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Da Encyclopedia Britannica ao Stanza: levantamento das tendências que

modelam o futuro do livro e o seu comércio.

Nuno Pinho

MESTRADO EM ESTUDOS EDITORIAIS


Disciplina: Tipologias da Edição
Docente: Prof.ª Doutora Cristina Carrington
Ano Lectivo: 2008-2009

Índice
Introdução …………………………………………………………………………….………………p. 3
1. Da morte das enciclopédias à Wikipédia em livro …………………………………….…………..p. 4
2. As novas tecnologias ao serviço do livro e modelos de negócio emergentes: alguns exemplos …..p. 7
2.1. Self-publishing e Print-on-Demand em conjunção com a internet ………………………p. 7
2.2 Bibliotecas, livrarias e acervos virtuais …………….……………………………………p. 10
2.3 Redes sociais do livro ……………………………………………………………………p.12
2.4 Catálogos virtuais: modelo Premium e universal ……………………………………….p. 13
2.5 E-readers e telemóvel …………………………………………………………………....p.15
3. Considerações finais ………………………………………………………………………………p.17
4. Bibliografia ………………………………………………………………………………………..p.20

Introdução

« […] de qualquer modo, os livros ainda estarão aí. Estarão aí, mas como museu. Em vez de
termos uma biblioteca, que é uma floresta viva da memória humana, os livros estarão lá como
espectros»1. O autor desta afirmação é Eduardo Lourenço, que, tal como Umberto Eco e substancial
porção das personalidades mais informadas sobre livros no planeta, concorda que este não vai morrer.

1MARQUES, Carlos Vaz (2008), «O Homem Que Ensina Portugal a Pensar», Revista LER, nº 72, Setembro.
Mas se o livro não vai morrer, o que é que lhe vai acontecer? Porque na verdade esta afirmação
também deixa a certeza de uma revolução indefinida.
As ameaças ao livro não são novas e o seu cortejo fúnebre tem vindo a ser anunciado e adiando
ao longo do tempo. Quando surgiu o CD-ROM foi feita uma dessas previsões, e o livro reagiu
tornando-se mais belo, mais sofisticado, mais acessível. O metiér do livro teve que se reinventar e essa
capacidade é de novo necessária, mais do que nunca.
O surgimento da Wikipédia já alterou o mundo dos textos e o Google Books, que começa a
penetrar na legislação dos direitos de autor, promete fazê-lo também. Como é que o livro reage? Está a
transformar-se, perdendo a dimensão física e tornando-se mais poroso face a elementos multimédia, e
ao mesmo tempo tenta tornar-se mais atractivo e rico na sua dimensão física. A indústria do livro cria
novos modelos de negócios que utilizam as potencialidades da internet e do livro digital, seja como
forma de venda directa ou promoção.
Este trabalho pretende elencar alguns desses modelos, tentando fazer uma contextualização do
percurso dos livros pelas tecnologias emergentes. Finalmente, e porque “o meio é a mensagem”, aflorar
as grandes questões que estas mudanças trazem, para o livro, para os leitores, e para a indústria do
livro.

1. Da morte das enciclopédias à Wikipédia em livro

Não será injusto afirmar que a wikipédia é a “besta negra” das enciclopédias. Embora o fim
destas (ou, para sermos menos apocalípticos e mais rigorosos, a sua transformação) já venha sendo
anunciada desde o aparecimento do CD-ROM, nunca um golpe tão forte tinha sido desferido até agora.
Estima-se que o conteúdo desta página já ultrapasse todas as maiores enciclopédias generalistas
combinadas (Gleick, 2008). Este crescimento espantoso só é possível devido a uma profunda mutação
da sociedade, que afecta decisivamente a indústria do livro. Como afirma Jorge Martins,

