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Os céticos sofisticados contra Darwin – Parte 1

O Movimento do Design Inteligente


Baseado no livro Doubts about Darwin de Thomas E. Woodward, Ph. D. e escritos de
outros teóricos do MDI

INTRODUÇÃO
A idéia de design é muito antiga - desde os tempos de Sócrates e Platão, [1] e o termo
“design inteligente” como alternativa ao processo evolutivo cego e aleatório darwinista
foi usado em 1897 por F.C.S. Schiller, erudito da Oxford University, num ensaio
intitulado Darwinism and Design Argument. Ele afirmou: “não será possível excluir a
suposição de que o processo da Evolução possa ser guiado por um design inteligente”.
[2]
Mais recentemente durante as últimas décadas, as descobertas em física, astronomia,
teoria da informação, bioquímica, genética e disciplinas afins forneceram as bases para
o desenvolvimento da moderna Teoria do Design Inteligente [TDI]. Muitas dessas idéias
centrais já estavam sendo articuladas por cientistas e filósofos da ciência no começo dos
anos 80 do século 20.
Este presente estudo histórico visa discorrer sobre uma dissensão científica contra
Darwin desde os anos 60 do século 20, seus principais atores e de como surgiu o
Movimento do Design Inteligente [MDI] contemporâneo nos Estados Unidos.
Ao contrário do veiculado na Grande Mídia [GM] e negado pela Academia, existe sim
uma controvérsia e dissensão científicas sobre a validade da teoria geral da evolução
(processos macroevolutivos). A TDI se apresenta como a melhor inferência às
evidências encontradas na natureza para explicar a origem e a evolução do universo e da
vida.
1 – Rumores de Dissensão Científica contra Darwin no Século 20
As primeiras indicações de uma dissensão científica contra Darwin começaram com o
Wistar Symposium [Simpósio Wistar] realizado no centro de pesquisas Wistar Institute
da Universidade da Pensilvânia, em julho de 1966, em resposta às descobertas de
Murray Eden e seus colegas.
Em 1965, Murray Eden, então professor de engenharia elétrica no MIT – Massachusetts
Institute of Technology, juntamente com o matemático francês Marcel Paul
Schutzenberger (1920-1996), membro da Academia Francesa de Ciência, e outros,
começaram a modelar a seleção natural de mutações aleatórias usando a teoria da
probabilidade.
Após muitas tentativas de modelar o mecanismo darwiniano positivamente, este grupo
de pesquisadores ficou surpreso com os resultados consistentemente negativos. Eles
experimentaram novos algoritmos e isso só aumentou a frustração e o ceticismo deles
da noção de ‘aleatoriedade’ nas mutações como matéria prima da evolução.
Esse ceticismo do mecanismo mutação-seleção natural chegou ao conhecimento de
eminentes biólogos evolucionistas. Em questão de meses foi agendada uma reunião com
a presença de diversos cientistas darwinistas para discutirem o problema com o grupo
de Eden. [3]
No seu discurso de abertura, Sir Peter Brian Medawar, [4] prêmio Nobel em Medicina
(1960), reconheceu a existência de um amplo sentimento de ceticismo sobre a questão
do acaso na evolução, sentimento este que ele bem definiu como: “algo está faltando na
teoria ortodoxa”. [5]
D. S. Ulam, matemático, argumentou ser altamente improvável que o olho pudesse ter
evoluído pelo acúmulo de pequenas mutações, pois o número de mutações seria tão
imenso e o tempo disponível não seria bastante suficiente para que elas surgissem.
Medawar disse que os matemáticos estavam pensando ao contrário na sua avaliação
científica. Ele salientou que o olho tinha evoluído e que esta questão simplesmente não
era considerada duvidosa.
O problema da plausibilidade de o olho não ter evoluído foi considerado como sendo
devido a erros ou lapsos nas equações dos matemáticos. O biólogo Ernst Mayr, da
Harvard University, disse: “De algum modo ou de outro, ajustando estes resultados, nós
vamos nos sair bem. Nós nos confortamos com o fato de que a evolução [do olho]
aconteceu”. [6]
Os dois grupos de cientistas foram extremamente sensíveis quanto à conexão e
percepção dos alegados defeitos do neoDarwinismo como sendo criacionismo.
Schutzenberger, cético, disse: “Há uma lacuna considerável na teoria neodarwinista da
evolução, e nós cremos que esta lacuna é de tal natureza que uma conexão não pode ser
feita dentro da atual concepção da biologia”.
C. H. Waddington, darwinista, replicou: “O seu argumento é simplesmente que a vida
deve ter surgido por criação especial”. Schutzenberger e outros cientistas responderam
“Não”! [7]
A reunião no Wistar Institute, em termos retóricos, resultou num ‘beco sem saída’, mas
deixou um documento importante para a história da ciência biológica: Mathematical
Challenges to the Neo-Darwinian Interpretation of Evolution: as objeções contra os
mecanismos darwinistas eram feitas agora em termos matemáticos e empíricos.
Não foram apenas os matemáticos os únicos céticos a levantar tais questões nos anos 60
do século 20. Em 1969, o jornalista e filósofo britânico Arthur Koestler organizou o
Alpbach Symposium [Simpósio Alpbach] Beyond Reductionism [Além do
Reducionismo] com “o expresso propósito de reunir biólogos críticos do Darwinismo
ortodoxo”. [8]
Koestler convidou apenas “personalidades na vida acadêmica com autoridade
inquestionável nas suas áreas respectivas que, no entanto, compartilham desse santo
descontentamento”. [9] Koestler escreveu um livro com o mesmo título provocador do
simpósio: Beyond Reductionism. [10]
Este antievolucionismo científico nem sempre questionou a macroevolução, mas
sempre atacou o mecanismo de mutação e seleção natural. O exemplo mais importante
deste gênero é o livro L’Evolution du Vivant[11] do renomado zoólogo francês Pierre
Grassé. Não tendo um substituto detalhado para o mecanismo de Darwin, Grassé
sugeriu apenas que “fatores internos misteriosos” nos organismos os capacitam a
evoluir em complexidade e diversidade e que somente os fósseis podem lançar a luz
definitiva sobre a história da evolução .
Ele concluiu o seu livro de maneira inusitada e provocadora: “É possível que neste
domínio, a biologia, impotente, dê lugar à metafísica”.
Theodosius Dobzhansky, biólogo da Columbia University, um dos fundadores do
neoDarwinismo e considerado o pai da genética moderna, escreveu uma resenha
respeitosa, mas resistente a Grassé:
“Postular que a evolução é ‘orientada’ por alguma força desconhecida não explica
nada... Mas rejeitar o que é conhecido e apelar para alguma futura descoberta misteriosa
que possa explicar tudo, é contrário ao conceituado método científico”.
Dobzhansky resumiu assim o livro de Grassé:
“O livro de Grassé é um ataque frontal a todos os tipos de Darwinismo. O propósito
dele é de ‘destruir o mito da evolução, como um fenômeno simples, entendido e
explicado’, e demonstrar que a evolução é um mistério sobre o qual pouco é, e talvez
possa ser, conhecido”.
Apesar de discordar, Dobzhansky demonstrou respeito pelo caráter e reputação
científica de Grassé:
“Ora, alguém pode discordar de Grassé, mas não ignorá-lo. Ele é o mais distinto dos
zoólogos franceses, o editor de 28 volumes do Traité de Zoologie, autor de numerosas
investigações originais, e ex-presidente da Academia de Ciência. O seu conhecimento
do mundo vivo é enciclopédico”. [ênfase adicionada] [12]
Esse conhecimento enciclopédico de biologia por Grassé pesou muito na consideração
do seu forte ceticismo sobre o papel da seleção natural na macroevolução.
Foi em 1962 que surgiu um livro que foi lido, citado, discutido, debatido e amplamente
aplicado em várias áreas do conhecimento humano por historiadores, filósofos e
cientistas: A Estrutura das Revoluções Científicas de Thomas Kuhn. [13] Neste livro,
Kuhn desmanchou a visão tradicional de que a ciência era estável, gradualmente
progressiva e estritamente objetiva. A obra de Kuhn surgiu justamente numa época em
que ocorriam os primeiros ataques sofisticados contra o Darwinismo.
As idéias de Kuhn faziam claramente parte de uma sinergia de críticas científicas e de
modos de questionamentos diferentes que tornou possível o que antes era impensável - a
imagem do paradigma darwinista como uma fase prolongada, mas passageira e cheia de
um fenômeno kuhniano: um paradigma em crise ‘esconde as suas anomalias’.
O Darwinismo que antes era considerado o ‘paradigma final’ da evolução que apenas
podia ser estendido, preenchido e refinado, pela visão kuhniana, pode agora ser
superado.
Grassé disse que a evidência dos fósseis reina suprema na demonstração do que
realmente ocorreu na evolução, mas desde os dias de Darwin os paleontólogos têm
buscado em vão a confirmação dessa história.
O problema da ausência persistente de gradualismo nas séries de fósseis levou Niles
Eldredge (Curador de Invertebrados no Museu Americano de História Natural) e
Stephen Jay Gould a elaborarem nos anos 70 do século 20 um novo modelo de mudança
evolutiva chamado de equilíbrio pontuado:
“A extrema raridade de formas transicionais no registro fóssil persiste como o negócio
secreto da paleontologia. As árvores genealógicas que adornam nossos livros-texto têm
dados somente nas extremidades e nódulos de seus galhos; o resto é inferência, por mais
que razoável, não é a evidência dos fósseis... Eu não quero de nenhuma maneira
impugnar a validade potencial do gradualismo. Eu somente quero destacar que isso
nunca foi ‘visto’ nas rochas”.[14] [ênfase inexistente]
O que antes era o negócio secreto da paleontologia Gould tornava público:
“... a história da maioria dos fósseis das espécies inclui duas características
inconsistentes com o gradualismo: (1) Estase. A maioria das espécies não exibe
mudança direcional durante a sua existência na Terra. Elas aparecem no registro fóssil
parecendo muito semelhantes quando desapareceram; a mudança morfológica
geralmente é limitada e sem direção. (2) Surgimento abrupto. Em qualquer área local,
uma espécie não surge gradualmente pela transformação constante de seus ancestrais;
ela aparece de uma vez e ‘plenamente formada’”. [15]
A proposta do equilíbrio pontuado de Eldredge e Gould foi uma solução revolucionária
e conservadora. Modestamente revolucionária porque, contra Darwin, argumentavam
que a porção significante da evolução não ocorre na transformação gradual de
populações grandes e centrais, mas rapidamente em saltos evolutivos nas populações
pequenas e isoladas em milhares de anos em vez de milhões de anos.
Com a teoria do equilíbrio pontuado de Eldredge e Gould tornou mais fácil elaborar um
caso cogente contra a macroevolução, embora isso não fosse a idéia que eles quiseram
encorajar. O reconhecimento desta anomalia significante - a descontinuidade das formas
biológicas - iniciou um processo conceitual de crise kuhniana na biologia evolutiva.
Outras manifestações de ceticismo antidarwinista ocorreram antes de 1985 que
ajudaram a moldar o terreno da retórica. Sir Fred Hoyle e Chandra Wickramasinghe
argumentaram no livro Evolution from Space [16] que os processos aleatórios não
poderiam ter formado a maquinaria bioquímica da célula, especialmente as enzimas.
Eles chegaram a esta conclusão após terem calculado essa probabilidade: seria 1 em
1040.000. Embora tenham proposto uma hipótese esdrúxula de panspermia, [17] eles
afirmaram:
“A teoria de que a vida foi organizada por uma inteligência tem, nós cremos, uma
probabilidade muito maior do que 1 em 1040.000 de ser a explicação correta dos muitos
fatos discutidos em capítulos precedentes... As especulações do [livro] Origem das
Espécies se mostraram errôneas... É irônico que os fatos científicos derrubem Darwin
mas deixam William Paley, uma figura de deboche para o mundo científico há mais de
um século, ainda no torneio com uma chance de ser o vencedor definitivo”. [18]

