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Direito Civil para AFT

Professores: Aline Santiago e Jacson Panichi -


Aula - 05

AULA 05: Ato Ilícito. Abuso de Direito.


Responsabilidade Civil no novo Código Civil e seu
impacto no direito do trabalho.

Olá alunos!

Hoje vencemos o conteúdo programático do último edital, fica


faltando apenas a nossa aula Estratégica .

A aula de hoje talvez seja a mais “tranquila” entre as que foram


apresentadas até aqui. É de boa aplicabilidade prática e de fácil
assimilação. Ao analisar questões que se referem aos atos ilícitos e à
responsabilidade civil tenha em mente a situação de inferioridade na qual
é colocado aquele que sofre o dano (isto em relação àquele que o causa)
e que esta situação será levada em consideração pelo direito. Imagine as
situações na prática, ficando clara esta ideia, você poderá acertar
questões mesmo sem um domínio absoluto do assunto.

Antes de vermos o Ato ilícito e a responsabilidade civil (contratual e


extracontratual), vamos relembrar rapidamente o ato jurídico lícito.

Atos jurídicos lícitos (atos jurídicos em sentido amplo) são os


¹negócios jurídicos e, também, os chamados ²atos jurídicos em sentido
estrito (ou atos não negociais), sendo que estes últimos desencadeiam
consequências jurídicas, independentemente da vontade do agente,
porque seus efeitos estão previamente descritos na lei.
Os efeitos desses atos se produzem ex lege1. É o que acontece, por
exemplo, quando um pai reconhece um filho, deste ato de
reconhecimento – que não é um ato negocial, mas é lícito, decorre uma
série de consequências jurídicas. Existe um ato de vontade da pessoa,
mas a produção dos efeitos não se dá de acordo com o seu querer, mas
sim de acordo com o que está determinado na lei em relação aquele ato
praticado. Isto não pode ser modificado pela pessoa interessada.

1
Ex lege = de acordo com a lei.

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Todo negócio jurídico é um ato lícito, mas nem todo ato lícito
será um negócio jurídico, é o que ocorre com os atos jurídicos em
sentido restrito que são apenas lícitos ou meramente lícitos.

O ato ilícito, embora seja um fato jurídico, não é considerado


ato jurídico, pois atenta contra o direito (desta forma, sempre que você
estiver diante da expressão ato jurídico – estará diante de um ato lícito).

2.Negócio
Jurídico

1.Ato jurídico
em sentido 3.Atos ilícitos
estrito

Fato
Jurídico

Figura 1. O Fato Jurídico compreende: O ato Jurídico em sentido amplo (1 e 2); e,


também, os atos ilícitos (3). Todos estes atos devem ter repercussão no mundo jurídico.

A responsabilidade civil poderá ter origem em um ato que a


princípio seria lícito como, por exemplo, a contratação de uma obrigação,
mas que no seu inadimplemento (não cumprimento) pode gerar a
necessidade de indenizar. E a responsabilidade civil também poderá se
originar pela não observação de determinadas regras de convívio em
sociedade.
Portanto, a responsabilidade pode advir de um não cumprimento
contratual – diz-se responsabilidade civil ¹contratual ou negocial, ou
poderá advir de um não respeito a regras de convívio em sociedade – e,
neste caso, diz-se responsabilidade civil ²extracontratual ou aquiliana.

No Código Civil de 2002, a responsabilidade civil extracontratual ou


aquiliana está baseada em dois dispositivos legais, quais sejam o art.
186 – que trata do ato ilícito, e o art. 187 – que trata do abuso de
direito.

Passemos agora ao seu estudo.

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-Ato ilícito e o abuso de direito (art. 186 e 187).

O ato ilícito, embora também decorra da vontade do agente, produz


efeito jurídico involuntário, gera obrigação de reparar o dano.
Conforme lição de Flávio Tartuce2: “De início, o ato ilícito é o ato
praticado em desacordo com a ordem jurídica, violando direitos e
causando prejuízos a outrem. Diante da sua ocorrência, a norma jurídica
cria o dever de reparar o dano, o que justifica o fato de ser o ato ilícito
fonte do direito obrigacional. O ato ilícito é considerado um fato jurídico
em sentido amplo, uma vez que produz efeitos jurídicos que não são
desejados pelo agente, mas somente aqueles impostos pela lei”.

Assim, estaremos no campo dos atos ilícitos se o agente, por ¹ação


ou ²omissão voluntária, pratica ato contra o direito, com ou sem a
intenção manifesta de prejudicar, no entanto ocasiona o prejuízo,
ocasiona dano a outrem.
Observe que para o Direito Civil existirá interesse no ato ilícito se
houver dano a ser reparado (dano a ser indenizado). Não existe no Direito
Civil o interesse em “punir” o culpado pelo ato. Neste ramo do direito, o
interesse está na reparação do dano, com a recomposição
patrimonial da pessoa que foi atingida pelo ato ilícito.
Neste momento, surge então a outra figura do nosso estudo de
hoje, qual seja: a responsabilidade civil.

Cabe fazermos aqui “um pequeno parêntese”, diferenciando o ato


ilícito na esfera civil, como já explicado, e na esfera penal.
Na esfera do Direito Penal, há uma série de condutas denominadas
típicas, que estão descritas na lei, são condutas que atentam contra a lei
penal, violam a lei, indo de encontro à vida social. Estas condutas
constituem os crimes ou delitos penais.

“Então a violação do direito pode ser vista sob mais de um


aspecto?”

Exatamente. Para o nosso estudo é importante que você entenda


que a violação do direito pode configurar ofensa à sociedade, pela
infração de preceito indispensável à sua existência (infração a norma de
direito público), ou configurar um simples dano individual (o
interesse lesado é o privado).

2
Manual de Direito Civil, vol. Único, ed. Método, 2ª ed., pg. 418.

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No primeiro caso, estaremos diante de um delito penal, consistente


na violação da lei penal e que induz responsabilidade penal, tendente à
punição. No segundo caso, estaremos diante de um “delito” civil,
consistente na violação de um direito subjetivo privado e que induz
reparação (indenização) do dano, a chamada responsabilização civil.
Observe, no entanto, que existe a possibilidade de um ato ilícito violar as
duas esferas. Neste caso, existirão, ao mesmo tempo, as duas
responsabilidades, quais sejam: a penal e a civil.
Outra ótica que pode ser analisada, mas que não cabe no direito
civil o seu estudo aprofundado, é a que diz respeito às infrações
administrativas.

Importante:
Ainda analisando a relação entre o direito civil e o direito penal, outra
diferenciação que devemos fazer, para um melhor entendimento da aula,
é com relação à palavra culpa.
A culpa será um dos pressupostos da responsabilidade civil. No campo
civil usa-se muito a palavra culpa em sentido lato sensu, ou seja, a
culpa em sentido amplo. Na responsabilidade civil, quando
falarmos em culpa, estamos nos referindo tanto ao dolo3 quanto a
culpa4 propriamente dita. Em sentido amplo a culpa abrange toda
espécie de comportamento contrário ao direito, seja ele intencional ou
não, bastando que seja imputável ao causador do dano.

O ato ilícito, para o direito civil, é aquele contrário à ordem jurídica


e lesivo ao direito subjetivo individual, criando o dever de reparar
tal prejuízo, seja ele ¹moral ou ²patrimonial.

Assim está normatizado no artigo 186 do CC:

“art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou


imprudência, ¹violar direito e ²causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.”

Verificamos que o art. 186 menciona tanto o dolo como a culpa


(assim considerados no campo penal). Quando fala em “ação ou omissão
voluntária” se refere ao dolo – que é a situação em que o agente quer o
resultado ou assume o risco de produzi-lo.

3
No dolo o agente procura intencionalmente o resultado.
4
Na culpa o fato se ocorre por negligência, imprudência ou imperícia.

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A culpa, segundo o art. 186, está na expressão “negligência ou


imprudência”. Na conduta culposa, há sempre ato voluntário
determinante do resultado involuntário.

A pessoa ou o agente, não prevê o resultado, mas existe a


previsibilidade do evento, isto é, se olharmos objetivamente para o
evento veremos que este era previsível.

1.Ação

Violar direito e Imprudência


Negligência
causar dano a alguém

2.Omissão
Voluntária

Figura 2. Representação do CC art. 186. Ato ilícito.

Veja, então, que no art. 186 existem duas características marcantes:

¹A violação de direito e o ²dano a outrem.

No artigo 187 aparece a figura do abuso de direito:

“Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-
lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou
social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.”

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Assim, o abuso de direito consiste em um ato jurídico de objeto


lícito, mas cujo exercício não observa os limites que são impostos. Desta
forma, o agente exercita um direito seu, mas exorbita seus limites e
acaba por desviar-se dos fins sociais para os quais estava voltado este
direito.
O ato em si é lícito, só perderá esta licitude, tornando-se ilícito, na
medida de sua execução.
Atente que este artigo não fala em culpa, pois para que se
caracterize o abuso de direito basta que a pessoa seja titular de um
direito e que, na utilização de suas prerrogativas, exceda seus limites.
Uma vez presentes os requisitos do art. 187, a responsabilidade será
objetiva – ou seja, independente de culpa.
(O conceito de responsabilidade objetiva, que independe de culpa; e o
conceito de responsabilidade subjetiva, que depende da comprovação
de culpa, são muito importantes e você verá isso no decorrer desta aula)

Neste sentido temos o enunciado 37 da I Jornada de Direito Civil do


Conselho Nacional de Justiça: “Art. 187. A responsabilidade civil
decorrente do abuso de direito independe de culpa, e fundamenta-se
somente no critério objetivo-finalístico”.

O Código Civil de 2002 (como vimos acima no art. 187) considera o


abuso de direito um ato ilícito, isto porque, extrapolar os limites de um
direito, em prejuízo de outra pessoa, merece uma resposta, em virtude
de consistir em violação a princípios de finalidade da lei.
Aquele que transborda os limites aceitáveis de um direito,
ocasionando prejuízo, deve indenizar.
A diferença básica entre os institutos vistos acima (ato ilícito e abuso
de direito) é que no primeiro o ato já nasce ilícito e assim também serão
suas consequências; já no segundo o ato nascerá lícito, mas será ilícito o
exercício abusivo de suas prerrogativas.

Ainda sobre o art. 187 temos o enunciado 413 da V Jornada de


Direito Civil que reforça a orientação do atual código quanto ao
princípio da sociabilidade, presente no mencionado artigo:
“Os bons costumes previstos no art. 187 do CC possuem natureza
subjetiva, destinada ao controle da moralidade social de determinada
época; e objetiva, para permitir a sindicância da violação dos negócios
jurídicos em questões não abrangidas pela função social e pela boa-fé
objetiva”.

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-Excludentes de ilicitude (art.188)

O artigo 188 do CC enumera três casos de exclusão de ilicitude,


são os atos lesivos que não são considerados ilícitos.

Art. 188. Não constituem atos ilícitos:


I - os praticados em ¹legítima defesa ou no ²exercício regular de um direito
reconhecido;
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de
remover ³perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as
circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites
do indispensável para a remoção do perigo.

Portanto não se esqueça, há três casos excepcionais que não


constituem atos ilícitos apesar de causarem lesões aos direitos de outrem,
isto ocorre porque a própria norma jurídica lhes retira a qualificação
de ilícito. São eles:
 A legítima defesa;
 Exercício regular (ou normal) de um direito reconhecido;
 Estado de necessidade (quando há perigo iminente).

Vamos ver cada um deles:

1. A legítima defesa é considerada como excludente de


responsabilidade civil, se com o uso moderado de meios necessários
alguém repelir injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de
outrem.
Observe que existe um ato que é praticado contra um agressor,
mas os meios utilizados para esta defesa devem ser apenas aqueles
estritamente necessários. A legítima defesa pode ser real ou, então, pode
ser putativa.
A legítima defesa putativa ocorre quando uma pessoa imagina
estar sofrendo uma agressão, mas na realidade isso não está
acontecendo. Nesta situação se a pessoa tomar alguma atitude com a
intenção de se defender deste perigo imaginável, ainda caberá
indenização para o prejudicado. Como também caberá indenização se
houver excessos na defesa.

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Assim, para que ocorra a legítima defesa é preciso:


• que a ameaça ou a agressão ao direito seja atual ou iminente;
• que a ameaça seja injusta;
• que o meio utilizado na repulsa seja moderado, isto é, que
não vá além do necessário para a defesa;
• que a defesa seja de direito.

2. O exercício regular ou normal de um direito reconhecido


exclui qualquer responsabilidade pelo prejuízo, por não ser um
procedimento que fere ao direito. Parte-se do princípio que quem usa de
um direito seu não causa dano a ninguém. Como exemplos podemos citar
a pessoa que executa uma construção nos parâmetros permitidos por lei
em determinado terreno, mas que acaba por prejudicar o imóvel vizinho,
ocultando a sua visão ou recepção solar.

Mas cuidado! Conforme já explicado anteriormente, se houver abuso


do direito será configurado ato ilícito.

3. O estado de necessidade

É a situação encontrada no inciso II:


...
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de
remover ³perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as
circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites
do indispensável para a remoção do perigo.

O estado de necessidade consiste na ofensa do direito alheio


(deterioração ou destruição de coisa pertencente outrem ou, então, lesão
a uma pessoa) para remover perigo iminente, quando as
circunstâncias tornarem absolutamente necessária e quando não
exceder aos limites do indispensável para a remoção do perigo.
Assim, por exemplo, age em estado de necessidade quem destrói a
propriedade alheia para salvar vida de alguém.

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Para que se configure o estado de necessidade, exige-se:


• perigo atual que ameace um bem jurídico, não provocado
voluntariamente pelo agente;
• prejuízo indispensável para evitar o dano iminente;
• limitação do prejuízo ao necessário para a sua remoção;
• proporção maior do dano evitado em relação ao dano
infligido.

Embora a lei declare que a o estado de necessidade (inciso II do art.


