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RESUMO
Este artigo trata de um estudo de caso realizado em uma empresa de construção civil a
fim de avaliar o Sistema de Gestão de Segurança e Saúde, bem como demonstrar por meio
dos resultados, como ela faz uso de ferramentas de gestão para diminuir os acidentes de
trabalho, para criar um comportamento preventivo e propiciar melhor qualidade de vida dos
seus colaboradores, agindo assim como uma empresa responsável, pois a imagem que a
indústria de construção civil passa para a sociedade é de uma empresa causadora de muitos
acidentes de trabalho. Com o advento da globalização muitas empresas deste segmento estão
se adequando ao mercado cada vez mais competitivo, buscando inovações na gestão dos
negócios. Constatou que o Sistema de Gestão em Saúde e Segurança da empresa encontra em
fase de implantação, no entanto demonstra ser um diferencial competitivo.
1 INTRODUÇÃO
1
Pós-graduando do curso de Especialização em Gestão Estratégica de Qualidade – FAMA.
E-mail: carloshenrique.nogueira@yahoo.com.br.
2
empresa de construção civil em São Luís implementa, gerencia e controla suas atividades
concernentes a segurança e saúde ocupacional e qual o modelo de sistema que ela emprega.
Para tanto se usou pesquisa bibliográfica e documental da empresa em questão e entrevistas
não estruturadas com quadro de comando da empresa e análise dos indicadores. Para seguir
uma seqüência, primeiramente dar-se-á uma visão histórica, depois a caracterização da
empresa com as principais práticas de Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho e os
resultados alcançados pela empresa e por fim a conclusão do estudo de caso.
Analisando dos índices representativos das falhas de segurança nos diversos setores
industriais, índice de acidentes do trabalho, constata-se que a indústria da construção civil
encontra-se como um dos setores mais deficitários, apresentando uma alta taxa de acidentes,
lesões graves e óbitos. Tais índices são comprovadas pelas estatísticas de que 24,4% dos
acidentes ocorridos em 2008 foram ocorridos na área de construção civil, (BRASIL,2008).
Além disto, ela representa um dos setores industriais mais atrasados em termos de melhorias
da qualidade de vida de seus colaboradores.
Observa-se que na construção civil requer uma visão maior, voltada ao seu macro-
ambiente, pois a natureza do seu processo produtivo é substancialmente diferenciada da
maioria dos processos industriais contemporâneos. Esta diferenciação diz respeito às relações
entre os níveis hierárquicos, nível de escolaridade, a tecnologia requerida no processo
produtivo, as quantidades e as características dos bens intermediários envolvidos na produção,
a organização industrial e o valor agregado aos produtos finais. Estas variáveis fazem com
que a redução de acidentes não seja algo simples de resolver, mesmo com evolução
significativa da legislação vigente. A prevenção de acidente e de doenças ocupacionais ainda
necessita de largo avanço, o que só ocorrerá com a mudança dos modelos de gestão, até então
adotados que se caracterizam segundo Souza apud Weeks, (2004, p.126):
[...] por abordagem apenas dos requisitos mínimos legais; pela baixa participação
dos trabalhadores, incentivada pelo estilo gerencial autocrático e; pela filosofia de
que as causas de acidentes são sempre atribuídas ao colaborador.
Para que os clientes externos e internos sejam atendidos em suas necessidades, não
deve somente ter um produto final excelente. É indispensável que esteja agregado ao valor,
um ambiente que respeite a legislação trabalhista, sociais e ambientais possibilitando
qualidade de vida dos colaboradores.
2
O termo stakeholders foi criado para designar todas as pessoas ou empresas que, de alguma maneira, são
influenciadas pelas ações de uma organização quais sejam: mídia, Órgãos Reguladores, Governo, fornecedores,
meio ambiente, terceirizados, futuras gerações, concorrentes, acionistas, clientes, parceiros, comunidade,
aposentados, etc., ou seja, todo e qualquer elemento físico ou jurídico que interaja com as organizações.
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b) análise crítica da situação inicial - esta etapa objetiva fornecer informações que
influenciarão nas decisões sobre o objetivo, adequação e implantação do sistema existente;
c) planejamento - os resultados da operacionalização dos planos devem ser claramente
percebidos, para tanto se deve fazer a identificação dos requisitos de Saúde e Segurança
Operacional;
d) implementação e operação - para o sistema ser implementado e operado
corretamente é necessário, segundo De Cicco (2006, p.174) é necessário que:
3 DESENVOLVIMENTO
A empresa onde foi realizado o estudo de caso faz parte do conglomerado de empresas
de renome nacional denominado grupo Penido, que especificamente no Maranhão, atua no
setor construção civil a mais de 45 anos. Seu principal segmento é a prestação de serviços em
construção civil para o primeiro e segundo setor. Atualmente tem firmado três contratos,
sendo dois na área da Vale e um no Porto do Itaqui. O estudo se deu em um dos contratos na
área da Vale, mais precisamente no Terminal de Insumos e Produtos Acabados de São Luís,
pelo porte do empreendimento e por conseguinte maior número de efetivo mobilizado. A
direção, entretanto, solicitou que não tivesse o nome da empresa divulgado. Atendendo a
solicitação e para efeito de estudo dar-se-á o nome de empresa X.
