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Processo Te N° 02238/06
Prestação de Contas Anuais da Prefeitura
Municipal de Serraria. Recurso de
Reconsideração. Conhecimento do recurso,
negando-se-lhe provimento.
ACÓRDÃO APL TC I J Sl [@
Vistos, relatados e discutidos, os presentes autos do Processo TC N° 02238/06, referente ao
recurso de reconsideração, impetrado pela Senhora Maria de Lourdes Silva Bernardino, Prefeita do
Município de Serraria, contra o Parecer PPL TC 88/2007, contrário à aprovação da Prestação de
Contas tendo em vista a investidura de servidores na Prefeitura, durante o exercício, sem a prévia
realização de concurso público, não recolhimento de parte das contribuições previdenciárias e gastos
com pessoal acima do limite legal e contra o Acórdão APL TC 344/2007, aplicou multa de R$
2.805,10, nos termos do que dispõem os incisos I e II do art. 56 da LÜTCE, à ex-gestora,
ACORDAM os integrantes do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba, à unanimidade, em sessão
plenária hoje realizada, conhecer do recurso, por sua tempestividade e, no mérito, lhe negar
provimento.
Assim decidem, tendo em vista que os argumentos apresentados não são capazes de
modificar totalmente as decisões recorridas.
Algumas observações feitas pela Auditoria, quando da análise do recurso, a seguir
comentadas, não foram objeto das decisões iniciais do Tribunal.
Inicialmente, vale salientar que o parecer PPL TC 88/2007, emitido quando da apreciação das
contas da prefeita do município de Serraria não tratou da questão dos gastos com pessoal e sim da
contratação irregular de servidores, fato não contestado na fase recursal.
Na instrução inicial do processo o órgão técnico considerou como não recolhidas
contribuições no montante de R$ 123.735,45, porém para efetuar o cálculo, o órgão técnico havia
considerado como obrigação da prefeitura, os recolhimentos a cargo da Câmara de Vereadores.
Feitos os devidos ajustes o valor não recolhido passou a ser de R$ 107.507,17 e este foi o valor
considerado na decisão do Tribunal. Em suas argumentações recursais a interessada sustenta que do
valor apontado deve ser excluída a quantia de R$ 77.975,82 cujos valores foram pagos aos
servidores a título de salário família, porém não foram reembolsados pelo INSS e assim deveriam
ser somados às contribuições patronais recolhidas.
Ü órgão técnico, em seu pronunciamento final, não acatou as alegações levantadas e ainda
considerou que a quantia relativa ao salário família deveria ser contabilizada como receita extra-
orçamentária para efeito de compensação. Ü Relator entende que não poderia ter sido feita a
contabilização do salário família como receita extra-orçamentária, para efeito de compensação,
como quer o órgão técnico, tendo em vista que não houve a inclusão dos valores do salário família
no total da folha de pagamento. Tal procedimento poderia ser necessário se o gestor houvesse
contabilizado e retido os valores para posterior repasse a quem de direito. No caso, o ~tor apenas
adianta um valor que é de responsabilidade do INSS para posterior reembolso.
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TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Processo Te N° 02238/06
Tal reembolso não foi efetivado pelo INSS e por isso a interessada reclama que a quantia
paga no montante de R$ 77.975,52 deve ser subtraída do valor das obrigações patronais, tidas como
não recolhidas, no total de R$ 107.507,17. Assim o valor não recolhido passaria para R$ 29.531,65.
Como em janeiro de 2006 foi recolhida a quantia de R$ 16.695,14, relativa ao exercício de 2005,
permaneceu como não recolhido, apenas o valor R$ 12.836,51.
Quanto à observação feita pela Auditoria, apenas na fase recursal, de que não houve
comprovação de despesas no valor de R$ 49.740,17, relativa às contribuições ao INSS, em nenhum
momento da instrução ou na apreciação inicial do processo foi ventilado tal fato, pelo que não pode
ele ser acatado como procedente a esta altura da apreciação das contas, o que só pode ser feito
mediante recurso a ser interposto pelo Ministério Público Especial.
Publique-se e cumpra-se.
TC - Plenário Min. João Agripino, em de 2009.
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Ana Terêsa • Nóbrega
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Procuradora Geral
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RELATÓRIO
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Processo Te N° 02238/06
Levado à apreciação na sessão plenária do dia 16 de abril de 2008, o Tribunal decidiu pela
nova retirada do processo, para que a interessada fosse notificada, tendo em vista os novos fatos
verificados pelo órgão técnico.
Após a manifestação da ex-Prefeita, a Auditoria em complemento de instrução de fls.
2.089/2.093, manteve o entendimento anteriormente esposado.
Instada a se pronunciar, a Auditoria em cota do Procurador André Carlo Torres Pontes
opinou pelo conhecimento e provimento parcial do recurso apenas para modificar o percentual
relativo aos gastos com pessoal, mantendo-se os demais termos das decisões recorridas. Opina
ainda o Ministério Público Especial que, em decisão apartada, a fim de assegurar o duplo grau de
jurisdição, esta Corte de Contas julgue irregulares as despesas não comprovadas com o INSS,
imputando ao gestor os valores correspondentes.
É o relatório.