188) e a legítima defesa (art. 188, inciso I) não tipificam um ato ilícito,
em determinados casos, sujeitam o autor do dano à reparação.
É o que encontraremos nos arts. 929 e 930:
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art.
188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do
prejuízo que sofreram.
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de
terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a
importância que tiver ressarcido ao lesado.
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se
causou o dano (art. 188, inciso I).

Portanto, se a pessoa lesada, ou dono da coisa destruída ou


deteriorada não forem culpados do perigo, o autor do dano será
responsável pela reparação, ficando, contudo, com ação regressiva contra
seu causador.

“Ficou complicado. Vocês podem esclarecer melhor isto?”

Sim. Observe que nas hipóteses dos arts. 929 e 930 existem
terceiros envolvidos. Ocorre mais ou menos o seguinte:
¹Paulo lesa ²José, mas em virtude de causa provocada por
³Mário (causador do perigo). Nesta situação, ²José, não é o culpado pelo
perigo e fará jus a indenização paga por ¹Paulo que lhe causou dano.
¹Paulo, por sua vez, terá direito de ação (regressiva) contra ³Mário, este
sim o verdadeiro culpado pelo perigo.

Observe que não há como não associarmos o assunto Atos ilícitos


(arts. 186 a 188) com a Responsabilidade Civil (arts. 927 a 954). Pois o
dano caudado, principal efeito dos atos ilícitos, gera a obrigação de
reparação, a responsabilização civil.

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- Da Responsabilidade Civil (arts. 927 a 954)

Para que uma pessoa seja responsabilizada civilmente e assim surja


o dever de indenizar, três5 são os pressupostos6 que devem estar
presentes, quais sejam:

a) Fato lesivo voluntário ou conduta humana, causado pelo agente


por ação ou omissão, que ocasione dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral. Normalmente ocorre uma ação positiva – ou
seja, o sujeito pratica uma ação que ocasionará o dano. Já a
omissão é mais trabalhosa para ser comprovada, uma vez que se
precisa provar que existia um dever de agir e também que se
tivesse ocorrido esta ação, o dano não se teria concretizado. O fato
poderá estar relacionado tanto a ato próprio como a ato de terceiro
e que esteja sob a guarda da pessoa.
b) Ocorrência de um dano seja ele ¹patrimonial (material) ou
²moral (extrapatrimonial). Não pode haver responsabilidade civil
sem a existência de um dano, é também necessário que exista
prova, real e concreta, desta lesão.
c) Nexo de causalidade entre o dano e o comportamento do agente.
É uma ligação virtual entre a ação e o dano resultante. A causa do
dano deve ser o comportamento do agente. Este nexo ficará
afastado, excluindo a responsabilidade, por exemplo, se o
evento se deu por culpa exclusiva da vítima, no chamado estado
de necessidade, na legítima defesa e no caso fortuito ou força
maior.

São elementos necessários para gerar a responsabilidade civil:

³Nexo de causalidade entre:


¹Fato lesivo ²Ocorrência do dano
(por ação ou omissão)

5
Existe divergência entre os doutrinadores sobre quais são os pressupostos do dever de
indenizar. Alguns acrescentam aos três – a conduta, o nexo e o dano - a culpa genérica
ou lato sensu. Nós optamos por explicar a culpa em separado, por uma questão didática,
mas vale o esclarecimento.
6
Vocês também poderão encontrar estes pressupostos como elementos da
responsabilidade civil.

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O código coloca o Título - Da Responsabilidade Civil – na Parte


Especial, dentro do Direito das Obrigações, e o divide em dois capítulos:
¹Da Obrigação de Indenizar (arts. 927 a 943) e ²Da Indenização (arts.
944 a 954).

A responsabilidade civil dirige-se à restauração de um equilíbrio


moral e patrimonial desfeito. É a perda ou a diminuição verificada no
patrimônio do lesado ou o dano moral que desencadeiam a reação legal,
movida pela ilicitude da ação do autor, pela lesão ou pelo risco.

O dano causa desequilíbrio

Assim, todo aquele que causar dano a outrem (podendo estar


envolvidas tanto as pessoas naturais quanto as pessoas jurídicas), fica
obrigado a repará-lo, restabelecendo o equilíbrio rompido. É uma
espécie de contraprestação. Este é o conteúdo do art. 927:

“art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de
culpa, nos ¹casos especificados em lei, ou ²quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os
direitos de outrem”.

- A Culpa.

Como já explicado, a culpabilidade no campo do direito civil é


noção que envolve ¹a culpa stricto sensu (ou aquiliana) e ²o dolo.
Destacamos que não há de se confundir os conceitos de dolo e de
culpa que são bastante distintos, mas as consequências serão as
mesmas (no que diz respeito às indenizações civis).
A indenização, em princípio, baseia-se no dano sofrido, no entanto a
culpa poderá ser analisada. Veja o que diz o artigo 944 e o artigo 945:

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“Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.


Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da
culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização.
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento
danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua
culpa em confronto com a do autor do dano.”

No artigo 945 aparece a figura da culpa concorrente, que terá


como consequência a diminuição dos efeitos do ato ilícito.

“E o que vem a ser a culpa concorrente?”

A concorrência de culpas se dá quando tanto o agente quanto a


vítima agem com culpa.
A culpa da vítima acaba por diminuir a culpa do agente. Portanto,
quando a vítima também concorreu para o evento danoso, com sua
própria conduta, é comum a indenização ser concedida pela metade ou
em fração diversa, dependendo da contribuição da vítima. Pois, como
ambas as partes cooperaram para o evento, não seria justo que uma só
respondesse pelos prejuízos.

Mas atenção!
Quando ocorre culpa exclusiva da vítima não há de se falar em
indenização, porque, aqui, a outra parte não contribuiu para o evento
danoso.

Quando se tem a culpa como elemento necessário para a


caracterização do dever de indenizar, estaremos diante da
responsabilidade subjetiva – esta depende da culpa do agente
causador do dano.
O contrário também foi previsto no nosso ordenamento jurídico.
Existem várias situações para as quais o ordenamento dispensa a culpa
para o dever de indenizar, bastando ¹o dano, ²a autoria e ³o nexo
causal, o que se denomina responsabilidade objetiva.

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Em questões de prova, principalmente as que envolvem a chamada


responsabilidade indireta, você deve dominar alguns conceitos, quais
sejam:
 culpa in comittendo – está relacionada a uma ação
 culpa in omittendo – está relacionada a uma omissão
 culpa in ilegendo - está relacionada a má escolha do preposto
 culpa in vigilando – está relacionada a falta de atenção com o
procedimento de outrem, cuja pessoa é responsável
 culpa in custodiendo – está relacionada a falta de cuidados com a
guarda de animal ou de objeto

Vamos falar um pouquinho da imputabilidade.

A imputabilidade, é o termo jurídico utilizado para aferir se


alguém pode ser responsabilizado por seu ato, é elemento
constitutivo da culpa, se refere a condições pessoais7 daquele que
praticou o ato lesivo, é a verificação se o ato é resultado de uma vontade
livre.
Existem casos que afastam a imputabilidade, são eles:
 a menoridade – porém o ato ilícito por ele praticado
acarretará a responsabilidade objetiva (arts. 933 e 932, que
serão vistos mais afrente);
 demência ou estado de grave desequilíbrio mental, acarretado
pelo alcoolismo ou pelo uso de drogas, ou de debilidade
mental, que torne o agente incapaz de controlar suas ações.
Também neste caso haverá a responsabilidade objetiva do
responsável pelo incapaz;
 anuência da vítima que por ato de vontade interna ou de
simples escolha elege um de seus interesses em detrimento
de outro;

E os três excludentes:

 exercício normal de um direito, como por exemplo, um credor


que penhora bens do devedor para pagamento de dívida;
 legítima defesa;
 estado de necessidade.

7
Se no momento da prática do ato, a pessoa tinha consciência do que fazia e mesmo
assim o praticou.

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-O risco e a teoria do risco.

O parágrafo único do art. 927 é taxativo quando diz que haverá


casos onde não se cogita a culpa do agente, são hipóteses em que o
dano deverá ser reparado mesmo sem o fundamento da culpa
(responsabilidade objetiva), baseando-se simplesmente no risco
objetivamente considerado.
Neste caso, de responsabilidade sem culpa, é preciso esclarecer que
o perigo deve resultar do exercício da atividade e não do comportamento
do agente. A atividade é lícita, mas causa perigo a outrem.

“Art. 927, § único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente


de culpa, nos ¹casos especificados em lei, ou ²quando a atividade
normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza,
risco para os direitos de outrem.”

São duas as situações da chamada responsabilidade objetiva:

¹Casos especificados em lei


²Atividade que por sua natureza implique risco ao direito de outro.

Segundo Caio Mario da Silva Pereira8: “No campo da teoria


objetivista situa-se a teoria do risco proclamando ser de melhor justiça
que todo aquele que disponha de um conforto oferecido pelo progresso ou
que realize um empreendimento portador de utilidade ou prazer, deve
suportar os riscos a que exponha os outros.” (grifos nossos)
A teoria do risco muda o foco, que até antão estava localizado
na culpa. Agora a responsabilidade baseia-se no risco. A culpa não
é substituída apenas deixa de ser o principal elemento a ser observado.

8
Caio Mario da Silva Pereira, Instituições de direito Civil, volume I, 25 ed., pág. 560.

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-Classificações da responsabilidade civil.

Muito importante! (pensando em provas de concursos)


As espécies de responsabilidade civil:

 Quanto ao seu fundamento, poderá ser: responsabilidade


subjetiva que é a teoria clássica e pressupõe a culpa em sentido
amplo como elemento necessário, como fundamento, para a
responsabilização civil; e responsabilidade objetiva que se
fundamentada no risco, no dano mesmo sem culpa, sendo
necessários apenas o dano e o nexo de causalidade.

 Quanto ao agente (quanto à pessoa que pratica a ação),


poderá ser: direta (se proveniente da própria pessoa
responsabilizada), e indireta ou complexa (se derivada de ato
de terceiro na vigência de vínculo legal de responsabilidade; ou
de responsabilidade sobre animais (fato de animal) e objetos que
estão sob sua guarda).

 Quanto ao seu fato gerador, como já falado anteriormente,


poderá ser: responsabilidade contratual (quando oriunda de
inexecução de negócio jurídico bilateral ou unilateral);
responsabilidade extracontratual ou aquiliana (a fonte
dessa responsabilidade é a inobservância da lei, é a lesão a um
direito, sem que entre as partes exista qualquer relação
jurídica).

A responsabilidade contratual está localizada principalmente no que


diz respeito ao Inadimplemento (não cumprimento) de obrigações:

“CC Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e
danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente
estabelecidos, e honorários de advogado.
Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o
dia em que executou o ato de que se devia abster.
Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do
devedor.
Art. 392. Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a
quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça. Nos
contratos onerosos, responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções
previstas em lei.

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Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou
força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário,
cujos efeitos não era possível evitar ou impedir.
...
Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos
devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que
razoavelmente deixou de lucrar.
Art. 403. Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as perdas e danos
só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela direto e
imediato, sem prejuízo do disposto na lei processual.”

-O dano.

Após detalharmos a culpa e o risco passemos para o dano. Já


falamos anteriormente que não pode haver responsabilidade civil sem um
dano. Para que haja pagamento de indenização é necessária a
comprovação da existência de lesão.

Para fins de prova você precisa ter os seguintes entendimentos:

Ao lado do dano individual – que constitui lesão ao patrimônio ou ao


direito de personalidade, temos o dano social - que é uma lesão à
sociedade no seu nível de vida, tanto por rebaixamento de sua segurança,
quanto por diminuição de sua qualidade de vida.

O dano individual basicamente poderá ser: dano patrimonial e dano


moral.

O dano patrimonial é lesão concreta a um interesse relativo ao


patrimônio da vítima. Consistente na perda ou deterioração dos bens
materiais que lhe pertencem, e que são suscetíveis de avaliação
pecuniária e de indenização.

O dano moral é lesão aos direitos da personalidade (de pessoa


natural ou jurídica). A indenização por dano moral inclusive encontra
respaldo na constituição federal, em seu art. 5, incisos V e X:
“Art. 5º...
...

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V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da


indenização por dano material, moral ou à imagem;
...
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação;”

-A responsabilidade civil e a reparação do dano.

Como você já pode perceber, a responsabilidade civil constitui uma


relação obrigacional que tem por objeto uma prestação de
ressarcimento, ou seja, a reparação do dano, procurando, na medida
do possível, desfazer seus efeitos, restituindo o prejudicado ao statu quo
ante.

Portanto a função da responsabilidade é servir como sanção civil,


“punindo” o lesante e desestimulando a pratica de atos lesivos, mas é
também a garantia ao direito do lesado (tendo natureza compensatória),
mediante a reparação do dano causado a vítima.

A obrigação de ressarcir o prejuízo causado pode originar-se:

1. Inexecução contratual, pois se origina de responsabilidade


contratual, o não cumprimento da obrigação, seja total ou
parcial, bem como nos casos de retardamento de seu
cumprimento.

2. A Lesão a direito subjetivo ocorre sem que preexista entre


o lesado e lesante qualquer relação jurídica. Nesta
responsabilidade extracontratual aparecerão, por exemplo, os
casos de ¹responsabilidade por fato de terceiro, ²de animais e
³de coisas, que configuram a responsabilidade indireta.

Vamos dar uma olhada em alguns artigos do Código Civil onde temos a
possibilidade da responsabilidade indireta:

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“Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários


individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos
danos causados pelos produtos postos em circulação.
...
Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado,
se não provar culpa da vítima ou força maior.
Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que
resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade
fosse manifesta.
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano
proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.”

- reparação do dano.

O princípio que rege a profundidade de alcance da responsabilidade,


até onde ela atingirá o patrimônio da pessoa que deve indenizar, é o
princípio da responsabilidade patrimonial. Ou seja, a pessoa deverá
responder com seu patrimônio pelos prejuízos causados a terceiros.
A responsabilidade deverá ser total, cobrindo o dano em todos os
seus aspectos, de modo que todos os bens do devedor, com exceção dos
inalienáveis, respondam pelo ressarcimento.
Além disso, a obrigação de prestar a reparação transmite-se com a
herança e o lesado poderá demandar o espólio até onde este alcançar o
saldo positivo deixado pelo de cujus aos seus sucessores.