[…] na presente sociedade informacional e globalizada, o paradigma da rede é largamente partilhado pelos
actores do trabalho interactivo, podendo tal paradigma rever-se na fundamentação epistemológica de
Augusto Santos Silva (1994: 39-54) e nos conceitos de «rede de cooperação (cooperative network) de
Howard Becker (1982) e de «sociedade em rede» (network society) de Manuel Castells (2002). (2007: 43)
Efectivamente, o trabalho interactivo é a chave que permite que as vantagens da publicação de
conhecimento online se multipliquem infinitamente, como seja a facilidade de procura e indexação, a
economia de espaço e valor ecológico. Mas o trabalho interactivo vai mais longe, permitindo aos
utilizadores criar livremente os seus textos, e alterar os textos de outros, ou, como afirma Umberto Eco
«[…] to delete the traditional divisions between author and reader, to transubstantiate into bones and
flesh the pallid ideals of Roland Barthes and Jacques Derrida.» (1994). Eco também afirma que desta
forma uma nova possibilidade abre-se para a criatividade, embora lamente o carácter «solitário» da
rede. Esta é construída sobretudo por aqueles que Sara Lloyd designa por «Generation Upload» (2008:
5 a 7), que num esforço colaborativo, produzem «Unidades de Conhecimento» (knowls), constituindo
uma espécie de súmula do conhecimento colectivo. O problema, claro está, começa aqui. Onde é que
há lugar para o copyright neste cenário? Por outro lado, a média do conhecimento colectivo é uma
combinação de utilidade com imediatismo, o que prejudica o aprofundamento científico e tópicos
menos interessantes para a maioria. Finalmente, um texto sempre aberto implica a impossibilidade de
fixação. Como pode então ser fiável e certificável? No entanto, Sara Lloyd não tem dúvidas em afirmar
que as editoras terão de integrar estes elementos interactivos se desejam sobreviver. Até lá, esta
transformação abre portas a uma aposta nos mercados de nicho.
Na prática, vemos que é precisamente isto que acontece. Por exemplo, foi recentemente
publicada a Enciclopédia do Espanhol nos Estados Unidos2 e, em Portugal, o Dicionário do Livro - Da
escrita ao livro electrónico, de Maria Isabel Faria e Maria da Graça Pericão. São livros, que pela
profundidade e especificidade, atrairão imediatamente os especialistas e interessados na área, que
procuram conhecimento de elevada cientificidade e fiabilidade. Não que o inverso também não possa
acontecer. Por exemplo, o cientista Edward Wilson criou o projecto Encyclopedia of Life, cujo
objectivo ambicioso é «organize and make available via the Internet virtually all information about life
present on Earth»3. Não sabemos se conseguirá, mas o primeiro relatório de actividade anuncia já
existirem seis milhões de páginas sobre a bio-diversidade. Na internet, até o mais pequeno assunto
pode cativar milhares de entusiastas.
Como se constata, as dificuldades e vantagens da enciclopédia formam um binómio interligado.
Desenvolvida uma face da dicotomia, agrava-se a dificuldade da outra. E ambas não são passíveis de
ser ignoradas, o que tem levado a acontecimentos um pouco caricatos. Na tentativa de ultrapassar estas
dificuldades, a Bertelsmann, decidiu publicar a wikipédia em livro. Trata-se de uma iniciativa quase

2O índice desta enciclopédia pode ser consultado online em


http://www.elboomeran.com/upload/ficheros/obras/indice_de_la_enciclopedia_de_los_ee._uu.pdf .

3A enciclopédia está presente em http://www.eol.org/.


paradoxal: porque pagar por algo que está disponível gratuitamente e de forma mais alargada?
Geraram-se ainda questões de autoria, já que a wikipédia não paga direitos de autor. A resposta é clara:
é uma tentativa de fixar um texto em permanente mutação e ao mesmo tempo de tentar fazer algum
dinheiro com todo aquele conteúdo gratuito.
Numa resposta não menos marcante, as principais
enciclopédias mundiaisFigura 1: A wikipédia em livro. anunciaram a sua
transformação em (semi-)wikis. Primeiro, a Encyclopaedia
Britannica revelou a intenção de criar uma comunidade participativa para enriquecer as suas entradas.
No entanto, o grau de controlo é muito maior, havendo lugar a artigos certificados que não podem ser
alterados, e uma modalidade paga para aceder aos conteúdos em detalhe.4

Seguidamente, foi a vez da famosa Larousse colocar não só a sua


enciclopédia, mas «todo» o conhecimento produzido por
si na página http://www.larousse.fr/ . Estes actos foram
considerados imediatamente rendições ao estilo da
wikipédia, mas na verdade inserem-Figura 2: A Encyclopaedia Britannica. se em tentativas de
rentabilizar e controlar o novo paradigma de publicação para

4A encyclopedia online pode ser consultada em http://www.britannica.com/ e o comunicado de abertura em


http://britannicanet.com/?p=86 .
o conhecimento enciclopédico. Muito recentemente a wikipédia admitiu passar a submeter todas as
suas entradas ao crivo de um editor, e eliminar a possibilidade de entradas anónimas, o que gerou
imediatamente protestos no seio da comunidade online.5
O que retemos deste percurso das enciclopédias (e, já agora, dos dicionários e gramáticas) é que
a chave para o que irá acontecer no futuro do livro consiste numa transformação inevitável,
contraditória mas passível de ser tomada em mãos pelos editores. Não se trata claramente de um fim, já
que as características físicas do livro mantêm um grande valor. Como afirma Francisco José Viegas, «O
livro continua a ser a plataforma do livro» e «ler um livro é ler um livro»6. Mais recentemente, numa
intervenção na Universidade de Aveiro, Guilherme Valente, editor da Gradiva, afirmou que o livro é
como a colher, uma «invenção perfeita», que não precisa de substituto. No entanto, há uma nova
ecologia comunicacional que se define, e cujas consequências não são passíveis de serem ignoradas,
independentemente da superioridade técnica do códice e do nosso apreço sentimental pela
descendência da imaginação gutenbergeriana. Cândido Martins sintetiza esta ideia, afirmando estarmos
perante «transformações profundas», que operam uma «verdadeira metamorfose do leitor tradicional e
de certos hábitos institucionalizados pela cultura do livro, transmutando-o no internauta consumidor de
uma variedade imensa de informação […] conjugando texto, imagem e som» (2007: 119). Na verdade,
interessa sobretudo saber como é que esta revolução se vai materializar, e não se irá ou não acontecer.
Para os editores, interessa tentar perceber que novos papéis podem desempenhar utilizando as
ferramentas tecnológicas ao seu dispor, e como utilizá-las ainda para mudar o que vai deixando de fazer
sentido, criando novos modelos de negócio e difusão do livro. Se não o fizerem, amadores ou sectores
externos tomarão a dianteira. Em suma, trata-se de encontrar a «quintessence» e «core value» (Lloyd,
2007: 6) da edição face a esta nova realidade. Olhando para as experiências diversas que vão surgindo
no ciberespaço, tentaremos perceber quais os rumos que a Industria do Livro tenta seguir para não se
ver apartada da construção desta nova torre de Babel.

