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É importante ressaltar que CAPRA (1995) chama de “ciência moderna” o que SANTOS (1996) denominou
como “ciência pós-moderna”. Ao mesmo tempo, quando este último se refere à “ciência moderna”, está se
referindo à “ciência clássica” do primeiro. Neste trabalho, opto didaticamente pela nomenclatura de
SANTOS, apesar de me referir diversas vezes ao texto de CAPRA.
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Essa afirmação pode ser relativizada, pois, na Modernidade – como também na Antigüidade -, apesar da
monopolização da razão, sempre existiram pensadores “céticos”, como é o caso de MONTAIGNE (1533-
1592) para quem o homem não poderia conhecer nada com segurança, nem sobre o mundo, nem sobre si
mesmo, criticando os “fanatismos” daqueles que pretendiam impor suas “verdades” a qualquer preço.
Podemos pensar também na resistência dos românticos e da hermenêutica aos abusos da razão iconoclasta do
Iluminismo.
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ambos em diferentes partes que facilitariam os estudos científicos. Concomitantemente,
tornou-se necessária a formação de especialistas para dominar todas as diferentes partes do
homem e do mundo. Essas imagens que DURAND (1997) chamou de diairéticas e que são
típicas das estruturas heróicas do imaginário, não deixam de estimular uma mentalidade e
um comportamento egocêntrico, esquizomórfico e “monárquico” nos especialistas, pois
estes devem apresentar uma postura diferente – e superior – em relação a maioria das
pessoas que compreendem o mundo através de “pré-conceitos” teológicos ou do senso
comum.
Com essas regras básicas, o conhecimento (ou o saber científico) ao ser construído
deveria adquirir uma materialidade própria e o cientista, por sua vez, passaria a ser
“objetivado”, ou seja, tornar-se-ia anônimo12. Segundo PIAGET (apud SANTOS,
1989:15), é justamente no anonimato que se encontra uma das grandes vantagens da
Ciência sobre outras formas de saber, uma vez que isso torna possível a descentração do
sujeito individual na direção do sujeito epistêmico. Ora, o que isso significa? Em resumo,
tornar o produto do saber científico socialmente compartilhado ou através da didática, por
exemplo, ou dos manuais de divulgação científica, separado e alienado de seu criador.
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CORACINI (1991) tece uma profunda discussão sobre o caráter objetivo do discurso científico e revela
como a pretensa objetividade não deixa ser apenas uma estratégia de persuasão que caracteriza esse tipo de
discurso.
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Assim, ano após ano, os alunos ouvem e decoram que na América após o descobrimento
passou a existir dois tipos de colônia13: a de exploração e a de povoamento. Os autores
enumeram com cuidado as diferenças entre elas, os professores reproduzem tais
informações com muita seriedade e convicção e os alunos aceitam e as decoram para as
provas.
Não é meu interesse discutir se esta distinção realmente existiu – esse é um trabalho
para os historiadores -, mas discutir a descentração do sujeito, capaz de criar uma aura
“divina” e “mágica” sobre o saber transmitido, apesar de ser justamente o seu oposto o que
se pretende atingir.
Provavelmente não, pois sua formação ainda é realizada a partir de um enfoque que
valoriza a ciência sem autor e descontextualizada. Assim, acredito que a Ciência Moderna,
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Em 1998, lecionando no ensino superior privado, em São José do Rio Preto, abordei a questão da
interpretação de textos históricos e geográficos, colocando duas questões para os alunos: Será que os
primeiros colonos ou escravos que vieram para o Brasil ou foram para os EUA discutiam as vantagens e
desvantagens de se morar em uma “colônia de exploração”? Será que os jovens brasileiros pensavam em
juntar dinheiro e ir morar em uma “colônia de povoamento”?