“O que isto quer dizer?”

Quer dizer que os herdeiros responderão até os montantes deixados


como herança. Os herdeiros não responderão com seu patrimônio
pessoal.

Continuando!
Em tese, apenas o lesado ou seus herdeiros teriam legitimação para
exigir a indenização do prejuízo, porém, também se tem admitido
atualmente que a indenização possa ser reclamada pelos que viviam sob
a dependência econômica da vítima.

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Havendo direito à reparação do dano, surge à liquidação, que é a


operação de vai concretizar a indenização, fixando o quanto e o modo do
ressarcimento.
Este ressarcimento não poderá exceder o valor do dano causado por
não se permitir enriquecimento indevido. Ao credor se deve dar aquilo
que baste para restaurar a situação ao status quo ante, sem acréscimos
nem reduções.

Para se chegar ao quantum devido, de acordo com os arts. 944


e 945, o magistrado deverá analisar o grau de culpa do lesante e se
houve participação (culpa) do lesado:

“Art. 944 A indenização mede-se pela extensão do dano.


Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e
o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização.
Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua
indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em
confronto com a do autor do dano”.

O juiz deverá analisar também:


 a situação da vítima e do causador do dano;
 a influência de acontecimento exteriores ao fato prejudicial
(visto que a responsabilidade civil requer nexo de causalidade
entre o dano e a ação que o produziu);
 a possibilidade de lucro obtido pela vítima com a reparação do
dano.

- O nexo causal.

O nexo causal vem a ser o vínculo entre o prejuízo sofrido e a


ação. Para caracterizar este nexo, basta se verificar que o dano9 não
ocorreria se o fato não tivesse acontecido.
Você precisa estar atendo à negação da causalidade, as excludentes
de responsabilidade.

As principais excludentes de responsabilidade civil são: o estado de


necessidade; a legítima defesa (já vistos anteriormente, quando
9
O dano poderá ter um efeito indireto, como por exemplo, quando uma pessoa quebra a
vitrine de uma loja, e por causa desta atitude objetos são furtados da loja. Terá que
indenizar o vidro e também os objetos que foram furtados, por ser dano indireto,
embora efeito necessário da ação de quebrar a vitrine.

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analisamos os excludentes de ilicitude); a culpa exclusiva da vítima; o


fato de terceiro; o caso fortuito ou força maior10 e a cláusula de não
indenizar.
Atenção: todos os casos de excludentes de responsabilidade deverão ser
devidamente analisados e comprovados, porque sua comprovação deixa o
lesado sem a composição do dano sofrido.

-Os efeitos da responsabilidade civil quanto aos titulares da ação


ressarcitória e quanto aos devedores da indenização.

Titulares da ação ressarcitória:

No momento da consumação do fato lesivo, surge para o lesado a


pretensão de indenização. Entretanto o seu direito de crédito apenas se
concretiza com a decisão judicial.
Além disso, é importante que você entenda que tal direito
transmite-se com a herança. Assim temos o art. 943:

“Art. 943 O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la


transmitem-se com a herança”.

O direito de ressarcimento do dano atinge a todos os que


efetivamente experimentarem o prejuízo. As pessoas jurídicas, públicas
ou privadas, também poderão propor ação fundada em dano material e
em dano moral objetivo.

Devedores da indenização:

Como visto anteriormente o dano é pressuposto da responsabilidade


civil e terá obrigação de repará-lo aquela pessoa a qual a lei impôs tal
responsabilidade.
Em regra, a obrigação de reparar o dano será individual, mas nem
sempre vai ser direta (como já vimos nas espécies de responsabilidade),

10
Se o evento danoso foi resultado de caso fortuito ou força maior, deixa de existir o
elemento culpa, deixando de existir a responsabilidade. Neste caso, existem dois
elementos: um de ordem interna – que é a inevitabilidade do evento, e outro de ordem
externa – que é a ausência de culpa do agente. A alegação de caso fortuito ou força
maior cabe ao réu, ou a pessoa que está sendo acusada de ter cometido o ato.

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será indireta, por exemplo, quando a pessoa responder por fato de


outrem, por animais ou por coisas sob sua guarda.

A responsabilidade direta e a responsabilidade indireta:

A responsabilidade direta, simples ou por fato próprio - é a que


decorre de um fato pessoal do causador do dano, resultando, portanto, de
uma ação direta de uma pessoa ligada à violação ao direito ou ao prejuízo
ao patrimônio, por ato culposo ou doloso.

A responsabilidade complexa ou indireta - é aquela que só


poderá ser vinculada indiretamente ao responsável. Compreende: ¹A
responsabilidade por fato de terceiro; ²a responsabilidade pelo fato do
animal; e ³a responsabilidade pelo fato da coisa.

¹Responsabilidade por fato de terceiro, art. 932:


Este artigo é muito importante para fins de prova

“art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:


I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em
sua companhia;
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas
mesmas condições;
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e
prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se
albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus
hóspedes, moradores e educandos;
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime,
até a concorrente quantia”.

O fato de terceiro não exclui a responsabilidade, mas aquele que


ressarcir o dano causado por outrem poderá reaver o que pagou, se a
outra pessoa não for seu descendente, absoluta ou relativamente incapaz.

²Responsabilidade pelo fato do animal, caso do art. 936:

“Art. 936. O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado,
se não provar culpa da vítima ou força maior”.

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³Responsabilidade pelo fato da coisa:

“Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários


individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos
danos causados pelos produtos postos em circulação.”
O art. 931 é caso de responsabilidade objetiva (independentemente
de culpa).

“Art. 937. O dono de edifício ou construção responde pelos danos que


resultarem de sua ruína, se esta provier de falta de reparos, cuja necessidade
fosse manifesta.”
O titular do domínio ou o possuidor, ao usar coisa inanimada que lhe
pertencer, ou a que tenha permissão para possuir, pode originar
acidentes lesivos ao patrimônio e à integridade física de terceiro, caso em
que deverá reparar o dano causado.
Como exemplos podemos citar os prejuízos resultantes de: ruína
total ou parcial de um edifício; queda de árvore; instalações domésticas;
queda de elevador por falta de conservação.

Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano
proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.”
Funda-se na obrigação geral de não colocar em risco a coletividade.

- A Coautoria e a Solidariedade.

Se houver coautoria ou cumplicidade no fato lesivo, estas pessoas


responderão solidariamente. De acordo com o art. 942:

“art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem


ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um
autor, todos responderão solidariamente pela reparação.
Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os
coautores e as pessoas designadas no art. 932.”

Assim a solidariedade possibilita que qualquer um dos codevedores


seja demandado pelo total da dívida. Permite que o titular do crédito
possa exigir de qualquer deles o que lhe é devido e instaura o direito de
reembolso do devedor, que, demandado pelo débito solidário, satisfez a

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dívida por inteiro. Este direito de reembolso ou direito de regresso está


autorizado nos arts. 930 e 934:

“Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de
terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a
importância que tiver ressarcido ao lesado.
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de quem se
causou o dano (art. 188, inciso I).
...
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que
houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for
descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz”.

-Outras situações (arts. 939 e 940):

- A responsabilidade do demandante por dívida não vencida está no


art. 939:

“art. 939. O credor que demandar o devedor antes de vencida a dívida, fora dos
casos em que a lei o permita, ficará obrigado a esperar o tempo que faltava para
o vencimento, a descontar os juros correspondentes, embora estipulados, e a
pagar as custas em dobro.”

Tem-se aqui questão de excesso de pedido, em que o autor,


movendo ação de cobrança de dívida, pede mais do que aquilo a que faz
jus. Por este motivo, o demandante de má-fé deverá esperar o tempo que
falta para o vencimento, descontar os juros correspondentes e pagar as
custas em dobro. Se agiu de boa-fé, deverá pagar tão somente as custas
vencidas na ação de cobrança, de que decairá, por ser intempestiva.

- A responsabilidade por dívida já solvida rege-se pelo art. 940:

“art. 940. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem
ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado
a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no
segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição”.

Este art. trata do excesso de pedido, e tem por finalidade impedir


que se exija uma segunda vez, dívida que já foi paga no todo ou em
parte.

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O art. 941 diz: “As penas previstas nos arts. 939 e 940 não se aplicarão
quando o autor desistir da ação antes de contestada a lide, salvo
ao réu o direito de haver indenização por algum prejuízo que
prove ter sofrido”.

Portanto, se o credor desistir da ação, antes da outra parte ter


respondido, não se aplicarão as penas previstas, salvo se o réu (devedor)
tiver tido algum prejuízo por conta da ação.

-A responsabilidade civil e sua relação com a esfera penal.

Assim está no CC, art. 935:

“Art. 935. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo


questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor,
quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal”.

Trata-se do princípio da independência relativa da


responsabilidade civil em relação à criminal. O indivíduo poderá não
ser penalmente responsabilizado e, no entanto, ser obrigado a reparar o
dano civil ou, vendo por outra ótica, a pessoa poderá ser civilmente
responsável, sem ter que prestar contas de seu ato na esfera criminal.
No entanto, ainda conforme art.935, no que diz respeito a
existência do fato ou de quem seja o seu autor, se estas questões já
estiverem decididas na esfera criminal, não se pode mais questioná-las
nas esfera civil.

Assim, podemos definir a responsabilidade civil como a aplicação


de medidas que obriguem alguém a reparar dano moral ou patrimonial
causado a terceiro em razão de: ato próprio; ato de pessoa por quem ele
responde; ou de fato decorrente de coisa ou animal sob sua guarda; ou,
ainda, de simples imposição legal.

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Outro assunto que, por vezes, é pedido em provas é a


responsabilidade civil relacionada aos contratos de transporte, tal
temática é encontrada nos artigos abaixo (Achamos pouco provável a
cobrança deste assunto, pois seu edital não envolve contratos. Quando
estes assuntos são cobrados, tende-se a literalidade da lei. Se tiver
dúvidas com relação a algo, por favor, entre em contato conosco):

Art. 733. Nos contratos de transporte cumulativo, cada transportador


se obriga a cumprir o contrato relativamente ao respectivo percurso,
respondendo pelos danos nele causados a pessoas e coisas.
§ 1o O dano, resultante do atraso ou da interrupção da viagem, será
determinado em razão da totalidade do percurso.
§ 2o Se houver substituição de algum dos transportadores no decorrer do
percurso, a responsabilidade solidária estender-se-á ao substituto.
Art. 734. O transportador responde pelos danos causados às pessoas
transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força maior, sendo nula
qualquer cláusula excludente da responsabilidade.
Parágrafo único. É lícito ao transportador exigir a declaração do valor da
bagagem a fim de fixar o limite da indenização.
Art. 735. A responsabilidade contratual do transportador por acidente com
o passageiro não é elidida por culpa de terceiro, contra o qual tem ação
regressiva.
Art. 736. Não se subordina às normas do contrato de transporte o feito
gratuitamente, por amizade ou cortesia.
Parágrafo único. Não se considera gratuito o transporte quando,
embora feito sem remuneração, o transportador auferir vantagens
indiretas.

- Responsabilidade Civil no novo Código Civil e seu


impacto no direito do trabalho

Haverá a aplicação subsidiária do Código Civil no direito do


trabalho. Vejamos, primeiramente, onde está o fundamento disto no
ordenamento jurídico:

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Constituição Federal.
“Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
...
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem
excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou
culpa;
...
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
...
VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da
relação de trabalho;”

CLT.
“Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que,
assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a
prestação pessoal de serviço.
...
Art. 8º ...
Parágrafo único - O direito comum será fonte subsidiária do direito do
trabalho, naquilo em que não for incompatível com os princípios fundamentais
deste.”

Código Civil.
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
...
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
...
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e
prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
...
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda
que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados
pelos terceiros ali referidos.
Art. 934. Aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que
houver pago daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for
descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz.”

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Vamos analisar, aqui, a responsabilidade civil em duas situações:


aquela relativa aos ¹atos de seus empregados e aquela relacionada aos
²acidentes de trabalho.

1. Atos de seus empregados:

Pelos institutos normativos acima observamos que a


responsabilidade do empregador é objetiva, independe de culpa, nos
casos de ações relacionadas a atos de seus empregados no exercício
do trabalho (responsabilidade por fato de outrem).

Exemplo:

Aciona na justiça
•empregado, no exercício •a Empresa, que é o
do trabalho ou em razão sujeito passivo sobre
dele •pessoa que sofreu dano quem deve recair a
(podendo ser inclusive ação, e não o
outro empregado, empregado.
hierarquicamente
pratica o ato lesivo inferior)
a empresa responde
objetivamente

Figura 3. Exemplo de como ocorre a responsabilidade objetiva da empresa (empregador). A empresa, além disso, não
pode alegar o desconhecimento do ato, a sua responsabilidade independe de culpa.

Observamos também que é necessária a presença de requisitos para


que se configure a responsabilidade do empregador em relação ao seu
empregado ou preposto, como: que causador do dano seja efetivamente
empregado, preposto ou serviçal do empregador que será
responsabilizado; que o ato que gerou o dano e consequentemente
ocasionou a responsabilização tenha se originado de suas atividades
laborais, ou seja, que o ato tenha sido praticado quando o empregado
estava no exercício de suas funções trabalhistas, ou em razão delas. O
que importa neste tipo de responsabilidade é a relação de subordinação
hierárquica que existe entre empregado e empregador.