2. As novas tecnologias ao serviço do livro e modelos de negócio emergentes: alguns


exemplos
2.1 Self-publishing e Print-on-Demand em conjunção com a internet.
Na actualidade, a edição depara-se com dois factos incontornáveis. Em primeiro lugar, as novas
tecnologias eliminam progressivamente as «barreiras à entrada», no que diz respeito à produção e

5Cf. http://www.guardian.co.uk/technology/2009/jan/27/wikipedia-may-approve-all-changes (Constultado a 27.01.09)

6 VIEGAS, Francisco José (2008), editorial da revista LER, n.º 66, Março.
edição de conteúdos (Furtado, 2003: 5). Em segundo lugar, e causa do primeiro efeito, o número de
textos e publicações disparou para números estratosféricos: «The reading of books is growing
arithmetically; the writing of books is growing exponentially. If our passion for writing goes
unchecked, in th near future there will be more people writing than reading them» (Zaid, 2003: 8). Não
é de estranhar portanto, que dois modelos de negócio da edição estejam perante uma oportunidade de
crescimento inaudito. Falamos de self-publishing e print-on-demand (POD), especialmente do
primeiro. A POD não é recente na indústria do livro, e na sua forma tradicional, é utilizada para livros
de venda lenta, geralmente do catálogo de fundo. Serve sobretudo para eliminação de inventário e para
manter criar viabilidade económica de livros de fundo ou de nicho. Funciona sobretudo com pequenas
edições (na ordem das poucas centenas de exemplares) e com maior eficácia quando o livro tem poucas
páginas. Numa linha, A POD consiste na possibilidade de impressão de um livro a qualquer altura a
partir de um ficheiro guardado numa base de dados computorizada.7 Morris Rosenthal, usando os seus
próprios livros como exemplo, demonstra como uma nova abordagem à POD permite rentabilizar de

Figura 3: gráfico promocional da empresa de print-on-demand LightningSource.

forma decisiva as pequenas edições (2004: 53-60). Este sucesso baseia-se sobretudo numa promoção ao
longo do tempo via plataformas digitais. Por um lado, a construção de uma página para vender o livro,
com suporte de pagamentos PayPal8. Por outro, a colocação do livro em lojas online (neste caso a
Amazon) e no site da editora, o que permitiu cortar custos de distribuição e publicidade. No entanto, o

7Outra possibilidade é manter a «chapa» offset preservada, embora esta não dure muito mais que um ano e os custos sejam
mais elevados.
livro necessitou de um acompanhamento permanente e só se tornou viável, embora de forma
substancial, no final do ano. O autor chega à conclusão que este modelo é especialmente adequado a
pequenas edições e permite baixar os riscos associados a impressões de maior tiragem. Isto torna-se
especialmente relevante em Portugal, onde inúmeras editoras de pequena-média dimensão fazem
edições com tiragens baixas. Para além disso, o cada vez mais rápido ciclo de vida de um livro favorece
este tipo de rentabilização mais lenta, aliada à vantagem de um catálogo reforçado e muito mais
flexível. Aliás, o “milagre” da POD está no aparecimento da livraria digital e do formato .PDF,
ferramentas que podem ser utilizadas gratuitamente (Rosenthal, 2003: 62). Embora em Portugal os
canais digitais ainda sejam primitivos, este poderá ser um mercado decisivo a explorar no futuro9.
Apesar de ainda sofrer de forma mais intensa dos estigmas relacionados com a POD, como
acusações de amadorismo ou pouca validade, a explosão do self-publishing é evidente. Se é verdade
que as edições de autor sempre existiram, as novas tecnologias e a emergência do e-book vieram
multiplicar infinitamente a publicação pessoal. A primeira manifestação deste fenómeno passa-se ainda
a nível amador. Como já vimos, os utilizadores da internet sentem a necessidade de partilhar o que
produzem, e mesmo autores consagrados e publicados utilizam a internet para determinados textos que
doutra forma nunca chegariam a circular. Assim, páginas como http://issuu.com/ permitem colocar
online todo o tipo de documentos, com possibilidade de serem descarregados. Ainda a um nível
totalmente amador, a empresa SharedBooks (http://www.sharedbook.com/) permite que o utilizador
transforme, em poucos passos, o seu blogue ou página num livro. O preço não excede a compra de um
livro numa livraria tradicional. Oferece ainda a possibilidade de personalização de livros de algumas
editoras, o que se torna uma mais-valia para livros a serem oferecidos. Com a explosão recente deste
tipo de escrita na internet, este é um negócio extremamente lucrativo, mesmo para quem o oferece
gratuitamente, devido à publicidade nas páginas. Outro ângulo de aproximação é a oferta de publicação
de diários, memórias ou álbuns de fotografias. Em Portugal temos o exemplo de O Livro Da Minha
Vida (http://www.olivrodaminhavida.com/). De possibilitar ao utilizador anónimo a edição online ou
física dos seus textos a criar uma base de dados/editora online é um passo. A Smashworlds
(http://www.smashwords.com/) vende e-books de autores independentes enquanto que o serviço Lulu
(http://www.lulu.com/) já os combina com a hipótese de impressão. Na linha da frente, encontra-se
naturalmente a Amazon, que acrescenta ainda a adaptação dos textos ao seu leitor portátil Kindle. O

