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20/01/2009
Central Destino de Produção Cap. 12
Inspirada no original de
Janete Clair
Colaboração de
Eduardo Secco
Direção
Claudio Boeckel e Marco Rodrigo
Direção Geral
Luiz Fernando Carvalho
Núcleo
Luiz Fernando Carvalho
Personagens deste capítulo
Atenção
“ Este texto é de propriedade intelectual exclusiva da TV DESTINO LTDA e por conter informações confidenciais, não
poderá ser copiado, cedido, vendido ou divulgado de qualquer forma e por qualquer meio, sem o prévio e expresso
consentimento da mesma.No caso de violação do sigilo, a parte infratora estará sujeita às penalidades previstas em
lei e/ou contrato.”
FOGO SOBRE TERRA Capítulo 12 Pag.: 2
BÁRBARA — Mas não é que até o meu irmão mais gato tá aqui pra me receber?
DIOGO — Tô bem.
CELESTE — Estou.
BÁRBARA — Nem tudo é perfeito, não é? (p) Ficou muito irritada com a minha
volta?
BÁRBARA — Pôxa. Treinei tanto pra isso. Mas não faz mal! Juro que vou me
dedicar mais e da próxima vez eu consigo.
HEITOR — Minha filha, você acabou de chegar, não vai começar a implicar com
a Celeste, não é?
BÁRBARA — Um anti-rugas novo. Dizem que é maravilhoso. Achei que o seu não
tava fazendo muito efeito.
BÁRBARA — Não sabia que o senhor estava aqui no Brasil. Desistiu da vida no
Canadá?
BÁRBARA — Business.
HEITOR — Mas será que vocês duas não podem parar com essas provocações?
Coisa mais desagradável.
DIOGO SORRI.
DIOGO — Um pouco.
HEITOR — Quem sabe o Diogo não resolve voltar a morar no Brasil? Assim você
pode matar essas saudades.
BÁRBARA — Tá certo. Pede um salário bem alto. Seu Heitor anda muito muquirana
ultimamente.
HEITOR RI.
HEITOR — Muquirana?
CELESTE — Se ele fosse tão muquirana assim, você não teria passado tanto tempo
viajando.
BÁRBARA — Flor do meu jardim, quantidade não é qualidade. Com a sua idade
você já deveria saber disso. Eu fui mesmo pra muitos lugares, mas
poderia ter aproveitado muito mais se o papai tivesse me dado um pouco
mais de verba.
HEITOR — Bárbara gasta por dia o que uma família gasta no mês.
FOGO SOBRE TERRA Capítulo 12 Pag.: 5
HEITOR — Minha filha, já está na hora de criar juízo. Você não é mais nenhuma
menina.
HEITOR — Não é nada disso. Eu só acho que você deveria dar um rumo na sua
vida. Não dá pra ficar nesse oba-oba indefinidamente.
BÁRBARA — Sei muito bem que rumo é esse que o senhor ta me sugerindo. Diogo,
meu pai ta louco pra me casar. Quer se ver livre de mim.
DIOGO RI.
BÁRBARA — É? Então pode ficar com a minha parte. Imagina que eu vou ter que
me matar lavando cueca e cuidando de criança.
CELESTE — Do jeito que ela fala até parece que vai se casar com um peão de
obras.
BÁRBARA — Pra que eu vou mudar de vida se gosto tanto dessa que eu levo?
HEITOR — Porque eu não sou eterno. Uma hora vou morrer. E aí? Como é que
você vai fazer?
BÁRBARA SE LEVANTA.
BÁRBARA — Meus amores, adorei ver todos vocês, mas agora eu vou passar horas
no meu banho de espuma. Celeste, depois pede pra Luzia levar minhas
malas lá pro quarto. Beijinhos.
BÁRBARA SAI.
DIOGO — Desde que nós éramos pequenos, a Bárbara já fazia essas coisas.
Sempre doidinha.
FOGO SOBRE TERRA Capítulo 12 Pag.: 6
CELESTE — Claro! Seu tio sempre fez as vontades dela. Por isso que a Bárbara
ficou assim. Falta de limite.
