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Dicas para

escrever,
publicar e
vender um livro

Rodrigo Capella
SOBRE O AUTOR

Rodrigo Capella é escritor, palestrante, poeta e


jornalista, pós-graduado em comunicação
jornalística. Publicou o primeiro livro, intitulado
“Enigmas e Passaportes”, com apenas 16 anos, e
não parou mais. Ao longo da carreira, lançou o
polêmico “Como mimar seu cão” e o bem-sucedido
“Transroca, o navio proibido”, que está sendo
adaptado para o cinema pelo diretor gaúcho
Ricardo Zimmer. Em 2007, publicou dois livros:
“Poesia não vende”, que traz depoimentos de Ivan
Lins, Moacyr Scliar, Carlos Reichenbach, Sergio
Ferro, Bárbara Paz e Frank Aguiar, e “Rir ou
chorar”, que desvenda os bastidores do cinema
brasileiro e traz a biografia do cineasta Ricardo
Pinto e Silva. Capella é também co-roteirista do
curta-metragem “Primeira Vez”, que ganhou dois
prêmios importantes: melhor curta na categoria
voto popular da Mostra Internacional de Cinema de
São Paulo 2006 e menção especial do júri no
Festival de Gramado 2007. Colabora com vários
jornais brasileiros, escrevendo crônicas, contos e
críticas literárias, e suas obras são, constantemente,
comentadas pelos principais veículos, de Norte a
Sul.

Mais informações: www.rodrigocapella.com.br ou


contato@rodrigocapella.com.br

2
Como eu escrevo, publico e
vendo meu próprio livro?

Todo dia, eu recebo mais de 30 e-mails de


escritores iniciantes, das mais variadas idades e
formações. São mensagens vindas das várias
regiões do Brasil e que perguntam, na essência, a
mesma coisa: como eu escrevo, publico e vendo
meu próprio livro?

A questão, relativamente simples, oculta uma série


de processos e procedimentos. Afinal, para
ingressar no mercado editorial, o escriba precisa
preparar um material de ótima qualidade e a
exigência é grande: deve acertar logo de início.

É normal, entretanto, a caneta tremer, as mãos


soarem e o teclado falhar. Para amenizar e
minimizar situações como essas, reproduzo nesse
livro as 50 perguntas mais frequentes dos
escritores, seguidas, obviamente, pelas respostas.

São questionamentos variados que abordam a


confecção do esqueleto do livro, o prefácio, a capa,
o agente literário e as duas formas de editora, entre
tantos outros.

Para manter a força e as características das


perguntas, não alterei as construções iniciais
recebidas por e-mail. Apenas fiz correções
gramaticais e de acentuação.

3
Prepare-se para, nas próximas páginas, desvendar o
mundo da literatura e descobrir a resposta para:
como escrever, publicar e vender um livro?

Rodrigo Capella

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As 50 principais
dúvidas dos
escritores

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ÍNDICE
Esqueleto do Livro ----------------------- 08
Originais ------------------------------------ 10
Medo da Crítica ---------------------------- 12
Roubo de Ideias ---------------------------- 14
Projeto ----------------------------------------16
Aceitação dos Novos Escritores ----------18
Direitos Autorais --------------------------- 19
O Modelo ----------------------------------- 21
Antologias ------------------------------ 23
Agente Literário ------------------------ 25
Associar-se a Editoras ------------------ 27
Parceria ------------------------------------ 28
Venda de Livros ---------------------------29
Atividades em Escolas ------------------- 31
Confusão ----------------------------------- 32
Poesia ----------------------------------------- 34
Regras para a Escrita ------------------------36
Livrarias -------------------------------------- 38
Ensino à distância ---------------------------39
Conceito de Literatura ---------------------40
Preguiça ------------------------------------ 41
Inclusão digital ----------------------------- 43
Acesso à Internet Gênero ----------------- 44
Gênero ---------------------------------------- 46

6
Boa Ideia ------------------------------------- 47
Estabelecer uma Linguagem -------------- 48
Terminei de Escrever, e Agora? ---------- 49
Dicas essenciais ----------------------------- 50
O público ------------------------------------- 51
Antologias ----------------------------------- 52
Insegurança ---------------------------------- 54
Dois Tipos de Editoras -------------------- 55
O Tema ----------------------------------- 57
Prefácio ---------------------------------- 58
Polêmica -------------------------------- 59
Comentários -------------------------- 60
Dar Certo ---------------------------- 61
O Leitor -------------------------------------- 62
A Mídia -------------------------------------- 63
Best-Sellers ---------------------------------- 64
Acordo Ortográfico ------------------------- 65
Particularidades ----------------------------- 66
Recursos Próprios --------------------------- 67
A Resposta ------------------------------------68
A Capa --------------------------------------- 69
A Orelha ------------------------------------- 70
E-Book --------------------------------------- 71
O Contato ------------------------------------ 72
A Divulgação -------------------------------- 73
Acordos Financeiros ------------------------ 74

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ESQUELETO DO LIVRO

Pergunta:

“Olá, acredito que devas receber esse tipo de e-mail


todos os dias, mas preciso de dois minutos de sua
atenção. Há muito tempo, venho construindo uma
história e sonho em escrevê-la, mas ainda me falta
técnica. Gostaria de uma ajuda para começar a
história. Tenho a dificuldade de escrever o tal do
esqueleto do livro, que alias é do gênero romance
aventura, com contos do tipo Senhor dos Anéis.
Espero uma resposta positiva e obrigada”.

Resposta:

Vou dar algumas dicas, mas antes proponho um


exercício: comece a descrever uma cena qualquer
em detalhes, algo de seu cotidiano. Um exemplo: o
que a sua casa tem de diferente? O que você gosta
de fazer nela? Você tem animais de estimação,
costuma brincar com eles em casa? Escreva sobre
isso. Depois, repita esse exercício descrevendo uma
cena que está ocorrendo na rua. Para isso, converse
com as pessoas, faça pequenas entrevistas e vá em
frente: coloque tudo no papel. Pronto, agora você já
pode começar a escrever o livro. Mas, antes de
pensar na história, reserve uma parte do seu tempo
para fazer uma ampla pesquisa, todos os dias, sem

8
pressa. É preciso ter disciplina e dedicação total.
Tranque a porta de seu quarto, não atenda ao
telefone, não brinque no computador. Pense apenas
em ler e absorver conteúdo. É preciso ter muito
conhecimento, antes de iniciar uma obra. Depois de
concluir essa fase, escreva sem a pretensão de
concluir a obra, escreva com motivação e
entusiasmo. Esqueça o tal esqueleto e escreva
simplesmente por escrever. Comece descrevendo
uma cena, tal como você fez nos dois exercícios.
Depois, apresente o personagem principal, descreva
as características dele. Deixe a coisa fluir, deixe o
personagem conduzir a história. Concentre-se,
tenha calma e vá em frente! Nunca se desespere.

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ORIGINAIS

Pergunta:

“Oi Rodrigo, tenho uma dúvida: o que são os


originais? Pode parecer uma pergunta boba, mas
nunca sei se é o rascunho do livro todo, apenas os
primeiros capítulos ou a apresentação junto com o
projeto. Pergunto pois estou no início de pesquisa
para escrever uma biografia. Já tenho autorização
dos biografados, mas estou ainda redigindo o
primeiro capítulo. Devo mandar para as editoras o
projeto com um capítulo ou esperar até terminar o
livro todo?”