Vários alunos, com base em suas próprias experiências, chegaram a responder que provavelmente os jovens
das classes sociais mais abastardas sentiam vergonha de morar em uma “colônia de exploração” e lutavam
para transformá-la em uma “colônia de povoamento”. Porém, quando eles descobriram que essa divisão havia
sido construída a partir de um estudo realizado por um geógrafo anarquista (Elisée RECLUS) no século XIX,
procurando interpretar o processo de colonização nas Américas, alguns alunos tomaram consciência da
importância da hermenêutica, adquirindo – ainda que rudimentarmente – um “senso histórico”, ou seja, o
abandono da ingenuidade que nos faz julgar o passado através de nossa vida atual e de nossos valores
(GADAMER, 1998), assim como dos limites da ciência sem autor e descontextualizada historicamente, que
tende a naturalizar o conhecimento, ou seja, desumanizá-lo. Sobre esse assunto, JAPIASSU (1975:10) sem
ignorar o poder material e o papel social que a ciência tem no mundo contemporâneo, apontou os aspectos
sócio-político-cultural que fazem da ciência um produto humano. Como afirmou, “espontaneamente, somos
levados a crer que o cientista é um indivíduo cujo saber é inteiramente racional e objetivo, isento não
somente das perturbações da subjetividade pessoal, mas também das influências sociais. Contudo, se o
examinarmos em sua atividade real, em suas condições concretas de trabalho, constataremos que a ‘Razão’
científica não é imutável. Ela muda. É histórica. Suas normas não têm garantia alguma de invariância.
Tampouco foram ditadas por alguma divindade imune ao tempo e às injunções da mudança.(...) Isso significa
que, em matéria de ciência, não há objetividade absoluta. Também o cientista jamais pode dizer-se neutro, a
não ser por ingenuidade ou por uma concepção mítica do que seja a ciência.”
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além da linguagem desencantada que possui, trata-se, de fato, de uma ciência sem
consciência14.
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No caso, sobretudo, de uma consciência histórica, entendendo com GADAMER (1998:17) que “uma
tomada de consciência histórica constitui provavelmente a mais importante revolução pela qual passamos
desde o início da idade moderna. O seu alcance espiritual provavelmente ultrapassa aquele que
reconhecemos nas aplicações das ciências da natureza, que tão visivelmente transformaram a face de nosso
planeta. A consciência histórica que caracteriza o homem contemporâneo é um privilégio, talvez mesmo um
fardo que jamais se impôs a nenhuma geração anterior.(...) Entendemos por consciência histórica o
privilégio do homem moderno de ter plena consciência da historicidade de todo presente e da relatividade de
toda opinião.”
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Aqui novamente remeto a GADAMER (1998:19) que afirma: “falamos de interpretação quando o
significado de um texto não é compreendido de imediato. Uma interpretação torna-se então necessária. Em
outros termos, torna-se necessária uma reflexão explícita sobre as condições que levam o texto a ter esse ou
aquele significado. A primeira pressuposição do conceito de interpretação é o caráter ‘estranho’ daquilo a
ser compreendido. (..) A interpretação, tal como hoje a entendemos, se aplica não apenas aos textos e à
tradição oral, mas a tudo que nos é transmitido pela história: desse modo falamos, por exemplo, da
interpretação de um evento histórico ou ainda da interpretação de expressões espirituais e gestuais, da
interpretação de um comportamento etc. em todos esses casos, o que queremos dizer é que o sentido daquilo
que se oferece à nossa interpretação não se revela sem mediação, e que é necessário olhar para além do
sentido imediato a fim de descobri o ‘verdadeiro’ significado que se encontra escondido. Essa generalização
da noção de interpretação remonta a Nietzsche. Segundo ele, todos os enunciados provenientes da razão são
suscetíveis de interpretação, posto que o seu sentido verdadeiro ou real nos chega sempre mascarado ou
deformado por ideologias.” E, acrescentando, mascarado também pelos mitos pessoais.
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paradoxo de um conhecimento que só é o seu próprio objeto porque
emana de um sujeito.
Nesse sentido, podemos pensar que a Ciência Moderna esteve e está a serviço do
des-envolvimento social, uma vez que a sua consolidação só foi possível através de uma
profunda ruptura com a maneira de pensar e viver o mundo de forma orgânica - ou seja, na
qual há interdependência entre fenômenos “espirituais” e “materiais”, além da relativa
subordinação, ou melhor, do envolvimento do indivíduo com a sua comunidade e com o
seu meio ambiente.
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linguagem objetiva, foram sempre as imagens ou as metáforas que melhor exprimiram a
essência do pensamento científico moderno e, entre as suas grandes metáforas, destaca-se a
do mundo como uma grande máquina.
