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DVD do professor
FILOSOFIA
Maria Lcia de Arruda Aranha
DVD do professor
problemas sociolgicos, problemas psicolgicos, problemas qumicos, etc. Mas como aceitar essa interpretao no caso da filosofia que, como foi dito antes, no tem objeto determinado? Como aceit-la, se qualquer assunto pode ser objeto de reflexo filosfica? O uso comum e corrente tem se pautado, ento, pelo seguinte paralelismo: assim como problemas cientficos so aquelas questes de que se ocupam os cientistas, problemas filosficos no so outra coisa seno aquelas questes de que se tm ocupado os filsofos. No se deve esquecer, porm, que no porque os filsofos se ocuparam com tais assuntos que eles so problemas; mas, ao contrrio: porque eles so (ou foram) problemas que os filsofos se ocuparam e se preocuparam com eles. Resta, ento, a seguinte alternativa: a expresso problemas filosficos uma manifestao corrente da linguagem e, como fenmeno, ao mesmo tempo revela e oculta a essncia do filosofar. Oculta, na medida em que compartimentalizando tambm a atitude filosfica (bem a gosto do modo formalista de pensar) a reduz a uns tantos assuntos j de antemo catalogveis, empobrecendo um trabalho que deveria ser essencialmente criador. Revela, enquanto pode chamar a ateno para alguns problemas que se revestem de tamanha magnitude, em face das condies concretas em que o homem produz a sua existncia, que exigem, em carter prioritrio, uma reflexo radical, rigorosa e de conjunto. Tratar-se-ia, por conseguinte, de problema que pe em tela, de imediato e de modo inconteste, a necessidade da filosofia. Estaria justificado, nessas circunstncias, o uso da expresso problema filosfico.
SAVIANI, Dermeval. Educao: do senso comum conscincia filosfica. Campinas: Autores Associados, 2009. p. 29-33.