8Esta empresa possibilita a utilização de cartões de crédito virtuais de forma muito simples. O utilizador (comprador ou
vendedor), apenas precisa de se registar e fornecer alguns dados pessoais básicos: https://www.paypal.com/pt

9Não por acaso, a empresa de POD Newsstand está a desenvolver e promover a primeira máquina tpográfica para este tipo
de serviço, apelidada de Expresso Book Machine: http://www.printweek.com/digital/news/874332/Newsstand-claims-UK-
first-Espresso-Book-Machine-on-demand-service/.
slogan da sua Digital Text Platform é paradigmático: «everything
you need to become your own publisher today»10. Como vemos,
estas empresas tomaram a dianteira no que diz respeito ao
mercado digital do livro. Mas nada impede que uma editora
tradicional desenvolva estes serviços para si própria. As
vantagens são exponenciais, e os custos relativamente baixos.
Acima de tudo, é necessário ultrapassar o estigma ligado a este
tipo de edição e ser capaz de utilizar (ou contratar quem saiba)
estas novas ferramentas. A inércia paga-se duramente. Note-se
que o mesmo serviço da Amazon permite ainda que os
utilizadores vendam os seus livros online, uma espécie de
“retoma” do livro, só que sem benefício algum para o editor e
Figura 4: um blogue transformado em livro
autor (Rosenthal, 2004: 80s). Sendo proveitoso e legal, resta àspela Sharedbooks.
editoras adaptarem-se ao sistema, vendendo directamente os seus
livros também por este canal, ou por um semelhante criado por si, ou simplesmente ver os
consumidores fugir.

2.2 Bibliotecas, livrarias e acervos virtuais


No actual cenário das Indústrias Culturais já se construíram modelos de sucesso em torno do
conceito de livraria (no seu sentido mais lato) digital “universal” que aliás, estão a mudar a própria
indústria. Na música, a plataforma Itunes+Ipod tornou-se em 2008 no maior vendedor de música nos
EUA, suplantando a Wal-mart. Na televisão e cinema, o serviço Hulu (www.hulu.com) permite ver
online séries e filmes, recorrendo à inserção de publicidade reduzida. Deverá ganhar até 90 milhões de
dólares só no primeiro ano. Estas plataformas revolucionárias ainda não chegaram ao Livro, mas o
recente acordo das editoras norte-americanas com o GoogleBooks (http://books.google.com/)
demonstra que se trata apenas de uma questão de tempo11. Segundo este, esta plataforma poderá
digitalizar imediatamente qualquer livro que se encontre fora de circulação. Actualmente, já é possível
consultar um número crescente de livros em forma de pré-visualização limitada, e posteriormente,
comprá-los. O alcance desta plataforma promete revolucionar a maneira como procuramos e
consultamos livros. Trata-se de um exemplo perfeito como a Indústria do Livro perdeu a iniciativa

10Mais informação em https://dtp.amazon.com/mn/signin.