Uma linha cética mais prudente veio de Colin Patterson, do Museu Britânico. Já em
1981 ele era conhecido pela sua reputação de livre pensador herético na sua área de
cladística [a taxonomia das espécies e outros grupos]. [19] Em 1981 este evolucionista
agnóstico niilista ia de conferência em conferência fazendo a famosa pergunta
embaraçosa aos cientistas:
“Vocês podem me dizer uma coisa que vocês sabem sobre a evolução, absolutamente
qualquer coisa que seja verdadeira? Eu tentei essa pergunta com a equipe de geologia do
Museu Field de História Natural e a única resposta que eu obtive foi silêncio. Eu a tentei
com os membros do seminário de Morfologia Evolutiva na Universidade de Chicago,
um corpo muito prestigiado de evolucionistas, e tudo que eu consegui lá foi silêncio por
um longo tempo e eventualmente uma pessoa disse ‘Eu sei uma coisa - não deve ser
ensinada no ensino médio’”. [20]

Apesar da fama que a experiência de Miller-Urey ganhou em 1953 e de aparecer até


hoje em livros-texto de biologia, a teoria da evolução química se tornou uma área
problemática após investigação interdisciplinar de químicos, biólogos, físicos,
astrônomos, geólogos e geoquímicos para descobrir os caminhos pelos quais a natureza
produziu os tijolos construtores da vida (nucleotídeos e aminoácidos) e a sua
subseqüente ligação com cadeias de polímeros (proteínas, DNA e RNA) resultando em
estruturas maiores e mais complexas chamadas de ‘protocélulas’.
Outro livro importante neste ceticismo sobre a origem e a evolução da vida é The
Mystery of Life's Origin de Charles Thaxton, Walter Bradley e Roger Olsen. [21]

2 – A Crítica Secular Radical Antidarwinista de Michael Denton


Em 1985, Michael Denton, um bioquímico e médico britânico então desconhecido,
publicou o livro Evolution: A Theory in Crisis [Evolução: Uma Teoria em Crise]. A tese
radical desenvolvida por Denton é a inadequação epistêmica das idéias fundamentais da
teoria da evolução de Darwin:
“Nenhum dos dois axiomas fundamentais da teoria macroevolutiva de Darwin - o
conceito de continuidade na natureza... e a crença de que todo o design adaptivo da vida
resultou de um processo cego aleatório - foram validados por uma única descoberta
empírica ou avanço científico desde 1859”.[22]
Este livro de Denton serviu de ímpeto inicial, inspiração e razões do Movimento do
Design Inteligente [MDI] nos Estados Unidos. Juntamente com o livro The Mystery of
Life’s Origin, Denton praticamente estabeleceu o modelo retórico de valores, estilos de
comunicação, propósitos, perspectivas e pressuposições do que veio a ser o genre
retórico do Design.
A tese de Denton é construída em três etapas:
(1) ele estabelece a divisão entre as duas teorias de Darwin (‘teoria especial’ de
especiação, chamada de ‘microevolução’ e da ‘teoria geral’ da evolução de todas as
formas de vida a partir de um ancestral comum, chamada de ‘macroevolução’). Darwin
já havia feito esta distinção no Origem das Espécies;

(2) Uma feliz concessão a Darwin de que a modesta teoria da microevolução tem boa
razão de ser aceita por todos os biólogos e o público, mas adverte ser ilegítimo
extrapolar a macroevolução da microevolução, cap. 4;

(3) Sujeitar a teoria da macroevolução de Darwin à investigação empírica: taxonomia,


homologia, fósseis, morfologia hipotética de intermediários, análise estatística de
processos de busca aleatória (caps. 5-9, 13), biologia molecular (caps. 11-12), a origem
da vida e a evidência de seqüências de aminoácidos em proteínas.

Esses capítulos questionam duas pedras fundamentais darwinianas de macroevolução -


