são menos
virulentos, a sífilis congênita é tardia (3 a 10 anos), podendo apresentar a tríade
de Jonathan Hutchinson: ceratite parenquimatosa, surdez labiríntica (lesão do
VIII par craniano) e dentes de Hutchinson.
Quadro Laboratorial:
Pesquisa do T. pallidum pelas metodologias de campo escuro,
impregnação pela prata (Fontana-Tribondeau), coloração de Giemsa ou Tinta da
China.
Coleta:
Lesões na genitália: limpeza da superfície da lesão (retirada de pus),
raspagem do fundo da lesão.
Lesões de boca: lavar para tirar espiroquetas orais.
Gânglios linfáticos: aspirado de gânglios.
Reações Sorológicas:
Revelação de anticorpos treponêmicos no sangue a partir da sétima
semana de entrada no indivíduo.
Antígenos não treponêmicos: cardiolipina (grande sensibilidade e baixa
especificidade, dando reações falso-positivas). Pode ser qualitativa e
quantitativa.
Reação de VSRI: 80% positiva para sífilis recente, 100% na fase de
roséola, 60% nas fases tardias.
Reações cruzadas: Pinta e Bouba, Hansen, mononucleose, leptospirose,
malária, leucoses, Lupus, globulinopatias, hipergamaglobulinemia e doenças
neoplásicas.
Antígenos treponêmicos: cepas de Treponema (Reiter ou Nichol)
sensibilidade e alta especificidade.
Reações:
TPI - imobilização do T. pallidum
TPHA - hemaglutinação para T. pallidum.
FTA-Abs - absorção de anticorpos treponêmicos fluorescentes e, mais
recentemente, FTA-Abs-IgM - atividade IgM específica na doença.
Diagnóstico Diferencial:
Fazer diagnóstico diferencial entre as lesões e outras manifestações
clínicas dos cancros genitais - pode ser cancro mole, donovanose,
linfogranuloma inguinal, herpes genital, ulceração gonocócica, carcinoma,
escabiose, lesões, fissuras ou ulcerações traumáticas.
Tratamento:
Latente - Penicilina-G benzatina - 24.000.000 U IM até uma semana e
24.000.000 U IM após 7 dias.
AULA 9
CANCRO MOLE
Conceito:
Doença contagiosa, auto-inoculável e específica localizada na região
externa da genitália ou no ânus, apresentando adenopatia inguinal de natureza
supurativa.
Sinonímia: cancróide, concrela, cancro venéreo simples, úlcera mole de
infecção de Ducrey.
Agente: Haemophilus ducrey - cocobacilos Gram negativos, aos pares ou em
cadeia, localizados intra e extra-celularmente. A coloração é bipolar dando a
impressão de um vacúolo central. Só crescem em presença de sangue, são
imóveis, aeróbios e são destruídos facilmente a 42 ºC.
Epidemiologia: acometem com mais freqüência o sexo masculino, sendo a
mulher uma portadora sã. A faixa etária é de 15 a 30 anos e ocorre mais nas
regiões tropicais.
Incubação: em homens, de 2 a 5 dias. Já nas mulheres pode ocorrer em até 13
após o contato.
Anatomia patológica: primeira zona - base da úlcera com tecido necrotizado
associado a polimorfonucleares; segunda zona - edema associado a vasos
neoformados, trombose e degeneração; terceira zona - infiltrado linfoplasmático
(profundo).
Obs. Os bacilos de Ducrey dificilmente são encontrados nos tecidos.
Quadro clínico:
As lesões iniciais assemelham-se àquelas do herpes simples, já que são
vesiculosas. A seqüência para o aparecimento das lesões é a seguinte; mácula -
vesícula ou pústula que se rompe em 2 a 3 dias - ulceração e microabcessos
subdérmicos.
Lesão: base mole, fundo purulento e bordos bem delimitados. É uma
lesão dolorosa e múltipla que não desaparece espontaneamente. Pode haver
associação com T. pallidum gerando o cancro de Rollet ou misto (5 a 30%).
Bubão: linfadenopatia inguinal unilateral, na maioria das vezes, localizada
ao lado das úlceras e provocando dor intensa. É raro na mulher, mas quando
ocorre está localizada nos grandes lábios e clitóris; no homem localiza-se no
sulco balanoprepucial.
Quadro laboratorial:
Profa. Cláudia Maria Duque de Souza e Edlaine Rodrigues Montalváo.
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Tratamento:
Local com permanganato de potássio 2 a 5 vezes ao dia; sistêmico -
Sulfa, Tetraciclina ou Tianfenicol. O prognóstico é bom.
LINFOGRANULOMA INGUINAL
Conceito:
Doença infecto-contagiosa cujo agente é uma bactéria denominada
Clamidia trachomatis.
As Clamidia, spp são bactérias Gram negativas imóveis, intra-celulares
obrigatórias que se multiplicam no citoplasma das células gerando inclusões
citoplasmáticas (corpúsculos intra-celulares de Gama-Myagawa) na célula
parasitada com posterior lise celular.
