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Escola Secundária Alfredo da Silva

BARREIRO

PORTUGUÊS
Maio/2008 11º ANO

Enquadramento histórico da poesia de Cesário Verde

Transformações da sociedade portuguesa a partir de


meados do séc. XIX

1- Introdução

No período em que viveu Cesário Verde (1855 a 1866 ), o


Portugal velho está em profunda transformação.
Vimos o longo período da crise provocada pelas invasões
napoleónicas, pelas lutas liberais, pela perda da colónia
brasileira, pela ascensão da burguesia ao poder, pela
instabilidade política e governativa, crise essa que se caracterizou a primeira metade do
século XIX em Portugal e em que se enquadrou o nosso Primeiro Romantismo.
Vimos depois, que o levantamento militar de Saldanha, em 1851, introduziu um
período de estabilidade política, sob a égide do partido regenerador, que encaminhou a
sua actuação para os melhoramentos materiais, difundindo confiança no progresso.
Baseando-se no crédito financeiro nacional ou estrangeiro, o governo da Regeneração
deu primazia ao lançamento dos meios de transporte e de comunicação que conduziram
ao desenvolvimento da agricultura, sem que a indústria e a pequena burguesia urbana
tenham sido alvo de idêntico apoio. O descurar dos sectores primário e secundário da
economia e a tendência para a especulação desenfreada levaram à queda do governo
regenerador em 1868 (revolta da Janeirinha) e conduziram à crise de 1876. Entretanto,
neste período de aparente progresso inserimos a produção literária de Júlio Diniz, alheia
ainda ao processo de industrialização, foi no segundo Romantismo.
A terceira geração romântica surge nos anos 70 (realismo) e coincide com o regresso
ao poder de Fontes Pereira de Melo (1871-1877). Aquando da crise económica de 1876,
surge o partido progressista que irá alternar com o regenerador até ao fim da monarquia,
não tendo sabido nenhum deles resolver os grandes problemas sócio-económicos, entre
outros, com que o país se deparava. É neste período que se insere a poesia de Cesário e,
por isso, convém acompanhar mais detalhadamente as alterações, sobretudo as urbanas,
sofridas pelo país a partir dos anos 70, algumas delas registadas nos seus poemas.

2- Desenvolvimento capitalista e processo de urbanização em Portugal a


partir de 1870

O Fontismo Regenerador ( 1871-1877) traz profundas transformações: incremento


sensível da produção industrial, fomento agrícola, facilitação na comercialização dos
produtos, aumento do consuma e das classes trabalhadoras assalariadas (operários da

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indústria e da construção civil), aumento dos transportes, desenvolvimento da
mineração , das pescas, da indústria do tabaco... A multiplicação dos meios de
transportes (caminhos de ferro, transportes urbanos colectivos) e dos meios de
comunicação (jornal, telégrafo) favorece o desenvolvimento de todos os sectores da
economia. Paralelamente, verificam-se migrações internas para a cidade uma enorme
emigração para o Brasil, como sintoma das dificuldades no campo e do apelo exercido
pelos meios urbanos. Lisboa conhece os problemas peculiares do rápido
desenvolvimento urbano a que o poder não sabe dar resposta, designadamente no que
diz respeito á salubridade pública (tuberculose, febre amarela e peste).
Assim, o desenvolvimento capitalista revela-se, desde o seu início, grosseiro e
caótico, ainda mais em Lisboa do que nas outras cidades europeias industrializadas.

Enquadramento Estético - Literário da poesia de Cesário Verde

Poeta da cidade, um dos maiores em qualquer tempo em qualquer língua, por isso
mesmo que genuíno, original, profundamente renovador, quer ao descrever os quadros e
os tipos citadinos, quer ao denunciar, em sóbrias palavras, as atitudes subjectivas
provocadas pela vida exterior.
Cesário tem o culto da descrição, da contenção. A sensibilidade e a fantasia são nele
dominantes pela estética anti romântica, pela reserva irónica, pela sábia composição,
pelo gosto de polir a frio os seus versos.
Há certo candismo nesta fuga a ênfase e ao derrame lírico. Há também o propósito
ser do seu temperamento, ostensivamente positivo e natural. Se bem ponderarmos
Cesário só é anti-retórico no sentido da retórica tradicional, incontida e verbosa; a arte
de escrever tomou para ele grande importância á medida que se descobriu como poeta:
escrever bem era em Cesário ver bem, seleccionar e dosear as impressões, realçar as
linhas e os volumes, o agradável e o acerbo, o nobre e o corriqueiro, por meio de
alternâncias e contrastes premeditados que emitem o desfile descontínuo e o regresso
obsessivo das ideias fortuitas. Sem dúvida, vivia em grande parte pelos sentidos,
euforicamente, na cidade como no campo, antecipando-se à lição antimetafísica de
Alberto Caeiro:

Lavo, refresco, limpo os


meus sentidos.
E tangem-me excitados,
sacudidos,
O tacto, a vista, o ouvido, o
gosto, o olfacto!

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Temas dos poemas de Cesário

“ Contrariedades” - A critica sócio-cultural.

“ Deslumbramentos”, “A débil”, “Manhãs Brumosas” – A diversidade dos perfis


femininos.

“ De tarde” – A aguarela impressionista.

“ Nós” – O campo e a cidade.

“Cristalizações” – Apologia do povo trabalhador, num ambiente citadino.

“ Sentimento de um ocidental” – A visão nocturna da cidade – Realismo/


Simbolismo

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