o mecanismo (seleção de mutações aleatórias) e o fenômeno da ‘continuidade biológica’
(a interconexão das coisas vivas numa linhagem contínua de descendência. Denton
pergunta: Há evidência empírica de transições, ou nós plausivelmente podemos
reconstruir uma série de intermediários hipotéticos?
Com esses questionamentos, Denton avança para uma tese central radical: A
macroevolução - o contínuo desenvolvimento evolutivo através da seleção de mutações
aleatórias - não é apoiada por descobertas em qualquer área da biologia. A teoria não é
apoiada por evidência empírica nem por experimentos conceituais, isto é, por tentativas
de se reconstruir caminhos evolutivos plausíveis.
A pergunta que alguns na Academia não querem que seja feita, e que a GM não divulga,
é: Se é este o verdadeiro estado da evidência, por que a comunidade científica diz ao
público que a teoria de Darwin não é mais uma TEORIA, mas um FATO?
No seu último capítulo, Denton tenta responder esta pergunta apresentando a segunda
tese importante, com um corolário kuhniano: É a ‘prioridade do paradigma’ que torna
esses problemas e anomalias darwinianas invisíveis. Ele conclui que enquanto não
surgir uma teoria naturalista melhor do que o paradigma de Darwin, ele deve ser e será
considerado como verdade científica.
Denton desenvolveu no seu livro a lógica anti-narrativa. São dois tipos distintos de anti-
narrativas. A primeira subverte e inverte a história ortodoxa da ascensão do
Darwinismo, mudando de um triunfo da verdade para o mergulho numa nova Idade das
Trevas, a tirania do dogma que entorpece as mentes: a teoria darwinista se transformou
num axioma auto-evidente que não há necessidade de prova.
Nesta anti-narrativa histórica revisionista, antigos dissidentes são mencionados - Cuvier,
Owen, Agassiz e Pictet, e mais recentes como Goldschmidt e Hoyle. Denton salienta
que o criticismo deles, empiricamente baseados, nunca foi respondido satisfatoriamente.
A outra narrativa é a ‘narrativa da história da ciência’ (cap. 3). Aqui Denton mostra
como que a teoria de Darwin se transformou ao longo do tempo em um dogma
incontestável:
“Ao passar dos anos após a revolução darwiniana, e assim que a evolução se tornou
mais e mais consolidada em dogma, a gestalt da continuidade impôs-se em cada faceta
da biologia. As descontinuidades da natureza não podiam mais ser percebidas.
Conseqüentemente, o debate ficou inativo e havia menos necessidade de justificar a
idéia da evolução pela referência aos fatos”.[23]
Uma dissensão contra Darwin se torna "por definição irracional e especialmente
irritante se os dissidentes afirmarem estarem apresentando uma crítica racional". Denton
acrescenta: "É irônico refletir isso enquanto que Darwin considerou uma vez ser
herético questionar a imutablilidade das espécies, hoje em dia é herético questionar a
idéia da evolução".
Denton finaliza este capítulo com uma citação de Paul Feyerabend sobre o poder do
dogma metafísico em modelar a imagem da verdade, onde "a estabilidade atingida, a
aparência de verdade absoluta, é nada a não ser o resultado de um conformismo
absoluto". Essa verdade funciona como mito, e "o mito é, portanto, de nenhuma
relevância objetiva, ele continua a existir somente como resultado do esforço da
comunidade de crentes e dos seus líderes, sejam esses agora sacerdotes ou ganhadores
do prêmio Nobel. O seu 'sucesso' é inteiramente fabricado pelo homem". [24]
Todavia, Denton considera que a teoria “ainda é, como no tempo de Darwin, uma
hipótese altamente especulativa completamente sem apoio direto concreto e muito
distante daquele axioma auto-evidente que muitos dos seus mais agressivos defensores
gostariam que nós acreditássemos”. [25]
Um fato digno de menção é que o livro Evolution: A Theory in Crisis influenciou um
número expressivo de professores universitários americanos que se tornaram céticos de
Darwin - um deles iniciou o MDI: Phillip Johnson.

Notas:

[1] Vide Xenophon, Memorabilia of Socrates, Book I, chapter 4; Plato, The Laws, Book
X.
[2] SCHILLER, F.C. S., “Darwinism and Design Argument,” in Schiller, Humanism:
Philosophical Essays (Nova
York: The Macmillan Co., 1903, p. 141. Este ensaio foi primeiramente publicado no
Contemporary
Review em junho de 1897.
[3] MOORHEAD, P. S. e KAPLAN, M. M., eds. Mathematical Challenges to the Neo-
Darwinian Interpretation of
Evolution (Filadélfia: Wistar Institute Press, 1967)
[4] Medawar nasceu no Brasil, mas nunca optou pela nacionalidade brasileira. Seria o
nosso primeiro laureado com o Prêmio Nobel.
[5] MOORHEAD, P. S. e KAPLAN, M. M., op. cit. vol. 5 p. xi.
[6] Ibid.
[7] Ibid.
[8] Outros eminentes participantes: Holgar Hyden (neurobiólogo), Paul Weiss e W. H.
Thorpe (zoólogos), David McNeil (lingüista) e Jean Piaget (psicólogo e educador).
[9] KOESTLER, Arthur. Beyond Reductionism. Londres: Hutchinson & Co. Ltd., 1969,
p. 2
[10] KOESTLER, Arthur. Beyond Reductionism. Londres: Hutchinson & Co. Ltd.,
1969
[11] Traduzido em inglês como Evolution of Living Organisms. Nova York: Academic
Press, 1977.
[12] Citado por Phillip Johnson in Darwin on Trial, Downers Grove, IL: InterVarsity
Press, 1993, 2a. ed., p. 174-75.
[13] KUHN, Thomas. A Estrutura das Revoluções Científicas. São Paulo: Perspectiva,
1998, 5a. ed.
[14] GOULD, Stephen Jay. The Panda’s Thumb. Nova York: W. W. Norton, 1980.
[15] Ibid, in The Episodic Nature of Evolutionary Change, p. 182.
[16] HOYLE, Fred e WICKRAMASINGHE, Chandra. Evolution from Space. Londres:
J. M. Dent, 1981.
[17] Ibid. A especulação absurda de Hoyle é de que uma inteligência alienígena habitou
dissimuladamente na Terra em forma de numerosas espécies de insetos.
[18] Ibid, p. 96.
[19] Vide Evolution: A Theory in Crisis, de Michael Denton, p. 138-139.
[20] Esta palestra foi gravada sem o consentimento de Patterson, mas numa entrevista
com o jornalista Tom Bethell ele reafirmou esta sua posição. Vide Deducing from
Materialism in National Review, 29 de agosto de 1986, p. 43.
[21] THAXTON, Charles, BRADLEY, Walter e OLSEN, Roger. The Mystery of Life's
Origin. Nova York:
Philosophical Library, 1984. Este livro é considerado o ponto inicial do MDI. Edição
esgotada.
[22] DENTON, Michael Denton. Evolution: A Theory in Crisis. Bethesda, MD: Adler &
Adler, 1986, p. 345.
[23] Ibid, p. 74.
[24] FEYERABEND, Paul. Problems of Empiricism in Beyond the Edge of Certainty,
R. G. Colodny, 1965, p. 176.
[25] Ibid, p. 77.
Os céticos sofisticados contra Darwin – Parte 2

O Movimento do Design Inteligente


Baseado no livro Doubts about Darwin de Thomas E. Woodward, Ph. D. e escritos
de outros teóricos do MDI

3 – Darwin no Banco dos Réus: A Retórica Revolucionária de Phillip Johnson


Em outubro de 1987, dois livros mudaram o rumo do ano sabático de Phillip Johnson [i]
em Londres: O Relojoeiro Cego de Richard Dawkins e Evolution: A Theory in Crisis
[Evolução: uma teoria em crise] de Michael Denton.
Um debate virtual se instalou na mente de Johnson entre os dois autores sobre uma
questão fundamental: o que realmente é conhecido com certeza sobre a origem e a
diversidade da vida?
Denton, o cético secular, atacou a macroevolução como sendo empiricamente vazia,
uma concha de teia de aranha apoiada pelas forças sociológicas de um paradigma.
Dawkins, o crente e cruzado darwinista fervoroso, defendia o darwinismo como sendo
absolutamente convincente e apoiado pelo raciocínio lógico de suas simulações em
computador chamadas de biomorfos.
No seu retorno à Universidade da Califórnia – Berkeley em agosto de 1988, Johnson
trouxe um longo texto intitulado Science and Scientific Naturalism in the Evolution
Controversy [A ciência e o naturalismo científico na controvérsia da evolução].
Ele adotou uma estratégia básica e singular a fim de que esta crítica ao darwinismo
fosse seriamente levada em consideração e evitar que fosse desconsiderada como sendo
mais uma proposição da ciência da criação:
(1) Excluiu o Gênesis e a fé bíblica como fatores relevantes em testar a fé darwinista;

(2) Embora admitisse sua posição teísta, Johnson destacou que muitos na área da
biologia evolutiva também têm posições religiosas fortes
contrárias [ateísmo]. Aos mais dogmáticos ele os nomeou como darwinistas
fundamentalistas.

O objetivo principal de Johnson era fazer com a questão da teoria geral da evolução não
ser verdadeira chegasse à mesa de discussão. Ele conseguiu isso em 23 de setembro de
1988 num seminário realizado com 20 professores universitários da UC-Berkeley.
O livro de Johnson Darwin on Trial [Darwin no banco dos Réus] publicado em 1991 foi
um manifesto intelectual selvagem para esmagar a oposição e expor o darwinismo como
pseudociência. A crítica severa de Johnson encontra-se logo no começo do livro:
"O meu propósito é examinar a evidência nos seus próprios termos, sendo cuidadoso em
distinguir a própria evidência de qualquer viés religioso ou filosófico que possa
distorcer a nossa interpretação daquela evidência. Eu admito que os cientistas da criação
têm este preconceito pelo seu pré-compromisso com o fundamentalismo bíblico, e eu
terei muito pouco a dizer sobre a posição deles. A questão que eu quero investigar é se o
darwinismo é baseado numa avaliação imparcial da evidência científica ou se é outro
tipo de fundamentalismo". [ii]
Johnson afirma, como Denton, que a microevolução é ciência respeitável, mas ataca
implacavelmente a macroevolução como sendo um empreendimento irreal. As teses
negativas de Johnson são:
T1 - Evidência científica: As evidências biológicas e paleontológicas e outros dados
científicos, com poucas exceções, tendem a falsificar a história darwiniana de
macroevolução e o seu prelúdio químico da origem da vida.
T2 - Base filosófica do darwinismo: A macroevolução darwiniana, como uma afirmação
ampla da verdade é baseada fundamentalmente na pressuposição filosófica do
naturalismo. Para Johnson, o naturalismo é a filosofia que "supõe que todo o domínio da
natureza seja um sistema fechado de causas e efeitos materiais que não podem ser
influenciados por qualquer coisa 'externa'. [iii]

T3 – A 'retórica pretensiosa': Quando o darwinismo é colocado em questão, ele é


rotineiramente protegido por rótulos vazios, manipulações semânticas e lógica
defeituosa.