11Este acordo pode ser consultado na sua totalidade em http://books.google.com/booksrightsholders/agreement-


contents.html.
nestes domínios, vendo-se agora a ter de aceitar um acordo desfavorável e que levanta sérias questões
culturais. Afinal de conta, trata-se da criação de um monopólio na área dos livros digitais por uma
empresa cujo objectivo maior é a venda de anúncios baseada nos na recolha de informação dos
internautas.
No entanto, ninguém pode negar o valor que uma plataforma deste tipo encerra, em termos de
consulta, pesquisa, e reabilitação de livros órfãos, especialmente na área técnica e académica. Por isso
mesmo, o número de bibliotecas digitais institucionais aumenta a cada dia que passa. Mais
recentemente, assistimos ao nascimento da Europeana (http://www.europeana.eu/), que se trata dum
esforço de digitalização a nível europeu. Em Portugal, temos o exemplo meritório da Biblioteca
Nacional Digital http://bnd.bn.pt/), que acaba de aumentar consideravelmente o número de textos
disponíveis e permite já o download de grande parte destes. Caberá a cada país e aos seus editores
organizarem-se de forma a possibilitarem que estes esforços cruzem também o terreno comercial. Será
talvez uma tarefa indicada às associações de livreiros, visto que a escala é um factor determinante
nestas iniciativas. Mesmo que estas inovações não se reflictam em grandes ganhos económicos à
partida, são uma forma de aproximar os consumidores e leitores e tomar a dianteira de tecnologias que
terão em breve toda a importância na produção, distribuição, mas sobretudo na difusão do livro:

Going after the diverse long tail requires a combination of physical and virtual services, a move underway
in many libraries, with efforts such as interlibrary loan (ILL) purchase-on-demand from online used-book
retailers, home delivery of books to customers who otherwise never visit libraries, and by offering more
electronic texts. […] Blogs and wikis are other ways to engage customers and push fresh content to users.
[…] At its most basic level, the Library 2.0 model gives library users a participatory role in the services
libraries offer and the way they are used. (Casey e Savastinuk, 2006)

A título de exemplo, veja-se o esforço recente da Biblioteca de Livros Digitais para a área
infantil (http://e-livros.clube-de-leituras.pt/), ilustrado na imagem abaixo. Lá encontram-se livros
integrais, que cuja história pode ser ouvida à medida que se mudam as páginas. Editoras com grande
presença nesta faixa etária têm aqui uma demonstração de como podem rentabilizar o livro digital a seu
favor.
2.3 Redes sociais do
livro
Estas organizações
sociais na internet definem-se
como «redes
egocentra das», constituídas
pelo «conjunto de
indivíduos que
conhecem e
interagem com determinado
alvo» (Milardo, 1988). É
uma definição
«ptolemeica»
partindo Figura 4: exemplo de livro digital da Biblioteca de Livros Digitais. da perspectiva dos
indivíduos que se
encontram no seu centro, e não no exterior (Portugal, 2007). Até recentemente vistas como distracções
de adolescentes, as redes sociais estão a tornar-se fulcrais na maneira como as pessoas interagem com a
cultura. Também o livro não resistiu ao habitual ciclo deste tipo de redes: aparecimento de organizações
grátis, modelo de negócio baseado nos baixos custos e integração em empresas do ramo. Assim,
serviços como o GoodReads, MyLibraryThing ou Shelfari12 oferecem a possibilidade de organizar uma
biblioteca virtual, fazer críticas e comentários às leituras que se fazem, e partilhar tudo com outros
utilizadores. Com essas informações, o sistema responde com recomendações adicionais de leitura.

12Uma lista extensiva destes serviços e respectivos endereços pode ser consultada em
http://webtrends.about.com/od/socialnetworks/tp/book-social-network-list.htm.
No fundo, trata-se de uma versão digital de clubes de leitura, que naturalmente encerra
possibilidades de negócio. É curioso verificar como todas estas redes oferecem a possibilidade de
visualizar os livros como se estivem numa estante. Também aqui persiste a tentativa de captura e
imitação da dimensão física do livro. Outras empresas pegaram neste conceito e oferecem a
possibilidade de troca de livros. Desde modalidades totalmente gratuitas
(http://www.bookcrossing.com/), passado pelo pagamento apenas dos portes de envio
(http://www.swaptree.com/), e serviços de aluguer online com possibilidade de compra com desconto,
encontra-se de tudo um pouco (http://www.bookswim.com/). De novo, são serviços que podem
perfeitamente ser desempenhados por uma editora tradicional. Por isso mesmo, a reputada Barnes &
Noble encontra-se a desenvolver a sua própria rede social (http://www.authorandbooks.com/) e a
HarperCollins já possua a sua (http://www.authonomy.com/).
2.4 Catálogos virtuais:
modelo Premium e universal
Um pouco por todo o mundo,
mas especialmente nosFigura 5: gráfico promocional do serviço de troca de livros BookSwim. EUA (ou não
fosse este o bastião das Indústrias
Culturais), vão aparecendo editoras ou empresas que trabalham com editoras que já baseiam toda ou
grande parte da sua actividade editorial em serviços online. Tal como numa editora normal, a existência
de um catálogo rico é fundamental. Não basta colocar os livros à venda em formato digital, é preciso
operacionalizar as vantagens deste formato, como seja o hipertexto ou a facilidade de busca. Um bom
exemplo encontra-se na Bookseller (http://www.thebookseller.com/digital.html), que, partindo de
modelo noticioso (versão elaborada dos nossos blogtailers), oferece livros digitais de grande qualidade.
Antes da compra é possível pré-visualizar os livros e utilizar todas as ferramentas. Entre estas,
encontra-se a possibilidade de fazer zoom a qualquer parte do livro, um índice interactivo que leva a
qualquer secção com um clique, possibilidade de busca no texto e gravação das buscas, facilidade de
fazer anotamentos e possibilidade de descarregar o texto em formato PDFou enviá-lo por email. Para
revistas, a ExactEditions (http://www.exacteditions.com/) faz algo semelhante, mas oferece mais
funcionalidades. Oferece um número grátis de cada revista e adiciona links ao conteúdo. Na descrição
do serviço encontra-se o seguinte:

Within the Exact Editions system each print page becomes a web page, so printed pages can be bookmarked,
cited and referenced by other users or web applications. The platform also delivers a range of useful
enhancements to the printed page: email addresses and urls are rendered as clickable links, ISBNs and
telephone numbers (provided that they are in international format) are rendered clickable, and Tables of
Contents and Indices are also enriched with live links.13

Constatamos que há um enriquecimento considerável do texto, especialmente útil para certo


tipo de publicações. Sem estas funcionalidades, a edição digital é apenas uma versão mais pobre do

13Esta informação está presente em http://www.exacteditions.com/exact/showAbout.do?subject=7.


texto. A oferta de partes do conteúdo está também a ganhar peso. É o chamado modelo Premium, que
joga com a enorme disponibilidade de conteúdo grátis na internet e tenta atrair clientes oferecendo
parte do que vende. Este modelo tende a alargar-se para o modelo Freemium: «O modelo gratuito,
aliás, é um híbrido entre o grátis e o pago. O problema do modelo de preços é que elimina a maior parte
das pessoas. […] Fazemos o leitor pagar uma pequena quantia (são os anunciantes que pagam a maior
parte) para termos a certeza de que esse leitor quer mesmo ler-nos em papel.» (Anderson, 2008).
Outra hipótese de modelo é o de oferta de catálogo universal. Em vez de comprar os livros
separadamente, o utilizador subscreve um serviço mensal e tem acesso a qualquer livro do catálogo.
Isto é viável porque o utilizador comum não tem disponibilidade para ler mais títulos que os que já
compraria normalmente. Isto é o que faz a Safari Books Online (http://safaribooksonline.com/). Para
além deste acesso ilimitado, as potencialidades da internet são levadas ao extremo. Esta empresa
trabalha exclusivamente com editoras de livros técnicos e tenta oferecer conteúdo adicional para cada
título. Assim, é normal os livros conterem vídeos explicativos, críticas e suporte para telemóvel. O
utilizador tem ainda a possibilidade de fazer o download de capítulos do texto a um preço muito mais
reduzido. Mesmo com estas características adicionais, cada livro oferece um desconto de 35% face à
versão impressa.
Se,
para utilizar
a
Figura 6: Organigrama do serviço Safari Books Online e todas as suas funcionalidades.
terminologia
do marketing, os players tradicionais da Indústria do Livro começarem a utilizar todas estas
ferramentas ao seu dispor, não há razão para temer o futuro, embora possam esperar que ele seja muito
diferente. A cadeira de livrarias Powell’s Books (http://www.powells.com/) , que começou a funcionar
em 1971, passou a estar online em 1994 e actualmente utiliza a maior parte os serviços que temos
vindo a descrever. Todo o seu catálogo está disponível online, incluindo revenda de livros, e-books e
conteúdo paralelo que é oferecido gratuitamente.
Em Portugal também já começamos a assistir a manifestações do modelo
Premium/Freemium. A revista de artes Obscena disponibiliza para download gratuito todos os seus
números (http://www.revistaobscena.com/), e a editora Assírio e Alvim oferece catálogos e partes de
livros recém-lançados através do serviço gratuito Scribd (http://www.scribd.com/), com algumas
semelhanças com o serviço Issu que já mencionamos. As ofertas podem ser consultadas em
http://www.scribd.com/people/view/1089383-ass-rio-amp-alvim, incluindo os primeiros capítulos de
livros como A Mão Direita do Diabo, de Dinis Machado. Um projecto mais abrangente, ainda que em
fase inicial, é a editora RCP edições (http://www.rcpedicoes.com/), criada pelo antigo jornalista Rui
Costa Pinto. Esta já oferece a versão digital dos livros com desconto e possibilidade de edição
electrónica e ou em papel com utilização do print-on-demand. Estamos convictos que, após um período
de adaptação, a maioria das editoras tradicionais seguirão este caminho, sem prejuízo do seu trabalho
de sempre.