Resposta:

Ótimo, vejo que você está conduzindo a sua


pesquisa muito bem. Essa é uma fase muito
importante e crucial. Se ela for mal executada, o
livro não terá uma boa condução e sua obra,
provavelmente, não será publicada. Parabéns por
esse início de trabalho. Vamos ás respostas: os
originais correspondem ao livro completo, com
apresentação, capítulos e prefácio. Algumas
editoras solicitam o original completo; outras
somente parte dele. Por isso, é preciso estar atento
e cumprir as regras. Visite o site das editoras,
informe-se e prepare o material de acordo com o
que for pedido. Mas, antes é preciso terminar o

10
livro. Uma editora que solicitou, inicialmente, o
primeiro capítulo pode – e isso é muito comum –
requisitar o livro todo para avaliar melhor a obra e
dar um parecer. Por isso, verifique se a ortografia
está correta, leia todos os capítulos, tenha a certeza
de que os leitores vão gostar da história e,
principalmente, escreva uma história confortável,
que você se sinta bem.

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MEDO DA CRÍTICA
Pergunta:

“Oi Rodrigo, eu sempre tive muita vontade de


publicar um livro. Escrevo há algum tempo, tenho
textos o suficiente pra formar um. Muitas pessoas
dão sorrisos quando os lêem e me dizem que eu
deveria publicá-los. Mas, o fato é que eu sou meio
medrosa para essas coisas. Tenho medo das
críticas. Gostaria de saber quais os ingredientes
necessários para seguir em frente”.

Resposta:

Nunca tenha medo: se você tiver essa postura, não


será escritora e nunca publicará um livro. O escritor
não pode ser influenciado pela crítica, não pode se
abalar com palavras negativas, não pode nunca
desistir. Não pode ter dúvidas se continuará a
escrever. O escritor é, acima de tudo, um ser que
vive em outra atmosfera, um ser sensível e dono de
suas palavras. O principal ingrediente de um livro é
a sensibilidade do escritor e ela nunca poderá ser
julgada pela crítica. O crítico, muitas vezes, não
tem conhecimentos necessários para julgar uma
outra; ele analisa um livro sem ter a certeza de que
está fazendo uma boa avaliação. Portanto,
desconsidere o crítico e pense apenas em escrever.
Se as pessoas aprovaram o seu livro, vá em frente.

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Esse é um bom sinal. Releia todos os seus textos,
faça as correções necessárias, monte um belo
projeto e envie para as editoras. Não perca as
esperanças. Você tem muita sensibilidade, tem
determinação e tem metas definidas – publicar um
livro -, portanto, termine a sua obra e mostre que
você tem talento.

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ROUBO DE IDEIAS

Pergunta:

“Li o último artigo do senhor e esclareci muitas


dúvidas, porém continuo com uma: antes de
apresentar um livro a uma editora, o autor tem que
fazer alguma coisa para não plagiarem a obra dele,
tal como os cientistas fazem para não roubarem as
ideias? Muito obrigado por seus conselhos aos
futuros escritores. Abraços”.

Resposta:

Muito interessante e pertinente essa sua pergunta.


Já participei de vários debates com editores e eles
sempre defendem que o autor não precisa registrar
o livro, pois as editoras fazem isso antes de
publicá-lo. Eu discordo dos editores e aconselho os
jovens autores a entrarem em contato com a
Biblioteca Nacional pelo site www.bn.br. Lá tem
todas as informações. Mas, um alerta se faz
preciso: esse registro não garante que, por exemplo,
a idéia de sua obra não vai ser copiada. Até porque
o registro não protege a idéia, mas sim o conteúdo
da obra. Resumindo: é uma pequena garantia que
você tem, mas é melhor do que nada. Se a editora
gostou de uma obra de um autor desconhecido, ela
pode, por exemplo, pegar a idéia central e
encomendar uma obra semelhante a um autor

14
famoso. Nesse caso, ela simplesmente ignora o
livro do autor desconhecido. Esse tipo de postura
ocorre com certa frequência. Portanto, capriche na
apresentação dos originais, revise seu texto,
reescreva-o e faça as correções necessárias.

15
PROJETO

Pergunta:

“Fala Rodrigo! Sou jovem, tenho apenas 22 anos e


no ano passado comecei a escrever um livro
chamado "Outras histórias do 174", que retrata a
vida de pessoas que andavam diariamente no
ônibus 174, aquele da tragédia na cidade do Rio de
Janeiro. A ideia é olhar dentro de universo (o
ônibus) e colher boas histórias, fatos da vida de
tantas pessoas que andavam na linha 174. "Outras
Histórias do 174" quer ir por outro caminho,
mostrando que tudo na vida tem seus dois lados,
mas que na maioria das vezes valorizamos a parte
ruim. Então... Eu arquivei o projeto. Devido a 1001
coisas que venho fazendo acabei parando de
escrever. Mas, retornei com o projeto. O que você
achou do livro? Às vezes acho que o tema é fraco.
Outras, acho que tem uma proposta bacana. Um
professor o considerou oportunista! E você, o que
acha? Quais editoras você acha que, ao menos,
leriam o livro? Forte abraço.”

Resposta:

Você tem um belo projeto pela frente. Gostei


bastante do título da obra e da proposta. Um projeto
como esse exige uma ampla pesquisa e a coleta de
inúmeras informações inéditas. Trata-se, portanto,

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de um livro ousado, que precisa ser bem conduzido
para não ficar sensacionalista. Primeiramente, você
precisa se dedicar e ter motivação pelo trabalho.
Não adianta fazer 1001 coisas ao mesmo tempo.
Pense, respire e viva para escrever. O melhor
escritor é aquele que sonha escrevendo e escreve
acordado. Uma distração qualquer pode colocar
tudo a perder. Lembre-se: esse é o projeto da sua
vida e você deve interpretá-lo como tal. Nunca
desista, nunca abandone um livro, por mais simples
que ele parece. O verdadeiro autor é capaz de
transformar uma história inútil em um best-seller.
Um segundo conselho: antes de escrever, pense no
público; pense em um diferencial e procure
histórias que realmente merecem ser contadas. O
escritor precisa ter uma sensibilidade apurada para
captar essas histórias. Uma última dica: escreva e,
somente depois de terminar o livro, pense nas
editoras. Se o projeto for bom, elas vão ler; se ficar
ruim, jogaram fora. Essa é a regra do jogo. Seja
bem-vindo a ele!

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ACEITAÇÃO DOS NOVOS
ESCRITORES

Pergunta:

“Caro Rodrigo, venho acompanhando os seus


artigos e gostaria de lhe perguntar algo: estou em
vias de publicar o meu primeiro livro e tenho
curiosidade de saber se a crítica literária brasileira
aceita os nossos escritores. Beijos”.

