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Os aspectos mais positivos deste Centro Histórico – o seu valor cultural e patrimonial –
continuam a precisar de uma intervenção de fundo que os valorize como elementos de atracção ao
serviço da imagem de uma cidade que deve ter o Turismo como um dos seus elementos de
dinamização e valorização. Também, aqui, ao longo de doze anos de maioria absoluta, nada foi
feito para além de obras de conservação e de restauro.
Sob o ponto de vista da prestação de serviços de qualidade – um dos elementos de
atractividade e competitividade dos Concelhos – há um rotundo falhanço. O 1ºCiclo do Ensino
Básico – decisivo para a formação das gerações futuras e para a atracção e fixação de quadros –
foi o parente pobre do investimento, no que diz respeito aos elementos que exigem a intervenção
municipal. Há agrupamentos de escolas sem recursos humanos nem materiais suficientes para o
aproveitamento de tempos livres nem para as actividades extra-curriculares e nem sequer para o
desempenho das tarefas lectivas normais. Alguns agrupamentos de escolas apresem taxas
elevadíssimas de degradação dos edifícios escolares, apresentando, inclusive, taxas
elevadíssimas de degradação sanitária. Continuam a faltar quer na cidade quer nas freguesias
rurais equipamentos essenciais de natureza desportiva e de apoio pedagógico.
As políticas sociais do concelho ignoraram os jovens: há concelhos onde uma gestão
cuidadosa das verbas municipais permite que o regresso às aulas seja suavizado: nomeadamente
as famílias mais desfavorecidas têm acesso aos livros e ao equipamento escolar no todo ou em
parte. As opções sociais da Câmara foram quase todas direccionadas para o entretenimento e o
lazer. Só quando a crise explodiu foram tomadas algumas medidas que, efectivamente, se
traduzissem numa diminuição do esforço de sobrevivência dos mais pobres. Faltaram medidas
estruturais e continuadas que gerassem aumento do rendimento disponível das famílias
desfavorecidas,
A política cultural não existe. Limita-se à contratação de espectáculos caros, faltando a
dinamização de projectos culturais próprios, ignorando-se por vezes, de forma discricionária,
baseada na escolha e até na simpatia pessoal, alguma da melhor criação que se faz no concelho.
Sem dúvida que há obra feita. Porém, ao longo de doze anos, particularmente nesta fase
terminal, acumulam-se os exemplos de obras de fachada, de escassa utilidade e de retorno social
e económico nulo. Simultaneamente, multiplicam-se os estudos que apontam para a escassez de
equipamentos colectivos de qualidade em comparação com os concelhos vizinhos. Segundo tais
estudos, a Covilhã tem um longo caminho a percorrer para se tornar atractiva para a fixação de
novos habitantes, particularmente mais jovens contrariando assim, a tendência de desertificação
dos últimos anos.
Apesar disto a dívida líquida da CMC alcançou em 31 de Dezembro de 2008 o seu valor
mais alto de sempre: 87, 9 milhões de Euros, não se conhecendo o endividamento ao nível do
Polis Covilhã, ParKUBIS, ADC, Sociedade de Reabilitação Urbana Nova Covilhã, ICOV e ADS. A
dívida da Câmara cresceu 6,5% em relação a 2005, 63% em relação a 2001, 408,62% em relação
a 1997. Quando perspectivamos o futuro avolumam-se com muita seriedade as suspeitas de que o
perfil da dívida bancária se alterará dramaticamente quanto à afectação do seu equilíbrio.
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Em face disto, pode-se dizer que a actual maioria na Câmara Municipal esgotou o seu
prazo de validade. Gradualmente, de forma cada vez mais acelerada, a actual Câmara em face
dos montantes financeiros de que dispôs, é cada vez mais uma solução esgotada e uma Câmara
de oportunidades perdidas. Por tudo isto acreditamos que se um ciclo de mudança. A Covilhã não
pode ficar para trás. Os próximos anos coincidirão com enormes mudanças: mudança inevitável de
lideranças; alteração do contexto económico de acção do município: (os fundos acabam, a dívida
aumenta); eventual criação da Região Centro e necessidade de competir com Leiria, Coimbra e
Viseu entre outros. É um fim de ciclo e uma óbvia exigência de mudança. O Partido Socialista está
hoje mãos do que nunca preparado para esta inevitável mudança. A responsabilidade a qual todos
somos chamados neste momento de mudança de ciclo é muito grande. Estejamos à altura delas.
