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andando entre nuvens

bruno nobru
prelúdio

o que escrevo é para os de consciência livre


– provavelmente estes que me compreenderão,
porém dedico também aos que buscam esta
consciência livre e sugiro que o façam sozinhos, por
si mesmos, que tornem fortes e autores de seu
caminho

a melhor companhia para a leitura do que


escrevo é a de si mesmo e nada mais... não há
nenhuma intenção em minha escrita de compor
alguma verdade - se você estiver lendo com esta
intenção já digo de cara que não é o que encontrará
aqui e que não é essa minha busca, tampouco
minha caminhada

sugiro a escuta do silêncio, que se permita


ler além das letras e a si mesmo; que não tire
conclusões precipitadas, não tenha pressa em ler. e
escreva você também o que pensa, sente e quer:
seja sincero contigo, não queira me agradar, pois
eu também não quero te agradar

crie teu caminho no caminhar, concorde ou


discorde, desobedeça seus atos mais nocivos à si
mesmo, aos atos de ceder a sua vontade, de se
privar, de se viver no medo e na mentira hipócrita
do homos-burocráticus
“as coisas que você possui acabam te
possuindo”, “você não é o que você possui”, são
frases que estão no ‘clube da luta’. voe com elas
para adiante e jogue fora sua calça (aquela que já
cansou de usar e nunca se sente bem), largue tua
moral antes que ela te denuncie, esqueça seu
celular numa esquina qualquer, mostre a sua cara,
sem cenas

se permita a desobedecer, a agir em favor de


si mesmo, mas conheça tua vontade... atente para a
diferença entre fazer o que se quer fazer e fazer o
que os outros querem que você faça – o que eles
esperam de você, o que você espera de você?

não tente entender racionalmente o que é


certo, verdadeiro, justo e bom. experimente viver o
que surgir e permita que você mesmo avalie o que
sentiu, se foi ‘bom’ ou ‘não’ depois. não permita
que seja consumido pelas crenças que meios e as
pessoas empurram a você.. tão simplistas e
ordinárias, inconsistentes e refutáveis

não se cobre por ler isto - deixe jogado em


qualquer canto, leia de vez em quando, poucas
palavras, talvez uma página por mês – pois é por aí
a leitura, é aos poucos que ela acontece, pois é aos
poucos que a gente acontece... e não tome o que
esta escrito aqui como qualquer outro texto, pois
ele não é um qualquer...

você está lendo um texto que alguém


escreveu, uma pessoa dum ponto da terra. talvez o
autor desse texto já esteja morto, ou não, quem
sabe? e você? há quanto tempo você não lê com
atenção, já parou para pensar nisso? sabe a
experiência de vida de quem o escreveu? e a tua? há
quanto tempo você não conversa com alguma
pessoa que encontra em seu dia-a-dia – estou
falando de conversar mesmo, não fofocar ou
tagarelar? e quanto tempo para você mesmo?

por que não desburocratizar relações?


descoisar pessoas? lembrar que a gente é gente e
não computador, celular, roupa, carro ou textos
decorados... temos história, valores e cultura – cada
um de nós é uma estrela com sua particularidade
indescritível e imensurável
viver a vida, o riso, a faca, o amor por si
mesmo, pela vida, pelo sol e por cada partícula de
ar que se respira. sentir a dor que também é real e
saber que a gente vale muito mais do que qualquer
coisa que a gente tenha

os espaços em branco são para serem


apropriados: riscados, escritos, gritados, etc
o que passou

passou

e o que ficou
é o que estou me ligando
agora

quanto mais
vivencias diferentes
mais
diferentes possibilidades
- outros caminhos
novos e diferentes

outros

quanto mais caminho


mais livre vou
para escolher comigo
o que quero que permaneça
e o que quero mudar
chove, mas faz sol
estou me re-esticando
a minha estética
e à mim mesmo

sem números de nuvens


navegam sem ar
sem-tido se-cria
ao cho-car

casi vai
mas anda deva-gar

uma cerveja vale um


momento
- uma pau-sa -
pro amargo ficar doce
essa me custou R$ 2,20
quando escrevo
me mostro...
tinto riscos no papel
com partes de mim

minha escrita está


entre as coisas
entre eu e minhas vivências
entra em mim e
sai em fragmentos

o direito do que escrevo


assim como minha escolha
só cabe à mim
e a ninguém mais

ninguém melhor do que eu


para descrevê-lo

algumas células ficam


e outras continuam
cuidando da mitose
e da meiose
a caneta transmite
e ascende
- passeios por fios -

e as palavras
coitadas delas
que nem sabem o que dizem
predadores e presas

parasitas sugadores de sangue


disfarçados de ajudantes inofensivos
utilizam-se de estratégias para a captura
de suas presas...

algumas das presas


procuram disfarces para se defender
...restam os mais fortes

cada um desenvolve diferentes formas


para se defender de seus predadores
tentando garantir sua sobrevivência

alguns se unem em grupos


contra predadores comuns
criam tribos e geram conflitos em relações

as diferenças nascem do sexo


e os conflitos
das relações entre os diferentes
trecho
do
corte

eu crio
tu sente
ele passa
nós andamos

eu confundo
tu afundas
ele mergulha
nós nadamos

eu te corto
tu me cortas
ele se corta
nós quebramos

eu me colo
tu te driblas
eles se encontram
nós observamos

eu me ligo
tu te esqueces
ele pula
nós mudamos
eis o homem

que possui fraquezas


que o desapropria

as coisas não têm medo delas mesmas


as coisas são de ninguém
há coisas no ar para serem pescadas
muitas andam por aí
dum lado pro outro
algumas bem perto de mim

