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OBJETIVO
O que o autor está pretendendo estudar é a relação entre uma falha na
constituição da pele psíquica (Esther Bick), no primeiro ano de vida da criança, e o
desenvolvimento do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). O
grande enfoque do TDAH está pautado nas causas genéticas. Inicialmente, o autor vai
partir da visão neurobiológica, que já tem pesquisas desenvolvidas e que, de alguma
forma, será importante para o desenvolvimento do seu projeto. Posteriormente,
desenvolverá sua idéia sobre as causas psicológicas que permeiam o transtorno em
questão. Nas séries complementares, Freud faz uma análise das causas em
psicopatologia psicanalítica. Ele coloca a idéia de que um sintoma ou um conjunto deles
é o produto final de uma complicada série de fatores e situações que aparecem hoje, mas
que na realidade se originaram em outro tempo e em outro lugar. Diz ainda que os
fatores desencadeantes que produzem a sintomatologia psicopatológica é resultado da
combinação de vários fatores que estão interligados: os elementos transmitidos
geneticamente e também pelos que se desenvolveram durante a vida intra-uterina; e as
experiências infantis que, adquirem relevante importância pela idade em que ocorrem, e
são decisivas na formação da personalidade.
Segundo a ABDA (Associação Brasileira Do Déficit de Atenção), o Transtorno
de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de
causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por
toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e
impulsividade.
O TDAH, na infância, se associa a dificuldades na escola e no relacionamento
com as demais crianças, pais e professores. As crianças são tidas como “avoadas”,
“vivendo no mundo da lua”, “estabanadas”, “como bicho carpinteiro” ou “ligadas por
um motor” (isto é, não param quietas por muito tempo). Ainda apresentam dificuldades
em relação às regras e limites. Em adultos, ocorrem problemas de desatenção para
coisas do cotidiano e do trabalho, bem como com a memória (são muito esquecidos).
São inquietos, vivem mudando de uma coisa para outra e também são impulsivos.
Do ponto de vista biológico, estudos científicos mostram que portadores de
TDAH têm alterações na região frontal e as suas conexões com o resto do cérebro. O
que parece estar alterado nesta região cerebral é o funcionamento de um sistema de
substâncias químicas chamadas neurotransmissores (principalmente dopamina e
noradrenalina), que passam informação entre as células nervosas (neurônios).
Joan Symington, psicanalista australiana, em seu trabalho “Mrs. Bick e a
Observação de Bebês” traz uma contribuição importante, onde desenvolve a ideia do
TDAH como uma reação defensiva, onde houve uma falha na constituição da pele
psíquica. Symington (2002) coloca que provavelmente estas crianças foram difíceis de
serem contidas, seja por uma extrema intolerância à ansiedade ou por seus pais não
terem tido recursos emocionais para conter as ansiedades de seu bebê. Estas crianças
que não podem parar parecem buscar, na atividade constante, o substituto para a função
continente que não puderam internalizar adequadamente.
CRONOGRAMA
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