O PS – asseguro-vos – irá estar com toda a certeza!
Finanças Municipais
Diagnóstico Actual:
A sustentabilidade financeira do Município está em risco. Nestes últimos 12 anos gastou-se
mais do que conseguimos arrecadar de receita, o que levou a uma situação de endividamento
galopante, atingindo em Dezembro de 2008 o valor mais elevado de sempre, 87.9 Milhões de
Euros (crescimento de 408,6% face a 1997).
Esta fórmula de sucesso eleitoral terá consequências severas para todos os covilhanenses
no futuro. Os custos com o serviço da divida crescerão dramaticamente e a redução de receitas
manterá uma incontornável tendência de descida.
As responsabilidades deste executivo são conhecidas e deixam-nos uma pesada herança
para as gerações futuras: 25.4 Milhões de Euros de dívidas aos fornecedores; 47.4 Milhões de
Euros de dívidas aos Bancos; Hipoteca das rendas futuras da habitação social (nas próximas 2
décadas); Alienação de 49% do capital dos ex-SMAS: 9ª Autarquia mais endividada, segundo o
Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses em 2007.
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Desenvolvimento económico:
As nossas propostas:
5 - Aposta muito clara nas Parcerias Publico Privadas como forma de partilha de custos e
benefícios nos investimentos futuros (ex: construção e exploração de barragens, parques eólicos,
energia fotovoltaica, etc.)
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6 - Lançamento de programas de estágio directamente proporcionados pela autarquia, empresas
municipais e outras empresas contratualizadas com a autarquia.
Comprometemo-nos com:
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2 - Criação da Loja Municipal do Cidadão vocacionada para o atendimento desburocratizado e
célere.
6 - Adequação dos horários das reuniões dos órgãos autárquicos de forma a incentivar a natureza
pública e a participação dos cidadãos.
Educação
Os sinais de alerta que nos têm chegado apontam para uma agravada iliteracia na língua
materna no final da escolaridade obrigatória, continuando esses sinais nos estudos secundários e
no ensino superior. O que está na base deste insucesso é uma educação elementar, deficiente,
vitimada por muitos abandonos, muitos silêncios, muita pobreza.
Elegemos como prioridade o 1º ciclo da escolaridade de que muitos falam mas que só
alguns (poucos) apoiam.
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Assim comprometemo-nos prioritariamente a:
5 - Garantir que as actividades de Enriquecimento Curricular (AEC) sejam ministradas por docentes
à espera de colocação.
6 - Disponibilizar Tempos Livres grátis ao longo de todo o ano, mesmo durante as pausas lectivas.
7 - Lançar um programa social de apoio às famílias com oferta de material escolares e apoios
substanciais na aquisição de manuais (livros) escolares.
Diagnóstico:
Estas áreas têm sido objecto de um tratamento camarário que obedece a uma lógica de
instrumentalização/auto-promoção. A área da Cultura configura uma lógica de encomenda de
eventos e de desvalorização.
O Associativismo pauta-se por uma lógica de instrumentalização da sociedade civil, mercê
da asfixia económica das associações e colectividades. A área do Património acentua o abandono,
minimização e esquecimento a que o sector tem sido votado.
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3 - Lançamento do Centro de Artes e Espectáculos e Auditório Municipal.
5 - Criação de um grande Museu Industrial, que, ao excelente trabalho do Museu Têxtil, adicione as
peças de património industrial catalogadas e recuperadas.
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Apesar de algumas “peças” do POLIS, como a Ponte da Carpinteira e o Elevador de Santo
André, a articulação entre os bairros das margens das ribeiras e entre a parte alta e a parte baixa
da cidade está longe de assegurada. Falta um verdadeiro Plano Intermodal de Mobilidade e
Transporte que permita aos cidadãos contornar os problemas resultantes da distância e da
dispersão urbanística na sua vida quotidiana.