Resposta:

O Brasil não tem, atualmente, uma crítica literária


competente. Apenas, uma pessoa consegue captar a
essência da obra e transformar em argumentos
coerentes. Essa pessoa chama-se Miguel Sanches
Neto. As demais, escrevem resenhas, comentários
ou observações; e não críticas. Vou contar um caso
curioso: uma crítica da Folha de S. Paulo
comentou o ótimo livro “Negócios de Família”, de
Domingos Pellegrini Jr, dizendo que o autor não
tinha evoluído e que continuava escrevendo como
há vinte anos. Detalhe: o livro que ela tinha lido era
de vinte anos atrás e tinha sido apenas republicado.
Veja como faltou preparo. A crítica brasileira
precisa se renovar!

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DIREITOS AUTORAIS

Pergunta:

“Li um artigo seu tirando dúvidas de pessoas que


lhe enviaram e-mails acerca de publicações de
livros. Bom, já que o Sr. deu corda vou abusar um
pouquinho, se puder ajudar: para participar de um
concurso de literatura em que devo enviar os
originais, antes disso eu posso (devo) registrar a
obra junto à biblioteca nacional para que os direitos
autorais sejam meus ou posso (devo) mandá-la sem
registrar já que os direitos autorais passarão para os
promotores do concurso?”

Resposta:

Os direitos autorais da obra em questão serão


sempre seus. Recomendo que você registre o
material na Biblioteca Nacional. No site, há todas
as informações: www.bn.br Mas, vale ressaltar que
você estará registrando a obra e não a idéia. No
Brasil, não há registro de idéias. Portanto, se uma
pessoa gostar do tema do seu texto, poderá
desenvolver um similar e não receberá punição.
Você citou algo importante: os concursos de
literatura. Recomendo a todos os escritores
amadores ou profissionais que participem dos
concursos. Eles dão boa visibilidade e ajudam o

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escritor a se tornar mais conhecido e ainda ajudam
o autor a repensar sobre a sua obra, acrescentando
alguns elementos e tornando os próximos textos
ainda melhor e mais atrativos.

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O MODELO

Pergunta:

“Rodrigo, eu li a sua reportagem sobre ajudar as


pessoas em como editar livros. Eu escrevo poemas
e também para jornais, e gostaria de editar um livro
com meus poemas, mas não sei qual caminho
seguir, você disse que tem que apresentar um
projeto para a editora, por favor, dê-me o modelo,
pois só monto projetos para escola. Espero ser
atendida no pedido de auxilio, e agradeço”.

Resposta:

Vamos ao modelo: primeiramente revise todas as


suas poesias e elimine eventuais erros. As editoras,
simplesmente, ignoram as poesias que têm erros.
Depois, faça um prefácio ou convide um escritor
para fazê-lo. Normalmente, a segunda opção é a
mais valorizada. Em seguida, escreva uma carta de
apresentação do projeto, colocando os principais
objetivos do livro, o público que você pretende
atingir e quais as propostas do texto. Faça um outro
documento descrevendo a sua experiência
profissional e grampeie junto com a carta de
apresentação do livro. No seu currículo
profissional, conte tudo nos mínimos detalhes: os
projetos que você desenvolveu nas escolas, o que

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você já fez como historiadora e os outros projetos
que você está planejando executar. A editora vai
medir a quantidade de contatos que você tem pela
quantidade de projetos executados. Quanto mais
projetos fazemos, mais pessoas conhecemos e mais
chance temos de vender livros. É uma equação
simples!

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ANTOLOGIAS

Pergunta:

“Sou de Jaraguá do Sul e tenho uma participação


no livro "Crônicas de Jaraguá", recente lançamento
da "Desin Editora". Gostaria por gentileza que me
enviasse um comentário seu sobre o que você acha
de alguém estrear no lançamento de um livro sem a
parceria de uma editora. É o que eu estou pensando
pelo fato de não atrair a boa vontade deles... É isso!
Sucesso!! e boas ideias ... valeu!!obrigado!!”

Resposta:

Amigo, cabe, inicialmente, um comentário: a


participação em antologias, tais como a “Crônicas
de Jaraguá”, é muito importante, pois ajuda o
escritor a encontrar o seu próprio estilo e também a
fazer amizades literárias, que, normalmente, trazem
bons frutos: como a troca de informações, o
convívio com escritores e uma maior visibilidade
de sua obra. Bom, vamos agora tirar a sua dúvida:
quando você quis dizer “lançamento de um livro
sem a parceria de uma editora”, você quis dizer
lançamento de forma independente? Se sim, vamos
a alguns conselhos: alguns amigos escritores

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optaram por lançar livros dessa forma, pois eles
ganhariam mais dinheiro. E isso realmente ocorreu:
quando você paga a publicação, os livros ficam
com você, e você ganha uma porcentagem maior
com as vendas, já que, em uma publicação em
parceria com as editoras, os autores ganham apenas
10% do preço de capa do livro. Mas, valem
algumas observações: se você lança independente,
você tem que distribuir os livros, tem que vendê-
los, tem que divulgá-los, tem que fazer um monte
de coisas. Eu, sinceramente, acho que não
compensa. Eu prefiro lançar em parceria com uma
editora, ganhar somente 10% preço de capa do
livro e ter uma boa divulgação da obra, graças aos
mecanismos utilizados pelas editoras. Uma boa
divulgação do livro vai ajudar você a dar palestras,
ser convidados para debates, dar aulas e participar
de vários eventos. Você perde agora e ganha no
futuro!

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AGENTE LITERÁRIO

Pergunta:

“Rodrigo, gostaria de trocar idéias sobre o mundo


literário. Lancei um livro em 2003, chamado "O
galo que pingava ouro". Escrevo sempre e tenho
vários textos do segmento infanto-juvenil. Acabei
de escrever um romance infato-juvenil, e um
romance para adulto. Estou pensando em contratar
um agente literário para vender minhas obras.
Gostaria de saber sua opinião sobre o assunto. E se
quiser me dar algum conselho, fique a vontade.
Aguardo resposta”.

Resposta:

Fiquei contente em saber que você tem uma intensa


produção literária. Uma máxima é verdadeira:
quanto mais escrevemos, melhor escrevemos. Isso
ocorre com todo e qualquer escritor. Você está no
caminho certo. E o melhor: está diversificando o
público e conhecendo exatamente o que o seu
público espera de vocês. Agente literário? Boa
pergunta. Vale uma explicação para os leitores: o
agente literário é o profissional que faz a ponte
entre as editoras e os autores, marcando reuniões
nas editoras para tentar viabilizar a publicação de
uma determinada obra. O serviço desse profissional

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custa, no mínimo, R$ 200 por mês, segundo pude
me informar. Vale à pena contratar? Sinceramente
não sei? Mas, vou lhe passar os pontos positivos e
negativos. Positivos: maior chance de ter a sua obra
publicada, já que os agentes têm normalmente bons
contatos; maior visibilidade no segmento editorial,
já que esses profissionais vão até as editoras e
expõe toda a proposta dos livros; e uma melhora
considerável do texto, já que muitos agentes fazem
uma revisão ortográfica do texto. Pontos negativos:
os agentes não se comprometem a publicar a obra,
ou seja, você paga e não tem garantia de que o seu
livro será publicado; além de pagar uma taxa
mensal, você, provavelmente, terá que dar uma
porcentagem de capa do livro para o agente, a
depender do contrato. Ou seja, o autor já ganha
pouco e terá que dividir o pouco que ganha com um
agente. Vale à pena? E mais: os agentes cuidam de
vários livros ao mesmo tempo, de diferentes
autores, e não se dedicará integralmente ao seu
livro. Portanto, trata-se de uma decisão de dois
pesos e duas medidas: a decisão é sua! Reflita e
tome a melhor decisão: um erro cometido agora,
pode afetar toda a sua carreira literária. Não tome
uma decisão de imediato, converse com mais
alguns escritores e vá em frente.