Esta imagem que passou a orientar a nova mentalidade do homem europeu até
recentemente, tornou-se tão forte que se encontra incorporada também ao senso comum
contemporâneo. Essa concepção de mundo que propiciou o des-envolvimento da Ciência
em relação ao senso comum, foi sendo legitimada pelas revoluções científicas alcançadas
no campo, sobretudo da Física e da Astronomia, as principais Ciências no primeiro período
da Modernidade (CAPRA, 1995). Essa metáfora foi melhor traduzida por René
DESCARTES, criador do primeiro método considerado científico, que consistia na
descrição matemática da natureza através de um raciocínio, predominantemente analítico,
ou seja, na decomposição dos objetos de estudos em partes componentes, dispondo-as em
uma ordem lógica. Descrito em Discurso sobre o Método, esta proposta pressupõe que o
conhecimento sobre a natureza, baseado na matemática, seria um conhecimento certo e
evidente. Assim, DESCARTES imaginava que a natureza tinha uma funcionalidade
semelhante a de uma máquina e a sua explicação poderia ser realizada em função do
movimento de suas partes independentemente.
DESCARTES passou boa parte de sua vida distinguindo o que seria verdade
(conhecimento científico) e erro, e não admitia como verdadeiro o que não poderia ser
deduzido com a “clareza” de uma demonstração matemática. Assim, o método cartesiano é,
sem dúvida, um paradigma do imaginário heróico moderno, responsável diretamente pela
fragmentação do mundo e pelo surgimento de diferentes disciplinas científicas, tal como as
conhecemos hoje - as heranças do imaginário diurno na ciência e na sociedade.
Mas, quem passou para a posteridade como o “pai da ciência moderna” foi Galileu
GALILEI (1564-1642). Este postulou que, para ser possível a descrição matemática da
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natureza, os estudos deveriam se restringir às propriedades essenciais dos corpos materiais,
ou seja, para as suas formas, suas quantidades e seus movimentos. Foi, portanto,
GALILEU quem mais contribuiu para tornar possível a medida e a quantificação da
Natureza. Em seus argumentos, GALILEU (1987) afirmava que projeções mentais de
ordem subjetiva - relacionadas à cor, ao som, ao sabor, ao cheiro etc. - deveriam ser
descartadas pelos pesquisadores. Em suma, suas enunciações sobre as leis fundamentais do
movimento e as descobertas que realizou no campo da Astronomia, foram resultado de uma
nova maneira de estudar os fenômenos da Natureza. É importante ressaltar que GALILEU,
ao defender a observação dos fenômenos tais como ocorrem, deixando de lado a pura
especulação aristotélica-medieval ainda dominante, foi alvo de uma violenta crítica por
parte da Igreja, que passou a ver em sua obra a destruição da perfeição do céu e a negação
dos textos bíblicos.
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possível explicar outros fenômenos: o comportamento dos sólidos, líquidos e gases, como
também os fenômenos como calor e som. O sucesso alcançado pela Física newtoniana fez
com que esta fosse considerada a base de todas as Ciências, que passaram a se utilizar
também de seus métodos. As Ciências Sociais eram conhecidas pelo nome de Física Social
(SANTOS, 1996:19) e alguns exemplos típicos da subordinação das Ciências Sociais à
Física podem ser encontrados na obra de LOCKE (1632-1704) que, ao defender os ideais
do individualismo burguês, faz analogias com os movimentos dos átomos estudados pela
Física e defende uma concepção atomística de sociedade.
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Thomas KUHN (1994), apesar de não valorizar as Ciências Humanas, procurou desnaturalizar a forma de
se fazer ciência, introduzindo na reflexão epistemológica a noção de paradigma na definição dos fatos ou
fenômenos que mereceriam ser estudados. Em outras palavras, os problemas a serem resolvidos e como
deveriam ser estudados. O paradigma normatiza e naturaliza o trabalho do cientista que, dessa forma,
enxerga coerência na tradição de pesquisa na área da qual participa, vendo-se desobrigado a refletir sobre a
existência de um corpo subjacente de regras e pressupostos que poderiam ser revelados por investigações
adicionais capazes de colocar o paradigma em crise.
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sem dúvida, estabeleceu a mais aguda Crise de Crescimento17 no interior da Ciência
Moderna, de DESCARTES a NEWTON.