Fugindo à prestação de contas aos munícipes, a Sociedade Reabilitação Urbana não
inverteu a decadência do núcleo antigo. Não atraiu investimento, não contribuiu para criar emprego
especializado, nem para fixar pessoas.
A política municipal tem sido igualmente indiferente à mais-valia da Universidade para fixar
população qualificada, sobretudo por não elevar os seus standards de qualidade em resposta a
uma sociedade mais exigente e cosmopolita.
Volvidos quatro mandatos autárquicos, o PSD foi incapaz de conceber um modelo global de
desenvolvimento do território. A sua administração é considerada pouco transparente, ao sabor dos
ciclos eleitorais, de caprichos circunstanciais e de investimentos mal explicados. A burocracia e a
morosidade atrasam os empreendimentos e acentuam o lamentável panorama de ineficácia.
O PSD não resolveu os complexos problemas enunciados. Continua a promover obras
faustosas a crédito, revelando um completo desprezo pelas crescentes dificuldades do dia-a-dia
das pessoas. Temos de inverter esta linha política enquanto é tempo.
Prioridades:
1 - Elevar o padrão dos serviços prestados, fazendo da Covilhã um município exemplar do ponto de
vista da limpeza, da iluminação, da circulação e da civilidade residencial;
7 - Implementar um programa que permita aos cidadãos participar na gestão do seu bairro;
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8 - Qualificar o espaço público de forma a garantir plena acessibilidade e a mobilidade segura.
11 - Criar uma rede de equipamentos de referência, tais como o Centro de Artes e um Fórum
urbano, que sirvam o convívio intergeracional e funcionem irradiem actividade cultural;
18 - Ligar a Rua Mateus Fernandes à estrada nacional na zona dos Penedos Altos;
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Juventude:
Diagnóstico:
Apesar da desertificação acentuada do concelho da Covilhã, destaca-se uma insensibilidade
chocante e gravosa para com a Juventude, essencial para a dinamização do tecido social,
económico e demográfico.
As nossas prioridades:
Diagnóstico:
Nas últimas décadas o Concelho registou grandes transformações, essencialmente ditadas
pela alteração da sua base económica, pela expansão urbanística e pela aplicação dos fundos
europeus em infraestruturas. Não obstante algumas melhorias, o concelho continua com
dificuldade em reter população e apresenta-se desorganizado, com muitos sítios em processo de
descaracterização e uma estrutura ecológica deficitária. – Há muito a fazer em matéria de eficiência
e de poupança de recursos!
O executivo autárquico do PSD tem menorizado o interesse público e sacrificado a
qualidade de vida a favor da especulação fundiária. Ao longo destes quatro mandatos foi incapaz
de delinear um sistema de planeamento regular e de atenuar os desequilíbrios sociais resultantes
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de um mercado imobiliário pouco interessado nas áreas abandonadas e nos interstícios dos
loteamentos, cuja reabilitação é determinante para a qualidade de vida das comunidades. Salvo
raras excepções, mesmo os investimentos públicos e as obras municipais não têm elevado o
patamar qualitativo.
Só o PS pode inverter este estado de coisas, desde logo assegurando o cumprimento da Lei
de Bases do Ordenamento do Território, no que concerne ao aproveitamento racional dos recursos
naturais, à preservação do equilíbrio ambiental – essencial até para o turismo –, à humanização e à
funcionalidade dos espaços edificados. Se há coisa que autarquia cessante já provou, foi a sua
incapacidade para equacionar os caminhos do futuro num horizonte de sustentabilidade.
Prioridades
Promover a revisão do PDM com participação efectiva dos cidadãos na discussão pública,
particularmente no que respeita à circunscrição dos perímetros urbanos e das REN e RAN;
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Florestas e os produtores a reflorestação de áreas ardidas, acompanhada da construção de
represas e de corredores corta-fogo, essenciais para o combate aos incêndios;
Num concelho caracterizado pelo envelhecimento de uma importante percentagem dos seus
habitantes – o que provoca reduzido dinamismo social em algumas freguesias e aumenta a procura
de serviços de apoio aos idosos – a acção da Câmara Municipal deve dirigir-se com grande
prioridade à Terceira Idade e, ao mesmo tempo, à Infância e à protecção dos mais desfavorecidos.
