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TEMPO COMUM. VIGÉSIMA QUARTA SEMANA.

SÁBADO

9. A TERRA BOA
– Os corações endurecidos pela falta de contrição tornam-se incapazes de acolher a palavra
divina.

– Necessidade da oração e do sacrifício para que a graça dê fruto na alma.

– Paciência e constância: recomeçar com humildade.

I. REUNIU-SE em torno do Senhor uma grande multidão, que


foi ter com Ele de diversas cidades1. E Jesus aproveitou a
ocasião para doutriná-los mediante a parábola do semeador
sobre o mistério da acção da graça nas almas.

Saiu o semeador a semear a sua semente... É o próprio Cristo


quem estende continuamente o seu reinado de paz e de amor
entre os homens, contando com a liberdade e a
correspondência pessoal de cada um. E encontra nas almas
situações tão diferentes como diferentes são os terrenos que
recebem a mesma semente.

Uma parte da semente caiu ao longo do caminho, e foi


calcada e comida pelas aves do céu: perdeu-se completamente,
sem dar fruto. Mais tarde, quando explicar aos discípulos a
parábola, Jesus dirá que se trata daqueles a quem o demónio
tira a palavra do coração. São almas endurecidas pela falta de
arrependimento dos seus pecados, que assim se tornam
incapazes de receber Deus que as visita. A este mau terreno
assemelha-se o coração “que foi calcado pela frequente
passagem dos maus pensamentos e está tão seco que não pode
receber a semente nem esta germinar”2. O demónio encontra
nessas almas o terreno apropriado para conseguir que a
semente de Deus fique infecunda.

Pelo contrário, a alma que, apesar das suas fraquezas, se


arrepende uma vez e outra, que procura evitar as ocasiões de
pecado e recomeça sempre que seja necessário, atrairá a
misericórdia divina. A humildade de quem reconhece os seus
pecados e defeitos pessoais prepara a alma para que Deus
semeie nela e a faça dar fruto.

Por isso, hoje, ao meditarmos nesta parábola de Jesus, é um


bom momento para nos perguntarmos se sabemos reconhecer
prontamente as nossas faltas, se lutamos por não nos
acostumarmos a elas, por mais leves que sejam, se sabemos
reagir de cada vez com um ato de contrição humilde e
confiante.

É um bom momento ainda para pedirmos a Jesus que nos


ajude a lançar para longe de nós tudo aquilo que nos separe
d’Ele, e que nos faça detestar sinceramente aqueles aspectos
da nossa maneira de ser que possam dificultar a amizade que
Ele nos oferece diariamente. “Chegaste a uma grande
intimidade com este nosso Deus, que está tão perto de ti, tão
dentro da tua alma... Mas procuras que aumente, que se torne
mais profunda? Evitas que se intrometam mesquinhezes que
possam turvar essa amizade?

“Sê corajoso! Não te recuses a cortar tudo o que, mesmo


levemente, cause dor a Quem tanto te ama”3.

II. OUTRA PARTE DA SEMENTE caiu sobre terreno pedregoso


e, quando nasceu, secou por falta de humidade. São os que
recebem com gosto a palavra, mas não têm raízes; crêem
durante um certo tempo, mas, à hora da tentação, voltam para
trás.

No momento da prova sucumbem, porque basearam a sua


relação com Cristo no sentimento e não numa vida de oração,
capaz de perseverar nos momentos difíceis, nas provas da vida
e nas épocas de aridez. “Muitos alegram-se com o que escutam
e propõem-se agir bem; mas, quando começam a ser
incomodados pelas adversidades, abandonam as boas obras que
tinham começado”4. Quantos bons propósitos não soçobram
quando o caminho da vida interior deixa de ser plano e
aprazível! Essas almas procuram mais o seu contentamento e
satisfação do que o próprio Deus. “Uns por umas razões, outros
por outras – queixava-se Santo Agostinho a verdade é que quase
não se procura Jesus por Jesus”5.

Devemos procurar Jesus por Ele mesmo, no meio da aridez, se


chega a aridez; devemos querer escalar o cume não só quando o
caminho que leva até ele é plano e sombreado, mas quando se
converte num atalho pouco visível no meio das rochas, sem
outro amparo que o desejo firme de subir até onde Cristo nos
espera: procurar “Jesus por Jesus”. E só o conseguiremos com
a fidelidade à oração diária, mesmo nos dias em que não nos
apetece.
Outra parte da semente caiu entre os espinhos, e, tendo os
espinhos crescido com ela, sufocaram- na. São os que, tendo
ouvido a palavra de Deus e deixado que neles arraigasse, não
chegam a dar fruto pelos cuidados e pelas riquezas e deleites
desta vida. É impossível caminhar em seguimento de Cristo sem
uma vida mortificada, pois nesse caso vai-se perdendo pouco a
pouco o atractivo pelas coisas de Deus e, paralelamente,
inicia-se facilmente o caminho das compensações... e
termina-se deslumbrado pelo aparente valor das coisas
terrenas. “Não te espantes de que aos prazeres chame espinhos
[...] – comenta São Basílio –. Assim como os espinhos, por onde
quer que os apanhemos, fazem sangrar as mãos, assim também
os prazeres ferem os pés, as mãos, a cabeça, os olhos... Quando
se põe o coração nas coisas temporais, sobrevém a velhice
prematura, embotam-se os sentidos, a razão afunda-se nas
trevas...”6