Existe uma predileção por parte destas bactérias por linfonodos, aparelho
ocular, pulmões, TGU, TGI e articulações. A C. trachomatis é o agente do
linfogranuloma inguinal e tracoma, mas pode participar da síndrome de
Flossinger-Leroy-Reiter (artrite, conjutivite e uretrite). Antigamente era conhecida
como grande vírus ou como Ricketsias.
As espécies de Clamidia de interesse: C. trachomatis e C. psittaci.
Sinonímia:
Doença de Nicholas-Favre, doença de Nicholas-Favre-Durand, bubão
climático, adenite climática, úlcera venérea adrógena, linfogranuloma venéreo.
Quadro clínico:
Incubação de 1 a 2 semanas seguida por lesão discreta, vesícula, erosão,
pápula erosada, edema violáceo, adenopatia unilateral com massa inguinal
volumosa, compacta, endurecida e dolorosa (a pele que recobre é eritematosa e
depois violácea). Na evolução do processo podem ocorrer focos necróticos ou
abcessos com pus, o qual sai por orifícios (bico de regador). No homem aparece
na cadeia ganglionar inguinal e na mulher na cadeia ganglionar crural e ilíaca.
Manifestações clínicas:
* genitais ou genito-retais - além da adenite pode haver uretrite, vulvo-vaginite,
proctite, retites, fissuras e fístulas;
* sistêmicas - cefaléia, náuseas, febre, calafrios, coriza, anorexia, dor pélvica,
erupções escalatiformes e meningite.
Quadro laboratorial:
Bacterioscopia: as colorações utilizadas podem ser de Giemsa,
Machiavello (fucsina) ou de iodo procurando visualizar os corpúsculos de Gama-
Myagawa.
Cultura: realizada em saco vitelino de ovos embrionados com 7 dias, ou
em células tratadas com citochalasina.
Imunofluorescência: é mais sensível. Faz tipagem dos anticorpos.
Teste intradérmico de Frei: o antígeno utilizado nesta prova é preparado a
partir de pus retirado do bubão, de infecções experimentais em animais símeos
ou a partir de cultura em saco vitelino de embrião.
Para o preparo deve-se diluir o pus em soro fisiológico na proporção de 1:5,
tindalizar, filtrar e adicionar ácido fênico a 0,5% como conservante. Inocular 0,1
ml por via intradérmica e esperar 48 horas para fazer leitura. O resultado
positivo mostra um nódulo com mais de 5 mm e um halo eritematoso (3
semanas).
ELISA: Clamydia Enzime
Tratamento:
Tetraciclina, tianfenicol, sulfonamidas, sulfametoxasol ou eritromicina.
Cirurgicamente faz-se punção de abcessos e em casos de retite, amputação
parcial do reto.
DONOVANOSE
Conceito:
Doença contagiosa de evolução crônica. Apresenta lesões
granulomatosas, ulceradas, indolores e auto-inoculáveis.
Acomete pele, tecido subcutâneo da genitália, zona perianal e inguinal.
Pode ocorrer sem contato sexual.
Agente: Calymmatobacterium granulomatis ou Donovannia granulomatis. São
cocobacilos encapsulados, pleomórficos com extremidades arredondadas e
mais coradas (alfinete de fralda). São encontrados no citoplasma de histiócitos e
macrófagos, aonde provocam a formação de vacúolos semelhantes àqueles
produzidos pela Clamydia trachomatis.
Colorações: Giemsa, Leishman ou Warthin-Starry.
Sinonímia:
Granuloma inguinal, granuloma venéreo, granuloma tropical e granuloma
Donovani.
Epidemiologia:
É mais frequente nos trópicos e sua contaminação ocorre por contato
sexual ou por fômites (crianças).
Mais encontrado em indivíduos do sexo masculino e homossexual masculinos.
Quadro clínico:
O período de incubação é de 3 dias a 6 meses. A lesão é em forma de
pápula ou nódulo indolor, mas que sofre ulceração e aumenta de tamanho.
O fundo da lesão torna-se, então, mole, de cor carne, com bordos irregulares,
elevados e bem delimitadas com endurecimento.
A lesão nova apresenta-se com fundo com secreção serosanguinolenta, já a
antiga é granulada, com odor fétido e secreção seropurulenta.
As lesões podem apresentar massas vegetantes ou tender a formar tecido
fibroso ou queloidiano, podendo levar a deformidades na genitália, parafimose
ou elefantíase.
O pseudo-bubão pode ser confundido com LGV, sífilis primária ou cancro mole.
As lesões extra-genitais podem ocorrer nos ossos (tíbia), segundo
metacarpiano, bexiga e colo uterino; lesões orais são raras.
Diagnóstico:
Coletar nas bordas das lesões, confeccionar lâminas e corar pelo
Giemsa. Pode ser feita a biópsia, reação de fixação de complemento e testes
cutâneos com finalidade de diagóstico.
