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OS CAMINHOS DA IGREJA ensinos de seu tempo exclusivamente com o ensino das Escrituras.

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Heber Ramos Bertucci Agostinho de Hipona escreveu: “’Dediquemo-nos a alimentar-nos e a beber no
estudo e na aplicação às divinas Escrituras!’” 3 Hagglund afirma que “A teologia
de Lutero é teologia da Palavra.” 4 Lutero fala da comparação que Bernardo de
INTRODUÇÃO
Claraval (c.: 1090-1153) faz da Escritura: ela é como uma fonte que os cristãos
1. A Igreja moderna vive dilemas que são frutos de uma era de devem sempre beber: “[Claraval] prefere beber da própria fonte do que do regato,
reconhecida ignorância Bíblica e ênfase em movimentos de curta duração, como fazem todas as pessoas; quando podem beber da fonte, esquecem o regato,
mas capazes de retirar várias pessoas de denominações sérias. Por isso, embora se tenha utilizado dele para chegar à fonte.” 5 E a conclusão de Lutero não
proponho-me a redigir esta “Carta Exortativa” visando não apenas uma
poderia ser outra: “Assim também a Escritura deve continuar sendo mestre e juiz,
Igreja em particular, mas a irmãos em Cristo no geral. O tema escolhido será
ou então, quando se segue demais aos regatos, eles nos levam para longe demais da
“Os Caminhos da Igreja” onde tentaremos nortear a Igreja em uma séria e
fonte e perdem tanto o gosto como a força, até que desembocam e se perdem no mar
frutífera cosmovisão cristã.
salgado, como aconteceu sob o papado.” 6
I – O PROBLEMA DETECTADO
4. João Calvino também sempre valorizou as Escrituras: “Sua opinião era
2. Desde a entrada do pecado no mundo (c. Gn. 3) a humanidade nunca que a Bíblia é reconhecida como a Palavra de Deus, não por deduções lógicas ou por
mais foi a mesma. A sua natureza foi corrompida e as tentações são observações e testes experimentais, mas porque o Espírito Santo testifica ao crente
freqüentes especialmente no meio dos crentes. Pedro já dizia inspirado pelo
que ela é a Palavra de Deus.” 7 Para Calvino, “... para que nos fulja a verdadeira
Espírito Santo: “Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em
religião, tem-se de assim haver: que da celeste doutrina deva [ela] ter o ponto de
derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar”. (I Pe. 5:8). A
partida, nem pode alguém provar sequer o mais leve gosto da reta e sã doutrina, a não
tentação resistida produz perseverança (c. Tg. 1: 1-3), mas a não resistida
ser [aquele] que se haja feito discípulo da Escritura.” 8 Esse testemunho de
gera um desnorteamento espiritual que vem acompanhado de uma sensação
Calvino e os outros acima sobre a Escritura nos são importantes porque nos
de vazio porque nos faz sair dos caminhos de Deus. O escritor James Packer
fazem tê-la como elemento sine qua non de nossa fé, isto é, ela é
diz: “Para aqueles que não conhecem a Deus o mundo se torna um lugar estranho,
indispensável para nossa vida cristã.
louco, penoso, e viver nele algo de decepcionante e desagradável.” 1 Para que não
caiamos no erro de nos esquecermos de Deus, nós precisamos, a priori, saber III – A TRADIÇÃO DA IGREJA
e praticar os caminhos da Igreja que apontaremos a seguir.
II – A ESCRITURA SAGRADA
2 Cf.: Roque FRANGIOTTI, História da teologia: período patrístico, p. 25.
3. A mensagem bíblica é norteadora. Se assim não fosse, o salmista não
3 AGOSTINHO. Apud Franklin FERREIRA, Agostinho de A a Z, p. 96.
diria: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos.”
4
(Sl. 119:105). A Palavra de Deus norteou pessoas no passado e pode também Bengt HAGGLUND, História da Teologia, p. 187.
5
nortear a nossa vida hoje com sua mensagem sempre atual. Devemos LUTERO, Martinho. Dos concílios e da Igreja. In: Ilson KAYSER (Ed.). v. 3 (Debates e
aprender com os homens de Deus do passado que valorizavam a mensagem Controvérsias, I), p. 312 – 313.
6 Ibid., p. 312 – 313.
Bíblia. Por exemplo, Ireneu de Lion (130 – 200) gostava de refutar os falsos
7 W. Stanford REID. A propagação do Calvinismo no século XVI. In: _____. (Ed.), Calvino
e sua influência no mundo ocidental, p. 47 – 48.
1 James I. PACKER, O conhecimento de Deus, p. 11. 8 João CALVINO. As Institutas ou Tratado da religião cristã. Livro I, p. 86.