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SANTOS (1989), na perspectiva aberta por KUHN, estabelece dois tipos de crise no paradigma: a de
crescimento e a de degenerescência. A primeira crise ocorre quando em um dado ramo da ciência, ou
disciplina, passa a existir uma insatisfação em relação aos métodos ou conceitos usados normalmente sem que
haja necessariamente uma contestação na disciplina. Nesse caso, o paradigma não será colocado em xeque,
como acontece, então, na crise de degenerescência. Esta ocorre quando todas as disciplinas atravessam uma
determinada crise, mesmo que de forma desigual, colocando em causa a inteligibilidade do real que aquele
paradigma proporciona e é aceito com naturalidade pela comunidade científica. Nesse caso, não é apenas os
instrumentos metodológicos e conceituais que entram em crise, mas o próprio paradigma científico
dominante.
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consequentemente, da relatividade de todo conhecimento científico, como já afirmava
MONTAIGNE no século XVI e tanto outros pensadores modernos, não-modernos e pós-
modernos.
F. CAPRA (1995: 81) resume muito bem esse processo ao dizer que:
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que esses opostos não pertencem a diferentes categorias, mas são pólos
extremos de um único todo. Nada é apenas yin ou apenas yang. Todos os
fenômenos naturais são manifestações de uma contínua oscilação entre
os dois pólos; todas as transições ocorrem gradualmente e numa
progressão ininterrupta. A ordem natural é de equilíbrio dinâmico entre
o yin e o yang. (...) Em vista das imagens originais associadas aos dois
pólos arquetípicos, diríamos que o yin pode ser interpretado como
correspondente à atividade receptiva, consolidadora, cooperativa; o
yang, à atividade agressiva, expansiva e competitiva. A ação yin tem
consciência do meio ambiente, a ação yang está consciente do eu. (...)
essas duas espécies de atividade estão intimamente relacionadas com
dois tipos de conhecimento, ou dois tipos de consciência, os quais foram
reconhecidos, ao longo dos tempos, como propriedades características
da mente humana. São usualmente denominados de método intuitivo e
método racional, e têm sido tradicionalmente associados à religião e ao
misticismo e à ciência. (...) O racional e o intuitivo são modos
complementares de funcionamento da mente humana. O pensamento
racional é linear, concentrado, analítico. Pertence ao domínio do
intelecto, cuja função é discriminar, medir e classificar. Assim, o
conhecimento racional tende a ser fragmentado. O conhecimento
intuitivo, por outro lado, baseia-se numa experiência direta, não-
intelectual, da realidade, em decorrência de um estado ampliado de
percepção consciente. Tende a ser sintetizador, holístico e não-linear.
Esta longa citação é importante para notarmos, mais adiante, a relação entre a
mônada chinesa e as estruturas diurnas e noturnas do imaginário, na concepção de Gilbert
DURAND (1997).
Porém, voltando à ciência contemporânea (ou pós-moderna), podemos dizer que ela
introduziu na ciência o pensamento “dilemático" (LÉVI-STRAUSS) ou anfibólico18
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Para DURAND (1999) trata-se da ambigüidade que compartilha com o seu oposto uma qualidade comum.
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presente nos “objetos” imaginários de que a lógica clássica, de Aristóteles aos dias atuais,
desconfia e combate heroicamente. Ou, como nos diz DURAND (1999: 83), “a alogia do
mito ou do sonho sempre foi rejeitada no purgatório (quando não no inferno) do ‘pré-
lógico’ e da ‘participação mística’...”
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Com base ainda em SANTOS (1989), pode-se dizer que a Ciência Moderna encontra-se em sua mais aguda
crise de degenerescência. Seus postulados básicos: objetividade, racionalidade, neutralidade, pretensão
universal, único e verdadeiro saber, entre outros, estão sendo questionados de diferentes pontos de vista.
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verdadeiras leis da natureza. Não se imaginava que elas pudessem, um
dia, ser falsificadas ou mesmo abandonadas em favor de uma teoria
melhor. Aliás, até hoje, se aprende nas escolas a mecânica clássica e não
a relativística.
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...partimos do reconhecimento do caráter multidimensional do fenômeno
do conhecimento; do reconhecimento da obscuridade escondida no
coração de uma noção destinada ao esclarecimento de todas as coisas;
da ameaça vinda de conhecimento e que nos leva a buscar uma relação
civilizada entre nós e o nosso conhecimento; de uma crise característica
do conhecimento contemporâneo, sem dúvida inseparável da crise do
nosso século. Partimos, no núcleo dessa crise, e mesmo aprofundando-a,
da aquisição final da modernidade, referente ao problema original do
pensamento: a descoberta de que não há nenhum fundamento seguro
para o conhecimento e de que este comporta sombras, zonas cegas,
buracos negros.
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