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ASSOCIAR-SE A
EDITORAS

Pergunta:

“Gostaria de publicar meu livro, como faço para


saber qual o endereço da editora de vocês. Grato”.

Resposta:

Primeiro, vale a pena esclarecer que eu sou


simplesmente um escritor, não trabalho e nunca
trabalhei em uma editora, contrariando até uma das
características das novas gerações literárias. Os
jovens autores têm cada vez mais se associado a
editoras, fazendo trabalho de traduções, pesquisa,
correções de texto e, mais tarde, publicam o livro
pela editora que prestaram serviços. Isso tem
ocorrido cada vez mais. Mas, eu sou uma exceção.
Não faço parte de nenhuma editora.

27
PARCERIA

Pergunta:

“Oi, Prezado Rodrigo Capella, meu nome é J.J,


sou autor de um livro e eu estava acertando as
últimas negociações com uma editora famosa, mas
acabou não ocorrendo. Envio-lhe este email para
podermos conversar sobre uma parceria de
lançarmos meu livro com o meu e o seu nome.
Preciso muito de apoio! Obrigado!”.

Resposta:

J.J, que mensagem estranha? Desculpe decepcioná-


lo, mas não faço esse tipo de parceria. Cada autor
deve escrever o seu próprio livro. Escrever é
sinônimo de liberdade, de atitude, de prosperidade.
Cada autor deve buscar seus próprios elementos
para dar dinamismo á história e propor algo
ousado. A parceria, por melhor que ela seja,
bloqueia a capacidade criativa de um dos escritores
e impede a continuação do projeto. Cada autor, em
minha opinião, deve escrever o próprio livro. Só
assim estará conquistando leitores, conhecendo
novos mundos e se deliciando com a realidade.

28
VENDA DE LIVROS

Pergunta:

“Um dos principais problemas dos jovens escritores


é vender, vender seus livros. Como isso pode ser
solucionado?”

Resposta:

As fracas vendas estão associadas ao déficit de


leitura no Brasil. Isso só pode ser solucionado com
um maciço investimento em alfabetização, vindo
de iniciativas privadas ou públicas. Puro engano.
Ensinar as pessoas a escrever os respectivos nomes
não contribui para o aumento dos livros lidos e não
fermenta o nosso mercado editorial. Precisamos,
sim, de um programa baseado no conceito de
letramento. Justificando: a pessoa toma gosto pela
leitura somente quando entende o que está lendo e
constrói mentalmente os cenários descritos,
envolvendo-se com cada uma das páginas, letra a
letra. Esse contexto, embora óbvio e essencial, está
presente em menos de 10% das escolas e
universidades brasileiras, segundo dados que obtive
junto a profissionais dessa área. A explicação: na
maioria das instituições, crianças e adolescentes

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são submetidos a tarefas desgastantes,
principalmente a de ler livros difíceis e,
posteriormente, realizar uma prova sobre a história,
conflitos e personagens apresentados. Atividades
como essa contribuem e muito para que,
infelizmente, leitores traumatizados e angustiados
se afastem definitivamente dos livros, por melhor
que esses sejam. Fica claro, então, que a leitura,
seja ela em âmbito escolar ou em qualquer outro
espaço, não deve ser obrigatória, e sim estimulada a
todo instante. Uma alternativa é deixarmos de lado
as normas existentes e desenvolvermos atividades
associadas ao letramento, apresentado
anteriormente. O método: professores apresentam,
durante as aulas, tarefas editoriais e educacionais,
como por exemplo, a encenação de um trecho do
livro, e mostram, para as crianças e adolescentes,
que a leitura é importante para despertar a
criatividade, enriquecer o vocabulário, escrever
corretamente e até mesmo construir novas
amizades. Com essa estratégia funcionando
corretamente, damos início a uma verdadeira
mudança, boa para todos os lados. Ganha o
mercado editorial, que passa a oferecer um produto
agradável e não simplesmente volumes repletos de
palavras. Ganha o autor, que passa a ter uma
relação mais particular com cada leitor. Ganha
também o próprio leitor, que passa a se engajar em
ultrapassar as fronteiras do conhecimento, em
traçar metas ousadas e em devorar Machado de
Assis, Sir Arthur Conan Doyle e as mais
complicadas obras de Gabriel García Márquez.

30
ATIVIDADES EM
ESCOLAS

Pergunta:

“Publiquei um livro e gostaria de realizar


atividades em escolas para contribuir para o
aumento da leitura. O que você acha a respeito
disso?”

Resposta:

Excelente, iniciativa. Colocar o aluno em contato


com a literatura irá incentivá-lo a ler cada vez mais.
Uma dica: as atividades editoriais (visitas ás
editoras e acompanhamento da diagramação e
impressão dos livros) são também muito
interessantes para fomentar o gosto pela leitura
diária. Somente assim, vamos fazer do livro um
companheiro do abajur, da mesa do computador e
da pia do banheiro. Ele, em poucas palavras, deve,
o quanto antes, ser incorporado ao cotidiano dos
brasileiros.

31
CONFUSÃO

Pergunta:

“Para lhe ser sincera, estou me utilizando desta


para poder falar com alguém que entenda o meu
trabalho. Há exatamente quatro anos escrevo um
livro. São ao todo 1900 páginas escritas. Conto a
historia de um psicopata e um psiquiatra que tem
suas personalidades trocadas. O livro chama-se
Filhos do Ódio. Eu gostaria de saber, o que devo
fazer primeiro? Mandar o livro para que algum
leitor corrija meus erros de português, para que
enxugue os "escritos demais", ou simplesmente vou
com a idéia e seja lá o que Deus quiser? Fico no
aguardo de sua resposta e agradeço-o
antecipadamente. PS: Detalhe, meu teclado é em
alemão, e, por mais que eu o corrija, não existe a
acentuação adequada. Contudo, escrever o meu
livro em alemão, seria um suicídio... rs... Um
abraço”

Resposta:

Vejo que você está confusa. A idéia é boa, mas


você precisa se questionar: o livro é baseado em
fatos reais? Você fez uma ampla pesquisa?
Recolheu os dados necessários para fazer o livro?

32
A obra é uma ficção? Responda essas perguntas em
uma folha de papel e releia o seu texto. Quando
terminar, responda novamente. Compare as
respostas e veja se elas coincidem. Esse exercício é
válido porque as primeiras respostas que damos são
emocionais e as segundas – após lermos o livro –
são racionais. Se elas não coincidirem, opte pelas
racionais. Nesse momento, a razão deve prevalecer.
Nunca tome uma decisão precipitada. Leia, releia e
só depois envie para as editoras. Elas recebem, no
mínimo, 20 originais por dia. Todos os livros que
chegam são colocados no final da fila e depois,
teoricamente, são lidos. Se um editor pega um livro
com erros para ler, esse livro é rapidamente
descartado. Pense nisso! Vale uma última
observação: o título do seu livro é muito bom.
Querendo ou não, o editor, quando lê um título sem
nexo, rapidamente descarta a obra. Agora, quando
pega um livro com um título bom – como o seu -, a
leitura torna-se mais agradável e as chances de
serem publicados aumentam.