Para obter uma uniformidade na execução das atividades faz-se necessário que o
processo seja padronizado, para tanto a empresa mapeou as atividades mais críticas em
relação a acidente e promoveu uma padronização e lançados na matriz de treinamento afim de
que todos os envolvidos sejam treinados.
Além disto, como a atividade se processa dentro dos limites da Vale, adota-se os seus
procedimentos de segurança como parte integrante dos procedimentos a serem seguidos.
Há um mapeamento dos riscos de acidentes em cada atividade, classificando-os e
propondo medidas complementares de bloqueio ou controle. Utiliza-se a Planilha de
Identificação de Perigos e Danos e Classificação de Riscos. Tais planilhas são fixadas nas
frentes de serviços e feitas reciclagens nos diálogos de segurança. Há um controle deste
documento, onde a cada três meses deveria ser feito uma revisão geral nele, avaliando a
minimização ou o controle dos riscos que são repassados para as frentes de obras que tem a
incumbência de transmitir as alterações para as equipes envolvidas. No entanto, conforme
evidenciado em campo, há oito meses não é feita a revisão.
9
São usados pelos técnicos de segurança do trabalho e serve para levantar dados
referentes à segurança nas frentes de obras. Nele são registradas informações importantes para
11
o controle das atividades e desvios encontrados. Estes dados são compilados e enriquece o
relatório da obra (gráfico 3).
Além de controlar as frentes de serviços, o outro ponto a destacar é a avaliação de
nov dez jan fev mar
desempenho dos técnicos de segurança.
479 489
500
463
233
200 153 147
126
113 96 75
100 100 22
50 47 48 44 73
58 33 70 27 169 17 3 24
210 1 10 8 1 1 12
0
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Gráfico 3 – Levantamentos dados no diário do Bordo dos Técnicos de Segurança - nov.2008 - mar.2009
Fonte: Coordenação de Saúde, Segurança e Meio Ambiente da empresa X.
3.3.2 Inspeção
A gestão das inspeções bem como das não conformidades levantadas é feito em forma
de planilhas que posteriormente é transportado em forma de gráfico (gráfico 4) para o
relatório mensal.
NC´s levantados NC´s resolvidos Nº inspeções Pendente no mês
Pendente até a data Interdições Notificações Total NC´s levantados
Total NC´s resolvidos Total Nº inspeções Total Pendente no mês Total Pendente até a data
Interdições Notificações
100 450
400
80 77 73 350
307
292 300
60
250
43 43
Q
td
e
35 35 200
40
31 34 27 31 150
25 25
22
18 15 19 15 14 100
20 13 13 12
9 8 8 41 41
5 6 6
3 4 2 04 3 4 50
0 02 0 2 2 0 01 0 01 00 2 0 2
0 5 2 0
Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Total
Gráfico 4 – Demonstrativo das inspeções realizadas nas frentes de obra- jul.2008 - abr.2009
Fonte: Relatório mensal do SSMA enviado à gerenciadora em 25/04/2009.
500
150
400
100 115 115 300
56
41 34 56 39 39 200
50 41
34 100
7 7 6 6
0 0
Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Total
A empresa acompanha os índices dos acidentes e quase acidentes, tanto próprios como
terceiros, baseado em procedimento para comunicar, investigar e analisar acidente e quase
acidente, e que uma vez ocorrido o acidente há um fluxo de comunicação e é estabelecido
prazos para o processo investigatório e proposição de ação de bloqueio das causas
fundamentais visando a não reincidência (gráfico 6).
CAF* SAF** Impessoal Quase acidente
Total CAF Total SAF Total Impessoal Total Quase acidente
10 25
23
8 20
7
6
6 15
Q
4 4
td
e
4 8 10
3
2 2
2 3 5
1 11 1 1 1
0 00 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 00
0
0 0
Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Total
4 CONCLUSÃO
ABSTRACT
This article is a case study conducted in a civil construction company in order to assess the
Management System Health and Safety and demonstrated through the results, as it seeks
management tools to reduce accidents at work, to create a preventive behavior and provide
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better quality of life of its employees acting as a responsible company, because the image that
the industry of construction proves to society is a firm cause of many accidents at work.. With
the advent of globalization many companies in this segment are bringing the increasingly
competitive market, seeking innovations in the management of business.. Found that the
Management System in Health and Safety of the company is in the deployment phase, but that
to be a competitive differential.
REFERÊNCIAS
CRUZ, Sybele M.S. da. O Ambiente do Trabalho na Construção Civil: um estudo baseado
na norma. Monografia submetida a defesa de Especialização em Engenharia de Segurança do
Trabalho da Universidade Federal de Santa Maria. 2003. Disponível em:
<http://www.eps.ufsc.br/disserta03/sybele>. Acesso em: 15/05/09.
GILBERT, Michael. ISO 14001/BS 7750: Sistema de Gerenciamento Ambiental. São Paulo.
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Hamburgo, v.5, n.13, p.37-45 março de 2003.
SOUZA, R., et al. Sistema de gestão da qualidade para empresas construtoras. 2.ed. São
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