T4 - As funções religiosas-mitológicas do darwinismo: Portanto, o darwinismo funciona


como o mito cosmológico central da cultura moderna - como a peça central de um
sistema quase religioso que é conhecido a priori como verdadeiro, em vez de uma
hipótese científica que deve submeter-se a teste rigoroso.

O livro de Johnson pode ser considerado um manifesto light projetado para destruir o
estereótipo Bíblia vs. Ciência que dominou o debate sobre a evolução. A questão central
que permeia a argumentação do livro é - Qual é a base para a suprema confiança de
muitos cientistas de que as leis científicas e o acaso são suficientes para explicar o
surgimento de toda a complexidade e diversidade da vida?
O ponto sustentado em Darwin on Trial é de que se descobre o naturalismo metafísico e
não a evidência empírica como sendo a base dessa confiança. Isso é demonstrado
através de um modelo de histórias [MH] utilizado ao longo do livro:
MH1 - As histórias jurídicas. O julgamento de Scopes de 1925 é brevemente recontado
a fim de destruir a lenda do filme "Inherit the Wind" [O vento por herança]. [iv]
Depois aborda o caso mais importante da Suprema Corte americana - Edwards vs.
Aguillard de 1987.

Embora a Supema Corte tenha considerado a 'ciência da criação' como religiosamente


motivada, a opinião discordante do juiz Antonin Scalia ficou registrada no processo:

"O povo da Louisiana, inclusive aqueles que são cristãos fundamentalistas, têm o
direito, como uma questão secular, a ter qualquer evidência científica que haja contra a
evolução apresentada nas suas escolas, assim como o sr. Scopes teve o direito de
apresentar qualquer evidência científica que houvesse a favor". [v]

MH2 - As tendências religiosas dos darwinistas modernos. A literatura darwinista


moderna está cheia de conclusões antiteístas apresentadas, não como opiniões pessoais,
mas como implicações lógicas da ciência evolutiva objetivando afastar as pessoas mais
educadas da crença no sobrenatural.

Exemplos: "O homem é o resultado de um processo sem propósito e natural que não o
tinha em mente" [vi]; "penso igualmente que, antes de Darwin, o ateísmo até poderia ser
logicamente sustentável, mas que só depois de Darwin é possível ser um ateu
intelectualmente satisfeito". [vii]

MH3 - A história das controvérsias darwinianas. (1) A controvérsia de Colin Patterson.


Pouca gente sabe que em 1981, o renomado paleontólogo britânico Colin Patterson
visitou vários centros de evolucionistas perguntando: "Você pode me dizer alguma coisa
que você saiba sobre a evolução que seja verdadeira? Patterson recebeu como resposta o
silêncio.

Ele fez dois comentários provocadores na palestra: (A) Os evolucionistas estão falando
igual os criacionistas - "eles apontam para um fato, mas não podem fornecer uma
explicação dos meios", (B) e que tanto a evolução como a criação são formas de
"anticonhecimento", i.e. eles "são conceitos que parecem implicar em verdadeira
informação, mas não são". [viii]

(2) A controvérsia entre Kristol e Gould. Irving Kristol, um teórico social, propôs uma
correção conciliatória num artigo no New York Times: "Se a evolução fosse ensinada
mais cautelosamente, como uma idéia conglomerada consistindo de hipóteses
conflitantes em vez de uma certeza incontestável, isso seria menos controverso" e que
os fundamentalistas não estavam "fora de base quando eles afirmam que a evolução ...
tem um ponto anti-religioso injustificado". [ix]

Gould criticou Kristol e negou que a ciência evolutiva seja anti-religiosa e que Kristol
ignorava a distinção importante entre fato e teoria. Há hipóteses conflitantes sobre o
mecanismo exato da evolução, "mas a evolução é também um fato da natureza, tão bem
estabelecido como o fato de a Terra girar em torno do Sol". [x]

Johnson destrói a analogia de Gould: "A analogia é espúria. Nós observamos


diretamente que as maçãs caem quando são soltas, mas nós não observamos um
ancestral comum para os macacos modernos e os humanos. O que nós observamos é
que os macacos e os humanos são física e bioquimicamente mais parecidos um com o
outro em vez de serem parecidos com coelhos, cobras ou árvores. O ancestral comum
do tipo macaco é uma hipótese numa teoria que se propõe explicar como surgiram essas
grandes e pequenas semelhanças. A teoria é plausível, especialmente para um
materialista filosófico, mas apesar disso pode ser falsa. A verdadeira explicação para as
relações naturais pode ser algo mais misterioso". [xi]

Em 1980, Gould escreveu um artigo concentrando não na tese do ancestral comum


(aceita por todos os evolucionistas), mas como que isso se deu - pela acumulação
gradativa de mudanças adaptativas via mutação e seleção. Gould concluiu que a síntese
neodarwinista "como proposição geral, está efetivamente morta, apesar de sua
persistência como ortodoxia de livro-texto". [xii]

Porque Gould admitiu um ponto devastador ao cenário darwinista do surgimento da


diversidade da vida como uma teoria geral defunta, Johnson esperava que Gould, tendo
já desconsiderado o mecanismo darwiniano, fosse abraçar a sugestão de Kristol de
ensinar a evolução com mais cuidado.

MH4 – A história da seleção natural. São duas as perguntas que Johnson faz: (1) Quanto
os evolucionistas sabem realmente sobre o processo pelo qual todos os seres vivos
evoluíram de ancestrais microbiano? (2) Especificamente, eles sabem realmente o que
eles vêm afirmando saber - que foi um processo inconsciente? [xiii]

Esta ênfase na alegada ignorância do como da evolução torna-se lógico para Johnson
atacar os dois lados do mecanismo do neo-darwinismo - a seleção natural que peneira e
adiciona as mutações benéficas.

4 - O avanço das idéias de Johnson nos anos 90s do século 20


Após a publicação de Darwin on Trial, Johnson começou a circular pelos campus das
universidades americanas acelerando assim dois processos retóricos importantes: o
envolvimento vigoroso e determinado com os seus críticos e o recrutamento e
treinamento de novos e brilhantes revolucionários (especialmente colegas com
qualificações acadêmicas que colaborariam na pesquisa, crítica, conceituação teórica e
persuassão).
Johnson tornou-se conhecido pelas suas palestras, conferências e debates. A sua oratória
rapidamente tornou-se uma de suas mais eficientes maneiras de influenciar audiências
universitárias.[xiv]
Este trabalho em conjunto, mais esses dois processos reciclados (envolvimento –
recrutamento – nova publicação – mais envolvimento) transformou o Movimento do
Design Inteligente [MDI] de um comitê de rebeldes externos numa rede bem organizada
e agressiva de centenas de ativistas que começaram o trabalho de persuassão em suas
próprias universidades como Harvard, Yale, Princeton, Cornell entre outras..
O primeiro desses dois processos começou com o livro Darwin on Trial e depois com
mais outros livros de Johnson. [xv] As resenhas críticas deste livro, a maioria negativa,
tentaram desqualificá-lo como crítico competente em vez de lidarem com as suas
principais críticas – a macroevolução e o poder criativo da seleção natural.
A mais importante das interações com acadêmicos se deu em 1994 na Stanford
University com William Provine, historiador e filósofo de biologia da Cornell
University. [xvi] Este debate colocou o Design Inteligente em destaque de duas
maneiras: foi mais um veículo para divulgar a crítica de Johnson contra a
macroevolução baseada na evidência e a afirmação de Provine de que o livre arbítrio é
uma miragem, além de ter repetidamente desprezado a crença de Johnson em Deus –
isso serviu para ilustrar a tese de que o darwinismo funciona tanto como um quadro de
crenças filosóficas antiteístas e como um quadro de pesquisa científica.[xvii]
Em 26 de julho de 1991, a revista Science, da American Association for the
Advancement of Science – AAAS, publicou uma nota anônima Johnson vs. Darwin
criticando severamente o Darwin on Trial como sendo um livro potencialmente
perigoso. [xviii]
Michael Behe foi um biólogo que notou a coluna da revista Science. Em 1987 ele já
tinha se tornado cético do darwinismo após ter lido o livro de Denton Evolution: A
Theory in Crisis. Ele já tinha lido Darwin on Trial assim que foi publicado e ficou
impressionado com o modo de Johnson lidar com as questões científicas. Motivado pelo
tratamento dado a Johnson, Behe escreveu uma carta à Science que foi publicada em 30
de agosto de 1991. Ele começou a carta destacando que a nota concisa sobre o Darwin
on Trial é:
"uma boa ilustração do fracasso da comunidade científica em seguir o seu próprio
conselho sobre a controvérsia perene da evolução. Em vez de simplesmente lidar com
os argumentos céticos promovidos no livro, o artigo se apóia em comentários ad
hominem ...

