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C7_Curso BDE_Teoria_Tony 2012 17/05/12 12:22 Page 157

FRENTE 1 Evolução e Genética

MÓDULO 28 Neodarwinismo e Especiação


1. TEORIA SINTÉTICA das pelos predadores por serem visí- ❑ Isolamento reprodutivo
OU NEODARWINISMO veis. Depois da industrialização, no Ocorre o isolamento reprodutivo,
século XIX, as mutantes escuras pas- quando duas populações de indiví-
A moderna teoria sintética da saram a ser mimetizadas pela fuligem duos não podem cruzar-se e, por-
evolução envolve quatro fatores bási- e, como eram mais vigorosas, foram tanto, trocar genes. Os mecanismos
cos: mutação, recombinação gené- aumentando em frequência e substi- de isolamento constituem barreiras ao
tica, seleção natural e isolamento tuindo as mariposas claras, que, ago- intercâmbio de genes e podem ser:
reprodutivo. Os dois primeiros deter- ra, passaram a ser eliminadas pelos • Mecanismos
minam a variabilidade genética, que predadores, por ficarem mais visíveis. pré-zigóticos
é orientada pelos dois últimos. Três Os predadores da mariposa, que Impedem a fecundação e a for-
processos acessórios também atuam atuam, portanto, como agentes sele- mação do zigoto.
no processo; são eles: migração, tivos, são os pássaros.
hibridação e oscilação genética. Habitat
3. RESISTÊNCIA As populações vivem na mesma
❑ As fontes da variabilidade DE BACTÉRIAS região, mas se localizam em habitats
Sob a designação de variabili- A ANTIBIÓTICOS diferentes.
dade, enquadramos as diferenças
existentes entre os indivíduos da mes- Pode-se dizer que não é a pre- Sazonal ou temporal
ma espécie. Como já estudamos em sença de um certo antibiótico A reprodução é impossibilitada
capítulos anteriores, as fontes de que provoca o aparecimento devido à ocorrência de maturidade
variabilidade são as mutações e a das mutações; na realidade, sexual em épocas diferentes.
recombinação genética. É importante estas surgem espontaneamen-
salientar que a mutação constitui a te, e, quando conferem resis- Etológico
matéria-prima da evolução e ocorre tência ao antibiótico, são úteis A fecundação não ocorre devido
espontaneamente, ou seja, nunca à bactéria na presença do a diferenças de comportamento, im-
aparece como resposta do organismo medicamento. Não se deve afirmar possibilitando o acasalamento.
a uma situação ambiental. simplesmente que uma certa mutação
é favorável ou desfavorável; essa afir- Mecânico
mação só tem sentido se frisar o am- Diferenças estruturais nos órgãos
❑ A seleção natural biente, porque a mesma mutação
As variações são submetidas ao reprodutores impedem a fecundação.
pode ser favorável ou desfavorável,
meio ambiente que, pela seleção conforme o meio. • Mecanismos pós-zigóticos
natural, conserva as favoráveis e eli- Ocorre a fecundação, mas os zi-

BIOLOGIA BDE
mina as desfavoráveis. Assim, quan- gotos produzem híbridos fracos ou
4. RESISTÊNCIA DE
do as condições ambientais se mo- estéreis.
MOSCAS AO DDT
dificam, algumas variações serão
vantajosas e permitirão, então, aos Durante o primeiro ano em que o lnviabilidade do híbrido
indivíduos que as apresentam, sobre- DDT foi usado numa determinada Devido a sua fraqueza orgânica.
viver e produzir mais descendentes localidade, quase todas as moscas
do que aqueles que não as têm. Esterilidade do híbrido
foram mortas; algumas, porém, por Determinada por anomalia de gô-
Entre os principais exemplos de causa da variação herdada, não
seleção natural, citaremos: melanismo nadas ou impossibilidade de meiose.
foram afetadas. Puderam sobreviver e
industrial, bactérias e antibióticos, e se reproduzir e, assim, logo ultrapas- Deterioração da F2
moscas e DDT. saram em número os tipos de moscas Os híbridos (F1) são normais e
menos resistentes naquela área. O férteis, mas seus descendentes (F2)
2. MELANISMO INDUSTRIAL inseticida foi-se tornando menos ativo. são fracos ou estéreis.
O DDT causou uma mudança no
Antes da industrialização na In- ambiente e só as moscas que eram ❑ Fatores evolutivos
glaterra, predominavam as mariposas resistentes puderam sobreviver e fo- complementares
claras; às vezes apareciam mutantes ram sendo selecionadas; não foi, • Migração
escuras, dominantes, que, apesar de portanto, o inseticida que conferiu re- A migração é responsável pelo
serem mais robustas, eram elimina- sistência às moscas. fluxo gênico, que traz à população
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novos genes, contribuindo para au- Assim, a população A divide-se em A1 6. IRRADIAÇÃO


mentos da variabilidade genética. e A2 que migram para ambientes dife- ADAPTATIVA OU
• Hibridação rentes. Isoladas geograficamente e EVOLUÇÃO DIVERGENTE
Consiste no cruzamento entre submetidas a pressões seletivas dife-
popuIações com patrimônios gené- rentes, tais populações passam a cons- É o processo de evolução de uma
ticos diferentes, produzindo indiví- tituir raças geográficas ou subespécies. espécie ancestral em uma variedade
duos com alta variabilidade genética. 3.o estágio: com o passar do tem- de formas, que ocupam diferentes
• Oscilação genética po, aumenta a diferenciação genética ambientes. Em virtude da constante
Nas populações finitas, peque- entre A1 e A2, provocando o isola- competição por espaço e alimento,
nas, o equilíbrio de Hardy-Weinberg é mento reprodutivo. cada grupo de organismos tende a se
alterado pelo tamanho da população. 4.o estágio: as raças A1 e A2 expandir e ocupar diferentes
Se ocorrer mutação rara, o número de coexistem novamente na mesma re- ambientes por meio de novas carac-
portadores da mutação será baixo e, gião. Permanecendo distintas em ra- terísticas adquiridas. O conceito de
pela sua morte, desaparecerá da po- zão dos mecanismos de isolamento irradiação adaptativa, ou seja, evolu-
pulação. Poderá aparecer de novo reprodutivo, que as separam, A1 e A2 ção em várias direções, partindo de
quando e se ocorrer nova mutação. É são reconhecidas como espécies um ancestral comum, pode ser
a oscilação genética, que de- distintas. ilustrado pela estrutura dos membros
pende do fato de o gene ser favorável dos mamíferos. Assim, partindo de
ou não. um tipo primitivo, surgiram os voado-
É a oscilação genética que ex- res, nadadores, trepadores etc.
plica como os genes detrimentais
podem aumentar de frequência e, 7. CONVERGÊNCIA
como em índios, há frequências altas EVOLUTIVA OU EVO-
de tipos sanguíneos diferentes, de LUÇÃO CONVERGENTE
acordo com a tribo.
Consiste na semelhança entre
5. ESPECIAÇÃO organismos de origens diferentes
que, vivendo por muito tempo no
Consiste no processo de forma- mesmo ambiente, são submetidos às
ção de espécies e obedece aos mesmas pressões seletivas e acabam
seguintes estágios: por se assemelhar. É o caso da
1.o estágio: uma população A vive semelhança corpórea entre um ictios-
em um ambiente homogêneo. sauro, réptil fóssil, um peixe, o tuba-
2.o estágio: uma diferenciação rão, e um mamífero, o golfinho; no
ambiental provoca a migração da po- caso, trata-se de uma adaptação à
pulação para ambientes diferentes. Estágios da especiação. vida aquática.

