REINO UNIDO

Governo vai gastar milhões

para evitar que adolescentes
se metam “nos copos”
Serão gastos 113 milhões de libras no combate às elevadas taxas de alcoolismo
de jovens e adolescentes, numa campanha sem precedentes que inundou de
posters e autocolantes os supermercados, bares, pubs, cabinas telefónicas e
serviços públicos com conselhos ao consumo responsável de álcool. Por outro
lado o esforço para sensibilizar o público em geral e os jovens para um consumo
prudente de bebidas alcoólicas, reúne 45 empresas do sector e pretende colocar
advertências em 13 milhões de produtos. Pag. 5

Nº 66 < Ano 3 < 4 Setembro 2009 Director: Daniel Santos Quinzenal< Gratuito

MANUELA OBRIGA SÓCRATES A ADMITIR

OU EU Será que

OU ELA! Foi mais ou menos nestes termos que José Sócrates se referiu, na última entre-
vista que concedeu à RTP, à opção que os portuguese têm na escoha do pró-
Portas serão adversários a ter em conta, pois dirigem partidos que jamais serão
poder. A política nacional, pese embora o evidente crescimento do BE e a con-
sistência do PCP, está polarizada, pelo que Sócrates e Manuela Ferreira Leite
terão que contentar-se em evitar que os seus eleitores debandem para outras pa-
ragens mais extremistas. Da entrevista, será bom recordar o descarado piscar de
resolve?
É o que se vai ver, já
amanhã, frente à Dinamarca,
em jogo crucial para as
ténues aspirações
portuguesas. Queiroz e
Madaíl apostam tudo em
Liedson, mas podem estar
a “comprar” mais
um trinta e um.
A ver vamos...
Pag. 29

olhos que Sócrates dirigiu aos professores, prometendo fumar, com eles, o cachimbo
da paz caso ganhe as próximas eleições legislativas. No dia seguinte, frente a Portas, teve oportu-
nidade de passear por um passado que nunca construiu mas que tanto gosta de criticar. O primeiro-
ministro voltou a vestir a sua nova pele: dócil na tv, animal feroz nos comícios. Pags. 2 e 29

SOLIDARIEDADE IN FOCO AUTOMÓVEL

Jovem português O reinado da Ide Afinal, quem

é que guia
precisa de ajuda Iniciamos neste número uma nova
secção onde daremos a conhecer do lado errado?
Fábio Tamiça, a braços com doença aos leitores muitas “Elas&Belas”
mortal, precisa de todos nós para portuguesas que brilham por todo Um artigo de Mike Silva que
alimentar a esperança de viver. Pag. 2 o Reino Unido. Pags. 16 e 17 dissipa dúvidas. Pag. 31

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2 4 Setembro 2009

ENTRE NÓS
VIAGEM À MOLDÁVIA É DETERMINANTE

Jovem português entre a vida e a morte

Hoje vimos juntos dos nossos leitores sensibilizá-los
para o drama de Fábio Tamiça, um jovem português de Fábio é um
jovem que
23 anos, que se encontra enfermo e confinado ao leito, merece viver!
sem se mover, depois de lhe ter sido diagnosticado um
tumor craniano (tecnicamente chamado um glioblastoma

Mano a mano multiforme) do lado direito do cérebro.