CELESTE — Sobrou mesmo. Você sabe que o que eu estou dizendo é a mais
absoluta verdade.
CELESTE SE LEVANTA.
CELESTE — Vou mandar a Luzia pegar essas malas e depois vou dormir. Boa
noite, Diogo.
CELESTE SAI.
OS DOIS SORRIEM.
HEITOR — Com a Bárbara de volta, essa casa vai ficar bem movimentada. Quero
ver se levo a Celeste comigo pra Divinéia, assim as duas não ficam se
engalfinhando.
DIOGO — Eu queria dar um pulo lá. (p) Faz muito tempo que eu não vejo o
Pedro.
DIOGO — Não. Muito raramente. Nós acabamos nos afastando. (p) Eu acho que
o Pedro nunca me perdoou por eu ter ido embora e deixado ele lá.
HEITOR — Ele ficou porque quis, Diogo. Foi uma escolha dele, assim como você
teve a sua. Não seria justo você abrir mão de tudo só porque ele não quis
sair de Divinéia.
DIOGO — Eu sei, mas eu sinto falta dele. Sinto falta de estar com ele, de
conversar. De falar das nossas lembranças.
HEITOR — Eu entendo. (p) Diogo, eu acho que o Pedro não deve ter guardado
nenhuma mágoa. Ou pelo menos nenhuma muito forte. Nada que uma
boa conversa não resolva. Tenho certeza de que quando vocês se
encontrarem, não vão nem lembrar do que aconteceu.
FOGO SOBRE TERRA Capítulo 12 Pag.: 7
CORTA PARA:
O CELULAR TOCA.
CORTA PARA:
TALITA — Mas Bárbara, se você não quer nada com o menino, por que não
dispensa logo? (p) Sei. Porque você acha engraçado ver ele correndo
atrás de você. Isso não se faz. (p) Por que não.
TALITA SE SENTA.
TOCA A CAMPAINHA.
TALITA SE LEVANTA.
TALITA JOGA AS ROUPAS QUE ESTÃO PELO CHÃO PARA BAIXO DA CAMA E
COLOCA AS MALAS NO ARMÁRIO. OLHA O ESPELHO PARA CONFERIR SEU VISUAL E
DEPOIS SAI.
CORTA PARA:
ANDRÉ — Oi.
TALITA — Oi.
ANDRÉ — Demorei?
TALIA — Não. Já eu, acho que não posso dizer a mesma coisa.
ANDRÉ — Demais.
ANDRÉ SE SENTA.
ANDRÉ — Combinou.
TALITA — Então pronto. (p) André, você sabe tanto quanto eu que o que
acontece com a gente é tesão puro. É pele. Não têm porque ficar com
essa história de cobrança, de romance, de preocupação. Assim é bem
melhor. Não é?
ANDRÉ — Eu adoro.
TALITA — Eu também.
CORTA PARA:
CORTA PARA:
LEONOR — Então quer dizer que esses livros aqui são do seu amigo?
VINÍCIUS — É. São.
VINÍCIUS — Claro né, mãe! Tenho que me virar. A gente não têm dinheiro pra
comprar, eu peço emprestado.
LEONOR — Filho, você sabe que a gente vive com dificuldade. Eu queria ter
dinheiro pra você comprar todos os livros que precisa, mas eu não tenho
LEONOR — Você não vai começar com essa história de novo, vai?
VINÍCIUS — Que motivos? Por que eu não posso aceitar nenhuma ajuda do meu
pai?
LEONOR — Não fala uma coisa dessas, Vinícius. Eu sempre me matei de trabalhar
pra nunca faltar nada pra você. Não seja injusto comigo.
VINÍCIUS — A senhora sabe que não foi isso que eu quis dizer. (p) Eu sei que a
senhora sempre se sacrificou por mim. Eu reconheço isso. Só que eu
acho que a gente não precisava passar por nem metade das dificuldades
que a gente passa.
LEONOR — Vinícius...
FOGO SOBRE TERRA Capítulo 12 Pag.: 11
LEONOR — Vinícius!
LEONOR — Será que eu nunca vou ter paz? Será que esse fantasma do Arthur
nunca vai sair da minha vida?
CORTA PARA:
NARA — Virose?