Também é verdade que governos fascistas apoiaram o darwinismo, que a maioria dos
cientistas não é de especialistas em lógica, e que muitos comentaristas da evolução são
predispostos a favor do materialismo puro. Mas tudo isso é insultar e bem fora de base.

No seu livro, Johnson aparenta ser um leigo interessado, de mente aberta e muito
inteligente que percebe grandes conclusões tiradas de pouca evidência, destaca
anomalias em atuais explicações evolucionárias, e chega à sua própria conclusão, ainda
bem, sobre a validade da teoria de Darwin. Um homem desses merece ser ouvido e não
ser execrado.

A teoria da evolução pela seleção natural não é um conceito difícil de ser entendido, e
Charles Darwin se dirigiu a uma audiência geral. Mas não é auto-evidente para muitas
pessoas que a seleção natural pode ser totalmente responsável pelo mundo que elas
observam.

Assim, quando perguntas sobre a teoria surgem em fóruns públicos, a comunidade


científica faria melhor, a longo prazo, relacionar os fatos a favor e admitir francamente
onde falta evidência positiva, em vez de paternalisticamente manter que um
entendimento da teoria da evolução está reservada para o sacerdócio de cientistas
profissionais". [xix]
Esta frase-estigma sacerdócio de cientistas profissionais usada por Behe pode ser assim
traduzida: os cientistas darwinistas são os nossos atuais alto sacerdotes culturais que
mediam o conhecimento para as massas. O paradigma deles é tido como sendo
verdadeiro “a priori” e não está aberto ao questionamento.
Após ler a carta de Behe, Johnson escreveu agradecendo e convidando-o para ser um
colaborador.
A segunda mais importante interação com acadêmicos se deu em março de 1992 no
campus da Southern Methodist University em Dallas, Texas: Darwinism Symposium
[Simpósio sobre o darwinismo], com a seguinte tese a ser debatida: O darwinismo e o
neodarwinismo, como são geralmente defendidos em nossa sociedade trazem consigo
um compromisso “a priori” com o naturalismo metafísico, que é essencial para fazer um
caso convincente em favor deles".
Foram três dias de debates entre os dez participantes – cinco evolucionistas e cinco
proponentes do Design, com a apresentação de William Dembski e Steve Meyer. [xx]
No verão americano de 1996, duas bombas retóricas sacudiram o mundo da ciência
biológica. A primeira foi a publicação do longo ensaio Deniable Darwin de David
Berlinski, um intelectual judeu agnóstico, na conceituada publicação Commentary . A
tese de Berlinski foi: o registro fóssil é incompleto, o raciocínio é defeituoso; a teoria da
evolução está apta para sobreviver?
O artigo de Berlinski provocou um tsunami de cartas de indignação (Richard Dawkins e
Daniel Dennett entre outros evolucionistas importantes) e congratulações que a
Commentary publicou cinqüenta e seis cartas em trinta e três páginas. Os editores
esperavam que o artigo de Berlinski fosse gerar tão-somente tremores; o que eles
tiveram foi um terremoto.
Em agosto de 1996 a segunda bomba antidarwinista explodiu. O livro Darwin's Black
Box, escrito por Michael Behe, professor na Lehigh University, foi publicado pela Free
Press, subsidiária da importante editora Simon and Schuster.
Este livro foi discutido na Newsweek, no Wall Street Journal, National Review, The
Chronicle of Higher Education; e a Nature.
[i] Hoje Johnson é professor de Direito Emérito. Na ativa foi professor na cadeira
professoral "Jefferson E. Peyser" da Faculdade de Direito da University of California,
Berkeley. UCLA-Berkeley é uma universidade conhecida internacionalmente pelos seus
alunos e professores 'radicais'.
[ii] JOHNSON, Phillip. Darwin on Trial. Downers Grove, IL: InterVarsity Press, 2a. ed.
1993, p. 14.
[iii] Ibid, p. 116.
[iv] William Jennings Bryan, que não acreditava literalmente nas narrativas bíblicas,
enfrentou um interrogatório que usou 'evidência científica' que logo em seguida foi
cientificamente desacreditada!
[v] Ibid, p. 6-7.
[vi] Ibid, p. 116.
[vii] DAWKINS, Richard. O relojoeiro cego. São Paulo: Cia. das Letras, 2001, p. 24-25.
[viii] JOHNSON, op. cit., p. 10.
[ix] Ibid, p. 10-11.
[x] Ibid, p. 11.
[xi] Ibid, p. 66-67.
[xii] Ibid, p. 11.
[xiii] Ibid, p. 10, 12, 14 e 158.
[xiv] Em campus de universidades como Harvard, Yale, Princeton, Cornell entre outras.
[xv] Reason in the Balance: The Case Against Naturalism in Science, Law, &
Education; Objections Sustained Subversive Essays
on Evolution, Law and, Culture; Defeating Darwinism - By Opening Minds; The Wedge
of Truth; The Right Questions: Answering the Toughest Questions about Intelligent
Design.
[xvi] O vídeo deste debate Darwinism: Science or Naturalistic Philosophy? The
Johnson-Provine Debate pode ser encontrado no site http://www.arn.org
[xvii] Vide o vídeo da nota 41.
[xviii] Johnson vs Darwin, Science, 26 July 1991, 379.
[xix] Science Letters, 30 August 1991.
[xx] Michael Ruse; Arthur Shapiro, zoólogo (UCSD); Leslie Johnson, palestrante em
biologia (Princeton University); Fred Grinne, professor de biologia (UT em Arlington) e
K. John Morrow, professor de biologia na Texas Tech University..

Os céticos sofisticados contra Darwin – Parte 3

O Movimento do Design Inteligente


Baseado no livro Doubts about Darwin de Thomas E. Woodward, Ph. D. e escritos
de outros teóricos do MDI

5 – A Tese da Complexidade Irredutível de Michael Behe


Com a tese da complexidade irredutível defendida no seu livro Darwin's Black Box [A
Caixa Preta de Darwin], Behe aceitou o desafio de Darwin: "Se pudesse ser
demonstrada a existência de qualquer órgão complexo que não poderia ter sido formado
por numerosas, sucessivas e ligeiras modificações, minha teoria desmoronaria por
completo". [46]
Behe define assim o seu conceito de complexidade irredutível:
"Com irredutivelmente complexo quero dizer um sistema único composto de várias
partes compatíveis, que interagem entre si e que contribuem para sua função básica,
caso em que a remoção de uma das partes faria com que o sistema deixasse de funcionar
de forma eficiente. Um sistema irredutivelmente complexo não pode ser produzido
diretamente... mediante modificações leves, sucessivas de um sistema precursor de um
sistema irredutivelmente complexo ao qual falte uma parte é, por definição, não-
funcional. Um sistema biológico irredutivelmente complexo, se por acaso existir tal
coisa, seria um fortíssimo desafio à evolução darwiniana". [47]
Para Behe, a complexidade irredutível é um indicador seguro de design. Um sistema
bioquímico irredutivelmente complexo que Behe considera é o flagelo bacteriano. O
flagelo é um motor rotor movido por um fluxo de ácidos com uma cauda tipo chicote
(ou filamento) que gira entre 20.000 a 100.000 vezes por minuto e cujo movimento
rotatório permite que a bactéria navegue através de seu ambiente aquoso.
Behe demonstra que essa maquinaria intrincada, incluindo um rotor (o elemento que
imprime a rotação), motor molecular, um estator (o elemento estacionário), juntas de
vedação, buchas e um eixo-motor exige a interação coordenada (que formam o núcleo−
de pelo menos quarenta proteínas complexas irredutível do flagelo bacteriano) e que a
ausência de qualquer uma delas resultaria na perda completa da função do motor.
Behe argumenta que o mecanismo darwinista enfrenta graves obstáculos em tentar
explicar esses sistemas irredutivelmente complexos. No livro No Free Lunch, [48]
William Dembski demonstra como que a noção de complexidade irredutível de Behe se
constitui numa instância particular de complexidade especificada.
Assim que um componente essencial de um organismo exibe complexidade
especificada, qualquer design atribuível àquele elemento passa para o organismo como
um todo. Para atribuir design a um organismo, ninguém precisa demonstrar que cada
aspecto do organismo tem design intencional.
O desafio da complexidade irredutível para a evolução darwiniana é real e é falso
afirmar que a tese de Behe foi refutada:
"não existem relatos darwinianos detalhados para a evolução de qualquer sistema
bioquímico ou celular fundamentais, somente uma variedade de ‘wishful speculations’
[especulações ]. É notável que o darwinismo é aceito como uma explicação satisfatória
para um assunto tão vasto – a evolução – com tão pouco exame rigoroso de quão bem as
suas teses funcionam em iluminar instâncias específicas de adaptação ou diversidade
biológicas". [49]