Assim, defende-se:
Manutenção e reforço dos apoios aos idosos e às crianças e seu alargamento aos sectores
da população em situação de carência socio-económica.
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O Nosso Programa:
Finanças Municipais:
• Solicitaremos uma Auditoria externa para conhecer a real situação financeira do município
(questão dos protocolos e das participações sociais) e se necessário reorganizar as participações
sociais da Autarquia (ICOVI, PARKURBIS, AdC, SRU)
Economia:
• Promoveremos a constituição de uma Empresa Municipal de Capital de Risco a qual visa apoiar
a criação de micro, pequenas e médias empresas em sectores considerados prioritários e
estratégicos.
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• Proveremos e participaremos activamente no lançamento da Plataforma Municipal de Emprego
e do Observatório Municipal do Emprego com participação das Escolas, Centros de Formação,
Empresários, Sindicatos e outras instituições.
• Apostaremos nas Parcerias Publico Privadas como forma de partilha de custos e benefícios nos
investimentos futuros (ex: construção e exploração de barragens, parques eólicos, energia
fotovoltaica, ….)
• Promoveremos uma maior ligação entre a UBI e a Câmara Municipal da Covilhã na captação de
investimento empresarial em áreas científicas de formação nesta instituição de ensino superior;
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Cidadania e participação cívica:
• Adequaremos os horários das reuniões dos órgãos autárquicos de forma a incentivar a natureza
pública e a participação dos cidadãos, nomeadamente jovens e população activa.
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• Instituiremos o Conselho Municipal de Juventude da Covilhã, criando assim um fórum de
participação cívica e de discussão sobre assuntos autárquicos que envolva as diferentes
instituições representativas dos jovens.
Educação:
• Promoveremos o combate aos Níveis de iliteracia nas famílias que constituem uma dificuldade
muito séria para o desenvolvimento do concelho. Para isso urge:
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o Financiar projectos inovadores capazes de envolver as famílias com efectivas
práticas de leitura e de escrita.
o Combateremos a desigualdade social no acesso ao ensino
É urgente:
• Daremos particular atenção à aposta nos eventos distintivos, que projectem os valores locais,
em particular na lógica da internacionalização. Por isso apostaremos em eventos culturais de média
/grande escala como recurso simbólico decisivo na visibilidade e no marketing da cidade. Nesse
sentido:
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• Lançaremos uma candidatura no âmbito do Projecto Cidades Criativas, `para a criação de
clusters criativos à semelhança do que aconteceu em outros municípios do País (Paredes, Óbidos,
Guimarães).
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Requalificaremos os espaços públicos da vida de todos os dias, junto às escolas, às zonas
residenciais, repondo perfis viários e pavimentos dos passeios consonantes com o espaço urbano.
Apostamos num modelo de reabilitação que favorece a imagem da cidade. Tomando a
articulação da arquitectura antiga com a contemporânea como mais-valia, promoveremos
concursos de projecto que estimulem a criatividade. Assim, reorientaremos a política de reabilitação
com pragmatismo e sustentabilidade, alterando a tendência de expropriação e demolição massiva
e sem critério.
Candidataremos a construção de equipamentos colectivos ao QREN/Mais Centro, a fim de
promover a disseminação pelo concelho de equipamentos de resposta integrada que melhorem a
qualidade de vida das pessoas.
A mobilidade ou acessibilidade urbana é, sem dúvida, um dos aspectos mais pertinentes da
qualidade de vida. Mas a Covilhã está hoje muito desajustada dos fluxos gerados pelas
deslocações obrigatórias casa/trabalho/escola. Os equipamentos estão distantes, os serviços
públicos fora de portas, as áreas comerciais concentradas, o povoamento disperso e as famílias
atomizadas. A estes factores junta-se uma rede de transportes públicos ineficaz. É óbvio que os
problemas que as pessoas enfrentam pedem um urbanismo diferente, alternativo ao foguetório e às
obras de regime.