Apesar de operado com sucesso no hospital de

O
Cambridge, Fábio pode desenvolver de novo o tumor e
ar cândido de Sócrates, qual Toyota de anos atrás, veio correr risco de vida. Todos os que o conhecem,
para ficar. Assim ficou demonstrado na última entrevista confirmaram-nos que o jovem é uma pessoa
que o primeiro-ministro concedeu à RTP, onde o dirigente impressionante, com uma vontade de viver, uma alegria
socialista até conseguiu parecer simpático, refreando, a contagiante e, mesmo nas condições que se encontra,
custo, ímpetos da irritação que, por certo, lhe ia na alma. alimentado por uma sonda ligada directamente ao
Calmo, aqui e ali esboçando uma espécie de sorriso, Sócrates lá estômago e cego da vista direita, Fábio não deixa de
foi aguentando o interrogatório de Judite de Sousa, desta vez tam- incutir grande esperança a todos os que o rodeiam.
bém ela muito menos agressiva do que em situações anteriores, A mãe, Aurélia Correia, com a lágrima ao canto do
afinal não tão distantes quanto isso. Parece que a “coisa” se pega, olho, contou-nos que o “meu filho, onde quer que
para proveito de um chefe de governo que se irrita, amiúde, com entrasse, era uma pessoa respeitada e muito querida.
perguntas incomodativas e que responde de modo enganadora- Inclusive no trabalho, uma lavandaria em Cambridge,
mente soft a questões do mesmo jaez. onde também trabalho, em que todos me perguntam
E assim lá foi decorrendo a entrevista, repleta de autoelogios, de diariamente por ele. Continua a ser um jovem divertido
números, de invocações do passado dos outros - a tal corja de e cheio de esperança de sobreviver...”
malandros que nada fizeram, nem Só que a realidade é “madrasta” e se Fábio não viajar
fazem, pelo país que ele, Sócrates, brevemente para a cidade de Ohrid, na Macedónia e se mil da estadia e dois mil euros para despesas. A
reergueu das cinzas deixadas por submeter a um tratamento terapêutico, inexistente no solidariedade de todos os nossos leitores é essencial para
Santana. De quando em vez o nosso Reino Unido, conhecido por GEMM e desenvolvido devolver as condições de vida ao Fábio, que não pode
primeiro adjectivava as políticas (e pelo dr. Seckiner Gorgun, especialista de renome na custear o tratamento, nem a manutenção. Aurélia a mãe
os políticos) do PSD, BE, CDS e recuperação de pacientes vítimas destes tipos de acompanhará o doente e acredita que, com a ajuda de
PCP, menosprezando a sua força, tumores, a possibilidade de uma vida digna para o jovem todos, possa salvar o filho. Desesperada, disse à nossa
tentando aparentar uma segurança português é muito remota. publicação que “se não for a bondade e o grande espírito
de que ele próprio não estará Esta terapia é administrada trinta minutos por dia, de solidariedade, que no passado ajudou outros jovens na
seguro. Manuela Ferreira Leite, Ele & ela em escolha portuguesa cinco dias por semana e, normalmente, durante seis nossa comunidade, não acredito que seja possível salvar
como não podia deixar de ser, foi a mais visada. Arrogante, retró- meses consecutivos. Conhecida como uma técnica o Fábio. Sinceramente, esta é a minha última esperança!”
gada, convencida, conservadora, foram alguns dos mimos com completamente segura, começou na Itália e na Turquia e Todos os que quiserem contribuir para esta campanha,
que Sócrates mimoseou a sua maior opositora. E, pasme-se, acu- há inúmeros casos de total sucesso, como o caso de deverão depositar as suas doações na conta de Aurélia
sou a presidente do PSD de não ser a dona da verdade, quando Gerald Doughty, de Blackburn, a quem davam apenas 2 Maria Paiva Correia, do Barclays Bank, sort code 20-67-
ele, ao longo de mais de quatro anos, demonstrou ser o político semanas de vida e que, depois do tratamento GEMM, o 37 conta nº 40843040, ou telefonar para Aurélia Correia
mais surdo de Portugal, jamais ouvindo as críticas e as propostas seu estado de saúde tem melhorado consideravelmente, – 07817123851, ou dirigirem-se aos nossos escritórios
dos outros, convencido de que a verdade e a sapiência eram pro- com a respectiva diminuição do tumor. em Thetford ou Londres, endereço constante na nossa
priedade sua, fazendo com elas o que bem lhe aprouvesse, não Para isso, a família Tamiço precisa de certa de 15 mil ficha técnica nesta página.
admitindo erros próprios ou do seu governo. euros, que pretende pagar os 9 mil do tratamento, os 4 O futuro do Fábio depende, muito, de todos nós.
Mas o mais interessante desta entrevista terá sido o momento
em que Sócrates, mansinho, passou a mão pelo pêlo aos profes-
sores e aos juízes, prometendo uma paz que promoverá... se gan-
har as eleições. De resto, foi mais do mesmo: disfarçadamente lá
STCDE reuniu com Secretário de Estado das Comunidades
foi pedindo a maioria absoluta, teimosamente lá foi insistindo nas Uma delegação do sindicato do pessoal dos serviços externos do MNE encontrou-se com o Secretário de Estado das
suas obras megalómanas, vaidosamente lá foi enumerando o tra- Comunidades Portuguesas, tendo passado em revista os variados motivos do descontentamento dos trabalhadores nos
balho feito até agora. O Sócrates desta entrevista foi igual a si postos consulares, embaixadas e outros serviços do MNE no estrangeiro, explica um comunicado vindo daquela insti-
próprio, mas com uma nuance que convém não ignorar: na tele- tuição. O encontro visa sanar o contencioso em aberto motivado pela necessidade da revisão do estatuto e carreiras, um
visão, cara a cara com os portugueses, temos um Sócrates mo- imperativo legal que decorre da legislação já em vigor para a função pública portuguesa, em que o MNE está em falta,
derado, calmo, coloquial, até; nos comícios, nas inaugurações, nos “não cumprindo essa legislação”, diz o sindicato. Este encontro “abre caminho à fixação de uma série de compromis-
fóruns, isto é, entre a sua gente, temos o tal animal feroz, o políti- sos que poderão consubstanciar uma base aceitável para um compasso de espera até à constituição do próximo gover-
co agressivo, o homem de ideias fixas, o infalível engenheiro que no”. O STCDE reitera que, após as eleições do dia 27, o novo governo terá de se confrontar com o contencioso pen-
“reconstruiu” Portugal, mas que admite, finalmente, ter em dente, nomeadamente com a revisão do Estatuto Profissional dos trabalhadores dos serviços externos.
Manuela a única opositora credível nos combates que se aproxi-
mam. Siga, então, o mano a mano. Cá estaremos para escolher... PUB.

