Sunteți pe pagina 1din 5

TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO

PROCESSO TC 2.175/06

Prestação de Contas do Prefeito do Município


de Olho D'Água, Sr. Júlio Lopes Cavalcanti,
relativa ao exercício financeiro de 2005 -
Atendimento parcial aos dispositivos da LRF -
Aplicação de multa - Representação ao TCU.

ACÓRDÃO APL TC N° )- O Cf /08

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos do Processo TC


2.175/06, que trata da Prestação de Contas apresentada pelo Prefeito do
Município de Olho D'água, Sr. Júlio Lopes Cavalcanti, relativa ao exercício
financeiro de 2005.

CONSIDERANDO que a Auditoria, após análise dos documentos que


instruem o presente processo, inclusive da denúncia a ele anexada e dos
esclarecimentos apresentados pelo Prefeito Municipal, constatou as seguintes
irregularidades:

1) Falta de Manutenção do equilíbrio entre receitas e despesas.


2) Gastos com pessoal, correspondendo a 54,47%. da RCl, superior
ao limite (54%) estabelecido no art. 20, da lRF e não indicação de
medidas em virtude da ultrapassagem de que trata o art. 55 daquela
lei;
3) Não foram observados os limites do montante da dívida
consolidada, concessões de garantias, operações de créditos;
4) Incorreta elaboração dos REO e RGF encaminhados para este
Tribunal;
5) Falta de Comprovação da publicação dos RGF;
6) Incompatibilidade de informações entre o REO e a PCA
7) Incompatibilidade de informações entre o RGF e a PCA;
8) Omissão de despesa referente às obrigações patronais, no valor de
R$ 504.581,82.
9) Apropriação indébita, no valor de R$ 182.985,93, referente à
retenção do INSS - parte do empregado;
10)Despesas não licitadas, no valor de R$ 392.689,07, correspondendo
a 7,39% da despesa orçamentária realizada no exercício e 21,34%
das despesas sujeitas a este procedimento;
11)Diversas Irregularidades verificadas, pela Auditoria, em vários
processos licitatórios;
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
PROCESSO Te 2.175/06

12)Diferença no valor de R$ 17.831,04, apurada na conta n.? 58.024-4


e 1290-4 do FUNDEF
13)Abandono de obras públicas demandando providências por parte
desta Corte no sentido de se acompanharem as obras do Município
nos próximos exercícios e/ou até a sua efetiva conclusão.
14)Quantidade de merenda escolar insuficiente para atender as
escolas municipais;
15)Despesas irregulares, no valor de R$ 2.850,00, pagas com recursos
do FUNDEF, para transporte de estudantes universitários, devendo
o gestor devolver a referida quantia aos cofres municipais;
16)Despesas pagas sem comprovação, no valor de R$ 56.090,55,
devendo, o gestor devolver a referida quantia aos cofres municipais.
17)Omissão de receita do ISS, no valor de R$ 20.702,43, causando
prejuízo ao erário, devendo, o gestor devolver a referida quantia aos
cofres municipais.
18)Despesas irregulares, no montante de R$ 273.659,77, referente à
emissão de cheques em valores superiores a R$ 300,00 e não
nominais, utilizados para a realização de doações via tesouraria,
resultando na constatação de beneficiários divergentes, quando
comparados às informações obtidas no Sistema SAGRES.
19)Aplicação de apenas 59,20%, dos recursos provenientes do
FUNDEF, em Remuneração do Magistério, abaixo, portanto, do
mínimo de 60% legalmente exigido;
20)Aplicação de apenas 9,22%, dos recursos de impostos e
transferências, em Ações e Serviços Públicos de Saúde, abaixo,
portanto, do percentual mínimo de 15% estabelecido na
Constituição Federal.

CONSIDERANDO que o Ministério Público desta Corte, em parecer de


fls. 3780/3789, pugnou pela:

a. Emissão de parecer contrário à aprovação das contas;


b. Imputação pessoal do valor de R$ 73.921,59 relativo às despesas
cuja aplicação não restou devidamente comprovadas na forma
apurada pela Auditoria
c. Determinação da devolução à conta do FUNDEF, com recursos
municipais, do valor de R$ 2.850,00, aplicados em desvio de sua
finalidade específica;
d. Aplicação de multa ao Prefeito por transgressão a normas
constitucionais e legais, nos termos do artigo 56, inciso 11, da Lei
Orgânica desta Corte;

2
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
PROCESSO Te 2.175/06

e. Encaminhamento ao Ministério Público Comum, para as


providências quanto a possíveis condutas punidas na forma da
legislação penal;

CONSIDERANDO que, quanto à despesa paga à Irmão Miguel Ltda.,


pela construção de cisternas, considerada como não comprovada pela douta
Auditoria, o Relator entende não ser possível imputar-se valor a ela referido ao
Gestor, uma vez que este Tribunal já imputou débito relacionado a esta despesa
em processo especifico de inspeção de obras que a analisou;

CONSIDERANDO que o valor devolvido ao FNDE trata-se de recursos


referentes à convênio celebrado com órgão federal, não sendo esta Casa, no
entendimento do Relator, competente para adotar qualquer providência
relacionada a esse assunto;

CONSIDERANDO que, no entendimento Relator, não deve ser


imputado ao Gestor a diferença de saldo apontada na conta do FUNDEF, em
razão dessa falha ser normalmente decorrente de gastos realizados com as
retenções efetuadas em certos pagamentos e que não são transferidos para a
respectiva conta;