MÓDULO 29 Engenharia Genética I


BIOLOGIA BDE

1. OS OBJETIVOS DA 2. AS ENZIMAS G A A T T C
ENGENHARIA GENÉTICA DE RESTRIÇÃO C T T A A G

As enzimas de restrição, G T C G A C
Utilizando complexas e modernas C A G C T G
técnicas de laboratório, a Engenharia também chamadas de endonucleases
Genética é capaz de: de restrição, atuam como “tesouras”, As enzimas de restrição cortam
dado que são capazes de reconhecer os palíndromos, produzindo pontas
• isolar um gene e determinar a e cortar seqüências curtas de DNA. desiguais, de acordo com o esquema
sequência de seus nucleotídeos; Produzidas pelas bactérias, as a seguir:
enzimas de restrição são usadas para
• juntar nucleotídeos e produzir destruir um DNA estranho que
um gene; penetra na célula trazido, por exem-
plo, por um bacteriófago. As enzimas
• alterar a sequência nucleotí- de restrição cortam o DNA nos cha-
dica de um gene, produzindo assim mados palíndromos. Chamamos
um gene mutante; palíndromo a uma sequência de ba-
ses que tem a mesma leitura nas duas
• introduzir no DNA de um vírus cadeias de DNA, mas em sentidos
ou de uma bactéria um gene extraído opostos. Observe alguns palín-
de outro organismo. dromos:
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É importante salientar que cada seguinte artifício: o plasmídeo-vetor um gene de um organismo para outro.
enzima de restrição reconhece uma sempre apresenta genes resistentes Transgênico é o organismo que re-
única e mesma sequência de bases a um determinado antibiótico, de mo- cebe o gene estranho e, consequen-
(palíndromo) em qualquer tipo de do que, quando cultivados em meio temente, tem o seu genótipo alterado.
DNA. contendo um antibiótico, apenas as
células portadoras do vetor sobre- 7. PLANTAS TRANSGÊNICAS
3. O DNA RECOMBINANTE vivem e se multiplicam.
O DNA recombinante é uma mo- A transferência de um gene de
lécula obtida, em laboratório, pela um organismo para outro é feita por
união de fragmentos de DNA deriva- um elemento conhecido por vetor. Na
dos de fontes biologicamente dife- obtenção de plantas transgênicas, o
rentes. vetor mais usado é a bactéria
Assim, fragmentos de DNA oriun- Agrobacterium tumefaciens, causa-
dos de genes diferentes e obtidos dora dos tumores de galha que ocor-
pela ação das enzimas de restrição rem nos vegetais.
são unidos pela ação da enzima, for- Quando um vegetal é infectado
mando a molécula do DNA recom- pelo Agrobacterium, o T-DNA, uma
binante. parte do plasmídeo, chamado Ti, é
Acompanhe o esquema a seguir: transferida para o DNA da planta.
Contendo genes para a produção dos
hormônios vegetais – auxina e citoci-
nina –, o T-DNA provoca um desequi-
líbrio no crescimento, originando o
tumor de galha.
A Engenharia Genética é capaz
de extrair genes do T-DNA e substi-
tuí-los por genes de outros organis-
mos. O gene estranho que é
incorporado ao genoma da bactéria
Clones de bactérias. pode ser transcrito e traduzido,
4. A CLONAGEM MOLECULAR determinando o seu caráter.
5. A ENGENHARIA
O processo de clonagem mole- BACTERIANA ❑ O milho transgênico
cular consiste em construir um DNA Um gene da bactéria Bacillus
Consiste na produção de bacté- thruringiensis, enxertado no genoma
recombinante que se replica, quando
rias capazes de realizar determinadas do milho, tornou a planta resistente ao
é introduzido numa célula bacteriana.
atividades ou produzir moléculas, co- ataque das lagartas que a parasitam.
Ao observarmos a estrutura de
mo hormônios, enzimas e antibióticos. No caso, o gene bacteriano produz
uma bactéria, notamos que, além do
Assim, foram obtidas bactérias uma proteína que mata as lagartas.
DNA existente no cromossomo único,
marinhas capazes de degradar pe-
aparece o plasmídeo, uma molécula
tróleo derramado nos mares.

BIOLOGIA BDE
circular de DNA que se replica e pas- ❑ A soja transgênica
Outras bactérias conseguem pro- A soja comum morre quando re-
sa para as células-filhas, quando a
duzir álcool etílico, usado como com- cebe uma aplicação de Roundup, um
bactéria se divide. O plasmídeo é ex-
bustível. O gene humano responsável dos herbicidas mais usados na agri-
traído da bactéria e cortado por meio
pela produção de insulina foi introdu- cultura. A soja transgênica incorpo-
de uma enzima de restrição. A seguir,
zido em bactérias, que passaram a rou um gene bacteriano que a tornou
com o auxílio do DNA-Iigase, o plas-
secretar esse hormônio, empregado resistente ao Roundup. Deste modo,
mídeo fragmentado é ligado a um
no tratamento dos diabéticos. quando o herbicida é aplicado, ape-
fragmento de DNA de outro orga-
A mesma técnica produziu bac- nas as ervas daninhas são des-
nismo, submetido à ação da mesma
térias que sintetizam somatotrofina truídas.
enzima de restrição. Forma-se desse
(hormônio de crescimento), interferon
modo um plasmídeo, chamado vetor,
(usado contra infecções e tumores), ❑ O arroz transgênico
constituído por um DNA recombinante.
vacina contra hepatite B e ativador do A cultura do arroz comum, cha-
Agora, o vetor é introduzido na célula
plasminogênio (dissolvente de coá- mado arroz branco, é infestada pelo
bacteriana, na qual se replica.
gulos sanguíneos). arroz vermelho, impróprio para o con-
Quando o vetor é colocado num
meio de cultura, ele não é absorvido sumo. Para acabar com o arroz ver-
6. TRANSGÊNESE
por todas as bactérias. Para selecio- melho, é necessário o uso do herbicida
nar as bactérias que o incorporaram, Chamamos transgênese ao pro- Liberty, que também mata o arroz bran-
os engenheiros genéticos utilizam o cesso que permite a transferência de co. Para solucionar o problema, os
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Ambientalistas e outros pesqui-


sadores que atacam a nova tecno-
logia afirmam que os produtos
transgênicos são perigosos. Na
verdade, ainda são desconhecidos os
efeitos dos alimentos geneticamente
modificados sobre a saúde humana e
o impacto que poderiam causar ao
meio ambiente.

9. USOS POTENCIAIS DA
ENGENHARIA GENÉTICA

• Identificação e função de genes


em animais e vegetais.

• Desenvolvimento de doenças
humanas em animais, facilitando o seu
estudo e a busca de novas terapias.

• Produção de proteínas de inte-


resse médico por meio dos animais
transgênicos.

• Desenvolvimento de animais
A formação do tumor de galha. transgênicos para doação de tecidos
ou órgãos para o transplante em hu-
cientistas retiraram do solo uma bacté- 8. CONFUSÃO TRANSGÊNICA manos.
ria (Streptomyces higroscopicus) que,
inserta no DNA do arroz branco, provo- O uso de produtos transgênicos • Desenvolvimento de vegetais
ca resistência ao Liberty. está causando polêmica entre produ- mais resistentes a pragas e de melhor
Os ambientalistas, principalmen- tores, ambientalistas e cientistas. As- qualidade.
te os europeus, condenam o uso de sim, produtores e cientistas
alimentos transgênicos, dado que há defensores da nova tecnologia dizem • Desenvolvimento de raças de
muitas dúvidas sobre efeitos dos que a soja transgênica, por exemplo, animais transgênicos de crescimento
transgênicos em longo prazo. vai aumentar a produtividade e bara- mais rápido e de melhor qualidade
tear os custos do produto. para o consumo.

MÓDULO 30 Engenharia Genética II


BIOLOGIA BDE

1. GENOMA 2. Identificar e mapear os genes 4. TRABALHO REALIZADO


da espécie humana. PELO PGH ATÉ O
Genoma é a totalidade do material MOMENTO
genético de um organismo. No caso 3. Armazenar essas informações
da espécie humana, é constituído em bancos de dados e torná-las Em fevereiro de 2001, o PGH, um
pelo DNA existente nos 46 cromos- acessíveis para novas pesquisas consórcio formado por 16 instituições
somos, contidos no núcleo da célula. biológicas. públicas de pesquisa, e a Celera
Genomics, uma empresa de biotec-
2. O PROJETO GENOMA nologia, conseguiram sequenciar 95%
3. MAPEAMENTO E do genoma humano, composto de 3
O Projeto Genoma (PGH) é um SEQUENCIAMENTO bilhões de pares de bases. Desse
empreendimento internacional, inicia- DO GENOMA total de bases, somente 10% formam
do em 1995, com os seguintes obje- os genes, ou seja, segmentos que co-
tivos: Mapear um cromossomo é loca- dificam proteínas. Os 90% restantes
lizar nele a posição dos genes e constituem o junk DNA (DNA-lixo), que
1. Determinar a sequência de ba- determinar a sequência das bases do não apresenta função conhecida,
ses químicas que compõem o DNA DNA que o constitui. sendo interpretado como um res-
humano. quício do processo evolutivo da espé-

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cie humana. O PGH concluiu que há RNA pré-mensageiro contendo éxons cas, chamadas de DNA repetitivo.
relativamente poucos genes – so- e íntrons. Ainda no interior do núcleo, O comprimento e o número dessas
mente 30 ou 40 mil. Estimativas ante- esse RNA sofre um processo de ma- repetições são idênticos para cada
riores indicavam de 60 a 100 mil genes. turação, no qual os íntrons são elimi- indivíduo.
nados, formando-se o RNA-m, que,
5. A ESTRUTURA DOS GENES no citoplasma, será usado na tradução.