Propriedade e Administração
Regresso ao trabalho
Portuguese Link Ltd. Depois de um período de férias, o jornal “As
Sede: 25A Guildhall Street Notícias” voltou ao trabalho, tendo recolhido satellitesystems@hotmail.co.uk
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as notas de viagem ao norte do país e a Fernando Mendes
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Gales ficam para o próximo número, assim
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de histórias, actualidades e novidades no
Susana Forte Vaz geral@portuguesemedia.co.uk ; Colaboradores: Herlander Cunha seio da nossa comunidade. Neste tempo de
(Comunidades e Movimento Associativo); Alfredo Miranda (Portugal); Marques dos Santos defeso, foram muitos os portugueses que
(Desporto); JCD Gomes; Isilda de Freitas; P. Pereira; J. Bandeira; Opinião: José Bandeira, aproveitaram e foram matar as saudades da
F. Gonçalves da Silva, Valdeiza Costa, Carlos Flores (Fotografia), Isa Alexandre (Moda), Mike família a Portugal e, tal como nos anos
Silv (Automóvel); Revisão: S. Vaz; Distribuição: Portuguese Link, TNT e EuroMarket ;
Tiragem: 20 mil exemplares distribuídos em 259 localidades na Inglaterra, País de Gales, precedentes, não fazia sentido editarmos a
Escócia, Irlanda, ilhas de Jersey e Guernsey; Colaboração: Lusa, Agência de Notícias de nossa publicação. O que também faremos
Portugal, SA na última quinzena de Dezembro, outra das
épocas escolhidas pelos nossos emigrantes
Nota da Direcção: A publicidade publicada neste jornal, cadernos e inserções é da inteira responsabilidade
para recuperar energias e rever familiares
dos anunciantes. Os artigos de opinião são também da inteira responsabilidade de quem os subscreve e podem
que se encontram fisicamente distantes... Pode ter até 3 boxes com apenas uma assinatura
ou não transmitir a opinião do jornal. A sua publicação insere-se na responsabilidade democrática que temos
em aceitar a liberdade de expressão, de opinião e o direito à diferença. mas sempre presentes nos seus corações. Entregas e instalações em todo o Reino Unido
Por agora... regressemos ao trabalho! Prestamos serviços 7 dias por semana
4 Setembro 2009
JARDIM NO INFANTÁRIO “A TOCA DOS TRAQUINAS”
“Sócrates é um fraco”
O presidente do Governo Regional afirmou
que o primeiro-ministro «é um fraco, se não
não fazia tantas asneiras nem dizia tantos
disparates». À margem da inauguração do
Infantário “A Toca dos Traquinas”, em São
Martinho, Alberto João Jardim foi instado
pelos jornalistas a comentar as declarações de
José Sócrates na entrevista concedida à RTP,
em que citou a candidatura de Jardim (também
presidente do PSD-M) a deputado como «a
mais falsa das candidaturas» (por este não
assumir o mandato).
“Só inauguro obra feita!”
Alberto João Jardim declarou que só
inaugura obra feita e não maquetes ou
promessas. «Como vêem, eu não
venho aqui prometer-vos esta estrada
para o ano não sei quantos, quando os
nossos netos já andarem de bengala.
Também não trago aqui nenhuma
maquete para os senhores verem, eu
venho aqui para vos apresentar uma
estrada que já está feita», disse na
inauguração da Estrada Municipal da
Fajã. Jardim realçou ser aquela a sua
postura na política e advertiu que o
Estado português seria «eticamente
mais positivo se, noutras bandas, os
governos se habituassem a cumprir o
programa de governo».
Obras da ligação ao Largo estão quase prontas
O secretário regional do Equipamento
Social visitou as obras da ligação ao Largo dos
Milagres, em Machico, orçadas em 1, 6
milhões de euros. O investimento, que será
inaugurado antes do dia 9 de Outubro, dia da
Festa dos Milagres, é mais um compromisso
do Executivo madeirense assumido perante a
população de Machico.
Santos Costa realçou que se trata de «uma
obra fundamental, de acesso viário ao litoral e
de melhoria do Largo dos Milagres, que é
emblemático para a freguesia de Machico e
para a Madeira».
Daí que, já na próxima festa dos Milagres, a
ligação estará concluída.
O secretário regional do Equipamento
O líder madeirense começou por dizer não
ter «tempo para perder com as tontices que
esse senhor diz sobre mim». «Pelo contrário,
como é que dizem os sagrados textos: “Bem
aventurados os pobres de espírito que deles
será o Reino dos Céus”», acrescentou.
Quando questionado sobre se as declarações
de Sócrates não representam um ataque à sua
pessoa, respondeu que «o homem tem lá
categoria e força para me atacar. Ele tem força
é para atacar o povo madeirense e, com os seus
cúmplices também de cá, tirar o dinheiro que
era do povo madeirense e não honrar os
direitos que o Estado já tinha reconhecido ao
povo madeirense». E continuou: «Agora o
pobre do Alberto João, (ele) tem lá força para
se meter comigo. Ele nem tem espírito de
humor». Nesta ordem de ideias, questionado
sobre se o primeiro-ministro de Portugal é um
político fraco, o governante madeirense disse
que «ele é um fraco, se não não fazia tantas
asneiras nem dizia tantos disparates».
Instado a comentar as declarações de
Bernardo Trindade ao referir que Manuela
Ferreira Leite «não gosta das autonomias»,
Jardim afirmou que «esse senhor, depois de
ter traído o povo madeirense como traiu,
cumpliciando um governo que retirou direitos
ao povo madeirense e que não honrou os
compromissos do Estado para com a Região
Autónoma, ainda tem muita lata em pôr a sua
cara aí pelas ruas». «Quem trai não tem
desculpa», avançou.
Social explicou ainda que esta obra surge na
sequência dos trabalhos de canalização de um
afluente da Ribeira de Machico. Segundo
Santos Costa, a empreitada demorou mais do
que o previsto devido à necessidade de
expropriação de alguns edifícios. De qualquer
modo, a construção da ligação ao Largo dos
Milagres está prestes a ser concluída, «em
benefício da população».
De acordo com a descrição da obra, o
projecto surgiu «da necessidade de assegurar
uma resposta adequada ao acréscimo de
mobilidade e de congestionamento urbano
decorrentes do aumento da densidade
automóvel e da concentração urbana naquela
cidade».
MADEIRA
Equipas da PSP “limpam” ruas da cidade
Dezenas de indivíduos identificados
pela Polícia por consumo e práticas
desviantes, vandalismo, embriaguês e a
dormir na via pública, têm sido
canalizados não só para a Comissão de
Dissuasão da Toxicodependência (CDT),
mas também para o Centro de Saúde, a
fim de serem observados numa possível
reabilitação, confirmou a PSP.
Estas equipas de proximidade da 1.ª
Esquadra do Funchal do Comando
Regional da Polícia de Segurança
Pública (PSP), criadas há cerca de
quatro meses, segundo Roberto
Fernandes, têm vindo a desempenhar
trabalhos junto das freguesias do
Município, cujas intervenções resultaram
“Festa da Uva” com a voz de Ana Malhoa
A freguesia do Porto da Cruz volta a
promover uma das suas tradições do cultivo da
uva de americano. Esta festa terá como
principal atracção a cantora Ana Malhoa, que
actuará no próximo domingo. Esta é uma festa
que se iniciou em 1988 e ao longo dos anos
tem vindo a ganhar popularidade,
conquistando um lugar entre as festas
populares que animam o verão madeirense.
Este certame inicia-se no sábado, com
animação musical a cargo do conjunto de
ritmos modernos “Amigos da Música”. Pelas
11
na sinalização e identificação de diversos
consumidores de estupefacientes em
locais públicos, assim como na
apreensão de quantidades de droga,
principalmente haxixe, endereçando
essas situações para a CDT. De acordo
com o responsável pelas relações
públicas do Comando Regional, estas
equipas de proximidade têm vindo a
desenvolver, com particular atenção, os
seus serviços junto à igreja da Sé e,
sobretudo, nos principais parques
públicos do Funchal, com o propósito de
sinalizar e obstar situações de práticas
desviantes e consumos abusivos de
substâncias proibidas por parte de
cidadãos.
21:45 horas actuarão os grupos Rancho
Folclórico Madeirense, da Casa da Madeira
Community Centre – Toronto, Canadá e o
Folk Group – Garmonica” – São Petersburgo,
Rússia. Por volta da meia-noite haverá o
lançamento de fogo-de-artifício, seguindo-se
animação até às duas da madrugada. Para a
tarde de domingo está prevista a animação
musical a partir das 15:45 horas, com a
actuação da banda Filarmónica do Faial, e
pelas 16 horas, haverá o tradicional cortejo
etnográfico .
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Jersey rende-se à gastronomia portuguesa
Realizou-se em Jersey a festa gastronómica portuguesa,
inaugurada pelo cônsul honorário de Portugal naquela ilha e Ian
Carr, em representação do presidente da câmara de St. Helier,
Simon Crowford. A festa, que decorreu entre 27 e 31 de Agosto,
teve também a presença, no passado Domingo, do padre Paulo
Vivintainer, que celebrou uma missa campal, com o apoio do
coro português da Igreja de St. Thomas, dirigido por Isilda de
NO
PRÓXIMOO
NÚMER
Entrevista com Clara Cabral
O nosso jornal vai publicar, na próxima
edição, uma entrevista com a escritora
Clara Macedo Cabral, que acaba de lançar
o seu primeiro livro, intitulado “Há Raposas
no Parque - Crónicas de uma portuguesa
em Londres”. Radicada no Reino Unido há
já algum tempo, a escritora portuguesa, de
40 anos, prepara já outro trabalho, desta
feita um romance. Esteja atento!
Nº 66 - 4 SETEMBRO 2009
Freitas, na qual estiveram, de novo, representadas as mais altas
individualidades da câmara de St. Helier e o cônsul honorário de
Portugal. Este evento foi patrocinado por comerciantes
portugueses de Jersey Post Group. Segundo os dados fornecidos
pelo principal organizador, Mr. Martyn Farley, da Creative
Design Agency, tudo decorreu em normalidade e com grande
êxito e animação. Texto e fotos de JCD Gomes
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Venha visitar-nos e conhecer
os nossos excelentes produtos
22 4 Setembro 2009

