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Com essa medida alcançasse também o princípio da isonomia, pois não seria justo o
contribuinte A, que realiza fato gerador previsto em lei sob a forma jurídica tradicional, seja
tributado e o contribuinte B, que de má-fé realiza o mesmo fato gerador, mas sob forma
jurídica obscura, não arque com o mesmo ônus tributário. Garante-se aqui a real
aplicabilidade do tributo, pois se a conduta de A, apesar de não aparentar ser um fato gerador,
mas efetivamente é, conforme previsão legal, então, o mesmo deverá arcar com o tributo, pois
a sua conduta tem a essência de fato gerador e foi alcançada pela determinação legal
tributária.
Ante o instituto da livre concorrência, podemos notar que a Constituição tutelou esse
direito, primeiro, em seu artigo 170, IV, na qual prévio como princípio a ser observado no
tocante a ordem econômica, a fim de garantir a justiça social. Em seguida, a Constituição
estabeleceu em seu artigo 173, § 4º que o Estado deve reprimir entre outras coisas à
eliminação da concorrência, haja vista a intenção do legislador em fomentar a livre
concorrência, pois sem dúvida, seu objetivo é proteger os cidadãos de um abuso econômico.
A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador realizado pelo sujeito
passivo e tem por objeto o pagamento do tributo (art. 113, §1°, CTN). A obrigação surge com
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a ocorrência da conduta em concreto, ou seja, com a subsunção do fato à norma de Direito
Tributário (fato imponível) que o classifica como capaz de gerar conseqüências no campo
jurídico, qual seja, a exigibilidade do tributo.
Ao ler o disposto no artigo 113, § 3°, do CTN, nota-se que o legislador determina a
conversão da obrigação acessória em principal, na modalidade relativa a penalidade
pecuniária, quando a obrigação acessória não fora observada, portanto, adotando-se a mesma
sistemática do artigo 113, §1°, do CTN.
A penalidade pecuniária é sanção administrativa, que não tem nada em comum com o
tributo; trata-se de matéria estudada pelo Direito Financeiro, que cuida das receitas obtidas
pelo Estado (tributo e penalidade são espécies do gênero “receitas derivadas”, conforme
classificação do Direito Financeiro).
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Em análise ao artigo 128 do Código Tributário Nacional, constatamos que a
substituição tributária regressiva se aplica após a ocorrência do fato gerador, logo, não há o
que se questionar sobre a sua constitucionalidade.
Nota-se que a principal diferença entre os dois institutos de Direito Tributário é que na
substituição regressiva o pagamento do tributo é efetuado posteriormente à ocorrência do fato
gerador, totalmente oposto a situação amparada pela substituição tributária progressiva.
6) Explique a relação do Princípio da “pecunia non olet” com o artigo 118 do CTN.
Aliomar Baleeiro, comentando o art. 118, do CTN, assim declarou: "a validade,
invalidade, nulidade, anulabilidade ou mesmo a anulação já decretada do ato jurídico são
irrelevantes para o Direito Tributário. Praticado o ato jurídico ou celebrado o negócio que a lei
tributária prescreve como fato gerador, está nascida a obrigação para com o fisco. E essa
obrigação subsiste independentemente da validade ou invalidade do ato. Se nulo ou anulável,
não desaparece a obrigação fiscal que dele decorre, nem surge para o contribuinte o direito de
pedir repetição do tributo acaso pago sob invocação de que o ato era nulo ou foi anulado. O
fato gerador ocorre e não desaparece, do ponto de vista fiscal, pela nulidade ou anulação".
Ante ao comentário em epígrafe, e olhando apenas pelo lado tributário, percebesse que
a simples ocorrência de um fato gerador e suficiente para a cobrança do tributo prescrito em
lei, pouco importando a origem da pecúnia.
A origem histórica deste princípio faz menção à época remota da Roma Antiga,
quando um Imperador Romano (Vespasiano) decidiu tributar a utilização de banheiros
públicos. Então, seu filho (Tito), sugeriu a revogação deste tributo, haja vista a sua origem
sórdida. Na ocasião, seu pai, apontando-lhe uma moeda, lhe fez a seguinte pergunta: “Olet?”
(tem cheiro?). - O filho respondeu: ‘Non Olet!”(não tem cheiro!). Daí nasceu o princípio da
pecunia non olet.
O dispositivo deve ser aplicado em conjunto com os artigos 114 a 119, submetendo o
primeiro a evento futuro e incerto. Assim, para o orbe tributário, pode ser ajustada uma
compra e venda sob condição resolutória. No contexto lógico, se aperfeiçoado o negócio
jurídico, ocorre o fato gerador, do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis – ITBI,
inobstante tenha se desfeito o ato adiante. Doutra face, se a compra de uma colheita fica
sujeita a evento futuro e incerto – o aproveitamento da safra – e este não ocorrer, não há fato
imponível criador da obrigação tributária.
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A segunda hipótese é tratada no art. 105 do Código como fato gerador pendente,
remetendo às condições do art. 116. A impropriedade do termo é latente: o fato gerador nem
mesmo chega a existir no ato sujeito a condição suspensiva; refugiria à conceituação do art.