Nas células procarióticas, cada 6. O TESTE DO DNA


gene contém uma sequência contínua
de nucleotídeos que codificam todos Trata-se do teste máximo de iden-
os aminoácidos de uma determinada tificação do DNA, usado, por exemplo,
proteína. Dessa sequência, sai o em criminologia para mostrar se o
RNA-m, que, no ribossoma, participa material genético existente em uma
da tradução, formando a proteína. gota de sangue, encontrada no local
Tal processo não ocorre com o do crime, coincide com o sangue de
gene dos eucarióticos, que apresenta um suspeito; também é utilizado em A → amostra de DNA obtida do sêmen co-
o DNA dividido em dois tipos de se- caso de paternidade duvidosa. lhido na vagina de uma mulher violentada.
quências: éxons e íntrons. Cha- A técnica de fingerprinting de B e C → amostras obtidas do sangue de
mamos éxons às sequências dois suspeitos. É evidente que B é o
DNA, descoberta pelo inglês Alec
criminoso.
codificantes que, posteriormente, Jeffreys em 1984, baseia-se no fato
serão traduzidas em proteínas. de que, ao lado das sequências de No DNA extraído do sangue,
Já os íntrons são as sequências nucleotídeos correspondentes aos sêmen ou qualquer outro tecido,
intervientes que não são tradu- genes conhecidos (muito semelhan- pode-se expressar, por meio de uma
zidas em proteínas. tes em todos os indivíduos normais), complicada técnica, o DNA repeti-
Na transcrição, o DNA produz um existem outras de sequências idênti- tivo, na forma de um código de bar-

BIOLOGIA BDE
O código genético da criança é uma combinação entre os códigos da mãe e do pai verdadeiro (o número 1).

O gene procariótico. DNA com 4 éxons e 3 íntrons.

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ras que é diferente para cada indi- Clonagem é o processo de for- 1. Óvulos não fecundados foram
víduo (exceto nos gêmeos univiteli- mação de clones. O fenômeno ocor- retirados de uma ovelha A.
nos). Em criminologia, faz-se uma re normalmente quando bactérias e 2. O núcleo do óvulo foi retirado e
comparação entre o fingerprinting de outros organismos unicelulares se guardado.
DNA obtido de células (sangue, sê- reproduzem por bipartição. 3. Células da glândula mamária
men, pelos etc.) advindas do crime de uma ovelha B, de 6 anos, foram
O processo de clonagem também
com o das células do suspeito. A extraídas e mantidas em um estado
ocorre na propagação de plantas por
coincidência dos padrões identifica o de dormência. Isto foi possível com a
criminoso. Nos casos de análise de meio de mudas. Às vezes, esse é o manutenção dessas células em meio
parentesco, leva-se em conta que me- único processo de multiplicação de de cultura com poucos nutrientes.
tade das bandas que constituem o uma espécie, como é o caso da 4. Os núcleos das células da
fingerprinting de um indivíduo é her- bananeira. Nos animais como o tatu, a glândula mamária foram extraídos e
dada da mãe, e a outra do pai. Ao se poliembrionia também produz clones. implantados no óvulo retirado da
comparar as bandas do filho com as Nesses animais, como sabemos, ovelha A.
de sua mãe, pode-se eliminar as que um zigoto pode se dividir, originando 5. A nova célula assim formada
são semelhantes, restando as que de 4 a 6 gêmeos univitelinos, todos iniciou o processo de divisão, origi-
foram herdadas do pai. Se todas as machos ou todas fêmeas. Na espécie nando um embrião, que foi implan-
bandas de origem paterna coinci- humana, nascem, diariamente, gê- tado no útero de uma ovelha C.
direm com o suposto pai, a identifi-
meos univitelinos, na proporção de 4
cação da paternidade será positiva.
por 1 000 nascimentos. Também são
chamados de monozigóticos, por
serem originados de 1 zigoto, ou
7. CLONAGEM idênticos, pelo fato de possuírem o
mesmo genótipo.
A palavra clone (do grego klon,
que significa “broto”) é usada para ❑ A clonagem da ovelha Dolly
designar um conjunto de indivíduos A clonagem da ovelha Dolly, de
que se originam de outros por repro- maneira simplificada, seguiu estas
dução assexuada. etapas: A clonagem de uma bactéria.
BIOLOGIA BDE

1. Os cientistas pegaram um 2. O DNA retirado de uma 3. Implantado em outra ove- 4. Geneticamente, Dolly era idênti-
óvulo comum de ovelha e es- célula da região mamária de lha, o embrião se desenvolveu ca à ovelha que forneceu o DNA.
vaziaram seu núcleo, a parte uma ovelha adulta foi implan- nor malmente. A fêmea pariu Ela tinha aparência normal e era
que contém todo o material tado no óvulo. O embrião foi Dolly em julho de 1997. capaz de se reproduzir da forma
genético do animal. gerado a partir desse encon- convencional.
Obs.: Em fevereiro de 2003, a ovelha
tro.
Dolly teve de ser sacrificada, em
razão de graves doenças.

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FRENTE 2 Biologia Animal

MÓDULO 28 Embriologia do Anfioxo

1. O ANFIOXO 4. BLÁSTULA 6. FORMAÇÃO DO


TUBO NEURAL (NÊURULA)
O anfioxo é um pequeno animal Consiste numa fase embrionária
de 5 a 8cm de comprimento, trans- típica em certos animais e de difícil re- Inicialmente, as células ectoblás-
parente e pisciforme. Na extremidade ticas dorsais do embrião tornam-se
conhecimento em outros. Caracteri-
anterior, há o rostro, abaixo do qual mais alongadas e passam a constituir
se encontra a abertura bucal, rodea- za-se, de um modo geral, pela forma
globosa e por apresentar uma única a placa neural. A seguir, a placa neu-
da de cirros. Há três aberturas no
animal: boca, atrióporo e ânus, deslo- camada de células (blastoderma), de- ral invagina-se e forma o sulco ou
cado para a esquerda. limitando uma cavidade completa- goteira neural. O sulco aprofunda-se,
Em razão da transparência, ob- mente fechada (blastocela). e seus bordos unem-se, transforman-
servam-se os músculos em forma de do-se no canal neural, sobre o qual se
V nos flancos do corpo. Também as refaz o ectoblasto. O tubo neural
gônadas se distinguem muito bem possui, no início, duas aberturas: o
pela transparência; estão localizadas neuróporo, anterior, em comunicação
na região ventral do corpo. com o meio externo, e o canal neuren-
térico, que se comunica com o
arquêntero. Posteriormente, ocorre o
fechamento das duas aberturas.
Corte da blástula de um anfioxo.
Orientando-se dorsal e longitudinal-
mente entre o ectoblasto e o endo-
5. GASTRULAÇÃO blasto, o canal neural transforma-se
no sistema nervoso central. A cons-
É o processo de formação da
Anfioxo – morfologia externa. tituição do canal é a mesma para os
gástrula, estágio embrionário que se
diversos vertebrados.
inicia a partir da blástula e se ca-
2. FASES DA SEGMENTAÇÃO racteriza pela existência de duas 7. FORMAÇÃO DO
camadas celulares. MESOBLASTO
Vamos tomar por base o desen-
No anfioxo, a gastrulação é feita E DA NOTOCORDA
volvimento do anfioxo, que apresenta
por embolia. É o tipo mais primitivo de
segmentação holoblástica igual.
gastrulação. O processo começa No teto do arquêntero, o meso-
Já aprendemos que, após a fe-
com um achatamento do polo vege- derma forma três evaginações: uma
cundação, a célula sofre sucessivas
tativo que, a seguir, invagina e pe- central, que formará a notocorda, e
divisões, passando por diferentes es-