COMUNIDADES

Programa eleitoral do PS para as comunidades

O programa reformista e a
valorização das Comunidades
Portuguesas constituíram a grande marca
do Governo liderado pelo Primeiro-ministro, José Sócrates. Um
futuro Governo do PS, cujo ponto de partida radica no
reconhecimento da importância da Diáspora, trará uma nova
ambição através da melhor coordenação das diferentes políticas
nacionais, de modo a garantir o pleno exercício dos direitos de
cidadania em plano de igualdade com os demais cidadãos que
residem em Portugal. Haverá, assim, um novo enquadramento
orgânico a nível do Governo, alargando-se a área de
competências das Comunidades à Lusofonia e à Cooperação,
de modo a permitir que existam mecanismos de intervenção
que, no relacionamento bilateral, favoreçam uma melhor
salvaguarda dos direitos dos nacionais que vivem e trabalham
no estrangeiro, estejam eles onde estiverem.
O Governo do PS continuará a considerar essencial a
modernização consistente dos serviços consulares e a melhoria
no seu atendimento, a solidariedade com quem mais precisa
através do reforço dos apoios sociais e um maior apoio à
dimensão empresarial nas Comunidades. Mas continuará
também a apostar decididamente na aproximação com os
Portugueses a viver no exterior, na promoção da sua inserção e
envolvimento cívico nas sociedades de acolhimento e na
valorização das novas gerações.
É com o espírito reformador e a lucidez de quem compreende
bem as Comunidades Portuguesas espalhadas por todo o
mundo que nos apresentamos às Eleições Legislativas de 27 de
Setembro. Queremos ir mais longe e responder ainda melhor
aos anseios e necessidades dos Portugueses que vivem fora do
País. Saiba mais em: www.ps.pt/comunidades
Cidadania. A instituição do Fórum Mundial dos Luso-
eleitos permitirá criar as condições para incentivar a
participação cívica e um maior envolvimento nas questões de
cidadania, em parceria com outros organismos das
Comunidades. Serão organizados programas de informação
para favorecer uma melhor compreensão dos direitos e dos
deveres de cidadania, para que os Portugueses se possam
afirmar como comunidades activas e interessadas nos destinos
da sua sociedade de acolhimento.
Cultura. A produção intelectual e artística na Diáspora, num
contexto mais vasto de cultura, merecerá atenção particular,
designadamente, através da promoção de intercâmbios de
experiências e de maior apoio à produção e fomento ao
aparecimento de novos talentos nas várias áreas da cultura que
vão das artes à literatura. Os programas “Talentos” e
“Lusavox”, criados e lançados na vigência do Governo PS,
inscrevem-se já nestes objectivos.
Economia. As relações com os empresários portugueses no
estrangeiro constituirão o pilar do programa “Netinveste”, cujo
objectivo central se propõe contribuir para facilitar as condições
para o investimento em Portugal e realizar parcerias com os
empresários que estão instalados no estrangeiro. Pela primeira
vez se constitui uma política pública vocacionada para a
valorização deste activo extraordinário, constituído pelos
milhares de empresários portugueses espalhados pelo mundo,
cujas iniciativas e empresas muito poderão beneficiar da
ligação ao país e contribuir para a internacionalização da nossa
economia. Serão desenvolvidos mecanismos e ferramentas, em
parceria com outros organismos nacionais vocacionados para a
área económica, no sentido de dar a conhecer oportunidades de
negócio e apoiar o investimento dos empresários das
Comunidades. O programa
“Netinveste” constitui uma dessas
ferramentas, que agirá com recurso
a toda a rede Diplomática e
Consular.
Juventude. O reencontro com a
Diáspora convoca desde logo ao
diálogo com a juventude. Levar os
jovens das novas gerações à
descoberta de Portugal é uma
responsabilidade histórica que
permitirá homenagear a memória
da emigração. Mas há, igualmente,
um enorme potencial para
desenvolver com a juventude cujo
crescimento pessoal e social
favorecerá o estabelecimento de
redes de comunicação, assinalando
desse modo vínculos de pertença
cultural e linguística. Será
constituída, assim, uma rede para
pôr em evidência a extraordinária força que constitui esta
presença no mundo, designadamente, através de um portal
electrónico interactivo que permita ligar os jovens lusos e luso-
descendentes de todos os continentes. Serão ainda alargados os
estágios profissionais em empresas de Portugal
Língua e Cultura Portuguesa. A promoção e expansão da
rede de ensino da Língua e Cultura Portuguesa, para além da
Europa, em que já são investidos anualmente cerca de 50
milhões de euros, continuará a ser uma das prioridades centrais
do novo Governo, enquadrada na nova missão de que o
Instituto Camões está investido, sob a tutela única do Ministério
dos Negócios Estrangeiros. Serão ainda criadas as condições
para o reconhecimento e certificação do ensino da Língua e
Cultura Portuguesa fora da rede oficial.
Movimento Associativo. O acompanhamento e o apoio
qualificado ao Movimento Associativo será uma prioridade, na
medida em que as associações podem constituir um pilar ainda
mais relevante para a valorização, enriquecimento e ligação dos
portugueses às demais comunidades e instituições locais.
Assim, serão criados incentivos para as associações que se
destaquem na sua actividade em prol da Comunidade que
servem e será instituído o Fórum do Movimento Associativo,
que servirá para a valorização da actividade das associações,
colocando-as ainda mais ao serviço dos portugueses e Luso-
descendentes nas sociedades de acolhimento.
Políticas Sociais. No âmbito das Políticas Sociais, serão
reforçadas as acções que visam contribuir para minorar
situações de pobreza extrema. Criar-se-á uma nova modalidade
de apoio ao regresso a idosos, através de instrumentos
informativos e outros de forma a garantir aos que pretendam
regressar à sua região de origem o acesso a instituições de
solidariedade social no caso de não possuírem meios para
sobrevivência. A cooperação entre os organismos de Segurança
Social de Portugal e de outros
países será desenvolvida no sentido
de assegurar a correcta atribuição
de pensões e reformas a que têm
direito ou o seu devido pagamento,
aumentando de igual modo os
níveis de informação para a sua
obtenção. A prestação dos apoios
atribuídos ao abrigo do ASIC
(Apoio Social para Idosos
Carenciados) e ASEC (Apoio
Social para Excluídos e
Carenciados) será continuada e
desenvolvidos mecanismos para
aumentar a fluidez dos processos
para a sua atribuição. Foi com um
Governo do PS que, finalmente, o
tempo de serviço militar em palco
de combate passou a contar para a
reforma e para a atribuição de
complemento de pensão. Vamos
agora melhorar estes mecanismos para que esses direitos sejam
efectivamente fruídos de forma célere e cómoda.
R e d e C o n s u l a r. O G o v e r n o d o P S c o n t i n u a r á a
modernização das estruturas da rede consular, cujo objectivo
central consiste na melhoria constante do atendimento,
particularmente através da utilização das tecnologias de
informação e comunicação. Nesta vertente, de serviço da
Administração Pública, os consulados serão verdadeiras “Lojas
do Cidadão”. Vamos desenvolver diferentes modalidades de
serviço aos cidadãos deslocando funcionários consulares para
irem ao encontro de comunidades mais pequenas ou isoladas.
Na missão atribuída aos postos consulares, as componentes de
acção cultural, promoção económica e acção social constituirão
outra prioridade que visa reforçar a ligação às múltiplas
instituições nos diferentes países de acolhimento, em linha com
o Regulamento Consular recentemente aprovado.
O Partido Socialista sempre deu o seu melhor pelas
Comunidades Portuguesas e orgulha-se de, em vários
governos, ter implementado políticas que foram ao encontro
das suas necessidades, com ambição, ousadia e sentido da
responsabilidade. Queremos contar com a sua confiança
para continuarmos a trabalhar com o mesmo entusiasmo e
entrega.
Queremos Portugal a avançar com as Comunidades, pelas
Comunidades.