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Ressaltamos ainda que a ordem normativa contida no art. 932, III do


CC deve ser interpretada e entendida de modo amplo e não restritivo.
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
...
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no
exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;

Assim, para que se caracterize este tipo de responsabilidade, não se


leva em conta que o ato danoso praticado pelo empregado esteja dentro
de suas funções trabalhistas, bastando apenas que estas funções tornem
sua prática mais fácil.
Tem-se admitido também, para a caracterização da responsabilidade,
a Teoria da Aparência. Ou seja, que a pessoa que se diz empregada tenha
a aparência de que realmente o seja; que tenha a aparência de que
pertença ao cargo ou função que se diz pertencer. Também é exigido pela
Teoria da Aparência que a vítima acredite de boa-fé no empregado, ou
seja, que este estava trabalhando em suas funções quando praticou o ato
lesivo. Neste caso da Teoria da Aparência, a pessoa cria uma situação ou
um enredo capaz de convencer outra da sua confiança, levando-a a
realizar ou permitir o serviço.
Uma última ressalva que nós fazemos, diz respeito a quando o
empregador se responsabiliza por atos de seus empregados, nos casos de
acidentes automobilísticos ocasionados por motoristas fora de seus
horários de trabalho, conforme TAMG, Ap. 20.443, Boa Esperança, rel.
Humberto Theodoro:

“A circunstância de ter o acidente ocorrido num domingo, fora do horário de


trabalho do empregado da empresa demandada, é irrelevante. O que é decisivo
é que o motorista tenha acesso ao veículo causador do evento danoso, em
razão do vínculo empregatício existente. Estando comprovado que o evento
decorreu de ato culposo do motorista, presume-se a corresponsabilidade
do patrão”.

Como já falamos e ainda segundo o art. 934, teria o empregador


direito a uma ação regressa contra seu funcionário. No entanto, esta
questão da ação regressa não é pacífica na doutrina e, por ser um
assunto mais específico do direito do trabalho, acreditamos que não será
objeto de questionamento em prova, caso isto ocorra há um
posicionamento do STJ.

Vejamos o que diz a Jornada I do STJ 44: “Na hipótese do CC art.


934 o empregador e o comitente somente poderão agir

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regressivamente contra o empregado ou preposto se estes tiverem


causado dano com dolo ou culpa”

2. Acidentes de trabalho:

A indenização acidentária (decorrente do seguro obrigatório) tem


por fundamento a responsabilidade objetiva, independentemente da culpa
ou não do empregador. No entanto:

STF Súmula nº 229 “A indenização acidentária não exclui a do direito


comum, em caso de dolo ou culpa grave do empregador”.

Admitida a cumulatividade das indenizações, temos que: no que


se refere à indenização decorrente de responsabilidade civil, a
empresa responderá subjetivamente em relações aos danos causados a
seus empregados. A responsabilidade neste caso decorre de dolo ou
culpa e isto está no texto constitucional:

Constituição. art. 7º...


XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem
excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo
ou culpa;

É importante salientarmos que o empregador deve cumprir e exigir


o cumprimento das normas preventivas do acidente do trabalho. Não
basta fornecer o equipamento de proteção, é preciso exigir o uso deste
equipamento e fiscalizar o cumprimento das normas reguladoras do
trabalho. O não cumprimento destes preceitos acaba por indicar a culpa
do empregador.

Portanto, segundo as normas do Código Civil, terá o empregador


que suportar a responsabilidade da indenização, qualquer que seja seu
grau de culpa, sem compensações com a indenização paga pela
Previdência Social. O empregador só estará isento de responsabilidade
civil concomitante com a previdenciária, caso o evento danoso se dê por
caso fortuito, força maior ou, ainda, caso ocorra por culpa exclusiva da
vítima ou de terceiro.

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.......................................................................................................

“A educação da mente custa esforço; um esforço voluntário e consciente. Recorde isto


com frequência; recorde também que este esforço é vida, porque cria energias que
suprem amplamente os desgastes que todo esforço ocasiona. Além disso, não esqueça
que põe à prova, com vantagem para você, sua capacidade de produzir, de fazer, de
realizar”

(Carlos Bernardo Gonzáles Pecotche11)

Um grande abraço, bons estudos e até a aula estratégica!

Aline Santiago & Jacson Panichi

11
Bases para sua Conduta, Editora Logosófica, 13 ed., 1996.

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Questões e seu respectivo comentário:

1. ESAF 2012/Receita Federal/Auditor Fiscal da Receita Federal


do Brasil. O Código Civil, em seu artigo 927, estabelece que aquele que,
por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Sobre a
responsabilidade civil, podemos afirmar que todas as opções abaixo estão
corretas, exceto:
a) ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários
individuais e as empresas respondem independentemente de culpa
pelos danos causados pelos produtos postos em circulação.
b) são também responsáveis pela reparação civil, o empregador ou
comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício
do trabalho que lhes competir, ou em razão dele.
c) haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa,
nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco
para os direitos de outrem.
d) os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem
ficam sujeitos à reparação do dano causado, salvo se a vítima tiver
concorrido culposamente para o evento danoso, caso em que
responderão solidariamente pela reparação.
e) aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem
ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido,
ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do
que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele
exigir, salvo se houver prescrição.

Comentário:
A única alternativa que está errada é a “d” de acordo com o art. 942. Os
bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam
sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um
autor, todos responderão solidariamente pela reparação.
E também art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o
evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a
gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano.
Gabarito letra D.

2. Questões Estratégia concursos – Simulado AFRF-2012. Marque a


alternativa correta.

a) Para que o acidentado possa recorrer à legislação acidentária é


suficiente a ocorrência do acidente de trabalho e os valores da
indenização são fixados de acordo com o tipo de infortúnio.

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b) A indenização acidentária, proveniente do seguro de acidentes da


Previdência Social, tem por fundamento a responsabilidade
subjetiva, pois não precisa ser comprovada a culpa do empregador.
c) Somente nos casos de culpa grave e dolo, o empregador terá que
suportar o dever de indenizar, mas se não agiu com dolo poderá
compensar a indenização com a reparação concedida pela
Previdência Social.
d) O empregador ou comitente responde objetivamente pelos atos dos
empregados, praticados no exercício do trabalho que lhes competir,
mas não em razão dele.
e) Caso o empregador, por ter agido com dolo ou culpa, for obrigado a
indenizar o empregado, está afastada a possibilidade do empregado
também receber a indenização relativa ao risco profissional.

Comentário:
a) Item correto. O acidente de trabalho e a responsabilidade civil
devem ser analisados da seguinte maneira: há dois tipos de
indenização, ¹a do seguro de acidentes pessoais e ²a decorrente da
responsabilidade civil do empregador. Quanto ao primeiro caso,
temos que para o pagamento da indenização pela previdência social
é suficiente a ocorrência do acidente de trabalho e os valores da
indenização pagos mediante tabelas previamente determinadas,
catalogadas pelos institutos oficiais de Previdência Social são
fixados de acordo com o tipo de infortúnio. (Isto já foi tema da
ESAF)

b) Item incorreto. No seguro contra acidentes do trabalho (indenização


acidentária da Previdência Social) a responsabilidade é objetiva,
basta a ocorrência do acidente para se recorrer à legislação
acidentária. Já a responsabilidade civil do empregador nestes casos
de acidente de trabalho é subjetiva, pois depende de comprovação
de culpa do empregador.

c) Item incorreto. Qualquer que seja o grau de culpa (basta sua


existência) o empregador tem o dever de indenizar, o patrão
somente não será responsabilizado se houver ausência total de
culpa. Além disso, caso seja responsável civilmente, não poderá
compensar a indenização com a reparação concedida pela
Previdência Social.

d) Item incorreto. Art. 932. São também responsáveis pela reparação


civil:
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e
prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em
razão dele;

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e) Item incorreto. As indenizações (da previdência social – acidentária,


e da responsabilidade civil do empregador – justiça comum) podem
ser cumulativas e não se compensam.

Gabarito letra A.

3. ESAF 2007/PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL. Se um


escritor, culposamente, não entregar ao editor, no prazo estipulado no
contrato, a obra prometida, a sua responsabilidade, quanto ao fato
gerador, será:
a) objetiva
b) indireta
c) contratual
d) direta
e) subjetiva

Comentário:
O importante nesta questão é verificarmos que o ato danoso ocorreu em
virtude de uma obrigação pré-existente, ou seja, contrato ou negócio
jurídico bilateral. Segundo seu fato gerador a responsabilidade pode ser
contratual ou extracontratual.
A responsabilidade contratual abrange o inadimplemento ou mora
relativos a qualquer obrigação, ainda que proveniente de negócio jurídico
unilateral – como o testamento, a procuração ou a promessa de
recompensa, ou da lei – como a obrigação de prestar alimentos. E a
responsabilidade extracontratual compreende, por seu turno, a
violação dos deveres gerais de abstenção ou omissão, como os que
correspondem aos direitos reais, aos direitos de personalidade ou aos
direitos do autor.
O caso apresentado na questão – escritor que culposamente não entrega
a obra prometida, dentro do prazo estipulado no contrato – caracteriza a
responsabilidade contratual.
Gabarito letra C.

4. ESAF 2006/AFT/MTE. O empregador ou comitente, por ato lesivo de


seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício de trabalho que lhes
competir ou em razão dele,
a) responsabiliza-se objetivamente pela reparação civil, pouco
importando que se demonstre que não concorreu o prejuízo por
culpa ou negligência de sua parte.
b) responde subjetivamente pelo dano moral e patrimonial.

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c) tem responsabilidade civil objetiva por não existir presunção juris


tantum de culpa, mas não poderá reaver o que pagou
reembolsando-se da soma indenizatória despendida.
d) tem responsabilidade civil subjetiva por haver presunção juris
tantum de culpa in eligendo e in vigilando.
e) não tem qualquer obrigação de reparar dano por eles causado a
terceiro.

Comentário:
O CC/2002 estabeleceu, também, a responsabilidade objetiva, aquela
que independe de culpa. Isto, por exemplo, é o que ocorre no que diz
respeito aos empregadores e comitentes pelos atos de seus empregados,
serviçais e prepostos – de acordo com o art. 932 e 933.
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua
companhia;
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas
mesmas condições;
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e
prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se
albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes,
moradores e educandos;
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a
concorrente quantia.
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda
que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos
terceiros ali referidos.
Gabarito letra A.

5. ESAF 2006/CGU/AFC- ÁREA CORREIÇÃO. A falta de cautela ou


atenção em relação a uma pessoa, animal ou objeto sob os cuidados do
agente, que provoca dano a alguém, é considerada quanto ao conteúdo
da conduta culposa
a) culpa in committendo.
b) culpa in abstrato.
c) culpa in custodiendo.
d) culpa in concreto.
e) culpa in omittendo.

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Comentário:
Observe que a questão traz a figura da culpa indireta. Como falamos em
aula, você deve dominar alguns conceitos nas questões que envolvem a
responsabilidade indireta, quais sejam:

culpa in ilegendo - está relacionada a má escolha do preposto.


culpa in vigilando – está relacionada a falta de atenção com o
procedimento de outrem, cuja pessoa é responsável.
culpa in custodiendo – está relacionada a falta de cuidados na guarda de
algum objeto ou animal.

Há também:
Culpa in comittendo – é a que resulta de um ação do agente.
Culpa in omittendo – é a que resulta de uma omissão do agente. (Cabe
ressaltar que este último tipo de culpa só terá relevância para o direito
quando havia o dever de não se omitir).

Conforme o art. 936. “O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano


por este causado, se não provar culpa da vítima ou força maior”.
Assim, este artigo presume a culpa in custodiendo do dono do animal,
vale ressaltar que esta presunção não é absoluta, pois admite a inversão
do ônus da prova, permitindo-lhe provar culpa da vítima ou força maior.
Gabarito letra C.

6. ESAF 2006/PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL. Constituem


caso de responsabilidade civil por ato de outrem, exceto
a) os pais, pelos filhos menores que estiverem sob seu poder e
companhia, mesmo se comprovado que agiu de maneira
incensurável quanto à vigilância e educação do menor.
b) o tutor ou curador, pelos atos praticados pelos pupilos e
curatelados, tenha ou não apurado sem culpa.
c) o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e
prepostos, no exercício do trabalho ou por ocasião dele.
d) os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se
albergue por dinheiro, menos para fins de educação, pelos seus
hóspedes e moradores, havendo, ou não, culpa in vigilando e in
eligendo.
e) os que houverem participado nos produtos do crime, mesmo os que
não participaram do delito mas receberam o seu produto.

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Comentário:
Para esta questão vamos utilizar novamente o art. 932: (atente para a
importância deste artigo)

“art. 932 São também responsáveis pela reparação civil:


I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua
companhia;
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas
mesmas condições;
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e
prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se
albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes,
moradores e educandos;
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até
a concorrente quantia.
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda
que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos
terceiros ali referidos.”

Observe que a banca mudou uma palavra e alterou o fim do inciso IV,
modificando o seu significado.
Gabarito letra D.

7. ESAF 2004/PGE-DF/PROCURADOR. Marginais foragidos de uma


penitenciária estadual assaltaram uma residência, causando danos
materiais e morais. Demandado judicialmente, o Estado deixou de ser
condenado, em primeiro grau, a indenizar a família vítima da violência,
pois o dano não haveria decorrido direta e imediatamente da
ação/omissão estatal. Assinale a opção correta.
a) A teoria sobre o nexo causal que inspirou o julgador a isentar o
Estado de responsabilidade civil foi a da equivalência das causas.
b) A teoria sobre o nexo causal que inspirou o julgador a isentar o
Estado de responsabilidade civil foi a da interrupção do nexo causal.
c) Na hipótese de responsabilidade civil objetiva, como a descrita no
enunciado da questão, pouco importa se a vítima do ato danoso agiu
culposamente, concorrendo para a sua ocorrência, vez que não se
exige, no caso, a comprovação de qualquer culpa para a imposição do
dever de indenizar.
d) A responsabilidade civil objetiva do Estado, na presente hipótese,
decorre da incidência do Código de Defesa do Consumidor sobre as
relações entre o Poder Público e o Administrado.

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e) Caso os marginais sejam condenados criminalmente pelos crimes


cometidos contra a família do enunciado da questão, essa
condenação fará coisa julgada no juízo cível, obrigando o Estado a
ressarci-la pelos danos amargados, devendo ser reformado, pelo
Colendo Tribunal de Justiça, o entendimento inicial, esposado pelo
MM. juízo singular de que não haveria o dever de indenizar por parte
do Estado.

