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Florianópolis, setembro de 2009 Comportamento 13

Lei de adoção reduz para


Estatísticas

Os números em

dois anos tempo em abrigos


SC e no Brasil
O Cuida registra hoje 3.448 preten-
dentes à adoção. Destes, 2.467 vivem em
Santa Catarina, 657 em outros estados do
Alterações também pretendem estimular a adoção tardia. Hoje, no estado, 80% dos Brasil e 324 são estrangeiros.
Todos os anos, cerca de 400 crianças
candidatos a pais adotivos quer meninas brancas, com até três anos e sem irmãos em SC são adotadas por pessoas que mo-
Sofia Franco ram no país, e 50 por estrangeiros.
Entra em vigor, a partir de 3 de tardia é confirmado pelos números, Os estrangeiros adotam um perfil de
novembro, a nova lei da adoção. Isso não somente em SC. O Cadastro Na- criança diferente do desejado pela maioria
ameniza a angústia de M., garoto de cional de Adoção, lançado em 2008 dos pretendentes a adoção: com idade en-
11 anos que vive em um abrigo. Ele para unificar e facilitar os processos tre sete e 14 anos, grupos de irmãos, par-
não se cansa de perguntar à direto- conta hoje com 17.844 pretendentes das ou mulatas, do sexo masculino. São as
ra quando será finalmente adotado. e 2.537 crianças em condições de que vivem nos abrigos.
Sancionada em agosto, a lei altera o serem adotadas. Enquanto cerca de Entre os inscritos no Cuida, 80% dese-
Estatuto da Criança e do Adolescente 62% dos menores têm entre cinco e jam aquelas de até três anos, brancas, do
(ECA), e tem como principal objetivo 14 anos, 96% daqueles que querem sexo feminino e sem irmãos. Esses preten-
rever normas e políticas públicas so- adotar só aceitam crianças de até dentes podem esperar até quatro anos para
bre o tema. cinco anos. E os “desejos” dos candi- adotar um filho.
O projeto de lei prevê que as datos não param por aí. Em SC, entre SC conta hoje com 1444 crianças abri-
crianças destituídas – que não estão os 3.448 inscritos no Cadastro Úni- gadas: 748 meninas e 696 meninos. No
sob a guarda dos pais – poderão pas- co Informatizado de Adoção e Abri- entanto, apenas 39 delas se encontram
sar no máximo dois anos no regime go de Santa Catarina, o Cuida, 80% em condições de serem adotadas, isto é,
de acolhimento institucional, até aceitam crianças de até três anos, já destituídas. Estas possuem idade entre
serem encaminhadas para a adoção. preferencialmente do sexo feminino, oito e 15 anos.
“Acredito que a lei vá agilizar a bu- brancas e sem irmãos. Quem deseja Entre os 17.844 pretendentes à ado-
rocracia, mas não que influencie na um filho com esse perfil pode esperar ção no Brasil, 83% aceitam apenas uma
quantidade de adoções de crianças até quatro anos. criança e 96% só aceitam crianças de até
mais velhas. A adoção tardia, a partir “A nova lei tenta mudar a men- cinco anos.
dos sete anos, é muito esporádica. É talidade dos candidatos e criar uma Hoje, no país, 2.537 menores estão em
desanimador.” O comentário é de Ma- cultura de adoção, considerando que condições de serem adotados. Entre estes,
ria Tereza Floriani, assistente social o propósito é privilegiar o adotado, 1.910 tem um ou mais irmãos e apenas
aposentada que há 15 anos se dedica não quem está adotando”, explica 249 tem cinco anos ou menos. (G.B.)
aos abrigados na Casa Lar de Coquei- Enio Vieira Junior, advogado da Vara
ros, em Florianópolis. da Infância de Florianópolis. As boas
A instituição acolhe 24 menores intenções da lei esbarram em ques-
e, em 2009, nenhum foi adotado. tões culturais e preconceitos difíceis
Segundo Maria Tereza, os programas de vencer. A resistência quanto às
de assistência social da prefeitura e adoções tardias se explica parcial-
a justiça estão mais estruturados, o mente no mito de que filhos adotivos