CHICA — Virose.
CHICA — O médico falou, falou, mas eu num entendi foi é nada. To aqui
achando que nem ele sabe o que é. Mas ele disse que é normal.
NARA — Normal porque o filho num é dele. Pra menina precisa fica no hospital
num deve de sê coisa poca.
CHICA — Pois é. Ele perguntou se ela tava comendo direito. Disse que a pobre
tava fraquinha.
NARA — O que num farta nessa cidade é criança fraquinha. Esse povo vive
numa miséria desgraçada, Chica.
CHICA — E ocê acha que eu num sei disso? Ainda mais dispois da sêca.
CHICA — Dá pena de vê. Ainda mais depois que o médico falô isso. Ia passá a
noite com Rodoviária lá no hospital. O Doutor disse que parece que ela
vai fica boa logo.
CHICA — Pois é.
NARA — Tá mesmo.
NARA — Pedro anda muito quieto pro meu gosto. Vive pelos canto, pensando
na vida. Ele deve de tá com arguma coisa na cabeça.
NARA — Sua? Uai. O que foi que ocê fez pra ele ficá amuado desse jeito?
PEDRO — Cheguei.
PEDRO — Tinha muita coisa pra fazê. Gente, quero apresentá pra vocês o
Tonho. Ele começou a trabalhá hoje na fazenda.
TONHO — Noite.
NARA — Noite.
PEDRO — Tonho, essa aqui é Nara, que é como se fosse a minha mãe.
PEDRO — Trouxe Tonho porque, como ele chegou hoje, não têm nada em casa.
Têm janta pra gente?
NARA — E por acaso algum dia fartô comida aqui? Ocês sente aí que eu já vô
coloca na mesa.
TONHO — Dá licença.
CORTA PARA:
BRISA — Num intendi, pai. O senhor tá me dizendo que acha que Beato Juliano
sabe quem foi que robô os boi do Pedro?
ZÉ MARTINS — Se ele sabe, eu num sei, mas que ele tá escondendo arguma coisa, isso
eu boto minha mão na fogo.
ZÉ MARTINS — Num sei. Brisa, eu conheço Juliano há mais de trinta ano. Quando
nóis conversamo eu vi no olho dele que num tava me falando a verdade.
ZÉ MARTINS — É. Só que às veiz, a vida surpreende a gente. Nóis acaba fazeno o que
num gosta de fazê.
BRISA SAI
FOGO SOBRE TERRA Capítulo 12 Pag.: 14
CORTA PARA:
CAMILA — Oi pai.
BRENO — Nada. Pedem por pedi. Esse povo adora pedir. Não pode passar
ninguém melhorzinho que eles já estendem a mão.
BRENO — Eu vou lá falar com a sua mãe. Se não for ela vai ficar falando que
ninguém liga pra ela, que ninguém se importa.
BRENO SAI.
CORTA PARA:
FOGO SOBRE TERRA Capítulo 12 Pag.: 15
LOURDES — Já falei que não vou comer! Nem vou sair daqui! Me deixem em paz!
LOURDES — Lourdinha? Lourdinha é uma pinóia! Sai daqui, Breno! Eu não quero
nem ouvir a sua voz!
LOURDES — Não abro! Não abro! (p) Pensando bem, eu abro sim!
LOURDES — O que foi que você não fez! Como sempre, você não fez nada!
LOURDES — Por acaso você não tá lembrado de onde eu pedi pra você ir comigo?
BRENO — No mercado?
BRENO — O que?
BRENO — Como é?
LOURDES — Expulsa! Eu fui expulsa da Igreja que nem uma cachorro sarnento!
LOURDES — Por que o padre não gosta de mim! Por que dona Hilda não gosta de
mim! Por que as beatas não gostam de mim!
BRENO — Mas...
CORTA PARA:
BRENO — Eu tô falando sério, minha filha. Ela acabou de me dizer que o Padre
expulsou ela da Igreja.
CAMILA — Como é?
BRENO — Você acredita mesmo que o Padre Luís ia botar a sua mãe pra fora da
Igreja?
BRENO — Pois é. Eu também tenho certeza que não, mas não é o que ela diz.