CONSIDERANDO que, em face dessas constatações, na opinião do


Relator, restou como não comprovada e passível de imputação ao gestor apenas
a despesa referente à recuperação de 10 poços tubulares, no montante de R$
6.100,00;

CONSIDERANDO que o Relator entende não ser a omissão de receita


do ISS motivo para imputação de débito ao Prefeito Municipal, não obstante ter
esse fato efeito negativo na gestão fiscal da Prefeitura;

CONSIDERANDO as falhas relativas à publicação dos RGF, à correta


elaboração dos REO e RGF e à compatibilidade das informações constantes
destes instrumentos;

CONSIDERANDO que as aplicações em FUNDEF e Saúde,


alcançaram, respectivamente, 59,20%, e, apenas, 9,22%;

CONSIDERANDO que as despesas não licitadas totalizaram R$


392.689,07, correspondendo a 7,39% da despesa orçamentária realizada no
exercício e 21,34% das despesas sujeitas a este procedimento;

3
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
PROCESSO TC 2.175/06

CONSIDERANDO que a Administração Municipal de Olho D'água


desrespeitou, em várias ocasiões, o que determina a Lei nO8.663/93, bem como
não observou o devido repasse ao INSS das obrigações patronais nem das
parcelas retidas dos empregados, maculando a regularidade das contas
prestadas, tudo nos termos do Parecer Normativo TC 52/2004, ensejando
também multa ao Gestor responsável, conforme dispõe a Lei Orgânica deste
Tribunal.

CONSIDERANDO o Relatório e o Voto do Relator, o pronunciamento


do Órgão de Instrução, o Parecer escrito e oral do Ministério Público junto a esta
Corte e o mais que dos autos consta;

ACORDAM os membros integrantes do TRIBUNAL DE CONTAS DO


ESTADO DA PARAíBA, em sessão realizada nesta data, por unanimidade de
votos, em:

a) Declarar o atendimento parcial pelo Chefe do Poder Executivo do


Município de Olho D'água às exigências da Lei de Responsabilidade
Fiscal, relativamente ao exercício de 2005;
b) Imputar ao senhor Júlio Lopes Cavalcanti, Prefeito do Município de
Olho D'água, débito no valor de R$ 6.100,00, relativa ao pagamento
de despesas não comprovadas à firma F.F. Construção;
c) Assinar àquele gestor o prazo de 60 (sessenta) dias para recolher o
débito acima mencionado aos cofres públicos municipais, devendo
comprovar tê-lo feito a este tribunal, sob pena de cobrança
executiva a ser ajuizada pelo Ministério Público, nos termos do
artigo 71, parágrafos 3° e 4° da Constituição Estadual, servindo o
presente acórdão como titulo executivo;
d) Assinar o prazo de 30 (trinta) dias à Administração daquele
município para fazer retornar à conta do FUNDEF, com recursos do
próprio município, o valor de R$ 2.850,00, aplicados em desvio de
sua finalidade específica em face da diferença de saldo identificada
pela Auditoria na conta do referido Fundo;
e) Aplicar ao Prefeito Municipal daquela edilidade, senhor Júlio Lopes
Cavalcanti, multa pessoal no valor de R$ 2.805,10, pelo não envio a
este Tribunal da LDO/2005, nos termos do que dispõe o inciso 11 do
art. 56, da Lei Orgânica deste Tribunal;

4
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
PROCESSO Te 2.175/06

f) Assinar ao responsável, acima citado, o prazo de 60 (sessenta) dias


para o recolhimento da multa ao Tesouro Estadual à conta do
Fundo de Fiscalização Orçamentária e Financeira Municipal,
informando-lhe que, caso não efetue o recolhimento voluntário, cabe
ação a ser impetrada pela Procuradoria Geral do Estado, devendo-
se dar a intervenção do Ministério Público, na hipótese de omissão
da PGE, nos termos do § 4° do art. 71 da Constituição Estadual;
g) Determinar ao Gestor a adoção de medidas visando à cobrança do
ISS devido e não retido, no valor de R$ 20.702,43, quando do
pagamento a prestadores de serviços àquela edilidade, bem como
em outros casos cabíveis;
h) Representar ao Ministério Público Comum acerca dos possíveis
indícios de práticas danosas ao erário;
i) Comunicar ao INSS acerca do não repasse àquela autarquia das
obrigações patronais devidas, bem como das parcelas retidas dos
empregados;
j) Encaminhar cópia das decisões proferidas neste processo ao TCU,
para que este órgão possa adotar as devidas providências em
relação à falta de comprovação da devolução de recursos federais,
recebidos pela edilidade por intermédio de convênio firmado com o
Ministério da Educação - FNDE;
k) Recomendar à Administração Municipal no sentido de evitar a
repetição das falhas e omissões constatadas no exercício em
análise, sob pena de desaprovação de futuras contas e da aplicação
de outras sanções legais;

Presente ao julgamento a Exma. Senhora Procuradora Geral.


Publique-se, registre-se, cumpra-se.
TC - PLENÁRIO MINISTRO JOÃO AGRIPINO
João Pessoa, [1 de A &AIA ( de 2008.

"_ 'A/ /' /J 1././1)


Iv / (
ALVES VIANA JOSÉ MARQUES MARIZ
e heiro Presidente Conselheiro Relator

A ~ ~
1'~TERESANOB~~
.r:
Procuradora-Geral

S-ar putea să vă placă și