2.5 E-readers e telemóvel


O aparecimento do leitor de livros electrónicos Kindle fez disparar a discussão sobre o impacto
das novas tecnologias do livro. A portabilidade do texto electrónico avançou imensamente, mas em
pouco tempo se percebeu que algumas desvantagens continuavam. Como afirma Umberto Eco,
enquanto os dispositivos electrónicos precisarem de manuais de instrução (impressos claro está), é sinal
que o livro ainda não é substituível. De facto, os leitores electrónicos, para além de menos elegantes
que um livro, têm problemas de bateria, de legibilidade14, de maneabilidade (as páginas demoram
algum tempo a carregar) e os livros disponíveis são limitados. No entanto, à medida que a tecnologia
vai melhorando e os hábitos digitais vão sendo cada vez mais de uso comum, este produto imperfeito
sobreviveu e multiplicou-se. Hoje há uma considerável variedade de leitores de ebooks, o que gera
outra vantagem comum a tecnologias novas. Nem todas partilham o mesmo tipo de ficheiro, e portanto
os livros ficam encerrados numa unidade discreta15.
Ao contrário dos leitores móveis, a tecnologia emergente para telemóveis não nos obriga a
adquirir um novo diapositivo. Tendo em conta que os telemóveis de última geração já possuem
sistemas operativos tal como um computador e vêm geralmente equipados com touch-screen e ecrãs de
considerável dimensão, é fácil de perceber que esta poderá ser uma das plataformas privilegiadas no
futuro do livro. De momento, a aplicação para ler livros no telemóvel mais famosa é o Stanza
(http://www.lexcycle.com/) , que pode ser instalada de forma gratuita no telemóvel Iphone. Pegando
nas funcionalidades dos e-readers, como a capacidade de anotações dinâmicas, acesso à internet ou
dicionários integrados, estas aplicações eliminam totalmente o lado físico do livro, permitindo
“carregar” uma enorme quantidade de livros para todo o lado, e como vimos na secção de redes sociais,
partilhá-los. Em jeito de brincadeira, é caso para dizer que seremos cada vez mais colporteurs digitais e
identificar um doutor por estar carregado de livros vai-se tornar mais difícil. Tanto potencial tem esta
inovação, que alguns dos modelos de negócio que fomos elencando para o livro tradicional começam a
aparecer para o livro móvel. O serviço Feedbooks (http://www.feedbooks.com/) é a primeira
plataforma universal de leitura de livros que pode ser usada em todos os e-readerse telemóveis de

14A tecnologia de display é a e-ink, que na realidade é um papel electrónico. A página da empresa fabricante é
http://www.eink.com/.

15Existe um formato “aberto”, o .epub, que é defendido pelos entusiastas da área. O Sony Reader já utiliza esta tecnologia.
No entanto, a maior parte dos leitores, como o Kindle, utiliza ainda um formato fechado.
última geração. Sabendo o apreço que os portugueses têm pelo telefone portátil, não deverá tardar até
às primeiras iniciativas nesta área aparecerem entre nós.

3. Considerações finais

Na sua justificação
Figura 7: várias imagens da aplicação Stanza em funcionamento.
para propor a análise do sector do
livro via um modelo de «rede social» Jorge Martins (2007: 42) considera que:

A internet revolucionou de tal frma todas as organizações (ao interligar produtores, grossistas, retalhistas,
clientes) que os próprios teóricos da gestão adoptaram a «rede de valor acrescentado» como novo
«paradigma empresarial» (Carvalho e tal., 2001), em vez da primitiva cadeira diacrónica […] centrada na
produção e não no cliente. […] os novos media acabam por gerar novos mediadores – como os webmasters
(Akester, 2004:207).

No nosso percurso pelas tendências que começam a modelar o possível futuro do livro, tentámos
demonstrar que esta revolução está em marcha. A emergência de novos operadores e intermediários
está patente no experimentalismo e até amadorismo que atravessam alguns das novas tecnologias e
modelos de negócio que fomos descrevendo. Não é por isso que deixam de ser menos importantes. O
«homo zappiens» (apud Martins, 2007: 117), cuja cada vez maior interacção com o mundo virtual e a
sua torrente comunicacional fragmentária, é uma espécie em desenvolvimento e que provocará
profundas alterações na cultura bibliófila.
O sector do livro irá encontrar soluções para estas novas «axiologias da leitura», mas sempre
com uma mistura de cuidado e conservadorismo. Conservadorismo a mais poderá significar o fim de
muitos intermediários porque as empresas tecnológicas tendem a tomar posse do «terreno», como
também observámos. O cuidado é justificado, porque grande parte das inovações tecnológicas tendem a
falhar comercialmente, mais que não seja porque os utilizadores as consideram muito complexas
(Cottica, 2007: 2). Este processo irá começar muito pelas páginas das editoras e livrarias, e
determinados factores vão ser determinantes na selecção natural. Como explica Rosenthal (2004: 141-
148), colocar informação na internet não é a mesma coisa que num catálogo em papel ou mesmo num
jornal. Por exemplo, a simplicidade é importante, porque quando utilizam a internet, os consumidores
vão à procura de algo, e não querem ser distraídos. Para isso utilizam motores de busca, portanto é
preciso saber orientar o texto escrito para resultados mais eficientes, como por exemplo, colocar
excertos de textos ou outros textos com temas semelhantes. Isto leva-nos aos modelos de oferta gratuita
parcial ou completa que encontrámos. É preciso dar ao consumidor razões para ir aquela página e
permitir que ele possa fazer aquisições na hora, ou obter funcionalidades que não teria num serviço
tradicional16.
É preciso salientar que defender a actualização tecnológica do livro não significa assumir um
proselitismo tecnológico acrítico. Na realidade, as limitações da tecnologia são muitas e o papel dos
intermediários extremamente importante. Aliás, face ao caos comunicacional da internet e à falta de
tempo para digerir e reflectir a enorme abundância de conteúdos publicados no ciberespaço, o papel
dos editores, livreiros, e autores como filtros será cada vez maior. A emergência destes novos canais
segue a par com a publicação amadora e sem crivo de nenhum tipo. A certificação e selecção dos
Textos será cada vez mais importante, porque toda a gente pode publicar, mas grande parte do que é
publicado não tem valor ou interesse.
Sabemos ainda que os projectos de bibliotecas digitais universais só o são teoricamente. Na
verdade, há sempre coisas que não interessa digitalizar, e há sempre textos que muito pouco sentido
fazem no ecrã a não ser em último caso (não é fácil de imaginar a leitura de Guerra e Paz no Iphone).
No entanto tenderemos cada vez mais a só publicar o que (nos) interessa, especialmente à medida que a
tecnologia dos diapositivos electrónicos se vai aperfeiçoando, como também tentámos demonstrar. Por
exemplo, os e-readers serão certamente menos eficientes que um livro na maioria dos aspectos, mas
quando o papel electrónico flexível for comercializável (de momento é ainda demasiado dispendioso),
tal poderá mudar drasticamente.