BRENO — Sei. (p) Em todo caso, amanhã eu vou falar com o Padre. Vou tirar
essa história à limpo. Pelo menos ela vai parar de dizer que eu não ligo
pra ela, que não escuto o que ela fala. Quero ver qual é a história que
Padre Luís vai me contar. (p) Passa o bolinho.
CORTA PARA:
PEDRO — Eu também.
CHICA — Tonho é muito bonzinho, mas eu tava louca pra ele ir embora.
CHICA — Por causa daquele monte de coisa que eu lhe falei. Fiquei pensano em
casa e acho que eu fui longe demais. Num quero que ocê fique pensando
que eu lhe acho um fracassado.
PEDRO — Acho.
CHICA — Então...
PEDRO — Não tô dizendo que vô fazê o que ocê me sugeriu. (p) Também não tô
dizendo que não vou. Mudar pra outra cidade, começar uma vida nova.
FOGO SOBRE TERRA Capítulo 12 Pag.: 19
Tudo isso é uma mudança muito grande. É esquecer tudo o que eu vivi
até agora e começar do nada.
CHICA — Mas é isso mesmo, Pedro. É um recomeço. É esquecê essa vida besta.
PEDRO — Não. Claro que não. (p) É que pra você parece que as coisas são tão
fáceis.
PEDRO — Não sei. (p) Mas olhando pra você e lhe ouvindo falar, parece que
são.
CHICA — Já pensô que vida boa que a gente podia de tê numa cidade grande?
CHICA — É! Andá de ônibus! Qual é o pobrema? Tenho curpa se num têm ônibus
aqui? Acho tão chique. A gente entra, dá o dinheiro praquele hóme que
fica lá sentadinho, aí vai pro seu lugar e fica lá na janelinha, vendo as
coisa passá.
CHICA — Queria comê pizza. Sempre vejo as pessoa comendo pizza na televisão.
Deve de sê uma coisa muito fina. (p) Ocê acha que eu ia precisá de umas
aula?
CHICA — Aula pra aprendê como é que se comporta. Eu sou uma chucra, né
Pedro!
CHICA — É.
CHICA — Porque ele é feio. É nome de caipira. Chica. Olha só que coisa mais
feia. É nome de rocêra mesmo.
PEDRO — E por acaso ocê acha que é fácil assim mudar de nome?
CHICA — Se é fácil eu não sei, mas que eu vou mudar, vou! Vou colocar um
nome chique. (p) Débora.
PEDRO — Como é?
CORTA PARA:
CORTA PARA:
CORTA PARA:
CORTA PARA:
CHRISTIANE — Eu conheço você, Diogo. Você tá se deixando envolver pelo seu tio.
Aposto que ele está tentando convencer você a trabalhar com ele aí no
Brasil.
CHRISTIANE — Tá certo. Eu resolvi que não vou falar mais nada sobre esse assunto.
Não quero que você fique dizendo que eu sou chata, que tô atrapalhando
a sua carreira. Você é quem sabe, Diogo.
CHRISTIANE — Tá dormindo.
CHRISTIANE — Ela brincou muito na escola. Chegou exausta. Eu falo pra ela que
você ligou.
DIOGO (OFF) — Não esquece. Tô morrendo de saudades dela. (p) É melhor eu desligar
agora. Um beijo.
CHRISTIANE — Outro.
CHRISTIANE — Foi incapaz de dizer que tava com saudades de mim. Só da Vivi.
VIVI ENTRA.
VIVI — Por que a senhora não me chamou? Eu disse que queria falar com ele!
CHRISTIANE — Já disse que ele tava com pressa! Ele... Ele perguntou se tava tudo
bem por aqui.
CHRISTIANE — Meu amor, vá pra sala assistir um pouco de tv que eu já vou preparar
o jantar.
VIVI — Tá bem.
VIVI SAI.
CHRISTIANE — Se você quer tanto ficar aí pelo Brasil, que fique, mas só vai falar com
a Vivi quando voltar pra cá.
CORTA PARA:
CORTA PARA:
VERA — Já.
CORTA PARA:
BRUNO — E aí, Diogo? Tá preparado pra abandonar o Canadá e voltar pra terras
Tupiniquins?