BIOLOGIA BDE
netra na blastocela, aplicando-se duas laterais, que originarão o celo-
tágios de desenvolvimento.
contra a face interna do polo animal. ma. As duas vesículas laterais cons-
Já vimos a fase de mórula, que só
Neste tipo de gastrulação, a blasto- tituem os somitos. Em cada um dos
ocorre na segmentação holoblástica
cela vai diminuindo progressivamente, somitos, a parede é chamada de me-
igual, e a fase de blástula.
chegando a ser apenas virtual quando soblasto ou mesoderma, enquanto a
as duas camadas celulares se encos- cavidade central representa o celoma.
3. MÓRULA tam. Do outro lado, forma-se pela A evaginação longitudinal media-
invaginação uma nova cavidade, o na transforma-se na notocorda ou
Constitui a forma embrionária en- arquêntero ou intestino primitivo, que corda dorsal, um eixo de sustentação
contrada após sucessivas divisões se comunica com o exterior através que caracteriza todo embrião de
celulares. Caracteriza-se, fundamen- de uma abertura chamada blastó- animal cordado. Cortado transversal-
talmente, pela forma esférica e por poro. Cortada longitudinalmente, a mente, o embrião apresenta, nesta
apresentar-se maci- gástrula aparece constituída por fase, as seguintes estruturas:
ça, isto é, composta dupla camada celular. A parede ex- 1 – Três folhetos germinativos: ec-
inteiramente de célu- terna é o ectoderma ou ectoblasto, e toderma, endoderma e meso-
las embrionárias. Só a interna, que reveste o arquêntero, é derma.
aparece no tipo de o mesentoderma, que irá formar o 2 – Tubo neural.
segmentação holo- endoblasto ou endoderma e o meso- 3 – Notocorda.
Mórula. blástica igual. blasto ou mesoderma. 4 – Intestino primitivo.

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8. EVOLUÇÃO DOS FOLHETOS No epiblasto, destacam-se os pla- miótomo e dermátomo, que formam,
coides sensoriais, que migram em respectivamente, o esqueleto axial, os
De cada um dos três folhetos ger- profundidade e originam as vesículas músculos estriados e a derme.
minativos – ectoderma, endoderma e olfativas, as auditivas, os cristalinos, O mesômero, situado entre o epí-
mesoderma –, derivam todas as es- os lobos anterior e intermediário da mero e o hipômero, é responsável
truturas dos animais, por meio de um hipófise. pela gênese do sistema urogenital,
processo denominado organogênese. Do neuroblasto derivam o encé- constituído por rins e gônadas.
Explicaremos, a seguir, os folhetos e as falo e a medula, que constituem o O hipômero limita o celoma e
principais estruturas deles derivadas. sistema nervoso central (SNC). apresenta duas lâminas: a somato-
pleura, colada ao ectoblasto, e a es-
9. ECTOBLASTO 10. MESOBLASTO plancnopleura, em contato com o
endoblasto.
O ectoblasto divide-se em dois O mesoblasto divide-se em três
A somatopleura dá origem aos
elementos: o epiblasto e o neuroblasto. partes: epímero (dorsal), mesômero
músculos viscerais, ao pericárdio (te-
O epiblasto origina a epiderme e (central) e hipômero (ventral).
cido que envolve o coração) e aos
os anexos epidérmicos, como glându- O epímero também se divide e
ossos e músculos dos apêndices
las, pelos, penas, garras, escamas etc. origina três estruturas: esclerótomo,
locomotores, braços e pernas.
A esplancnopleura origina os
músculos lisos, o miocárdio (muscula-
tura do coração), o endocárdio
(tecido que recobre internamente o
coração) e o endotélio (camada
celular que reveste internamente os
vasos sanguíneos).

11. ENDOBLASTO
A formação do mesoderma.
O endoblasto dá origem a dife-
rentes partes do tubo digestório e de
suas glândulas anexas, tais como o
fígado e o pâncreas. Os pulmões e a
traqueia são igualmente de origem
endodérmica.
O endoblasto só constitui o epi-
télio pulmonar interno, sendo o estro-
ma dos pulmões e a parede da
traqueia provenientes do mesoblasto.
Desenvolvimento do mesoderma e da notocorda. Também no caso do tubo digestório,
o endoblasto só forma a parte
epitelial, sendo a musculatura ori-
ginada do mesoblasto.
BIOLOGIA BDE

Veja o diagrama abaixo mostran-


do os três folhetos embrionários de
um embrião típico de vertebrados e
algumas das estruturas que eles
originam.

A formação do tubo neural.

Corte transversal
de um embrião de cordado.
Gastrulação em anfioxo.
164 –
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MÓDULO 29 Os Anexos Embrionários

1. GENERALIDADES 3. ÂMNIO E CÓRIO cem as dobras para formar, respecti-


vamente, o âmnio e o saco vitelínico, a
À custa de porções dos folhetos O âmnio e o cório são anexos parte posterior do intestino começa a
germinativos não utilizados na forma- embrionários encontrados em répteis, formar uma evaginação ou divertículo.
ção do embrião, constituem-se os aves e mamíferos. Observaremos o Introduzindo-se no celoma
anexos embrionários, que posterior- desenvolvimento no embrião de aves. extraembrionário, ele cresce até
mente se atrofiam com o desenvol- Inicialmente, notamos o aparecimen- atingir o cório, contra o qual se aplica,
vimento embrionário ou então são to de duas dobras amnióticas: a cefá- havendo fusão das lâminas meso-
expulsos com o nascimento do lica e a caudal, formadas por blásticas. A alantoide diferencia-se
animal. ectoderma e somatopleura. rapidamente num importante órgão
A dobra cefálica começa adiante embrionário, com o aparecimento de
Os anexos embrionários servem
da cabeça e progride para trás, reco- vasos sanguíneos no mesoblasto
para nutrição, proteção, respiração,
brindo o embrião como um capuz. A visceral que o reveste. O oxigênio que
excreção e outras funções neces-
dobra caudal forma-se posterior- passa através da casca porosa do
sárias ao desenvolvimento embrioná- mente e cresce para a frente. ovo fixa-se nos glóbulos vermelhos
rio. Como anexos, encontramos saco As duas dobras vão ao encontro que circulam nos vasos da alantoide,
vitelínico, alantoide, âmnio, cório e uma da outra e fundem-se sobre o pelos quais é transportado ao em-
placenta. embrião. brião. De maneira inversa, é eliminado
O resultado é a formação de duas o gás carbônico. Outra importante
2. O SACO VITELÍNICO paredes: uma externa, chamada có- função da alantoide é a excreção. O
rio ou serosa de Von Baer, e outra rim embrionário abre-se na porção
É o único anexo embrionário que interna, o âmnio. Este constitui a ca- terminal do intestino através dos ca-
aparece nos peixes e anfíbios, nos vidade amniótica, que se enche de lí- nais uriníferos. A urina, em vez de ser
quais a fecundação é externa, de quido e envolve o embrião. No interior expulsa para o exterior, acumula-se na
maneira que o embrião se desenvolve do líquido, o embrião apresenta, em cavidade alantoidiana durante a vida
na água, encontrando proteção intervalos irregulares, movimentos embrionária.
contra choques e desidratação, ao espasmódicos. No mesoblasto do A alantoide ainda absorve parte
mesmo tempo em que realiza com o saco amniótico, aparecem fibras mus- dos sais de cálcio da casca do ovo.
meio trocas respiratórias e eliminação culares que, por suas contrações Essas substâncias serão utilizadas na
de catabólitos. Acompanharemos a peristálticas, mantêm o embrião em construção do esqueleto. Por outro
constante movimento. O líquido am- lado, a absorção de cálcio torna a cas-
evolução do saco vitelínico no
niótico impede a dessecação do em- ca mais frágil, facilitando a eclosão.
embrião de peixe. O ovo é telolécito
brião. Nos mamíferos, o âmnio
com diferenciação polar completa. A protege o organismo embrionário
cicatrícula produz o embrião, que, 5. A ESTRUTURA
contra os choques do organismo
durante o desenvolvimento, se eleva DA PLACENTA
materno e as contrações uterinas da
na superfície do vitelo, ao mesmo gravidez. Na espécie humana, con-
tempo em que dobras do ectoblasto, No embrião dos mamíferos, há os
tém meio litro de água no fim da gra-
seguintes anexos embrionários:

BIOLOGIA BDE
mesoblasto e endoblasto crescem em videz e é vulgarmente chamado de
torno do vitelo, terminando por en- âmnio, cório, alantoide, saco vitelínico
bolsa-d’água, rompendo-se no início
volvê-lo completamente. Forma-se, e placenta. O anexo mais importante
do parto.
é a placenta, constituída por duas
deste modo, a vesícula ou saco vite-
partes: materna e fetal.
línico, que se une ao embrião através
A parte materna é representada
de um curto pedúnculo.
pelo endométrio, a parede interna do
As substâncias nutritivas são útero que será expulsa, com o feto, no
gradualmente transportadas ao em- momento do parto. A parte fetal é
brião através de uma rede de vasos constituída pelo cório, que gera uma
sanguíneos que se formam na parede série de expansões, as vilosidades
do saco vitelínico. coriônicas, que se insinuam na
Nos anfíbios, não se forma um parede uterina. A placenta é um
saco vitelínico típico. A pequena Embrião de ave ou réptil órgão ricamente vascularizado, isto é,
quantidade de vitelo que os anfíbios com anexos embrionários. (A linha provido de muitos vasos sanguíneos –
apresentam é envolvida pela parede pontilhada representa o mesoderma.) alguns da mãe, no endométrio, e
ventral do embrião durante a gas- outros do feto, nas vilosidades coriô-
4. ALANTOIDE
trulação. Desse modo, o saco vitelíni- nicas. Entre a placenta e o embrião,
co se restringe apenas a uma Observaremos a evolução do anexo forma-se o cordão umbilical; pelo seu
dilatação da parte ventral do embrião. no embrião de ave. Enquanto apare- interior, circulam duas artérias e uma

– 165
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veia. As artérias conduzem o sangue do embrião, além de efetuar trocas mento, hormônios e anticorpos. Do
venoso do feto para a placenta, respiratórias e a excreção. Pela estru- feto para a mãe, passam, principal-
enquanto a veia transporta o sangue tura da placenta, observa-se que o mente, gás carbônico e excretas. A
arterial em sentido oposto. sangue da mãe não se mistura com o placenta tem ainda função endócrina,
do feto; apenas os vasos de ambos produzindo a progesterona e a
6. AS FUNÇÕES DA PLACENTA se situam muito próximos e trocam gonadotrofina coriônica, hormônios
substâncias entre si. Assim, a mãe relacionados com a gestação.
A placenta assegura a nutrição envia ao feto: oxigênio, água, ali-

MÓDULO 30 As Vitaminas

1. CONCEITO (ofuscamento), xeroftalmia (ulceração • Carência


da córnea) e baixa resistência às in- A carência acarreta degeneração
Vitaminas são compostos orgâni- fecções. muscular.
cos que atuam como coenzimas, ou
seja, ativando as enzimas responsá- • Fontes • Fontes
veis pelo metabolismo celular. As principais fontes de vitamina A Os alimentos mais ricos em vita-
Agem em pequenas quantidades, são alimentos de origem animal, mina E são os óleos vegetais, as hor-
sendo obtidas por meio dos ali- como leite, manteiga, queijos, gema taliças verdes, ovos, carnes e peixes.
mentos. de ovo, fígado e óleo de fígado de
peixes. Os melhores fornecedores de ❑ Vitamina K
2. AVITAMINOSES caroteno são os vegetais verdes e • Funções
amarelos, como cenoura, milho, É a vitamina anti-hemorrágica que
Chamamos de avitaminoses ou agrião, couve, alface e espinafre. atua na coagulação sanguínea,
doenças de carência as enfermida- favorecendo a síntese de protrom-
des causadas pela falta de certas vi- bina.
taminas. Assim, por exemplo, são ❑ Vitamina D
avitaminoses: nictalopia, raquitismo e • Carência
escorbuto. • Funções
A carência provoca o retardamen-
Trata-se do calciferol ou vitami-
to da coagulação do sangue e
3. CLASSIFICAÇÃO na antirraquítica, cuja função é a
consequente hemorragia.
perfeita calcificação dos ossos e den-
As vitaminas são classificadas em tes. É ingerida na forma de provi-
• Fontes
dois grupos: tamina D que se transforma em D, na
Couve, espinafre, cenoura, ervi-
a) lipossolúveis (A, D, E e K), que pele, pela ação dos raios UV.
lha, tomates, fígado, ovos e leite.
se dissolvem apenas em óleos e gor-
duras; • Carência
A avitaminose provoca o raquitis- 5. VITAMINAS
b) hidrossolúveis (C e complexo
mo na infância, a osteomalácia (amo- HIDROSSOLÚVEIS
B), que se dissolvem em água.
lecimento geral do esqueleto) no
BIOLOGIA BDE

adulto e a osteoporose (ossos que- São as vitaminas C e o complexo


4. VITAMINAS B, que agrupa uma série de vitami-
LIPOSSOLÚVEIS bradiços) no idoso.
nas, não porque sejam similares na
• Fontes composição química ou nos efeitos,
❑ Vitamina A mas porque tendem a ocorrer juntas.
• Funções As fontes alimentares são os
Classifica-se em: retinol, encon- óleos de fígado de peixes (bacalhau,
atum e cação), leite, fígado, manteiga ❑ Vitamina B1
trado nos alimentos de origem animal
e ovo. • Funções
(manteiga, ovos e óleo de fígado de
É a tiamina ou aneurina, que
peixe), e provitamina A ou β-ca- atua como enzima no metabolismo
roteno, produzida pelos vegetais. É ❑ Vitamina E dos açúcares, permitindo a liberação
uma vitamina indispensável para a de energia necessária às atividades
visão, especialmente noturna, bem • Funções vitais. É conhecida como “vitamina da
como para a regeneração dos epité- É também chamada de tocofe- disposição”, graças aos efeitos bené-
lios (pele e mucosas). rol ou vitamina antiestéril, porque ficos sobre a disposição mental.
provoca, na sua ausência, esterili-
• Carência dade em ratos. No homem, tem ação • Carência
A avitaminose provoca nictalopia antioxidante, evitando a oxidação de A avitaminose produz o beribéri,
(cegueira noturna), hemeralopia compostos celulares. uma polineurite generalizada.
166 –
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• Fontes ❑ Vitamina B5 • Carência


A fonte mais rica é o lêvedo de • Funções Na ausência dessa vitamina,
cerveja. Também aparece na carne, É o ácido pantotênico, um cons- ocorre a anemia perniciosa.
fígado, ovos, cereais (arroz e trigo) e tituinte da coenzima A atuante no me-
frutas (maçã, pera, ameixa, pêssego tabolismo dos carboidratos, gordura e • Fontes
e banana). proteínas e na transferência de energia. Fígado, carne bovina e suína, lei-
Contribui para a formação de células, te, queijo e ovo.