Comentário:
Para esta questão vamos utilizar uma decisão do STF, que diz: “A
responsabilidade do Estado, embora objetiva por força do disposto no art. 107
da Emenda Constitucional n. 01/69 (e atualmente, no §6º do artigo 37 da Carta
Magna), não dispensa, obviamente, o requisito, também objetivo, do
nexo de causalidade entre a ação ou a omissão atribuída a seus agentes e a
dano causado a terceiros. No caso, é inequívoco que o nexo da causalidade
inexiste e, portanto, não pode haver a incidência da responsabilidade prevista no
§6º da atual Constituição. Com efeito o dano decorrente do assalto por uma
quadrilha de que participava um dos evadidos da prisão não foi o efeito
necessário da omissão da autoridade pública que o acórdão recorrido teve como
causa a fuga dele, mas resultou de concausas, como a formação da quadrilha, e
o assalto ocorrido cerca de vinte e um meses após a evasão. Recurso
extraordinário conhecido e provido”.
Tendo isso em vista, a decisão baseou-se na Teoria da Interrupção do
Nexo Causal.
Gabarito letra B.

8. ESAF 2004/IRB/ANALISTA. Há responsabilidade civil objetiva:


a) do tutor pelos atos lesivos praticados pelo tutelado, que estiver sob
sua autoridade e em sua companhia.
b) do dono de edifício pelos danos resultantes de sua ruína, se esta
advier da falta de reparos necessários.
c) do médico que, ao esquecer objeto no abdome do paciente durante
a cirurgia causar-lhe a morte.
d) do dentista que, por falta de assepsia, vier a transmitir aids ao seu
paciente.
e) do médico que continuar um tratamento que causa perturbação
anormal no paciente.

Comentário:
“Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua
companhia;

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II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas


mesmas condições;
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos,
no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se
albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes,
moradores e educandos;
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a
concorrente quantia”.
Gabarito letra A

9. ESAF 2004/IRB/ADVOGADO. Aponte a assertiva falsa.


a) A indenização mede-se pela extensão do dano, não admitindo a lei
redução equitativa.
b) A responsabilidade do transportador é objetiva.
c) Têm legitimação para requerer indenização por lesão a direito da
personalidade da pessoa falecida, o cônjuge sobrevivente, qualquer
parente em linha reta ou colateral até o quarto grau.
d) Há responsabilidade civil do advogado que perdeu prazo para
cumprir determinação emanada do órgão da OAB, para contestação
ou recurso desejado pelo constituinte.
e) O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado,
se não provar culpa da vítima ou força maior.

Comentário:
Observem o parágrafo único do art. 928:
Art. 928 O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele
responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios
suficientes.
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser
equitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que
dele dependem.
Portanto, é admitida pela lei a redução equitativa da indenização.
Gabarito letra A.

10. ESAF 2003/AFT-MT. A responsabilidade civil do empregador por ato


lesivo de seu empregado, no exercício do trabalho, é:
a) subjetiva, quanto ao fundamento, e indireta, quanto ao agente.
b) objetiva, quanto ao fundamento, e indireta, quanto ao agente.
c) complexa, quanto ao fundamento, e objetiva quanto ao agente.
d) subjetiva, quanto ao fundamento, e direta quanto ao agente.
e) objetiva, quanto ao fundamento, e direta quanto ao agente.

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Comentário:
Em relação ao seu fundamento – observa-se se há necessidade de
culpa (responsabilidade subjetiva) ou se não há necessidade de culpa,
baseando-se no risco (responsabilidade objetiva).
Em relação ao agente a responsabilidade pode ser direta quando o
dano é causado diretamente por aquele que tem obrigação de indenizar;
ou indireta quando o dano é causado por outra pessoa que não aquela
que irá indenizar.
Neste caso da questão a responsabilidade é objetiva, quanto ao
fundamento, e indireta, quanto ao agente.
Gabarito letra B.

11. ESAF 2010/AFT-MT. Assinale a única opção falsa.


a) Como consequência econômica da adoção da teoria do risco
profissional, deve ser observado que o ressarcimento dos danos
deve ser tão amplo como no caso da indenização pelo direito
comum, pois o risco cobre todo o dano causado pelo acidente.
b) A teoria do risco profissional reflete a evolução da teoria do risco,
consistindo na responsabilidade fundada nas circunstâncias que
cercam determinada atividade e nas obrigações oriundas do
contrato de trabalho, sem levar-se em conta a culpa do empregador
ou a do empregado.
c) A teoria do risco consiste na consagração da responsabilidade do
empregador, no caso de acidente do trabalho, baseada não na
culpa, mas no contrato de locação de serviços; ao contratar, o
empregador assume a responsabilidade contratual.
d) As indenizações relativas ao risco profissional são pagas mediante
tabelas previamente determinadas, catalogadas pelos institutos
oficiais de Previdência Social e seus valores são fixados em
patamares mais módicos, segundo o tipo de infortúnio.
e) A teoria do dano objetivo consagra a tese de que o dano deve ser
reparado, independentemente da comprovação da culpa.

Comentário:
A única alternativa que está incorreta é a alternativa A, pois segundo esta
teoria (do risco) o empregador deve responder pelo pagamento de
indenização quando o empregado sofre acidentes ou contrai enfermidade
em virtude dos riscos pertinentes à natureza do local, ou do trabalho que
executa, mesmo não tendo culpa. A alternativa “d” faz justamente a
comparação da indenização nestes casos (justiça do trabalho) e nos
casos da justiça comum, vejamos: “As indenizações relativas ao risco
profissional são pagas mediante tabelas previamente determinadas,

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catalogadas pelos institutos oficiais de Previdência Social e seus valores


são fixados em patamares mais módicos, segundo o tipo de infortúnio”.
Gabarito letra A.

Questões de outras bancas

12. FAURGS 2010/TJ-RS/Oficial Escrevente. De acordo com o Código


Civil, constitui ato ilícito:
a) o exercício arbitrário das próprias razões para a defesa de um
direito
b) aquele praticado em legítima defesa.
c) aquele praticado no exercício regular de um direito reconhecido.
d) a lesão a pessoa a fim de remover perigo iminente.
e) a deterioração de coisa alheia, desde que necessária e limitada ao
indispensável para a remoção de perigo iminente.

Comentário:
Para resolvermos esta questão, vamos lembrar dois artigos bastante
comentados em nossa aula:
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo,
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social,
pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Neste artigo temos a definição legal de abuso de direito. E no artigo
seguinte temos as condutas que não constituem atos ilícitos.

Art. 188. Não constituem atos ilícitos:


I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito
reconhecido;
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de
remover perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as
circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites
do indispensável para a remoção do perigo.
Gabarito letra A.

13. 2011/SEFAZ-RJ/Auditor Fiscal da Receita Estadual. A respeito


do ato ilícito, é correto afirmar que:
a) o Código Civil dispõe que constitui ato ilícito lesão causada à
pessoa, ainda que para a remoção de perigo iminente.

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b) comete ato ilícito aquele que, mesmo por omissão voluntária, cause
dano a outrem, ainda que o dano seja exclusivamente moral.
c) não comete ato ilícito aquele que exceda manifestamente os limites
impostos pelos bons costumes, desde que seja titular de um direito
e o esteja exercendo.
d) quando a destruição de coisa de outrem se der a fim de remover
perigo iminente, ainda que exceda os limites do indispensável, não
configurará ato ilícito.
e) atos praticados em legítima defesa, para o Direito Civil, constituem
ato ilícito, sendo exigível a reparação de eventuais danos
patrimoniais decorrentes.

Comentário:
Para esta questão usaremos os seguintes artigos:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente
moral, comete ato ilícito.
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo,
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social,
pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito
reconhecido;
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de
remover perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as
circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites
do indispensável para a remoção do perigo.

Destes artigos temos os conceitos de ato ilícito, de abuso de direito e os


casos em que não consideram atos ilícitos.
Gabarito letra B.

14. 2006/MPE-SP/Promotor de Justiça. O art. 188 do Código Civil


prevê três causas de exclusão de ilicitude, que não acarretam no dever de
indenizar. São elas:
a) legítima defesa, erro substancial e estado de necessidade.
b) legítima defesa, estado de necessidade e dolo bilateral.
c) exercício regular de direito reconhecido, estado de necessidade e
dolo bilateral.
d) exercício regular de direito reconhecido, estado de necessidade e
erro substancial.

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e) legítima defesa, exercício regular de direito reconhecido e estado de


necessidade.

Comentário:
Esta questão é literal do art. 188 do CC.
Não constituem atos ilícitos:
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito
reconhecido;
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de
remover perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as
circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites
do indispensável para a remoção do perigo.
Gabarito letra E.

15. 2011/DPE-RS/Defensor Público. Atos ilícitos e responsabilidade


civil.
a) A ilicitude dos atos jurídicos surge com a violação de direito alheio e
a consequente configuração de dano a terceiro, não havendo falar
em configuração de ato ilícito no exercício de um direito por seu
titular.
b) No sistema brasileiro a indenização é mensurada pela extensão do
dano, forte no princípio da restituição integral, não havendo
possibilidade de sua fixação e/ou redução pela via da equidade.
c) Nos termos do Código Civil, os empresários individuais e as
empresas respondem independentemente de culpa pelos danos
causados pelos produtos postos em circulação.
d) Os pais respondem, mediante a aferição da sua culpa, pelos atos
dos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua
companhia, o que também ocorre com os empregadores, no que
respeita aos atos dos seus empregados, serviçais e prepostos, no
exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele.
e) No sistema da responsabilidade civil objetiva a culpa do ofensor é
despicienda, tanto para a fixação do dever de indenizar, quanto
para a fixação do quantum indenizatório.

Comentário:
Vamos analisar as alternativas:
A alternativa “a” está errada tendo em vista o art. 187. Também comete
ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social,
pela boa-fé ou pelos bons costumes.

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A alternativa “b” está errada tendo em vista que há previsão na legislação


civil da utilização da equidade para mensurar a indenização, como o art.
928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por
ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de
meios suficientes.
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser
equitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as
pessoas que dele dependem.
A alternativa “c” está correta tendo em vista o art. 931. Ressalvados
outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as
empresas respondem independentemente de culpa pelos danos causados
pelos produtos postos em circulação.
A alternativa “d” está errada tendo em vista o art. 932. São também
responsáveis pela reparação civil:
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade
e em sua companhia;
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas
mesmas condições;
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e
prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em
razão dele;
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se
albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus
hóspedes, moradores e educandos;
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime,
até a concorrente quantia.
E art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente,
ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos
praticados pelos terceiros ali referidos.
E a alternativa “e” está errada tendo em vista que o grau de culpa do
ofensor será levado em consideração para se fixar o quantum
indenizatório, uma vez que a vítima pode ter concorrido para o dano.
Gabarito letra C.

16. 2010/PGM-TERESINA-PI/Procurador Municipal. Para o


legislador civil, o abuso do direito é um ato:
a) lícito, embora possa gerar a nulidade de cláusulas contratuais em
relações consumeristas.
b) lícito, embora ilegal na aparência.
c) ilícito objetivo, caracterizado pelo desvio de sua finalidade social ou
econômica ou contrário à boa-fé e aos bons costumes.

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d) ilícito, necessitado da prova de má-fé do agente para sua


caracterização.
e) ilícito abstratamente, mas que não implica dever indenizatório
moral.

Comentário:
Questão literal do art. 187: Também comete ato ilícito o titular de um
direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo
seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
Gabarito letra C.

17. 2005/PGE-SE/Procurador de Estado. Constitui ato ilícito aquele


praticado
a) em estado de necessidade.
b) em legítima defesa de outrem.
c) com abuso de direito.
d) no exercício regular de um direito reconhecido, salvo com
autorização judicial.
e) com reserva mental.

Comentário:
Para a resolução desta questão vamos utilizar os artigos 187 e 188, pois
no primeiro temos o conceito de abuso de direito e no segundo temos os
atos que não são considerados atos ilícitos.
Art. 187. “Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao
exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim
econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes”.
Art. 188. “Não constituem atos ilícitos:
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um
direito reconhecido;
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a
pessoa, a fim de remover perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando
as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo
os limites do indispensável para a remoção do perigo”.
Gabarito letra C.

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18. 2008/TCE-SP/Auditor do Tribunal de Contas. A indenização por


ato ilícito
a) só será devida quando ficar configurado dano material.
b) não será devida, se ficar configurado apenas abuso de direito.
c) será devida, ainda que o dano seja exclusivamente moral.
d) só será devida na hipótese de se apurar dolo ou culpa grave do
agente.
e) em nenhuma hipótese será devida, se o agente for incapaz.

Comentário:
Esta questão é literal do art. 186 “Aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.
Gabarito letra C.

19. 2011/ITAIPU BINACIONAL/Advogado. Considere as seguintes


afirmativas:

1. A responsabilidade do empregador pelos atos do empregado é


subjetiva, uma vez que se trata de culpa in eligendo. É em razão disso
que, em uma dada pretensão indenizatória, a vítima deve demonstrar a
falta de cuidado do empregador ao contratar e fiscalizar seu empregado.
2. Seria correto afirmar, com base na teoria da responsabilidade civil, que
o agente que for absolvido no juízo criminal, porque negada a autoria,
ficaria isento de indenizar a vítima.
3. A atual legislação adotou, como exceção à regra geral de
responsabilização, a teoria da responsabilidade objetiva no que respeita
aos danos sofridos por menores absolutamente incapazes.
4. A força maior pode ser reputada como uma excludente tanto da
responsabilidade objetiva como da responsabilidade subjetiva, por
implicar a conclusão de que inexiste nexo de causalidade entre a conduta
do agente e o dano, uma vez que aquele não é culpado pelas
consequências do ato ilícito.
5. De acordo com a atual legislação brasileira, apenas os atos ilícitos
geram dever de indenizar. Ato ilícito, por sua vez, deve ser entendido
apenas como aqueles atos proibidos ou contrários ao ordenamento.
6. Há solidariedade passiva entre o empregado e o empregador pelos
danos causados por aquele no exercício do trabalho ou em razão deste.
Entretanto, se o empregador vier a ser condenado a pagar a indenização,
poderá pretender reembolsar-se do que pagou.