DIOGO — Não é isso, tio. O senhor sabe que eu teria o maior prazer em poder
trabalhar com o senhor. As minhas dúvidas são outras.
HEITOR — O Diogo viu todo o projeto. Ele está reticente por causa da história...
Por causa da história da inundação.
BRUNO — Sei.
BRUNO — Exatamente.
HEITOR — Mas eu também não quero ficar martelando em cima desse assunto.
Diogo vai pensar que eu trouxe ele até aqui pra fazer pressão e não foi
nada disso. Quero que ele veja como a construtora está.
DIOGO — Pelo que já deu pra notar, tá bem diferente da última vez que eu vi.
SEM QUE DIOGO PERCEBA, BRUNO FAZ UM MOVIMENTO PARA HEITOR, DANDO A
ENTENDER QUE PRECISA FALAR COM ELE.
HEITOR — Diogo, eu faço questão de andar com você por aí, mas antes eu... Eu
preciso resolver uns assuntos pendentes aqui com o Bruno. Por que você
não aproveita pra rever o André?
DIOGO SE LEVANTA.
HEITOR — Você pede pra Vera lhe mostrar onde fica a sala de projetos. Num
instante eu lhe alcanço.
DIOGO SAI.
HEITOR — O que foi, Bruno? O que você não podia falar na frente do Diogo.
BRUNO — Na dúvida achei melhor conversar primeiro só com você. (p) Saiu o
relatório de impacto ambiental sobre a construção da barragem.
CORTA PARA:
DIOGO — Tão bem. A empresa que eu trabalho é bem legal. A cidade é boa.
DIOGO — Sinto. Sinto muita. Só que foi lá que eu fiz a minha vida. Não adianta
ficar sofrendo à toa. Eu vivo lá, tenho que ser feliz lá.
ANDRÉ — Se eu tivesse uma oportunidade faria a mesma coisa que você fez.
OS DOIS RIEM.
DIOGO — Isso é ótimo pra você, André. Um rapaz novo ainda e já numa obra
tão importante.
ANDRÉ — Também não é segredo que o Doutor Heitor sonha em ter você
encabeçando a construção da hidrelétrica. (p) Você largaria tudo lá no
Canadá pra fazer isso.
QUANDO DIOGO VAI RESPONDER, EDUARDA ENTRA. ELA FICA ENCANTADA COM O
RAPAZ.
ANDRÉ — Eu acho que vocês não se conhecem. Essa moça linda é a Eduarda,
uma das nossas melhores profissionais.
EDUARDA SORRI.
CORTA PARA:
LEONOR — Filho, é melhor você ir. Daqui a pouco começa a sua aula.
VINÍCIUS — É verdade.
LEONOR — Não fica bravo comigo por causa daquela nossa conversa de ontem.
VINÍCIUS — Até parece que eu consigo ficar muito tempo sem falar com a
senhora.
VINÍCIUS — Também te amo. Mesmo a senhora sendo cabeça dura desse jeito.
OS DOIS RIEM.
LEONOR — Até.
VINÍCIUS SAI.
CORTA PARA:
FOGO SOBRE TERRA Capítulo 12 Pag.: 27
VINÍCIUS SAI DO PRÉDIO E VAI ATÉ O PONTO DO ÔNIBUS, ONDE APANHA SUA
CONDUÇÃO. ALGUNS SEGUNDOS DEPOIS, UM TÁXI PÁRA NA ENTRADA DO
EDIFÍCIO. ARTHUR SAI DELE. CONFERE O ENDEREÇO NUM PEDAÇO DE PAPEL E
ENTRA.
CORTA PARA:
LEONOR ABRE A PORTA E FICA CHOCADA AO VER ARTHUR. ELE APARENTA ESTAR
UM POUCO SEM GRAÇA.
LEONOR FICA OLHANDO PARA ARTHUR SEM REAÇÃO. A IMAGEM CONGELA E UMA
BARRAGEM DE HIDRELÉTRICA SE FECHA SOBRE ELA. A BARRAGEM SE ROMPE E
UMA INUNDAÇÃO TOMA CONTA DA TELA.
FIM DO CAPÍTULO