6 – A Tese da Informação Complexa Especificada e o Filtro Explanatório de William


Dembski

A complexidade especificada, como Dembski a desenvolve ao longo de sua obra,


incorpora cinco elementos importantes:
A) Uma versão probabilística de complexidade aplicável aos eventos: a probabilidade
pode ser vista como uma forma de complexidade. Elas variam inversamente: quanto
maior a complexidade, muito menor será a probabilidade. O termo complexidade em
complexidade especificada refere-se à improbabilidade.
B) Padrões condicionalmente independentes: os padrões que na presença de
complexidade (ou improbabilidade) impliquem em ação de inteligência devem ser
independentes do evento cujo design está em questão. O modo de caracterizar essa
independência de padrões é através da noção probabilística de independência
condicional. O termo especificada em complexidade especificada refere-se às
especificações de tais padrões condicionalmente independentes.

C) Recursos probabilísticos: são o número de oportunidades para um evento acontecer


ou ser especificado. Um evento aparentemente improvável pode tornar-se bem provável
assim que suficientes recursos probabilísticos sejam fatorados. Por outro lado, tal evento
pode permanecer improvável mesmo após todos os recursos probabilísticos disponíveis
terem sido fatorados.

Os recursos probabilísticos são replicadores (o número de oportunidades para um


evento ocorrer) e especificadores (o número de oportunidades para especificar um
evento). Para um evento de probabilidade ser razoavelmente atribuído ao acaso, o
número não pode ser pequeno demais.
D) Uma versão especificadora de complexidade aplicada aos padrões. Por serem
padrões, as especificações exibem graus de complexidade variadas. Um grau de
especificação de complexidade determina quantos recursos especificadores.
E) Um número limite de probabilidade universal. Os recursos probabilísticos vêm em
quantidades limitadas no universo observável. Os cientistas calculam que haja em torno
de 1080 de partículas elementares.

As propriedades da matéria são tais que as transições de um estado para o outro não
podem ocorrer muito mais rápido do que 1045 por segundo (o tempo de Planck, a
menor de todas as unidades de tempo fisicamente significativa). O universo mesmo é
um bilhão de vezes mais recente do que 1025 segundos (admitindo-se que o universo
tenha entre 10 a 20 bilhões de anos).
Se qualquer especificação de um evento ocorrendo no universo físico requer pelo menos
uma partícula elementar para especificá-lo e que tal especificação não pode ser gerada
mais rapidamente do que o tempo de Planck, então essas limitações cosmológicas
implicam que o número total de eventos especificados através da história cósmica não
pode exceder 1080 x 1045 x 1025 = 10150. Assim, qualquer evento especificado de
probabilidade menor do que 1 em 10150 permanecerá improvável mesmo após todos os
recursos probabilísticos concebíveis do universo visível terem sido fatorados. Isto é,
qualquer evento especificado tão improvável quanto esse jamais poderia ser atribuído ao
acaso.
Para algo exibir complexidade especificada significa que corresponde a um padrão
condicionalmente independente (especificação) de baixa complexidade especificadora,
mas onde o evento correspondente àquele padrão ele tem uma probabilidade menor do
que o número limite de probabilidade universal (10150) e, portanto tem alta
complexidade probabilística. Emile Borel, matemático francês, propôs 1 em 1050 como
um limite de probabilidade universal, abaixo do qual (10-50) o acaso pode ser
definitivamente excluído, i.e., qualquer evento específico tão improvável quanto esse
nunca poderia ser atribuído ao acaso.
Para explicarmos algo, nós empregamos três amplos meios de explanação: acaso,
necessidade e design. Como um critério para detectar design, a complexidade
especificada nos capacita decidir qual desses meios de explanação é aplicável. Ela faz
isso respondendo a três perguntas sobre a coisa que estamos tentando explicar: É
contingente? É complexo(a)? É especificado(a)?
Dispondo essas perguntas seqüencialmente como nódulos de decisão num gráfico, nós
podemos representar a complexidade especificada como um critério para detectar
design: o chamado “Filtro Explanatório” de Dembski.
Assim, onde for possível existir corroboração empírica direta, o design intencional
estará realmente presente sempre que a complexidade específica estiver presente.
William Dembski é o teórico da TDI mais profundo e prolífico na publicação e edição
de livros. Até a presente data nenhum centro de lógica das universidades públicas e
privadas brasileiras lidou com as teses de Dembski.