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Assinale a alternativa correta.


a) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas 2 e 6 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 2, 3, 4 e 5 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 4, 5 e 6 são verdadeiras.
e) As afirmativas 1, 2, 3, 4, 5 e 6 são verdadeiras.

Comentário:
A primeira afirmação diz que a responsabilidade do empregador em
relação a seus empregados é subjetiva. Vamos ver o art. 932, III e o art.
933.
Art. 932. “São também responsáveis pela reparação civil: III - o
empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos,
no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele”;
Art. 933. “As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente,
ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados
pelos terceiros ali referidos”.
Portanto, a responsabilidade é objetiva. Afirmativa errada.
Para a segunda afirmação vamos utilizar o art. 935. “A responsabilidade
civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a
existência do fato, ou sobre quem seja o seu autor, quando estas
questões se acharem decididas no juízo criminal”. Portanto a afirmativa
está correta.
A terceira afirmação diz “danos sofridos”, que está errado, pois é danos
cometidos por menores. Portanto a afirmativa está errada.
Na quarta afirmação o que está errado é a afirmação de que tanto a
responsabilidade subjetiva quanto a objetiva independem de análise de
culpa, pois somente a responsabilidade objetiva independe da análise de
culpa. Portanto afirmativa errada.
Para a quinta afirmação vamos utilizar o art. 186 “Aquele que, por ação
ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.
Art. 187. “Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao
exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim
econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes”.
Assim, apesar de o conceito de ato ilícito estar muito resumido na
questão, existe outro problema quando afirma que apenas os atos
ilícitos geram o dever de indenizar. Pois de acordo com o art. 929.
“Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do art. 188,
não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à indenização do
prejuízo que sofreram”. Desta forma, mesmo que o ato não seja

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considerado ilícito, pode gerar o dever de indenização. Portanto afirmativa


errada.
Para a sexta afirmação vamos utilizar o art. 932 e o art. 942.
Art. 932. “São também responsáveis pela reparação civil:
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em
sua companhia;
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas
mesmas condições;
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e
prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se
albergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus
hóspedes, moradores e educandos;
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime,
até a concorrente quantia”.
Art. 942. “Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de
outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver
mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação.
Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os co-
autores e as pessoas designadas no art. 932”.
E o patrão tem o direito a ação regressiva, autorizada pelo art. 930. “No
caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de terceiro,
contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a
importância que tiver ressarcido ao lesado.
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de
quem se causou o dano (art. 188, inciso I)”.
Portanto afirmativa 6 correta.
Desde modo as afirmativas 2 e 6 estão corretas.
Gabarito letra B.

20. 2010/TRT - 2ª REGIÃO (SP)/Juiz. Em relação à responsabilidade


civil, verifique as seguintes proposições e responda:

I. O dano se constitui em lesão a qualquer bem jurídico, material ou


moral, devendo, em regra ser um dano atual e certo, admitindo-se, por
exceção, a possibilidade da reparação pela perda de uma chance.
II. Quanto às pessoas obrigadas a reparar o dano, o Código Civil elenca: a
responsabilidade por ato próprio; responsabilidade por ato de terceiro ou
pelo fato de coisas ou animais; responsabilidade em concurso de agentes;
responsabilidade de sucessores.

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III. A desproporção entre a gravidade da culpa e o dano pode ser critério


hábil a intervir na fixação do quantum indenizatório.
IV. O empregador será responsável pela reparação civil na hipótese de
dano causado por seu empregado ou preposto, no exercício do trabalho
que lhe competir, ou em razão dele, desde que verificada a culpa deste
empregador.
V. A responsabilidade civil é independente da criminal, porém não se
poderá questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre a sua autoria,
quando estas questões se encontrarem decididas no juízo criminal.

a) Apenas I e III estão corretas.


b) Apenas II, III e V estão corretas.
c) Nenhuma assertiva está incorreta.
d) Apenas I, IV e V estão corretas.
e) Apenas IV está incorreta.

Comentário:
A afirmativa I está correta, tendo em vista mesmo o art. 186 do CC, e
também pode ser alargado o conceito para a possibilidade da reparação
pela perda de uma chance.
A afirmativa II está correta tendo em vista os art. 186, CC; arts. 932,
936, 937 e 938, CC; art. 942, 2ª parte, CC; art. 943, CC. Que tratam da
responsabilidade por ato próprio; responsabilidade por ato de terceiro ou
pelo fato de coisas ou animais; responsabilidade em concurso de agentes;
responsabilidade de sucessores.
A afirmativa III está correta tendo em vista o art. 944, parágrafo único:
“Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano,
poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização”.
A afirmativa IV está incorreta tendo em vista nos termos do art. 932,
inciso III, c/c art. 933, CC, porque a responsabilidade independe de culpa
do empregador.
E a afirmativa V está correta tendo em vista o art. 935, CC: “A
responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo
questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o seu
autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal”.
Gabarito letra E.

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21. 2009/TJ-SP/Juiz. A responsabilidade civil extracontratual no direito


brasileiro
a) é afastada em caso de estado de necessidade, pois o autor do dano
não responde pelos prejuízos causados.
b) não é afastada em caso de estado de necessidade, pois o autor do
dano responde pelos prejuízos causados.
c) não é afastada em caso de estado de necessidade, mas apenas o
causador do perigo responde pelos danos causados.
d) é afastada, respondendo apenas aquele em defesa de quem se
causou o dano.

Comentário:
Para a resolução desta questão vamos utilizar o art. 188, II, o art. 929 e
o art. 930 de forma combinada.
Art. 188. “Não constituem atos ilícitos: II - a deterioração ou destruição
da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente”.
Art. 929. “Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do
art. 188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à
indenização do prejuízo que sofreram”.
Art. 930. “No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa
de terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a
importância que tiver ressarcido ao lesado.
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de
quem se causou o dano (art. 188, inciso I)”.
Deste modo a responsabilidade civil extracontratual não é afastada no
caso de estado de necessidade, uma vez que o autor dos danos
responderá pelos prejuízos causados.
Gabarito letra B.

22. 2010/TJ-PI/Assessor Jurídico. O credor que demandar o devedor


antes de vencida a dívida, fora dos casos em que a lei o permita, ficará
obrigado a
a) pagar o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição.
b) pagar ao devedor o dobro do que estiver cobrando.
c) esperar o tempo que faltava para o vencimento, a descontar os
juros correspondentes, embora estipulados, e a pagar as custas em
dobro.
d) esperar o tempo que faltava para o vencimento acrescido do prazo
antecipado bem como pagar as custas.
e) pagar ao devedor o que estiver cobrando acrescido da multa de
vinte por cento do débito atualizado.

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Comentário:
Para resolvermos está questão vamos utilizar o art. 939 “O credor que
demandar o devedor antes de vencida a dívida, fora dos casos em que a
lei o permita, ficará obrigado a esperar o tempo que faltava para o
vencimento, a descontar os juros correspondentes, embora estipulados, e
a pagar as custas em dobro”.
Gabarito letra C.

23. 2006/TRT - 9ª REGIÃO (PR)/Juiz. Sobre teoria geral da


responsabilidade civil, assinale a alternativa correta:

I. A teoria subjetiva da responsabilidade civil é fundada na culpa ou dolo


do agente.
II. Admite-se a responsabilização do agente independentemente de culpa,
quando a atividade por ele normalmente desenvolvida, por sua natureza
intrínseca, implicar riscos, mas as hipóteses de aplicação da teoria do
risco devem ser estrita e exaustivamente relacionadas por leis específicas.
III. De acordo com a teoria da responsabilidade por culpa presumida,
presume-se a culpa do agente, invertendo-se o ônus da prova, mas
facultando-lhe provar fatos excludentes da culpa que se presume.
IV. Pela teoria do abuso do direito, o agente pode ser responsabilizado a
reparar danos decorrentes de uma conduta que, embora se caracterize
como exercício de um direito seu, exceda a finalidade econômico-social
daquele direito, desviando-o dos fins sociais, da boa-fé e dos bons
costumes.

a) apenas a assertiva I está correta


b) apenas as assertivas I e III estão corretas
c) apenas as assertivas II e IV estão corretas
d) apenas as assertivas I, III e IV estão corretas
e) todas as assertivas estão corretas

Vamos à análise das afirmativas:


A afirmativa I está correta tendo em vista o art. 186 “Aquele que, por
ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete
ato ilícito”.
A afirmativa II está errada, pois de acordo com o art. 931 exige-se lei
especial e não específica. “Ressalvados outros casos previstos em lei
especial, os empresários individuais e as empresas respondem

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independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos


em circulação”.
A afirmativa III está correta, pois pela teoria da responsabilidade por
culpa presumida, presume-se a culpa do agente, invertendo-se o ônus da
prova, ou seja, quem tem que provar que não tem culpa é o acusado de
causar o dano, mas justamente por inverter o ônus da prova é que o
acusado pode provar fatos excludentes da culpa que se presume.
A afirmativa IV está correta tendo em vista o art. 187: “Também comete
ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social,
pela boa-fé ou pelos bons costumes”.
Gabarito letra D.

24. 2009/DPE-SP/Defensor Público. Com relação à reparação civil,


considere as seguintes assertivas:

I. Os incapazes respondem pelos prejuízos que causarem a outrem com a


totalidade de seus bens.
II. Os incapazes respondem pelos prejuízos que causarem se os seus
responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de
recursos suficientes.
III. A indenização de danos causados por incapazes deverá ser equitativa
e poderá não ter lugar se privá-los, bem como às pessoas que dele
dependerem, do necessário para viver com dignidade.
IV. A indenização dos prejuízos que os incapazes causarem a outrem
deverá ter por medida a extensão do dano, isto é, deverá ser
proporcional.
V. Pelo prejuízo advindo em acidente automobilístico causado por ação de
menor emancipado e com economia própria, a responsabilidade será
solidária com os pais e com o proprietário do veículo.

Estão corretas SOMENTE


a) I e IV.
b) I, IV e V.
c) II, III e V.
d) II, IV e V
e) III e IV.

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Comentário:
Para resolvermos esta questão vamos analisar as afirmativas:
A afirmativa I está errada tendo em vista o art. 928 “O incapaz responde
pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não
tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes.
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser
equitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas
que dele dependem”.
A afirmativa II e III, estão corretas, também de acordo com o art. 928.
A afirmativa IV está errada também de acordo com o art. 928, pois a
indenização deverá ser equitativa, e não proporcional.
A afirmativa V está correta, de acordo com o art. 932, I combinado com o
art. 933.
Art. 932. “São também responsáveis pela reparação civil: I - os pais,
pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua
companhia”.
Art. 933. “As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente,
ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados
pelos terceiros ali referidos”.
Também podemos usar como fundamentação para esta questão, o
enunciado 41 do CJF: "41 – Art. 928: a única hipótese em que poderá
haver responsabilidade solidária do menor de 18 anos com seus pais é ter
sido emancipado nos termos do art. 5º, parágrafo único, inc. I, do novo
Código Civil”.
Art. 5º. “A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a
pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil”.
Parágrafo único. “Cessará, para os menores, a incapacidade:
I – pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante
instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por
sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos
completos”. Ou seja, quando a emancipação do filho é voluntária não há
exoneração da responsabilidade dos pais porque um ato de vontade não
elimina a responsabilidade que provém de Lei.
Gabarito letra C.

25. 2007/TJ-PE/Técnico Judiciário - Área Administrativa. Considere


as afirmativas abaixo sobre responsabilidade civil.

I. É responsável pela reparação civil, desde que comprovada a culpa de


sua parte, o empregador pelos atos praticados pelos seus empregados, no
exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele.

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II. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele
responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de
meios suficientes.
III. O dono ou detentor do animal ressarcirá o dano por ele causado, se
não comprovar culpa da vítima ou força maior.
IV. Aquele que ressarcir o dano causado por seu descendente
relativamente incapaz poderá reaver o que houver pago daquele por
quem pagou.

É correto o que se afirma APENAS em:


a) I, II e III.
b) I, II e IV.
c) I, III e IV.
d) II e III.
e) III e IV.

Comentário:
Vamos para a análise das afirmativas:
A primeira alternativa está errada tendo em vista o Art. 933. “As pessoas
indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja
culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali
referidos”.
A segunda afirmativa está certa de acordo com o art. 928. “O incapaz
responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis
não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios
suficientes”.
A terceira afirmativa está certa de acordo com o art. 936. “O dono, ou
detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar
culpa da vítima ou força maior”.
A quarta afirmativa está errada de acordo com o art. 934. “Aquele que
ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago
daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for descendente
seu, absoluta ou relativamente incapaz”.
Gabarito letra D.

26. 2010/DER-RO/Procurador – Autárquico. Acerca da


Responsabilidade Civil, assinale a alternativa correta.
a) A deterioração ou destruição da coisa alheia a fim de remover
perigo iminente gera direito à indenização do prejuízo que sofreu o
dono da coisa, mesmo que tenha sido culpado do perigo.

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b) O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por


ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não
dispuserem de meios suficientes.
c) Os pais são responsáveis pela reparação civil dos danos causados
pelos filhos menores, mesmo que não estejam sob sua autoridade.
d) Aquele que ressarcir o dano causado por outrem não pode
pretender reaver o que houver pago daquele por quem pagou.
e) O dono do animal ressarcirá o dano por este causado, ainda que
existente e provada força maior.