Emigrantes podem votar antecipadamente por correio

Estão inscritos nos consulados cerca de 1,200 eleitores no Reino Unido, com direito
a votar nas próximas eleições legislativas. Segundo soubemos junto dos partidos, os
portugueses recenseados, receberão por correio um boletim de voto, que deverão
preencher e enviar, seguindo as instruções em anexo. Caso tenha, entretanto mudado
de residência, certifique-se, junto ao consulado, a possibilidade de mudar a residência.
Caso contrário, o cidadão terá de se dirigir ao consulado, no dia 27 de Setembro de
2009 e exercer o seu direito de voto.
O seu voto é tão importante quanto a força que a sua comunidade terá junto às
forças políticas, que definem as regras pelas quais os emigrantes se regerão sempre
que contactarem, viajarem ou regressarem a Portugal.
Cada comunidade tem a sua importância medida na força do voto.
Os eleitores residentes fora do território nacional são agrupados em dois círculos
eleitorais, um abrangendo todo o território dos países europeus, outro o dos mais
países e o território de Macau, e ambos com sede em Lisboa.
Podem votar antecipadamente: os militares que no dia da realização da eleição
estejam impedidos de se deslocar à assembleia de voto por imperativo inadiável de
exercício das suas funções; os agentes de forças e serviços que exerçam funções de
segurança interna, nos termos da lei, e se encontrem em situação análoga à prevista
na alínea anterior; os trabalhadores marítimos e aeronáuticos, bem como os
ferroviários e os rodoviários de longo curso, que, por força da sua actividade
profissional, se encontrem presumivelmente embarcados ou deslocados no dia da
realização da eleição; os eleitores que, por motivo de doença, se encontrem internados
ou presumivelmente internados em estabelecimento hospitalar e impossibilitados de
se deslocar à assembleia de voto; os eleitores que se encontrem presos e não
privados de direitos políticos; os membros que representem oficialmente selecções
nacionais, organizadas por federações desportivas dotadas de estatuto de utilidade
pública desportiva, e se encontrarem deslocados no estrangeiro, em competições
desportivas, no dia da realização da eleição; só são considerados os votos recebidos
na sede da junta de freguesia correspondente à Assembleia de voto em que o eleitor
deveria votar até ao dia anterior ao da realização da eleição.
As listas concorrentes à eleição podem nomear, nos termos gerais, delegados para
fiscalizar as operações de voto antecipado, os quais gozam de todas as imunidades e
direitos previstos no artigo 50.º-A.
Nos círculos eleitorais de residentes fora do território nacional, a organização do
processo Eleitoral, a campanha eleitoral e a eleição são reguladas por decreto-lei,
dentro dos princípios estabelecidos na presente lei.
Enquanto não existir lei especial, mantém-se em vigor a legislação actual relativa às
eleições em Macau e no estrangeiro, com as devidas adaptações.
4 Setembro 2009 25