114. Não se aperfeiçoando o negócio, não existe fato gerador. É este que ocorre ou deixa de
ocorrer, não surge antes e independentemente do negócio jurídico.
A capacidade contributiva foi consagrada pelo texto constitucional em seu artigo 145,
§ 1º, in verbis:
§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a
capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente
para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos
termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
Por último, vale salientar a passagem do artigo que diz “sempre que possível”, essa
expressão é bastante oportuna, pois deixa claro que deverá ser sempre observado as condições
pessoais de cada contribuinte, assim, visando uma justiça fiscal conforme já abordamos.
Na responsabilidade por sucessão é uma outra pessoa, que não seja quem gerou o fato
gerador, quem vai ser o responsável pelo pagamento do tributo. De acordo com Luciano
Amaro (2005), o sucessor ocupa a posição do antigo devedor, no estado em que a obrigação
se encontrava na data do evento que motivou a sucessão.
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Dá-se fusão quando duas ou mais empresas desaparecem para dar origem à outra, esta
nova. Os tributos devidos peças empresas fusionadas passam, por transferência legal, para
a nova pessoa jurídica de Direito privado. [...] A transformação é apenas uma troca de
roupagem societária. [...] A incorporação ocorre quando uma empresa, que continua a
existir, absorve outra, que desaparece do mundo societário. [...] Diz-se que há cisão total
quando a empresa se reparte em várias partes, cada qual tornando-se uma nova empresa
com o desaparecimento da empresa-mãe. Na cisão parcial, a empresa-mãe é preservada. A
cisão se dá por conveniência (especialização de atividades) ou para acomodar
divergências (separação de sócios, v.g.).
Os sucessores vão responder pelos tributos, mas, o mesmo não ocorre no que se refere
às multas, uma vez que o CTN fala apenas em tributos no que se refere à sucessão. O
entendimento do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que as multas só devem ser
intentadas contra o infrator, sendo que se há o dolo, elas são pessoais.
No que se refere à sucessão, a Nova Lei de Falências determinou que, aquele que
adquirir bem de uma sociedade falida, ele não vai responder pelos débitos tributários relativos
a essa empresa. Mas, se houver uma sociedade entre o adquirente e o sócio falido haverá
responsabilidade solidária entre eles.
A infração fiscal é uma espécie de sanção tributária instituída por entes que instituem o
tributo. No que se refere às infrações fiscais, a responsabilidade é objetiva. As sanções penais,
por sua vez, são de responsabilidade subjetiva, tendo em vista que tem que se comprovar o
dolo ou a culpa. Se a pessoa cometeu crime tipificado na Lei nº 8.137/90 é caso de sanção
penal.
O art. 136 fala da objetividade do ilícito fiscal, além de responsabilizar as pessoas pelo
pagamento das multas. Não depende da intenção do agente.
Se este for iniciado, não há mais que se falar em denúncia espontânea. A denúncia
espontânea é algo bastante vantajoso para o agente, pois a mesma exclui as multas de mora e
de infração que este deveria pagar, sendo que são multas bem altas. Com a denúncia
espontânea cabe ao agente pagar apenas as o valor principal com suas atualizações.
11) Explicite e enumere a posição do STJ quanto à interpretação do artigo 135, inc. III, CTN.
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REsp 1017732 AgRg no REsp 957265
AgRg no Ag 930334 REsp 966737
REsp 778783 REsp 830914, entre outras.
12) Explique e enumere as diferenças entre os três tipos de lançamento tributário, bem como
pesquise o entendimento do STJ sobre o prazo decadencial do lançamento por homologação.
1. lançamento de oficio,
2. lançamento por declaração, e
3. lançamento por homologação.
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do dies a quo do prazo decadencial do direito do crédito dos tributos sujeitos a lançamento
por homologação, quais sejam:
c) não havendo pagamento algum, a Fazenda Pública dispõe de cinco anos para efetuar o
lançamento de ofício, a contar do primeiro dia do exercício seguinte ao que poderia fazê-lo,
regra do artigo 173,I.
13) Explique as posições do STJ e do STF sobre o prazo decadencial da ação de repetição de
indébito fiscal, ao lume da Lei Complementar 118/2005.
Assim, somente a partir dessa homologação é que teria início o prazo previsto no art.
168, I. E, não havendo homologação expressa, o prazo para a repetição do indébito acaba
sendo, na verdade, de dez anos a contar do fato gerador.
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Não se pode comparar a moratória ao parcelamento vez que na moratória não há
constituição em mora, uma vez que há concessão de novo prazo para pagamento, ao contrário
do parcelamento, em que o tributo já está vencido, sendo devido com juros e multa moratória.
O parcelamento é uma modalidade de suspensão do crédito tributário independente da
moratória.
Conquanto, o legislador ao instituir a Lei Complementar nº. 104/2001, fez questão de
salientar que o parcelamento não é uma espécie de moratória, mas sim uma modalidade
autônoma de suspensão da exigibilidade do crédito tributário.