Comentário:
A alternativa “a” está errada tendo em vista que se a pessoa que sofreu o
dano foi também a culpada do perigo, neste caso não há que se falar em
indenização.
A alternativa “b” está correta de acordo com o art. 928 do CC/02. “O
incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele
responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de
meios suficientes”.
A alternativa “c” está errada de acordo com o art. 932. “São também
responsáveis pela reparação civil:
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade
e em sua companhia;”
A alternativa “d” está errada de acordo com os arts. 929 e 930 que
autorizam a ação regressiva.
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no caso do inciso II do
art. 188, não forem culpados do perigo, assistir-lhes-á direito à
indenização do prejuízo que sofreram.
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo ocorrer por culpa de
terceiro, contra este terá o autor do dano ação regressiva para haver a
importância que tiver ressarcido ao lesado.
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra aquele em defesa de
quem se causou o dano (art. 188, inciso I).
E a alternativa “e” está errada, pois se ficar comprovado a força maior
não há que se falar em responsabilidade. Art. 936. O dono, ou detentor,
do animal ressarcirá o dano por este causado, se não provar culpa da
vítima ou força maior.
Gabarito letra B.

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27. 2011/TRT - 20ª REGIÃO (SE)/Analista Judiciário. No que


concerne à responsabilidade civil é INCORRETO afirmar que a indenização
a) no caso de lesão ou outra ofensa à saúde consistirá no pagamento
das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até o fim da
convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove
haver sofrido.
b) poderá ser reduzida, equitativamente, pelo juiz se houver excessiva
desproporção entre a gravidade da culpa e o dano.
c) será fixada tendo em conta a gravidade da culpa da vítima em
confronto com a do autor do dano se a vítima tiver concorrido
culposamente para o evento danoso.
d) por ofensa à liberdade pessoal, se o ofendido não puder provar
prejuízo, será fixada equitativamente pelo juiz, na conformidade
das circunstâncias do caso.
e) consistirá, havendo usurpação ou esbulho do alheio, se a restituição
da coisa não for possível, na restituição do equivalente, estimado
pelo valor de afeição, ainda que este se avantaje ao seu preço
ordinário.

Comentário:
De acordo com o art. 952. “Havendo usurpação ou esbulho do alheio,
além da restituição da coisa, a indenização consistirá em pagar o valor
das suas deteriorações e o devido a título de lucros cessantes; faltando a
coisa, dever-se-á reembolsar o seu equivalente ao prejudicado”.
Parágrafo único. “Para se restituir o equivalente, quando não exista a
própria coisa, estimar-se-á ela pelo seu preço ordinário e pelo de afeição,
contanto que este não se avantaje àquele”.
Questão literal do artigo.
Gabarito letra E.

28. 2010/CEMIG-TELECOM/Advogado Júnior. Assinale a alternativa


INCORRETA, no que se refere à responsabilidade civil:
a) Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa,
nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco
para os direitos de outrem.
b) Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários
individuais e as empresas respondem independentemente de culpa
pelos danos causados pelos produtos postos em circulação.
c) A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo
questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o
seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo
criminal.

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d) O credor que demandar o devedor antes de vencida a dívida, fora


dos casos em que a lei o permita, ficará obrigado a esperar o tempo
que faltava para o vencimento, a descontar os juros
correspondentes, embora estipulados, e a pagar as custas judiciais
havidas.

Comentário:
De acordo com o art. 939. “O credor que demandar o devedor antes de
vencida a dívida, fora dos casos em que a lei o permita, ficará obrigado a
esperar o tempo que faltava para o vencimento, a descontar os juros
correspondentes, embora estipulados, e a pagar as custas em dobro”.
Gabarito letra D.

29. 2009/CETESB/Advogado. Sobre a responsabilidade civil, é correto


afirmar:
a) aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que
houver pago daquele por quem pagou, ainda se o causador do dano
for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz.
b) haverá obrigação de reparar o dano, comprovada a culpa, quando a
atividade desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua
natureza, risco para os direitos de outrem.
c) o direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la não se
transmite com a herança.
d) se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer
o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de
trabalho, o ofensor indenizará o ofendido apenas com as despesas
do tratamento e dos lucros cessantes até o fim da convalescença.
e) se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a
sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua
culpa em confronto com a do autor do dano.

Comentário:
A alternativa “a” está errada de acordo com o art. 934. Aquele que
ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que houver pago
daquele por quem pagou, salvo se o causador do dano for
descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz.
A alternativa “b” está errada de acordo com art. 927. Aquele que, por ato
ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou
quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

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A alternativa “c” está errada de acordo com o art. 943. O direito de exigir
reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-se com a herança.
A alternativa “d” está errada de acordo com o art. 950. Se da ofensa
resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou
profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização,
além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da
convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho
para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.
E por fim a alternativa “e” está correta tendo em vista o art. 945. “Se a
vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua
indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em
confronto com a do autor do dano”.
Gabarito letra E.

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LISTA DAS QUESTÕES E GABARITO.

1. ESAF 2012/Receita Federal/Auditor Fiscal da Receita Federal


do Brasil. O Código Civil, em seu artigo 927, estabelece que aquele que,
por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Sobre a
responsabilidade civil, podemos afirmar que todas as opções abaixo estão
corretas, exceto:
a) ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários
individuais e as empresas respondem independentemente de culpa
pelos danos causados pelos produtos postos em circulação.
b) são também responsáveis pela reparação civil, o empregador ou
comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício
do trabalho que lhes competir, ou em razão dele.
c) haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa,
nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco
para os direitos de outrem.
d) os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem
ficam sujeitos à reparação do dano causado, salvo se a vítima tiver
concorrido culposamente para o evento danoso, caso em que
responderão solidariamente pela reparação.
e) aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem
ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido,
ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do
que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele
exigir, salvo se houver prescrição.

2. Questões Estratégia concursos – Simulado AFRF-2012. Marque a


alternativa correta.

a) Para que o acidentado possa recorrer à legislação acidentária é


suficiente a ocorrência do acidente de trabalho e os valores da
indenização são fixados de acordo com o tipo de infortúnio.
b) A indenização acidentária, proveniente do seguro de acidentes da
Previdência Social, tem por fundamento a responsabilidade
subjetiva, pois não precisa ser comprovada a culpa do empregador.
c) Somente nos casos de culpa grave e dolo, o empregador terá que
suportar o dever de indenizar, mas se não agiu com dolo poderá
compensar a indenização com a reparação concedida pela
Previdência Social.
d) O empregador ou comitente responde objetivamente pelos atos dos
empregados, praticados no exercício do trabalho que lhes competir,
mas não em razão dele.

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e) Caso o empregador, por ter agido com dolo ou culpa, for obrigado a
indenizar o empregado, está afastada a possibilidade do empregado
também receber a indenização relativa ao risco profissional.

3. ESAF 2007/PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL. Se um


escritor, culposamente, não entregar ao editor, no prazo estipulado no
contrato, a obra prometida, a sua responsabilidade, quanto ao fato
gerador, será:
a) objetiva
b) indireta
c) contratual
d) direta
e) subjetiva

4. ESAF 2006/MTE/AFT. O empregador ou comitente, por ato lesivo de


seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício de trabalho que lhes
competir ou em razão dele,
a) responsabiliza-se objetivamente pela reparação civil, pouco
importando que se demonstre que não concorreu o prejuízo por
culpa ou negligência de sua parte.
b) responde subjetivamente pelo dano moral e patrimonial.
c) tem responsabilidade civil objetiva por não existir presunção juris
tantum de culpa, mas não poderá reaver o que pagou
reembolsando-se da soma indenizatória despendida.
d) tem responsabilidade civil subjetiva por haver presunção juris
tantum de culpa in eligendo e in vigilando.
e) não tem qualquer obrigação de reparar dano por eles causado a
terceiro.

5. ESAF 2006/CGU/AFC- ÁREA CORREIÇÃO. A falta de cautela ou


atenção em relação a uma pessoa, animal ou objeto sob os cuidados do
agente, que provoca dano a alguém, é considerada quanto ao conteúdo
da conduta culposa
a) culpa in committendo.
b) culpa in abstrato.
c) culpa in custodiendo.
d) culpa in concreto.
e) culpa in omittendo.

6. ESAF 2006/PROCURADOR DA FAZENDA NACIONAL. Constituem


caso de responsabilidade civil por ato de outrem, exceto

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a) os pais, pelos filhos menores que estiverem sob seu poder e


companhia, mesmo se comprovado que agiu de maneira
incensurável quanto à vigilância e educação do menor.
b) o tutor ou curador, pelos atos praticados pelos pupilos e
curatelados, tenha ou não apurado sem culpa.
c) o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e
prepostos, no exercício do trabalho ou por ocasião dele.
d) os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se
albergue por dinheiro, menos para fins de educação, pelos seus
hóspedes e moradores, havendo, ou não, culpa in vigilando e in
eligendo.
e) os que houverem participado nos produtos do crime, mesmo os que
não participaram do delito mas receberam o seu produto.

7. ESAF 2004/PGE-DF/PROCURADOR. Marginais foragidos de uma


penitenciária estadual assaltaram uma residência, causando danos
materiais e morais. Demandado judicialmente, o Estado deixou de ser
condenado, em primeiro grau, a indenizar a família vítima da violência,
pois o dano não haveria decorrido direta e imediatamente da
ação/omissão estatal. Assinale a opção correta.
a) A teoria sobre o nexo causal que inspirou o julgador a isentar o
Estado de responsabilidade civil foi a da equivalência das causas.
b) A teoria sobre o nexo causal que inspirou o julgador a isentar o
Estado de responsabilidade civil foi a da interrupção do nexo causal.
c) Na hipótese de responsabilidade civil objetiva, como a descrita no
enunciado da questão, pouco importa se a vítima do ato danoso agiu
culposamente, concorrendo para a sua ocorrência, vez que não se
exige, no caso, a comprovação de qualquer culpa para a imposição do
dever de indenizar.
d) A responsabilidade civil objetiva do Estado, na presente hipótese,
decorre da incidência do Código de Defesa do Consumidor sobre as
relações entre o Poder Público e o Administrado.
e) Caso os marginais sejam condenados criminalmente pelos crimes
cometidos contra a família do enunciado da questão, essa
condenação fará coisa julgada no juízo cível, obrigando o Estado a
ressarci-la pelos danos amargados, devendo ser reformado, pelo
Colendo Tribunal de Justiça, o entendimento inicial, esposado pelo
MM. juízo singular de que não haveria o dever de indenizar por parte
do Estado.

8. ESAF 2004/IRB/ANALISTA. Há responsabilidade civil objetiva:


a) do tutor pelos atos lesivos praticados pelo tutelado, que estiver sob
sua autoridade e em sua companhia.

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b) do dono de edifício pelos danos resultantes de sua ruína, se esta


advier da falta de reparos necessários.
c) do médico que, ao esquecer objeto no abdome do paciente durante
a cirurgia causar-lhe a morte.
d) do dentista que, por falta de assepsia, vier a transmitir aids ao seu
paciente.
e) do médico que continuar um tratamento que causa perturbação
anormal no paciente.

9. ESAF 2004/IRB/ADVOGADO. Aponte a assertiva falsa.


a) A indenização mede-se pela extensão do dano, não admitindo a lei
redução equitativa.
b) A responsabilidade do transportador é objetiva.
c) Têm legitimação para requerer indenização por lesão a direito da
personalidade da pessoa falecida, o cônjuge sobrevivente, qualquer
parente em linha reta ou colateral até o quarto grau.
d) Há responsabilidade civil do advogado que perdeu prazo para
cumprir determinação emanada do órgão da OAB, para contestação
ou recurso desejado pelo constituinte.
e) O dono, ou detentor, do animal ressarcirá o dano por este causado,
se não provar culpa da vítima ou força maior.

10. ESAF 2003/ AFT-MT. A responsabilidade civil do empregador por


ato lesivo de seu empregado, no exercício do trabalho, é:
a) subjetiva, quanto ao fundamento, e indireta, quanto ao agente.
b) objetiva, quanto ao fundamento, e indireta, quanto ao agente.
c) complexa, quanto ao fundamento, e objetiva quanto ao agente.
d) subjetiva, quanto ao fundamento, e direta quanto ao agente.
e) objetiva, quanto ao fundamento, e direta quanto ao agente.

11. ESAF 2010/MTE/AFT. Assinale a única opção falsa.


a) Como consequência econômica da adoção da teoria do risco
profissional, deve ser observado que o ressarcimento dos danos
deve ser tão amplo como no caso da indenização pelo direito
comum, pois o risco cobre todo o dano causado pelo acidente.
b) A teoria do risco profissional reflete a evolução da teoria do risco,
consistindo na responsabilidade fundada nas circunstâncias que
cercam determinada atividade e nas obrigações oriundas do
contrato de trabalho, sem levar-se em conta a culpa do empregador
ou a do empregado.
c) A teoria do risco consiste na consagração da responsabilidade do
empregador, no caso de acidente do trabalho, baseada não na
culpa, mas no contrato de locação de serviços; ao contratar, o
empregador assume a responsabilidade contratual.

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d) As indenizações relativas ao risco profissional são pagas mediante


tabelas previamente determinadas, catalogadas pelos institutos
oficiais de Previdência Social e seus valores são fixados em
patamares mais módicos, segundo o tipo de infortúnio.
e) A teoria do dano objetivo consagra a tese de que o dano deve ser
reparado, independentemente da comprovação da culpa.

Questões de outras bancas

12. FAURGS 2010/TJ-RS/Oficial Escrevente. De acordo com o Código


Civil, constitui ato ilícito:
a) o exercício arbitrário das próprias razões para a defesa de um
direito
b) aquele praticado em legítima defesa.
c) aquele praticado no exercício regular de um direito reconhecido.
d) a lesão a pessoa a fim de remover perigo iminente.
e) a deterioração de coisa alheia, desde que necessária e limitada ao
indispensável para a remoção de perigo iminente.