7 – A Desmitificação dos Ícones da Evolução por Jonathan Wells


Jonathan Wells, Ph. D. em Biologia Molecular, University of California, Berkeley,
1996, escreveu o livro Icons of Evolution: Science or Myth? Why much of what we
teach about evolution is wrong (Washington DC: Regnery, 2000).
"A ciência é a busca da verdade", escreveu o químico Linus Pauling, vencedor de dois
prêmios Nobel. Bruce Alberts, Presidente da Academia Nacional de Ciências dos
Estados Unidos, concorda. "A ciência e a mentira não podem coexistir", disse Alberts
em maio de 2000, citando o político israelense Shimon Peres. "Você não tem uma
mentira científica, e você não pode mentir cientificamente. A ciência é basicamente a
busca da verdade".
Para a maioria das pessoas, o oposto da ciência é o mito. Um mito é uma estória que
pode preencher uma necessidade subjetiva, ou revelar algo profundo sobre a psique
humana, mas como comumente usado não é um relato da realidade objetiva. "A maioria
dos cientistas estremece", escreveu Roger Lewin, antigo editor da revista Science,
"quando a palavra 'mito' é acrescentado ao que eles percebem como uma busca da
verdade."
É claro, a ciência tem elementos míticos, porque todos os empreendimentos humanos
têm. Mas os cientistas estão certos em estremecer quando os seus pronunciamentos são
chamados de mitos, porque o objetivo deles como cientistas é o de minimizar o contar
de histórias subjetivas e maximizar a verdade objetiva. A busca da verdade não é
somente nobre, mas também extremamente útil. Ao nos fornecer com a coisa mais
aproximada que nós temos para um verdadeiro entendimento do mundo natural, a
ciência nos capacita a viver vidas mais seguras, saudáveis e produtivas.
Se a ciência não fosse a busca da verdade, as nossas pontes não suportariam o peso que
nós colocamos sobre elas, as nossas vidas não seriam tão longevas quanto elas são, e a
civilização tecnológica moderna não existiria. O contar de histórias também é um
empreendimento valioso. Sem as histórias, nós não teríamos nenhuma cultura. Mas nós
não chamamos os contadores de histórias para construir pontes ou realizar cirurgias.
Para tais tarefas, nós preferimos pessoas que têm se disciplinado a compreender as
realidades do aço ou da carne.
A disciplina da ciência
Como que os cientistas se disciplinam para entender o mundo natural responderam esta
pergunta numa variedade de maneiras, mas uma coisa é nítida: Qualquer teoria que
pretende ser científica deve de algum modo, em alguma ocasião, ser comparada com as
observações ou experimentos. De acordo com um livreto sobre o ensino de ciência de
1998 publicado pela Academia Nacional de Ciência [dos Estados Unidos], "é da
natureza da ciência testar e retestar as explicações em comparação com o mundo
natural".
As teorias que sobrevivem teste repetido podem ser tentativamente consideradas como
declarações verdadeiras sobre o mundo. Mas se houver um conflito persistente entre a
teoria e a evidência, a primeira deve se render à última. Como Francis Bacon, filósofo
de ciência do século 17, disse - nós devemos obedecer a natureza a fim de comandá-la.
Quando a ciência falha em obedecer a natureza, as pontes caem e os pacientes morrem
na mesa de operação. Testar as teorias em comparação com a evidência nunca termina.
O livreto da Academia Nacional de Ciência declara corretamente que "todo o
conhecimento científico é, em princípio, sujeito a mudança assim que nova evidência se
torna disponível". Não importa por quanto tempo uma teoria tenha sido defendida, ou
quantos cientistas acreditam nela atualmente. Se surgir uma evidência contraditória, a
teoria deve ser reavaliada ou até abandonada. Do contrário, não é mais ciência, mas
mito. Para garantir que as teorias sejam testadas objetivamente e não se tornem mitos
subjetivos, o teste tem de ser público em vez de privado.
"Este processo de escrutínio público", de acordo com o livreto da Academia Nacional de
Ciência, "é uma parte essencial da ciência. Isso atua no sentido de eliminar a opinião
individual e a subjectividade, porque outras pessoas devem também serem capazes de
determinar se uma explicação proposta é consistente com a evidência disponível".
Dentro da comunidade científica, este processo é chamado de "revisão por pares".
Algumas afirmações científicas são tão rigorosamente técnicas que somente podem ser
avaliadas por especialistas.
Em tais casos, os "pares" são um punhado de especialistas. Todavia, num número
surpreendente de exemplos, a pessoa comum provavelmente é tão competente para fazer
juízo quanto o cientista mais altamente treinado. Se uma teoria da gravidade prediz que
os objetos pesados cairão para cima, não precisa um astrofísico para verificar que a
teoria está errada. E se a fotografia de um embrião não parece com a coisa verdadeira,
não precisa um embriologista para verificar que a fotografia é falsa.
Assim, uma pessoa comum com acesso à evidência deveria ser capaz de entender e
avaliar muitas afirmações científicas. O livreto da Academia Nacional de Ciência
reconheceu isso ao iniciar com a conclamação de Thomas Jefferson para "a difusão do
conhecimento entre as pessoas. Nenhuma outra sólida fundação pode ser elaborada para
a preservação da liberdade e da felicidade".
O livreto continuou: "Jefferson viu claramente o que tinha se tornado cada vez mais
evidente desde então: o sucesso de uma nação reside na capacidade de seus cidadãos
entenderem e usarem a informação sobre o mundo em volta deles". O juiz distrital dos
Estados Unidos, James Graham, confirmou esta sabedoria jeffersoniana numa coluna de
um jornal em Ohio em maio de 2000. Graham escreveu: "A ciência não é um sacerdócio
inescrutável. Qualquer pessoa de inteligência razoável deve, com alguma diligência, ser
capaz de entender e avaliar criticamente uma teoria científica".
Tanto o livreto da Academia Nacional de Ciência e a coluna do juiz Graham foram
escritos no contexto da atual controvérsia sobre a evolução. Mas o primeiro foi escrito
para defender a teoria de Darwin, enquanto que o segundo foi escrito para defender
alguns de seus críticos. Em outras palavras, os defensores bem como os críticos da
evolução darwiniana estão apelando para a inteligência e sabedoria do povo americano
para resolver a controvérsia". [50]
Wells escreveu este livro na convicção de que as teorias científicas em geral, e a
evolução darwiniana em particular, podem ser avaliadas por qualquer pessoa inteligente
com acesso à evidência. Ele sugere que, antes de olhar para a evidência a favor da
evolução, os leitores devem saber o que é evolução.
O que é evolução?
"A evolução biológica é a teoria de que todas as coisas vivas são descendentes
modificados de um ancestral comum que viveu num passado distante. Ela afirma que
você e eu somos descendentes de ancestrais tipo macacos-antropóides, e que eles por
sua vez vieram de animais ainda mais primitivos. Este é o significado primário de
"evolução" entre os biólogos.
"A evolução biológica", de acordo com o livreto da Academia Nacional de Ciências,
"explica que as coisas vivas compartilham de ancestrais comuns. Ao longo do tempo, a
mudança evolutiva faz surgir novas espécies. Darwin chamou a este processo de
'descendência com modificação', e permanece hoje como uma boa definição da
evolução biológica". Para Charles Darwin, a descendência com modificação foi a
origem de todas as coisas vivas após os primeiros organismos.
Ele escreveu no Origem das Espécies: "Eu considero todos os seres não como criações
especiais, mas como os descendentes lineares de alguns poucos seres" que viveram num
passado distante. A razão por que as coisas vivas são agora tão diferentes umas das
outras, Darwin acreditava, é que elas foram modificadas pela seleção natural, ou a
sobrevivência do mais apto: "Eu estou convencido de que a Seleção Natural tem sido o
mais importante, mas não o exclusivo, meio de modificação".
Quando os proponentes da teoria de Darwin estão respondendo aos críticos, eles
afirmam algumas vezes que a "evolução" significa simplesmente mudança ao longo do
tempo. Mas isso é uma nítida evasão. Nenhuma pessoa racional nega a realidade da
mudança, e nós não precisávamos que Charles Darwin nos convencesse disso. Se a
"evolução" significasse apenas isso, ela seria totalmente não controversa. Ninguém
acredita que a evolução biológica seja simplesmete mudança ao longo do tempo.
Apenas levemente menos evasiva é a declaração de que a descendência com
modificação ocorre. É claro que ocorre, porque todos os organismos dentro de uma só
espécie são relacionados através da descendência com modificação. Nós vemos isso em
nossas próprias famílias, e os criadores de plantas e animais vêem isso em seu trabalho.
Mas isso ainda não atinge o ponto em questão. Ninguém duvida de que a descendência
com modificação acontece no curso da reprodução biológica comum.
A questão é se a a descendência com modificação é responsável pela origem de novas
espécies - na verdade, de cada espécie. Como mudança ao longo do tempo, a
descendência como modificação dentro de uma espécie é totalmente não controversa.
Mas a evolução darwiniana afirma muito mais. Em particular, ela afirma que a
descendência com modificação explica a origem e a diversificação de todas as coisas
vivas.
A única maneira que alguém pode determinar se esta afirmação é verdadeira é
comprando-a com as observações ou experiências. Como todas as teorias científicas, a
evolução darwiniana deve ser continuamente comparada com a evidência. Se ela não se
encaixa com a evidência, ela deve ser reavaliada ou abandonada - do contrário, não é
ciência, mas mito.
Evidência a favor da evolução
Quando são instados a relacionar a evidência para evolução darwiniana, a maioria das
pessoas - inclusive a maioria dos biólogos - dá a mesma série de exemplos, porque
todas elas aprenderam biologia dos mesmos poucos livros-texto. O exemplos mais
comuns são:
· um balão de vidro de laboratório contendo uma simulação da atmosfera primitiva da
Terra, no qual descargas elétricas produzem os tijolos construtores químicos das células
vivas;

· a árvore da vida, reconstruída de um amplo e crescente corpo de evidência fóssil e


molecular;

· estruturas ósseas semelhantes em asa de morcego, nadadeira de golfinho, a perna de


um cavalo e uma mão humana que indicam a sua origem evolutiva num ancestral
comum;

· figuras ou fotografias de embriões mostrando que os anfíbios, répteis, aves e seres


humanos são todos descendentes de um animal tipo peixe;

· Archaeopteryx, um fóssil de ave com dentes nas suas mandíbulas e garras nas suas
asas, o elo perdido entre os répteis antigos e as aves modernas;

· as mariposas de Manchester (Biston betularia) em troncos de árvores, mostrando como


a camuflagem e as aves predatórias produziram o exemplo mais famosos de evolução
por seleção natural;

· os tentilhões de Darwin nas ilhas Galápagos, treze espécies separadas de uma quando a
seleção natural produziu diferenças nos seus bicos, e que inspirou Darwin a formular a
sua teoria da evolução;

· moscas de frutas com um par extra de asas, mostrando que as mutações genéticas
podem fornecer a matéria-prima para a evolução [N. deste A.: exemplo não encontrado
em livros-texto brasileiros];

· um padrão tipo galhos de árvore dos fósseis de cavalo que refuta a idéia obsoleta de
que a evolução foi dirigida, e

· desenhos de criaturas tipo macacos-antropóides evoluindo em humanos, mostrando


que nós somos apenas animais e que a nossa existência é um subproduto de causas
naturais sem propósitos.