❑ Vitamina B2 mantendo o crescimento normal, e


para o desenvolvimento do SNC. ❑ Vitamina H
• Funções
É conhecida como riboflavina,
• Carência
uma constituinte das flavoproteínas • Funções
A deficiência causa hipoglicemia,
(FAD), coenzimas que atuam como Quimicamente é a biotina, sin-
dermatite, perturbações gástricas,
transportadoras de elétrons no pro- tetizada pelas bactérias e necessária
alopecia (queda de pelos e cabelos).
cesso respiratório. para a manutenção da pele e das
mucosas.
• Carência • Fontes
A carência acarreta a glossite (in- Lêvedo, cereais, legumes, mús-
• Carência
flamação da língua) e a queilose (fis- culos e ovo.
A carência provoca dermatite.
suras nos cantos dos lábios).
❑ Vitamina B6 • Fontes
• Fontes • Funções Lêvedo, legumes, leite, carne e
Lêvedo, leite, fígado, rim, queijo, Trata-se da piridoxina, que en- peixes do mar.
verduras e peixes. tra na constituição química das tran-
saminases, enzimas atuantes na
formação de aminoácidos. ❑ Vitamina C
❑ Vitamina B3 • Funções
• Funções • Carência É conhecida como ácido as-
É a niacina ou nicotinamida A falta produz a acrodínia, doen- córbico. Atua nos processos imuno-
ou ácido nicotínico, constituinte do ça que se caracteriza pelas inflama- lógicos, estimulando a produção de
NAD e do NADP, substâncias funda- ções das extremidades do corpo anticorpos, e na prevenção de res-
mentais na bioenergética celular. (mãos e pés), convulsões e hiperirrita- friados.
bilidade.
• Carência • Carência
A avitaminose produz a pelagra • Fontes A avitaminose determina o escor-
(pele áspera), enfermidade que se Lêvedo, trigo, fígado, rim, cora- buto, moléstia que se manifesta por
caracteriza por dermatite, diarreia e ção, leite, ovo, carne e legumes. fraqueza, dores musculares e sangra-
demência; por essa razão, também é mento das gengivas.
conhecida como doença dos três Ds. ❑ Vitamina B12
• Funções • Fontes
• Fontes É a cianocobalamina, uma vi- As melhores fontes são as frutas

BIOLOGIA BDE
As melhores fontes são lêvedo, tamina que contém cobalto e atua na (laranja, limão, caju, goiaba e abaca-
fígado, carne (boi, vitela e porco), formação de hemácias, prevenindo a xi) e verduras (agrião e repolho)
aves e peixes. anemia. cruas.

SAIBA QUE:

• Nossa vida depende das vitaminas que extraímos dos alimentos ou dos suplementos dietéticos que
ingerimos.
• As vitaminas não são comprimidos energizantes nem substituem os alimentos.
• As vitaminas regulam o metabolismo por meio dos sistemas enzimáticos.
• A falta de uma única vitamina pode colocar em risco todo o organismo.
• O fígado é o principal órgão de armazenamento das vitaminas lipossolúveis.
• As vitaminas não funcionam nem podem ser assimiladas sem a ajuda dos minerais.
• Os minerais mais importantes são cálcio, iodo, ferro, magnésio, fósforo, selênio e zinco.
• As vitaminas podem durar de dois a três anos num recipiente bem vedado.

– 167
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FRENTE 3 Ecologia

MÓDULO 28 Relações Desarmônicas entre os Seres Vivos


As relações desarmônicas se ca- competição interespecífica, predatis- Um interessantíssimo exemplo de
racterizam por beneficiarem um dos mo, amensalismo e parasitismo. mimetismo é dado pelo camaleão, um
associados e prejudicarem o outro. réptil provido de cromatóforos, célu-
Tais relações também podem ser ❑ Competição las pigmentadas que permitem uma
intraespecíficas e interespecíficas. interespecífica variação na coloração do corpo. As-
A competição entre espécies sim, tal animal é capaz de mudar sua
diferentes se estabelece quando tais cor em conformidade com o ambiente
1. RELAÇÕES
espécies possuem o mesmo habitat e em que é colocado. Tal fenômeno é
INTRAESPECÍFICAS
o mesmo nicho ecológico. É o caso designado homocromia.
OU HOMOTÍPICAS
de cobras, corujas e gaviões, que
vivem na mesma região e atacam ❑ Amensalismo
São as que ocorrem entre indi- pequenos roedores. Amensalismo é um tipo de asso-
víduos da mesma espécie, como é o ciação na qual uma espécie, chama-
caso da competição intraespecífica e ❑ Predatismo da amensal, é inibida no cresci-
do canibalismo. Predador é o indivíduo que ataca mento ou na reprodução por substân-
e devora outro, chamado presa, per- cias secretadas por outra espécie,
❑ Competição tencente a uma espécie diferente. Os denominada inibidora.
intraespecífica predadores são, geralmente, maiores A relação pode ser exemplificada
É a relação que se estabelece e menos numerosos que suas presas, pelos flagelados Gonyaulax, causa-
entre os indivíduos da mesma espé- sendo exemplificados pelos animais dores das marés vermelhas. Em tal
cie, quando concorrem pelos mes- carnívoros. caso, os flagelados eliminam toxinas
mos fatores ambientais, principal- Tanto os predadores quanto as que provocam a morte da fauna
mente espaço e alimento. presas apresentam adaptações para
marinha.
ataque e defesa. Daremos especial
Outro caso é representado pelos
❑ Canibalismo destaque para a adaptação desig-
fungos que produzem antibióticos,
Canibal é o indivíduo que mata e nada mimetismo.
impedindo o desenvolvimento de
come o outro da mesma espécie. Através do mimetismo os animais,
bactérias.
O canibalismo pode ocorrer entre pela cor ou forma, assemelham-se ao
ratos, quando existe falta de espaço. meio ambiente, com o qual se confun- ❑ Parasitismo
dem. Tanto as presas como os preda- Nesse caso, uma das espécies,
2. RELAÇÕES dores procuram esconder-se: os pri- chamada parasita, vive na superfí-
INTERESPECÍFICAS meiros a fim de não serem persegui- cie ou interior de outra, designada
OU HETEROTÍPICAS dos; os segundos para não serem hospedeiro. O parasita alimenta-se
BIOLOGIA BDE

descobertos. Assim, numerosos inse- a partir do hospedeiro, podendo até


Acontecem entre indivíduos de tos que habitam a vegetação possuem matá-lo. Os exemplos são numerosos
espécies diferentes e compreendem: cor verde. e estudados na Zoologia.
RELAÇÕES DESARMÔNICAS HETEROTÍPICAS
ESPÉCIES REUNIDAS ESPÉCIES SEPARADAS
TIPOS Espécie Espécie Espécie Espécie
A B A B
COMPETIÇÃO – – 0 0
PREDATISMO
+ – – 0
(A predador de B)
PARASITISMO
+ – – 0
(A parasita de B)
AMENSALISMO
– 0 0 0
(A amensal de B)
0: as espécies não são afetadas em seu desenvolvimento.
+: o desenvolvimento da espécie torna-se possível ou é melhorado.
–: o desenvolvimento da espécie é reduzido ou torna-se impossível.

168 –
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MÓDULOS 29 e 30 A Poluição Ambiental