Profa. Cláudia Maria Duque de Souza e Edlaine Rodrigues Montalváo.
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Tratamento:
Tetraciclina, estreptomicina, eritromicina, cloranfenicol, gentamicina e
ampicilina. A podofilina a 255 é usada topicamente, porém deve-se ter cuidado
com a ação cáustica.
AULA 10
A coleta é feita nas fornices superior e inferior dos olhos com swab ou
zaragatoa estéril umedecida em solução fisiológica. O material deve ser
semeado imediatamente em ágar sangue, chocolate e Sabouraud. As placas
devem ser incubadas a 37 ºC. Aconselha-se a manutenção do ágar sangue em
anaerobiose por 24 h, o ágar chocolate suplementado em 10% de CO2 por 48 h
e o Sabouraud à temperatura ambiente. Simultaneamente deve-se fezer
lâminas para corar pelo Gram e Giemsa para pesquisa de bactérias comuns
(Clamydia, spp e fungos). Para a coleta do material não utilizar colírio com
anestésico porque altera os resultados da bacterioscopia e cultura. Deve-se
ainda ter o cuidado de não tocar a pele das pálpebras e cílios durante a coleta.
Haemophilus, spp
Moraxella, spp
Clamydia trachomatis
OTITE MÉDIA
H. influenzae
Segundo em frequência como causa de otite média aguda em criancas.
O fluido seroso e escasso, e o derrame são achados clínicos da otite média por
H. influenzae.
Streptococcus, spp
A extensão direta dos Streptococcus, spp hemolíticos, da orofaringe para
os tecidos vizinhos, pode resultar em complicações supurativas como a otite
média.
Pseudomonas, spp
As otites por Pseudomonas, spp causam sintomas inoportunos em
nadadores. E existem, ainda, as otites por fungos ou otomicoses, já que o
conduto auditivo pode ser invadido por bolores. Cerca de cinquenta espécies de
fungos foram encontradas em casos de otites, sendo os mais comuns:
- Aspergillus, spp (especialmente o A. niger);
- Rhizopus, spp;
- Mucor, spp;
-Penicillium, spp e Cândida, spp.
AULA 11
Piodermites
Piodermites Foliculares:
Furúnculo:
Piodermite Gangrenosa:
Perlenche ou boqueira:
Erisipeloide:
Antraz cutâneo:
O agente é o Bacillus anthracis, um bacilo Gram positivo que provoca uma lesão
em forma de bolha sanguinolenta ou pústula - escara negra azulada (carbúnculo
do Antraz).
Tularemia:
O agente é a Pasteurella turalensis, que provoca lesões ulcerativas, oculares e
glandulares.
Difteria cutânea:
Rara nos dias atuais - tem como agente o Corinebacterium dyphiteriae. A lesão
pode ser impetigosa, ectimatosa, intertriginosa, eczematóide ou gangrenosa.
Toxoplasmose cutânea:
O agente é o Toxoplama gondii. As lesões são exantema com febre, nódulo ou
gomos.
OBS: Ectima é uma dermatose inflamatória com pústulas grandes e chatas que
ulceram e recobrem de crostas com areola inflmatória (pernas e coxas).
AULA 12
Quadro clínico
Lepra tuberculosa:
Lesões isoladas ou múltiplas, de aspecto maculoso, tuberculóide ou
lupóide (granulomas de células epitelóides). Afeta os nervos periféricos e era
denominada, antigamente, de lepra máculo-anestésica (hipoestesia, neurites).
Há um espessamento de nervos periféricos (auricular e ulnar). A reação
Wirchoviana é uma exacerbação aguda com febre, nevralgias e eritema nodoso.
O tratamento é feito com DDS (diamino-difenil-sulfona) que tem como efeitos
colaterais uma anemia hemolítica, dermatites, hepatopatias e psicoses. Outros
medicamentos usados são: INH (estrepimicina, rifomicina).
A lepra lepromatosa é tratada com corticóide mais talidomida.
Quadro Laboratorial
Imunologia
AULA 13
HEMOCULTURA
Indicações clínicas
Se, por exemplo, foram colhidas quatro amostras e em duas foi isolado o
Staphylococcus epidermides, deve-se examinar essa amostras quanto às suas
características bioquímicas e sua sensibilidade a antibióticos e quimioterápicos.
Se os resultados forem claramente diferentes, a maior possibilidade é de que
tenha havido contaminação, mas o clínico deve ser informado das
possibilidades já que a decisão final será exclusivamente do próprio clínico.
Meios de cultura
Sintomas de bacteremia
LÍQUIDOS CORPORAIS
Líquor – LCR.
* Neisseria meningitidis;
* Haemophyllus influenzae;
* Streptococcus pneumoniae;
* Streptococcus, spp (grupo A e B, sendo o último em recém-nascidos);
* Enterobactérias em crianças, em pacientes debilitados e em pós-
craniotomizados;
* Listeria monocytogenes.