13. 2011/SEFAZ-RJ/Auditor Fiscal da Receita Estadual. A respeito


do ato ilícito, é correto afirmar que:
a) o Código Civil dispõe que constitui ato ilícito lesão causada à
pessoa, ainda que para a remoção de perigo iminente.
b) comete ato ilícito aquele que, mesmo por omissão voluntária, cause
dano a outrem, ainda que o dano seja exclusivamente moral.
c) não comete ato ilícito aquele que exceda manifestamente os limites
impostos pelos bons costumes, desde que seja titular de um direito
e o esteja exercendo.
d) quando a destruição de coisa de outrem se der a fim de remover
perigo iminente, ainda que exceda os limites do indispensável, não
configurará ato ilícito.
e) atos praticados em legítima defesa, para o Direito Civil, constituem
ato ilícito, sendo exigível a reparação de eventuais danos
patrimoniais decorrentes.

14. 2006/MPE-SP/Promotor de Justiça. O art. 188 do Código Civil


prevê três causas de exclusão de ilicitude, que não acarretam
a) legítima defesa, erro substancial e estado de necessidade.
b) legítima defesa, estado de necessidade e dolo bilateral.
c) exercício regular de direito reconhecido, estado de necessidade e
dolo bilateral.

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d) exercício regular de direito reconhecido, estado de necessidade e


erro substancial.
e) legítima defesa, exercício regular de direito reconhecido e estado de
necessidade.

15. 2011/DPE-RS/Defensor Público. Atos ilícitos e responsabilidade


civil.
a) A ilicitude dos atos jurídicos surge com a violação de direito alheio e
a consequente configuração de dano a terceiro, não havendo falar
em configuração de ato ilícito no exercício de um direito por seu
titular.
b) No sistema brasileiro a indenização é mensurada pela extensão do
dano, forte no princípio da restituição integral, não havendo
possibilidade de sua fixação e/ou redução pela via da equidade.
c) Nos termos do Código Civil, os empresários individuais e as
empresas respondem independentemente de culpa pelos danos
causados pelos produtos postos em circulação.
d) Os pais respondem, mediante a aferição da sua culpa, pelos atos
dos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua
companhia, o que também ocorre com os empregadores, no que
respeita aos atos dos seus empregados, serviçais e prepostos, no
exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele.
e) No sistema da responsabilidade civil objetiva a culpa do ofensor é
despicienda, tanto para a fixação do dever de indenizar, quanto
para a fixação do quantum indenizatório.

16. 2010/PGM-TERESINA-PI/Procurador Municipal. Para o


legislador civil, o abuso do direito é um ato:
a) lícito, embora possa gerar a nulidade de cláusulas contratuais em
relações consumeristas.
b) lícito, embora ilegal na aparência.
c) ilícito objetivo, caracterizado pelo desvio de sua finalidade social ou
econômica ou contrário à boa-fé e aos bons costumes.
d) ilícito, necessitado da prova de má-fé do agente para sua
caracterização.
e) ilícito abstratamente, mas que não implica dever indenizatório
moral.

17. 2005/PGE-SE/Procurador de Estado. Constitui ato ilícito aquele


praticado
a) em estado de necessidade.
b) em legítima defesa de outrem.
c) com abuso de direito.

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d) no exercício regular de um direito reconhecido, salvo com


autorização judicial.
e) com reserva mental.

18. 2008/TCE-SP/Auditor do Tribunal de Contas. A indenização por


ato ilícito
a) só será devida quando ficar configurado dano material.
b) não será devida, se ficar configurado apenas abuso de direito.
c) será devida, ainda que o dano seja exclusivamente moral.
d) só será devida na hipótese de se apurar dolo ou culpa grave do
agente.
e) em nenhuma hipótese será devida, se o agente for incapaz.

19. 2011/ITAIPU BINACIONAL/Advogado. Considere as seguintes


afirmativas:

1. A responsabilidade do empregador pelos atos do empregado é


subjetiva, uma vez que se trata de culpa in eligendo. É em razão disso
que, em uma dada pretensão indenizatória, a vítima deve demonstrar a
falta de cuidado do empregador ao contratar e fiscalizar seu empregado.

2. Seria correto afirmar, com base na teoria da responsabilidade civil, que


o agente que for absolvido no juízo criminal, porque negada a autoria,
ficaria isento de indenizar a vítima.

3. A atual legislação adotou, como exceção à regra geral de


responsabilização, a teoria da responsabilidade objetiva no que respeita
aos danos sofridos por menores absolutamente incapazes.

4. A força maior pode ser reputada como uma excludente tanto da


responsabilidade objetiva como da responsabilidade subjetiva, por
implicar a conclusão de que inexiste nexo de causalidade entre a conduta
do agente e o dano, uma vez que aquele não é culpado pelas
consequências do ato ilícito.

5. De acordo com a atual legislação brasileira, apenas os atos ilícitos


geram dever de indenizar. Ato ilícito, por sua vez, deve ser entendido
apenas como aqueles atos proibidos ou contrários ao ordenamento.

6. Há solidariedade passiva entre o empregado e o empregador pelos


danos causados por aquele no exercício do trabalho ou em razão deste.

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Entretanto, se o empregador vier a ser condenado a pagar a indenização,


poderá pretender reembolsar-se do que pagou.

Assinale a alternativa correta.


a) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas 2 e 6 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 2, 3, 4 e 5 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 4, 5 e 6 são verdadeiras.
e) As afirmativas 1, 2, 3, 4, 5 e 6 são verdadeiras.

20. 2010/TRT - 2ª REGIÃO (SP)/Juiz. Em relação à responsabilidade


civil, verifique as seguintes proposições e responda:

I. O dano se constitui em lesão a qualquer bem jurídico, material ou


moral, devendo, em regra ser um dano atual e certo, admitindo-se, por
exceção, a possibilidade da reparação pela perda de uma chance.
II. Quanto às pessoas obrigadas a reparar o dano, o Código Civil elenca: a
responsabilidade por ato próprio; responsabilidade por ato de terceiro ou
pelo fato de coisas ou animais; responsabilidade em concurso de agentes;
responsabilidade de sucessores.
III. A desproporção entre a gravidade da culpa e o dano pode ser critério
hábil a intervir na fixação do quantum indenizatório.
IV. O empregador será responsável pela reparação civil na hipótese de
dano causado por seu empregado ou preposto, no exercício do trabalho
que lhe competir, ou em razão dele, desde que verificada a culpa deste
empregador.
V. A responsabilidade civil é independente da criminal, porém não se
poderá questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre a sua autoria,
quando estas questões se encontrarem decididas no juízo criminal.

a) Apenas I e III estão corretas.


b) Apenas II, III e V estão corretas.
c) Nenhuma assertiva está incorreta.
d) Apenas I, IV e V estão corretas.
e) Apenas IV está incorreta.

21. 2009/TJ-SP/Juiz. A responsabilidade civil extracontratual no direito


brasileiro
a) é afastada em caso de estado de necessidade, pois o autor do dano
não responde pelos prejuízos causados.

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b) não é afastada em caso de estado de necessidade, pois o autor do


dano responde pelos prejuízos causados.
c) não é afastada em caso de estado de necessidade, mas apenas o
causador do perigo responde pelos danos causados.
d) é afastada, respondendo apenas aquele em defesa de quem se
causou o dano.

22. 2010/TJ-PI/Assessor Jurídico. O credor que demandar o devedor


antes de vencida a dívida, fora dos casos em que a lei o permita, ficará
obrigado a
a) pagar o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição.
b) pagar ao devedor o dobro do que estiver cobrando.
c) esperar o tempo que faltava para o vencimento, a descontar os
juros correspondentes, embora estipulados, e a pagar as custas em
dobro.
d) esperar o tempo que faltava para o vencimento acrescido do prazo
antecipado bem como pagar as custas.
e) pagar ao devedor o que estiver cobrando acrescido da multa de
vinte por cento do débito atualizado.

23. 2006/TRT - 9ª REGIÃO (PR)/Juiz. Sobre teoria geral da


responsabilidade civil, assinale a alternativa correta:

I. A teoria subjetiva da responsabilidade civil é fundada na culpa ou dolo


do agente.
II. Admite-se a responsabilização do agente independentemente de culpa,
quando a atividade por ele normalmente desenvolvida, por sua natureza
intrínseca, implicar riscos, mas as hipóteses de aplicação da teoria do
risco devem ser estrita e exaustivamente relacionadas por leis específicas.
III. De acordo com a teoria da responsabilidade por culpa presumida,
presume-se a culpa do agente, invertendo-se o ônus da prova, mas
facultando-lhe provar fatos excludentes da culpa que se presume.
IV. Pela teoria do abuso do direito, o agente pode ser responsabilizado a
reparar danos decorrentes de uma conduta que, embora se caracterize
como exercício de um direito seu, exceda a finalidade econômico-social
daquele direito, desviando-o dos fins sociais, da boa-fé e dos bons
costumes.

a) apenas a assertiva I está correta


b) apenas as assertivas I e III estão corretas
c) apenas as assertivas II e IV estão corretas
d) apenas as assertivas I, III e IV estão corretas

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e) todas as assertivas estão corretas

24. 2009/DPE-SP/Defensor Público. Com relação à reparação civil,


considere as seguintes assertivas:

I. Os incapazes respondem pelos prejuízos que causarem a outrem com a


totalidade de seus bens.
II. Os incapazes respondem pelos prejuízos que causarem se os seus
responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de
recursos suficientes.
III. A indenização de danos causados por incapazes deverá ser equitativa
e poderá não ter lugar se privá-los, bem como às pessoas que dele
dependerem, do necessário para viver com dignidade.
IV. A indenização dos prejuízos que os incapazes causarem a outrem
deverá ter por medida a extensão do dano, isto é, deverá ser
proporcional.
V. Pelo prejuízo advindo em acidente automobilístico causado por ação de
menor emancipado e com economia própria, a responsabilidade será
solidária com os pais e com o proprietário do veículo.

Estão corretas SOMENTE


a) I e IV.
b) I, IV e V.
c) II, III e V.
d) II, IV e V
e) III e IV.

25. 2007/TJ-PE/Técnico Judiciário - Área Administrativa. Considere


as afirmativas abaixo sobre responsabilidade civil.

I. É responsável pela reparação civil, desde que comprovada a culpa de


sua parte, o empregador pelos atos praticados pelos seus empregados, no
exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele.
II. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele
responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de
meios suficientes.
III. O dono ou detentor do animal ressarcirá o dano por ele causado, se
não comprovar culpa da vítima ou força maior.

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IV. Aquele que ressarcir o dano causado por seu descendente


relativamente incapaz poderá reaver o que houver pago daquele por
quem pagou.

É correto o que se afirma APENAS em:


a) I, II e III.
b) I, II e IV.
c) I, III e IV.
d) II e III.
e) III e IV.

26. 2010/DER-RO/Procurador – Autárquico. Acerca da


Responsabilidade Civil, assinale a alternativa correta.
a) A deterioração ou destruição da coisa alheia a fim de remover
perigo iminente gera direito à indenização do prejuízo que sofreu o
dono da coisa, mesmo que tenha sido culpado do perigo.
b) O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por
ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não
dispuserem de meios suficientes.
c) Os pais são responsáveis pela reparação civil dos danos causados
pelos filhos menores, mesmo que não estejam sob sua autoridade.
d) Aquele que ressarcir o dano causado por outrem não pode
pretender reaver o que houver pago daquele por quem pagou.
e) O dono do animal ressarcirá o dano por este causado, ainda que
existente e provada força maior.

27. 2011/TRT - 20ª REGIÃO (SE)/Analista Judiciário. No que


concerne à responsabilidade civil é INCORRETO afirmar que a indenização
a) no caso de lesão ou outra ofensa à saúde consistirá no pagamento
das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até o fim da
convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove
haver sofrido.
b) poderá ser reduzida, equitativamente, pelo juiz se houver excessiva
desproporção entre a gravidade da culpa e o dano.
c) será fixada tendo em conta a gravidade da culpa da vítima em
confronto com a do autor do dano se a vítima tiver concorrido
culposamente para o evento danoso.
d) por ofensa à liberdade pessoal, se o ofendido não puder provar
prejuízo, será fixada equitativamente pelo juiz, na conformidade
das circunstâncias do caso.
e) consistirá, havendo usurpação ou esbulho do alheio, se a restituição
da coisa não for possível, na restituição do equivalente, estimado
pelo valor de afeição, ainda que este se avantaje ao seu preço
ordinário.

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28. 2010/CEMIG-TELECOM/Advogado Júnior. Assinale a alternativa


INCORRETA, no que se refere à responsabilidade civil:
a) Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa,
nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente
desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco
para os direitos de outrem.
b) Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários
individuais e as empresas respondem independentemente de culpa
pelos danos causados pelos produtos postos em circulação.
c) A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo
questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja o
seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo
criminal.
d) O credor que demandar o devedor antes de vencida a dívida, fora
dos casos em que a lei o permita, ficará obrigado a esperar o tempo
que faltava para o vencimento, a descontar os juros
correspondentes, embora estipulados, e a pagar as custas judiciais
havidas.

29. 2009/CETESB/Advogado. Sobre a responsabilidade civil, é correto


afirmar:
a) aquele que ressarcir o dano causado por outrem pode reaver o que
houver pago daquele por quem pagou, ainda se o causador do dano
for descendente seu, absoluta ou relativamente incapaz.
b) haverá obrigação de reparar o dano, comprovada a culpa, quando a
atividade desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua
natureza, risco para os direitos de outrem.
c) o direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la não se
transmite com a herança.
d) se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer
o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de
trabalho, o ofensor indenizará o ofendido apenas com as despesas
do tratamento e dos lucros cessantes até o fim da convalescença.
e) se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a
sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua
culpa em confronto com a do autor do dano.

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Gabarito:

1. D 2. A 3. C 4. A 5. C 6. D 7. B 8. A 9. A 10. B
11. A 12. A 13. B 14. E 15. C 16. C 17. C 18. C 19. B 20. E
21. B 22. C 23. D 24. C 25. D 26. B 27. E 28.D 29.E

Profs. Aline Santiago e Jacson Panichi www.estrategiaconcursos.com.br Página 70 de 70

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