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Este capítulo aborda as principais mudanças pelas quais passaram a educação secundária e o
ensino médio no século XX, especialmente a partir da década de 1930, mediante uma aproximação
com as leis da educação brasileira. Existiu uma disputa orientada por interesses de classes e
mediada pelas características do desenvolvimento da economia capitalista do país.
A luta progressista dos anos 80 e a vitoria conservadora dos anos 90: da nova LDB à reforma
curricular no ensino médio e técnico
Fechando-se o ciclo da ditadura civil-militar, a mobilização nacional para a transição
democrática levou, ainda que lentamente, a instalação do Congresso Nacional Constituinte em
1987.
Do lado da estrutura governamental, a preocupação com o ensino secundário voltava-se,
mais uma vez, para contornar a pressão por vagas no ensino superior e para ajuste da formação às
necessidades educativas trazidas pela incipiente modernização das bases técnica e de gestão do
trabalho, do lado da sociedade civil, a comunidade educacional organizada se mobilizava
fortemente em face do tratamento a ser dado à educação na Constituição, antes mesmo da instalação
da Assembléia Constituinte.
Em relação ao ensino médio, um importante avanço era sinalizado no sentido de um
tratamento unitário à educação básica que abrangesse desde a educação infantil até o ensino médio,
este como a ultima etapa.
O papel do ensino médio deveria ser o de propiciar aos alunos o domínio dos fundamentos
das técnicas diversificadas utilizadas na produção, e não o mero adestramento em técnicas
produtivas deveria, então, propor que o ensino médio formasse politécnicos. O ideário da
politécnica buscava romper com a dicotomia entre educação básica e técnica, resgatando o principio
da formação humana em sua totalidade.
Em síntese, a reforma do ensino médio promoveu mudanças de ordem estrutural e
conceitual. No primeiro caso, as formulações estiveram em sintonia com as orientações das
agencias internacionais, especialmente o BID, tendo como espinha dorsal a separação entre ensino
médio e educação profissional.
Conclusões: a tendência pendular do ensino médio e as perspectivas de superação dialética
Na primeira metade do século XX, o ensino médio foi fortemente marcado pela dualidade de
um sistema que se voltava para as elites e outro para as classes populares. A não equivalência entre
os cursos secundários e os técnicos, associada aos currículos enciclopédicos dos primeiros, era a
expressão concreta de uma distinção social mediada pela educação.
Enquanto vigorou o projeto nacional desenvolvimentista e a certeza do pleno emprego,
preparar para o mercado de trabalho foi realmente a principal finalidade do ensino médio, ainda que
o acesso ao ensino superior fosse facultativo e altamente demandado. Com a crise dos empregos
não se faz possível preparar para o mercado de trabalho, dada a sua instabilidade, dever-se-ia
preparar para a vida.
Diante disto, concluímos que a discussão sobe as finalidades do ensino médio não se
esgotou juntamente com a transição para o novo século. Também ainda não se compreenderam
plenamente os fundamentos que lhe dão sentido: sujeitos e conhecimento.