A oração e a mortificação preparam a alma para receber a


boa semente e dar fruto. Sem ela, a vida torna-se estéril. “O
sistema, o método, o procedimento, a única maneira de termos
vida – abundante e fecunda em frutos sobrenaturais – é seguir o
conselho do Espírito Santo, que nos chega através dos Actos
dos Apóstolos: «Omnes erant perseverantes unanimiter in
oratione» – todos perseveravam unanimemente na oração. –
Sem oração, nada!”7

Não existe um caminho para Deus que não passe pela oração
e pelo sacrifício.

III. “DEPOIS DE REFERIR-SE às circunstâncias que tornam a


semente ineficaz, a parábola fala finalmente da terra boa. Não
dá assim lugar ao desalento, antes abre caminho à esperança e
mostra que todos podem converter-se em terra boa”8. A
semente que caiu em terra boa são aqueles que, ouvindo a
palavra com um coração bom e generoso, a retêm e dão fruto
pela paciência.

Todos, independentemente da nossa situação anterior,


podemos dar bons frutos para Deus, pois Ele semeia
constantemente a boa semente da sua graça. A eficácia
depende sobretudo das nossas disposições. “A única coisa que
importa é não sermos caminho, nem pedregal, nem cardos, mas
terra boa [...]. Que o coração não seja caminho do qual o inimigo
leve, como os pássaros, a semente pisada pelos transeuntes;
nem pedregal onde a pouca terra faça germinar rapidamente o
que o sol irá crestar; nem campo de espinhos das paixões
humanas e dos cuidados da vida dissoluta”9.

O Senhor aponta três características da terra boa: ouvir com


um coração contrito e humilde as chamadas divinas; esforçar-se
para que – mediante a oração e a mortificação – essas
exigências penetrem na alma e não se atenuem com o decorrer
do tempo; e, por último, começar e recomeçar, sem desanimar
se os frutos demoram a chegar, se percebemos que os defeitos
não acabam de desaparecer, apesar dos anos e do empenho na
luta por desarreigá-los.

“Os cristãos não nascem; fazem-se”, diz um autor dos


primeiros tempos da Igreja10. Ninguém nasce santo, ninguém é
por natureza terra boa cem por cento. Deus, que nunca nos nega
a sua graça, quer que trabalhemos o campo da nossa alma, que
nos abramos generosamente à sua acção e saibamos, pela
paciência, pela constância, colaborar com ela. “Alguns
comportam-se, ao longo da vida, como se o Senhor tivesse
falado de entrega e de conduta recta somente àqueles a quem
não custasse – não existem! – ou aos que não precisassem lutar.

“Esquecem que, para todos, Jesus disse: o Reino dos Céus


arrebata-se com violência, com a luta santa de cada instante”11.

Dar- vos- ei um coração novo e porei um novo espírito no meio


de vós – lê- se hoje na Liturgia das Horas –; e tirarei da vossa
carne o coração de pedra, e dar- vos- ei um coração de carne12.
Se o quisermos e formos dóceis, o Senhor mudará em nós tudo
o que for necessário para nos transformar em terra boa e fértil.
Até o mais profundo do nosso ser, o coração, poderá ver-se
renovado se nos deixarmos arrastar pela graça de Deus, que é
sempre tão abundante.

O importante é irmos uma vez e outra até o Senhor, com a


humildade de quem precisa de ajuda, com a vontade firme de
nunca nos separarmos d’Ele, ainda que pareça que não
avançamos, que o tempo passa e não colhemos os frutos
desejados. “Deus é o agricultor – ensina Santo Agostinho –, e, se
se afasta do homem, este converte-se num deserto. O homem é
também agricultor, e, se se afasta de Deus, converte-se
igualmente num deserto”13. Não nos separemos d’Ele;
recorramos ao seu Coração misericordioso muitas vezes ao
longo do dia.
(1) Lc 8, 4-15; (2) São Gregório Magno, Homilias sobre os Evangelhos, 15, 2;
(3) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, Forja, n. 417; (4) São Gregório Magno,
Homilias sobre os Evangelhos, 15, 2; (5) Santo Agostinho, Comentários sobre
o Evangelho de São João, 25, 10; (6) São Basílio, Homilias sobre São Lucas, 3,
12; (7) Bem-aventurado Josemaría Escrivá, Forja, n. 297; (8) São João
Crisóstomo, Homilias sobre o Evangelho de São Mateus, 44; (9) Santo
Agostinho, Sermão 101, 3; (10) Tertuliano, Apologélica, 18, 4; (11) Bem-
aventurado Josemaría Escrivá, Sulco, n. 130; (12) Liturgia das Horas, Laudes,
Ez 36, 26; (13) Santo Agostinho, Comentário aos Salmos, 145, 11.

(Fonte: Website de Francisco Fernández Carvajal AQUI)

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