33
POESIA

Pergunta:

“Prezado Rodrigo Capella, ás vezes me frustro por


escrever poesias. Aí, vago para os pensamentos,
paras crônicas "brutas"..., muitas precisam ser
lapidadas. Tem dias que penso em pegar tudo e
tacar fogo. Foi desses pensamentos tolos, que um
dia rabisquei a poesia abaixo. Lembro que no
rodapé da página, na qual a escrevi, grafei: "que
não seja esta a minha sina". Pena que sabemos ser
esta a de muitos poetas brasileiros. A minha poesia
começa assim: Esse menino tem futuro/ Diziam pro
pobre coitado/ Que de tanto ser lambido/ Ver seus
sonhos maltratados/ Já não era mais menino/ Era
jovem, e bem formado”.

Resposta:

Todo poeta tem uma sina, mas eu diria melhor:


todo poeta tem uma missão. A minha é valorizar a
poesia e, pelo visto, a sua também é. Não deixe,
meu amigo, pequenos obstáculos atrapalharem a
sua composição poética. Você sabe que atualmente
existe um complô contra a poesia – todos fazem de
tudo para a poesia não vender – e cabe a nós,

34
poetas e escritores, reverter esse quadro. A sua
poesia tem muita qualidade e você não deve
desistir. A sua rima é natural, não é forçada. Eu
condeno a rima forçada e fico contente quando
algum poeta tem o dom de se expressar, se recorrer
a uma técnica pré-estabelecida. Vá em frente e não
se esqueça de me convidar para o lançamento do
teu próximo livro.

35
REGRAS PARA A ESCRITA

Pergunta:

“A produção poética não precisa seguir regras pré-


definidas, se adequar dentro de paradigmas e
escolas; penso na poesia não apenas como a
expressão da interioridade de um sujeito em sua
relação consigo mesmo e com o mundo; penso nas
poesias como armas, ferramentas que servirão,
também, para questionar, para escandalizar (no
sentido de questionar o que está naturalizado), de
provocar e, por que não, participar da invenção de
novos mundos possíveis. Também escrevo poesias,
quer dizer, sou um aprendiz de poeta e escritor.
Criei recentemente um blog, no qual publico as
minha obras”.

Resposta:

Amigo José Rodrigues, excelente o seu


pensamento. Eu acrescentaria também que poesia é
vida, que é vontade de viver e, que sem ela, as
outras artes seriam muito pobres e teriam apenas
metade de sua força. Sem a poesia, o homem não
vive, não respira e se esconde do mundo. Com a
poesia, todos vivem bem. Eu diria, então, que a

36
poesia é o combustível da vida. Vale um
comentário sobre o seu blog: você acertou em
cheio, o conteúdo é bem interessante e bem
dinâmico. Hoje, em dia, o poeta precisa se interagir
com o público e, um das formas de se fazer isso, é
tendo um blog.

37
LIVRARIAS

Pergunta:

“Rodrigo, você não acha que o número de livrarias


no Brasil ainda é baixo? Qual sua opinião sobre
esse atual cenário em que vive o jovem escritor que
quer publicar livros?”

Resposta:

Os números são divergentes: para algumas


entidades, o Brasil possui 1.700 livrarias; para
outras, 2.600. Mas, o fato é que, em um país com
180 milhões de habitantes, o índice “livraria por
habitante” é realmente insignificante. E ainda tem
mais: as lojas estão espalhadas por apenas 10% dos
municípios brasileiros. A população, que já não se
sente motivada para comprar livros, vê esse fato
como uma barreira e opta por acessar a Internet
para ler de tudo, menos livro. Mas, não podemos
desanimar. O desafio é grande e cabe a nós poetas
revertermos esse quadro.

38
ENSINO À DISTÂNCIA

Pergunta:

“Rodrigo, muito tem se falado no Brasil sobre o


ensino à distância. Em sua opinião, ele nos ajuda a
termos mais visibilidade e a conseguirmos publicar
os nossos livros? Ou essa análise está
equivocada?”.

Resposta:

Os defensores o ensino à distância argumentam


que, ao utilizar a Internet e participar de cursos via
web, os alunos seriam motivados a pesquisar sobre
as diversas tendências da escrita e, com isso,
passariam a consumir mais livros. Na outra frente,
os opositores acreditam que a busca por novas
obras só ocorre quando o estudante recebe estímulo
dos professores, muitas vezes especializados em
determinados assuntos de nossa literatura. Eu
acrescentaria mais alguns argumentos: assistir um
curso de literatura pela Internet é como
acompanhar uma partida de futebol pela televisão.
Não tem a menor graça. Diminui-se a emoção de
ver o time entrar em campo, deixa-se de comer hot
dog com queijo e mais: o gol perde grande parte de
sua característica, sentido e cor.

39
CONCEITO DE
LITERATURA

Pergunta:

“Rodrigo, pensei em escrever um livro, mas não fui


à diante. Quando comentei com alguns amigos, eles
me perguntaram o que era literatura? Não soube
responder”.

Resposta:

A literatura, assim como o esporte mais popular do


Brasil, é feita de momentos. O lance é único, o
gesto merece ser contemplado por minutos e o
drible precisa ser eternizado com uma fotografia
marcante. Nunca desista. Diga aos seus amigos que
a literatura vem da alma e que só quem escreve
sabe defini-la.

40
PREGUIÇA

Pergunta:

“Caro, em sua opinião o brasileiro é preguiçoso


para ler? Publiquei vários livros, mas não consigo
vendê-los. O problema está comigo?”.

Resposta:

Sim, o brasileiro tem esse defeito. A preguiça é o


principal fator para o baixo índice de leitura e,
normalmente, vem associada ao desinteresse.
Como desculpa, dizem que o tempo para lazer é
curto. A população e os críticos literários
assimilaram essa informação com tal força e
sustentam como se ela fosse verdadeira, enganando
a todos e estagnando um processo vicioso. Está na
hora de uma verdadeira revolução no mundo das
letras, com propostas e metas bem definidas. O
livro deve estar sempre ao lado do abajur, na mesa
da sala, do lado do computador. Ele, em poucas
palavras, deve ser incorporado ao cotidiano dos
brasileiros. Motivo: a leitura estimula a
imaginação, auxilia o homem a buscar soluções
para os problemas do mundo e, de quebra, constrói
um país de leitores, característica que, infelizmente,
anda muito em falta por aqui e dificilmente será
mudada. A preguiça agradece e parece estar
enraizada no povo brasileiro, que sonha em ser

41
primeiro mundo, mas esquece que a transformação
começa no primeiro parágrafo de um livro.

42
INCLUSÃO DIGITAL

Pergunta:

“A inclusão digital é uma boa ferramenta para os


escritores? De que forma ela pode nos ajudar?”