eu estou para-além deste texto


para cuspir
pular
criar cultura
e ir além...
invento a vida
o olho, a morte

invento o tempo
o dia, a noite
invento o novo
que cria sentidos

invento o céu
e minha alegria

invento o vento
que leva as coisas
que um dia inventei
não temos pessoas
como temos uma mesa
uma bicicleta
um quadro
ou um litro de leite

as coisas ficam
à nossa espera
para usarmos

as pessoas
se usam
a elas mesmas
pois elas
são objetos
delas mesmas
e não de outras
estou sendo o que faço
tanto o que faço e escolho
quanto o que faço e não escolho
- os dois são eu

o que faço vai de acordo


com o que quero para mim

não desculpo minha sinceridade


é o que mais me representa

escrevo o que escrevo


não o que não escrevo
o que escrevo é para mim
o que não escrevo não é pra mim
é pra quem o faz

sou esse
e não me faço para te agradar
a sombra desenha na parede
leve brisa

sons de automóveis passando


crianças brincando

sol na cabeça
sono

vontade de flutuar

arvores...
quem cria e quem estabelece os direitos de cada um?
quem estabelece o que se fazer
e como se agir em cada situação?

a sociedade?
a cultura?
o governo?
as empresas?
a moral?
o consumo?
as leis?
as pessoas?

quero ter uma consciência clara


de meus direitos para ter força
nessa disputa entre eu
e os que pretendem me guiar

as leis e regras são criações humanas


portanto somos nós que temos o poder
de re-criá-las
temos de nos posicionar como
uma AMEAÇA ao que está posto
para criar o nosso espaço

nós criamos cultura e a nós mesmos


os que não criam repetem
não se posicionam, não se fazem

está escrito na constituição


que todo cidadão é titular de direitos
e ao estado, cabe promover, defender
e prover esses direitos:
várias micro-propostas podem se unir
por interesses comuns
a escrita é criadora

com ela se cria o que se quer escrever


e o que se quer viver
cria, estabelece, destrói, re-estabelece
desfaz e re-faz a vida

tudo é muito mais do que se vê


as relações são assim mesmo
um dia você está com uma pessoa
e outro dia está com outra
e não vai ser o que você acha
mas o que sente

as pessoas se unem
por partículas invisíveis de aproximações de cada um
tendências e momentos; espaços, cores e sons..
o amor está aí no 'entre' um e outro
eu sou minha maior culpa,
eu me cria e me estabeleço como estou sendo
a ca da se gun do
enquanto continuo sendo o que sou
até que um dia
eu resolva mudar algo

é simples - está muito claro


sentindo consigo mesmo e rasgando os valores alheios
de sentimentos prontos que aprendemos com os outros
os certos e errados, todos os reprimidos e incentivados

desaprender para se ter de volta


à si mesmo

aquilo que lhe foi negado - esquecido e negligenciado


por todos esses anos... a existência
os sentimentos mais puros
o amor próprio e o ódio
e até o sentimento de paz
por se ser o que se é e agir como sente

partindo disso, se des-fazer


e se re-criar,
sabendo que tudo é possível
percebendo a lidar
com meu corpo:

o que convém
o que não convém
o que se compõe com ele
o que tende a decompô-lo
o que aumenta sua força de ser
o que a diminui
o que aumenta a potência de agir
o que a limita ou a enfraquece
o que resulta em sentimento de bem-estar
o que resulta em sentimento de mal-estar

desdobrar minha potência de agir


meu poder de afetar
de ser causa direta de minhas ações

e não permanecer obedecendo


a causas externas
padecendo delas
estando sempre a mercê
quem vem?

os que lêem querem palavras bonitas,


seqüências interessantes,
pingos nos is,
jogatinas de travessões,
palcos de pontos de passos da vida muda

seja o que for


o tempo fica em projetos que não se executam
jetos, in-clusos, desprovidos de vida
inclausos, tanta fobia!

cinto a-pertar
para se sentir o prazer quando soltar
e você acha o que?
pensa que sou masoquista? anarquista?
sabe quando você quer cagar
e alguém vem conversar
não dá pra conversar direito,
parece que incomoda, atrapalha, irrita
fica inquieto, da vontade de cagar
mas a regra é fingir que não,
a regra é não fazer o que se sente
o tempo todo

aí vê-se o quanto a solidão é um amigo


da solidão sentida
quando quero escrever não ha tempo
quando ha tempo nem sempre quero mais
dificilmente faz-se o que quer
no momento em que deseja
.
as vivencias são falsificadas
trechos triais

a hora grita nos meus ouvidos


e passa um pouco
já foi - já era - zé fini

o entorno - é um cara gordo


dante - deve ser gigante, ou parecido com um elefante
paulo maluf - é um filho da puta

a polícia é uma piada


o estado uma arrecadação
e a vitrine quer nos atrair

a democracia ainda não chegou em pouso alegre


o cristianismo, a moral e o conservadorismo
não deixam

o medo é ensinado como regra


a submissão é como dever
e o direito... é um sujeito sufocado..

outras viagens
outros lugares
outras possibilidades

é curto o caminho
entre o nada e o tudo
<caminho estreito>
andando entre nuvens
bruno nobru

escritos entre
nov. de 2007 e jan. de 2008
em pouso alegre, mg
por bruno carrasco
e todas as paisagens
foto capa e ultima por: Corina

interprete-os como quiser


isso é problema seu
não meu
e
que fique claro
que não sou só o que escrevo

é livre a reprodução total ou parcial


do que está escrito aqui
desde que citado o nome do autor
e que não seja utilizado para fins comerciais

contato:
www.nobru.vze.com

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