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1. Introdução
O fenótipo de cada indivíduo de uma população
reflete as influências genéticas e não-genéticas sobre seu
crescimento e desenvolvimento. As influências não-genéticas
são determinadas pelo ambiente.
Allard & Bradshaw (1964), ao dissentirem os efeitos
da interação genótipos x ambiente, postulam que as variações
de ambiente podem ser de dois tipos: previsíveis (tipos de
solo, clima, p. ex.); e imprevisíveis, que resultam das
flutuações incontroláveis e das que são frutos do acaso
(quantidade e distribuição das chuvas, temperaturas, etc.).
Quando uma espécie é testada numa região e aparecem
grandes interações genótipos x locais, é porque a região é
dotada de ambientes diferentes.
Assim, tem sido demonstrado que alguns genótipos
possuem a capacidade de se adaptarem bem em uma gama de
diferentes condições ecológicas, enquanto outros são adaptados
às condições ecológicas mais ou menos específicas (Allard,
1961; Allard e Bradshaw, 1964; Carnacho, 1968; Vernetti et al,
1987). Essas mesmas técnicas tem-se revelado bastantes
eficientes na forma classificatória de ambientes (favoráveis e
disfavoráveis) sem, contudo, identificar qual ou quais fatores
agem positiva ou negativamente nas mudanças ambientais. Em
razão disto, objetivou-se, com este trabalho, identificar de
que forma a quantidade e a distribuição pluviométrica de uma
região afeta o ambiente.
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2. Materiais e Métodos
o experimento foi conduzido por dois anos no
municlplo de Surubim-PE, em um solo do tipo Regossol. A
cultura utilizada foi o amendoim, plantado na estação chuvosa,
num delineamento experimental de blocos ao acaso com cinco
repetições e onze tratamentos, representados por onze
variedades de amendoim. Todos os tratos culturais e
agronõmicos foram iguais nos onze tratamentos, sendo variável
apenas as quantidades e a distribuição da precipitação
pluviométrica ocorrida durante a fase de cultivo nos dois
anos.
Coletaram-se dados de produtividade os quais foram
submetidos à análise de varlancia individual por ambiente
(combinação de ano e local). Em seguida foi determinada a
estabilidade fenotípica da produtividade, usando-se a média
geral de produtividade de cada variedade, o seu coeficiente de
regressão e o seu índice ambiental, conforme o modelo
matemático:
Yij = Ui + Bi Ij
Onde: Yij, é a média da produtividade do genótipo i, no
ambiente j; Ui é a média do genótipo i nos dois ambientes; Bi,
é o coeficiente de regressão do genótipo i; e I é o índice
ambiental.
Para a determinação da influência das chuvas sobre
os ambientes, foi utilizado o modelo do balanço hídrico
modificado proposto por Braga (1982).
Para tal, dados diários de precipitação
pluviométrica dos anos estudados (1989 e 1990) foram
utilizados, bem como dados da evapotranspiração potencial,
além de considerar não apenas o teor de umidade do solo, mas
também o conceito de água livremente disponível, como função
da demanda atmosférica e da cultura.
Para iniciar o balanço hídrico, usou-se uma
capacidade de água disponível de 40mm para o primeiro dia de
janeiro de 1989.
3. Resultados e discussão
Os dados de produtividade, coeficientes de
regressao, as médias ajustadas e os índices ambientais
encontram-se na Tabela 1. Analisando-se essa tabela
verifica-se que no ano de 1989 o índice ambiental é negativo
(-213,8068) o que caracteriza ambiente desfavorável à cultura,
enquanto que no ano de 1990 o índice ambiental foi positivo
(242,9205), significando ambiente favorável ao desenvolvimento
da cultura do amendoim.
Considerando-se que todos os fatores, tais como tipo
de solo, tratos culturais, adubação, variedades, etc,
permaneceram constantes nos dois anos; apenas um fator
(chuvas) poderia explicar esta variabilidade ambiental. Deste
modo, ao se proceder a análise agroclimática, com base no
balanço hídrico seriado, verificou-se na verdade que no ano de
1989 ocorreu uma quantidade de precipitação pluviométrica
considerada baixa para a cultura (328 mm), além do que a sua
distribuição durante o ciclo desta cultura provocou déficits
534
CV ( %) 7,20
I.A** -213,8068 242,9205
~DIA GERAL 1350,35
** 1ndice Ambiental
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4. conclusões
5. Referências Bibliográficas