Resposta:

A inclusão digital é uma boa ferramenta, embora


devesse ser rapidamente ampliada. Possibilitar aos
jovens estudantes o acesso a cenários virtuais não é
e provavelmente nunca será a solução ideal para
suprirmos o déficit de educação, que, infelizmente,
vem se consolidando pelo Brasil, de Norte a Sul,
Leste a Oeste. A esse acesso devemos agregar aulas
sobre a Internet e suas aplicabilidades, dinâmicas
educativas com o objetivo de despertar no jovem a
busca por informações e conteúdos diversos, e
também pesquisas amplas que oferecerão
embasamentos antes dos jovens acessarem
desenfreadamente a Internet. Justificando: o livre
contato com esse mundo virtual pode, na maioria
das vezes, transformar os adolescentes em
dependentes de jogos com muita luta e sangue, e
pouco raciocínio e criatividade, estagnando, desta
forma, um processo educativo que se inicia na
maternidade e se estende por toda a vida.

43
ACESSO À INTERNET

Pergunta:

“Sou professora de literatura, no interior do Mato


Grosso, e gostaria de saber a importância das
crianças acessarem a internet desde cedo. Há
alguma específica?”

Resposta:

Os alunos precisam, desde cedo, ser incentivados a


ler via Internet. Tudo é uma questão de hábito. Se
for bem cultivado, os resultados serão muito
positivos e veremos, por exemplo, adolescentes
colando os olhos na tela para ler obras de autores
nacionais, como Machado de Assis e Lima Barreto,
mas também de internacionais, tais como Agatha
Christie e Sir Arthur Conan Doyle. Justificando: o
contato contínuo com esses romances vai,
certamente, enriquecer o vocabulário e a
argumentação dos jovens, ampliar sensivelmente o
conhecimento literário e histórico, oferecer
momentos de puro prazer e, principalmente,
mostrar que ler no computador pode ser tão
divertido quanto jogar futebol na rua. Vale à pena
tentar e buscar um Brasil melhor. Com esses

44
procedimentos em prática e com muita dedicação
dos professores, monitores e alunos, a inclusão
digital pode ganhar em importância e, dessa
maneira, passar a ser um importante mecanismo de
incentivo á leitura, de amadurecimentos
psicológicos dos jovens e do conseqüente combate
ao déficit de educação.

45
GÊNERO

Pergunta:

“Quero escrever, mas estou em dúvida em relação


aos gêneros. Quais são os principais?”.

Resposta:

Definir o gênero do livro é uma das etapas mais


importantes. Pode ser romance, conto, crônica,
poesia e biografia, entre outros. O romance é
constituído, normalmente, por um texto longo,
dividido em capítulos. O principal representante
brasileiro é o já citado Machado de Assis, que nos
presenteou com ótimas obras, como Dom
Casmurro e Quincas Borba. Já a crônica e a poesia
são compostas por textos curtos. A primeira, muito
bem explorada por Carlos Heitor Cony, analisa o
cotidiano. A Segunda, imortalizada nas mãos de
Drumond de Andrade, procura demonstrar
sentimentos, normalmente, através de rimas.
Mostrando-se, então, muito diferente da biografia,
que narra acontecimentos e feitos de uma pessoa.
Ruy Castro, com sua linguagem particular,
consegue facilmente encantar os leitores
interessados em personagens a la Carmem
Miranda.

46
BOA IDEIA

Pergunta:

“Já escrevi várias histórias e sempre joguei na lata


do lixo. Acho que falta criatividade nos meus
textos. Mas, não sei o que fazer. Acho que preciso
de uma boa ideia. O que eu faço?”

Resposta:

A resposta é simples, simples demais: olhe ao seu


redor, observe os pássaros e perca alguns minutos
estudando o jardim. Ela pode estar mais próxima
do que você imagina. Que tal escrever sobre o Dia
Mundial do Livro, comemorado em 23 de abril?
Essa pode ser uma grande idéia.

47
ESTABELECER UMA
LINGUAGEM

Pergunta:

“Escrevi o primeiro capítulo do meu livro, mas


ficou confuso. Conversei com a minha professora e
ela disse que é necessário se estabelecer uma
linguagem. Você concorda?”

Resposta:

Sim, claro, Estabelecer uma linguagem adequada


para ser utilizada na obra é fundamental para uma
boa leitura do livro e também para garantir um
volume de vendas considerável. O Código Da
Vinci, por exemplo, só fez sucesso porque
apresentou um texto apropriado para o público
alvo. Antes de elaborar uma linguagem, pense no
leitor e questione se ele vai entender o que está
escrito. Crianças gostam de palavras fáceis e textos
curtos, adolescentes têm necessidades de conhecer
textos provocadores e com palavras novas, e
adultos, na maioria das vezes, preferem textos mais
rebuscados.

48
TERMINEI DE ESCREVER,
E AGORA?

Pergunta:

“Terminei de escrever o meu livro. O que eu faço


agora? Tem alguma dica?”

Resposta:

Recomendo você ler e reler o texto, sem pressa.


Veja se o conteúdo dele interessa ao leitor,
questione mais uma vez se o público vai entender o
que está escrito. Se a resposta for negativa, tranque
o material numa gaveta e comece do zero. É melhor
errar agora do que receber várias negativas e a obra
não ser publicada.

49
DICAS ESSENCIAIS

Pergunta:

“Olá, leio sempre os seus artigos e textos. De uma


forma resumida, quais são as dicas essenciais para
quem quer escrever um bom livro? Preciso delas
com urgência!!”.

Resposta:

Consulte sempre um dicionário, formule frases


explicativas para guiar o leitor e não se esqueça de
descrever bem os personagens, destacando as
características marcantes, como uma cicatriz ou um
cabelo azul.

50
O PÚBLICO

Pergunta:

“Rodrigo, você sempre determina o público que


você quer atingir antes de começar a escrever?
Qual a importância de se fazer isso? Estou me
sentindo um pouco confuso com relação a isso”.

Resposta:

Sim, antes de pegar o lápis e uma folha de papel,


determine o público que você pretende atingir. Ele
é normalmente dividido, pelas editoras, em infantil,
juvenil e adulto. Reflita e não tenha pressa para
fazer a escolha adequada. Uma decisão mal tomada
no início do processo pode comprometer todo o
resto do trabalho. Os grandes autores de nossa
literatura sempre tiveram a preocupação de
direcionar as suas obras. Monteiro Lobato, por
exemplo, escreveu vários textos para crianças. Já
Pedro Bandeira soube, como ninguém, atingir os
adolescentes ao criar os Karas, grupo de jovens que
investigam mistérios e estão presentes em vários
livros do autor.

51
ANTOLOGIAS

Pergunta:

“Rodrigo, qual a sua opinião sobre as antologias?


Por que as editoras publicam cada vez mais livros
deste tipo?”