COMUNIDADES
PORTUGESE ACTION GROUP

Carta aberta a Cavaco Silva Latinos preparam

O Portuguese Action Group, liderado por Francisco Silva e Luís
Barros, escreveu uma carta aberta ao Presidente da República
Portuguesa, Cavaco Silva, fazendo severas queixas das
autoridades portuguesas aqui representadas, dos partidos e dos
conselheiros das comunidades, no que diz respeito à divulgação
do recenseamento dos portugueses no Reino Unido.
Sobre o Conselho das Comunidades, este grupo considera-o
“moribundo” e diz só ter funcionado no “tempo de Manuel de
Aguiar / Governo AD”, acusando-os de “fraude eleitoral nas
eleições de 20 de Abril de 2008”. Consideram o movimento
associativo todo “dividido pelos senhores doutores de café e de
gabarito, onde impera o individualismo do quero, mando e posso”,
pelo que “a situação da comunidade portuguesa no Reino Unido
deve ser das mais mal organizadas que existem dentro da
jurisdição da União Europeia. Um outro problema que agrava
ainda mais tudo isto é, sem dúvida, a falta de funcionários que se
verifica no Consulado Geral de Portugal, onde alegam sempre que
a culpa tem sido dos sucessivos Governos!”
Dizem estar em contacto com o deputado Carlos Gonçalves e
acreditam que “desta vez as coisas vão mudar duma vez para
sempre, pois temos sido enganados sempre que se realizam
eleições para o Conselho das Comunidades Portuguesas”,
explicando ao Presidente da República os meandros que levaram
à desconfiança dos eleitores que “não acreditam na isenção das
autoridades”, com atropelos à “Constituição da República
Portuguesa! Além disto, outras coisas escandalosas se passaram
entre nós, mas, como sempre, foram varridas para debaixo da
carpete, continuando os falsos profetas a levantar poeira, iludindo
as pessoas com festivais e jantaradas.”
Por fim, pedem a Cavaco Silva que garanta aos portugueses no
Reino Unido eleições “livres” e que aceite esta carta como um
“protesto de toda a comunidade no país de Sua Majestade
britânica.”
A Presidência da República respondeu, agradecendo a carta e
assegurando que do exposto será dado seguimento.
o futuro
Com a presença de representantes de Portugal,
Angola, Cuba, México, Caraíbas, Equador, Uruguai,
Bolívia, Moçambique, do Centro Comunitário
Português e Girassol Diáspora, organizou-se um
encontro de ibero-americanos, a cargo do Minca News,
sob o lema RRR – Reconhecimento, Respeito e
Regularização.
Embora ainda seja evidente a falta de um plano de
trabalho e até de organização, nota-se, contudo, uma
vontade férrea de seguir em frente com estas ideias,
manter o entendimento e encontrar o bom caminho.
No final concluiu-se que será necessária uma nova
reunião dentro de alguns dias, pois as ideias e sugestões implantação da República em Portugal, entre outros.
não faltaram. Segundo a organização, os latinos, mais Pretende-se também dar relevo ao nome de várias
de meio milhão em Londres, são como “fantasmas” aos importantes figuras latinas com influência na história
olhos das autoridades inglesas... assim, deve-se do Reino Unido, algumas delas com estátuas e
trabalhar no sentido de mudar a situação. Nos planos monumentos em Londres. A reunião decorreu numa
para inverter tal situação está a organização de um atmosfera tranquila e serena, sem qualquer incidente.
grande festival latino, em 2010, com representação de Existe vontade, existem ideias, a ver vamos se terão
todos os países latinos, no ano que de certa forma capacidade para levar avante algo tão grande e
coincide com, por exemplo, os 100 anos da complexo?! Esperemos que sim. PF

Os parasitas que estão a invadir a nossa comunidade

a desordem da minha papelada, foi – enganar os que cá estão. Criticam tudo e passado, cada vez é mais difícil conseguir às escondidas...Porque talvez, as nossas

N com muita angústia e para me sentir

satisfeito comigo próprio, que me vejo
a procurar a origem de tantos parasitas, que,
nos últimos 10 anos, aterraram na nossa
comunidade vindos de França, Canadá,
Alemanha, Brasil e Portugal.
Sempre que falo com eles dão-me a
entender estar perante os verdadeiros
“homens das 7 profissões”, vindos de
lugares muito melhores do que este, onde
deixaram muitos amigos, desde doutores,
jornalistas, políticos, enfim, meio mundo
importante! Chegados cá têm um propósito
todos, o nosso povo, o nosso governo – uns
querem ser políticos e só se lembram de nós
quando é para trabalhar e distribuir panfletos
nas eleições. Outros armam-se em
jornalistas por pouco tempo, outros dizem-
se missionários, etc., etc. Agora pergunto:
Quem é realmente esta gente? Só que
ninguém responde, porque ninguém
conhece o seu passado.
Acho que muitos dos que aqui estamos há
muito, gostaríamos de conhecer de onde
vêm, quando, como e porquê. Mas ninguém
quer falar. Entre os meus amigos do
falar e manter um diálogo que nos mantenha
alerta e conhecedores do que se passa ao
nosso redor. Para que cada um tenha o
posicionamento certo e retome o lugar que
veio a ser ocupado por estes entes
parasitários destituídos de passado.
Por isso preciso de encontrar os tais
papéis e colocá-los cada um no seu lugar,
sem dúvidas e com a resposta na ponta da
língua. Para que eu e todos nos sentirmos
bem com a nossa consciência. Para que cada
um fosse posto no lugar. Sem medos e sem
brancas. Já estamos muito velhos para jogar
dúvidas sejam injustas e estejamos mesmo a
perder património importante e vital. Mas há
uns tempos para cá, uma atenção mais
cuidada veio trazer-me luz, e sinto-me
culpado por ter contribuído para essa
desorganização onde se alojam os parasitas.
Eles trabalham nos erros e fragilidades dos
outros. Descobertos, seriam um bom
exemplo para todos os que compram papel
muito bonito para embrulhar pacotes velhos,
remendados e vazios.
Luís G. Barros