que resulta em esforços e incentivos serão “crianças problema” e que lidar A Casa Lar de Coqueiros acolhe hoje 24 crianças. A tentativa é de mantê-las com a família
cada vez maiores para manter as com os mais novos requer menos in-
crianças junto da famí- vestimento – financeiro
lia. A destituição é uma
medida tomada em úl-
A lei prevê o e emocional – dos pais.
“Uma criança mais ve-
deverão contar com diferentes profis-
sionais para atuar nesses processos.
incentiva a modalidade de famí-
lia acolhedora, que ainda não há
timo caso, quando há acolhimento lha é difícil de adequar- Segundo Vieira, a equipe já é prevista em Florianópolis. Essas famílias
abuso ou negligência
grave. “Não recebemos
familiar e se ao modo de vida e aos
sonhos dos pais, pois ela
no ECA desde 1990, mas com a nova
lei ganha importância. “A partir de
evitariam que as crianças
fossem para os abrigos,
crianças ‘água com relatórios já vem ‘prontinha’”, diz agora, as equipes devem intervir pelo mas também consti-
açúcar’. Os casos são
muito sérios.”
pós-adotivos Maria Tereza.
Quem trabalha na
menos seis vezes no processo de ado-
ção, enquanto antes, elas atuavam de
tuem uma situação
provisória.
São muitas as área reconhece como duas a três.” Por causa
crianças que ficam vários anos nas é difícil estimular os pretendentes à Embora SC tenha um sistema de de diversos
instituições, e nenhuma família se adoção a ampliarem a idade deseja- adoção bastante eficiente através do fatores so-
interessa em adotá-las. A lei estipula da. Cristine Sposito, assistente social Cuida, primeiro cadastro de adoção cioeconô-
em dois anos o tempo máximo para na Vara da Infância da capital, se de- informatizado no país criado em micos, SC
abrigamento como estratégia para para diariamente com essa questão. 2005, algumas adaptações terão que apresenta
que estudos e intervenções na famí- “Mostramos que a personalidade e o ser feitas. Segundo Cristine, está sen- hoje um ce-
lia sejam feitos nesse prazo. Assim, desenvolvimento da pessoa dependem do estudada a formação das equipes, nário positivo em
as destituições não demoram tanto do meio, e incentivamos a ampliar a mas ela acredita ser pouco provável relação às adoções. Vieira explica
a ponto de que as crianças fiquem faixa etária, mas não adianta colocar a contratação de novos profissionais que, por ser um estado onde a popu-
mais velhas e menos propensas à uma criança de cinco anos para uma para atuar no judiciário e compor os lação tem poder aquisitivo razoável e
adoção. “Muitos ficam aqui até a pessoa que quer uma de dois.” grupos. melhores condições de vida, os casos
maioridade, e então esbarramos em A lei também prevê a elaboração de destituição são mais raros. “Cum-
outro problema. Como largar um Outras mudanças de relatórios pós-adotivos, que per- primos com a maioria dos requisitos
cidadão no mundo sem nenhum Além de estipular o prazo máximo mitem que o judiciário acompanhe que a nova lei trouxe. Em três me-
apoio fora da instituição?”, questiona para o abrigamento, a lei propõe mu- a situação das crianças adotadas ses, vai dar tempo de iniciar, tentar
Maria Tereza. Enquanto responde as danças nos processos de adoção e na enquanto julgar necessário. Outra adaptar os abrigos e tomar algumas
perguntas, ela é interrompida pelas forma com que o judiciário lida com modificação, descrita por Vieira medidas. Mas para o programa fun-
crianças, que entre aulas de reforço essas crianças. A partir de novembro, como “trabalhosa”, é que todos os cionar plenamente estimamos um
e brincadeiras, querem a atenção da todos os pretendentes a adoção terão abrigados receberão uma guia de prazo de um a dois anos.”
“tia”. que ser atendidos por uma equipe acolhimento e um plano de aten-
Seu desânimo quanto à adoção multidisciplinar. Todas as comarcas dimento individual. A lei também Gabriela Bazzo

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