Resposta:

Cada vez mais as editoras investem na publicação


de antologias poéticas, de vários temas e autores.
Vale aquela máxima: quanto maior o número de
autores, melhor. Afinal, um deles pode, em muito
breve, trilhar uma carreira de sucesso e conferir
credibilidade ás próximas antologias publicadas.
Todo editora sonha em revelar novos talentos e,
com a publicação desse tipo de livro, a tarefa fica
mais fácil. Outro motivo que sustenta a publicação
de antologias é a maior possibilidade de vendas. O
grande número de autores, nesse caso, impulsiona
uma vendagem numerosa já no dia do lançamento,
quando autores convidam parentes e amigos para
tomar um vinho e receber autógrafo. Muitas
pessoas compram os livros, a editora fatura mais do
que se publicasse obra com apenas um autor e já
pensa na próxima antologia. É assim que tem
funcionado boa parte do mercado editorial
brasileiro. A publicação de antologia atrás de

52
antologia tem sido constante e mostra um contraste.
Algumas editoras se preocupam com o conteúdo,
oferecendo material de boa qualidade; outras nem
tanto, optando por inserir autores de várias cidades
do Brasil para ganhar visibilidade. Um terceiro
motivo que tem contribuído para as editoras
apostarem nesse tipo de publicação tem sido a
grande aceitação das livrarias. Além de vender bem
no lançamento, muitas antologias ganham destaque
nas prateleiras, vendem bem e, em alguns casos,
entram para a lista dos livros mais vendidos, em
determinadas regiões do Brasil, tornando-se a
galinha de ouro das editoras.

53
INSEGURANÇA

Pergunta:

Pra quem gosta de escrever (como eu) e é bem


amador e inseguro (como eu) e tem seus escritos
guardados na gaveta (como eu kkk) ... como saber
se o que escrevemos tem algum valor literário para
ousar publicá-los ou se devem permanecer
guardados? Apesar de ser uma pergunta pessoal, sei
que vale pra muitas outras pessoas

Resposta:

Vale como dica mostrar para os amigos, ouvi-los e


sempre revisar o texto antes de enviar para as
editoras. Um livro precisa atender uma proposta, se
atender, ele é um bom livro. E lembre-se: existem
vários tipos de livros porque existem vários tipos
de leitores. Vá em frente!!

54
DOIS TIPOS DE EDITORAS

Pergunta:

“Olá, conversei com um amigo, e ele me disse que


existem editoras comerciais e prestadoras de
serviço. Qual delas é melhor? Como funcionam?”

Resposta:

No Brasil, existem dois tipos de editoras: comercial


e prestadora de serviço. Uma editora comercial
patrocina o seu projeto (leia-se livro) e investe em
divulgação e marketing para vender o maior
número de exemplares possíveis. Já, em uma
prestadora de serviço, o autor arca com todos os
custos da publicação. Quais as vantagens? Uma
prestadora de serviço entrega uma considerável
quantidade de livros para o autor, sem que ele
precise implorar. Já uma editora comercial
consegue colocar o livro, com mais facilidade, nas
livrarias e tem uma boa distribuição. Pense bem e
escolha para qual editora você quer enviar os
originais. Sempre é bom destacar que uma editora
comercial somente patrocina um livro se ele se
encaixa na seguinte proposta: vende, dá prestígio e
aumenta a credibilidade da editora. Por isso, antes
de submeter um livro á avaliação de uma editora,
questione se ele realmente se enquadra no que
acabei de expor. Se sim, envie os originais. Se não,

55
reescreva o livro. É melhor ele ser reescrito agora
do que você perder bastante tempo e dinheiro
enviando originais que nunca serão lidos ou
publicados. A maioria dos livros é recusada por
uma editora comercial porque apresentam,
principalmente, falta de qualidade literária e
desacordo com a linha de publicações sustentada
pela editora. Então, pense nisso! Se o seu livro é de
poesia, envie para uma editora que publique esse
tipo de livro. Parece óbvio, mas muitos autores
costumam errar. Quando você enviar seus originais
a uma editora, prepare uma boa apresentação do
livro, discorrendo detalhadamente sobre a proposta
dele e apresentando argumentações. Prepare
também um currículo, contando sobre as suas
experiências profissionais. Imprima seu livro em
folhas brancas e que proporcione boa visualização.
Junte todo esse material, coloque em um envelope
e envie. Não é necessário preparar um layout
diferenciado. Apenas digite o texto no programa
word, letra Times New Roman fonte 12.

56
O TEMA

Pergunta:

“Eu sempre tive vontade de escrever alguma coisa


contando uma historia de todas as paixões de um
rapaz em sua vida, uma por uma tipo assim como
uma narrativa, como se eu tivesse no lugar dessa
pessoa, como se fosse se eu tivesse falando de
mim... O que você acha? Seria uma boa ou não?”

Resposta:

O tema é bem interessante. Você pode, por


exemplo, mostrar os vários tipos de mulheres e de
manias. Sempre tente, no livro, mostrar um
diferencial e apresentar elementos marcantes. É
disso que o leitor gosta e aprecia!

57
PREFÁCIO

Pergunta:

“Escritores cobrão para fazer prefácio? Como


funciona isso?”

Resposta:

Alguns cobram; outros não. O valor pode chegar a


R$ 3.000, dependendo do autor. Mas, depende da
amizade que você tem com eles. Se é amigo, não
cobram. Portanto, em uma hora como essa, sempre
recorra aos amigos.

58
POLÊMICA

Pergunta:

“Existe dificuldade de publicar um livro muito


crítico? Estou escrevendo uma estória de ficção que
critica meio que indiretamente a corrupção em
instituições públicas como a polícia, a ABIN, a
câmara, etc. Ela pode ser recusada pelas editoras
por isso?”

Resposta:

Polêmicas sempre vendem! Você está seguindo um


bom caminho. Vá em frente. As editoras realmente
não explicam claramente a rejeição dos livros. O
fato é que elas apostam cada vez mais em livros
internacionais, deixando pouco espaço para os
autores brasileiros. Isso é lamentável!

59
COMENTÁRIOS

Pergunta:

“Fala Rodrigo! Estou muito preocupado com os


comentários sobre os meus livros. Algumas pessoas
gostam; outras não. O que devo fazer?”

Resposta:

Não se preocupe muito com comentários,


principalmente se você acredita no que está
escrevendo. Siga sua intuição e elabore o texto.
Coloque muita emoção no texto e vá em frente.
Não interrompa um raciocínio!! Dedique-se, ao
máximo, à construção do livro.

60
DAR CERTO

Pergunta:

“Olá, Rodrigo, em sua opinião, o que um livro


precisa para dar realmente certo?

Resposta:

Um livro precisa, principalmente, comover o leitor.


Se isso ocorre, as chances de ser sucesso são
grandes. Mas, antes de tudo, o livro precisa ser
"vendável", ou seja, a editora precisa achar que ele
vai realmente vender. Se não, não publicará.

61
O LEITOR

Pergunta:

“Muitos livros são publicados por semana. No meio


deste monte de obras, o que a minha precisa ter
para atrair a atenção do leitor?”

Resposta:

O leitor tem, cada vez mais, menos tempo para a


leitura. Por isso, um livro precisa oferecer conforto
e aventura ao leitor. O leitor precisa querer fazer
parte da aventura e se envolver com ela a todo
instante. Ele precisa ter, constantemente, a
sensação de que faz parte do mundo que está sendo
descrito.

62
A MÍDIA
Pergunta:

“Na Europa e nos Estados Unidos, a mídia


influencia, tornando livros medíocres um grande
sucesso. No Brasil, isso ocorre? Até que ponto?”