16Não deixa de ser esclarecedor consultar a página da Porto Editora para os seus conteúdos escolares comparando os livros
generalistas. O primeiro é muito mais desenvolvido tecnologicamente e incorpora várias das funcionalidades que passaram
por este artigo. Seria interessante de investigar quantos professores utilizam a página da editora face a consumidores de
todos os tips. Estamos em crer que a percentagem será muito mais elevada no primeiro grupo.
Uma dificuldade persiste. Regra geral, os textos electrónicos são mais difíceis de folhear, no
sentido de rápida viragem e observação das folhas e do texto. Os leitores dedicados ainda sentem
(justificadamente) apreço pela individualidade dos livros, e pelos estímulos sensoriais que a sua
dimensão física proporciona. A próxima geração, que talvez não tenta a voltar a entrar em bibliotecas a
não ser em visitas de museu, terá naturalmente menos apreço por estes aspectos, como também nós
pelo pergaminho ou papiro. De qualquer forma, a tecnologia serve a edição e será sobretudo um
complemento a esta. Quando oferecidos gratuitamente, os livros tendem a gerar vendas (Zaid, 2003:
127ss). Isto, claro está, se forem
tiverem boa qualidade e boa
promoção. Nesse aspecto os
novos meios tecnológicos
podem ajudar muito, mas não
fazem milagres:

Whether we consume
it via an e-reader, a mobile,
laptop or a
document printed on
demand, a future book
will need to beFigura 8: E-paper flexível da empresa Hewlett Packard. worth
sticking with, the product
of some serious thought and time, a carefully constructed whole. It will be rendered using the extended
palette of multimedia possibilities open to makers, may be a team effort or the work of a solo author, may
incorporate space for reader response and links to other sites, may use a range of delivery methods, be porous
and evolving, but if it doesn't have the integrity and quality we expect from literature then something far
more important than the nostalgic musty smell of old paperbacks will have been lost. (Meade, 2007).
A conclusão que consideramos mais importante reter, é que todas estas mudanças específicas do
livro reflictam uma abrangente: a mudança da cultura de propriedade para uma «cultura de acesso»
(Kelley: 2009) , o que é diferente de uma cultura gratuita. Os leitores, como todos os consumidores de
produtos culturais, querem cada vez mais poder consultar, apropriar-se e modificar conteúdos, antes de
o comprarem. E provavelmente nunca o comprarão, mas pagarão uma mensalidade para poderem
aceder a todos os conteúdos que determinado serviço oferece. Não pagaremos pelo livro, mas talvez
pela livraria inteira ao mesmo tempo. A título de exemplo, este artigo foi publicado num dos serviços
que referimos. Pode ser acedido, consultado e descarregado em… (issu). Será ainda submetido ao
GoogleScholar na sua versão final, para outros estudantes ou interessados na área o poderem consultar,
e quem sabe, melhorar.
Quando começámos o estudo na cadeira de Tipologias da Edição, pudemos ler (alguns em
papel, outros em formato electrónico) Umberto Eco (2003) falar de «memória vegetal». Mitchell
relembra-nos «What is a book? Tree flakes encased in dead cow» (Apud Finkelstein, 2007). Não há que
ter medo da tecnologia, enquanto se publicarem livros sofre o fim do livro (como fez o profeticamente
errado Mcluhan) sabemos que este está vivo. O que interessa é conservar a dimensão da Memória.
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