1. CONCEITO DE POLUIÇÃO ❑ Compostos nitrogenados ❑ A chuva ácida


O dióxido de nitrogênio (NO2) é o A atividade industrial e o uso de
Existe, na natureza, um equilí- poluente produzido pelas descargas automóveis provocam, por meio da
brio biológico entre todos os seres dos motores de automóveis, especial- combustão de carvão mineral, petró-
vivos. Nesse sistema em equilíbrio, os mente os movidos a óleo diesel e leo e derivados, emissão de poluen-
organismos produzem substâncias gasolina. Os óxidos de nitrogênio cons- tes, especialmente os dióxidos de
que são úteis para outros organismos tituem a névoa seca (smog fotoquímico) enxofre e nitrogênio. Na atmosfera,
e assim sucessivamente. que se forma sobre as grandes cidades esses poluentes em contato com o
A poluição vai existir toda vez que por ação das radiações solares sobre vapor de água produzem os ácidos
os resíduos produzidos pelos orga- os gases expelidos pelos veículos auto- sulfúrico e nítrico, que se precipitam
nismos não puderem ser absorvidos motores. É tóxico para as vias res- na forma de neve ou chuva.
pelo ecossistema, o que acaba provo- piratórias, provocando uma grave Essa chuva ou neve, contendo áci-
cando alterações na sobrevivência das doença, o enfisema pulmonar. Reduz a dos, provoca erosão de prédios, monu-
espécies. fotossíntese nas plantas e danifica as mentos, além da destruição de florestas
A poluição pode ser entendida pinturas, alterando as tintas. e, consequentemente, da fauna.
ainda como qualquer alteração do
equilíbrio ecológico existente. ❑ Monóxido de carbono ❑ Efeito estufa
A poluição é essencialmente O monóxido de carbono é o po- O efeito estufa é um fenômeno
produzida pelo homem e está direta- luente que aparece em menor quan- natural, sem o qual a Terra seria ina-
mente relacionada com a concentra- tidade no ar das grandes cidades. bitável. Em condições normais, esse
ção das populações. Assim, quanto Tem origem, principalmente, na com- fenômeno mantém o planeta aque-
maior for o aglomerado humano, mais bustão do petróleo e do carvão. cido. Ele é provocado por gases, es-
intensa será a poluição. No sangue humano, existe a he- pecialmente o gás carbônico (CO2),
Os agentes poluentes são os moglobina, um pigmento que, nos cujo efeito é comparável ao do vidro
mais variáveis possíveis e são capa- pulmões, se combina com o oxigênio das estufas, que deixa entrar os raios
zes de alterar a água, o ar, o solo etc. e, assim, é transportado para as cé- de sol, mas impede que o excesso de
lulas. O monóxido de carbono (CO) calor seja irradiado de volta para o
pode reagir com a hemoglobina, espaço. No efeito estufa, o vidro é
2. A POLUIÇÃO DO AR
substituindo o oxigênio; tal fato pro- substituído pelos gases que absor-
voca a morte por asfixia: muitas pes- vem a radiação infravermelha. Sem a
A poluição do ar é causada princi-
soas já morreram asfixiadas em camada de gases, a radiação infra-
palmente por compostos sulfurosos,
garagens fechadas com automóveis vermelha seria irradiada para o espa-
nitrogenados e monóxido de carbono.
em funcionamento. Seriam medidas ço e a Terra teria uma temperatura de
eficientes, no combate ao problema, – 50°C, ou seja, seria um planeta
❑ Compostos sulfurosos
a regulação de motores e, principal- gelado. A energia solar atinge a Terra
Os compostos sulfurosos são re-
mente, a diminuição do número de e é distribuída na superfície. O calor
presentados principalmente pelo dió-
automóveis circulantes. sobe novamente, mas os gases ab-

BIOLOGIA BDE
xido de enxofre (SO2) e pelo gás
sulfídrico (H2S), encontrados em con-
centrações variáveis no ar das gran-
des cidades. O dióxido de enxofre é
formado principalmente pela combus-
tão dos derivados de petróleo e do
carvão mineral.
Esse composto provoca problemas
no sistema respiratório e é causa de
bronquites e distúrbios como o enfise-
ma pulmonar. No ar, o dióxido de en-
xofre pode ser transformado em
trióxido de enxofre, que, para as vias
respiratórias, é ainda mais irritante que
o primeiro. Os vegetais são mais
sensíveis aos óxidos de enxofre; suas
folhas amarelecem e, em concentra-
ções maiores, chegam mesmo a
morrer.

– 169
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sorvedores do infravermelho refletem ❑ A camada de ozônio tidade de radiação ultravioleta. Entre


parte dessa energia, fazendo-a voltar O sol produz a chamada radiação os efeitos dessa radiação, aparecem:
à superfície. ultravioleta, que é perigosa para os câncer de pele, catarata, redução de
Além do gás carbônico, respon- seres vivos. O ozônio (O3) é um gás resistência a infecções, redução das
sável por 50% do efeito estufa, outros que forma, na atmosfera, um filtro colheitas. Esse é um dos grandes pro-
gases desempenham o mesmo papel. natural que impede a passagem da blemas ecológicos da atualidade,
Entre eles, citam-se os clorofluor- radiação ultravioleta. alvo de intensa campanha em prol de
carbonetos (20%), o metano (18%), os Se a camada de ozônio fosse sua preservação, já que sua destrui-
óxidos de nitrogênio (10%) e outros. destruída, a vida na Terra estaria se- ção ameaça a natureza como um
A concentração desses gases na riamente ameaçada. Mas, apesar da todo.
atmosfera está aumentando, em gravidade da ameaça, a camada de
razão principalmente da queima de ozônio vem sendo constantemente
combustíveis e de madeira, retendo agredida. Por exemplo, aeronaves su-
mais raios infravermelhos e elevando persônicas, que voam na estratosfera,
a temperatura terrestre. Isso pode liberam gases que podem reagir com
acrescentar 2°C a 4°C na temperatura o ozônio, destruindo-o.
nos próximos setenta anos. Entre os principais destruidores
As consequências previstas são da camada de ozônio, estão os clo-
catastróficas. Existe o risco de as ca- rofluorcarbonetos (CFCs), usados em
lotas polares se derreterem e ocasio- ciclos de refrigeração e nas emba-
narem um aumento no nível dos lagens do tipo aerossol.
mares. Mudarão também a circulação O CFC passou a ser usado por
atmosférica e o regime das chuvas. ser de pequeno custo, não inflamá-
vel, de baixa toxicidade e bastante
estávell, quer dizer, não se decom-
❑ A inversão térmica põe com facilidade, permanecen-
A inversão térmica é um fenô- do como é por mais de 150 anos.
meno que acontece no frio e agrava a Os CFCs sobem lentamente e
poluição atmosférica. Em condições alcançam altitudes de até 50 mil me-
normais, o solo é aquecido pela tros. É nesse ponto que, submetidas
radiação solar e, por sua vez, aquece às radiações ultravioleta, as molécu-
as camadas de ar com as quais está las de CFC são quebradas, liberando 3. A POLUIÇÃO DAS ÁGUAS
em contato. O ar aquecido, pouco o átomo de cloro. Este reage com o A poluição das águas constitui
denso, sobe para a atmosfera e dis- ozônio (O3), transformando-o em oxi- um dos mais sérios problemas ecoló-
persa os poluentes. No inverno, pode gênio molecular (O2). Sabe-se que cada gicos da atualidade.
ocorrer um rápido resfriamento do so- átomo de cloro liberado na atmosfera As fontes de poluição da água de-
lo e, consequentemente, do ar. destrói cerca de 100 mil moléculas de correm, principalmente, da atividade
Em tais condições, o ar frio, que ozônio. humana; esgotos domésticos e dejetos
é mais denso, não sobe e retém os Em 1985, foi observado por cien- industriais são alguns exemplos.
poluentes. Nas grandes cidades, o fe- tistas britânicos trabalhando na Antár-
BIOLOGIA BDE

nômeno da inversão térmica pode tida um enorme buraco na camada de ❑ O lançamento de


levar as autoridades a decretar ozônio que envolve a Terra. esgoto nos rios e lagos
estado de emergência, com a proibi- À medida que a camada de ozô- O material orgânico existente no
ção do funcionamento de indústrias e nio vai sendo destruída, a superfície esgoto serve de alimento para as bac-
circulação de automóveis. da Terra passa a receber maior quan- térias decompositoras.

Emissão de gases poluidores que aquecem a atmosfera

Gás Óxido de
Setor carbônico CFCs Metano Outros TOTAL
nitrogênio

Energia 35% – 4% 4% 6% 49%

Desmatamento 10% – 4% – – 14%

Agricultura 3% – 8% 2% – 13%

Indústria 2% 20% – – 2% 24%

Participação no efeito estufa 50% 20% 16% 6% 8% 100%

170 –
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Saliente-se que a bactéria é um ❑ Poluição por a decomposição, fenômeno fundamen-


