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Curso Preparatório para Auditores Fiscais, Técnicos, Analistas e Carreiras Afins. www.cursoparaconcursos.com.br
PESSOA JURÍDICA
1. Histórico e Conceito
Nomenclatura:
c) Na Argentina, por influência de Teixeira de Freitas, é utiliza a terminologia “PESSOAS DE EXISTÊNCIA IDEAL”.
d) No Brasil (Código Civil, art. 45), na Alemanha (Código Alemão, art. 21 à 29), na Espanha (Código Espanhol, art. 35)
e na Itália (Código Italiano, art. 11), preferiu-se a expressão “PESSOAS JURÍDICAS”.
Conceito: Em síntese, podemos extrair como conceito que a pessoa jurídica é a soma de esforços humanos
(corporação) ou patrimônio (fundação), tendente a uma finalidade licita, específica e constituída na forma da lei.
Proposta atual de leitura da Pessoa Jurídica sobre o influxo da Função Social, sendo perceptível isto na concorrência
desleal (combatida constitucionalmente e pela lei anti-truste - Lei 8884/94); vedação de vendas casadas; danos ao
meio ambiente, etc...
Várias teorias tentaram, no decorrer da ciência jurídica, explicar o fenômeno da pessoa jurídica. Decerto, tais teorias
podem ser sistematizadas, inicialmente, em dois grandes grupos: Negativistas e Afirmativas.
Esta corrente negava a existência da pessoa jurídica, rejeitando a sua condição de sujeito de direito. Assim, ela não
tem existência nem real e nem ideal. O que é possível considerar são as pessoas físicas reunidas em um simples
condomínio ou propriedades coletivas.
2.2.1 Teoria da Ficção – desfruta largo prestígio no séc. XIX. Sustenta que a pessoa jurídica teria uma existência
meramente ideal, por ser uma criação do direito.
2.2.2 Teorias Realidade - representam uma reação Teoria da Ficção e defendem que as pessoas jurídicas são
realidades jurídicas e não mera abstração, tendo existência própria como os indivíduos.
2.2.3 Teoria da Realidade Técnica - Teoria mais moderada (fica entre as anteriores); sustentava que a pessoa jurídica
teria existência e atuação social, muito embora a sua personalidade fosse criação da técnica jurídica.
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Tema IV Profº Luciano Figueiredo
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3. Surgimento da Pessoa Jurídica
Art. 45 – Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a
inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de
autorização ou aprovação do poder executivo, averbando-se no registro todas as
alterações por que passar o ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas
jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da
publicação de sua inscrição no registro.
4. Sociedades Despersonificadas
4.1 Noções
Inclui-se neste rol as sociedades irregulares, sociedades de fato ou grupos ou entes despersonificados.
São agrupamento de pessoas ou patrimônios que, embora tenham finalidade, não estão constituídos nos termos da
lei. Porém, apesar dessas ainda não dotarem de existência legal, elas tem previsão legal (regulada a partir do art.
986).
Art. 986. Enquanto não inscritos os atos constitutivos, reger-se-á a sociedade, exceto
por ações em organização, pelo disposto neste Capítulo, observadas, subsidiariamente
e no que com ele forem compatíveis, as normas da sociedade simples.
Mesmo não tendo personalidade, elas podem praticar alguns atos, a exemplo de celebração de contratos, bem
como lhe é concedida legitimidade processual (art. 12, CPC).
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4.2 Implicações:
Enunciado 59 da jornada de direito civil – Arts. 990, 1.009, 1.016, 1.017 e 1.091: os
sócios-gestores e os administradores das empresas são responsáveis subsidiária e
ilimitadamente pelos atos ilícitos praticados, de má gestão ou contrários ao previsto no
contrato social ou estatuto, consoante estabelecem os arts. 990, 1.009, 1.016, 1.017 e
1.091, todos do Código Civil.
Art. 989. Os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por qualquer dos sócios, salvo
pacto expresso limitativo de poderes, que somente terá eficácia contra o terceiro que o conheça
ou deva conhecer.
Art. 987. Os sócios, nas relações entre si ou com terceiros, somente por escrito podem provar a
existência da sociedade, mas os terceiros podem prová-la de qualquer modo.
5.2.1 Corporações (universitas personarum) – prevalece a soma de pessoas (universalidade de pessoas). Dividem-se
em:
a) Sociedades
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# Sociedade entre cônjuges: (art. 977) é possível. A restrição imposta é de que não tenha casado no regime de
comunhão universal de bens ou no da separação obrigatória.
Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros,
desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no
da separação obrigatória.
b) Associações
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou
testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se
destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
As fundações resultam não da união de indivíduos, mas da afetação de um patrimônio, por testamento ou escritura
pública, que faz o seu instituidor, especificando o fim para o qual se destinam.
8 – Art. 62, parágrafo único: a constituição de fundação para fins científicos, educacionais ou de
promoção do meio ambiente está compreendida no CC, art. 62, parágrafo único.
9 – Art. 62, parágrafo único: o art. 62, parágrafo único, deve ser interpretado de modo a excluir
apenas as fundações com fins lucrativos.
A fiscalização deve ser do MP Estadual, mesmo as Fundações de abrangência nacional, tendo em vista o julgamento
da ADI 2794, proposta pela ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO – CONAMP, a qual,
com base no art. art. 66, parágrafo 1º da LC 75/93 (Lei Orgânica do MPU), argüiu, com sucesso, a
inconstitucionalidade do art. 66, § 1º, do CC.
“Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas.
a) DIREITO PÚBLICO INTERNO: poder público constituído (União, Estados, DF, Municípios, suas autarquias e
fundações).
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b) DIREITO PÚBLICO EXTERNO: submetidas ao direito internacional público (as diversas nações, inclusive a Santa Sé,
e os organismos internacionais como a ONU, a OEA, a FAO, a UNESCO etc) – art. 42, CC
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas
que forem regidas pelo direito internacional público.
5.3.2 De direito privado - todas as demais (que não são previstas em lei):
a) Convencional
b) Administrativa
c) Judicial
Com fito na redação do artigo 52 do Código Civil, aduz aplicarem-se os Direitos da Personalidade à pessoa jurídica,
no que couber.
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da
personalidade.
A decorrência da aplicação dos direitos da personalidade às pessoas jurídicas é o reconhecimento natural da pessoa
jurídica como sujeitos passivos de danos morais. Isso é consolidado na jurisprudência e nesse sentido a súmula 227,
STJ:
Para acarretar responsabilidade civil por dano moral à pessoa jurídica, o fato lesivo e o dano eventual deverão ser
comprovados (Enunciado 189 do CJF, aprovado na 3º jornada de direito civil).
189 – Art. 927: Na responsabilidade civil por dano moral causado à pessoa jurídica, o fato lesivo,
como dano eventual, deve ser devidamente demonstrado.
O protesto indevido de títulos sacados contra as pessoas jurídica tem sido considerado, pela jurisprudência, como
lesão ao seu direito a honra objetiva (STJ):
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EMENTA: DANOS MORAIS. PROTESTO DE LETRA DE CÂMBIO. CONDOMÍNIO. RECURSO
ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. DEVOLUÇÃO DE CHEQUE POR
MOTIVO DIVERSO. VIOLAÇÃO DOS ARTIGOS 535, 131 E 458, II DO CPC. NÃO
CARACTERIZAÇÃO. CONFIGURAÇÃO DO ATO ILÍCITO. VIOLAÇÃO DO
ENUNCIADO Nº 7 DA SÚMULA DO STJ. REVISÃO DO VALOR. VIOLAÇÃO DOS PRINCÍPIOS
DA RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE. RECURSO NÃO CONHECIDO.
1. Não há violação ao artigo 535 do Código de Processo Civil quando o acórdão
recorrido aprecia a questão de maneira fundamentada. O julgador não é obrigado a
manifestar-se acerca de todos os argumentos apontados pelas partes, se já tiver
motivos suficientes para fundamentar sua decisão.
2. A decisão recorrida funda-se em elementos probatórios constantes dos autos e sua
reapreciação neste Tribunal implicaria na necessidade de nova análise das provas, o
que não se mostra possível, de acordo com a Súmula 7 do STJ.
3. "Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a despeito da interposição de
embargos declaratórios, não foi apreciada pelo tribunal a quo" - enunciado n. 211 da
Súmula do Superior Tribunal de Justiça.
4. Recurso especial não conhecido
Enunciado 286 – Art. 52. Os direitos da personalidade são direitos inerentes e essenciais à
pessoa humana, decorrentes de sua dignidade, não sendo as pessoas jurídicas titulares de
tais direitos.