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CONSIDERANDO que compete ao Tribunal de Contas do Estado, nos termos das Constituições
Federal e Estadual, c/c a Lei Complementar n° 18/1993, julgar as contas dos administradores e demais
responsáveis por dinheiro, bens e valores públicos;
2. Por maioria:
• Aplicar multa ao Sr. Ademilson Montes Ferreira, no valor R$ 2.805, 10 (dois mil, oitocentos e
cinco reais e dez centavos), por descumprimento do Acórdão APL TC 176/05, de 16/03/2005;
• Assinar prazo de 60 dias para recolhimento da multa aos cofres do Estado, sob pena de
cobrança executiva a cargo do Ministério Público Comum;
3. E, ainda, por unanimidade:
• Recomendar a adoção de medidas no sentido de conferir estrita observância às normas
constitucionais, aos princípios administrativos, à Lei Complementar 101/2000, às Resoluções
desta Corte de Contas, bem como organizar e manter a contabilidade em estrita consonância
com as normas contábeis.
IZ FILHO
Processo TC N° 02159/06
o relatório elaborado pela Auditoria deste Tribunal, com base na documentação que compõe
os autos, destaca o seguinte:
1. A prestação de contas foi enviada a este Tribunal dentro do prazo;
2. A SUPLAN foi criada pela Lei 3.457, de 31 de dezembro de 1966, cujos objetivos principais são:
administrar e operar o Fundo Especial de Obras Públicas do Estado, executar as obras previstas
no orçamento, os reparos e demais serviços dos prédios públicos, elaborar programas e projetos
recomendados pelo Conselho do Secretariado e assessorar o Governo do Estado na fiscalização
de obras e serviços públicos;
3. A Receita Orçamentária Total Arrecadada foi de R$ 805.257,60 representado um decréscimo de
90,38% em relação ao exercício anterior;
4. A Despesa Orçamentária alcançou R$ 34.341.580,92, ocorrendo um crescimento de 35,69% em
relação ao exercício anterior;
5. O Déficit Orçamentário foi de R$ 33.536.323,32, porém, considerando as transferências
financeiras recebidas, classificadas no sistema extra-orçamentário, realizadas pelo Tesouro
Estadual no valor de R$ 21.906.688,40, esse déficit passa para R$ 10.824.377,32;
6. O Balanço financeiro apresentou um saldo para o exercício seguinte no valor de
R$ 1.037.502,25, sendo 100% representado por bancos e correspondentes;
Processo TC N° 02159/06
o responsável foi notificado, porém a defesa foi apresentada pelo então Gestor, Sr. Vicente
de Paula Holanda Matos.
A Auditoria analisou a defesa e considerou sanadas as falhas relativas à falta de registro das
receitas dos convênios celebrados e a falha relativa aos adiantamentos realizados durante o exercício
e manteve as demais irregularidades pelos seguintes motivos:
1. Com relação à falta de planejamento a Auditoria concluiu que o Gestor deixou de acompanhar a
execução das receitas e despesas de forma planejada, não tomando as medidas necessárias para
manter o equilíbrio primado no orçamento;
2. No que tange à diferença não justificada das receitas de convênios, o Órgão Técnico não alterou
o seu o entendimento por não ter sido esclarecido o registro a menor dessa receita;
3. Quanto à questão do Imóvel onde funciona a Gerência da SUPLAN, o defendente não acostou
nenhuma prova documental, no sentido de regularizar a situação do citado imóvel;
4. Concernente ao não atendimento das normas da LRF, o responsável informou que vem
otimizando os procedimentos de controle de suas contas e que o fato não implica em desvio ou
malversação dos recursos públicos. A Auditoria considerou inconsistentes esses argumentos e
reiterou o que havia apontado no relatório inicial;
5. Com relação às obras paralisadas, o defendente informou que a situação é advinda da ausência
de recursos financeiros, fruto de uma deficiência de planejamento e que as obras paralisadas
tiveram seu início na gestão anterior. O Órgão de Instrução não concordou com esses
argumentos, tomando como exemplo 04 hospitais que tiveram início de suas obras dentro da
gestão que se iniciou em 2003 e considerou que essas paralisações ferem o princípio da
continuidade, configurando desperdício de recursos públicos;
6. Quanto à falha referente ao Hotel Turístico de Campina Grande, foi alegado pela defesa que as
informações estariam inseridas no relatório de atividades suscitado pela Auditoria. Em função
dessas informações, foi analisado esse relatório e constatado que em 16/02/2005, foi firmado um
contrato entre o Governo do Estado e a BRA Transportes Aéreos Ltda, cujo objetivo é a
concessão de Direito Real de Uso pelo prazo de 30 anos, renovável por igual período. A
Auditoria entendeu que ficou configurada a desnecessidade da Construção do referido Hotel,
solicitando que fosse cancelado o contrato firmado;
7. No que tange ao termo de cessão de uso das obras de abastecimento d'água, o Gestor
reconheceu a falha apontada, porém ressaltou que as obras tinham caráter emergencial e que se
encontravam em vias de regularização. A Auditoria, nesse caso, apenas ratificou o que foi
apontado anteriormente.
8. Quanto às gratificações de atividades especiais, o Responsável citou que a Auditoria não
apontou os casos detectados, bem como não avaliou os critérios discricionários usados para
concessão das referidas gratificações. O Órgão Técnico rebateu afirmando que em seu relatório
consta a relação dos servidores que perceberam as gratificações diferenciadas e assim manteve o
seu eutendimento inicial; ~
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Processo TC N° 02159/06
9. Concernente à falta de informações dos servidores que receberam horas extras, a Defesa acostou
aos autos as folhas de pagamento, porém a Auditoria não considerou suficientes, tendo em vista
a ausência de memória de cálculo com os servidores beneficiados.
o processo seguiu para o Ministério Público que opinou pela irregularidade da prestação de
contas em apreço, pela aplicação de multa ao ex-gestor, em face da transgressão de normas legais,
com base no art. 56, da LOTCEIPB, pela assinação de prazo ao Ex-Presidente da SUPLAN para:
justificar a diferença verificada entre a conta transferências financeiras recebidas e o registro no
balanço financeiro, regularizar o problema do imóvel onde está situada a Gerência de Campina
Grande, adotar medidas no sentido de suprir a falha das obras com relação aos termos de cessão de
uso e adotar providências para regularizar os pagamentos de gratificação de atividade especiais, sob
pena de nova multa e remessa dos autos ao Ministério Público Comum, e por último, pugnou pela
recomendação à atual Administração do Órgão no sentido de conferir estrita observância às normas
constitucionais, aos princípios administrativos, à LRF, às Resoluções desta Corte de Contas, bem
como organizar e manter a Contabilidade em estrita consonância com as normas contábeis.
o Responsável foi notificado novamente e, desta feita, apresentou a sua defesa às fI. 818/835.
o processo seguiu novamente ao Ministério Público que, através de sua representante, opinou
que se procedesse a uma nova notificação ao Responsável, para trazer aos autos a documentação
reclamada pela Auditoria, com relação à irregularidade referente à diferença não justificada entre o
valor da receita efetivamente arrecadada, registrada na conta transferências recebidas e o total
liberado mediante convênios.
o processo foi ao Ministério Público, o qual ratificou o seu Parecer, com a ressalva de que a
irregularidade elidida seja desconsiderada e opinou por acrescentar àquele Parecer representação ao
Ministério Público do Estado, com remessa de cópia da documentação correlata, acerca da
irregularidade concernente ao pagamento de gratificação de atividade especial de forma ilegal,
indicando prática de ato de improbidade administrativa.
Processo TC N° 02159/06