Estes exemplos são tão freqüentemente usados como evidência a favor da teoira de
Darwin que a maioria deles foi chamada de "ícones" da evolução. Ainda assim todos
eles, de um modo ou de outro, descrevem enganosamente a verdade.
Ciência ou mito?
Alguns desses ícones da evolução apresentam pressuposições ou hipóteses como se eles
fossem fatos observados; nas palavras de Stephen Jay Gould, eles são "as encarnações
de conceitos mascarando como se fossem descrições neutras da natureza". Outros
ocultam as veementes controvérsias entre os biólogos que têm implicações de longo
alcance para a teoria evolutiva. O pior de tudo, algumas delas são diretamente contrárias
à evidência científica bem estabelecida.
A maioria dos biólogos não tem consciência desses problemas. Na verdade, a maioria
dos biólogos trabalha em áreas bem distantes da biologia evolutiva. A maior parte do
que eles sabem sobre a evolução, eles aprenderam de livros-texto de biologia e os
mesmos artigos de revistas e documentários de televisão que são vistos pelo público
geral. Mas os livros-texto e as apresentações populares se apóiam primariamente nos
ícones da evolução, assim, até onde muitos biólogos estão interessados, os ícones são a
evidência a favor da evolução.
Alguns biólogos estão cientes das dificuldades de um ícone particular porque isso
distorce a evidência na sua área. Quando eles lêem a literatura científica na
especialidade deles, eles podem perceber que o ícone induz ao erro ou é
inequivocadamente falso. Mas eles podem sentir que isso é apenas um problema
isolado, especialmente quando eles são assegurados de que a teoria de Darwin é apoiada
por esmagadora evidência de outras áreas.
Se eles acreditam na exatidão fundamental da evolução darwiniana, eles podem deixar
de lado os seus receios sobre o ícone particular do qual eles conhecem algo a respeito.
Por outro lado, se eles expressarem os seus receios eles podem encontrar dificuldade em
serem ouvidos pelos seus colegas porque [como Wells demonstra no livro], criticar a
evolução darwiniana é extremamente impopular entre os biólogos de fala inglesa. [51]
Isso deve ser porque os problemas com os ícones da evolução não mais amplamente
conhecidos. Esta é a razão por que muitos biólogos ficarão tão surpresos quanto o
público geral em saber quão sérios e difundidos são esses problemas". [52]
Os capítulos do livro de Wells comparam os ícones da evolução com a evidência
científica publicada, e revelam que muito do que nós ensinamos sobre a evolução está
errado. Ele comenta que "este fato levanta questões embaraçosas sobre o status da
evolução darwiniana. Se os ícones da evolução são tidos como a nossa melhor evidência
a favor da teoria de Darwin, e todos eles são falsos ou induzem ao erro, o que isso nos
diz sobre toda a teoria? É ciência ou mito?" [53]

8 – O Design Inteligente nas Estrelas – Guillermo Gonzalez e Jay Richards - The


Privileged Planet

Segundo o astrônomo Carl Sagan “A Terra é um estágio muito pequeno numa vasta
arena cósmica… As nossas presunções, a nossa imaginada auto-importância, a ilusão de
que nós temos alguma posição privilegiada no universo são desafiadas por este ponto de
luz pálida“. (Carl Sagan, Pale Blue Dot, 1994).
A
Terra seria meramente uma mancha insignificante num universo vasto e sem sentido
como sugeriu Carl Sagan? Ao contrário, no livroThe Privileged Planet: How Our Place
in the Cosmos Is Designed for Discovery, o astrônomo Guillermo
Gonzalez e o filósofo Jay W. Richards apresentam uma tremenda série de evidência que
expõe a falsidade deste dogma moderno. Eles demonstram que o nosso planeta é
primorosamente adaptado não somente para suportar a vida, mas nos dar a melhor visão
do universo, como se a Terra - e o universo em si - tivessem sido intencionalmente
projetados para a vida e para a descoberta científica.

Na verdade, a Terra é bastante mais significante do que alguém já tenha eventualmente


chegado à conclusão. Neste livro provocante, os leitores são levados a uma odisséia
científica da história das placas tectônicas, das maravilhas da água, dos eclipses solares,
de nossa localidade na Via Láctea, das leis que governam o universo, e o princípio do
tempo cósmico.
Por séculos os cientista e filósofos têm-se maravilhado de uma coincidência estranha. A
matemática, uma criação da mente humana, pode predizer a natureza do universo, um
fato que o físico Eugene Wigner [54] se referiu como "a eficácia excessiva da
matemática na física". Nas últimas três décadas, os astrônomos e cosmólogos repararam
num outro mistério aparentemente não relacionado. Ao contrário de todas as
expectativas, as leis da física parecem exatamente "bem ajustadas" para a existência da
vida complexa.
Poderiam estas duas maravilhas serem, na verdade, peças isoladas de um padrão mais
amplo? As duas são pré-requisitos para a ciência, mas e sobre o processo de descoberta
científica? Quais são as suas condições necessárias? Por que isso é até possível? Leia
qualquer livro de história da ciência, e você aprenderá sobre as histórias magnificentes
da engenhosidade humana, persistência, e pura sorte. Mas isso é apenas parte da
história, e nem é a parte mais importante. A nossa localização é muito mais crítica para a
ciência do que é para um ponto imobiliário.
Por alguma razão, a nossa localização terrestrial é extraordinariamente bem adequada
para nos permitir que esquadrinhemos os céus e descubramos os seus segredos.
Em outro lugar, você pode descobrir que a Terra e o seu ambiente local fornecem um
berço delicado, e provavelmente raríssimo, para a vida complexa. Mas há um outro fato
ainda mais surpreendente descrito no livro The Privileged Planet: aquelas mesmas
condições raras que produzem um planeta habitável - que permite a existência de
observadores complexos como nós - também fornece o melhor lugal global para a
observação.
O que isso significa? Pelo menos, isso muda completamente a nossa visão do universo.
O universo não é "sem significado" (Steven Weinberg), nem a Terra meramente "um
pontinho solitário no grande invólucro da escuridão cósmica, tampouco a existência
humana é "apenas um resultado mais ou menos ridículo de uma série de acidentes"
(Steven Weinberg). Pelo contrário, a evidência que nós podemos descobrir de nosso lar
terrestre aponta para um universo que foi planejadopara a vida e para a descoberta
[científica].

9 – A Dissensão científica contra Darwin no Século 21


Mais de 450 cientistas (de várias disciplinas), convencidos por novas evidências
científicas de que a evolução darwiniana é deficiente, assinaram uma lista afirmando
serem “céticos das afirmações que a mutação aleatória e a seleção natural expliquem a
complexidade da vida. O exame meticuloso da evidência a favor da teoria darwiniana
deve ser encorajado”.
http://www.discovery.org/scripts/viewDB/filesDB=download.php?command=download
&id=443
(Um arquivo em PDF de 13 páginas [66,9 KB].

Acessado em 15 de outubro de 2005 – Dia do Professor).

CONCLUSÃO

Embora parte da comunidade científica negue veementemente que haja uma crise no
atual paradigma neodarwinista porque não resolve suas muitas anomalias, algumas
vozes menos dogmáticas e mais sensatas já admitem a inadequação do neodarwinismo e
sugerem a sua revisão (pós-darwinismo???) ou simplesmente o seu descarte.
Foi em cima dessas dificuldades que surgiu o MDI e a TDI. Aqui no Brasil a TDI tem
feito algumas incursões tímidas e conseguido o apoio de um pequeno grupo de
acadêmicos e alunos universitários que, lamentavelmente, ainda não podem se
identificar como seus proponentes e defensores.
O MDI propõe a TDI como a melhor inferência para explicar alguns eventos
encontrados na natureza. A TDI não se julga uma theoria universalis, e no seu atual
estágio de teoria científica incipiente (10 anos), nós entendemos que devemos sim
continuar apontando a insuficiência epistêmica do darwinismo e de outras teorias para
explicar a origem e evolução da complexidade e diversidade da vida e do universo e
trazer a TDI para o debate acadêmico salutar: nada de inquisição sem fogueiras ou de
caça às bruxas como já ocorre com alguns acadêmicos nos Estados Unidos.
Qual será o referencial teórico para a biologia do século 21?
[46] BEHE, Michael. A Caixa Preta de Darwin. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor,
1997, p. 24 citando a Darwin no Origem das Espécies.
[47] Ibid., p. 48.
[48] DEMBSKI, William. No Free Lunch. Lanham, MD: Roman & Littlefield
Publishers, Inc., 2002, Cap. 5 The Emergence of Irreducibly Complex Systems, p. 239-
310.
[49] SHAPIRO, James. In the Details... What?, in National Review, 16 Set. 1996, p. 62-
65.
[50] WELLS, Jonathan. Icons of Evolution: Science or Myth? Why much of what we
teach about evolution is wrong. Washington, D.C., 2000, p. 1-4.
[51] N. do A.: este fenômeno é mundial. Podemos criticar o governo, mas não podemos
criticar Darwin. Nem mesmo cientificamente!
[52] WELLS, op. cit., p. 4-8.
[53] Ibid, p. 8.
[54] N. do A.: Eugene Wigner, prêmio Nobel em Física, 1963, pela sua contribuição à
teoria do núcleo atômico e as partículas elementares, especialmente através da
descoberta e aplicação dos princípios

Fonte: http://pos-darwinista.blogspot.com/2006_01_01_archive.html

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