Resposta:

Aqui no Brasil, a influência não é tão grande, pois


não existe imprensa especializada em literatura.
Prova disso é que muitos escritores acabam
resenhando livros de colegas. Mas, a mídia tem um
papel importante e deve ser respeitada.

63
BEST-SELLERS

Pergunta:

“Tenho visto, atualmente, vários livros se tornarem


best-sellers. Isso ocorre porque realmente são
criativos ou porque se trata de uma grande jogada
de marketing?”

Resposta:

Na maioria das vezes, por marketing. Vale a


máxima: quanto mais divulgado, quanto mais visto,
mais será comprado. Mais os leitores se sentiram
atraídos a adquirir o livro e mergulhar no universo
que ele oferece. Portanto, todo livro tem que ser
divulgado, só assim será lido.

64
ACORDO ORTOGRÁFICO

Pergunta:

“Um escritor que publica seu livro antes do acordo


ortográfico pode sair perdendo, digo,
financeiramente. E tanto com relação ao trabalho
de rever todo o texto e colocá-lo nas novas regras
gramaticais?”

Resposta:

Ainda há e haverá muitos livros nas prateleiras com


as regras antigas. Mas, vale sim essa preocupação.
Se der tempo, adapte tudo às novas normas, se não
der, não será um grande problema, pois os leitores
compreenderão as mensagens da mesma forma.

65
PARTICULARIDADES

Pergunta:

"Rodrigo, solicito uma informação: quais os


requisitos exigidos para alguém se tornar um
agente literário? Sou formada em Letras e
atualmente trabalho como revisora de textos, livros,
monografias etc. Sou apaixonada por livros e
pensei na possibilidade de trabalhar com
agenciamento. Você poderia me indicar um
caminho? Desde já agradeço a atenção."

Resposta:

É imprescindível que o agente literário conhece


todas as particularidades do mercado editorial. Ele
precisa mapear todo o setor e saber quais os livros,
por exemplo, que estão sendo publicados no
momento e por quais editoras. O agente faz a ponte
entre o escritor e a editora e precisa executar essa
tarefa com o máximo de precisão, cautela e
dinamismo. Normalmente, no Brasil, os próprios
autores encaminham seus livros para as editoras,
pois não têm recursos para contratar um agente.

66
RECURSOS PRÓPRIOS

Pergunta:

“Publicar o livro com recursos próprios e também


vender por conta própria, funciona? Ou é muito
arriscado? Isso realmente dá certo? Como?”.

Resposta:

Já li alguns casos e conheço alguns escritores que


se deram bem. Mas, publicar por conta própria é
sempre mais difícil. As editoras barram a entrada
do livro e a mídia raramente os divulga. Sem
divulgação e sem vender em livrarias, raramente se
consegue obter êxito. Acho que sempre vale enviar
para as grandes editoras, elas podem sim se
interessar.

67
A RESPOSTA
Pergunta:

“Enviei os originais para uma editora, mas até


agora não obtive resposta. É verdade que a resposta
de uma editora pode chegar a até um ano?”

Resposta:

Sim, as editoras demoram bastante e não adianta


entrar em contato com elas. O processo é lento e,
em muitos casos, desrespeitador. Só nos resta
esperar e torcer. Se for aprovado, elas vão te ligar.
Se não for, você receberá algumas cartas.

68
A CAPA

Pergunta:

Se um projeto for aprovado, quais os direitos que o


autor tem para escolher a capa e dar palpites?

Resposta:

Algumas editoras mostram a capa para o autor dar


sugestões; outras simplesmente fazem a capa sem
mostrar nada ao autor. Depende muito. Mas, nunca
ouvi casos do autor pedir para olhar a capa e não
ser atendido. Portanto, temos sempre que pedir a
capa para ver se gostamos e também para darmos
opinião

69
A ORELHA

Pergunta:

“O autor pode dar sugestões em relação à orelha do


livro? Ou a editora escolhe tudo? Como funciona?”

Resposta:

Quanto à orelha, o autor pode sugerir os textos e


imagens que serão colocados. Mas, a editora tem
direito à escolha final. Afinal, ela está investindo
no projeto e tem amplos conhecimentos de
mercado e público-alvo.

70
E-BOOK

Pergunta:

“Acabei de escrever um livro, só falta revisar para


poder publicar. Tenho um grande sonho, de tornar
meu livro algo real, mas... tenho visto muitos
obstáculos a minha frente. Hoje o e-book, seria o
melhor caminho?”

Resposta:

O e-book é uma alternativa cada vez mais viável e


interessante. O meu livro “Rir ou Chorar”, por
exemplo, depois de vender 3.000 exemplares, será
transformado em e-book. Acho que vale a tentativa,
pois a Internet tem um público bem segmentado,
critico e exigente.

71
O CONTATO

Pergunta:

"Olá, Rodrigo, li em suas dicas que um escritor tem


de analisar o púbico-alvo da obra, estudar muito
para não se enrolar com fatos e etc. Isso foi muito
esclarecedor para mim. Estou na correção de meu
livro e o terminarei em muito pouco tempo.
Gostaria de saber se você pode me informar como
entro em contato com editoras que publicam livros
voltados para público acima de 16 anos. Sei que é
uma pergunta meio vaga, mas preciso da resposta
de um especialista. Só para informar: é um livro de
fantasia".

Resposta:

Cada editora tem o seu sistema próprio para envio


de originais. Algumas pedem que o material seja
enviado por e-mail; outras pelo correio. Uma dica:
visite sempre os sites das editoras. Lá, você irá
encontrar informações detalhadas para o envio dos
originais.

72
A DIVULGAÇÃO

Pergunta:

"Olá, sou uma jovem escritora, com apenas um


livro publicado. Quando lancei, não fiz questão de
divulgá-lo, mas agora que vou lançar o segundo e
quero divulgar na Internet, só na Internet basta?"

Resposta:

Divulgar o livro na internet é um primeiro passo.


Mas, a sua divulgação deve ser ampla e atingir o
maior número de interessados possível. Para tanto,
tente divulgá-lo em rádio, TV, jornais e revistas.
Mas, não se esqueça do Orkut e Twitter, por
exemplo. Divulgue no maior numero de mídia
possível. Vá em frente!

73
ACORDOS FINANCEIROS

Pergunta:

Estou escrevendo um livro de ficção e gostaria de


saber: qual o retorno financeiro? A editora compra
os direitos autorais ou simplesmente o distribui e
você ganha por unidade vendida? Quais os acordos
mais comuns em termos financeiros?

Resposta:

Uma dica inicial: escreva por amor à arte das


palavras. Inicialmente, não pense no retorno
financeiro. Vamos às respostas: há duas
possibilidades. Ou a editora compra os direitos ou
você tem uma participação nas vendas, em geral de
10%. Depende da editora, do tema do livro e do
momento editorial.

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OUTROS LIVROS DE
RODRIGO CAPELLA

- Enigmas e Passaportes
- Como mimar seu cão
- Transroca, o navio proibido
- Poesia não vende
- Rir ou Chorar
- Assessoria de Imprensa – fonte qualificada para
uma boa notícia
- Loucuras de um escritor

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