Com o advento da lei complementar em epígrafe, ficou estabelecida uma nova ordem
de pagamento no processo de falência, logo, faço menção ao parágrafo único do artigo 186, in
verbis:
Fica estabelecido que os créditos tributários não são preferenciais no que aduz aos
créditos extraconcursais, àqueles passíveis de restituição ou créditos com garantia real. A meu
ver o único crédito que merece maior destaque são os créditos extraconcursais, que conforme
o artigo 188 do CTN, define este com o sendo os créditos tributários advindos de fatos
geradores ocorridos no curso do processo de falência.
16) Explique quais são os privilégios do crédito tributário, à luz da jurisprudência do STJ.
O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de
sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente
de trabalho, nos termos da redação do art. 186, do CTN, dada pela LC 118/2005. É certo que
o crédito tributário tem preferência sobre garantia real.
REsp 681402 / RS
Este Superior Tribunal de Justiça consagrou entendimento no sentido de que "os bens
gravados com hipoteca oriunda de cédula de crédito podem ser penhorados para satisfazer o
débito fiscal" (Resp 222.142/SP, 1ª Turma, Rel. Min. Garcia Vieira, DJ de 29.11.1999).
Isso porque a impenhorabilidade de que trata o art. 57 do Decreto-Lei 413/69 não é
absoluta, cedendo à preferência concedida ao crédito tributário pelo art. 184 do CTN.
"O privilégio constante de tal preceito, segundo o qual o detentor da garantia real tem
preferência sobre os demais credores na arrematação do bem vinculado à hipoteca, é
inoponível ao crédito fiscal. Além disso, de acordo com o artigo 186 do Código Tributário
Nacional, o crédito tributário goza de preferência sobre os demais, à exceção dos de natureza
trabalhista. A Fazenda Pública não participa de concurso, tendo prelação no recebimento do
produto da venda judicial do bem penhorado, ainda que esta alienação seja levada a efeito em
autos de execução diversa". Ademais, "é firme a orientação desta Corte no sentido de que a
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impenhorabilidade dos bens vinculados à cédula industrial não se opõe aos créditos
tributários, tendo em vista que a hipótese prevista no art. 57 do Decreto-Lei 413/69 não se
inclui na ressalva do art. 184 do CTN. Com efeito, tendo o Código Tributário Nacional status
de lei complementar, suas disposições prevalecem sobre a disposição do referido Decreto, não
podendo a impenhorabilidade que prescreve prevalecer sobre as regras contidas no primeiro,
sob pena de violação do princípio da hierarquia das leis" (REsp 672.029/RS, 2ª Turma, Rel.
Min. Castro Meira, DJ de 16.5.2005).
Com fulcro no artigo 151, II do CTN, uma das formas de suspender a exigibilidade do
crédito tributário é através do depósito do montante integral do crédito tributário.
Outrossim, a Súmula 112 do STJ, diz que: "O depósito somente suspende a
exigibilidade do crédito tributário se for integral e em dinheiro".
A Súmula 314 do Superior Tribunal de Justiça aduz que: “em execução fiscal, não
localizados bens penhoráveis, suspende-se o processo por um ano, findo o qual inicia-se o
prazo de prescrição qüinqüenal intercorrente”.
19) Explique quais são os requisitos para a inscrição do crédito tributário na dívida ativa, bem
como as diferenças entre certidão negativa e certidão positiva com efeitos de negativa.
“Art. 201. Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza,
regularmente inscrita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo
fixado, para pagamento, pela lei ou por decisão final proferida em processo regular”.
Fica evidente pelo dispositivo legal transcrito, que somente pode ser inscrito em dívida
ativa aquele crédito que for considerado exigível, ou seja, pronto para cobrança (vencido).
Existem dois tipos de certidões, a primeiro, uma Certidão Negativa de Débitos (art.
205, CTN), aqui o órgão responsável certifica que aquela pessoa consultada não tem débitos
junto ao órgão. Na segunda, Certidão Positiva com efeitos de Negativa (art. 206, CTN), após
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consulta nota-se que existem créditos não exigíveis ou com exigibilidade suspensa, por
exemplo, em decorrência do parcelamento do débito.
20) Enumere e explique cinco posições jurisprudenciais do STF, relevantes e recentes, sobre
os crimes contra a ordem tributária, inclusive contra a ordem previdenciária.
HC 81321 / SP HC 93209 / SP
HC 90957 / RJ HC 86032 / RS
HC 84555 / RJ
BIBLIOGRAFIA:
AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 8º Ed. São Paulo: Saraiva, 2002.
CHIMENTI, Ricardo Cunha. Direito Tributário. 3º Ed. São Paulo: Saraiva, 2001.
CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 11º Ed. São Paulo:
Malheiros Editores, 1998.
www.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp?id=570
www.iaf.org.br/Prg_Vis_Art_Det.cfm?id=47&men=4
www.jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=3267
http://www.acminas.com.br/serv/20080122153635.htm
www.stf.gov.br
www.stj.gov.br
www.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp?id=965
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