organismo unicelular que se divide a fosfatos e nitratos tal para qualquer ambiente. Os fosfatos
cada vinte minutos. Graças a tão ele- Os adubos e fertilizantes usados são encontrados na maior parte dos
vada capacidade reprodutiva, a po- na agricultura contêm grandes con- detergentes e, como já vimos, provo-
pulação de bactérias aeróbias, que centrações de nitrogênio e fósforo. cam a eutroficação.
utilizam oxigênio para a respiração, Esses poluentes orgânicos consti- A poluição por óleo é feita, prin-
multiplica-se rapidamente, e esse au- tuem nutrientes para as plantas aquá- cipalmente, pelos navios petroleiros
mento excessivo de bactérias pro- ticas, especialmente as algas, que por ocasião da lavagem de seus tan-
voca a diminuição da quantidade de transformam a água em algo seme- ques. O óleo forma, na superfície da
oxigênio dissolvido na água. lhante a um caldo verde (um fenô- água, uma película impermeabilizan-
A falta de oxigênio acarreta a meno também chamado de “floração te que impede a troca de oxigênio e
morte de outros organismos aquáti- das águas”). gás carbônico entre a água e a
cos. Sendo organismos maiores, os Em alguns casos, toda a superfí- atmosfera. Isso provoca a asfixia dos
peixes necessitam de mais oxigênio cie é recoberta por um “tapete”, for- animais e impede a realização da
para a respiração. Por isso, são eles mado pelo entrelaçamento de algas fotossíntese por parte dos vegetais do
os primeiros organismos a morrer por filamentosas. Com isso, ocorre a deso- plâncton.
asfixia. xigenação (falta de oxigênio) da água. Outra forma de poluição por meio de
Finalmente, a quantidade de oxi- Pode parecer incoerente, afinal as resíduos não degradáveis é o caso dos
gênio se reduz a tal ponto que só as algas são seres que produzem o metais pesados (chumbo, alumínio, zin-
bactérias anaeróbias podem viver oxigênio durante a fotossíntese. As- co e mercúrio), entre outros que se de-
naquele ambiente. Estas não neces- sim, a quantidade de oxigênio deve- positam nos seres vivos, intoxicando-os.
sitam de oxigênio para a respiração e, ria aumentar, e não diminuir. Milhares de peixes morrem nos rios,
além disso, eliminam substâncias De fato, as algas liberam o oxigê- em virtude da aplicação de substâncias,
como o gás sulfídrico, que tem cheiro nio, mas o tapete superficial que elas como, por exemplo, sulfato de cobre.
típico, como de ovos podres. Daí o formam faz com que boa parte desse Usada como fungicida, tal subs-
odor insuportável em tais ambientes gás seja liberada para a atmosfera, tância, aplicada às lavouras, atinge os
aquáticos. sem se dissolver na água. Além disso, rios, intoxicando os peixes.
Em São Paulo, tal fato é verifi- a camada superficial de algas dificulta Os outros metais, como o mercú-
cado, tristemente, nos seus três prin- a penetração de luz. Isso impossibilita rio, sofrem efeito cumulativo ao longo
cipais rios: Tietê, Tamanduateí e a fotossíntese nas zonas inferiores, das cadeias alimentares. Esse metal,
Pinheiros. A situação é tão alarmante reduzindo a produção de oxigênio e altamente tóxico, é usado na garimpa-
que tais rios são designados como causando a morte de vegetais. gem do ouro. O cascalho, retirado do
“esgotos a céu aberto”. A decomposição dos vegetais rio, é misturado ao mercúrio. O ouro
Antes de ser despejado nos rios mortos aumenta o consumo de oxi- em pó, existente no cascalho,
ou nos mares, o esgoto deve ser tra- gênio, agravando ainda mais a deso- aglutina-se ao mercúrio. A seguir, a
tado, passando por um processo xigenação das águas. mistura mercúrio-ouro é aquecida
que elimina as substâncias tóxicas e para a separação dos dois metais.
os agentes causadores de doenças. ❑ Poluição por resíduos Durante o processo, a maior parte do
não biodegradáveis mercúrio evapora; o resto acaba
Todos os compostos orgânicos sendo atirado nos rios e absorvido

BIOLOGIA BDE
❑ Eutroficação são biodegradáveis, ou seja, podem pela cadeia alimentar.
É o aumento de nutrientes em ser decompostos pelas bactérias.
meio aquático, acelerando a produti- Existem, entretanto, alguns com- ❑ Poluição por
vidade primária, ou seja, intensifican- postos orgânicos sintetizados pela in- organismos patogênicos
do o crescimento de algas. Esse dústria que não são biodegradáveis. A água pode ser infectada por
fenômeno pode ser provocado por Tais compostos também podem ser organismos patogênicos, existentes
lançamento de esgotos, resíduos in- chamados de recalcitrantes ou biolo- nos esgotos. Assim, ela pode conter:
dustriais, fertilizantes agrícolas e ero- gicamente resistentes. Não sendo de- bactérias – provocam infecções
são. É fácil concluir que, em certas gradados, tais compostos vão se intestinais epidérmicas e endêmicas
proporções, a eutroficação pode ser acumulando na água, atingindo (febre tifoide, cólera, shigelose, sal-
benéfica ao ecossistema. Contudo, concentrações tão altas que geram monelose, leptospirose etc.);
em excesso, acarreta um desequilí- sérios riscos aos seres vivos. Dessas
brio ecológico, pois provoca o desen- substâncias não degradáveis, mere- vírus – causam hepatites, infec-
volvimento incontrolado de uma cem destaque os detergentes, o pe- ções nos olhos etc.;
espécie em detrimento das outras. É tróleo e os defensivos agrícolas.
o fenômeno conhecido como “flora- protozoários – são responsáveis
Mesmo não sendo providos de
ção da água”, que transforma reser- pelas amebíases e giardíases etc.;
ação tóxica acentuada, os detergentes
vatórios de águas potáveis em lagoas causam prejuízos ao meio ambiente. vermes – produzem esquistos-
e lagos imprestáveis para o uso. Destruindo as bactérias, eles impedem somose e outras infestações.
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C7_Curso BDE_Teoria_Tony 2012 17/05/12 12:22 Page 172

❑ A poluição do mar de petroleiros, derrames deliberados nomia local.


Os oceanos ocupam 2/3 da su- da borra de petróleo ou lavagem dos Hoje sabemos que bactérias po-
perfície da Terra, contendo cerca de tanques dos navios. dem promover a degradação do pe-
1420 x 1015m3 de água. É uma enor- Em termos puramente físicos, tróleo. Rochas e praias que foram
me quantidade de água, sendo capaz perto de 1/3 do óleo derramado é cobertas pelo óleo se recuperaram
de absorver todos os resíduos que lhe evaporado rapidamente. Sobra na rapidamente, e a flora e a fauna foram
são lançados. Mas a poluição pode superfície da água um líquido viscoso restabelecidas graças à ação dessas
ocorrer toda vez que as substâncias contendo fenóis e outras substâncias bactérias decompositoras.
tóxicas ficam acumuladas em áreas tóxicas. Esse líquido acaba Têm-se utilizado vários tipos de
limitadas e não se dissolvem com- sufocando o fitoplâncton e o zoo- detergentes para dispersar e emulsio-
pletamente na água, ou ainda ficam plâncton. nar o óleo. Esses detergentes são
acumuladas nos organismos vivos. É O efeito da poluição por petróleo eficazes nessa tarefa, mas se mos-
o caso de baixas concentrações de em pássaros é drástico. As penas tram muito mais tóxicos para os or-
dimetilmercúrio e inseticidas organo- ficam encharcadas de óleo, impedin- ganismos vivos do que o próprio
clorados, que têm efeitos nocivos do o voo. Quando o pássaro procura petróleo.
sobre o fitoplâncton (plâncton vege- limpar as suas penas, acaba ingerin-
tal). Isso pode reduzir a população de do grandes quantidades de petróleo, ❑ Esgotos e outros resíduos
peixes. Algumas algas têm a capa- que o levam à morte por envenena- tóxicos
cidade de concentrar elementos mento. O isolamento térmico produ- Por meio dos longos emissários
como o iodo. Outro fato preocupante zido pelas penas deixa de existir, e os de descarga, esgotos não tratados
é o acúmulo de resíduos radioativos. pássaros contraem pneumonia ou são lançados ao mar. Essa matéria
Além disso, há a poluição do mar morrem de frio. orgânica será degradada, e os nu-
pelo mercúrio resultante da atividade As rochas onde se fixam as algas trientes serão reciclados, não haven-
humana. Como já sabemos, é um e moluscos e se movimentam os crus- do, portanto, objeções a essa prática.
metal de efeito cumulativo e muito táceos, quando cobertas por pe- O grande problema é quando
tóxico. tróleo, impossibilitam a permanência esses emissários lançam os resíduos
e a vida desses seres vivos. próximo às praias, gerando riscos e
❑ Poluição por petróleo Quando o petróleo atinge as danos à saúde pública.
O derrame de petróleo no mar é praias, o turismo fica altamente pre- Na avaliação do grau de poluição
consequência do naufrágio ou avarias judicado, ocasionando danos à eco- das nossas praias, utiliza-se a deter-
minação do número de coliformes fe-
cais/volume de água do mar. Como se
sabe, a bactéria Escherichia coli está
presente nas fezes humanas em
grandes quantidades.
BIOLOGIA BDE

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