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26
Uma no cravo
e outra na ferradura!
Prezados compatriotas,
Como nos podemos aperceber, o mês de
Agosto é o mês mais predilecto para muitas
pessoas irem gozar as suas férias, especialmente
aquelas que trabalham nos consulados e e
Embaixadas! Ao mesmo tempo, este mês é
também para repouso e reflexão do jornal “As
Notícias” e logo no mês seguinte regressa tudo
aos seus trabalhos rotineiros. Entretanto,
enquanto que muitos resolveram ir de férias,
outros preferiram juntar o útil ao agradável e
avançar para o campo de luta a fim de
desmantelar toda esta farsa de folias em que
muitos estão enleados e por estas vias não vai
haver progresso! Nestas condições, houve
alguém que teve a ousadia de fazer uma “Carta
Aberta”, para ser publicada, mas com receio de
que a mesma fosse desmascarar alguém, ficou
sem ser publicada aguardando uma outra
ocasião que seja mais propícia! No entanto,
houve muitas surpresas em que se falava do
regresso dos “bufos”, mas esqueceram-se de ter
mencionado os “cucos” que andam por aí à solta,
bem como os engraxadores e oportunistas que
se apoderaram do Conselho das Comunidades,
para irem em romaria, sempre que necessário, ao
Palácio das Necessidades, onde se encontra
instalado o referido Conselho, onde que muitos
são galardoados com medalhas ficando todos tão
ensoberbecidos de vaidade que pensam que já
são mais do que os outros!
Com efeito, está em jogo a legitimidade de
certos conselheiros que falsearam as eleições de
20 de Abril 2008, em que houve um pedido de
impugnação dirigido ao Presidente da Comissão
Nacional de Eleições, pelo então Coordenador
Nacional da Lista “A”, senhor José Bandeira,
mas, por conveniência, os promotores de Justiça
que actualmente temos em Portugal não se
quiseram incomodar, dando o dito por não dito, e
foi isto que os dois representantes da Lista “B” e
“C”, quiseram que se fizesse, porquanto
charlatães deste jaez ficam todos contentes
quase como pavões, bem como os tarimbeiros
que trabalham na SECP como mercenários só
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aprenderam a meter palha na albarda e a andar
nos andores dos elogios, como é da praxe de
alguns pseudo-conselheiros que se infiltraram no
dito conselho manipulando-o a seu moto próprio
pregando postas de pescada, inculcando a banha
da cobra aos incautos compatriotas a título de
festivais e jantaradas em favor de certos partidos
políticos que se dizem amigos dos portugueses
apenas em tempo de eleições para poder lançar
a isca a fim de engodar o eleitorado! Na verdade,
na última edição deste periódico, foi vergonhoso
saber que o grupo de militantes do PS Reino
Unido tentasse ter
distribuído alguns panfletos O sistema
alusivos à participação partidário
política dos nossos
cidadãos radicados neste português
P a í s , m a s q u e f o r a m não está
proibidos pela comissão
Organizadora do Dia de interessado
Portugal, isto só revela nos cidadãos
cobardia e hipocrisia, pois
são passados quase 2 que se
meses e não tiveram a encontram
coragem de ter denunciado
tal acto de arrogância! O
na Diáspora
assunto das Inscrições Consulares e
Actualização do Recenseamento é da exclusiva
competência dos Governos sensibilizarem os
nossos compatriotas aquém-fronteiras através de
programas televisivos, mas como de costume o
sistema partidário português não está interessado
nos cidadãos que se encontram na Diáspora,
porquanto se Sua Excelência o senhor
Presidente da República não tivesse vetado a Lei
que proibia o emigrante de poder votar e enviar o
seu voto por correspondência, isto é uma
autêntica traição e como já estão a deitar
foguetes antes da festa se a procissão ainda vai
na rua? Quem vai votar num Governo que é anti-
emigrante? Tenham juízo, senhores!
Saudações Lusíadas
F. Gonçalves da Silva
Portuguese Action Group
Nesta secção procurarei esclarecer as vossas dúvidas
em relação à saúde emocional, familiar e de
relacionamentos interpessoais. Enviem as vossas
perguntas para o e-mail valdeiza@gmail.com
ou mob. 0796 1158 491.
Complexo de culpa
Pergunta.
Não consigo me perdoar por alguns erros que
cometi no passado, ainda mais porque ainda hoje
sofro as consequências da escolha que fiz. Qual é o
meu problema? (MJS, Brandon)
Pelo o que me conta em seu e-mail suponho que esteja a sofrer daquilo que no
meio científico chamamos de Complexo de Culpa que se origina do “Sentimento
de Culpa”. Podemos dizer que quando o Sentimento de Culpa se torna quase
permanente, obsessivo e irracional estamos diante do verdadeiro Complexo de
Culpa. É muito comum ouvirmos a expressão: “Ele/a sofre de um Complexo de
culpa”, mas é importante salientar que, ainda que quando se fale em Complexo de
Culpa todos se sintam mais ou menos atingidos, há complexos e complexos.
Uma pessoa pode se sentir culpada por ter voluntariamente prejudicado alguém
ou se omitido diante de situações complicadas que trouxeram sofrimento a outras
pessoas no passado e esse sentimento pesar na consciência até muitos anos depois
do ocorrido mas há dois aspectos, neste caso, a considerar. O primeiro refere-se ao
arrependimento por ter procedido daquela forma e o não-arrependimento
mesmo depois ter constatado que agiu mal.
No primeiro caso, o arrependimento produz uma grande mágoa que impede a
pessoa de ser feliz pois a culpa atormenta-lhe a alma e no segundo caso, mesmo não
tendo se arrependido do que fez (talvez por acreditar que fez a melhor escolha)
sente-se culpada pelo sofrimento que causou a alguém.
Entretanto, o Complexo de Culpa mais comum é aquele que a pessoa nutre em
relação a si mesma. Traduz-se numa mágoa profunda, depressão e sentido de vazio.
Por exemplo: é muito comum encontrarmos mulheres que decididas a realizarem-
se profissionalmente ou ainda por necessidades financeiras, passam longas horas
fora de casa, tendo que delegar esta função a outra pessoa e, consequentemente,
sentem-se “entre a cruz e a espada” e como forma de compensar a culpa, muitas
vezes se tornam permissivas demais em relação aos filhos o que lhes acarreta, por
sua vez, uma nova dose de culpabilidade por verem as consequências de sua
permissividade no mau comportamento dos filhos nem desfrutar (sem culpa) do
sucesso profissional… isso se torna um círculo vicioso. Em contrapartida, muitos
maridos se sentem angustiados diante da necessidade de se adaptar às novas
realidades quotidianas, para as quais não foram preparados emocionalmente e
assim, culpam-se por não serem mais o principal “provedor do lar”, culpam as
esposas por dedicarem-se à carreira em detrimento do lar e enfim, culpam-se por
culpá-las.
A médica Ana Aurélia Di Bella Napolitano, especialista em Medicina Familiar,
propõe uma acção educacional no sentido de substituir a malfadada “culpa” pela
expressão “responsabilidade divida”. O problema é que não fomos educados para
esta “responsabilidade dividida”.
É importante compreendermos que temos que nos adaptar às novas realidades.
Precisamos nos despir dos modelos pré-moldadas de comportamento, no caso de
pai e de mãe, e aceitar a realidade da nossa vida.
É necessário também repensar a culpa, isso não significa reprimir o sentimento,
mas manter um diálogo franco e realista connosco mesmos e com perseverança e
determinação, na medida das nossas possibilidades, perdoar a nós mesmos.
Perdoar é desculpar, eximir da culpa e somente a própria consciência tem esse
poder. Portanto, é no auto-perdão que se encontra a efectiva possibilidade de cura.
O processo é muitas vezes lento e às vezes exige ajuda especializada mas embora
difícil é possível, acredite. Desejo-lhe boa sorte e a capacidade de perdoar-se a si
mesma.