Apostamos na modernização do comércio de pequena e média dimensão, dando prioridade
à sua fixação nas ruas da cidade. Renovaremos o mercado municipal, encarando-o como factor de
dinamização económica.
O espaço público bem desenhado contribui para humanizar a cidade, tornando-a mais
atraente e confortável. A intervenção neste âmbito deve harmonizar as necessidades dos peões
com as do tráfego automóvel, não sobrepondo a função de circulação à fruição da cidade à escala
humana, o que não tem acontecido. Apesar das obras levadas a efeito sob pretexto de aumentar a
mobilidade, a actuação da Câmara PSD não produziu uma cidade estruturalmente pedonalizada,
nem aumentou os locais de sociabilização. Pelo contrário, tem destruído unidades de vizinhança.
As zonas verdes devem tender para a auto-sustentação ecológica, optando por espécies
que permitam diminuir o encargo com a manutenção (regas, podas, etc.), privilegiando os espaços
de média dimensão, com maior poder congregador das pessoas. Deve procurar-se uma ligação,
através de corredores verdes com a Serra, os espaços rurais circundantes e o rio Zêzere, quase
esquecido.
Temos consciência de que os problemas são complexos, pelo que só a ignorância permite
pensar em alterações bruscas no funcionamento do Município, fruto de gestos de algum iluminado.
Ao contrário, propomos um rumo, cientes de que as mudanças devem ser contínuas, graduais e
suaves e que nem todas as obras são para inaugurar por quem as lança. Constatamos que, ao
contrário do que parece, o executivo cessante tem sido demasiado conformista. Sobre as
enumeradas questões de fundo nada propõe, limitando-se a apresentar iniciativas avulsas.
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A política de Ordenamento do Território, Urbanismo, Habitação e Transportes que propomos
é pragmática na acção e audaz nos objectivos. Pretende assegurar os “direitos de cidadania”, que
vão da habitação à paisagem, da mobilidade à centralidade. Sem esbanjar recursos, atreve-se a
olhar para diante, ciente de que o território é um instrumento de liberdade e de igualdade capaz de
induzir profundas mudanças culturais.
Juventude:
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Connosco esta postura de confronto cessará e Covilhã recuperará o seu capital simbólico de
cidade empreendedora e cooperante, essencial nos processos negociais e nas parcerias
operacionais para o desenvolvimento.
O construído não pode continuar a expandir-se ao acaso, esvaziando os centros urbanos e
motivando a dispersão do comércio, dos serviços e dos equipamentos. A recuperação dos sectores
urbanos degradados deve respeitar a sua identidade. O retorno das intervenções sobre os centros
urbanos é fortemente condicionado pelo modelo global, começando pelos usos e critérios de
ocupação do solo, plasmados no PDM, até à localização das grandes superfícies comerciais. O
preconceito do PSD de que a centralidade é exclusiva dos centros históricos tem destruído os
centros (veja-se o Pelourinho) e inviabilizado um modelo territorial polinucleado.
O tecido urbano da Covilhã continua a inscrever as tramas da segregação socio-espacial.
Os executivos de Carlos Pinto têm insensíveis à implicação do planeamento do território na
qualidade e nos modos de vida e ao modo como a educação ambiental encoraja a cidadania.
Aproveitando o particular simbolismo da presença da UBI na área urbana consolidada, a
cidade precisa de uma estratégia consentânea com a sua progressiva conotação com um centro
produtor e difusor de conhecimento. A diversidade funcional é economicamente vantajosa e
indutora de coesão social. Delinearemos um modelo capaz de impulsionar as indústrias criativas,
não poluentes, atractivas de investimento e de população.
Zelaremos pela qualidade ambiental e pela preservação da paisagem, conjugando os
investimentos e os negócios com a oportunidade de inovação, sobretudo social, em vez de
perseverar no ultrapassado modelo da suburbanização e “embelezamento” circunstancial.