5. A Igreja também se norteia por sua tradição. Na realidade, o termo positivo de doutrina e prática a sua Confissão de Fé [Westminster] e os Catecismos
tradição é muito criticado nas Igrejas Protestantes por causa de sua Maior e Breve”. 13 A Confissão de Westminster, concluída em 1648, foi um
associação com a Igreja Católica Romana. Entretanto, quando uso o termo credo calvinista puritano que foi preparado por 131 pastores e trinta leigos na
tradição, refiro-me aos ensinamentos que herdamos da Reforma Protestante capela de Westminster, em Londres. É a última das confissões reformadas
do séc. XVI. A Igreja deve se atentar a eles com o fim de se nortear por eles. clássicas. 14 Além disso, ainda temos como tradição os escritos de João
Mas porque essa tradição é importante? A resposta só virá com a correta Calvino (1509-1564); a Confissão Belga (1561) que foi escrita por Guido de
definição do termo tradição e qual o seu papel em nossas vidas. Brès, um pregador nas igrejas reformadas da Bélgica, como sumário das
6. Nossa palavra portuguesa “tradição” vem do termo latino “traditio” crenças dos cristãos reformados que estavam sendo perseguidos pelo
que tem o sentido de “... ‘transmissão’, tanto o repasse oral daqueles que vieram governo católico-romano; o Catecismo de Heidelberg (1563) que foi escrito a
antes quanto a disseminação escrita.” 9 O termo grego correspondente para pedido de Frederick, o Terceiro, Eleitor da Alemanha Palatina, por Zacharias
tradição é parádosis que é composto de duas palavras: “pará” - “ao lado de” Ursinus, um professor da Universidade de Heidelberg, e Caspar Olevianus,
ou “junto a”, e “dídomi” - “trazer, conceber, causar, colocar, permitir”. 10 o pregador da corte, e ficou conhecido como o mais pastoral e pessoal dos
Sendo assim, o termo parádosis tem o sentido de “trazer para o lado” e indica credos da Reforma; 15 e outros.
um corpo de ensinos que vai sendo colocado um ao lado do outro no 9. A Igreja deve não somente saber da existência desses Credos e
decorrer de gerações. 11 Confissões, mas deve também procurar lê-los. Os líderes devem ensiná-los
7. Esta definição de tradição nos faz observar qual é o seu papel em para que os crentes saibam no que devem crer. É claro que não
nossas vidas: nortear nosso caminho em direção a Deus. Mas para que isso conseguiremos decorar tudo que neles contêm, mas pelo menos as idéias
aconteça, essas tradições devem estar de acordo com a Bíblia Sagrada, pois centrais devemos guardar para que elas norteiem a nossa vida diante de
esse é o conceito reformado de “Tradição da Igreja” que Packer resume de Deus e dos homens. O apóstolo Pedro já dizia: “santificai a Cristo, como Senhor,
forma fantástica quando afirma: “A questão não é se temos tradições, mas se em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos
nossas tradições estão em conflito com o único padrão absoluto nessas questões: as pedir razão da esperança que há em vós”. (I Pe. 3:15).
Escrituras Sagradas.” 12 CONCLUSÃO
8. Quais são então as nossas “tradições reformadas”? A Constituição de 10. Como devemos então viver nesta época tão conturbada pelo
nossa Igreja Presbiteriana do Brasil diz que nós adotamos “... como sistema ex- relativismo? Que caminhos devemos seguir para que nossa vida tenha norte?
Devemos seguir a Escritura Sagrada e a sua fiel exposição que é a Tradição da
Igreja Reformada.
Deus nos abençoe e ajude a viver assim!
9 Tradição, Tradição dos Anciãos. In: Russel N. CHAMPLIN. Enciclopédia de Bíblia
teologia e filosofia. Vol. 6 (S - Z), 2002. p. 464.
Dado em Jandira, na Igreja Presbiteriana JMC, no dia 27 de setembro –
10Cf.: para; di,dwmi. In: F. Wilbur GINGRICH; Frederick W DANKER, Léxico do Novo
Escola Bíblica Dominical – do ano 2009, ano de minha licenciatura.
Testamento grego/português, p. 155; 56.
11 Cf.: Alister E. MCGRATH, Teologia sistemática, histórica e filosófica: uma introdução à
13 CI/IPB, Cap. I, Art. 1.
teologia cristã, p. 49.
12 14 Cf. Anthony HOEKEMA, Salvos pela graça: a doutrina bíblica da salvação, p. 170 – 171.
J. I. PACKER. O conforto do conservadorismo. In: Michael S. HORTON, Religião de
15 Cf.: Ibid., p. 170 – 171.
poder: a igreja sem fidelidade bíblica e sem credibilidade no mundo, p. 234.

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