O braço de ferro de Ferreira Leite
vida económica vai de mal a pior
A para muita gente. Especialmente
para os que não têm emprego,
porque lhes falta tudo - o pão e os
meios de realização pessoal e
social. Também para os jovens, mesmo os
formados, profissionalizados, licenciados,
mestres ou doutores, todos eles têm pouco
futuro em perspectiva. E esta falta de futuro
para os jovens, reduz o próprio futuro da
população, uma vez que sem emprego, não
há família e sem família não há filhos e, por
conseguinte, menos futuro.
Depois a situação dos comerciantes e dos
industriais, que não têm encomendas para
produção, ou que não vendem os seus bens
produzidos ou adquiridos.
Pelo que vejo, oiço e leio, parece que
alguns funcionários públicos, juízes,
médicos, enfermeiros, professores, quadros
superiores da administração pública,
inspectores, alguns agentes da PSP e da
GNR, bem instalados na vida, à sombra de
empregos efectivos - pelo menos enquanto a
torneira do Estado jorre no final do mês -
Associações no combate à pobreza
Q
uando nos referimos a
pobreza, de uma forma geral,
estamos a falar das carências
e dificuldade de acesso a bens
e serviços essenciais como
alimentação, vestuário, alojamento,
cuidados de saúde e recurso às ajudas
do governo por vezes essenciais.
Tenho verificado que muitas vezes,
por não nos faltar o tal essencial,
descuramos a carência social dos
outros à nossa volta, pois regularmente
nos deparamos com pessoas
completamente dependentes e
isolados sem qualquer contacto social
e incapazes de se valerem a si
próprios.
É aqui que as várias associações
fruto de vencimentos razoáveis ou bem
gordos, vão vivendo fora da realidade,
isolados civil e socialmente, face ao que se
passa à sua volta.
Não se apercebem da dimensão da crise
social e financeira em que o Sócrates nos
mergulhou. Seja a cegueira do PS ou a de
José Sócrates.
Passa-se fome em Portugal. Uma fome
que não é só de pão mas, sobretudo, de
capacidade para criar soluções económicas e
sociais para resolver o futuro de Portugal.
Não é, com certeza, com subsídios de
desemprego e rendimentos sociais de
inserção, que se vai matar, eternamente, a
fome ao nosso povo. Porque eles são apenas
paliativos temporários que, em muitos
casos, até deviam ser mais bem avaliados e
acompanhados, porque produzem efeitos de
irresponsabilidade social, de fomento da
preguiça e de dependência sistemática em
relação a terceiros, acompanhada de
promiscuidade e de delinquência.
É evidente que, enquanto essas pessoas
não reorganizam a sua vida, estes são os
existentes em Londres se deveriam
d e b r u ç a r. D a s q u e c o n h e ç o s ã o
empresas constituídas sem fins
lucrativos. Só que essas instituições se
esqueceram da sua faceta social e
vivem apenas para subsistirem
financeiramente. Para além das suas
actividades desportivas e lúdicas,
poucas ou mesmo nenhuma
desenvolve acção social.
A falta de apoio das autoridades
empurra-os para o patamar da
sobrevivência, mas acho que, para
além da área associativa e de lazer, as
associações deveriam olhar para os
que necessitam. Como instituições de
solidariedade que são, é altura de
começarem a ver o que os rodeia como
únicos dois instrumentos de solidariedade
capazes de as ajudar.
Mas, no entretanto, é essencial que os
mesmos sejam apenas uma fase anterior a se
criarem soluções económicas e sociais que
lhes possam dar actividades e autonomia.
Uma tarefa para que não temos sido
habituados, motivados por uma escola
teórica e inútil, que nos afiança preparados
para o futuro, num erro de há mais de
cinquenta anos. A escola nada mais faz do
que nos arrancar da realidade face às
pessoas em nosso redor, face aos seus
contextos de vida e motiva-as a viverem na
dependência dos outros, mendigando
empregos e subsídios, porque não conhecem
a arte do desenrasque, nem sequer os
preparam para continuar os ofícios dos seus
pais. Parece que foram retiradas da
realidade, na ilusão de uma formação
libertadora que afinal, se revela de conteúdo
vazio, sem objectivos e capacidade de
captação de trabalho e de reorganização de
vida.
Eis-nos pois conformados e confrontados
algo real e criarem plataformas para
ajudar a combater a pobreza. Para quê
angariar fundos para instituições em
Portugal, quando em Inglaterra há
famílias e crianças abandonadas à
fome e ao isolamento social?
Não será altura de pôr em prática a
solidariedade de que fazem alarde e
tocar a unir para combater aquilo em
que acreditamos ser uma das vossas
funções, e lutar para tentar erradicar
todas as formas de pobreza? Ou será
que existem outras questões
burocráticas dentro das associações,
que impedem que a palavra
solidariedade seja posta em prática.
Este é o meu pedido a todas as
associações, e a quem nelas trabalha,
27
com a necessidade de um estado Pai e Mãe,
protector, que a todos provenha ou possa
prover, contra os mais básicos
compromissos políticos e sociais
provenientes de uma aposta na educação.
Princípio que o estado promoveu, prometeu
e divulgou aos seus cidadãos, mas que no
final nos orientam para a inactividade e para
a dependência face a terceiros. Em vez de
nos transformar em fonte de progresso para
distribuir por todos, torna-nos em seres
desprezíveis e sem sentimentos.
Juízes, professores e médicos deveriam
ser os primeiros a dar o exemplo cívico, de
solidariedade e contribuir para uma
melhoria organizativa global e uma maior
eficácia social.
Espero, pois, que Ferreira Leite tenha
mesmo uma mão de ferro e que, como
outros, não se deixe levar por essa fértil
classe de ignorantes políticos sem mais, que
ultimamente inundaram o nosso querido
Portugal.
Luis G. Barros
uma vez que são essas as pessoas que
estão no terreno e as que melhor
conhecem as dificuldades vividas no
seio da comunidade. É muito importante
perceber as dificuldades que os outros
enfrentam e reflectir sobre esse direito
fundamental que todos temos – o
acesso a uma vida digna.
Ser solidário depende da boa vontade
e do desejo em queremos fazer algo por
alguém e só assim podemos combater
realmente a pobreza. Peço a todas as
associações que tirem as mãos dos
seus bolsos, porque os impostos, que
não pagam, dá, com certeza, para
ajudar os muitos que necessitam.
L. Gonzaga
PUB.