Concretizaremos o Plano Verde, que aumentará a oferta de jardins de proximidade e a
arborização da cidade, alterando as práticas de poda. Importa igualmente salvaguardar o equilíbrio
ecológico da Serra da Estrela, cientes de que a paisagem, a beleza natural e a memória dos
lugares, o património e a programação cultural, são os recursos turísticos mais apreciados e de que
o turismo de montanha não é incompatível com o alojamento em espaço rural e urbano, podendo
mesmo contribuir para a reabilitação de aldeias despovoadas com arquitectura de qualidade e
evitar a proliferação de novos espaços de lazer em áreas protegidas.
As questões rurais (usos do solo, agricultura, floresta, gestão da água, etc.) deverão ganhar
mais peso na política de ordenamento, a fim de obter a necessária coesão. As circunscrições da
Reserva Ecológica Nacional (REN) e da Reserva Agrícola Nacional (RAN) devem ser revistas,
combatendo as transacções especulativas e as suspeições de tráfico de influências e favores e em
matéria de licenciamento de obras, na ocupação dos baldios, na ocupação de cabeceiras de
nascentes, de leitos de cheia, de zonas declivosas, etc.
A revisão do PDM deve ir mais além do cumprimento de formalidades e prazos. Deve surgir
de uma discussão alargada com as comunidades e de um rigoroso trabalho de campo. Tanto no
estabelecimento da carta de condicionantes como na elaboração dos planos de urbanização e de
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pormenor sectoriais a participação dos cidadãos é desejável e deve ser promovida, pois temos
consciência de que governar uma cidade é gerir conflitos.
Só uma autarquia com coragem e capacidade política de aumentar a transparência na
gestão do território tem legitimidade para reivindicar maior descentralização administrativa. A
Covilhã precisa de uma classe dirigente informada, com argúcia estratégica mas trato afável, capaz
de promover o desenvolvimento sustentável participado, como o preconizado pela Agenda 21
Local, em prol da qualidade de vida da população.
• Estabelecer protocolos com as Ipss’s para fornecimento, a preços comparticipados pela Câmara
Municipal, de apoio de alimentação ou de serviços de saúde (como sejam transportes de idosos e
dependentes a consultas ao hospital ou ao centro de saúde), de modo a que em todo o concelho os
idosos e os mais carenciados possam beneficiar de apoios que agora só estão ao dispor dos
habitantes na cidade;
• Dinamizar, no âmbito da Rede Social, a criação de um Observatório Social concelhio que seja
uma plataforma de ipss’s, misericórdia, câmara municipal, juntas de freguesia, paróquias e serviços
públicos de ensino, segurança social, saúde e emprego para monitorização regular do “ estado
social” do concelho. A esse Observatório caberá também recomendar linhas de actuação para
resolução integrada de problemas de inacessibilidade aos serviços, aos centros de dia, aos lares e
problemas de dificultação de soluções em casos de problemas sociais agravados por abandono,
toxicodependência, alcoolismo e isolamento;
• Estabelecer com as ipss’s interessadas protocolos para reforçar os serviços de acção social e
de saúde a toda a população idosa, dependente e carenciada. As Ipss’s, desse modo, com a
comparticipação regular da Câmara poderão promover apoio domiciliário integrado a todos os
cidadãos necessitados e não apenas aos seus utentes regulares;
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• Daremos ajuda às Ipss’s e outras entidades que precisem de melhorar e ampliar ou de construir
novos equipamentos de centros de dia, lares, creches e infantários de forma a completar a total
cobertura concelhia;
• Particular atenção será atribuída ao ensino básico, ao primeiro ciclo do ensino básico e aos
jardins-de-infância, dotando as escolas e jardins das melhores condições, seja em termos de
renovação de instalações e equipamentos, seja em termos de dotação de materiais educativos
modernos. Nesse sentido fazemos o compromisso de junto de cada escola de primeiro ciclo instalar
um moderno parque de jogos e diversões, reconvertendo em alguns casos os parques infantis em
más condições de segurança e sem equipamentos educativos.
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